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Medida de seção de choque em Fibra Dopada com Tm+3

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Academic year: 2021

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(1)UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE FÍSICA – CCEN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA. DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. Medida de Seção de Choque em Fibra Dopada com Tm3+. por. Paola Nunes Pires Loja. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Física do Departamento de Física da Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Física.. Banca Examinadora: Profa. Anderson Stevens Leônidas Gomes (Orientador-UFPE) Prof. Glauco Santos Maciel (UFPE) Prof. Younes Messaddeq (UNESP) Recife - PE, Brasil Fevereiro - 2004.

(2) Dedico esta tese a J¨ org Menche, o companheiro que escolhi para minha vida e que me acompanhou no fim desta jornada..

(3) AGRADECIMENTOS. Agrade¸co ao Departamento de F´ısica da UFPE que me faz sentir orgulho de ser brasileira. Agrade¸co ao apoio financeiro do CNPq. Agrade¸co a Anderson Gomes pela orienta¸c˜ao. Agrade¸co aos meus colegas de grupo pela convivˆencia e apoio no laborat´orio: Mike, Flor´ıdia, Mariana e Valdeci minha amiga querida e agrade¸co a Stefan por dividir seus conhecimentos de qu´ımica comigo o que muito me ajudou nesta tese. Agrade¸co aos professores S´ergio Coutinho, Maur´ıcio Coutinho, Antˆonio Murilo e Cid pela F´ısica que me ensinaram nos cursos que ministraram. Ao grupo de ´optica e a todos os professores pelos col´oquios e semin´arios. Agrade¸co especialmente a S´ergio Coutinho que como coordenador de p´os-gradua¸c˜ao e pessoa me apoiou na finaliza¸c˜ao do meu mestrado. Obrigada, sou muito grata. Agrade¸co a Ana Caldeira por cuidar da gente. Agrade¸co a convivˆencia de todos os colegas do depto, funcion´arios, professores e alunos que formam a comunidade deste departamento que tanto gostei de viver. Agrade¸co `as pessoas que me apoiaram e acreditaram em mim nesta jornada cient´ıfica: Gabriel, Ti˜ao, Andrea Intrator, Tatiana, Fernando e Berenice. Urian, Maria Isabel e Lucas, meus anfitri˜oes quando de minha chegada ao Recife. Robson e sua familia, Maria do Carmo e Let´ıcia, Ernesto e Vladimir. Aos meus amigos Gustavo Camelo, Alexandre Carvalho, Zinha e Patr´ıcia Fa¸canha pelos recreios. Agrade¸co ao meu avˆo Grijalva pelo apoio para o t´ermino da minha tese. Agrade¸co a J¨org Menche. Seu carinho, solidariedade e companheirismo foram definitivos para que eu chegasse at´e aqui. Esta tese n˜ao ficaria t˜ao linda se n˜ao fosse ele. E agrade¸co a meus pais, irm˜as e sobrinhos pelo amor e pelas saudades..

(4) RESUMO. Neste trabalho adaptamos para o ´ıon de Tm3+ um modelo e t´ecnica experimental usados para a determina¸c˜ao da se¸c˜ao de choque de emiss˜ao da transi¸c˜ao 4 F3/2 →4 I11/2 correspondente `a emiss˜ao 1.06µm do ´ıon de Nd3+ dopado em fibra ´optica, de forma n˜ao destrutiva. O modelo adaptado foi utilizado no c´alculo da se¸c˜ao de choque de emiss˜ao da transi¸c˜ao 3 H4 →3 F4 relativa `a emiss˜ao em 1.47µm do ´ıon de t´ ulio em fibras fluorozirconadas e de silicato. A determina¸c˜ao do valor desta se¸c˜ao de choque ´e de grande importˆancia porque varia bastante na literatura de acordo com a fibra e o m´etodo utilizado. A t´ecnica explora a medida do tempo de vida τ2 da transi¸c˜ao de interesse, o ganho G e a se¸c˜ao de choque de emiss˜ao σs sem injetar um sinal na fibra. O m´etodo ´e baseado no estudo da dependˆencia temporal da fluorescˆencia em fun¸c˜ao da potˆencia absorvida do bombeio no instante anterior ao desligamento do bombeio. O experimento consistiu no bombeamento da fibra dopada com Tm3+ por um laser de titˆanio safira, operando no regime cont´ınuo, emitindo em 800nm modulado com um chopper. Foi feita ent˜ao a cole¸c˜ao dos decaimentos exponenciais da fluorescˆencia do estado excitado 3 H4 ap´os o desligamento do laser e a medi¸c˜ao das potˆencias na entrada e sa´ıda da fibra dopada. A partir destes dados experimentais e das propriedades da fibra calculamos a se¸c˜ao de choque da transi¸c˜ao 3 H4 →3 F4 com o ajuste de uma curva te´orica deduzida a partir do modelo adaptado para o t´ ulio. v.

(5) Foram realizadas medidas para fibras de Tm3+ em silicato e ainda para uma fibra fluorozirconada com alta concentra¸c˜ao de Tm3+ (5000ppm). Por´em, na fibra de silicato os decaimentos das fluorescˆencias ficaram limitados pela resolu¸c˜ao do sistema e, na fibra fluorozirconada de alta concentra¸c˜ao, n˜ao pudemos aplicar o modelo porque o tempo de vida ´e ajustado por uma dupla exponencial na maioria das potˆencias absorvidas. Os resultados com a fibra fluorozirconada com 2000ppm de Tm3+ demonstraram a validade do modelo e da t´ecnica, havendo uma boa concordˆancia com resultados descritos na literatura.. Palavras-chave: Fibra ´optica, amplificadores ´opticos.

(6) ABSTRACT. In this work we adapted for the ion of Tm3+ a model and an experimental technique to determine the emission cross section of the transition 4 F3/2 →4 I11/2 corresponding to the 1.60µm emission of the ion of Nd3+ doped in optical fibers in a non–destructive way. The adapted model was used in the calculations of the emission cross section of the transition 3 H4 →3 F4 relative to the 1.47µm emission of the ion of thulium in fluoride and silicate fiber hosts. The determination of the value of this cross section is of great interest since it varies considerably in literature depending on the fiber and the used technique. The technique explores the measurement of the lifetime τ2 of the transition of interest, the gain G and the emission cross section σs without injecting a signal into the fiber. The method is based on the study of the time dependency of the fluorescence as a function of the pump power absorption before turning off the pump. The experiment consisted in pumping the Tm3+ –doped fiber with a Titanium Saphire laser, operating in the continuous regime, emitting in 800nm modulated by a chopper. The exponential decays of the fluorescence of the excited state 3 H4 after turning the laser off were then measured, as well as the powers at the input and at the output of the doped fiber. Based on these experimental data and using some properties of the fiber we calculated the cross section of the transition 3 H4 →3 F4 by fitting a theoretical curve, that was deduced by adapting the model for thulium. vii.

(7) Measurements for Tm3+ –doped silicate fibers were realized as well as for fluoride fibers with high concentration of Tm3+ (5000ppm). However, in the silicate fibers the fluorescences’ decays were limited by the resolution of the system and in the fluoride fibers of high concentration we could not use the model because the lifetime could only be fitted by a double exponential decay in most of the used absorption powers. The results for the fluoride fibers with 5000ppm of Tm3+ show the validity of the model and the technique, since they agree good with results that are described in the literature.. Keywords: Optical fiber, optical amplifier. viii.

(8) ´ SUMARIO. Cap´ıtulo 1—Introdu¸c˜ ao. 1. 1.1. Motiva¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 2. 1.2. Hist´oria das fibras ´opticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 4. 1.3. Fibras ´opticas convencionais e dopadas . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 7. 1.3.1. Fibras ´opticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 7. 1.3.2. Fabrica¸c˜ao de fibras ´opticas convencionais e dopadas . . . . . . 13. 1.3.3. Etapas da fabrica¸c˜ao de uma fibra ´optica . . . . . . . . . . . . . 14. 1.3.4. Fabrica¸c˜ao de fibras de s´ılica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15. 1.3.5. Fabrica¸c˜ao de fibras de vidro multicomposto . . . . . . . . . . . 18. 1.3.6. Fabrica¸c˜ao de fibras de s´ılica dopadas com terras raras . . . . . 20. 1.3.7. Fabrica¸c˜ao de Fibras Fluoradas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22. 1.4. Fator de Recobrimento de Fibras Dopadas . . . . . . . . . . . . . . . . 24 1.4.1. Defini¸c˜oes e nota¸c˜oes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24. 1.4.2. Aproxima¸c˜ao gaussiana do modo fundamental . . . . . . . . . . 26. Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Cap´ıtulo 2—Defini¸c˜ oes Espectrosc´ opicas 2.1. 30. Transi¸c˜ao espontˆanea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 ix.

(9) 2.2. Se¸c˜ao de choque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32. 2.3. Emiss˜ao estimulada e amplifica¸c˜ao em uma fibra . . . . . . . . . . . . . 33. 2.4. 2.3.1. Transi¸c˜ao induzida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33. 2.3.2. Se¸c˜ao de choque de emiss˜ao espontˆanea . . . . . . . . . . . . . . 35. Absor¸c˜ao e amplifica¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 2.4.1. Caracter´ısticas da fibra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36. 2.4.2. Intensidades de potˆencias ´opticas . . . . . . . . . . . . . . . . . 37. Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 ´ Cap´ıtulo 3—Propriedades Oticas dos ´Ions Terras Raras 3.1. Terras Raras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3.1.1. Matriz Cristalina e o Efeito Stark . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 3.1.1.1. 3.1.2. 3.2. 39. Taxa de transi¸c˜ao espontˆanea . . . . . . . . . . . . . . 45. Alargamento de linha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 3.1.2.1. Alargamento Homogˆeneo . . . . . . . . . . . . . . . . . 45. 3.1.2.2. Alargamento Inomogˆeneo . . . . . . . . . . . . . . . . 46. T´ ulio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47. Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Cap´ıtulo 4—Determina¸c˜ ao da Se¸c˜ ao de Choque pelo M´ etodo do Tempo de Vida 4.1. 57 Introdu¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58 4.1.1. 4.2. Escolha do m´etodo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58. M´etodo desenvolvido para Nd3+ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 4.2.1. Equa¸c˜oes de taxa dos n´ıveis energ´eticos do Nd3+ . . . . . . . . . 59. x.

(10) 4.2.2. Evolu¸c˜ao das intensidades e potˆencias ´opticas do Nd3+ . . . . . 62. 4.2.3. Ganho n˜ao saturado do amplificador . . . . . . . . . . . . . . . 63. 4.2.4. Curva te´orica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 4.2.4.1. Decaimento temporal da fluorescˆencia . . . . . . . . . 64. 4.2.4.2. M´etodo num´erico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65. 4.2.5. Montagem experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65. 4.2.6. Medidas e resultados para a fibra dopada com Nd3+ . . . . . . . 66. Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Cap´ıtulo 5—Se¸c˜ ao de Choque da Transi¸c˜ ao 3 H4 → 3 F4 do ´ıon de T´ ulio 5.1. 71. Esquema de n´ıveis e equa¸c˜oes de taxa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 5.1.1. Evolu¸c˜ao das intensidades e potˆencias ´opticas . . . . . . . . . . 74. 5.1.2. C´alculo do ganho n˜ao saturado . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76. 5.1.3. Curva te´orica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77. 5.1.4. Medidas experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 5.1.4.1. Montagem experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . 80. 5.1.4.2. Montagem experimental para calibra¸c˜ao da potˆencia absorvida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81. 5.1.4.3. Medida da resolu¸c˜ao temporal do sistema . . . . . . . 83. 5.1.4.4. Medidas experimentais de tempo de decaimento das fluorescˆencias e resultados da fibra LEVF, 2000ppm (ZBLAN) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84. 5.1.5. 5.1.4.5. Ajuste da curva te´orica aos dados experimentais . . . . 85. 5.1.4.6. Resultados da aplica¸c˜ao do modelo para o t´ ulio: . . . . 85. Medidas das fibras novas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92. xi.

(11) 5.1.5.1. Fibra LEVF: ZBLAN, 5000ppm . . . . . . . . . . . . . 92. 5.1.5.2. Fibras LPMC e INO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92. Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Cap´ıtulo 6—Conclus˜ ao. 98. Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Apˆ endice A—C´ alculos do cap´ıtulo 5. 103. A.1 Aproxima¸c˜ao espectral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 A.2 Aproxima¸c˜ao sobre as distribui¸c˜oes transversais . . . . . . . . . . . . . 109 Referˆencias Bibliogr´aficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113. xii.

(12) LISTA DE FIGURAS. 1.1. Espectro t´ıpico de perdas da fibra padr˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . .. 3. 1.2. Fibra ´optica com perfil de ´ındices tipo degrau . . . . . . . . . . . . . .. 8. 1.3. Fibra ´optica com perfil de ´ındices tipo gradual . . . . . . . . . . . . . .. 8. 1.4. Reflex˜ao e refra¸c˜ao numa interface de dois diel´etricos onde n2 < n1 : a) refra¸c˜ao, b) ˆangulo cr´ıtico, c)reflex˜ao interna total . . . . . . . . . . . .. 1.5. Propaga¸c˜ao em um guia de onda. 1.6. Diagrama esquem´atico do equipamento de puxamento e revestimento. 9. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10. da fibra ´optica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 1.7. Fases da fabrica¸c˜ao de fibras ´opticas segundo t´ecnica OVD . . . . . . . 17. 1.8. Mecanismo de fabrica¸c˜ao de preforma segundo t´ecnica VAD . . . . . . 18. 1.9. Esquema de fabrica¸c˜ao de preforma segundo a t´ecnica MCVD . . . . . 19. 1.10 Esquema de fabrica¸c˜ao de fibra ´optica de vidro multicomposto segundo o m´etodo do duplo-cadinho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20. 1.11 Diferentes processos para transportar os dopantes `a zona de rea¸c˜ao na t´ecnica MCVD . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 1.12 Etapas da fabrica¸c˜ao de fibras fluoradas. . . . . . . . . . . . . . . . . . 23. 1.13 M´etodo da jaqueta para fabrica¸c˜ao de fibra fluorada monomodo . . . . 23 3.2. A distribui¸c˜ao radial das fun¸c˜oes orbitais 4f, 5s, 5p, 5d e 5g do ´ıon livre de Pr3+ [2] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 xiii.

(13) 3.1. N´ıveis de energia de ´ıons trivalentes no cristal de LaCl3 . . . . . . . . . 42. 3.3. Diagrama de splitting dos subn´ıveis Stark . . . . . . . . . . . . . . . . 43. 3.4. Sistema de dois multipletos e os valores t´ıpicos entre os n´ıveis energ´eticos de um mesmo multipleto e inter-multipletos . . . . . . . . . . . . . . . 44. 3.5. Forma de linha dos alargamentos homogˆeneo e inomogˆeneo . . . . . . . 46. 3.6. Espectro de absor¸c˜ao do t´ ulio em matriz ZBLAN [4] . . . . . . . . . . . 47. 3.7. Emiss˜oes laser conhecidas do T´ ulio; N´ıveis de energia em matriz ZBLAN 48. 3.8. Emiss˜oes n˜ao radiativas na s´ılica e na matriz ZBLAN . . . . . . . . . . 49. 3.9. Esquemas de convers˜ao ascendente para TDFA . . . . . . . . . . . . . . 51. 4.1. Diagrama parcial de n´ıveis do Nd3+ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60. 4.2. Diagrama experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66. 4.3. Decaimentos da fluorescˆencia para diferentes potˆencias absorvidas . . . 67. 4.4. Ajuste dos dados experimentais pela curva te´orica . . . . . . . . . . . . 67. 4.5. Ganho em fun¸c˜ao da potˆencia absorvida . . . . . . . . . . . . . . . . . 68. 5.1. Diagrama parcial de n´ıveis do t´ ulio (T m3+ . . . . . . . . . . . . . . . . 73. 5.2. Diagrama ilustrando o bombeamento em 800nm e a transi¸c˜ao de interesse 81. 5.3. Montagem experimental para a cole¸c˜ao dos decaimentos das fluorescˆencias: laser CW Ti-Al2 O3 ; Filtro atenuador; Chopper em 78Hz; Obj: lente objetiva; SMF:“single mode fiber ” (fibra monomodo padr˜ao de telecomunica¸c˜oes); TDF: “thuliun doped fiber ” (fibra dopada com Tm+3 ); Monocromador; Detector de Germˆanio; Osc: oscilosc´opio; PC:computador.. 5.4. 82. Montagem experimental para calibragem da potˆencia de entrada na fibra dopada com Tm. 3+. : Obj: lente objetiva; Det: dois detectores. (remov´ıveis); SMF: “single mode fiber ” (fibra monomodo padr˜ao de telecomunica¸c˜oes). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 xiv.

(14) 5.5. Resolu¸c˜ao temporal do sistema de detec¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . 83. 5.6. Decaimento exponencial da fluorescˆencia em fun¸c˜ao da potˆencia absorvida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84. 5.7. Fittings pela curva te´orica . para tempos muito curtos: 1ms (aprox.125 pontos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86. 5.8. G0 para tempos curtos: 2ms (aprox.200 pontos) . . . . . . . . . . . . . 87. 5.9. Ajustes pela curva te´orica . para tempos longos: 4ms(todos os pontos) 88. 5.10 Decaimento exponencial da fluorescˆencia fibra 5000ppm bombeada com 800nm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 5.11 Decaimento exponencial da fluorescˆencia fibra LPMC bombeada em 1.05µm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 5.12 Decaimento exponencial da fluorescˆencia fibra INO-1400ppm bombeada em 1.05µm . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95. xv.

(15) LISTA DE TABELAS. 1.1. Energia fonˆonica de diferentes vidros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13. 1.2. Fibras utilizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24. 3.1. Algumas caracter´ısticas dos s´olidos dopados com ´ıons terras raras TR3+ 40. 3.2. Tempos de vida do n´ıvel superior da transi¸c˜ao 3 H4 →3 F4 em s´ılica e ZBLAN . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50. 3.3. Energia fonˆonica de diferentes vidros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50. 3.4. Canais de relaxa¸c˜ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50. 4.1. Potˆencia absorvida, ganho e se¸c˜ao se choque de emiss˜ao . . . . . . . . . 68. 5.1. Fibra Tm:ZBLAN, 2000ppm [3] . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79. 5.2. Fibras utilizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80. 5.3. medidas fibra LEVF. 5.4. G0 para tempos muito curtos: 1ms (aprox.125 pontos) . . . . . . . . . 85. 5.5. G0 para tempos curtos: 2ms (aprox.200 pontos) . . . . . . . . . . . . . 86. 5.6. G0 para tempos longos (todos os pontos, 4ms) . . . . . . . . . . . . . . 86. 5.7. Se¸c˜oes de choque . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89. 5.8. Valores de parˆametros dos ajustes para tempos curtos (1ms) . . . . . . 90. 5.9. Valores de parˆametros dos ajustes para tempos longos (4ms) . . . . . . 90. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85. 5.10 M´edia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 xvi.

(16) 5.11 Se¸c˜oes de choque da literatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91. xvii.

(17) CAP´ITULO 1. ˜ INTRODUC ¸ AO. 1.

(18) 1.1 Motiva¸c˜ao. Cap´ıtulo 1. Este cap´ıtulo ´e dedicado `as fibras ´opticas. Inicialmente, na primeira se¸c˜ao, introduzimos o leitor na importˆancia da pesquisa em fibras dopadas com o ´ıon terra-rara t´ ulio (Tm3+ ). Na segunda se¸c˜ao apresentamos um breve hist´orico do surgimento das fibras ´opticas e de quando elas entraram para as comunica¸c˜oes ´opticas. Na terceira se¸c˜ao apresentamos a fibra ´optica com suas caracter´ısticas mais importantes e descrevemos resumidamente as t´ecnicas mais usuais de fabrica¸c˜ao de fibras ´opticas de silicato e fluoradas convencionais e dopadas com ´ıons terras- raras. Por fim, na u ´ltima se¸c˜ao, definimos os fatores de recobrimento das fibras dopadas que s˜ao parˆametros importantes para os c´alculos que s˜ao apresentados nos cap´ıtulos posteriores.. 1.1. ˜ MOTIVAC ¸ AO As comunica¸c˜oes ´opticas a longas distˆancias necessitam de amplificadores para. compensar as perdas intr´ınsecas das fibras, papel an´alogo ao dos repetidores anal´ogicos das linhas de transmiss˜ao por cabos de cobre. O desenvolvimento de amplificadores ´opticos `a fibra veio substituir o repetidor eletro-´optico feito que otimizou muito o sistema de transmiss˜ao. Estes dispositivos entraram fortemente no mercado em meados dos anos 80 com o amplificador ´optico de fibra dopada com ´erbio (Er3+ ) [1] (EDFA“erbium doped fiber amplifier”), um terra rara que tem emiss˜ao em 1530nm, em torno do m´ınimo de perdas da fibra de s´ılica. As perdas da fibra padr˜ao tem um m´aximo centrado em 1380nm devido a absor¸c˜ao de mol´eculas de ´agua(Fig.1.1).. Os EDFAs cobrem bem a regi˜ao espectral denominada bandas C+L (1530nm1630nm), por´em a regi˜ao espectral de baixa perda ´e muito mais ampla, ela vai de 1400nm a 1630nm como est´a ilustrado na figura 1.1. H´a portanto, o interesse e a 2.

(19) 1.1 Motiva¸c˜ao. Cap´ıtulo 1. Figura 1.1. Espectro t´ıpico de perdas da fibra padr˜ao. necessidade de alargar a banda de transmiss˜ao para as regi˜oes de baixa perda ainda n˜ao exploradas a fim de atender `a demanda da alta taxa de transmiss˜ao de informa¸c˜ao que vem crescendo continuamente devida principalmente `a Internet. H´a v´arias possibilidades de amplificadores ´opticos para explorar toda a regi˜ao de baixa perda: Amplificadores Raman [2, 3], param´etricos [4, 5], semicondutores [6] e os amplificadores `a fibra dopada com ´ıons terras raras [7]. Os amplificadores de fibras dopadas com t´ ulio (Tm3+ ) (TDFA-“thulium doped fiber amplifier ”) s˜ao excelentes candidatos a cobrirem a faixa espectral de 1470nm a 1530nm, denominada banda S. Isto ´e poss´ıvel porque o t´ ulio tem uma emiss˜ao em torno de 1470nm oriunda da transi¸c˜ao 3 H4 →3 F4 . ´ de grande importˆancia a determina¸c˜ao dos valores de parˆametros espectrosc´opicos E relevantes desta emiss˜ao para a modelagem de amplificadores de fibras dopadas com 3.

(20) 1.2 Hist´oria das fibras ´opticas. Cap´ıtulo 1. t´ ulio, tais como se¸c˜ao de choque, ganho e os valores dos tempos de vida dos n´ıveis relevantes ao processo de amplifica¸c˜ao (cap´ıtulo 2). A necessidade de conhecer a se¸c˜ao de choque de emiss˜ao da transi¸c˜ao de interesse das fibras utilizadas no laborat´orio foi a grande motiva¸c˜ao deste trabalho de tese.. 1.2. ´ ´ HISTORIA DAS FIBRAS OPTICAS Uma das primeiras aplica¸c˜oes do efeito de reflex˜ao interna total foi na decora¸c˜ao. de fontes europ´eias. Em 1849 o f´ısico su´ı¸co Daniel Collodon e o f´ısico francˆes Jacques Babinet, mostraram que luz poderia ser guiada ao longo de jatos de ´agua e usaram este fenˆomeno para decora¸c˜ao. Em 1854 o fenˆomeno foi popularizado por um f´ısico britˆanico chamado John Tyndall. Tyndall fez uma demonstra¸c˜ao onde luz foi guiada por um jato de ´agua fluindo de um tanque. A medicina foi uma grande propulsora do desenvolvimento da fibra ´optica. O efeito de a reflex˜ao interna total poder confinar luz em um meio de ´ındice de refra¸c˜ao maior que o de outro meio que o envolva, como vidro e ar, foi logo percebido por inventores que ainda na virada do s´eculo XIX patentearam o uso de bast˜oes de quartzo como iluminadores dentais. Fibras ´opticas foram o passo seguinte, pois elas s˜ao essencialmente bast˜oes de pl´astico ou vidro esticados at´e que fiquem longos e flex´ıveis. Durante os anos 20 John Logie Baird na Inglaterra e Claurence W. Hansel nos Estados Unidos patentearam a id´eia de usar uma matriz de tubos ocos ou bast˜oes transparentes para transmitir imagens de televis˜ao e fac-s´ımile. Mas somente 10 anos depois, a primeira pessoa demonstrou a transmiss˜ao de uma imagem por um feixe de fibras ´opticas. Foi Heinrich Lamm, ent˜ao estudante de Medicina em Munique. Lamm participava de uma pesquisa com a finalidade de ver as partes internas do corpo humano. Em 1930 reportou em 4.

(21) 1.2 Hist´oria das fibras ´opticas. Cap´ıtulo 1. um trabalho a transmiss˜ao de uma imagem rudimentar do filamento de uma lˆampada atrav´es de um feixe de fibras curto. Por´em as fibras sem casca transmitiam imagens bem pobres. Ap´os 24 anos foi anunciada no peri´odico britˆanico Nature a transmiss˜ao de imagens por feixe de fibras ´opticas por dois grupos independentemente: Abrahan van Hell da Technical University of Delft na Holanda e Harold H. Hopkins e Narinder Kapany do Imperial College em Londres. Van Hell deu uma contribui¸c˜ao definitiva: todas as fibras at´e ent˜ao eram sem casca, de vidro ou de pl´astico. Van Hell cobriu-as com uma capa de material de ´ındice de refra¸c˜ao menor. Com isso protegeu a superf´ıcie de reflex˜ao interna total das fibras de contamina¸c˜ao e reduziu muito o crosstalk (mistura de sinais entre fibras diferentes) entre elas. O pr´oximo passo importante foi dado por um estudante da Universidade de Michigan chamado Laurence Curtis. Curtis trabalhou em um projeto de pesquisa sob as orienta¸c˜oes do f´ısico C.Wilbur Peters e do m´edico Basil Histchowitz e neste projeto produziu fibras de vidro com casca para o desenvolvimento de um endosc´opio estomacal. Em torno de 1960 as fibras de vidro com capa tinham excelente performance para a medicina, mas muito aqu´em das necessidades das comunica¸c˜oes, pois tinham por este tempo uma atenua¸c˜ao de 1dB/m. As fibras ´opticas portanto demoraram muito tempo para atra´ırem a aten¸c˜ao dos engenheiros de telecomunica¸c˜oes por causa de suas perdas muito altas. Para ser fact´ıvel um sistema de transmiss˜ao `a fibra para grandes distˆancias, as perdas deveriam estar entre 10 e 20dB/km. Foi ent˜ao durante o encontro do Instituto de Engenheiros El´etricos de Londres1 em 1966, que o engenheiro Charles K. Kao2 , anunciou a possibilidade de se fabricar 1 2. London meeting of the Institution of Electrical Engineers, April 1, 1966 issue of Laser Focus Ent˜ ao chefiando as pesquisas em comunica¸c˜oes ´opticas da Standard Telecommunications Labo-. 5.

(22) 1.2 Hist´oria das fibras ´opticas. Cap´ıtulo 1. fibras com perdas inferiores a 20dB/km com base em uma pesquisa na qual estudou as propriedades dos vidros em fibra e meio volum´etrico. Kao chegou `a conclus˜ao de que as perdas n˜ao eram intr´ınsecas da s´ılica e sim devidas a impurezas. Conseguiu no encontro chamar a aten¸c˜ao do British Post Office (´org˜ao que detinha o controle da telefonia britˆanica neste tempo)que liberou a quantia de 12 milh˜oes de libras esterlinas para a pesquisa em seus laborat´orios. Esta pesquisa foi muito divulgada e atraiu a aten¸ca˜o de laborat´orios no mundo todo. Por´em demoraram quatro anos para que a marca dos 20dB/km de Kao fosse alcan¸cada. Alguns grupos tentaram derreter componentes ´opticos padr˜ao e depois estic´a-los em fibra, mas o grupo que venceu a corrida foi o grupo de pesquisa da Corning Glass Works (atual Corning Inc.) que come¸cou a fundir s´ılica. Esta s´ılica poderia ser muito pura, mas derretia `a alta temperatura e tinha baixo ´ındice de refra¸c˜ao. O grupo desenvolveu ent˜ao preformas cil´ındricas `as quais foi poss´ıvel depositar materiais puros em forma de vapor de maneira controlada, de modo que o ´ındice de refra¸c˜ao do n´ ucleo ficasse ligeiramente maior que o da casca, sem aumentar demasiadamente a atenua¸c˜ao. Finalmente em Setembro de 1970 o grupo da Corning anunciou a fabrica¸c˜ao de fibras monomodo com atenua¸c˜ao abaixo de 20dB/km na linha de emiss˜ao 633nm do He-Ne. Com a inven¸c˜ao do laser de diodo semicondutor neste mesmo ano por dois grupos independentes, a Bell Labs e um grupo do Instituto Ioffe de F´ısica de Leningrado (agora S˜ao Petersburgo), o investimento na ´area de comunica¸c˜ao por fibras ´opticas cresceu enormemente. J´a em 1977 foi feita a primeira prova de transmiss˜ao telefˆonica usando fibras ´opticas transmitindo na linha de 850nm do laser de diodo arseneto de g´alio e alum´ınio (GaAlAs). Esta primeira gera¸c˜ao de sistemas de transmiss˜ao ainda era limitada por uma perda de 2dB/km. Em seguida uma segunda gera¸c˜ao de sistemas apareceu com o ratories. 6.

(23) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. novo laser de diodo InGaAsP emitindo em 1.3µm, onde a atenua¸c˜ao da fibra cai para 0.5dB/km. Quando foi aberto o mercado de transmiss˜ao transatlˆantico por fibra ´optica esta tecnologia se tornou padr˜ao de muitos pa´ıses: fibras monomodo + fontes de 1.3µm. Mais tarde veio a transmiss˜ao em 1.55µm com perdas entre 0.2 e 0.3dB/km, a qual ´e utilizada at´e hoje. Mais informa¸c˜oes sobre a hist´oria das fibras ´opticas na referˆencia [8].. ´ FIBRAS OPTICAS CONVENCIONAIS E DOPADAS. 1.3 1.3.1. Fibras ´ opticas. Uma fibra ´optica ´e constitu´ıda de um material diel´etrico (em geral s´ılica ou pl´astico) de simetria cil´ındrica, transparente e flex´ıvel e de dimens˜oes macrosc´opicas compar´aveis a de um fio de cabelo humano. A estrutura da fibra ´e composta por uma regi˜ao central chamada de n´ ucleo envolvida por uma camada, tamb´em de material diel´etrico, chamada de casca, de ´ındice de refra¸c˜ao ligeiramente menor. Muitas vezes pode ter um revestimento protetor chamado de jaqueta. A se¸c˜ao de corte transversal mais usual do n´ ucleo ´e circular como est´a ilustrado no item (a) da figura 1.2, por´em fibras ´opticas especiais podem ter outro tipo de se¸c˜ao (el´ıptica por exemplo). A diferen¸ca de ´ındice de refra¸c˜ao do n´ ucleo em rela¸c˜ao `a casca ´e representada pelo perfil de ´ındices da fibra ´optica. A varia¸c˜ao de ´ındices pode ser gradual ou descont´ınua chamada tamb´em de degrau. A figura 1.2 (b) ilustra o perfil de ´ındices degrau caracterizado por um n´ ucleo uniforme com ´ındice de refra¸c˜ao n1 e por uma casca tamb´em uniforme com ´ındice de refra¸c˜ao n2 . J´a a figura 1.3 ilustra um perfil de ´ındices gradual do tipo parab´olico.. 7.

(24) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. Figura 1.2. (a) Se¸c˜ao transversal circular de uma fibra ´optica de ´ındice degrau; (b)Perfil de ´ındices tipo degrau. Figura 1.3. (a) Se¸c˜ao transversal circular de uma fibra ´optica de ´ındice gradual; (b) Perfil de ´ındices tipo gradual do tipo parab´olico). A propaga¸c˜ao de um feixe de luz no n´ ucleo de uma fibra ´optica ´e explicada pela ´optica geom´etrica atrav´es do fenˆomeno de reflex˜ao interna total. A rela¸c˜ao entre a velocidade da luz no v´acuo e a velocidade da luz em um meio. 8.

(25) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. qualquer define o ´ındice de refra¸c˜ao n=. c vmeio. (.). A propaga¸c˜ao da luz numa interface de diel´etricos com ´ındices de refra¸c˜ao diferentes experimenta os fenˆomenos de reflex˜ao e refra¸c˜ao como est´a ilustrado na figura 1.4. O raio incidente na interface, al´em de parcialmente refletido ´e refratado segundo a Lei de Snell [9]: n2 sen θ1 = n1 sen θ2. (.). onde θ1 ´e o ˆangulo que o raio incidente faz com a normal `a interface, θ2 ´e o ˆangulo que o raio refratado faz com a normal, n1 ´e o ´ındice de refra¸c˜ao do meio 1 (de incidˆencia) e n2 ´e o ´ındice de refra¸c˜ao do meio 2.. Figura 1.4. Reflex˜ao e refra¸c˜ao numa interface de dois diel´etricos onde n2 < n1 : a) refra¸c˜ ao, b) ˆangulo cr´ıtico, c)reflex˜ao interna total. Quando a refra¸c˜ao acontece de um meio diel´etrico mais denso para um meio menos denso (figura 1.4), o ˆangulo do raio refratado ´e sempre maior que o ˆangulo do raio incidente. H´a portanto uma situa¸c˜ao limite para a refra¸c˜ao onde um raio incidente com um ˆangulo menor que 90◦ , chamado de ˆangulo cr´ıtico, tem um raio refratado que se propaga paralelamente `a interface dos diel´etricos (figura1.4(b)). Pela Lei de Snell 9.

(26) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. o ˆangulo cr´ıtico ´e sen θc =. n2 n1. (.). que corresponde ao ˆangulo do raio refratado com a normal igual a 90◦ . Qualquer raio incidente com um ˆangulo superior ao ˆangulo cr´ıtico n˜ao ser´a mais refratado, mas totalmente refletido (figura1.4(c)), fenˆomeno este denominado reflex˜ao interna total que ´e o respons´avel pelo confinamento e propaga¸c˜ao de um feixe de luz no n´ ucleo de uma fibra ´optica como ilustra a figura 1.5. Na figura 1.5 h´a um feixe incidindo em uma fibra a partir de um meio com ´ındice de refra¸c˜ao n0 , que pode ser do ar. Para que um feixe vindo do ar para a fibra acople, seu ˆangulo de incidˆencia com a normal `a interface tem um valor m´aximo para o qual este feixe pode propagar no n´ ucleo da fibra. Acima deste ˆangulo o feixe n˜ao ´e transmitido por n˜ao satisfazer a condi¸c˜ao de reflex˜ao interna total entre o n´ ucleo e a casca da fibra. Este ˆangulo ´e denominado ˆangulo de aceita¸c˜ ao da fibra θa . Examinando a figura 1.5,. Figura 1.5. Propaga¸c˜ao em um guia de onda. vemos que 0. n0 sen θ = n1 sen θ = n1 cos θi. (.). onde n0 ´e o ´ındice de refra¸c˜ao do meio do qual o raio se origina (no caso o ar), n1 ´e o 10.

(27) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. ´ındice de refra¸c˜ao do n´ ucleo da fibra e n2 ´e o ´ındice de refra¸c˜ao da casca. Quando θi = θc a partir das equa¸c˜oes ., . e da identidade trigonom´etrica cos2 θc = 1 − sen2 θc , q p n0 sen θa = (n21 − n22 ) ≈ 2n1 (n1 − n2 ). (.). onde n0 sen θa ´e a abertura num´erica (NA-“numerical aperture”), dos guias de onda e ´e definida exatamente da mesma maneira que a abertura num´erica de uma objetiva de microsc´opio: A abertura num´erica tamb´em costuma ser expressa em fun¸c˜ao da diferen¸ca relativa dos ´ındices de refra¸c˜ao, chamada ∆, entre o n´ ucleo e a casca da fibra. Para o perfil de ´ındices degrau, ∆ ´e definida como ∆=. n21 − n22 2n21. (.). onde para o caso de ∆  1 (o que ´e uma hip´otese v´alida para a maioria das fibras de interesse em sistemas de transmiss˜ao) ∆≈. n1 − n2 n1. (.). Combinando as equa¸c˜oes . e . obt´em-se √ N A ≈ n1 2∆. (.). Para um bom acoplamento entre uma fonte luminosa e um guia de onda, a abertura num´erica da fonte deve ser menor ou igual `a do guia de onda. Um n´ umero t´ıpico ´e, por exemplo, (n1 − n2 ) = 0.001, cuja abertura num´erica d´a aproximadamente 0.17. Os diversos modos de propaga¸c˜ao poss´ıveis em uma fibra ´optica obedecem a determinadas condi¸c˜oes de corte, condi¸c˜oes que determinam se o modo vai propagar ou 11.

(28) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. n˜ao na fibra. Estas condi¸c˜oes permitem determinar o n´ umero destes modos em fun¸c˜ao do comprimento de onda da luz e das caracter´ısticas geom´etricas e f´ısicas da fibra. A determina¸c˜ao do n´ umero de modos que podem propagar em uma fibra ´optica ´e feita pelo n´ umero V ([10]) tamb´em denominado freqˆ uencia normalizada definido como 2πa V = λ onde para ∆  1 V =. q. n21 − n22. 2πa √ n1 2∆ λ. (.). (.). onde a ´e o raio do n´ ucleo e λ o comprimento de onda da luz. Para cada tipo de perfil de ´ındices de refra¸c˜ao existe uma fun¸c˜ao de V que determina o n´ umero de modos de propaga¸c˜ao. As fibras monomodo s˜ao fibras cujo n´ umero V ´e inferior ao necess´ario para a propaga¸c˜ao de um segundo modo. No caso de uma fibra o´ptica tipo ´ındice degrau o Vcorte = 2.405, para os modos TE01 e TM01 , ou seja, para Vcorte < 2.405 s´o o modo fundamental HE11 subsiste. Portanto, para uma fibra de perfil de ´ındices tipo degrau ser monomodo, seu n´ umero V deve ser menor que 2.405. As fibras que permitem a propaga¸c˜ao de mais de um modo s˜ao chamadas fibras multimodo. Pode-se determinar um λc , comprimento de onda de corte, para o qual a fibra ´e monomodo a partir da express˜ao λc =. 2πa √ 2n∆n Vc. (.). A diferen¸ca entre as fibras monomodo e multimodo est´a basicamente no tamanho do n´ ucleo. Raios entre 25 e 30µm s˜ao t´ıpicos de fibras multimodo. J´a fibras monomodo 12.

(29) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. tˆem um valor t´ıpico de ∆ = 3 × 10−3 onde o raio do n´ ucleo a (figura 1.2) tem valor em torno de 2-4µm enquanto o raio da casca b de 50 a 60µm. A maior parte das comunica¸c˜oes ´opticas de longa distˆancia e aplica¸c˜oes submarinas usam as fibras monomodo.. 1.3.2. Fabrica¸c˜ ao de fibras ´ opticas convencionais e dopadas. Al´em dos vidros de silicato, h´a v´arios outros vidros utilizados como hospedeiros de ´ıons terras raras, tais como vidros fluorados, cloretos, sulfetos, iodados, selenetos, teluritos e germanatos. Estes vidros hospedeiros s˜ao utilizados como alternativa `a s´ılica principalmente por causa de sua energia fonˆonica mais baixa que a da s´ılica (tabela 1.1). Vidro Borato Fosfato Silicato Germanato Telurito Fluoreto(ZBLAN) Sulfurado. Ef oˆnon (cm−1 ) 1400 1200 1100 900 700 500 350. Tabela 1.1. Energia fonˆonica de diferentes vidros. A rede hospedeira influencia as transi¸c˜oes dos ´ıons dopantes atrav´es dos seus fˆonons. Se o “gap” entre o n´ıvel excitado e o n´ıvel de energia inferior mais pr´oximo for de quatro ou cinco fˆonons o ´ıon tem muito maior probabilidade relaxar emitindo fˆonons do que radia¸c˜ao. Como os fˆonons da s´ılica tˆem energia muito alta (tabela 1.1) em torno de quatro fˆonons s˜ao suficientes para “apagar” (“quenching”) a fluorescˆencia da transi¸c˜ao 3 H4 →3 F4 do t´ ulio (se¸c˜ao 3.2). 13.

(30) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. Vidros com base de haletos (F, Cl, Br, I, At) s˜ao considerados com o potencial para substituir as fibras de s´ılica como materiais de baixa atenua¸c˜ao. Espera-se que os vidros fluorados cheguem a perdas de 10−2 a 10−3 dB/Km para comprimentos de onda pr´oximos a 3µm. Dos vidros fluorados, o ZBLAN (ZrF4 -BaF2 -LaF3 AlF3 -NaF) ´e um dos mais est´aveis porque ´e composto por v´arios elementos, o que favorece a forma¸c˜ao do vidro. As fibras de vidros haletos tˆem um processo de fabrica¸c˜ao muito mais complicado que o da s´ılica. A s´ılica ´e intrinsecamente mais est´avel como vidro que os haletos porque tem menos tendˆencia a cristalizar e tem um intervalo grande de temperatura onde sua viscosidade ´e adequada para o puxamento da fibra. J´a a fibra ZBLAN por exemplo precisa ser puxada em um intervalo de 30◦ C. Al´em disso, o processo de fabrica¸c˜ao de vidros de baixa perda fluorados produz ´acido fluor´ıdrico, HF, que ´e corrosivo o que faz com que o processo seja muito mais delicado, pois ´e favorecida a contamina¸c˜ao. Nesta se¸c˜ao descreveremos as t´ecnicas de fabrica¸c˜ao das fibras ´opticas de silicato e fluoradas que s˜ao as fibras utilizadas neste trabalho de tese.. 1.3.3. Etapas da fabrica¸c˜ ao de uma fibra ´ optica. A fabrica¸c˜ao de fibras tem duas etapas: Na primeira ´e fabricada uma preforma, que pode ser vista como uma antecipa¸c˜ao da fibra com dimens˜oes maiores. Ela j´a tem os perfis de ´ındice de refra¸c˜ao e a rela¸c˜ao das dimens˜oes entre a casca e o n´ ucleo definidos. A segunda etapa ´e o processo de puxamento da fibra. O bast˜ao da preforma ´e derretido em um forno e esticado em um filamento de maneira que as dimens˜oes entre o n´ ucleo e a casca sejam mantidas. Depois que o filamento solidificar est´a pronta a fibra. Durante o processo de solidifica¸c˜ao a fibra recebe uma capa de pol´ımero 14.

(31) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. para prote¸c˜ao, a jaqueta. As duas partes do processo necessitam de uma tecnologia sofisticada para que os parˆametros da fibra sejam garantidos. Este processo est´a ilustrado na figura 1.6.. Figura 1.6. Diagrama esquem´atico do equipamento de puxamento e revestimento da fibra ´optica [10]. Na fabrica¸c˜ao das fibras a diferen¸ca nos ´ındices de refra¸c˜ao entre a casca e o n´ ucleo ´e implementada atrav´es de dopagem. No caso da fibra de s´ılicato s˜ao adicionados ´ıons de germˆanio, f´osforo ou alum´ınio para aumentar o ´ındice de refra¸c˜ao do n´ ucleo e ´ıons de b´oro e fluor na casca para diminu´ı-lo.. 1.3.4. Fabrica¸c˜ ao de fibras de s´ılica. H´a v´arios m´etodos para a fabrica¸c˜ao da preforma, dentre os quais os mais utilizados s˜ao: 15.

(32) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. • OVD (Outside Vapor Deposition) • VAD (Vapor-phase Axial Deposition) • MCVD (Modified Chemical Vapor Deposition) Nas duas primeiras t´ecnicas a s´ılica ´e formada atrav´es de hidr´olise (rea¸c˜ao com H2 O) enquanto no terceiro atrav´es de oxida¸c˜ao (rea¸c˜ao com oxigˆenio) abaixo descritas respectivamente: SiCl4 + 2H2 O = SiO2 + 4HCl e SiCl4 + O2 = SiO2 + 2Cl2 . No processo de hidr´olise uma chama de oxigˆenio-hidrogˆenio hidrolisa vapores haletos (SiCl4 , GeCl4 ), cujos produtos deta rea¸c˜ao s˜ao depositados ou em um mandrel rotat´orio (fig.1.7 OVD) ou em um bast˜ao que roda e translada para que a deposi¸c˜ao seja o mais uniforme poss´ıvel (fig.1.8 VAD). Como este processo agrega muito OH um tratamento t´ermico a 800◦ C com atmosfera de SOCl2 ´e feito para reduz´ı-lo. A preforma ´e o resultado de um processo denominado sinteriza¸c˜ao que a deixa um vidro transparente.. 16.

(33) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. Figura 1.7. Fases da fabrica¸c˜ao de fibras ´opticas segundo t´ecnica OVD [10]. A terceira t´ecnica ´e o aprimoramento da t´ecnica CVD (Chemical Vapor Deposition), bastante utilizada na fabrica¸c˜ao de semicondutores. Nesta t´ecnica o resultado da rea¸c˜ao ´e depositado dentro de um tubo de quartzo no qual vapores reagem aquecidos por uma chama. Na t´ecnica MCVD a chama fica fora do tubo de quartzo que gira enquanto ela passeia por toda sua extens˜ao como est´a ilustrado na figura 1.9. A dopagem ´e feita da mesma maneira: Os dopantes que variam o ´ındice de refra¸c˜ao s˜ao levados `a regi˜ao da rea¸c˜ao na forma de vapores haletos transportados por oxigˆenio ou gases inertes. Os dopantes para diminuir o ´ındice de refra¸c˜ao s˜ao agregados `a rea¸c˜ao e, ap´os v´arias passagens da chama, quando a casca alcan¸ca a espessura desejada injetamse os vapores dos dopantes para aumentar o ´ındice de refra¸c˜ao do n´ ucleo. Quando todas as camadas tiverem sido depositadas a temperatura da chama ´e aumentada e o 17.

(34) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. Figura 1.8. Mecanismo de fabrica¸c˜ao de preforma segundo t´ecnica VAD [10]. tubo colapsa em um bast˜ao s´olido, a preforma. Esta t´ecnica ´e a mais utilizada porque tem taxa de deposi¸c˜ao maior e os vidros produzidos tˆem alto grau de pureza.. 1.3.5. Fabrica¸c˜ ao de fibras de vidro multicomposto. As fibras de vidro multicomposto s˜ao fabricadas pela t´ecnica de fus˜ao direta ou duplo-cadinho. Nesta t´ecnica s˜ao primeiro produzidos bast˜oes de vidro separados para o n´ ucleo e a casca, segundo o processo cl´assico de prepara¸c˜ao de vidros a partir 18.

(35) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. Figura 1.9. Esquema de fabrica¸c˜ao de preforma segundo a t´ecnica MCVD [10]. de componentes em p´o ultrapuro. Os bast˜oes s˜ao ent˜ao fundidos a uma temperatura superior a 1000◦ C num dispositivo composto por dois cadinhos cil´ındricos concˆentricos (duplo-cadinho-figura 1.10), de fundo cˆonico, com orif´ıcios no centro para o fluido escorrer e formar a fibra. O afunilamento mais longo do cadinho externo, cria uma regi˜ao de difus˜ao iˆonica do vidro da casca para a composi¸c˜ao do vidro do n´ ucleo, permitindo fazer um perfil gradual de ´ındice de refra¸c˜ao. Os cadinhos s˜ao feitos de platina ultrapura para evitar contamina¸c˜oes.. 19.

(36) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. Figura 1.10. Esquema de fabrica¸c˜ao de fibra ´optica de vidro multicomposto segundo o m´etodo do duplo-cadinho [10]. 1.3.6. Fabrica¸c˜ ao de fibras de s´ılica dopadas com terras raras. Para a dopagem de fibras de s´ılica com terras raras s´o ´e necess´aria uma adapta¸c˜ao para a inje¸c˜ao dos dopantes terras raras na ´area da rea¸c˜ao. Isto ´e necess´ario porque eles tˆem press˜ao de vapor menor e por isso s˜ao menos vol´ateis que os reagentes haletos usados na deposi¸c˜ao das casca e do n´ ucleo. Diferentes t´ecnicas foram desenvolvidas para levar os ´ıons dopantes para o n´ ucleo da fibra. No caso do MCVD h´a quatro maneiras distintas de levar os ´ıons dopantes para a regi˜ao de rea¸c˜ao: injetor aquecido (“heated injector”) [11, 12], cˆamara aque20.

(37) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. cida(“heated chamber”) [13, 14], esponja aquecida(“heated sponge”) [15], aerosol [16]. As t´ecnicas est˜ao ilustradas na figura 1.11. Altas concentra¸c˜oes podem ser obtidas com MCVD com a codopagem de alum´ınio ou quelatos orgˆanicos utilizados como transportadores gasosos de terras raras [17].. Figura 1.11. Diferentes processos para transportar os dopantes `a zona de rea¸c˜ao na t´ecnica MCVD [18].. Para o VAD foram desenvolvidas duas t´ecnicas: nebulizador para cloretos de terras raras (“nebulizer for the rare earth cloride”) [19, 20, 21] e t´ecnicas de vaporiza¸c˜ao e impregna¸c˜ao (“vaporization/impregnation techniques”) [19, 20, 21]. J´a para OVD fontes de terra rara na forma organomet´alica de alta press˜ao de vapor s˜ao deslocados para a zona de rea¸c˜ao por linhas aquecidas [19, 20, 21, 22].. 21.

(38) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. 1.3.7. Cap´ıtulo 1. Fabrica¸c˜ ao de Fibras Fluoradas. A fabrica¸c˜ao de fibras fluoradas requer uma t´ecnica diferente porque estas fibras tˆem alta viscosidade em seu ponto de fus˜ao o que faz com que a forma¸c˜ao do vidro seja demorada. Sua temperatura de transi¸c˜ao para o vidro Tg (“glass transition temperature”) ´e muito pr´oxima de sua temperatura de cristaliza¸c˜ao. A dificuldade consiste em evitar nuclea¸c˜ao cristalina durante o processo. Para um vidro ZBLAN a diferen¸ca entre a temperatura de cristaliza¸c˜ao e de transi¸c˜ao para o vidro s˜ao 93◦ C enquanto que para a s´ılica s˜ao 265◦ C. A prepara¸c˜ao da preforma ´e baseada em t´ecnicas de moldar o vidro fundido em cadinhos, usados como formas especiais feitas de ouro, platina ou carbono v´ıtreo para evitar rea¸c˜ao com os componentes dos vidros fluorados. Uma das formas ´e verter o vidro num cadinho cil´ındrico produzindo um bast˜ao que pode ser envolto com pl´astico como o Teflon FED (para evitar contamina¸c˜ao por causa do HF) e puxado para formar a fibra [23]. Outra t´ecnica chamada “built-in casting method” [24] consiste em derramar o vidro fundido em um cadinho cil´ındrico `a temperatura de transi¸c˜ao deste vidro. O cadinho ´e agitado de modo que a por¸c˜ao de l´ıquido do meio derrama deixando um bast˜ao ˆoco. Em seguida mais vidro ´e entornado dentro dele formando o n´ ucleo. Em uma terceira t´ecnica a casca ´e formada girando horizontalmente muito r´apido o cadinho, como uma centr´ıfuga, de maneira que o vidro correspondente a casca forma um tubo ˆoco. Em seguida se preenche com o vidro fundido do n´ ucleo. Como os vidros fluorados cristalizam perto da temperatura de fus˜ao os coeficientes de expans˜ao da casca e do n´ ucleo precisam combinar bem e a estrutura do vidro deve ser bem uniformizada na sua interface para evitar stress, quebra ou cristaliza¸c˜ao durante a solidifica¸c˜ao. A figura 1.13 ilustra a t´ecnica de fabrica¸c˜ao de fibra fluorada monomodo pelo m´etodo da jaqueta e a figura 1.12 ilustra as etapas da fabrica¸ca˜o de 22.

(39) 1.3 Fibras ´opticas convencionais e dopadas. Cap´ıtulo 1. Figura 1.12. Etapas da fabrica¸c˜ao de fibras fluoradas: no topo da figura fabrica¸c˜ao do n´ ucleo e da casca; embaixo a fabrica¸c˜ao pelo m´etodo da jaqueta [25]. Figura 1.13. M´etodo da jaqueta para fabrica¸c˜ao de fibra fluorada monomodo [25]. 23.

(40) 1.4 Fator de Recobrimento de Fibras Dopadas. Cap´ıtulo 1. fibras fluoradas. As fibras com as quais trabalhamos s˜ao apresentadas na tabela 1.2 com suas concentra¸c˜oes de Tm3+ Empresa fornecedora vidro concentra¸ c˜ ao Le Verre Fluor´e ZBLAN 2000ppm Le Verre Fluor´e ZBLAN 5000ppm INO silicato 1400ppm Lab. LPMC6 silicato 260ppm Tabela 1.2. Fibras utilizadas. 1.4. FATOR DE RECOBRIMENTO DE FIBRAS DOPADAS Nas fibras dopadas com terras raras usadas como meio amplificador, h´a dois fei-. xes de comprimentos de onda diferentes (bombeamento e sinal) se propagando, se superpondo e interagindo com o dopante. A efic´acia das trocas de energia depende da propor¸c˜ao de energia que ´e efetivamente confinada no n´ ucleo da fibra e do recobrimento entre a energia luminosa e a distribui¸c˜ao dos dopantes.. 1.4.1. Defini¸c˜ oes e nota¸c˜ oes. Os dois feixes que se propagam na fibra no caso deste trabalho de tese s˜ao o sinal e o bombeio. Suas distribui¸c˜oes transversais de energia normalizadas s˜ao respectivamente sr (r,θ,νs ) e pr (r,θ,νp ). As distribui¸c˜oes s˜ao consideradas homogˆeneas e normalizadas 6 fibra experimental cedida por B.Dussadier do Laboratoire de Physique de la Mati`ere Condens´ee (LPMC) da Universit´e de Nice-Sophia Antipolis em Nice, Fran¸ca.. 24.

(41) 1.4 Fator de Recobrimento de Fibras Dopadas. Cap´ıtulo 1. na se¸c˜ao transversal de maneira que Z. 2π. Z. ∞. Z. 2π. Z. pr (r, θ, νp )rdrdθ = 0. 0. ∞. sr (r, θ, νs )rdrdθ = 1 0. (.). 0. O fator de confinamento do bombeio no n´ ucleo ´e definido como Z. 2π. Z. ηp =. a. pr (r, θ, νp )rdrdθ 0. (.). 0. f = πa2 /ηp , onde a ´e o raio do Define-se uma ´area efetiva do modo do bombeio Aef p. n´ ucleo. Quanto mais o modo se aproxima da frequˆencia de corte (equa¸c˜ao .), mais a distribui¸c˜ao se alarga do n´ ucleo para a casca. Por consequˆencia o modo ´e fracamente confinado e sua ´area efetiva ´e grande.. A distribui¸c˜ao d(r) de dopantes ´e suposta de geometria cil´ındrica, sem dimens˜ao, de maneira que a. Z. d(r)rdr = An´ucleo = πa2. 2π. (.). 0. onde d(r) = 0 para r > a. A defini¸c˜ao do fator de recobrimento Γdp do bombeamento (pump) com os dopantes (sem dimens˜ao) ´e Z. 2π. Z. Γdp =. a. d(r)pr (r, θ, νp )rdrdθ 0. (.). 0. f Da mesma maneira s˜ao definidos ηs , Γds e Aef para o sinal. De maneira ainda s. mais geral o recobrimento simultˆaneo dos dois feixes com os dopantes ´e dado por Γdsp (dopante/sinal/bombeio) ou Γdpp (dopante/bombeio/bombeio).. 25.

(42) 1.4 Fator de Recobrimento de Fibras Dopadas. 1.4.2. Cap´ıtulo 1. Aproxima¸c˜ ao gaussiana do modo fundamental. Na aproxima¸c˜ao gaussiana a distribui¸c˜ao radial de energia do modo fundamental LP01 para o bombeio pr (r,θ,νp ) ´e "  2 # 2 r pr (r, νp ) = exp −2 πwp2 (νp ) wp (νp ). (.). onde wp ´e o raio do modo que depende de νp pode ser calculado em fun¸c˜ao da frequˆencia normalizada Vp pela f´omula emp´ırica proposta por Marcuse [26]: 1.619 2.879 wp = 0.65 + 1.5 + a Vp Vp6. (.). onde Vp por sua vez ´e a frequˆencia normalizada definida na equa¸c˜ao .. No caso de uma distribui¸c˜ao constante dos dopantes no n´ ucleo, os fatores de confinamento e recobrimento ficam: " ηp,s = 1 − exp −2. Γdps. 2 = 2 π(wp + ws2 ). . . a wp,s. 2 #.    1 1 2 + 1 − exp −2a . wp2 ws2. O Γdpp ´e calculado pela mesma equa¸c˜ao que o Γdps substituindo wp por ws .. 26. (.). (.).

(43) Referˆencias Bibliogr´aficas. Cap´ıtulo 1. ˆ ´ REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS [1] E. Desurvire, Erbium-Doped Fiber Amplifiers - Principles and Applications, pages 246–255, Wiley InterScience. [2] C. Fludger, Raman Amplifiers for Broad Band Communications, OPTICAL AMPLIFIERS AND THEIR APPLICATIONS 2002-Vancouver. OAA 2002, Short Course Notes, 2002 . [3] S. Namiki and et al, Broad Band Raman Amplifiers for WDM Transmission, Optics and Photonics News, jul. 2002 . [4] J. Hansryd and P. A. Andrekson, Broad Band Continuous-Wave-Pumped Fiber Optical parametric Amplifier with 49 dB Gain and Wavelength Conversion Efficiency, IEEE Photonics Technology Letters 13(3), 194–196 ( March 2001). [5] J. Hansryd and et al., Fiber-Based Optical Parametric Amplifier and Their Applications, IEEE Journal of Selected Topics in Quantum Electronics 8(3), 506–520 ( May/Jun. 2002). [6] M. J. Connelly, Semiconductor Optical Amplifiers, Kluwer Academic Publishers, 2002. [7] Michel J.F. Digonnet, Brian J. Thompson (Editor), Selected Papers on RareEarth-Doped Fiber Laser Sources and Amplifiers (Spie Milestone Series, Vol. MS 37), SPIE–The International Society for Optical Engineering, July 1991. [8] J. Hecht, City of Light : The Story of Fiber Optics, Oxford University Press, 1st edition, 1999.. 27.

(44) Referˆencias Bibliogr´aficas. Cap´ıtulo 1. [9] Halliday, Resnick, and Krane, Fisica 4, page 15, LTC-Livros T´ecnicos e Cient´ıficos Editora S.A., 4 edition. ´ [10] W. F. Giozza, E. Conforti, and H. Waldman, Fibras Opticas - Tecnologia e Projeto de Sistemas, McGraw-Hill, 1991. [11] J. R. Simpson and J. B. MacChesny, Alternate dopants for silicate waveguides, Eletronic.Lett. 19, 261 (1983). [12] J. R. Simpson and J. B. MacChesny, Alternate dopants for silicate waveguides, Proc. Optical Fiber Comunications Conference, OFC ’82, paper TuCC5, Optical Society of America, Washington DC, 1982. [13] S. B. Poole, D. N. Payne, and M. E. Fermann, Fabrication of low-loss optical fibers containing rare-earth ions, Eletronic.Lett. 21(17), 737 (1985). [14] S. B. Poole, D. N. Payne, R. J. Mears, M. E. Fermann, and R. I. Laming, Fabrication and characterization of low-loss optical fibers containing rare-earth ions, IEEE J. Lightwave Technol. 4(7), 870 (1986). [15] B. J. Ainslie, S. P. Craig, and S. T. Davey, The fabrication and optical properties of Nd3 in silica-based fibers, Material Lett. 5(4), 143 (1987). [16] T. F. Morse, L. Reinhart, A. Kilian, W. Risen, and J. W. Cipolla, Aerosol-doping technique for MCVD and OVD, in Proc. SPIE Conference on Fiber Laser Sources and Amplifiers 1171(72) (1989). [17] R. P. Tumminelli, B. C. MacCollum, and E. Snitzer,. Fabrication of high-. concentration rare-earth doped optical fibers using chelates, IEEE J. Lightwave Technol. 8(11), 1680 (1990). 28.

(45) Referˆencias Bibliogr´aficas. Cap´ıtulo 1. [18] E. Desurvire, Erbium-Doped Fiber Amplifiers-Principles and Applications, page 212, Wiley InterScience. [19] J. R. Simpson, Fabrication of rare-earth doped glass fibers, in Proc. SPIE Conference on Fiber Laser Sources and Amplifiers 1171 (1989). [20] J. R. Simpson, Rare-earth doped fiber fabrication: techniques and physical properties, in Rare Earth Doped Fiber Lasers and Amplifiers , edited by M. F. J. Digonnet, Marcel Dekker, New York, 1993. [21] B. J. Ainslie, A review of the fabrication and properties of erbium-doped fibers for optical amplifiers, IEEE J. Lightwave Technol. 9(2), 220 (1991). [22] P. L. Bocko, Rare-earth doped optical fibers by the outside vapor deposition process, in Proc. Optical Fiber Communications Conference, OFC ’89 , paper TuG2, Optical Society of America, Washington DC, 1989. [23] S. Mitachi, S. Shibata, and T. Manabe, Teflon FEP-clad fluoride glass fibres, Electron. Lett. 17, 128 (1981). [24] S. Mitachi, T. Miyashita, and T. Kanamori, Flouride-glass-cladded optical fibers for mid-infrared ray transmission, Electron. Lett. 17, 591 (1981). [25] P. C. Becker, N. A. Olsson, and J. R. Simpson, Erbium-Doped Fiber Amplifiers - Fundamentals and Technology, page 15, Academic Press. [26] D. Marcuse, Theory of dielectric optical waveguides, New York: Academic Press, 1974.. 29.

(46) CAP´ITULO 2. ˜ ´ DEFINIC ¸ OES ESPECTROSCOPICAS. 30.

(47) 2.1 Transi¸c˜ao espontˆanea. Cap´ıtulo 2. Neste cap´ıtulo definimos algumas grandezas espectrosc´opicas necess´arias para a descri¸c˜ao do trabalho desta tese com base nas referˆencias [1, 2, 3]. Inicialmente definimos a taxa de transi¸c˜ao espontˆanea e o tempo de vida desta transi¸c˜ao para sistema atˆomico de dois n´ıveis: o estado fundamental |ii e o estado excitado |ji. Em seguida definimos a se¸c˜ao de choque, forma de linha e taxa de transi¸c˜ao induzida. Posteriormente definimos a amplifica¸c˜ao e a absor¸c˜ao dos feixes luminosos devido a sua intera¸c˜ao com os ´ıons do n´ ucleo da fibra ´optica. Finalmente apresentamos algumas caracter´ısticas das fibras ´opticas utilizadas no modelo e a express˜ao para as intensidades de potˆencias ´opticas que se propagam na fibra.. 2.1. ˜ ESPONTANEA ˆ ˆ TRANSIC ¸ AO ENTRE DOIS N´IVEIS ATOMICOS E TEMPO DE VIDA A taxa de emiss˜ao espontˆanea Aji (ou coeficiente de Einstein para emiss˜ao es-. pontˆanea) de um n´ıvel |ji para um n´ıvel |ii de energia mais baixa ´e dNj,espont = −Nj (t)Aji dt. (.). onde Nj ´e a densidade de popula¸c˜ao do n´ıvel |ji no instante t. O tempo de vida associado ao n´ıvel |ji ´e o inverso de Aij se somente a transi¸c˜ao espontˆanea ´e permitida entre os n´ıveis |ji e |ii. As transi¸c˜oes espontˆaneas entre dois n´ıveis s˜ao de duas naturezas: radiativas quando h´a emiss˜ao de f´otons na frequˆencia ´optica correspondente `a diferen¸ca de energia entre os n´ıveis eletrˆonicos |ii e |ji, e n˜ao radiativas quando a dissipa¸c˜ao de energia ´e feita por fˆonons da rede hospedeira. O tempo de vida de um. 31.

(48) 2.2 Se¸c˜ao de choque. Cap´ıtulo 2. n´ıvel energ´etico leva em conta estas duas contribui¸c˜oes: 1 1 1 = rad + f on . τj τj τj 2.2. (.). ˜ DE CHOQUE SEC ¸ AO A se¸c˜ao de choque de uma transi¸c˜ao particular entre dois estados de um ´ıon repre-. senta a probabilidade desta transi¸c˜ao ocorrer com a emiss˜ao ou absor¸c˜ao de luz. Ou seja, dados dois estados, |ii e |ji, de energias Ei e Ej , a probabilidade de absor¸ca˜o de um f´oton de energia hν = Ej − Ei ´e proporcional a σij e a probabilidade de ocorrer emiss˜ao de um f´oton hν = Ej − Ei ´e proporcional a σji . A se¸c˜ao de choque tem dimens˜ao de ´area. A potˆencia luminosa absorvida na frequˆencia correspondente a diferen¸ca de energia entre os dois n´ıveis |ii e |ji ´e dada por Pabs = σij I. (.). onde I ´e a intensidade da luz incidente sobre o ´ıon. Analogamente para uma quantidade de luz emitida Pem = σji I. (.). Para uma cole¸c˜ao de ´ıons idˆenticos, com popula¸c˜oes Ni e Nj , a potˆencia total de luz de intensidade I trocada entre os dois n´ıveis ´e ∆Pem = Pem − Pabs = (Nj σji − Ni σji )I. (.). e a potˆencia absorvida tem o sinal oposto `a esta quantidade. A ´area da se¸c˜ao de choque tem unidades de cm2 Hz e ´e chamada for¸ca de oscilador 32.

(49) 2.3 Emiss˜ao estimulada e amplifica¸c˜ao em uma fibra. Cap´ıtulo 2. ou for¸ca da transi¸c˜ao Z. ∞. σ(ν)dν. S=. (.). 0. A forma de σ(ν) indica a magnitude da intera¸c˜ao para cada frequˆencia ν. Define-se por isso uma fun¸c˜ao normalizada dividindo σ(ν) pela ´area S. Esta fun¸c˜ao ´e denominada R∞ forma de linha f (ν), onde 0 f (ν)dν = 1. σ(ν) = Sf (ν). (.). cuja largura ´e denominada largura de linha ∆ν (largura correspondente `a FWHM). A se¸c˜ao de choque de uma transi¸c˜ao ´e σ(ν) =. λ2 8πtsp f (ν). (.). onde tsp ´e o tempo de vida espontˆaneo, f (ν) forma de linha e λ o comprimento de onda do feixe incidente [1].. ˜ ESTIMULADA E AMPLIFICAC ˜ EM UMA FIBRA EMISSAO ¸ AO. 2.3 2.3.1. Transi¸c˜ ao induzida. Na presen¸ca de um feixe monocrom´atico de frequˆencia ν correspondente `a diferen¸ca de energia entre os dois n´ıveis, um ´atomo pode ser excitado do n´ıvel |ii para o n´ıvel |ji, absorvendo um f´oton incidente. Analogamente um f´oton incidente pode provocar a desexcita¸c˜ao de um ´atomo previamente excitado de |ji para |ii, emitindo um f´oton adicional ao feixe incidente idˆentico ao f´oton incidente; mesmas frequˆencias, fases, dire¸c˜oes de propaga¸c˜ao e estados de polariza¸c˜ao. As taxas de transi¸c˜ao induzida de. 33.

(50) 2.3 Emiss˜ao estimulada e amplifica¸c˜ao em uma fibra. Cap´ıtulo 2. |ji → |ii e de |ii → |ji s˜ao idˆenticas e proporcionais `a intensidade do feixe incidente. A dinˆamica da absor¸c˜ao e da emiss˜ao induzidas ´e expressa como dNj,ind = −dNi,ind = (Ni Bij − Nj Bji )uij dt. (.). onde Ni e Nj s˜ao as densidades de popula¸c˜ao dos respectivos n´ıveis |ji e |ii, uij ´e a densidade de energia da transi¸c˜ao centrada em νij e Bij (B = λ3 /8πhtsp ) ´e o coeficiente de Einstein de transi¸c˜ao induzida |ii → |ji [1]. Dentro do n´ ucleo de uma fibra ´optica, o produto Wij = Bij uij ´e Wij = Bij uij = σij. Iij hνij. (.). σij ´e a se¸c˜ao de choque no centro da transi¸c˜ao |ii → |ji e Iij = (c/n)·uij ´e a intensidade ´optica total centrada em νij e n o ´ındice de refra¸c˜ao do meio. Como h´a um alargamento espectral da linha, ´e preciso considerar Wij como a integral de recobrimento entre a densidade espectral da intensidade luminosa I(ν) e da se¸c˜ao de choque σ(ν): Z. +∞. Wij = −∞. I(ν) σij σij (ν) dν ≈ ∆νef f hν hνij. Z. +∞. f (ν)I(ν)dν. (.). −∞. onde f (ν) ´e a forma da linha de transi¸c˜ao cuja largura efetiva ∆νef f ´e definida como ∆νef f · f (νij ) = 1. No caso em que a forma de linha f(ν) varie muito lentamente ou muito rapidamente em rela¸c˜ao `a I(ν) pode-se usar a express˜ao . para Wij . Como no sistema estudado os n´ıveis n˜ao s˜ao degenerados, as taxas de transi¸c˜ao s˜ao idˆenticas nos dois sentidos satisfazendo a Lei de Einstein. Logo, as se¸c˜oes de choque σij e σji s˜ao iguais. A evolu¸c˜ao da popula¸c˜ao do n´ıvel excitado ´e portanto  dNj,total = dNj,espont + dNj,ind =. Iij −Nj + (Ni − Nj ) σij τj hνij. 34.  dt. (.).

(51) 2.4 Absor¸c˜ao e amplifica¸c˜ao. 2.3.2. Cap´ıtulo 2. Se¸c˜ ao de choque de emiss˜ ao espontˆ anea. Em uma linha alargada homogeneamente, a se¸c˜ao de choque de uma emiss˜ao espontˆanea ´e dada pela express˜ao [4]: λ2s β21 σ21 (ν) = f (ν) = σs ∆νef f f (ν) 8πn2c τ2. (.). onde λs = λ0 /n ´e o comprimento de onda central da linha, σs ´e a se¸c˜ao de choque de emiss˜ao estimulada no centro da transi¸c˜ao, f (ν) ´e a forma de linha da transi¸c˜ao.. 2.4. ˜ E AMPLIFICAC ˜ ABSORC ¸ AO ¸ AO Quando um feixe luminoso monocrom´atico se propaga em um meio com. popula¸c˜ao de ´atomos de dois n´ıveis, ocorrem absor¸c˜oes e emiss˜oes induzidas proporcionais `as densidades de popula¸c˜ao que ocupam inicialmente os dois n´ıveis de energia. Em um comprimento dz do meio, a varia¸c˜ao dIij de intensidade luminosa atrav´es de transi¸c˜oes induzidas ´e (desprezando a contribui¸c˜ao da emiss˜ao espontˆanea) dIij = (Ni − Nj )σij Iij dz = γij (z)Iij dz. (.). De acordo com a distribui¸c˜ao de ´atomos nos dois n´ıveis de energia, a intensidade luminosa ´e absorvida ou amplificada. No primeiro caso o sistema est´a em equil´ıbrio t´ermico onde Nj /Ni = e−hvij /kT , j´a no segundo caso h´a invers˜ao de popula¸c˜ao onde Nj > Ni (meio laser). Localmente o ganho linear γij ´e t˜ao grande quanto a invers˜ao de popula¸c˜ao. Se esta ´e constante ao longo do meio , ent˜ao o ganho linear ´e constante e o crescimento. 35.

(52) 2.4 Absor¸c˜ao e amplifica¸c˜ao. Cap´ıtulo 2. da intensidade ´e exponencial Iij (z) = Iij (0) exp(γij z)). 2.4.1. (.). Caracter´ısticas da fibra. Consideramos a fibra monomodo ou fracamente multimodo nas frequˆencias que se propagam, comprimento L, n´ ucleo de ´ındice perfil retˆangular de raio a e abertura num´erica Ω. O sistema de coordenadas cil´ındricas descreve cada ponto M (z, r, θ) da fibra. Localmente a concentra¸c˜ao volum´etrica dos ´ıons de terra rara NT dentro do n´ ucleo da fibra ´e suposta de simetria cil´ındrica e constante ao longo da fibra. Esta concentra¸c˜ao total ´e a soma das concentra¸c˜oes nos diversos n´ıveis do ´ıon terra rara, cada n´ıvel com concentra¸c˜ao Ni (z, r, θ). Define-se NT (r) = NT d(r), onde d(r) ´e uma distribui¸c˜ao adimensional que satisfaz Z 2π. a. d(r)rdr = Anucleo = πa2. (.). 0. A abertura num´erica Ω determina a por¸c˜ao dos f´otons emitidos espontˆaneamente dentro de um ˆangulo s´olido de 4π stereoradianos guiados pela fibra numa das dire¸c˜oes de propaga¸c˜ao da fibra. Supondo o ´ındice de refra¸c˜ao nc do n´ ucleo da fibra invariante com a frequˆencia w, podemos aproximar w por 1 w= 2 se. Ω nc. .  1 − cos sen. −1. . << 1.. 36. Ω nc. . 1 ≈ 4. . Ω nc. 2 (.).

(53) 2.4 Absor¸c˜ao e amplifica¸c˜ao. 2.4.2. Cap´ıtulo 2. Intensidades de potˆ encias ´ opticas. As densidades espectrais de intensidade e de potˆencia ´opticas se propagando na fibra s˜ao definidas como Is± = Ps± (t, z, ν)sr (r, θ) Ip = Pp (t, z, ν)pr (r, θ). (.). onde Is,p (t, z, r, θ, ν) ´e a densidade espectral de intensidade e Ps,p (t, z, ν) a densidade espectral de potˆencia do sinal e do bombeio respectivamente. Os sinais ± definem o sentido de propaga¸c˜ao do sinal em rela¸c˜ao ao bombeio. Podemos escrever para a frequˆencia do sinal como Ws = σs. (Is+ + Is− ) . hν. (.). Lembrando que as distribui¸c˜oes transversais pr (r, θ), sr (r, θ) s˜ao normalizadas (equa¸c˜ao .).. 37.

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