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Estudo comparativo das práticas inovadoras das cooperativas agropecuárias: o caso do território missioneiro no Brasil, Argentina e Paraguai

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTABEIS, ECONOMIA E

COMUNICAÇÃO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM GESTÃO DE COOPERATIVAS

ESTUDO COMPARATIVO DAS PRÁTICAS INOVADORAS DAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS: O CASO DO TERRITÓRIO MISSIONEIRO NO BRASIL,

ARGENTINA E PARAGUAI.1

Senirio Naujork2 Pedro Luís Büttenbender3 Resumo:

Neste artigo será apresentada a caracterização de três cooperativas do Mercosul, objetos deste estudo, de modo a permitir que se conheça sua história, seus feitos e principalmente seu modo de atuar junto aos associados. De cada cooperativa serão apresentados os principais produtos, suas práticas e atividades, assim como as ações e projetos que desenvolvem voltadas a responsabilidade social, preservação e conservação do meio ambiente, e como se utilizam do marketing para divulgar estas ações.

Palavras Chave: Cooperativismo, Território Missioneiro, Práticas Inovadoras, Governança. 1 – Introdução:

Os cenários de mudanças vividos em muitas organizações fazem com que elas busquem constantemente uma gestão com ações inovadoras, voltada a diferenciação de suas marcas e produtos para tornarem-se cada vez mais competitivas, levando em consideração o aspecto ambiental, social e econômico-financeiro.

A gestão cooperativa passa por um claro entendimento da complexa realidade que a envolve. Além de estar inserida no sistema capitalista, tem de um lado os interesses dos cooperados, sem os quais não existiria, e de outro, os funcionários que também têm suas expectativas, e num outro extremo o mercado no qual a cooperativa está inserida.

Sendo assim, as organizações cooperativas podem dar maior ênfase a gestão voltada a projetos e ações que configurem os princípios cooperativos, indo de encontro a idéia de que as cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentável de suas comunidades, através de políticas aprovadas pelos seus membros, assumindo um papel social junto a comunidade onde estão inseridas. O tema central deste artigo é focado nas práticas voltadas às ações inovadoras que as cooperativas de produção do território Missioneiro dos três países realizam em seu entorno.

A escolha do tema justifica-se pela importância que as cooperativas agropecuárias têm em relação ao desenvolvimento de toda a comunidade, em especial à cadeia produtiva do

1 Artigo final do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas, oferecido pelo Departamento

de Administração, Contabilidade, Economia e Comunicação – DACEC da UNIJUI. Ano 2011.

2 Pós-graduando do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Cooperativas, DACEC/UNIJUI.

Formado em Economia (Unijuí -XXX): E-mail: senirion@yahoo.com.br Telefone 55-99280457

3 Mestre em Gestão Empresarial (FGV-EBAPE/2001) e Doutorando em Administração (UNaM).

Professor e pesquisador do Departamento de Administração, Contabilidade, Economia e Comunicação – DACEC da UNIJUI. Orientador do Estudo. E-mail pedrolb@unijui.edu.br

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agronegócio, e propõe buscar várias informações acerca das ações inovadoras desenvolvidas pelas cooperativas situadas na região missioneira, bem como o modo que estas ações estão influenciando os processos de gestão.

Dentre os fatores que motivaram a escolha estão a importância social e econômica das cooperativas para o Mercosul, considerando a diversidade de atividades que desempenham, já que atuam tanto no mercado de commodities quanto no mercado de varejo e, finalmente, porque o estudo da cultura organizacional dessas organizações representa um desafio, principalmente considerando o porte que têm, suas estruturas organizacionais e suas peculiaridades enquanto organizações ligada ao cooperativismo.

Este estudo tem como objetivo realizar um diagnóstico que procure identificar e analisar as ações e projetos inovadores desenvolvidos pelas cooperativas agropecuárias no território missioneiro. Para tanto, busca-se contextualizar as cooperativas objeto deste estudo; fundamentar conceitualmente estas cooperativas; diagnosticar ações inovadoras que são praticadas pelas cooperativas; verificar o quanto estas cooperativas se utilizam dessas práticas em seus processos de gestão; e finalmente sugerir estratégias ou mecanismos, ações que visam fortalecer o cooperativismo.

Para o alcance destes objetivos propostos, realizou-se uma pesquisa bibliográfica, tendo como base publicações sobre o cooperativismo em geral e principalmente sobre as cooperativas estudadas. De forma que estruturou-se este artigo da seguinte forma; inicialmente apresentam-se conceitos e definições do que é o cooperativismo, em seguida são apresentados os procedimentos metodológicos utilizados para o desenvolvimento da pesquisa, posteriormente são apresentadas as três cooperativas foco do estudo, sendo que e é realizado a seguir a análise comparativas destas, finalizando com as proposições e conclusões.

2 – Antecedentes Conceituais 2.1 Cooperativismo

Etimologicamente, segundo Pinho4, cooperação vem do verbo latino cooperari, de cum e operari que significa “operar juntamente com alguém”. Significa a prestação de auxílio para um fim comum. Do ponto de vista sociológico, cooperação é uma forma de integração social e pode ser entendida como ação conjugada, na qual as pessoas se unem de modo formal ou informal, para alcançar o mesmo objetivo. Por sua vez, o cooperativismo corresponde à doutrina, ou seja, à base das realizações cooperativas que visa à renovação social através da cooperação.

A OCB5 define cooperativa como uma associação autônoma de pessoas que se unem voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida. Baseiam-se em valores de ajuda mútua e responsabilidade, democracia, igualdade, eqüidade e solidariedade. Na tradição dos seus fundadores, os membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência, responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante.

No Brasil, o cooperativismo é legalmente representado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e mais especificamente no Paraná pela Organização das Cooperativas do Paraná (OCEPAR). O cooperativismo no Brasil é regido pela Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define no artigo 3º a cooperativa como uma “sociedade de pessoas com formas e natureza jurídica própria, não sujeitas à falência, organizadas para

4

PINHO, D. B. (1982). O pensamento cooperativo e o cooperativismo brasileiro. 18 ed. São Paulo: CNPq.

5

OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras. O Portal do Cooperativismo Brasileiro. Estrutura do Sistema OCB. Disponível em: <www.ocb.org.br>.

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prestar serviços aos associados, e sem finalidade lucrativa própria”. 2.2 O Cooperativismo e os seus Segmentos

A partir de 1993, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) deu início a modificações, no quadro de nomenclaturas dos segmentos cooperativos, adaptando-as às exigências atuais do mundo do trabalho, determinando os principais segmentos de cooperativas, conforme seguem6:

AGROPECUÁRIO: constituído por cooperativas cujos associados desenvolvem qualquer cultura ou criação rural. É o segmento com maior número de cooperativas.

CONSUMO: constituído por cooperativas de abastecimento cujas atividades consistem em forma estoques de bens de consumo (alimentos, roupas, medicamentos e outros artigos) para distribuição ao seu quadro social, em condições mais vantajosas de preço.

CRÉDITO: constituído por cooperativas que reúnem poupanças de seus cooperados para benefício destes, realizando empréstimos aos mesmos a juros mais baixos que os praticados pelos bancos comerciais. Podem ser de crédito rural, quando atuam no setor agropecuário; e de crédito urbano, quando funcionam como crédito mútuo dentro de empresa ou de categorias profissionais.

EDUCACIONAL: congrega empreendimentos cooperativos que têm como objetivo a educação nas escolas, a fundação de estabelecimentos de ensino ou sua manutenção. Normalmente, seu quadro social é formado de professores e pais de alunos, neste caso, também denominadas de cooperativa escola; quando formadas apenas por alunos, são denominadas de cooperativa escolar.

HABITACIONAL: constituído por cooperativas que visam proporcionar a seus cooperados a aquisição de moradia, abrangendo atividades de construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais.

ESPECIAL: constituído por cooperativas cujo quadro social é formado por pessoas relativamente incapazes, necessitando de tutela (índios, menores, deficientes mentais, auditivos etc.). Visam o desenvolvimento e maior integração social de seus associados.

MINERAÇÃO: ou mineral, é constituído por cooperativas que abrigam atividades de garimpo, específicas de mineração (extração, manufatura e comercialização), permitindo a seus associados uma alternativa de trabalho autônomo.

PRODUÇÃO: constituído por cooperativas em que os meios de produção, explorados pelos associados, pertencem à cooperativa. Os cooperados são o seu quadro social, funcional, técnico e diretivo.

SERVIÇO OU INFRAESTRUTURA: constituído por cooperativas que se limitam a prestar serviços direta e exclusivamente ao seu quadro social (eletrificação rural, telefonia rural etc). O associado é o único usuário desse serviço.

TRABALHO: constituído por cooperativas cujo quadro social é formado por diversos tipos de profissionais que prestam serviços a terceiros. É o segmento que mais cresce atualmente.

SAÚDE: constituído por cooperativas de médicos, odontólogos, psicólogos e atividades afins, que prestam atendimento à população, a preços mais acessíveis que os oferecidos pela iniciativa privada, podendo também ser formadas por usuários desses serviços.

TURISMO E LAZER: constituído por cooperativas que atuam no setor de turismo e lazer.

2.3 Cooperativismo agropecuário 6

OCB - Organização das Cooperativas Brasileiras. O Portal do Cooperativismo Brasileiro. Estrutura do Sistema OCB. Disponível em: <www.ocb.org.br>.

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As organizações cooperativas diferenciam-se por representarem a união de esforços de uma comunidade na busca de benefícios não possíveis de serem alcançados pelas pessoas individualmente.

Segundo Hartung7 ,

cooperativa é uma associação de pessoas com interesses comuns, organizada economicamente e de forma democrática, com a participação livre de todos que têm idênticas necessidades e interesses, com igualdade de deveres e direitos para a execução de quaisquer atividades, operações ou serviços.

A organização cooperativa é o resultado concreto da mais avançada forma de organização social e econômica: o Cooperativismo. E como tal, tem importante papel de despertar essas comunidades para o crescimento econômico e, sobretudo, para a evolução social.

O grande desafio das cooperativas agropecuárias é encontrar o equilíbrio entre os interesses econômico, social e político dos seus participantes. O interesse econômico reside no crescimento mútuo do patrimônio líquido do associado e da cooperativa; o social está ligado aos serviços que os associados e suas respectivas famílias recebem da cooperativa; e o político leva às disputas internas pelo poder, como também à representatividade de tal organização e de seus filiados perante a comunidade. Administrar esses interesses é uma tarefa difícil e complicada, e muitas empresas dessa categoria estão perdendo espaço para seus concorrentes por não conseguirem equilibrá-los satisfatoriamente8

. Rodrigues9

entende que as cooperativas, com suas características peculiares, compõem o único setor da economia cuja doutrina tem sua ênfase no equilíbrio entre o econômico e o social, o qual se instala como o seu primeiro desafio frente à globalização, pois exige eficiência e competitividade. Tal fato implicará, necessariamente, no aprimoramento de gestão, na redução de custos, na demissão de funcionários e de maus cooperados, e no tratamento diferenciado para os associados em função do tamanho, da eficiência e da reciprocidade.

3 – Procedimentos metodológicos:

Yin10 (2001) aponta o estudo de caso como adequado para o desenvolvimento de

estudos organizacionais e gerenciais, além de possuir um poder diferenciador pela sua capacidade de lidar com uma ampla variedade de fontes de evidências, tais como documentos, entrevistas e observações.

Ao proporcionar uma conjunção de diferentes formas de coleta de dados, o estudo de caso permite um aprofundamento nas questões que permeiam o problema de pesquisa, possibilitando maior compreensão do fenômeno em estudo.

Diante de tais definições e considerando que essa pesquisa tem por objetivo geral realizar um diagnóstico que procure identificar e analisar as ações adotadas pelas cooperativas agropecuárias no território missioneiro e a utilização de estratégias inovadoras, acredita-se

7

HARTUNG, Alcyr Peters. (1993). O Cooperativismo ao Alcance de Todos. Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina e Instituto Técnico das Cooperativas. Florianópolis – SC, p. 07.

8ANTONIALLI, L. M. (2000). Modelo de gestão e estratégias. Tese (Doutorado em Administração). Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade. Universidade de São Paulo. FEA/USP, São Paulo.

9 RODRIGUES, R. (1997). Novos rumos do cooperativismo. In: Congresso Brasileiro de

Cooperativismo, 11., 1997, Brasília, Anais... Brasília: Organização das Cooperativas Brasileiras –

OCB.

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que o estudo de caso envolvendo mais de uma organização seja indicado, pela possibilidade de elementos comparativos que permitem um aprofundamento e detalhamento do assunto.

A natureza da pesquisa corresponde a uma abordagem qualitativa, na obtenção dos dados primários e secundários. Para Richardson11, os procedimentos qualitativos são

adequados à compreensão dos fenômenos sociais enquanto processos dinâmicos vividos por grupos de indivíduos, principalmente quando se procura interpretá-los a partir do significado que as pessoas lhes atribuem. Complementando, Minayo12 afirma que “a pesquisa qualitativa

busca abstrair dos fenômenos sociais o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores, atitudes, motivações e aspirações.”

Permeando as demais fundamentações sobre o estudo qualitativo, Godoy13 afirma que

um fenômeno pode ser melhor compreendido no contexto em que ocorre e do qual é parte, devendo ser analisado numa perspectiva integrada. Para tanto, o pesquisador vai a campo buscando ‘captar’ o fenômeno em estudo a partir da perspectiva das pessoas nele envolvidas, considerando todos os pontos de vista relevantes.

Diante da convergência entre as definições citadas sobre a pesquisa qualitativa e os objetivos dessa pesquisa, acredita-se que sua natureza é predominantemente qualitativa. 3.1 Coleta de dados

Marconi e Lakatos14 afirmam que esta é a etapa da pesquisa em que se inicia a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de se efetuar a coleta dos dados previstos.

A pesquisa ateve-se inicialmente a um estudo teórico, na busca de uma melhor aproximação com o objeto de investigação. Estudo este que buscou compreender a dinâmica do funcionamento das cooperativas em estudo. A amostra foi constituída por 3 cooperativas: Cooperativa Tritícola Santa Rosa Ltda – COTRIROSA (BRASIL)

Cooperativa Tabacaleira de Misiones – CTM (ARGENTINA)

Cooperativa Colonias Unidas Agropecuária Industrial Limitada (PARAGUAI)

Buscou-se, também, nessa fase levantar informações sobre o cooperativismo no Brasil, Argentina e Paraguai, bem como um estudo sobre a metodologia de pesquisa.

Tendo em vista as diferenças apresentadas, buscou-se através da pesquisa bibliográfica, conhecer e estudar os princípios do cooperativismo, assim como os conceitos relacionados com responsabilidade social, também buscou-se conhecer a legislação do cooperativismo, estudar diferentes modelos de gestão, finalidades e de legislação das cooperativas.

No primeiro momento fez-se um estudo da história, a origem e os princípios do cooperativismo. Num segundo momento pesquisou-se sobre a responsabilidade social nas sociedades cooperativas, e a seguir alguns aspectos voltados ao marketing utilizado das mesmas.

Após realizou-se um estudo de caso nas três Cooperativas de produção, enfocando sua forma de funcionamento, seus objetivos e finalidades.

A coleta de dados especificamente no que diz respeito as cooperativas deu-se através

11 RICHARDSON, Robert Jarry et al. (1999). Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. Atlas, São

Paulo.

12 MINAYO, Maria Cecília De Souza. (1994). O Desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em

Saúde. 3. ed. HUCITEC-ABRASCO, São Paulo-Rio de Janeiro, p. 21.

13 GODOY, A. S. (1995). Pesquisa qualitativa – tipos fundamentais. In: Revista de Administração de

Empresas. São Paulo: v.35, n.3, p. 57-63, Mai-Jun 1995, p. 21.

14MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico: 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001.

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de pesquisa em materiais impressos disponibilizados pelas cooperativas assim como realizou-se também pesquisas por meio eletrônico, no caso das cooperativas que dispõem deste recurso para divulgação de informações.

3.2 Descrição e análise

Este estudo levou a perceber que, as sociedades cooperativas necessitam além de adotar ações de responsabilidade social, adotar mecanismos de marketing para divulgar essas ações.

Deverão também, buscar formas de gestão e de demonstrações de comprometimento social simples e claras, para que, nas Assembléias Gerais, não seja somente um repasse de informações distante do agricultor, para que este decida de maneira consciente os rumos da cooperativa e se sinta elemento importante para o crescimento desta, podendo o grupo encontrar soluções em conjunto para os problemas, contribuindo para o desenvolvimento da cooperativa.

4 – Cooperativas agropecuárias no Território Missioneiro

Neste item será apresentada a caracterização das três cooperativas objetos deste estudo, de modo a permitir que se conheça sua história, seus feitos e principalmente seu modo de atuar junto aos associados. De cada cooperativa serão apresentados os principais produtos, suas práticas e atividades, assim como as ações e projetos que desenvolvem voltadas a responsabilidade social, preservação e conservação do meio ambiente, e como se utilizam do marketing para divulgar estas ações.

4.1 Caracterização da Cotrirosa (BRASIL)

A Cooperativa Tritícola Santa Rosa Ltda (Cotrirosa) está ligada ao ramo agropecuário, sendo associada à Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro) e a Organização das Cooperativas do Rio Grande do Sul (Ocergs). Através dessas entidades representativas do Cooperativismo gaúcho, a Cotrirosa está ligada à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Seu funcionamento é baseado na Lei Cooperativista 5.764 de 1971, que rege todas as sociedades cooperativas.

A Cooperativa é administrada por uma diretoria composta de três associados eleitos pela Assembléia Geral dos associados, a qual possui mandato de 4 anos, sendo eles: presidente, vice-presidente e secretário. Também eleito pela Assembléia Geral, o Conselho de Administração, igualmente com mandato de quatro anos, é composto por dois representantes dos 12 municípios da área de atuação, sendo um efetivo e um suplente de cada município. Esse conselho reúne-se mensalmente para deliberar sobre os principais assuntos relacionados à administração da Cotrirosa. Já o Conselho fiscal, com mandato de um ano, é composto por seis associados, sendo três efetivos e três suplentes. A além da auditoria externa, esse conselho exerce a função de órgão fiscalizador de todas as atividades da Cooperativa.

4.1.1Histórico da Cotrirosa

A Cooperativa Tritícola Santa Rosa Ltda (Cotrirosa) foi fundada no dia 29 de junho de 1968, por um grupo de 77 agricultores que perceberam o crescimento da agricultura, principalmente na produção de grãos. No entanto, como estavam em busca do desenvolvimento, resolveram investir no sistema cooperativo, sendo assim sentiram a necessidade de armazéns para armazenar os grãos que eram escassos naquela época, mas que viria a facilitar suas vidas dentro de um sistema cooperativo, que tinha como finalidade uni-los e defendê-uni-los economicamente.

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Estado que estimula a produção de trigo e a fundação de cooperativas par auxiliá-lo nesta tarefa, por outro lado, porém, nada disto teria sucedido se não fosse a capacidade de organização e de mobilização dos triticultores...,... responderam favoravelmente ao chamado oficial no sentido de criarem cooperativas, eles o fizeram como forma de se fortalecerem para enfrentar os comerciantes intermediários e, igualmente, para poderem exercer pressão sobre o Estado15.

Os 77 associados mediante suas necessidades não pouparam esforços e traçaram os rumos da Cooperativa: assistência técnica, orientação aos associados, modernização da agricultura, repasse de recursos financeiros para o custeio das lavouras de trigo e soja, formação de uma estrutura de armazenagem, função principal da cooperativa naquela época e também estando voltada principalmente em função do binômio trigo e soja, atualmente com incentivo na produção leiteira.

Apesar das dificuldades na agricultura os associados fizeram com que a Cotrirosa tivesse um rápido crescimento, fortalecendo cada vez mais a união dos produtores e a cooperativa como um todo. Percebendo a necessidade da diversificação, a Cotrirosa passou então a investir na atividade leiteira, com montagem de uma estrutura para atender a demanda da produção de leite da região.

Com o passar do tempo o número de associados foi aumentando significativamente, buscando na cooperativa um órgão que viesse atender as necessidades da agricultura, resolvendo seus problemas, principalmente da comercialização dos produtos e assistência técnica necessária para a implantação das lavouras. Atualmente a cooperativa conta com 5.400 associados, sendo que 83% são considerados mini e pequenos produtores distribuídos em 16 Unidades da Cooperativa.

Atualmente a Cotrirosa conta com 390 colaboradores para atender a seus associados e clientes. Sendo que a capacidade de armazenagem de grãos é de 230 mil toneladas.

Os municípios da área de atuação da cooperativa na região são os seguintes: Santa Rosa, Cândido Godói – Linha Natal, Ubiretama – 23 de Julho e Pederneiras, Campina das Missões - Cidade e 1º de Março, Porto Lucena, Alecrim, Santo Cristo – Cidade, Linha Guaraipo e Bom Princípio, Tuparendi – São Marcos, Porto Mauá – São José do Mauá, Tucunduva, Novo Machado – Vila Pratos e Giruá.

4.1.2 Principais Produtos e Serviços da Cotrirosa

A Cotrirosa tem como foco principal o setor agropecuário, onde são desenvolvidos os principais produtos e serviços:

• Laboratório de análise de solos e sementes;

• Moinho de trigo (cap. moagem – 1.200 ton/mês) e moinho de milho (cap.moagem 500 ton/mês);

• Estação meteorológica; • Assistência técnica; • Comunicação e educação;

• Financiamento aos associados para atividades agrícolas; • Produção de sementes;

• Repasse de recursos oriundos do crédito agrícola;

• Comercialização e armazenamento de produtos como: soja, trigo, milho triticale,

15 FRANTZ, Walter. (2005). Reflexões Apontamentos sobre o Cooperativismo. Coleção Cadernos

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sorgo, entre outros;

• Sistema de troca de sementes, insumos, farinha por trigo entre outros; • Cursos profissionalizantes, dias de campo, palestras, viagens de estudo

• Rede de supermercados com 16 lojas, além da comercialização de produtos com as marcas NUTRIROSA e COTRIROSA.

4.2 Cooperativa Tabacaleira de Misiones – CTM (ARGENTINA)

Desde sua fundação em 25 de agosto de 1984, a missão de cooperativa Tabacaleira de Misiones Limitada (CTM), foi alcançar excelência em qualidade para poder obter um lugar de distinção no mercado mundial e construir um futuro melhor para seus produtores.

Inicialmente foram 36 os fundadores do CTM e hoje conta com a mais de 7.000 produtores em suas distintas áreas.

Solidariedade, cooperação, responsabilidade social e vontade de trabalho constituem os pilares sobre os quais se assenta a instituição desde seu nascimento. Além de buscar construir uma importante base de processamento de tabacos de alta qualidade e com presença internacional entre os principais compradores no mundo.

Visualizando o futuro e preocupados com conseguir uma melhor qualidade de vida para os produtores, desenvolvendo um programa de diversificação produtiva que envolve a produção citrícola, a produção de sucos não-calóricos naturais, assim como o reflorestamento em propriedades de produtores associados. Todas essas propostas têm como objetivo harmonizar a formação de uma reserva de economia para o futuro dos descentes dos associados.

4.2.1 Atividades desenvolvidas

A atividade tradicional do CTM é a produção de tabaco Burley. Atualmente produzem na área de Campo 5.800 produtores, em uma extensão de mais de 10.500 hectares com uma capacidade de produção de mais de 17.000 toneladas anuais de tabaco.

Os produtores estão organizados em zonas de produção que compreendem entre 180 e 200 produtores cada uma. Todos recebem assistência técnica e capacitação por parte da Equipe Técnica de Campo, que em sua maioria está composto por agrônomos especializados. A assistência não só abrange todas as práticas culturais a ser aplicadas nas distintas etapas do cultivo, mas também a distribuição de insumos como semente adquirida de fornecedores qualificados e agroquímicos com exclusivo uso no cultivo de tabaco. O assessoramento se realiza de modo personalizado e através de reuniões em grupo. Os técnicos preparam relatórios periódicos, os quais permitem monitorar o estado da produção, volumes estimados em toneladas por zonas, como também solucionam possíveis inconvenientes e solucionam dúvidas que o produtor possa ter.

O pacote tecnológico que dirige a Área de Campo é apoiado pelas investigações e ensaios que se levam a cabo na Unidade de Investigação e Desenvolvimento. Os tipos de ensaios se determinam tendo especial consideração nas sugestões dos clientes e os resultados obtidos em campanhas anteriores, rendimento cultural e qualidade comercial do tabaco. Obtêm-se conclusões das variedades mais indicadas para cada um dos produtores, como assim também respostas a respeito de específicos níveis de fertilização, assim como, técnicas conservacionistas do solo.

Com o propósito de avançar na solução definitiva da erosão hídrica nas plantações de tabaco que tinham riscos mais pronunciados, onde eram realizados cultivo tradicional, a partir de 1997 se começou a difundir com mais ênfase a plantação direta. O êxito alcançado em cada campanha fez que este sistema continuasse a ser implementado, já que esta prática que demonstrou ser muito benéfica no sentido de amenizar e controlar a erosão, desta forma o propósito é se alcançar a 100% de lavoura conservacionista dentro dos próximo anos.

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No ano de 1998 introduziu-se o sistema de mudas flutuantes com um volume inicial de 100 hectares. Esta modalidade de plantação permitiu a eliminação do uso de brometo de metil e contribuiu com a preservação dos recursos naturais, assim como com o meio ambiente. Para os produtores contribui para uma melhor qualidade e uma produção mais uniforme. A aplicação deste método foi aumentando progressivamente através das campanhas e em 2004 alcançou a totalidade dos produtores que já haviam adotado este sistema de produção de plantas.

Além disso, CTM participa da Rede MIPE (Manejo Integrado de Pragas e Enfermidades) da província de Missões, mediante a qual se busca obter um produto de excelente qualidade com a implementação de novas alternativas de controle de pragas e enfermidades. A capacidade do programa desenvolvido permite implementar capacitações em grande escala (10.000 produtores em 36 meses), com o desenvolvimento do Manual de Campo, do Guia Técnico MIPE, da caderneta de monitoramento e do Protocolo de Inspeção para o MIPE e GAP. Neste programa participam todas as empresas do setor em conjunto com o INTA. Com isso se está desenvolvendo desde 2002 um dos mais destacados a níveis de produção em termos mundiais.

Uma vez aprovisionado o tabaco, processa-se no equipamento processador que possui uma capacidade de 12.000 kilogramos/hora. Contando com tecnologia de ponta a fim de poder responder às exigências dos principais mercados internacionais. Em torno de 600 pessoas trabalham em tempo integral neste processo, buscando com isso cumprir em tempo e forma os compromissos assumidos.

Além disso, do equipamento industrial, o pessoal também é altamente qualificado em todas suas áreas. De modo que a organização e responsabilidade no cumprimento com os requerimentos dos clientes deram origem a um forte posicionamento da CTM. Desta forma, se está processando diretamente para a principal manufatureira de cigarros no âmbito mundial, superando a própria produção fabril.

Ano após ano tem-se incorporado melhoras para reduzir tempo e aumentar o rendimento, buscando obter uma melhor classificação e seleção das folhas de tabaco, alcançando uma excelente higiene e segurança industrial e sobretudo, procurando aplicar uma adequada administração de custos.

A Área de Controle de Qualidade desenvolve um rigoroso controle da integridade e dos aspectos sanitários do tabaco, assim como o mantém livre de qualquer matéria estranha. Com o passar do processo se tomam amostras para verificar o nível de umidade, a composição química e as percentagens ótimas requeridas para a obtenção dos distintos blends. Este monitoramento se realiza inicialmente em consoles equipados com os avançados programas em controle de qualidade e também no laboratório onde se realiza uma estrita análise das amostras.

Todos os dados obtidos são registrados e armazenados o que permite um seguimento dos valores que respondem às normas de qualidade requeridas pelo mercado internacional. Além disso, conta com equipes de última geração para o controle de resíduos dos Agentes de Amparo de Cultivo (APC) com o que se realizam medições químicas em mais de 7.000 amostras de tabaco anuais.

Por outro lado, na sala de inspeção, desenhada e iluminada conforme as normas internacionais, em conjunto com os compradores se realiza um controle visual de qualidade e o fumado do produto final.

A Área de Marketing avalia constantemente as mudanças e tendências mundiais assim como também a variação da demanda com o objetivo de alcançar um planejamento ótimo da produção em quantidade, qualidade e tipos de tabaco e de elaborar uma estratégia de abertura de novos mercados a fim de obter major presencia do tabaco devotado pela CTM. Basicamente, um pouco mais que o 98% do tabaco é colocado no mercado externo; o restante

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é absorvido pelo mercado doméstico. Os principais destinos de exportação são a Comunidade Econômica Européia, os Estados Unidos, os Países do Leste da Europa, Rússia, México, Brasil, Taiwán, Turquia.

Os clientes encontraram no tabaco "Burley Missionário" um tabaco balançado com boa textura, maturidade, integridade e qualidade.

CTM iniciou o plano de diversificação “Citrus”, no ano de 1992, com o objetivo de obter outra alternativa de ganhos para os seus associados envolvendo de forma direta mais de 500 produtores. O processo produtivo se inicia com a produção das mudas enxertadas na Unidade de Investigação & Desenvolvimento do CTM, em um viveiro que conta com 5.000 metros quadrados dotado de alta tecnologia onde se produzem as mudas em vasos de barro com sistemas de irrigação por destilação. A qualidade genética e fitosanitária é a maior prioridade na produção das mudas.

O cultivo de Cítricos na província de Misiones, considerada como único cordão verde da Região, encontra-se localizado em 11 Zonas de Produção, de acordo à distribuição de caminhos, produtores, climas e solos, das quais em 10 destas se distribuem os Citricultores de Plano Citrus do CTM.

Cada uma destas zonas, por sua vez está dividida no Sub-zonas de produção de aproximadamente 80 hectares cada uma, que corresponde a uma unidade conformada por 10 a 15 produtores. Estes implantam 2 a 4 variedades compatíveis para obter frutos sem sementes, e contam com o assessoramento de um técnico da empresa e o serviço de uma unidade de pulverização de volume do CTM. Permanentemente estão sendo capacitados nas últimas tecnologias e são os responsáveis pela Extensão Agrícola, esta se realiza principalmente mediante a conformação de grupos G.E.A.C. (Grupos de Extensão Agrícola Cooperativos).

A totalidade de insumos utilizados anualmente é distribuída e controlada pelo CTM, que além disso, capacita constantemente os seus produtores no correto modo utilização dos mesmos.

As variedades implantadas obedecem à demanda dos mercados, à caracterização climática de Missões e à tecnologia disponível para sua produção.

O principal objetivo do Plano Citrus do CTM é o mercado de frutas frescas, por isso já se implantaram mais de 2.000 hectares neste plano, representando 75% da superfície de cítricos existentes na província de Misiones com esse destino.

Em toda a superfície sob produção se aplicam rigorosos protocolos de “Boas Práticas Agrícolas” como “GlobalGap” e “Nature’s Choice”, onde além de alcançar o objetivo de obter um produto saudável para os consumidores, também se tem o cuidado com os ecossistemas produtivos e a saúde e bem-estar dos Produtores e Operários. Deste modo, já se obteve a certificação de qualidade para a maior parte da produção nestes sistemas, por instituições internacionais devidamente creditadas.

A produção de cítricos vem incrementando-se a cada ano, devido ao ingresso de novas superfícies para a produção, assim como a maior idade das plantações.

Em 22 de outubro de 1997 foi inaugurado o Packing Cítrico, equipado com tecnologia européia de última geração e capacitado para processar mais de 100.000 toneladas por ano. Atualmente é um dos maiores da Sudamérica.

Toda a produção se processa neste processo de empacotamento que conta com uma superfície coberta de mais 12.000 m2, acessos pavimentados, câmaras frias e de desverdizado de frutas, pré-câmaras frias com plataformas para carga direta para os caminhões. A fruta proveniente do campo é recebida da origem em contêineres plásticos de 21 quilogramas e 200 quilogramas rotulados com códigos de barra para cada lote pelo produtor. Esta planta conta com um moderno sistema optoelectrônico comandado por ordenadores que classificam a fruta por cor, tamanho e defeitos, sendo complementado por operários que realizam a classificação manual. Gerando um impacto sobre o mercado trabalhista de mais de 400 postos de trabalho

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na área de processamento e logística. Com o propósito de assegurar a qualidade do produto das primeiras etapas de elaboração das gemas até o embalado do produto final se conta com rigoroso controle de qualidade seguindo Normas de Qualidade Internacionais.

O empacotamento conta com uma Área de Controle de Qualidade que realiza uma estrita análise de amostras representativas de 3 x 1000 de cada partida ingressada informando as percentagens das diferentes categorias de qualidade de frutas para o pagamento dos produtores, detectando e registrando também todos os tipos de enfermidades e defeitos que apresentem o produto. Desta maneira é mais fácil obter um sistema preventivo e corretivo na produção citrícola.

Em 26 de novembro de 2004 se inaugura a Base Industrializadora de Sucos Concentrados e Azeite Essenciais e a Base do Pellets. Desta forma se fecha o círculo produtivo dos distintos destinos que possam ter as frutas cítricas e permite integrar os processos de produção agrícola, de industrialização e comercialização, em benefício de nossos agricultores associados e de nossos clientes.

Esta base emprega 90 pessoas distribuídas em 3 turnos, e oferece 4 produtos: suco concentrado, azeite essencial, pellets e d-limoneno.

A base de sucos concentrados tem uma superfície coberta de 10.000 metros quadrados, onde se desenvolvem as atividades de recepção de fruta para a extração e com uma capacidade de produção de 25 toneladas de fruta por hora e conta com cinco equipes para extração de azeite e suco. A centrifugação e filtrado são levados a cabo com máquinas apropriadas.

A pasteurização e concentração do suco se concentra em um equipamento, com capacidade de 20.000 libras/hora e um equipamento com uma capacidade de 8.500 kgs./hora.

O estoque de produto para processo se realiza em silos com uma capacidade de 300.000 quilogramas, que permitem ter a disposição o produto para realizar um trabalho de 24 h. Na base, também permitem fazer uma separação por qualidades internas da fruta. No caso das tangerinas o estoque se realiza em quantidades de aproximadamente 250 quilogramas.

De cada partida recebida se extrai uma amostra para determinar o teor de sólidos solúveis, esta informação permite controlar a qualidade e rendimento da base ao poder trabalhar uma matéria prima uniforme.

As variedades que se processam são limão (com baixa polpa), laranja (Navels, Salustiana e Valência), tangerinas (Satsuma, Nova, Murcott entre as principais, pomelos) e bergamota.

Com as instalações que conta a base se elaboram produtos para o mercado interno e externo segundo as necessidades dos mercados e particularmente dos clientes.

Atualmente se está exportando para: Holanda, Reino Unido, Alemanha, França, Rússia, Israel, Canadá, Estados Unidos da América do Norte, Rep. Dominicana, Indonésia, Malásia, Singapura, Japão e China nossos produtos fruta fresca, suco concentrado e azeite essencial.

Um aspecto que tem sido bastante observado, e desenvolvido diz respeito ao reflorestamento, sendo esta uma das prioridades de Cooperativa Tabacaleira. A importância das árvores na vida das populações é muito conhecida. Não obstante, recentemente durante as últimas décadas as influências florestais sobre o clima, o ar, a água, o solo, a saúde e os aspectos psicológicos dos homens ganharam sua real importância. A destruição da vegetação, especialmente dos bosques causou problemas sérios para o equilíbrio da biosfera como erosão eólica, hídrica, degeneração do solo e poluição do ar. A fim de recuperar o equilíbrio e a produtividade dos ecossistemas como também para diminuir a poluição do ar, é necessário restabelecer a cobertura vegetal da terra. Mas não só a consciência do aspecto do meio ambiente levou a Cooperativa a desenvolver um Plano Florestal.

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Dispondo de mais de 13.000 hectares reflorestados e em 2009 se adicionou mais 7.000 hectares. Apontando o “Plano 10.000” que tem como objetivo o reflorestamento de 10.000 hectares por ano.

Uma das atividades importantes que realiza CTM é fomentar o aumento do nível educacional das famílias dos produtores e assistir socialmente.

Existe um Plano de Ação contra Trabalho Infantil em plena execução. No contrato de compra-venta que assina o produtor com a CTM, inclui-se uma cláusula exclusiva em referência ao Trabalho Infantil. A sua vez na revista sobre tabaco Burley, a qual se edita sobre uma base anual e se distribui entre os produtores, onde encontram recomendações e sugestões referido a práticas culturais e o cultivo, referindo-se especificamente a este tema.

Desenvolve-se um Plano Piloto na província de Misiones denominado FUTURO Missões no qual participam todas as empresas tabacaleiras estabelecidas na província. Aponta a fortalecer a gestão das escolas, mediante a incorporação do autoconsumo e tecnologia e criar um ambiente atrativo para melhorar a assistência dos meninos à escola e evitar o trabalho infantil. Hoje participam mais de 1.300 alunos.

4.3 Cooperativa Colônias Unidas (PARAGUAI)

A história da Cooperativa Colônias Unidas, começa com um grupo de 78 agricultores visionários oriundos do Hohenau, Obrigado e Bela Vista, que com desejos de progredir decidiram fundar uma cooperativa. Estes 78 homens carregados de sonhos e esperanças concretizaram a fundação da Cooperativa e dessa maneira contribuíram para o progresso e desenvolvimento da região zona, um legado que até o dia de hoje segue vigente. Em uma reunião levada a cabo em 16 de novembro de 1952, constituiu-se o comitê organizador, logo em seguida este convocou a assembléia de constituição que aconteceu no dia 8 de Março de 1953. Nesta assembléia estavam presentes 78 agricultores que aprovaram os estatutos sociais e desse modo deram os primeiros passos da nova cooperativa que levaria o nome de “SOCIEDADE COOPERATIVA COLÔNIAS UNIDAS AGRÍCOLA LIMITADA” que no dia 21 de abril de 1953, foi reconhecida oficialmente como pessoa jurídica.

A Cooperativa Colônias Unidas se encontra localizada no departamento da Itapúa ao sul do Paraguai, em uma cidade chamada Obrigado, onde se encontra sua sede central.

Atualmente, conta com aproximadamente 3.500 sócios ativos, 665 funcionários permanentes e chega a uma média de 850 funcionários em épocas de colheita de cana-de-açúcar.

Para facilitar o acesso aos serviços por parte de seus associados, e a eficiente atenção a seus clientes, além da casa central e distribuídas estrategicamente nos departamentos da Itapúa, Alto Paraná, Central e Caaguazú, possui 06 sucursais próprias: em Capitão Balance, María Auxiliadora, Edelira, Santa Rita, Yatytay e Vacay; 02 sucursais alugadas: em Capitão Miranda e 7 de Agosto e 02 agências de vendas: Fernando da Amora e Coronel Oviedo. 4.3.1 Atividades desenvolvidas pela Cooperativa Colônias Unidades

Colônias Unidas se destaca por ser uma Cooperativa multiativa, líder na produção agroindustrial e na oferta de serviços econômicos e sociais competitivos, acrescentando valor à produção e oferecendo produtos terminados de alta qualidade ao consumidor final do país e do mundo.

É a Cooperativa multiativa mais importante da região sudeste do país, e seu propósito é melhorar a qualidade de vida dos sócios, mediante uma adequada assistência técnica, provisão de insumos, provisão, industrialização, comercialização de seus produtos. Oferece serviços sociais, financeiros, de consumo e outros que beneficiam ao sócio, a sua família e sua comunidade.

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Por seu volume de produção, é uma instituição reguladora de preços nas comunidades onde atua, por seus valores cooperativos, os clientes e fornecedores a preferem e se sentem seguros de trabalhar com a instituição.

A Área de Produção e Abastecimento, oferece assistência técnica especializada e envolve de maneira eficiente a três unidades orientadas para a provisão de insumos agropecuários e entrega a tempo de produtos de qualidade: A Unidade “Assistência Técnica”, a Unidade Estratégica de Negócios “Sementes” e a Unidade Estratégica de Negócios “Insumos Agropecuários”.

Os objetivos estratégicos deste departamento são, a diversificação da produção agropecuária, a viabilidade e a rentabilidade das atividades, levando a cabo estes objetivos em forma responsável, e sobre tudo cuidando o equilíbrio da produção com o meio ambiente e a sociedade.

Ao mesmo tempo oferece aos sócios assessoramento técnico, utilizando para isso vários sistemas de comunicação como a atenção personalizada aos sócios em escritórios, Reuniões informativas com associados em várias zonas, Visita imóveis, trabalhos de regulação de pulverizadoras, extração de amostras de chão e recomendações do uso correto dos insumos agropecuários e a rotação de cultivos. Além disso, realiza dias de campo e jornadas técnicas em diferentes itens.

Uma das atividades mais importantes no contexto da organização de eventos é a Agrodinâmica: Este evento de grande magnitude, está apoiado na participação e a cooperação entre os expositores, fornecedores, instituições educativas, organismos de cooperação internacional, serviços financeiros, associações e comitês de produtores, onde se consegue unir a diversificada oferta proveniente de cada um dos expositores. Do início da Agrodinâmica até o dia de hoje, Colônias Unidas através deste enorme empreendimento permitiu a participação dos produtores, estudantes e público em geral em forma totalmente livre e gratuita, dando a oportunidade de ter acesso aos avanços genéticos e tecnológicos a todos os interessados.

A UEN sementes provê ao sócio produtor, sementes de alto poder germinativo para obter os melhores resultados em suas atividades de campo, tudo isto graças a um laboratório especializado, um assessoramento técnico personalizado nas parcelas dos sócios e um moderno sistema de conservação das sementes, o que certifica a qualidade das Sementes "Os Colonos"

Por outra parte a UEN insumos agropecuários, provê ao produtor de todos os materiais necessários para as tarefas do campo, como insumos e fertilizantes, implementos agrícolas e reposições das melhores marca, com garantia e ao melhor preço, pensando sempre na conveniência do sócio cooperativista.

A Área de Produção e Abastecimento é responsável por vários programas específicos, como o Programa de Fomento Leiteiro, cujo objetivo principal é profissionalizar ao produtor leiteiro fazendo-o mais eficiente e competente no mercado; Programa de Reflorestamento com fins energéticos, seu propósito é aproveitar os chãos marginais não aptos para o desenvolvimento da agricultura, outorgar ao associado um item mas de diversificação e prover de lenha à área industrial para seu funcionamento. Este programa foi implementado no ano 2000 e atualmente está composto por 240 associados com uma superfície de 543 reflorestado; Programa de Adequação Ambiental, com este programa a Cooperativa iniciou as ações necessárias para que os associados possam adequar-se à Lei 294/93. Por sua importância este programa foi reconhecido no ano 2006 pela OEA; Programa de melhoramento da Yerba Mate, pelo qual se aproxima ao melhoramento da produção, através da capacitação sobre fertilização em plantios e manejo dos mesmos. Programa de Fomento À Produção de Carne Bovina, tem o objetivo de implementar na área de genética: reprodutores de raça e inseminação artificial e na área de Nutrição: recomendar o uso de sorgo, milho e

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concentrados em sistemas de engorda, também manejo de sanidade através de recomendações individuais, Programa de Produção Porcina, seu objetivo é profissionalizar o sócio, criando um item a mais de diversificação que permita ao sócio melhorar sua qualidade de vida e oferecer ao mercado um produto de alta qualidade.

As mudas industriais da Coop. Colônias Unidas se encontram na cidade de Obrigado. A indústria ervateira: com uma destacada trajetória de qualidade, comercializa seus produtos sob as marcas “Colombo” e “Colônias Unidas”, nas apresentações, Tradicional e Seleção Especial. Assim também conta com uma linha econômica: moenda fina e semi granulada que se encontram no mercado em vasilhas de polietileno e bolsas de 25 quilogramas. Estes produtos podem ser adquiridos em qualquer rincão do Paraguai e também são exportados para a Alemanha, Japão, Canadá e Espanha. Hoje abastece 23% do mercado paraguaio e realizaram investimentos importantes para oferecer ao mercado a “Yerba Mate Colombo Composta”, memora – boldo, digestiva e antiácida.

A fábrica de balançados tem uma capacidade de produção de 12.000 Toneladas/Ano, atualmente produz mantimentos balançados e concentrados para animais eqüinos, bovinos, suínos e aves, sob a marca “Os Colonos”. Conta além com uma ampla gama de sais minerais. A comercialização dos Balançados se centraliza no Departamento da Itapúa, Missões, Ñeenbucú e Caaguazú. A Coop. Colônias Unidas, também possui uma unidade de fábrica de embutidos de excelente qualidade, que se comercializam a nível regional com a marca “Os Colonos”. Oferecer serviços sociais, financeiros e de consumo para melhorar a qualidade de vida dos associados, faz parte da Missão da Cooperativa Colônias Unidas e para obtê-lo conta com vários serviços como:

A Unidade de Economia e crédito que se encarrega da Captação de Economias dos Sócios, que em sua maioria, são aplicados a créditos outorgados aos mesmos para o financiamento dos itens agrícolas e pecuários.

A UEN Saúde, Seguros, comunicações e aposentadorias que conta com o Serviço de Medicina Pre Paga, a qual tem mais de 5.500 beneficiários e dispõe das melhores coberturas médicas a nível nacional; o Seguro Patrimonial que cobre os riscos dos bens do sócio e o Serviço de Telefonia Celular. Atualmente desenvolve o Projeto Aposentadoria que surge em vista à necessidade de prever uma boa qualidade de vida do sócio na terceira idade.

Para satisfazer as necessidades de consumo da comunidade, a Cooperativa conta com um Supermercado se localizado no centro de Obrigado, com uma superfície total de 1.400 m2. As vendas se organizam em 16 seções, e atende uma média de 2.550 clientes por dia. Divide-se em quatro Divide-setores: salão de vendas, sistema de vendas em grandes quantidades, venda de materiais de construção e farmácia.

Os recursos humanos formam parte do capital mais valioso da Cooperativa, é por isso que conta com uma Área de Desenvolvimento de Recursos Humanos, que se encarrega de manter capacitado e atualizado os funcionários em suas respectivas áreas de trabalho, para obter de maneira mais eficiente e responsável a realização de suas funções em benefício de sócios e clientes.

Assim, através da Área de Comunicação e Educação Cooperativista, o Comitê de Educação desenvolve suas atividades próprias, como a difusão da doutrina cooperativista, seus princípios, artigos da lei, regulamentos e resoluções através do programa radial e da revista informativa editada por eles mesmos. Conta além com o Programa Coordenadores, Coordenadoras e Jovens, mediante os quais se busca organizar os associados em suas comunidades, e ao mesmo tempo preparar futuros dirigentes dentro dos valores e princípios cooperativos.

A responsabilidade com o meio ambiente é um dos pontos mais importantes que leva em conta a Cooperativa Colônias Unidas.

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humanos, fazem do Coop. Colônias Unidas a maior instituição, exemplo de trabalho mancomunado em benefício da sociedade e do país.

Com inovação e responsabilidade a Cooperativa Colônias Unidas segue produzindo o que melhor sabe fazer: Produtos terminados de alta qualidade para o mundo, em um ambiente limpo.

A Cooperativa Colônias Unidas Agropecuária Industrial Limitada comprometida com o principal objetivo de integrar a produtividade e a qualidade com a preservação ambiental, e sendo uma responsabilidade do Conselho de Administração alcançar níveis de desenvolvimento no cuidado do ambiente, estabelece dentro do plano empresarial como objetivo, e meta específica, a seguinte política Ambiental: Implementar um sistema de gestão para acautelar e controlar os impactos ambientais produto de suas atividades e as de seus associados, tendendo a um desenvolvimento sustentável.

Atualmente o item mais importante da Cooperativa é a soja. Além disso, produz também trigo, erva mate, girassol, sorgo e canola. No industrial destaca-se o azeite, pellets e azeite de soja. Mas dá-se ênfase sobre tudo para os animais.

A filosofia da cooperativa é produzir de forma mancomunada para elevar constantemente a qualidade de vida dos associados da Cooperativa, tendo como meta a industrialização global, pretende-se ser um exemplo nacional e regional de associação para o progresso coletivo.

A erva Mate em um sentido estrito “é o produto formado exclusivamente de folhas, galhos tenros, pecíolos e pedúnculos da árvore Ilex paraguariensis parcialmente desidratadas e triturados”. É um ingrediente completamente natural que se obtém através do processamento das folhas da árvore “Ilex paraguariensis’’, de maneira totalmente ecológica, cuja qualidade depende diretamente da qualidade de suas folhas e processamento; e que não recebe nenhum tratamento químico em nenhuma fase de sua produção e processamento.

Como planta subtropical ou tropical, requer elevadas temperaturas, muita umidade na terra e o ambiente, condições que possuem as zonas banhadas pelo Rio Paraná, com abundância de maciços boscosos e cursos de água abundantes para satisfazer as exigências deste cultivo.

As sementes frescas, obtidas de frutos amadurecidos, quebrados e encharcados por algumas horas em água, lavadas e podas e logo secadas, semear ao voleo entre os meses de março-abril, em terra vegetal, e quando a planta alcança 4 ou 5 folhas, é levada ao viveiro, as extraindo com um pouco de terra. Deixa-as em vasos de barro, onde as mantém durante nove meses a um ano a meia sombra e bem regadas até o momento de seu traslado ao lugar definitivo.

A colheita da Erva Mate, consiste no cuidadoso corte das ramas, carregados de folhas, mediante tesoura, serrote, conforme o requeira a grossura dos ramos a cortar. A primeira colheita, de muito escasso rendimento, costuma realizar-se entre o 4° e 5° ano de implantação. Após, realiza-se anualmente preferentemente entre os meses de maio a agosto.

A Cooperativa Colônias Unidas, é uma empresa que se preocupa com melhorar a qualidade de vida de seus associados, acrescentar valor a seus produtos, contribuir com a comunidade em que está inserida e conquistar a confiança do consumidor com seu produto, Yerba Mate Colombo. Pode-se mencionar como exemplo o fato de que os produtores associados com o cultivo de seus evais, produzem as folhas, que são colhidas, processadas (de folha verde a erva mate canchada) em instalações denominadas secadores, a erva mate canchada é estacionada por dois anos em depósitos acondicionados para o efeito, logo depois da maturação da erva mate canchada é moída, envasilhada em suas apresentações e postas à venda nos comércios de todo o país.

A erva mate é um alimento funcional, já que contribui com nutrientes contidos (vitaminas, minerais) e substâncias saudáveis ao organismo. É um alimento puro e inócuo,

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elaborado com respeito ao homem, o ambiente.

Aplica-se o Comércio Justo para todos os atores da cadeia de produção e comercialização. O produtor ervateiro participa do negócio da erva mate, devido à regulação dos preços em toda a cadeia de produção, a redistribuição das utilidades, devido aos retornos que o sócio recebe posterior à comercialização da erva mate cólon em todas suas apresentações.

Dignifica ao produtor, ao trabalhador rural: o tarefero, o urú, os secadores, barbacuás, os locadoras de veículos, os funcionários da indústria e os vendedores da erva mate. Estes componentes da cadeia produtiva da erva mate recebem salários dignos, capacitação permanente, evita-se o trabalho infantil, cobre-se os trabalhadores com todas as cargas sociais previstas na lei. Existe capacitação sistemática de produtores e técnicos. Procurando aplicar a inteligência coletiva no aumento da produtividade.

A aplicação das “Boas Práticas de Manejo” (BPM) do Erval e as “Boas Práticas de Manufatura” (BPM) asseguram a inocuidade do alimento funcional “Yerba Mate Colombo”. A aplicação das BPM geram melhores condicione de trabalho e permite melhor qualificação do trabalhador da cadeia produtiva da erva mate. Participando cada membro no crescimento próprio e da Cooperativa Colônias Unidas.

Trabalha-se em rede ou vinculação horizontal com os produtores, secadores, outras cooperativas de menor porte, universidades de agronomia, centros de investigação nacional e internacional e grêmios de produção ervateira. Com as quais mantém-se estreitos laços de transferência de conhecimentos, via geração de tecnologias, investigações a campo, capacitações técnicas, assistência e formação profissional de estudantes, trabalhadores, diretores e técnicos agropecuários.

Um claro exemplo é a participação em atividades relacionadas com o fortalecimento de pequenas cooperativas (apoio técnico, creditício, comercialização, capacitação e organização), realizada por muitos anos em relação às cooperativas de menor porte. Logo deu lugar ao Projeto de fortalecimento de pequenas cooperativas do sudeste do Paraguai, onde estão envoltas FECOPROD – JICA – COOPERATIVAS DE GRANDE PORTE (Colônias Unidas, Yguazú, A Paz, Pirapó).

A Cooperativa Colônias Unidas tem entre seus itens de produção agroindustrial à a Erva Mate. Atualmente oferece ao mercado, erva tradicional e erva composta com ervas 100% naturais.

A Base Processadora da Erva Mate da Cooperativa Colônias Unidas se encontra situada no prédio da sede central da empresa se localizada na cidade de Obrigado, Dpto. da Itapúa, sobre a Avenida Gaspar R. da França N 64.

Na empresa em apoio a um “Programa Anual de Produção” se aprovisiona a erva mate canchada elaborada nos secadores de erva mate dos associados que se dedicam à prestação do serviço de secanza da erva mate em folhas. A erva mate canchada se forma na Base Industrial Ervateira da Cooperativa normalmente entre os meses de maio a outubro, período que coincide com a época tradicional de colheita da folha verde. Para a recepção da erva mate se conta com um “Regulamento de Recepção da Erva Mate” no qual entre outros aspectos se detalham todos os parâmetros de qualidade que deve cumprir o produto. Uma vez que a erva mate canchada chega à Cooperativa se realizam tiram de amostras de todas as cargas recebidas para efetuar posteriores análise físicas que consistem em determinações de umidade, % de paus, % de finos, % de impurezas e quantidade de pontos negros, também análise organolépticos como ser a avaliação da cor, aroma e aspecto granulométrico.

Uma vez superados os “controles de qualidade” e recebida a matéria prima é armazenada em depósitos de estacionamento especialmente acondicionados para o efeito. O “estacionamento” da erva mate canchada se realiza em forma totalmente natural, armazenando o produto em bolsas ou a granel, quer dizer; que o produto permanece

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armazenado em repouso durante um tempo aproximado de dois anos, durante este tempo o produto se antiga e ocorrem de maneira espontânea uma série de mudanças físico-químicos que lhe conferem a cor verde mate, aroma e sabor característicos.

Completado o processo de “estacionamento” a matéria prima é transladada dos depósitos de estacionamento ao Moinho da Erva ou Planta Processadora, com a denominação de Moinho da Erva se reconhece normalmente ao estabelecimento ou edifício onde se realiza a moenda e fracionamento da erva mate.

O processo de “moenda” da erva mate começa com o controle de qualidade da erva mate canchada estacionada avaliando-se parâmetros físicos e organolépticos, e uma operação de premolienda, a erva mate canchada logo, passa por uma zaranda, equipe que permite a classificação ou separação dos componentes normais da erva mate canchada (folhas grosas, folhas finas, palitos e pó de erva mate).

Elaboram-se quatro tipos de moendas diferentes que são: a erva mate moenda “seleção especial”, erva mate moenda “granulada”, erva mate moenda “semigranulada” e erva mate moenda “fina”, estas moendas diferem entre si pela composição ou características granulométricas do produto, quer dizer que os componentes separados anteriormente na zaranda são compilados e armazenados em forma separada em silos, para logo ser dosados e mesclados novamente considerando a formulação ou percentagem de (folhas grosas, folhas finas, palitos e pó de erva mate) que corresponda para cada tipo de moenda. Durante a elaboração das diferentes partidas ou moendas se realizam amostragens para efetuar os correspondentes controles de granulometria. Uma vez obtida a moenda desejada se procede ao “fracionamento” do produto. O fracionamento se realiza em tamanhos de ¼, ½, 1, 3, 5, e 25 Kg, em vasilhas de papel ou polietileno, dependendo do tipo de moenda ou marca a que se refira.

Os “controles de qualidade” realizados em produtos envasilhados consistem em controles fisicoquímicos, organolépticos e microbiológicos realizados como parte do sistema de controle de qualidade estabelecido na Planta Industrial e também por entes estatais certificadores.

Os produtos elaborados na Base Processadora da Erva Mate da Cooperativa Colônias Unidas se ajustam aos parâmetros de Qualidade segundo a Norma Paraguaia da Erva Mate e o rotulado das vasilhas aos Regulamentos Técnicos do Mercosul para rotulado de mantimentos envasilhados.

A cooperativa também investe nos produtos lácteos. Com sede central na cidade de Obrigado, Departamento da Itapúa, República do Paraguai, Cooperativa Colônias Unidas foi fundada em 8 de março de 1953 por 78 agricultores radicados em Colônia Obrigado, Colônia Hohenau e Colônia Bela Vista, daí o nome “Colônias Unidas” que hoje em dia é a mais importante do país.

O propósito da Cooperativa é melhorar a qualidade de vida de seus sócios, mediante uma adequada assistência técnica, provisão de insumos, provisão, industrialização, comercialização de produtos e brindar serviços sociais, financeiros, de consumo e outros que beneficiem a ele, a sua família e a sua comunidade.

A cooperativa tem a particularidade que é a semente uma vez recebida, acondicionada e comprovada seu poder germinativo é armazenada em lotes individualizados que recebem ar frio para as secar e evitar que por calor, pudessem perder parte de seu poder germinativo, como geralmente ocorre em secados tradicionais.

Através do tempo ganha-se não só a preferência dos associados, mas também o reconhecimento da marca no mercado, graças ao qual hoje tem-se o orgulho de ser representantes oficiais da Embrapa no Paraguai, assim também mantêm convênios de multiplicação de sementes com os mais renomados obtentores: Embrapa, Coodetec, Nidera, Relmó, Igra.

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Atualmente Cooperativa Colônias Unidas através da marca Sementes Os Colonos está associada a Aprosemp, Parpov em representação pela Embrapa.

Dentre os serviços disponibilizados pela cooperativa, destaca-se: produção, comercialização, assistência técnica, análise de sementes e serviço de post venda.

O laboratório de sementes da Cooperativa Colônias Unidas presta serviço a sócios e não sócios, analisando sementes de soja, trigo, algodão, abonos verdes e pastos.

A base de balançados entrou em funcionamento em abril de 1993 com uma capacidade para elaborar 5.000 quilogramas de balançado por hora. Hoje pode armazenar e conservar 4.000 toneladas de matéria prima.

A utilização de vitaminas e minerais se realiza em apoio a uma rigorosa seleção de empresas fornecedoras de reconhecida trajetória. Ao começo a produção estava destinada a bovinos de leite e logo se diversificou com a expansão da cria de aves de curral, suínos e eqüinos.

A planta conta com o apoio de um laboratório de análise de matéria prima e de produto terminado para assegurar a correta composição dos diferentes tipos de balançados.

Os colonos produzem-se 17 tipos de embutidos, eles são: Chouriço Parrillero, Chouriço Caseiro, Viena, Frios com Presunto, Paris, Salame Comprido, Salame Enrosca, Tranqüilo, Hambúrguer, Queijo de Porco, Chouriço, Primavera, Jamonada, Presunto Cozido, Besito Picante, Mortadela, Patê de Fígado, os quais são comercializados em Despensas e Supermercados do Departamento da Itapúa.

A venda destes produtos se realiza com um caminhão repartidor e também na fábrica mesma se localizada na área industrial da planta central de Cooperativa Colônias Unidas.

Os produtos que têm maior aceitação pelos clientes e consumidores é o Chouriço Parrillero, a Salsicha para tranqüilo e o chouriço caseiro ao estilo alemão (como o faziam seus avós), quanto aos presuntos se preferem mais o presunto cozido e os frios com presunto.

SEMEPP: Faz mais de 10 anos um grupo de sócios e o Comitê de Educação da Cooperativa começaram a elaborar um projeto de seguro médico. Logo depois de largas reuniões, este começou a funcionar timidamente, associando-se primeiro com os Sanatórios que tinham já um Seguro Médico ou uma Medicina Pré paga.

Como este sistema não estava à altura do que devia ser um Seguro Médico, o Comitê de Solidariedade começou a trabalhar em seu próprio plano de Seguro Regional, como o conheceu em um princípio, começando a inscrever aos primeiros sócios no mesmo e realizando-os primeiros contratos de prestação de serviços com diversas instituições médicas, transformando-se mais tarde no que hoje é o Serviço de Medicina Pre Paga “Semepp” da Cooperativa Colônias Unidas.

Na atualidade tem-se instituições médicas que emprestam serviços ao Semepp desde a Santa Rita até Encarnação, em Encargo e Estalagens, República Argentina.

5 – Análise comparativa e integrada das Cooperativas em estudo

Atualmente se tem vários segmentos cooperativos no Brasil como Agropecuário, Consumo, Crédito, Educacional, Habitacional, Especial, Mineração, Produção, Serviços ou Infra-estrutura, Trabalho, Saúde e Turismo e Lazer em diferentes formações societárias, tanto econômicas quanto estruturalmente.

Muito embora as cooperativas são fundamentadas em seus princípios básicos de promover uma melhoria sócio-econômica de seus cooperados, não se pode negar que a busca pela competitividade aproxima este tipo de cooperativa das empresas comerciais tradicionais, cujo objetivo primordial pela lucratividade é característico do capitalismo, e não do socialismo, fonte inspiradora e motivadora para o surgimento do sistema de cooperativas.

De um ponto de vista diferente, a promoção de crescimento econômico ocorre através da distribuição mais justa de renda, da geração de empregos e da inclusão econômico-social,

Referências

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