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Proposta de estrutura de fluxo de caixa para uma empresa de comércio de calçados e confecções

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS,

ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

SAMANTHA MICHELLI FRIZZO

PROPOSTA DE ESTRUTURA DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA

EMPRESA DE COMÉRCIO DE CALÇADOS E CONFECÇÕES

(Trabalho de conclusão do curso)

IJUÍ (RS)

2016

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SAMANTHA MICHELLI FRIZZO

PROPOSTA DE ESTRUTURA DE FLUXO DE CAIXA PARA UMA

EMPRESA DE COMÉRCIO DE CALÇADOS E CONFECÇÕES

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito para obtenção do titulo de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: M.Sc. Maria Margarete Baccin Brizolla

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, e em segundo lugar minha mãe e meu irmão que batalharam comigo para que jornada se tornasse possível, estiveram ao meu lado em todos os momentos, me proporcionando o direito de estudar sendo minha inspiração em todos os momentos, não deixando-me desistir sem lutar pelos meus objetivos.

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AGRADECIMENTO

Aqui se passaram cinco anos e meio, de muitas horas mal dormidas e pouco dormidas, muitos quilômetros rodados, não foi nada fácil chegar até aqui, foram inúmeros os momentos de angústia, desesperos, incertezas, superação, sendo esses momentos de muitas alegrias também. Chego a essa reta final deste curso com o sentimento de dever cumprido, irei guardar no coração todas as pessoas que passaram em minha vida, que contribuíram muito para meu crescimento pessoal e fizeram parte desta conquista, porém tem algumas delas que foram essenciais para que este sonho se tornasse realidade e não tenho como deixar de menciona-las. Primeiramente agradeço a Deus, pois se não fosse a minha fé nele, as minhas orações eu teria desistido, mas por acreditar em um Deus maior tive força para seguir em frente e nunca desistir dos meus sonhos.

Em segundo lugar, quero agradecer a minha família em especial a minha mãe que esteve presente em todos os momentos me proporcionando o direito de estudar, me dando muita atenção, carinho, amor, aguentando meu mau humor, meu stress, sendo sempre uma mãe espetacular, e ao meu irmão um anjo do céu, que nunca me deixou desistir. Fica aqui meu muito obrigada por tudo, vocês são minha base e eu amo muitos vocês.

Aos mestres professores que são à base de ensino, vocês além de ótimos professores são excelentes amigos, nos proporcionando o conhecimento e nos incentivando sempre a buscar mais. Em especial tenho que agradecer a minha professora orientadora Maria Margarete Baccin Brizolla que aceitou o desafio de me auxiliar na conclusão desde estudo, obrigada por tudo e por todos os ensinamentos, pela paciência, compreensão e incentivo, foi todo o seu conhecimento e apoio que possibilitou que este estudo se tornasse possível.

Aos meus queridos(as) colegas vou levar todos(as) no fundo do meu coração para toda vida, obrigada por me aturarem, por serem tão amigos(as), e por me ajudarem sempre que precisei. Em especial agradeço meu amigo e ex-colega de trabalho e faculdade Fernando Junior Knop, foi você meu querido amigo que sempre me apoiou, me puxou as orelhas, me deu a mão quando precisei, escutou minhas reclamações, meus desesperos, minhas angústias, sem nunca me deixar desistir, sem você sem o seu apoio esse trabalho não teria se tornado possível, muito obrigada por tudo, pessoas como você são iluminadas por Deus.

No mais agradeço a todos meus amigos, colegas e familiares que acreditaram em mim, e torceram muito, todos vocês são especiais e essenciais em minha vida, muito obrigada por todo o apoio, agradeço a todos.

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RESUMO

O presente trabalho refere-se a uma proposta de implantação e projeção de fluxo de caixa como ferramenta de gerenciamento no comércio de calçados e confecções localizado no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, sendo uma forte ferramenta capaz de auxiliar e informar a sua gestora possibilitando um maior controle financeiro dos seus ingressos e desembolsos da entidade. O estudo classifica-se como pesquisa aplicada, descritiva e qualitativa, para que a coleta de dados fosse realizada foi entrevistado a sócia-proprietária e por fim realizado o levantamento de informações dos Demonstrativos Contábeis, e observado as suas planilhas auxiliares, sendo analisados e elaborados indicadores financeiros da empresa. Posteriormente foram analisados os resultados dos ingressos e desembolsos do segundo semestre de 2015 e primeiro semestre de 2016, e projetados os valores para o segundo semestre de 2016 foi elaborado uma proposta de fluxo de caixa, projetando-se um crescimento de 11% para a entidade, para o período de projeção. Quando o fluxo de caixa é aplicado de forma correta se obtém bons resultados, serve como ferramenta auxiliar na tomada de decisão possibilitando ao gestor tomar decisões precisas e acertadas para o bem da entidade, possibilitando uma visão antecipada de suas movimentações financeiras.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Fluxo de caixa – método direto ... 31

Quadro 2 - Fluxo de caixa – método indireto ... 32

Quadro 3 - Fluxo de caixa diário projetado para um mês ... 33

Quadro 4 - Fluxo de caixa de ingressos e desembolsos ... 34

Quadro 5 - Fluxo de caixa mensal operacional e extra operacional ... 35

Quadro 6 - Fluxo de caixa periódico ... 36

Quadro 7 - Modelo de fluxo de caixa ... 37

Quadro 8 - Mapa auxiliar de recebimento das vendas a prazo ... 39

Quadro 9 - Mapa auxiliar de pagamentos das compras a prazo ... 40

Quadro 10 - Planilha de projeção das compras ... 40

Quadro 11 - Receita com vendas de mercadoria do período ... 52

Quadro 12 - Recebimentos de vendas a prazo ... 52

Quadro 13 - Recebimento de vendas a vista e recebimento das vendas a prazo ... 53

Quadro 14 - Despesa com pessoal ... 54

Quadro 15 - Outras despesas operacionais ... 55

Quadro 16 - Desembolso com impostos ... 55

Quadro 17 - Pagamento Fornecedores ... 56

Quadro 18 - Total de desembolsos financeiros ... 57

Quadro 19 - Fluxo de caixa realizado pela empresa ... 59

Quadro 20 - Mapa auxiliar de pagamento de fornecedor projetado ... 61

Quadro 21 - Mapa auxiliar para recebimento de clientes projetado ... 62

Quadro 22 - Fluxo de caixa projetado ... 62

Quadro 23 - Comparativo de compras e vendas ... 63

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Elaboração do fluxo e caixa ... 27

Figura 2 - Resumo dos desembolsos realizados pela empresa ... 58

Figura 3 - Demonstração da evolução da geração de caixa e do saldo ... 60

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 9

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 11

1.2 ÁREA DE ESTUDO CONTEMPLADA ... 11

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ... 12 1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 12 1.5 OBJETIVOS ... 13 1.5.1 Objetivo geral ... 14 1.5.2 Objetivos específicos ... 14 1.6 JUSTIFICATIVA ... 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA ... 16 2.1 CONTABILIDADE ... 16 2.1.1 Contabilidade gerencial ... 18 2.2 FLUXO DE CAIXA ... 19 2.2.1 Importância do planejamento ... 22

2.2.2 Prazos de planejamento do fluxo de caixa ... 24

2.2.3 Planejamento financeiro e planejamento estratégico ... 25

2.3 ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA ... 26

2.3.1 Fluxo de caixa operacional... 27

2.3.2 Ciclo operacional, ciclo econômico e ciclo de caixa ... 29

2.4 MODELOS DE FLUXO DE CAIXA ... 30

2.4.1 Mapas e planilhas auxiliares de fluxo de caixa ... 38

2.5 CAIXA X LUCRO ... 41

2.6 ACOMPANHAMENTO DE FLUXO DE CAIXA ... 43

2.7 ORÇAMENTO DE CAIXA ... 44

3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 46

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 46

3.1.1 Quanto à natureza ... 46

3.1.2 Quanto a forma de abordagem do problema ... 46

3.1.3 Quanto aos objetivos ... 47

3.1.4 Quanto aos procedimentos técnicos ... 47

3.2 COLETA DE DADOS (INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS)... 48

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3.3 ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 49

4 ESTUDO DE CASO ... 51

4.1 ESTRUTURA ATUAL DE CONTROLE DE RECURSOS FINANCEIROS ... 51

4.2 INGRESSO E DESEMBOLSO DOS RECURSOS FINANCEIROS ... 51

4.3 FLUXO DE CAIXA REALIZADO ... 58

4.4 FLUXO DE CAIXA PROJETADO ... 61

4.5 PROPOSTA DE UMA ESTRUTURA DE FLUXO DE CAIXA ... 65

CONCLUSÃO ... 66

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1 INTRODUÇÃO

Para que as empresas de pequeno porte consigam permanecer ativas no mercado e superando a concorrência e as eventuais perdas, é necessário que planejem suas ações, reorganizando-se e utilizando-se de métodos válidos que venham a acrescentar o setor financeiro, e impactando em resultados positivos para a entidade. O acompanhamento da saúde financeira da empresa por meio do fluxo de caixa é de extrema importância para que o gestor da entidade consiga analisar os fatos, podendo chegar a resultados positivos almejados pela empresa.

Para Rosa; Silva (2002) o fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira da empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez ou excesso de recursos. Nesse sentido o estudo o tema proposto é o fluxo de caixa, como uma ferramenta gerencial para uma empresa de pequeno porte localizada no noroeste do estado do Rio Grande do Sul, vendo que está vem passando por dificuldades financeiras. O presente trabalho tem o intuito de propor e analisar uma estrutura de fluxo de caixa para uma empresa do comércio de pequeno porte, auxiliando a mesma a tomar as decisões corretas que gerem benefícios para a organização, onde está constituído pelo referencial teórico.

Este estudo esta dividido em quatro capítulos, sendo que no primeiro capítulo é apresentado a contextualização do estudo, que esta dividida em área do conhecimento, caracterização da empresa, problematização do tema, objetivo geral e os específicos e, por fim a justificativa. No segundo capitulo da investigação é abordado o referencial teórico sobre o tema em questão, a gestão de fluxo de caixa, que é um ramo da contabilidade gerencial. No referencial teórico são apresentadas as contribuições de autores conceituados, com o fim de demonstrar com clareza e facilitar o entendimento do assunto estudado.

No terceiro capitulo é apresentada a metodologia utilizada nas pesquisas, iniciando-se pela classificação da pesquisa que pode ser quanto a sua natureza, quanto aos seus objetivos, quanto à forma de abordagem do problema e quanto aos procedimentos técnicos. Em seguida apresentam-se os enfoques sobre a coleta dos dados e a análise dos mesmos. E o quarto capítulo foi desenvolvido o estudo de caso, onde que se desenvolveu toda a parte pratica do trabalho, sendo realizado o fluxo de caixa e suas analises, também foi desenvolvido o fluxo de

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caixa projetado para o segundo semestre de 2016. Na sequência foram apresentadas a conclusão do estudo e por fim, encontram-se as bibliografias consultadas que foram fundamentais para a elaboração do estudo.

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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

Neste capítulo foi abordado o tema em estudo e a organização no qual foi desenvolvido, com o intuito de demonstrar o quão é essencial e importante à utilização do Fluxo de Caixa como ferramenta administrativa e financeira para a organização em estudo. Posterior a isso, serão apresentados à área contemplada, a caracterização da organização, problematização do tema, os objetivos gerais e específicos, demonstrando a forma que o Fluxo de Caixa foi desenvolvido, ou seja, a forma de como o trabalho foi desempenhado.

1.2 ÁREA DE ESTUDO CONTEMPLADA

No decorrer do curso de Ciências Contábeis são estudadas nas diversas disciplinas conteúdos que permitem o embasamento teórico a cerca de instrumentos gerenciais, dentre os quais se destaca o fluxo de caixa, que é tratado nesse trabalho. Dahmer; Casturino (2009) acreditam que o fluxo de caixa tem como principal objetivo mostrar ao gestor a melhor forma de gerenciar a sua organização, proporcionando uma visão ampla das suas entradas e saídas dando assim o suporte necessário para uma gestão precisa e adequada.

Em estudos realizados por Dahmer; Casturino (2009) pode-se dizer que a contabilidade gerencial é um instrumento indispensável que auxilia na tomada de decisão, bem como uma ferramenta de controle financeiro, o fluxo de caixa permite ao Administrador fazer uma projeção futura e consequência disso faz com que ele tenha um acompanhamento mais aprimorado de suas receitas e despesas, podendo assim tomar decisões mais eficientes e precisas, facilitando assim ao empreendedor a chegar a resultados positivos e com segurança.

Frezatti (1997, p.28) relata que “um instrumento gerencial é aquele que permite apoiar o processo decisório da organização, e maneira que ela esteja orientada para os resultados pretendidos.” Seguindo a mesma linha Dahmer; Casturino (2009, p.9) em seu artigo concluem:

Para o pequeno negócio, de perfil familiar, o Fluxo de Caixa é uma ferramenta de grande utilidade pela praticidade e facilidade com que poderá ser entendida e elaborada pelo gestor e seus usuários. O gestor da microempresa precisa orçar, planejar e controlar seu negócio de maneira direta e sem complicação. Ao mesmo tempo em que faz o orçamento, pode-se planejar o futuro da empresa e efetuar o controle financeiro permitindo mudanças ou ajustes no transcorrer do processo ou período. É essa adaptação em tempo hábil que torna o fluxo de caixa uma ferramenta fundamental para a gestão da empresa.

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Sendo assim, este trabalho de conclusão de curso foi realizado com enfoque na contabilidade gerencial, destacando o fluxo de caixa como instrumento de gerenciamento financeiro para uma organização no setor de confecções e calçados.

1.3 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A organização na qual foi realizado esse estudo é um comércio do setor de confecções e calçados, localizada na região do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, surgiu no ano de 1997, como um pequeno estabelecimento com o valor único R$ 1,99 sendo estes roupas íntimas, utensílios domésticos, brinquedos, bazar, constituído por uma única sócia-proprietária, desde o início passou por grandes dificuldades por ter iniciado com um capital de giro muito baixo e por ter passado por um arrombamento no início de suas atividades.

O comércio de confecções e calçados é reconhecido na Junta Comercial como uma Empresa Individual, tendo como segmento a venda de mercadorias do vestuário masculino, feminino, infantil, bebê, cama mesa e banho, calçados. A mesma conta com o trabalho da sócia- proprietária e mais uma funcionária, e atualmente enquadra-se no Simples Nacional.

Conta com a parceria de diversos fornecedores, trabalhando com boas formas de pagamento tendo assim uma boa freguesia. A empresa possui em torno de 600 clientes cadastrados e fidelizados nas vendas a prazo. As mercadorias são variadas e busca-se a satisfação dos clientes.

O faturamento anual é em média de R$ 360.000,00, sendo média mensal de R$30.000,00, e seus valores mais expressivos nos meses de maio e dezembro, devido ao natal e ao dia das mães, correspondendo ao faturamento no mês de maio R$ 35.000,00 e no mês de dezembro R$ 45.000,00.

1.4 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Em virtude da alta competitividade das empresas tornou-se cada vez mais indispensável para as organização se ter um maior controle de suas ações, sendo assim o fluxo de caixa em uma empresa de pequeno porte torna-se fundamental para se ter uma boa administração do negócio, serve para o gestor ter um maior controle de suas receitas e despesas Dahmer; Casturino (2009). Sendo assim a contabilidade gerencial tornou-se indispensável para garantir o sucesso da mesma.

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O planejamento de caixa é a espinha dorsal da empresa. Sem ele não se saberá quando haverá caixa suficiente para sustentar as operações ou quando se necessitará de financiamentos bancários. Empresas que continuamente tenham falta de caixa necessitem de empréstimos de última hora, poderão perceber como é difícil encontrar bancos que as financie. (GITMAN, 1997, p.586).

Seguindo a mesma linha de pensamento Frezatti (1997, p.27) “geração de caixa é algo fundamental na organização, em seu estágio inicial, em seu desenvolvimento e mesmo no momento de sua extinção”. Para Sá (2012, p. 11) “o de fluxo de caixa refere-se ao método de captura e registro dos fatos e valores que provoquem alterações no saldo de caixa e sua apresentação em relatórios estruturados, de forma a permitir sua compreensão e análise”.

Para se ter um fluxo de caixa ideal dentro da empresa é indispensável que se tenha um controle rigoroso nos prazos de pagamento de fornecedores, recebimento de clientes que são estes os responsáveis pelo maior volume de recursos financeiros gerado na organização, os quais se não controlados de forma adequada podem afetar o fluxo de caixa da mesma, podendo comprometer a existência da organização Dahmer; Casturino (2009).

Para Pivetta (2005, p.5) em seu artigo relata:

O fluxo de caixa é de vital importância para a eficácia econômico-técnico-financeira e administrativa da empresa, sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes, (...) as empresas que o utilizam dificilmente fracassam, o mesmo não ocorre com aqueles que dele não fazem uso para planejar e controlar as suas atividades. Através do fluxo de caixa a empresa poderá saber antecipadamente (no inicio de um período) o que ela terá de necessidade ou de excedentes de recursos financeiros, podendo com isso tomar as decisões mais adequadas para solucionar seus impasses.

Para os autores Toledo Filho; Oliveira e Spessatto (2010) o fluxo de caixa é considerado um instrumento de controle gerencial é possível avaliar se a empresa é autossuficiente no financiamento do seu giro, bem como prever a capacidade de expansão com recursos próprios. Diante disto se questiona: O fluxo de caixa como instrumento gerencial pode contribuir no controle, planejamento de curto, médio e longo prazo, assim como no processo decisório, em uma empresa do ramo de comércio de calçados e confecções?

1.5 OBJETIVOS

Os objetivos de um estudo buscam propor caminhos que permitam responder a questão de pesquisa proposta para a investigação. Sendo assim são separados em objetivo geral e os objetivos específicos.

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1.5.1 Objetivo geral

Propor um fluxo de caixa como instrumento gerencial para contribuir no controle e planejamento, assim como no processo decisório, em uma empresa do ramo de comércio de calçados e confecções.

1.5.2 Objetivos específicos

 Efetuar o levantamento da literatura acerca do tema fluxo de caixa que servirá de base para o estudo;

 Levantar os ingressos e desembolsos de recursos financeiros no período de abrangência do estudo;

 Estruturar o fluxo de caixa a partir das necessidades da organização objeto de estudo;

 Analisar o Fluxo de Caixa, com o intuito de identificar as sobras ou necessidades de recursos financeiros.

1.6 JUSTIFICATIVA

Vive-se hoje no Brasil e no mundo inteiro uma grande transformação econômica, visto que empresas de pequeno, médio e grande porte, estão fechando as portas, em razão de não conseguir resultados econômicos e financeiros que lhes garanta sua permanência no mercado. Considerando que a empresa em questão vivencia uma situação de dificuldade na gestão financeira, em virtude de que seus estoques são bem representativos em relação ao total dos ativos, dificultando o funcionamento do seu fluxo de caixa. Para Brito (2014, p. 39) “(...) O fluxo de caixa é o melhor guia para a administração financeira. Deve ser um levantamento diário de dados, assim como deve se ter a contabilidade fundamental da empresa. É o acompanhamento. O autor também acredita que “Um fluxo de caixa bem feito é o melhor resumo do projeto que se pode ter (...)”.

Para Zdanowicz (1995) o fluxo de caixa pode representar informações disponibilizadas de maneira adequada de rápida aos gestores acerca da saúde financeira da empresa. É através desse instrumento, que o gestor financeiro pode verificar a capacidade da empresa de gerar capital necessário para a sua expansão, modernização, implantação,

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diversificação ou relocalização, ou a necessidade de captar recursos financeiros junto ao mercado.

Sendo assim, para a organização objeto de estudo entende-se como relevante realizar esse estudo para se ter um maior controle das entradas e saídas de recursos, visto que a empresa necessita planejar e acompanhar a realização destas ações no intuito de melhorar seu desempenho financeiro.

A realização desse trabalho possibilitou para a acadêmica desenvolver seu conhecimento sobre o assunto, procurando aprimorar e aprofundar-se sobre o mesmo, agregando seus conhecimentos, sendo que a mesma possui interesse em trabalhar na área após a sua graduação. O objetivo foi identificar como o fluxo de caixa pode auxiliar a gestão financeira da empresa de modo que a mesma melhore seus resultados financeiros, viabilizando sua permanência no mercado.

Para a Unijuí e para o Curso de Ciências Contábeis e sociedade em geral, esse estudo teve relevância, uma vez que pode ser utilizado como fonte de pesquisa para os gestores e para os acadêmicos que tem interesse no tema, visto que o curso de ciências contábeis da UNIJUI estimula que os seus acadêmicos busquem informações sobre as entidades, incentivando a identificação e resolução de problemas reais das entidades, no intuito de auxilia-las em suas ações de planejamento para melhorar os processos de gestão das organizações.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

Nesse capitulo é apresentado o referencial teórico através da pesquisa bibliográfica realizada em livros, artigos, sites de estudos e demais materiais, baseada em obras de diversos autores, sobre os temas de Fluxo de Caixa em empresas de pequeno porte.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência reconhecida desde o século XIX e desde então vem desenvolvendo seus pensamentos contábeis, pode-se dizer que o seu desenvolvimento acompanha a evolução e o crescimento da humanidade, fazendo com que a contabilidade se torne essencial na vida das pessoas, sendo ela uma ferramenta de controle econômico e financeiro. A contabilidade é definida por Basso (2011, p.26) como uma:

(...) é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativos (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pala entidade no ambiente em que está inserida.

A contabilidade em geral tanto no passado como nos dias de hoje tem sido utilizada em vários ramos de atividades humanas, ela é uma peça fundamental tanto para profissionais da área, pessoas leigas no assunto e para organizações distintas. Pois é através dela que é feito os registros de movimentações, com a finalidade de controlar e informar, disponibilizando informações úteis para seus usuários, proporcionando conhecimento e auxiliando seus gestores.

Já na visão de Franco (1997, p.21) define a contabilidade como:

A ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, como o fim de oferecer informações e orientação - necessárias à tomada de decisões – sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômicas decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

A contabilidade enquadra-se como uma ciência social, mas especificamente no grupo das ciências econômicas e administrativas, que utilizam técnicas para tornarem-se úteis para a sociedade com o objetivo de cumprir com as obrigações nas quais foram concebidas. Sendo

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assim, a contabilidade pode ser reconhecida como um instrumento de trabalho onde auxilia o contador e seus demais usuários a como proceder, gerando informações relevantes favorecendo ao administrador chegar ao maior grau de acerto possível para que com o uso da informação contábil o mesmo chegue a um melhor resultado no processo decisório, sendo assim descrita por Basso (2011).

Franco (1997, p.19) entende que a função da contabilidade é:

(..) registrar, classificar, demonstrar, auditar, e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio da entidade, objetivando fornecer informações, interpretações e orientações sobre a composição e as variações desse patrimônio, para a tomada de decisões de seus administradores.

Como a contabilidade tem como seu principal objeto o Patrimônio ela tende a ser de fundamental importância para a população, pois é, um conjunto de bens, direitos e obrigações, podendo assim ser avaliado as variações aumentativas e diminutivas do patrimônio da entidade, a mesma vem atualizando-se para melhor atender as necessidades da sociedade em geral.

Para Franco (1997, p.21) “o patrimônio é um conjunto de bens, direito e obrigações vinculados à entidade econômico-administrativa, e constitui um meio indispensável para que realize seus objetivos”. Seguindo nessa linha Basso (2011, p.27) diz que: “O objeto da contabilidade é o Patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”. Sendo assim, os principais objetivos da contabilidade podem ser assim classificados:

 Controlar (física e monetariamente) os elementos patrimoniais e suas variações;

 Apurar os resultados decorrentes das variações ocorridas no patrimônio da entidade;

 Evidenciar a situação patrimonial, econômica e financeira da entidade, bem como suas tendências;

 Atentar para o cumprimento de normas, leis e demais dispositivos emergentes da legislação aplicável aos negócios da entidade;

 Fornecer informações sobre o patrimônio aos seus usuários, de acordo com suas necessidades (BASSO, 2011, p. 29).

Sabendo que a contabilidade tem um campo de atuação muito amplo, baseando-se em Basso (2011) a contabilidade pode ser aplicada em: micro, pequenas, médias e grandes empresas públicas, privadas, entidades sem fins lucrativos de natureza social, cultural, recreativa, desportiva, associações e outras, propriedades rurais e pessoas físicas em geral, sendo essas as responsáveis por gerar informações. Basso (2011, p.28) diz que “A finalidade

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básica da Contabilidade é gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, com ênfase para o controle e o planejamento – processo decisório”.

Já para Franco (1997, p. 22) a finalidade da Contabilidade é:

(..) controlar os fenômenos ocorridos no patrimônio de uma entidade, através de registro, da classificação, da demonstração expositiva, da análise e interpretação dos fatos nele ocorridos, objetivando fornecer informações e orientação – necessárias à tomada de decisões – sobre sua composição e variações, bem como sobre o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

A contabilidade torna-se uma ferramenta essencial para qualquer pessoa física ou jurídica, pois tem a função de registrar, classificar, auditar e analisar todos os fenômenos que ocorrem no patrimônio da entidade, sendo esse o seu objeto de estudo, onde se analisa os bens, direito e obrigações. Fornece aos administradores informações e orientações necessárias para a tomada de decisão, buscando sempre atingir as metas almejadas.

2.1.1 Contabilidade gerencial

A contabilidade gerencial está voltada a gestão da empresa, fornecendo informações que auxiliem o administrador na tomada de decisão, levando em consideração as informações passadas, presentes e tentando projetar um futuro melhor para a empresa tornando se indispensável em sua forma de gerenciamento sendo, o braço direito do administrador, trazendo resultados eficientes e precisos para entidade num todo.

Para Padoveze (2012, p.9) descreve a contabilidade gerencial como:

(...) associada ao advento do capitalismo industrial e apresentou um desafio para o desenvolvimento da Contabilidade como uma ferramenta de gerenciamento industrial. Surgiu da necessidade do gerenciamento contábil interno em função das novas complexidades dos processos de produção, objetivando informações para tomada de decisão. A contabilidade gerencial mudou o foco da Contabilidade, passando dos registros e análise das transações financeiras para a utilização da informação para decisões, afetando o futuro.

A contabilidade gerencial está voltada para fins internos da administração, é através dela que seus administradores obtêm informações, ela se diferencia da contabilidade geral, por não estar ligada a princípios tradicionais. Iudícibus (1998, p.21) destaca que:

A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de custos, na

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análise financeira e de balanços etc., colocados numa perspectiva diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes das entidades em seu processo decisório.

Sendo assim, pode-se dizer que a contabilidade gerencial está relacionada ao futuro da organização, sendo ela a responsável por levantar informações para o administrador, fazendo com o que mesmo esteja a par de todos os acontecimentos da empresa e possa de forma segura tomar as decisões devidas e corretas, sendo a contabilidade gerencial a sua principal ferramenta de gestão. Proporcionando ao administrador uma forma mais fácil de administrar e planejar, com um maior controle assegurando ao mesmo o uso apropriado dos seus recursos financeiros, para assim, prolongar a vida da empresa.

A realização de um fluxo de caixa na empresa é uma ferramenta de grande importância que contribuí para que a gestão financeira funcione na organização, trazendo informações necessárias das suas movimentações financeiras. Sendo assim, um fluxo de caixa feito de forma correta contribui para um gerenciamento real da situação financeira da empresa, proporcionando informações adequadas para as decisões tomadas em beneficio da mesma.

2.2 FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa torna-se para os gestores das empresas uma ferramenta indispensável para obter-se um bom controle dos resultados financeiros da entidade, mesmo sendo uma ferramenta não obrigatória. Com o fluxo de caixa se pode ter um maior planejamento das ações, proporcionando ao administrador uma maior facilidade para a tomada de decisão, assim sendo, Zdanowicz (1998, p.19) destaca que “o fluxo de caixa é um instrumento que permite ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para determinado período”.

Sendo assim, pode-se dizer que o fluxo de caixa é um instrumento de controle e analise financeira que quando junta-se com as demonstrações contábeis torna-se um instrumento de apoio na tomada de decisão, mostrando o comportamento das entradas e saídas de caixa da entidade estudada. Pivetta (2005, p.1) defende em seu artigo que:

O fluxo de caixa nada mais é do que a distribuição no tempo de todas as entradas e saídas de numerário geradas pelas atividades da empresa, lida portanto, com conceito de fácil assimilação, a disponibilidade financeira, facilitando o entendimento por todos.

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Pode-se dizer então que o fluxo de caixa tem o intuito de demonstrar a situação de solidez da entidade, as dificuldades que os gestores enfrentam no dia-a-dia, e qual o melhor caminho que o gestor deve adotar para melhor satisfazer as necessidades da organização. Sendo assim, o mesmo proporciona uma visão da situação financeira, indicando quando se faz necessário fazer um empréstimo ou até mesmo a hora de ser fazer aplicações financeiras, fazendo com que o gestor possa atribuir a realização de um fluxo de caixa como um instrumento de aprimoramento e desenvolvimento da empresa.

O fluxo de caixa é uma ferramenta gerencial financeira que tem a função de controlar as entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período, sendo esses organizados e estipulados pelos gestores da empresa, com a finalidade de alcançar metas, atingindo os objetivos desejados. Zdanowicz (1995, p.37) conceitua de forma sintética o fluxo de caixa dizendo que “é o instrumento de programação financeira, que corresponde às estimativas de entradas e saídas de caixa em certo período de tempo projetado”.

Para Matarazzo (2008, p.363) é possível “saber se a empresa foi autosuficiente no financiamento de seu giro e qual sua capacidade de expansão com recursos próprios gerados pelas operações, ou seja, a independência financeira da empresa é posta em cheque”. O uso de demonstrações para Stickney; Weil (2014, p.180) “fornece informações que ajudam o usuário avaliar o impacto das operações de liquidez e a avaliar as relações entre os fluxos de caixa das atividades operacionais, de investimento e de financiamento”.

Contudo, percebe-se também que o fluxo de caixa torna-se essencial para os demais setores da entidade, não sendo só importante para os gestores, mostrando a importância que tem para o setor de compras, cobrança e vendas da entidade. Pois o seu correto gerenciamento influenciará no bom desenvolvimento de cada setor da organização.

O fluxo de caixa tem como principal objetivo fornecer uma visão das atividades financeiras desenvolvidas na organização. Para Zdanowicz (1998, p.23) “o fluxo de caixa tem como objetivo básico, a projeção das entradas e das saídas de recursos financeiros para determinado período, visando prognosticar a necessidade de captar empréstimos ou aplicar excedentes de caixa nas operações, mas rentáveis para a empresa”. Outros objetivos também são citados pelo autor como sendo os principais:

 proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para a execução do plano geral de operações e , também, da realização das transações econômico-financeiras pela empresa;

 empregar, da melhor forma possível, os recursos financeiros disponíveis na empresa, evitando que fiquem ociosos e estudando, antecipadamente, a ,melhor aplicação, o tempo e a segurança dos mesmos;

(22)

 planejar e controlar os recursos financeiros da empresa, em termos de ingressos e de desembolsos de caixa, através das informações constantes nas projeções de vendas, produção e despesas operacionais, assim como de dados relativos aos índices de atividades: prazos médios de rotação de estoque , de valores a receber e de valores a pagar;

 saldar as obrigações da empresa na data do vencimento;

 buscar o perfeito equilíbrio entre ingressos e desembolsos de caixa da empresa;

 analisar as fontes de crédito que oferecem empréstimos menos onerosos, e, caso de necessidade de recursos pela empresa;

 evitar desembolsos vultuosos pela empresa, em época de baixo encaixe;

 desenvolver o controle dos saldos de caixa e dos créditos a receber pela empresa;

 permitir a coordenação entre os recursos que serão alocados em ativo circulantes, vendas, investimentos e débitos (ZDANOWICZ, 1998, p.23).

Zdanowicz (1995, p.38) conclui que “um dos principais objetivos do fluxo de caixa é otimizar a aplicação de recursos próprios e de terceiros nas atividades mais rentáveis pela empresa”. Sendo assim, na economia brasileira, nenhuma empresa pode-se dar o luxo de deixar seus recursos ociosos.

Dettruz (2011, p.33) em seu artigo relata que:

O mecanismo do fluxo de caixa consiste em implantar e implementar um estrutura de informações que permita planejar os futuros ingressos e desembolsos de caixa. Desta forma o administrador financeiro poderá visualizar e satisfazer as necessidades financeiras da empresa.

É através de um fluxo de caixa que a empresa pode mensurar os recursos futuros que servirão para a liquidação dos compromissos da organização junto a seus fornecedores, assim como o resultado financeiro positivo da mesma. Fazendo com que possa tomar decisões com uma maior segurança, e revertendo em um bom resultado financeiro, econômico proporcionando uma maior estabilidade.

O fluxo de caixa proporciona ao gestor uma forma de acompanhar as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa, de tal forma que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e metas traçadas, a curto, médio e longo prazo. Frezatti (2013) acredita que a implantação de um fluxo de caixa na empresa seja fundamental para a sua sobrevivência, por isso ele em um de seus livros conclui Frezatti (2013, p.117):

(...) o processo de aprovação do fluxo de caixa, além de realmente formalizar uma meta importante (como outras tantas que são formalmente aprovadas), faz com que os eventuais problemas e dificuldades possam ser discutidos e sanados. Complementarmente, o processo de aprovação produz nos participantes um certo nível de pressão que é saudável nas organizações.

(23)

Para Zdanowicz (1998, p.15) “o fluxo de caixa constitui-se em instrumento essencial para que a empresa possa ter agilidade e segurança em suas atividades financeiras”. Para Pivetta (2005, p.2) em seu artigo:

O fluxo de caixa é uma demonstração dinâmica, que oferece ao gerente financeiro uma bagagem de informações que ajudará na tomada de decisões. Representa a previsão, o controle e o registro de entradas e saídas financeiras durante um determinado período, contendo informações sobre a vida financeira da empresa. Através dele, obtêm-se as informações sobre o estado de liquidez da empresa; como utilizar seus recursos por um determinado período; se há capacidade da empresa aplicar recursos e/ou se há necessidade de buscar um empréstimo.

Para Frezatti (2013, p.28) “um instrumento gerencial é aquele que permite apoiar o processo decisório da organização, de maneira que ela esteja orientada para os resultados pretendidos”. Assim sendo, pode-se dizer que o fluxo de caixa é uma ferramenta de gestão fundamental para uma empresa que procura ter vida longa no mercado, pois ele proporciona ao administrador um melhor controle financeiro e administrativo, podendo assim auxiliar o administrador a tomar decisões precisas e corretas, prolongando a vida da empresa e tornando a mesma saudável na visão financeira.

2.2.1 Importância do planejamento

Para uma entidade o planejamento correto de um fluxo de caixa torna-se essencial para a gestão financeira da empresa, onde o administrador procura cada vez mais obter informações detalhadas dos processos administrativos, facilitando assim a tomada de decisão. Nesse sentido, o planejamento de um fluxo de caixa torna-se uma ferramenta insubstituível, porém, não obrigatória para a empresa, buscando tentar evitar surpresas desagradáveis. Para Padovese (2012, p.101) “planejar é uma estratégia para aumentar as chances de sucesso de uma empresa em um mundo de negócios que muda constantemente”.

O processo de planejamento do fluxo de caixa consiste em implantar uma estrutura de informações uteis, práticas e econômicas, dispondo de um mecanismo seguro para estimar os futuros ingressos e desembolsos de caixa da empresa. Assim sendo, também destaca-se a importância o planejamento do fluxo de caixa, pois ele indicará antecipadamente as necessidades de numerário para o atendimento dos compromissos que a empresa costuma assumir, considerando os prazos para serem saldados, conforme relata Zdanowicz (1998). Ainda Filho (2005, p.41) argumenta que:

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(...) planejar com antecedência os níveis diários de caixa, os desembolsos, os recebimentos, o volume de compras para atender à produção e às vendas, o nível de estoques, as fontes de recursos, quando ocorrerem déficits de caixa, e as aplicações de curto prazo, quando houver superávits.(...) Mas analisar o que já aconteceu não terá qualquer valor se não utilizarmos essas informações para planejar o futuro.

A elaboração do fluxo de caixa é instrumento de grande importância para uma gestão equilibrada da organização em que

Através da elaboração do fluxo de caixa, o administrador financeiro procura conciliar a manutenção da liquidez e do capital de giro da empresa, para que esta possa honrar com as obrigações assumidas perante terceiros na data do vencimento, bem como a maximização dos lucros sobre os investimentos realizados pelos proprietários (ZDANOWICZ, 1998, p.29).

Buscando o bom desempenho da entidade o gestor planeja suas ações e decisões, porém no Brasil o índice de empresas de pequeno porte que fecham as portas é muito alto, em que a falta de planejamento é o maior agravante desse índice negativo. Planejar, organizar e monitorar suas ações é essencial para se obter resultados positivos, sendo assim a empresa que melhor planejar seus atos e suas ações tendem a atingir as metas almejadas.

Rosa; Silva (2002, p.1) em seu artigo relatam que:

Planejar é uma das tarefas mais importantes do gestor. Através do planejamento é que se realiza uma gestão eficaz. Administrar uma empresa sem planejar suas atividades é como pilotar uma aeronave sem fazer o plano de voo: fica-se sujeito a um pouso forçado a qualquer momento e lugar, podendo sofrer apenas um grande susto, como também ter destruição total. Se não planejar suas atividades, o gestor corre risco de ser surpreendido por imprevistos e colocar a empresa em grandes dificuldades, ou até mesmo levá-la à falência. O planejamento se faz necessários em todas as atividades da empresa, mas principalmente nas atividades da área financeira.

Pode-se dizer então que o planejamento contábil é considerado o condutor principal da empresa, pois, planejando corretamente evita-se surpreender-se com situação desagradáveis que possam comprometer a situação financeira da empresa, fazendo com que a mesma diminua a exposição a riscos. Zdanowicz (1998, p.50) orienta que “para que o fluxo de caixa apresente eficiência durante a sua execução, deverá considerar as funções de planejamento e de controle de todas as atividades”.

Ainda segundo Zdanowicz (1995, p.28):

A função de planejamento relaciona-se com a primeira etapa de elaboração do fluxo de caixa. Em termos práticos, as empresas que o utilizam dificilmente fracassam, o mesmo não ocorre com aquelas que não fazem o uso para planejar e controlar as suas atividades operacionais.

(25)

Sendo assim, o planejamento torna-se imprescindível para o administrador na projeção do fluxo de caixa, fazendo com que aumente as chances da empresa permanecer no mercado, visando sempre o futuro da organização, e buscando sempre soluções tanto para o financeiro da empresa quanto para a execução das atividades operacionais.

2.2.2 Prazos de planejamento do fluxo de caixa

O prazo que determina o planejamento do fluxo de caixa depende do ramo de atividade de cada empresa, porém, o bom é um planejamento de no mínimo três meses. Segundo Zdanowicz (1998) quando as empresas estão sujeitas a grandes oscilações na maioria das vezes utiliza-se de estimativas com prazos curtos como (diário, semanal ou mensal), já as empresas que apresentam volume de vendas estável, optam pelo fluxo de caixa com períodos mais longos como o (mensal, trimestral ou semestral).

O fluxo de caixa diário para Segundo Filho (2005, p.52) é “apoiado por mapas auxiliares para os principais itens (vendas, contas a receber, custo das vendas, despesas administrativas, despesas comerciais e endividamento), projeta-se os recebimentos e os desembolsos de caixa”. Ele também recomenda que para as empresas que enfrentam dificuldades financeiras que utilizem o fluxo de caixa diário, pois ele possibilita aos administradores uma maior tranquilidade, visto que ele determina com maior precisão a necessidades diária de recursos, além de ser uma excelente ferramenta de controle.

Em relação ao fluxo de caixa mensal para Segundo Filho (2005, p.52) complementa que a:

A elaboração do fluxo de caixa mensal é preparada para das suporte as sistema de planejamento anual da empresa ou para determinar necessidades de recursos para projetos de investimento de curto prazo. Normalmente elabora-se o fluxo de caixa para o período de 12 meses, com ajuste trimestral.

O fluxo de caixa a longo prazo para Zdanowicz (1995, p.129) “tem por objetivo demonstrar as possibilidades de serem geradas as disponibilidades de caixa, ou obtidos os recursos financeiros necessários à manutenção das atividades planejadas para um dado período”.

Assim sendo, pode-se dizer que o fluxo de caixa em curto prazo está relacionado com o instrumento de planejamento e controle financeiro da empresa, sendo esse o responsável pelas informações geradas em função dos ingressos e desembolsos de caixa. Já o

(26)

planejamento de longo prazo tem como objetivo principal demonstrar a possibilidade de serem geradas disponibilidades de caixa, ou obtidos recursos financeiros necessários.

2.2.3 Planejamento financeiro e planejamento estratégico

Para que o planejamento financeiro da empresa aconteça é necessário que a empresa se detenha a certos cuidados, tendo o administrador a obrigação de monitorar todas as transações financeiras da entidade. O planejamento financeiro tem sido uma ferramenta fundamental de apoio para a empresa e gestores, sendo ele o responsável pelo sucesso de muitas empresas no setor financeiro, sendo também o responsável pelo êxito do planejamento estratégico, Segundo Filho (2005, p. 1) define que o planejamento financeiro precisa ser:

(...) totalmente integrado, controlando, do lado dos ingressos, a emissão do pedido do cliente, a venda, o faturamento da venda, a saída da mercadoria do estoque, o recebimento da venda e a entrada de recursos em caixa, e , do lado dos desembolsos, a requisição de compra, o pedido de compra, a entrada no estoque, a fatura do fornecedor, a entrada da mercadoria no estoque, o pagamento ao fornecedor e a saída dos recursos do caixa.

Para que a empresa obtenha resultados financeiros satisfatórios, é necessário que o planejamento financeiro e o planejamento estratégico caminhem juntos, só assim conseguem atingir resultados positivos, fornecendo subsídios ao gestor para uma correção de erros, a fim de melhorar suas ações e atingir as metas almejadas. Para o autor Lucion (2005, p.1) em seu artigo destaca que:

O processo de planejamento financeiro apresenta-se como uma ferramenta importante para a estratégia empresarial e à administração financeira, de modo a dar o aval para a política de crescimento e outorgar a sustentação financeira de suas atividades sem colocar em riscos as finanças empresariais, contribuindo significativamente para a continuidade da organização.

Lucion (2005) ainda defende que o planejamento financeiro preocupa-se com a parte financeira da empresa, fazendo com que a mesma cumpra suas metas com êxito conquistando resultados positivos e satisfatórios. O autor também conclui que: “O planejamento financeiro torna-se um instrumento indispensável para a estratégia empresarial fornecendo um referencial técnico para os executivos tomarem decisões que acarretam no crescimento da empresa”.

Para Barbosa; Brondani (2005) “o objetivo do planejamento estratégico é orientar e reorientar os negócios e produtos da empresa de modo que gere lucros e crescimento

(27)

satisfatório”. Para Padovese (2012, p.101) “planejamento estratégico é um processo que prepara a empresa para o que está por vir”. Pode-se, assim dizer então, que o planejamento estratégico está voltado para o futuro da empresa, proporcionando ao administrador uma forma de organizar a casa podendo evitar surpresas futuras.

Sendo assim, o planejamento financeiro proporciona ao gestor prever futuros imprevistos, facilitando o desenvolvimento de planos alternativos e o planejamento estratégico precisa que todos os setores da empresa caminhem juntos e estejam comprometidos em trabalhar para o bom funcionamento da empresa.

2.3 ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA

A elaboração do fluxo de caixa é importante, pois através dela é possível estruturar as informações e com isso planejar o futuro, sendo assim o gestor poderá visualizar e satisfazer as necessidades financeiras da empresa, tornando-se um instrumento eficiente de planejamento e controle financeiro, o qual poderá ser elaborado conforme as necessidades da empresa, com a intenção de visualizar os ingressos de recursos e os posteriores reembolsos Zdanowicz (1995).

Para Zdanowicz (1995, p.64) “na sua elaboração devem ser discriminados todos os valores a ser recebido e pago pela empresa. Quanto mais especificado for o fluxo de caixa, melhor será o controle sobre as entradas e as saídas de caixa, verificando assim as suas defasagens e determinando as medidas corretivas ou saneadoras para os períodos subsequentes”.

Para Segundo Filho (2005, p.41) “a definição de uma metodologia de projeção é um aspecto importante no processo de elaboração do fluxo de caixa, porque tem o impacto direto nas projeções e no resultado final, (...) deve ser uniforme ao longo do tempo e consistente com os padrões de planejamento financeiro”.

Para Zdanowicz (1998, p.15) “o fluxo de caixa deverá ser desenvolvido de acordo com o ciclo operacional, as necessidades de caixa da empresa e as tendências de mercado, considerando todos os futuros ingressos e desembolsos de caixa para cada período projetado”.

Segundo Frezatti (2013, p.35) “o fluxo de caixa de uma organização deve conter detalhamentos que permitam a adequada análise das informações contidas. Um fluxo de caixa estruturado de maneira errada leva a empresa a não entender, não analisar e não decidir adequadamente sobre sua liquidez”.

(28)

Na figura seguinte Frezatti (2013), descreve a importância da montagem do fluxo de caixa projetado e o quanto ela impacta na empresa, sendo importante que a organização escolha o modelo que melhor se encaixe em suas necessidades.

Figura 1 - Elaboração do fluxo e caixa

Fonte: Frezatti (2013, p. 66)

Com a elaboração do fluxo de caixa o administrador fica informado dos ingressos e desembolsos realizados pela empresa, podendo ele tomar as melhores decisões e buscando/projetando sempre um futuro melhor para a entidade em que trabalha.

2.3.1 Fluxo de caixa operacional

Os fluxos de caixa são decorrentes das atividades operacionais e são derivados das principais atividades geradoras de receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam das

Enfoque

Horizonte Plano de contas Arquivo do sistema

Formato Enfoque Enfoque FLUXO DE CAIXA PROJEÇÃO ANÁLISE APROVAÇÃO ACOMPANHAMENTO

(29)

transações e de outros eventos que entram na apuração do lucro liquido ou prejuízo, sendo esse apresentado tanto pelo método direto quanto pelo método indireto, assim relatado por Sá (2012).

Sendo assim, o fluxo de caixa operacional é decorrente das principais atividades geradoras de receita da entidade, pode-se dizer que o mesmo faz a apuração do lucro liquido e do prejuízo decorrentes da atividade operacional sendo eles:

(a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviço; (b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários, comissões e outras receitas;

(c) pagamento de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; (d) pagamento de caixa a empregados ou por conta de empregados;

(e) recebimentos e pagamentos de caixa por seguradora de prêmios e sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice;

(f) pagamento ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser especificamente identificados com as atividades de financiamento ou de investimento; e

(g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para a venda futura (SÁ, 2012, p.169).

Para Segundo Filho (2005) a origem do fluxo de caixa operacional é o lucro (ou prejuízo) líquido, porém nem todas as receitas ou despesas geram ou consomem caixa, podendo ser usado como exemplo às despesas de depreciação. Sendo que as receitas e despesas são registradas na demonstração de resultado quando a operação ocorre, sem estar atribuído ao seu efetivo pagamento, no fluxo de caixa essas operações só são registradas quando existe a efetiva entrada ou saída de caixa. Assim sendo, o aumento das receitas não significa necessariamente entrada de dinheiro.

Podendo assim ser divulgado o fluxo de caixa das atividades operacionais como:

(a) método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas; ou

(b) o método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou prejuízo é ajustado pelos efeitos:

(i) das transações que não envolvem caixa;

(ii) de quaisquer diferimentos ou outras apropriações por competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros; e

(iii) de itens de receita ou despesa associados com fluxo de caixa das atividades de investimentos ou de financiamentos (SÁ, 2012, p.169).

Sendo assim, pode-se dizer que o fluxo de caixa operacional é uma ferramenta que auxilia o gestor no controle financeiro, podendo ele assim verificar se as aplicações financeiras estão sendo utilizadas para gerar uma maior rentabilidade para a empresa, proporcionando a ele a perceber as necessidades e evitando o comprometimento do caixa.

(30)

2.3.2 Ciclo operacional, ciclo econômico e ciclo de caixa

É através do ciclo operacional que a empresa percebe suas necessidades, em gerar receita entre outros investimentos operacionais. O ciclo operacional para Segundo Filho (2005, p.27) “é através do controle do ciclo operacional da empresa que o administrador financeiro pode verificar se os recursos estão sendo aplicados com eficiência para gerar a melhor rentabilidade”.

O ciclo de caixa através do fluxo de caixa procura analisar o deslocamento dos recursos financeiros da empresa, partindo do disponível (caixa, bancos e aplicações no mercado financeiro), podem-se verificar os caminhos percorridos por uma unidade monetária na empresa e, principalmente, de operações que aumentam ou diminuem o nível de caixa da empresa segundo Zdanowicz (1998, p.142). O autor também classifica os fluxos de caixa que são cíclicos como:

 Regulares: São aqueles ingressos ou desembolsos que a empresa recebe ou paga regularmente, por exemplo: recebimento de vendas e pagamento de salários aos funcionários da empresa.

 Razoavelmente regulares: São as entradas ou saídas financeiras que ocorrem de tempo em tempo, quase sempre em períodos iguais. Identificam-se com as compras de matérias-primas e secundárias, a amortização de empréstimos ou financiamentos, o recebimento de aluguéis, etc.

 Irregulares: São todos os aportes de recebimento ou pagamento pela empresa de forma inesperada, ou seja, sem um planejamento prévio. Como por exemplo: a compra à vista de uma peça de reposição do ativo imobilizado pela quebra da existente, o pagamento de uma ação trabalhista ou multa fiscal pela empresa (ZDANOWICZ, 1998, p.142).

Para os administradores que trabalham com a venda de mercadorias a prazo, manter seu caixa equilibrado não é uma tarefa fácil, pois a maioria das vezes se paga os fornecedores antes mesmo de ter recebido de seus clientes, sendo assim manter um estoque sempre atualizado com mercadorias fresquinhas torna-se uma tarefa difícil para os administradores.

Já o ciclo econômico caracteriza-se pelo prazo decorrido entre as entradas de matérias-primas e as saídas de produtos prontos, enquanto o ciclo financeiro caracteriza-se pelo prazo decorrido entre os desembolsos de caixa e os ingressos de caixa Zdanowicz (1998). Sendo assim o ciclo financeiro (CF) é igual ao ciclo econômico (CE) mais o prazo médio de recebimentos (PMR), diminuído do prazo médio de pagamentos (PMP).

Os ciclos independentemente de qual for, sendo ele operacional econômico ou de caixa, ambos são fundamentais para o administrador financeiro, pois a decisão de como será aplicado os investimentos, ou como serão pagos os fornecedores cabem a ele.

(31)

2.4 MODELOS DE FLUXO DE CAIXA

A escolha de algum método de fluxo de caixa deve-se levar em consideração a realidade de cada empresa, sendo assim, Sá (2012) relata que o método direto deva ser analisado dois pontos importantes: a capacidade de um negócio gerar caixa e a dependência do negócio de empréstimos de curto prazo. Sá (2012) menciona que o método indireto é baseado em dados das demonstrações contábeis, devendo ser analisadas as variações da contas contábeis no inicio e no fim dos períodos analisados. Para Segundo Filho (2005, p.64)

O método direto do fluxo de caixa das atividades operacionais é reportado separadamente, demonstrando os principais itens de entrada e saída de caixa. E o método indireto, o fluxo de caixa das atividades operacionais é reportado a partir do lucro ou prejuízo líquido do exercício, ajustado pelo efeito das transações que não representam entrada ou saída de caixa com, por exemplo, a depreciação ou as variações nas contas de provisão.

Sá (2012, p.115) conclui que: “a incapacidade de certas empresas de enxergarem o negócio que existe por trás da empresa tem sido responsável por muitos desastres financeiros”. Para Pivetta (2005, p.5) “a contribuição do fluxo de caixa é, portanto, fundamental no entendimento do funcionamento da própria empresa e das implicações das decisões tomadas”. O autor acredita que a adoção do fluxo de caixa como uma ferramenta gerencial proporciona que a empresa tenha:

 Um auto planejamento utilizando-se de dados estatísticos;

 Uma visão de curto e médio prazo sobre o seu desempenho;

 Um planejamento de investimentos, quando os dados, mês a mês, apresentam índices de crescimento acentuado;

 Capacidade de tomar decisões rápidas, fundamentais diante do surgimento de dificuldades financeiras (PIVETTA, 2005, p.5).

O autor Segundo Campos Filho (1999, p.29) destaca que o método direto do fluxo de caixa “consiste em classificar os recebimentos e pagamentos de uma empresa utilizando as partidas dobradas. A vantagem desse método é que permite gerar as informações com base em critérios técnicos, eliminando, assim, qualquer interferência de legislação fiscal”.

Para Segundo Filho (2005, p. 65)

O método direto tem vantagens, pois, mostra o valor exato das entradas e saídas de caixa. Com isso, o fluxo de caixa mostra a evidência de todas as entradas e saídas geradas ou utilizadas pela empresa, sendo esses mais consistentes com os objetivos do demonstrativo. (...) fornece informações sobre o montante de vendas que

(32)

efetivamente resultou em entrada de caixa. Isto pode ser útil para melhor avaliar o valor econômico das vendas apresentadas na demonstração de resultado.

Em função disso segue o quadro 1 com o fluxo de caixa contábil pelo método direto, que possibilita ao gestor verificar o valor de entradas e saídas geradas ou utilizadas pela empresas.

Quadro 1 - Fluxo de caixa – método direto

31.12.X2 31.12.X3

(+) Vendas líquidas

430,0 490,0

(-) Custo dos produtos vendidos

-363,0 -410,0 (-) Despesas operacionais -43,7 -48,0 (+) Receitas não-operacionais 7,0 8,0

(-) Imposto de renda e contribuição social

-6,9 -8,5

(-) Variação do capital de giro

-4,0 -14,0

1. Caixa operacional líquido 19,4 17,5

(+) Venda de ativo permanente

-- 2,0 (-) Aquisição de ativo permanente

-- -12,0 2. Caixa líquido das atividades de investimento -- -10,0 (+) Aumento nos financiamentos de longo prazo

-- 12,0 (+) Aumento nos financiamentos de curto prazo

7,0 1,0

(-) Amortização de financiamentos de longo prazo

-8,0 -8,0 (-) Despesas financeiras -5,0 -7,0 (-) Dividendos pagos -7,4 -9,5

3. Caixa líquido das atividades de financiamento -13,4 -11,5

4. Caixa total líquido (1+2+3) 6,0 -4,0

5. Caixa no início do ano 8,0 14,0

6. Caixa no fim do ano 14,0 10

Fonte: Segundo Filho (2005, p. 66)

O autor Segundo Filho (2005) acredita que é o método indireto seja mais utilizado pelo fato de ser mais simples e objetivo, pois utilizam-se de dados retirados diretamente das demonstrações financeiras apresentadas. O autor Segundo Filho (2005, p. 66) também cita as vantagens de se aplicar o método indireto, os quais são apresentados na sequência:

A reconciliação entre o resultado do exercício e o caixa gerado ou utilizado pelas atividades operacionais é útil para entender a relação entre as atividades econômicas e a geração ou utilização de caixa; a aplicação do método indireto pode envolver menos custos do que aqueles necessários para a aplicação do método indireto.

O fluxo de caixa pelo método indireto demonstrado no quadro 2, como já mencionado é mais utilizado por ser uma método mais simples e objetivo, ele é elaborado com base nos dados retirados das demonstrações financeiras.

(33)

Quadro 2 - Fluxo de caixa – método indireto

Caixa Gerado pelas Atividades Operacionais 31.12.x2 31.12.x3

(+) Lucro líquido do exercício 13,4 16,5

(+) Depreciação 5,0 8,0

(-) Variação do capital de giro -4,0 -14,0

1. Caixa Operacional líquido 14,4 10,5

Caixa Gerado pelas atividades de Investimento

(+) Venda de ativo permanente -- 2,0

(-) Aquisição de ativo permanente -- -12,0

2. Caixa líquido das atividades de investimento -- -10,0

Caixa Gerado pelas Atividades de Financiamento

(+) Novos financiamentos de longo prazo -- 12,0

(+) Aumento nos financiamentos de curto prazo 7,0 1,0

(-) Amortização de financiamentos de longo prazo -8,0 -8,0

(-) Dividendos pagos -7,4 -9,5

3. Caixa líquido das atividades de financiamento -8,4 -4,5

4. Caixa total líquido (1+2+3) 6,0 -4,0

5. Caixa no início do ano 8,0 14,0

6. Caixa no fim do ano 14,0 10,0

Fonte: Segundo Filho (2005, p. 67)

Campos Filho (1999, p.48) acredita que existam vantagens e desvantagens tanto no método direto quanto no método indireto, sendo eles citados:

Método indireto – Vantagens

1. Apresenta baixo custo. Basta utilizar dois balanços patrimoniais (o do início e o do final do período), a demonstração de resultados e algumas informações adicionais obtidas na contabilidade.

2. Concilia lucro contábil com fluxo de caixa operacional líquido, mostrando como se compõem a diferença.

Método indireto – Desvantagens

1. O tempo necessário para gerar as informações pelo regime de competência e só depois convertê-las para regime de caixa. Se isso for feito uma vez por ano, por exemplo, podemos ter surpresas desagradáveis e tardiamente.

2. Se há interferência da legislação fiscal na contabilidade oficial, e geralmente há, o método indireto irá eliminar somente parte dessas distorções.

Método direto – Vantagens

1. Cria condições favoráveis para que a classificação dos recebimentos e pagamentos siga critérios técnicos e não fiscais.

2. Permite que a cultura de administrar pelo caixa seja introduzida mais rapidamente nas empresas.

3. As informações de caixa podem estar disponíveis diariamente. Método direto – Desvantagens

1. O custo adicional para classificar os recebimentos e pagamentos.

2. A falta de experiência dos profissionais das áreas contábil e financeira em usar as partidas dobradas para classificar os recebimentos e pagamentos.

As empresas devem optar por um método que se adapte as suas necessidades, sendo ele direto ou indireto, os dois exercem a mesma função, porém depende do conhecimento da pessoa que irá utiliza-lo. Sendo que, o fluxo de caixa deve considerar um conjunto de ingressos e desembolso financeiro projetado para um determinado período, quanto melhor

(34)

projetado maior será seu controle de entradas e saídas de caixa, podendo verificar suas eventuais falhas podendo e medidas corretivas para se evitar surpresas desagradáveis.

Existem diferentes modelos de fluxo de caixa podendo eles ser fluxo diário, mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual, o que vai interferir na escolha de qual modelo de fluxo de caixa a empresa deverá utilizar vai ser o movimentações financeiras, onde que caberá a empresa optar pelo melhor método de controle de suas finanças, suprindo assim suas necessidades.

Para Segundo Filho (2005, p.52) “o fluxo de caixa diário é mais fácil quando a empresa tem um sistema agregado”. Sendo assim, o sistema deve ter os seguintes subsistemas: compras, estoques, faturamento, contas a receber, contas a pagar, bancos e caixa. Com a socialização desses subsistemas e com a contribuição de alguns relatórios, as informações ficaram mais atualizadas, e contudo gerar o fluxo de caixa.

O autor Zdanowicz (1995) sugere o modelo de fluxo de caixa diário no quadro 3 abaixo, onde que se obtém muitas informações e poucas contas, não sendo um modelo de fácil entendimento, por não ser bem detalhada as informações.

Quadro 3 - Fluxo de caixa diário projetado para um mês

DIAS INGRESSOS DESEMBOLSOS Diferença entre

ingres. e desem. do mês da semana SIC Duplicatas a receber Receitas financeiras Outros ingressos Total Duplicatas a pagar Encargos Salários e ordenados Outros desembolsos Total Sociais Fiscais 1 2 3 4 5 ... Fonte: Zdanowicz (1995, p.81)

O fluxo de caixa diário apesar de ser um método trabalhoso que demanda muitas informações, é indicado para empresa que passa por dificuldades financeiras, podendo auxiliar a mesma com maior precisão, indicando as necessidades diárias da entidade, podendo ser uma excelente ferramenta de controle.

Para Segundo Filho (2005, p.7) “somente através de controles financeiros internos eficientes será possível evitar que os recebimentos de recursos sejam desviados. Independente do tamanho da empresa”. Sendo importante ressaltar a importância do controle de ingressos da empresa é tão quanto importante controlar os desembolsos da mesma. O quadro 4 apresentado, permite ao administrador observar a movimentação do caixa nos dias do mês, sendo possível observar nele os ingressos e desembolsos da empresa, saldo do período e o total acumulado.

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