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TÍTULO: AVALIAÇÃO DOS ESPAÇOS FASCIAIS CERVICAIS POR MEIO DA ULTRASSONOGRAFIA PANORÂMICA

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Academic year: 2021

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TÍTULO: AVALIAÇÃO DOS ESPAÇOS FASCIAIS CERVICAIS POR MEIO DA ULTRASSONOGRAFIA PANORÂMICA

TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: MEDICINA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): BEATRIZ OGASSAVARA, MARIA JOSÉ TUCUNDUVA AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): THASIA LUIZ DIAS FERREIRA ORIENTADOR(ES):

COLABORADOR(ES): WAGNER FERNANDES COLABORADOR(ES):

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UNIVERSIDADE DE CIDADE DE SÃO PAULO INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Avaliação dos espaços fasciais cervicais por meio da ultrassonografia

panorâmica

Projeto de Pesquisa apresentado à Comissão de Pós-graduação da Universidade Cidade de São Paulo, pelo Programa de Iniciação Científica.

Aluno: Beatriz Ogassavara CA 21370635

Orientação: Profa. Dra Thásia Luiz Dias Ferreira

Colaboradores: Maria José Tucunduva; Wagner Fernandes

SÃO PAULO 2013-2014

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Resumo do Projeto

O objetivo nessa pesquisa foi estudar as fáscias cervicais por meio de exames de ultrassonografia panorâmica. As fáscias permitem que as estruturas no pescoço se movimentem sem dificuldades. Além de formarem planos de clivagem naturais, em que os tecidos podem ser separados em uma cirurgia, limitam a disseminação de abcessos, os quais se não drenados através da superfície cutânea ou no interior da cavidade oral, podem se estender difusamente através dos planos fasciais dos tecidos moles, formando uma celulite. Um exemplo clássico de celulite é a angina de Ludwig. Os espaços fasciais, por serem áreas envoltas por tecidos moles, podem ser estudados por meio da ultrassonografia. O conhecimento do padrão imaginológico, dessa região anatômica, permite a comparação entre os lados direito e esquerdo, tanto no padrão de normalidade quanto em afecções. Neste estudo foram realizadas 30 exames de ultrassonografia panorâmica da referida área. Homens e mulheres se submeteram à avaliação do espaço da bainha das artérias carótidas. O método diagnóstico utilizado mostrou-se eficaz nas observações dos espaços fasciais em um padrão de normalidade, possibilitando a realização das medidas, dentre elas: a média, valor P e erro padrão.

Introdução

As fáscias compõem o envoltório correspondente ao acondicionamento e isolamento das estruturas profundas do corpo. Elas são constituídas de três lâminas, as quais possuem membranas que facilitam a movimentação das estruturas do pescoço e limitam a formação de abscessos. Estes abscessos quando não drenados podem formar um padrão de celulite, como por exemplo, a angina de Ludwig.

O diagnóstico pode ser clínico e/ou aliado a exames imaginológicos, como o ultrassom, a tomografia computadorizada e a imagem por ressonância magnética. O tratamento consiste na eliminação do foco infeccioso original, manutenção das vias aéreas pérvias, antibioticoterapia e, se presente pus, faz-se necessário realizar uma drenagem cirúrgica. Os espaços formados por estas fáscias podem ser observados por meio da ultrassonografia, no intento de compreendê-los e de reconhecer características diferentes do padrão de normalidade.

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Revisão da Literatura

As fáscias constituem o material que reveste, acondiciona e isola as estruturas profundas do corpo. A fáscia muscular é um tecido conjuntivo denso modelado, desprovido de gordura. A fáscia superficial, a tela subcutânea, que forra a pele como tecido fibro-areolar-adiposo conservador do calor corporal. A tela provê percurso macio aos vasos, nervos e linfonodos superficiais, e permite grande acúmulo de líquido em algumas doenças. A fáscia profunda é um tecido fibroso branco- azulado, denso, desprovido de gordura, que subdivide em compartimentos os planos profundos ocupados por músculos (Lockhart et al., 1983).

A fáscia cervical é um material de alta qualidade, que oferece uma solução possível de problemas relacionados inicialmente com a reconstrução e, mais tarde com a boa função. (Davorin, Damin, 2003).

As fáscias cervicais consistem em três lâminas: pré-vertebral, pré-traqueal e superficial. A fáscia pré-vertebral é anterior aos corpos vertebrais e músculos longos. A fáscia pré-traqueal é presa à linha oblíqua da cartilagem tireóidea e cartilagem cricóidea, fundem-se embaixo ao pericárdio fibroso e é responsável pela tração traqueal. A fáscia superficial circunda todo o pescoço profundamente à pele e ao tecido subcutâneo (Moore e Dalley, 2006).

Elas sustentam vísceras, músculos, vasos e linfonodos profundos. Tais membranas permitem que as estruturas no pescoço se movimentem sem dificuldades. Além disso, elas formam planos de clivagem naturais através dos quais os tecidos podem ser separados durante a cirurgia e limitam a disseminação de abscessos (Moore e Dalley, 2006).

Se um abscesso não é capaz de drenar pela superfície cutânea ou no interior da cavidade oral, ele pode estender-se difusamente pelos planos fásciais dos tecidos moles, esta extensão aguda e edemaciada de um processo inflamatório agudo é denominada de celulite. Um padrão clássico de celulite é a angina de Ludwig. Inicialmente unilateral, contudo pode ocorrer a extensão para a porção contralateral do pescoço (Neville et al., 2004).

A angina de Ludwig se apresenta em sua forma mais clássica como uma celulite difusa grave que apresenta um início agudo e se espalha rapidamente afetando bilateralmente os espaços submandibular, sublingual e submentuais, resultando em um estado de emergência (Candamourty et al., 2012).

A angina de Ludwig pode ser originada por uma infecção odontogênica com um cenário clínico que se manifesta por inchaço doloroso no assoalho da boca, edema extenso e

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endurecimento dos tecidos moles submentuais e elevação progressiva e deslocamento posterior da língua, gerando um comprometimento importante das vias aéreas (William et al. 1999).

Os métodos de imagem são utilizados para determinar a severidade da infecção. Por meio das radiografias convencionais é possível observar um eventual foco dental infeccioso. A ultrassonografia pode demonstrar a presença de coleções purulentas. Os exames por tomografia computadorizada e ressonância magnética permitem avaliar a extensão da lesão, o comprometimento das vias aéreas e a presença de gases entremeados nos tecidos musculares. Pode-se avaliar também o comprometimento da área torácica quando afetada (Martins et al., 2009)

Justificativa

Os espaços formados pelas fáscias cervicais podem ser observados em exames de imagem com finalidade de auxílio ao diagnóstico. A ultrassonografia panorâmica permite a aquisição, em uma mesma imagem, das estruturas do lado direito e do lado esquerdo. A comparação das imagens adquiridas permite a constatação do padrão normal e a observação de espessamentos indicativos da perda da normalidade, pela imagem panorâmica, essa comparação pode ser feita em uma única imagem.

Objetivos

O objetivo do trabalho foi identificar as possíveis variações das mensurações dos espaços fásciais da artéria carótida, em condições de normalidade. Dentre as mensurações, a média, o valor P e o erro padrão, por meio da ultrassonografia panorâmica.

Metodologia

Foram observados 30 exames de ultrassonografia panorâmica de pacientes da Clínica Tucunduva, localizada na rua Ernesto Diederichsen, 203, Vila Argos Nova, Jundiaí, no segundo semestre de 2013. Os sujeitos da pesquisa foram convidados a participar voluntariamente. As imagens foram entregues ao paciente e foram armazenadas em banco de dados. Após analisadas, receberam tratamento estatístico.

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Em cada imagem axial do pescoço, realizada na altura da glândula tireóide, foi traçada uma linha que partia da fáscia cervical, no ponto em que esta se delaminava para constituir a fáscia dos músculos omo-hióideo, esterno-hióideo e esternocleidomastóideo e recobrir, posteriormente, o músculo escaleno anterior, resultando o espaço médio na bainha da carótida que envolvia este vaso, a veia jugular interna e o nervo vago. Outra linha tangenciava o limite posterior e fechando este triângulo, uma última linha que tangenciava o limite mais externo da glândula tireóide. Do triângulo obtido, foi traçada uma linha anteroposterior, iniciada na fáscia dos músculos omo-hióideo, esterno-hióideo e esternocleidomastóideo e outra da glândula tireóide, medialmente, até a delaminação lateral da fáscia. As linhas foram denominadas APD, para anteroposterior direito, APE, para anteroposterior esquerdo, LMD, para lateromedial direito e LME, para lateromedial esquerdo. Para que houvesse maior acurácia das medidas, foi realizada a mensuração em três dias diferentes e os dados foram anotados sem que houvesse checagem das medidas obtidas anteriormente.

Resultados

Nos 30 pacientes a avaliação do espaço da bainha das artérias carótidas foi realizado de ambos os lados (D e E). Quando os espaços fasciais foram observados comparando os gêneros (homens e mulheres) observou-se uma tendência que indicava valores maiores para o gênero masculino, mas estatisticamente os dados não apresentaram relevância.

O teste Whitney Mann foi aplicado para análise da estatística da pesquisa. Em todos as medidas realizadas, o valor P apresentou > 0,05 mostrando que não há diferença estatisticamente significativa. A média entre homens e mulheres foram semelhantes. A média obtida dos 3 dias para as mulheres, na medida APD, foi de 55,6; a APE foi de 53,25; a LMD foi de 200,7; a da LME foi de 186,8. A média dos 3 dias nos homens, na APD, foi de 56,09; da APE, foi de 52,16; a LMD, foi de 198,1; a LME foi de 200,4. O erro padrão, em todas as medidas teve valor muito baixo, tornando os dados mais fidedignos.

Discussão

A angina de Ludwig é uma forma de celulite difusa grave que pode ser originada de um processo odontogênico (William et al. 1999), afetando bilateralmente os espaços submandibular, sublingual e submentuais, assumindo um caráter de emergência (Candamourty et al., 2012).

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Os métodos de imagem são úteis para determinar o grau e extensão da infecção. Pode-se observar presença de coleções purulentas na ultrassonografia (Martins et al., 2009)

Em nosso levantamento bibliográfico não foi encontrado nenhum trabalho que fizesse as medidas da referida região, contudo em nossa pesquisa foi possível observar que por meio da ultrassonografia era plausível examinar os espaços fasciais no pescoço dos pacientes, referente à bainha da artéria carótida. A obtenção de valores normais permite, a partir de agora, que sejam feitas comparações em condições de perda desta normalidade. Deslocamentos ou reduções das dimensões da bainha da carótida poderiam sugerir a presença de infecção e edema na região cervical. Com relação aos equipamentos utilizados, ao examinador, e aos pacientes para a obtenção dos dados, foram de fácil acesso e aquisição, por isto, não houve dificuldades. Entretanto, um obstáculo foi quanto à delimitação entre as estruturas, dentre elas, fáscia pré-traqueal, músculo esternocleidomastoideo, músculo esternohióideo e músculo esternotireoideo.

Conclusão

Por meio da análise dos resultados pode-se concluir que o uso da ultrassonografia panorâmica mostrou-se eficaz nas observações dos espaços fasciais, possibilitando a realização das medidas, em seu padrão de normalidade. Os exames dependem principalmente do examinador, sendo muitas vezes, necessária a repetição e realização de novos exames para que seja possível a obtenção de melhores imagens a serem analisadas. As mensurações tiveram variabilidade, por isso foram feitas 3 medidas em dias subsequentes, destas, foi utilizado a média, o valor P, e o erro padrão de cada uma, para obtenção de um resultado final. Não foi possível observar nenhuma anormalidade, ou aparência de malignidade das mensurações na amostra estudada. Quanto ao gênero, não houve diferenças, estatisticamente relevantes

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REFERÊNCIAS

Candamourty R., Venkatachalam S., Babu M. R. R., Kumar S. G. ; Ludwig's Angina – An

emergency: A case report with literature review; J Nat Sci Biol Med. 2012 Jul-Dec; 3(2): 206–208. Davorin D., Damir M. O uso da fáscia cervical para a reconstrução hipofaringe com a

preservação da laringe, Eur Arch Otorhinolaryngol (2003) 260 :207–210.

Lockhart R.D., Hamilton G.F., Fyfe F.W. 1983. Anatomia do Corpo Humano. 2ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro.

Martins L., Rocha R.C.A., Santos K.C.P., Marcucci M, Costa C, Oliveira J.X. Angina de Ludwig – considerações sobre conduta e relato de caso. Rev Inst Ciênc Saúde. 2009;27(4):413-6.

Moore K.L.; Dalley A.F. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 969.

Neville, B. W.; Damm, D. D.; Allen, C. M.; Bouquot, J. E. Patologia oral e maxilofacial. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

William W. Shockley, MD; Ludwig AnginaA Review of Current Airway Management; Arch Otolaryngol Head Neck Surg. 1999;125(5):600. doi:10.1001/archotol.125.5.600

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