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Academic year: 2021

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Estudo da Dinâmica Costeira da Praia de Piratininga em Niterói (RJ), analisando a relação homem-natureza através da intervenção da sociedade em um ambiente praial.

SILVA, Mariana da Costa1; COSTA, Bruno Lopes2; PONTES, Leilane Rodrigues3

1

Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Faculdade Formação de Professores –

marianamanb@hotmail.com ;

2

Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Faculdade Formação de Professores –

leilanecabofrio@hotmail.com . 3

Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Faculdade Formação de Professores –

brunolopescosta@gmail.com ;

Introdução

O relevo do planeta Terra é resultado de forças geodinâmicas internas e externas, a paisagem terrestre é então modelada por diversos eventos externos como intemperismo e erosão, resultantes da interação de rochas com fluidos da atmosfera e da hidrosfera, a zona costeira, região onde o continente encontra o mar, constitui-se de uma zona de fronteira sujeita a continuas alterações morfodinâmicas, modeladas por processos de origem continental e marinha.

O processo de povoamento da civilização Brasileira, deu-se desde do início pelo litoral e foi a partir dele que as primeiras cidades surgiram. Cada uma delas se desenvolveram com um tempo cronológico e geológico diferente, Piratininga é um bairro histórico que tinha como pesca sua principal atividade econômica, o próprio nome Piratininga significa em tupi “secagem de peixe”. Em 1960 começaram a surgir os loteamentos, e em 1970 o bairro começou a abrigar a classe média e com a construção de casas e pavimentações ouve uma demanda para melhorias de infraestrutura e a

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paisagem natural começou a ser modificada, a partir desse momento começou o problema que se é enfrentado até os dias atuais a extinção de parte da extensão areal e de plantas nativas.

As modificações morfológicas periódicas que se pode observar na maioria das praias são derivadas principalmente das energias provocadas por ondas, ondas pequenas de tempo bom tendem a construir a praia, contudo ondas de tempestade provocam erosão, transportando o material da praia para a região submersa. Outro fator que também influência para a modificação da paisagem natural estudada na Praia de Piratininga é a intervenção humana, as praias são ambientes naturais e importantes para a região costeira, pois formam uma proteção da costa, no entanto quando o homem modifica a paisagem ele também altera a função básica deste ambiente.

A Praia de Piratininga (Fig.1) é a mais popular de Niterói, está localizada dentro de um bairro residencial na região oceânica de Niterói, onde se encontram outras várias

praias importantes para a população como Camboinhas e Itaipu. A praia possui aproximadamente 2,5 Km de extensão na direção aproximada Leste-Oeste e é limitada por duas rochas gnaisse formadas no Pré-cambriano.

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De acordo com a Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN) O litoral de Piratininga é caracterizado por maré do tipo mista, semi-diurna com a amplitudes não ultrapassam 1,40, ou seja são consideradas micro-marés (0 – 2 m). Os tipos de ondas que encontramos ao longo do ano são as progressivas e mergulhante, essas ondas fazem um processo efetivo de transporte de sedimentos diretamente na face de praia, pela ação do fluxo e refluxo das ondas. Desta forma as ondas são as responsáveis pela dinâmica e variabilidade morfológica deste litoral.

Por períodos sazonais ocorrem ressacas que modificam a morfologia desta praia, muitas das vezes a força das ondas conseguem ultrapassar a barreira feita por meios de quarteirões e muros de concreto destruindo e precisando de intervenção da prefeitura local para a reconstituição de ambos em torno da orla.

O ramo imobiliário de 2010 até os dias de hoje investiram um grande porcentual de capital em construções de prédios e condomínios por toda extensão da praia, comprando os lotes antigos e modernizando, entretanto quando se fala sobre saneamento básico os avanços destes não acompanham a modernização, hoje são raras as casas que ainda pode se encontrar em torno da orla, mais recentemente a prefeitura aprovou a construção de um edifício sobre uma rocha gnaisse que fazia a difração da praia do sossego com Piratininga, o que irá arrecadar em uma total mudança geomorfologia do início da praia no sentido Leste-Oeste, daqui a alguns anos.

Objetivos

Este Estudo vai proporcionar um melhor entendimento sobre alguns pontos dos processos morfológicos e sedimentares do sistema praial apresentado, como mudanças de marés, ondas de tempestades, e a urbanização de um ambiente completamente natural. Nosso objetivo é a partir de dados coletados e fotografias dos processos dinâmicos, analisarmos como se dá a dinâmica do local onde encontramos variações em períodos distintos.

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Começamos o desenvolvimento desta pesquisa com base em estudos anteriores da área e análises atuais dos mesmos problemas enfrentado pela população desde do início de seu surgimento.

Foi analisado o perfil de praia em 1960 e comparado ao de 2014 junto a pesquisas elaboradas em 2004 e 2009 com informações sobre ressacas e alteração da morfologia.

Alguns dados sobre as condições de mar em Piratininga

As formas de arrebentação da Praia variam por ondas progressivas (Figura1A) e ondas mergulhantes (Figura1B). Ondas progressivas são predominantes de tempo bom e duram o ano inteiro as mergulhantes aparecem mais quando o tipo de maré muda. A Praia sofre também com movimentos de ondas por difração quando encontro das ilhas mãe, pai e menina que localizam-se em Itaipu e por refração quando interagem com o fundo oceânico, está praia possui corrente litorânea.

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Figura1A: Ondas progressivas de tempo bom.

Figura1B: Ondas mergulhantes provenientes de mudança de marés.

CARTER (1988) destaca o caráter dinâmico das praias e a sua suscetibilidade às mudanças relacionadas a energia da onda. A praia responde as mudanças na energia da onda através de modificações na morfologia e nos sedimentos que a constituem: com períodos de alargamento e estreitamento; e alterações na granulometria dos sedimentos que constituem a praia. Porém Quando analisamos o Perfil Leste-Oeste de uma

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fotografia retirada em 1960 e outra do mesmo ângulo em 2014, podemos perceber o quando a praia se modificou devido também à habitação humana, onde as formações originais foram alteradas devido a urbanização, como mostra a Figura2A e Figura2B.

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Figura2A: Praia de Piratininga em 1960, com dunas, uma avenida litorânea, espaço de sobrelavem e escarpa de tempestade originais.

Figura2B: Praia de Piratininga em 2014, com presença de calçadão artificial, muro de contenção de concreto, avenida litorânea urbanizada e presença de edifícios por toa orla.

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Figura3A: praia sobre efeito de ressaca. Gráfico de incidência de ressaca.

A construção de um calçadão e paredão em Piratininga, gera um aumento na energia das ondas, que normalmente é dissipada ou atenuada pelas areias da praia. Quando da ocorrência de ressacas, as ondas incidem diretamente no calçadão, refletindo e aumentando sua capacidade de mobilizar areias para o mar. Figura3A e Gráfico1.

Resultados Preliminares

A realização deste estudo possibilitou uma melhor compreensão da dinâmica da praia de Piratininga. A praia apresentou consideráveis variações

morfológicas, em especial variações na largura, junto às extremidades leste e oeste de seu arco, sendo mais intensa no setor oeste. Devido as condições do mar por períodos de verão a faixa de areia se alarga e no inverno se retrai, isso ocorre porque nesse trecho da praia a dinâmica é condicionada pelas ondas de

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tempestades que interagem com o costão. O papel preponderante das correntes de deriva litorânea no transporte longitudinal de sedimentos e o deslocamento das areias da face de praia para a frente de praia, e vice-versa, é o principal mecanismo responsável pela mobilidade dos sedimentos ao longo da praia de Piratininga.

A construção de um calçadão e de um muro de contenção de 4,5 metros de altura em ambiente de praia e de restinga (abrangendo a área de

sobrelavagem das ondas de tempestade mais intensas) ocasiona um aumento na energia das ondas que incidem sobre a praia. A energia das ondas de tempestades, incide diretamente no paredão aumentando a capacidade das ondas de mobilizar areias para o mar, causando diminuição na quantidade de areia estocada na praia e eventual destruição das construções urbanas.

Desta forma, conclui-se que a praia de Piratininga, não apresenta comportamento erosivo, pois por mais que as dinâmicas sejam intensas a reposição de sedimentos. Em função do rápido processo de urbanização que podemos observar no litoral, e nem sempre se respeitando a dinâmica

característica deste ambiente, como pode ser constatado com a construção de obras de engenharia dentro dos limites da praia e a consequentemente a destruição das mesmas em períodos sazonais.

Ao analisar está praia podemos afirmar com toda certeza que antes de qualquer intervenção humana em ambiente natural com uma dinâmica

especifica deve ser feito estudos para a preservação da área, afim de que se evite gastos desnecessários com reconstruções de análises não feita.

Bibliografia

Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN). Tábuas de Marés para o Porto do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.mar.mil.br/dhn/dhn/index.html. Acessado em 05 de junho de 2014.

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Santos C.L., Silva M.A.M., Salvador M.V.S. 2004. Dinâmica Sazonal e os Efeitos das Ressacas nas Praias de Niterói/RJ. Revista Brasileira de Geociências.

Silva A.L.C., Silva M.A.M., Santos C.L. 2009. Morfodinâmica e a estabilidade da praia de Piratininga, Niterói (RJ). Revista Brasileira de Geociências. -

Silva, C.G., Patchineelan, S.G., Batista Neto, J.A. e Ponzi, V.R.A. (2004) - Ambientes de Sedimentação Costeira e Processos Morfodinâmicos Atuantes na Linha de Costa. In: Introdução à Geologia Marinha – Cap.8 –pp.175-218 – Ed. Interciência – Rio de

Referências

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