DIREITO DE FAMÍLIA
Palestrante: Loredana Gragnani Magalhães Advogada
Professora das Disciplinas de Prática Cível e de Família e Sucessões
Mestre em Direito
Divórcio
1ª PARTE: a Emenda Constitucional n. 66/2010 foi publicado no DOU em 14 de julho, próximo passado, para alterar o§ 6º do artigo 226 da Constituição Federal que passará a ter a seguinte redação:
“Art. 226 (CF). (....)
§ 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.”
A Emenda, portanto, extingue a separação judicial como extingue a exigência de prazo para a decretação do divórcio.
Guarda – os artigos 1579 c/c 1583 a 15901 já vêm revestidos de uma nova mentalidade: a da família contemporânea, afetiva e igualitária. Além disto, o contido nestes artigos, à luz da CF/88, podem ser sintetizados numa única diretiva: o interesse do menor2. A lei n. 11.698/2008 dá nova redação aos artigos 1583 e 1584 do CC definindo o que é guarda unilateral e guarda compartilhada (§ 1º do artigo 1583 do CC) sendo que será dada preferência à guarda compartilhada (§2º do artigo 1584 do CC).
Formas Consensuais - obedecem ao rito da jurisdição voluntária (artigos 1120 e 1124 do CPC). A forma escolhida poderá ser a extrajudicial consoante os novos comandos da Lei n. 11.441 de 04 de janeiro de 2007, porém somente nos termos previstos na novel legislação que acrescenta o artigo 1124-A ao Código de Processo Civil observando-se que não haja filhos menores ou incapazes.
Formas Contenciosas: quando for litigiosa a modalidade escolhida pela parte autora, o rito a ser observado é o ordinário (artigo 282 e seguintes do CPC) embora sujeito à fase inicial de tentativa de reconciliação (tentativa do
1
Enunciado 336 do Centro de Estudos judiciários do Conselho de Justiça Federal – Art. 1584. O parágrafo único aplica-se também aos filhos advindos de qualquer forma de família.
2 Enunciado 335 do Centro de Estudos judiciários do Conselho de Justiça Federal – A guarda compartilhada deve
magistrado em reatar o vínculo) ou de conciliação (tentativa do magistrado de transformar a lide para a modalidade consensual).
Restabelecimento da Sociedade Conjugal - de acordo com o artigo 1577 do CCB o restabelecimento da sociedade conjugal somente era permitido aos separados judicialmente. Os divorciados terão que se casar de novo. Atentar para o fato de que as pessoas separadas não serão consideradas automaticamente divorciadas e somente elas poderiam, em tese, postular o restabelecimento.
Possibilidade de decretação do divórcio sem a partilha de bens. Artigo 1581 do CCB3 4.
2ª PARTE: regime de bens em tópicos
1- Regimes de Comunhão: artigos 1658 e seguintes (parcial) e 1667 e seguintes (universal) todos do CCB;
2- Regimes de Separação: artigos 1641, incisos I a III, artigo 1523, todos do CCB (obrigatória – atenção à súmula 377 do STF que reduz a diferença do regime de separação obrigatória do regime de comunhão parcial à proibição de doações entre os cônjuges nas hipóteses legais devendo o operador jurídico vigiar o destino da referida súmula já que o artigo 259 do CCB de 1916 não tem correspondente no CCB e a tendência da jurisprudência parece ser a de não negar vigência à súmula); e artigos 1687 e 1688, também do CCB (separação total).
3- Regime Misto: Participação Final nos Aquestos, artigos 1672 e seguintes.
4- Pacto Antenupcial: artigo 1653 e seguintes. São cláusulas nulas as que dispensam de deveres como fidelidade e mútua assistência, as que privam o genitor do Poder Familiar ou que abram mão da igualdade na chefia familiar, as que alteram a ordem de vocação hereditária, as que ajustam outro regime de bens quando o casamento somente podia realizar-se pelo da Separação
3
Mesmo para casos anteriores ao Código Civil de 2002 é de se recordar o teor da súmula 197 do STJ: O divórcio direto pode ser concedido sem que haja prévia partilha dos bens (de 08 de outubro de 1997).
4 Enunciado 255 do Centro de Estudos judiciários do Conselho de Justiça Federal – Art. 1575: Não é obrigatória
Obrigatória. STF: não é nula a cláusula que, em caso de filhos, faz passar o regime da Separação para o de Comunhão.
5- Algumas questões.
* O artigo 2039 mantém a outorga uxória ou marital nos regimes de Separação para os casamentos celebrados antes da vigência do NCCB.
* O artigo 2039 não impede postulem os cônjuges a alteração de regime5.
* Efeitos da alteração do regime. Sua retroação ou não deve constar da sentença. Por exemplo, poderão os cônjuges combinar que o regime inicial regerá os bens já adquiridos prevendo efeitos apenas ex nunc.
* O pedido de alteração de regime (artigo 1639, par 2º) deve ser motivado. Por exemplo, para atender os comandos do artigo 977 do CCB.
* Superadas as circunstâncias que obstaram a livre escolha do regime, poderão os cônjuges alterá-lo6.
* A dispensa da outorga uxória ou marital (artigo 1647 CCB) é somente para o regime de Separação convencional.
* São anuláveis os atos praticados sem o consentimento/suprimento. Legitimidade ativa do cônjuge prejudicado e herdeiros (art. 1645 CCB).
* Aval. O artigo 1647 do CC ao listar os atos que não poderiam ser praticados pelo cônjuge sem autorização do outro menciona em seu inciso III a prestação de fiança ou aval, sob pena de nulidade relativa, sendo assim atos passíveis de anulação pelo cônjuge prejudicado. No entanto a jurisprudência parece tender para a invalidação apenas na prestação de fiança não podendo o aval ser anulado por falta de vênia, embora oponível para ressalva de meação ou bens particulares7. Vide a este respeito os Recursos Especiais 586242; 696748 e 113413. * Solidariedade dos cônjuges em qualquer regime (artigos 1643, 1644 e 1568). Já se julgou que não há solidariedade na Separação Absoluta para bens particulares, apenas para os comuns/meação.
* Atos que não exigem consentimento/suprimento. 1642 e 1643.
* O cônjuge com administração exclusiva (art. 1651) poderá ser usufrutuário, procurador (com mandato expresso ou tácito) ou mero depositário e então poderão variar os efeitos como percepção de frutos (usufrutuário) ou prestação de contas até a herdeiros (procurador) ou depositário infiel (depositário).
* O cônjuge empresário pode alienar bens da empresa/gravar de ônus real sem consentimento/suprimento (artigo 1647, a).
* O cônjuge pode intervir no processo de execução ao mesmo tempo como parte (embs.devedor) e como 3º (embs. 3º). REsp 245.183; REsp 434856; REsp 64021.
* Compete ao cônjuge que alega ilidir a presunção de autorização e de proveito comum ou à
5
Enunciado 260 do Centro de Estudos judiciários do Conselho de Justiça Federal – Arts. 1639, p. 2º e 2039: A alteração do regime de bens prevista no p. 2º do art. 1639 do Código Civil também é permitida nos casamentos realizados na vigência da legislação anterior.
6
Enunciado 261 do Centro de Estudos judiciários do Conselho de Justiça Federal – Art. 1641: A obrigatoriedade do regime da separação de bens não se aplica a pessoa maior de sessenta anos, quando o casamento for precedido de união estável iniciada antes desta idade.
Enunciado 263 do Centro de Estudos judiciários do Conselho de Justiça Federal – Arts. 1641 e 1639: A obrigatoriedade da separação de bens, nas hipóteses previstas nos incs. I e III do art. 1641 do Código Civil, não impede a alteração do regime, desde que superada a causa que o impôs.
7
Enunciado 114 do Centro de Estudos judiciários do Conselho de Justiça Federal – O aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inciso III do artigo 1647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu.
família. Porém: no aval é ônus do credor (porque o aval é de favor salvo se o cônjuge é sócio da empresa avalizada – Resp 525527).
* A meação é considerada em cada bem do casal e não na totalidade do patrimônio.
* Iterativa jurisprudência mostra que a meação pode ser defendida por embargos de terceiro. Aponta-se, porém, que é considerável o número de julgados que autorizaram o leilão da integralidade do bem apenas reservando ao embargante a metade do preço alcançado ( REsp.
200.251 Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira).
* O cônjuge, em qualquer regime, não precisa de vênia para doação remuneratória (pagamento por serviço prestado) ou nupciais a filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada (mister que conste no título da doação a motivação).
* O artigo 1668, V CCB ao remeter ao artigo 1659,V a VII CCB acaba por incluir as dívidas advindas de ato ilícito no regime da Comunhão Universal de bens. No entanto: atentar para os artigos 942, 1663, par. 1º e 285 todos do CCB. Já se julgou favoravelmente à mulher casada pelo regime da Comunhão Universal que comprova que o marido emitiu cheque em favor de agiota para pagamento de dívida de amigo.
6- Regime Misto: Participação Final nos Aquestos, artigos 1672 e seguintes.
7- Restabelecimento do Casamento: atentar para a EC n. 66/2010. O regime seria o mesmo.
8- Efeitos civis do Casamento Religioso: efeitos retroativos à data do casamento religioso (artigo 1515 CCB). Efeitos ex tunc.
9- Conversão da União Estável em Casamento: artigo 1726. Procedimento judicial. Não produz efeitos pretéritos, valendo a partir da data do registro. Os provimentos emitidos pelas Corregedorias dos Tribunais de Justiça dos Estados ordenam mencionem os requerimentos, assinados pelos conviventes, a convivência, sua duração, existência de filhos, ausência de impedimentos e a titularidade de bens.
ALIMENTOS
Breve explanação das Ações Alimentares em tópicos
1.Ação Autônoma – Lei n. 5478/68 - Procedimento especial previsto na lei 1.1. Permissão de citação via postal;
1.2. Testemunhas devem acompanhar as partes, dispensando apresentação de rol e requerimento de intimação;
1.3.Possibilidade de ofertar os alimentos em juízo – art. 24;
decorre do parentesco e matrimônio) ou dever familiar (incongruência do art. 2º - dever familiar está aonde houver dever de mútua assistência, para com os filhos menores e os parentes nos limites legais);
1.5.Nada impede a propositura de ação ordinária de alimentos8;
1.6.Valor da causa obedece ao estatuído no inc.VI do art. 259 CPC ou, se impossível saber o valor, valor de alçada;
1.7.Foro competente obedece ao art. 100, II CPC. 2. Ação Alimentar cumulada a outras ações;
3. Ação Cautelar: artigos 852- 854do CPC e também a recente lei que institui os Alimentos Gravídicos (lei 11.804/2008)
4. Modificações da obrigação alimentar
4.1. Revisão9 (observar art. 13, par. 1º, para revisão de alimentos provisórios fixados em ações pelo rito especial), aplicam-se os artigos 100, II e 259, VI CPC.Quanto ao valor a ser dado à causa, divergem as opiniões ora entre o cumprimento estrito do inciso VI do artigo 259 ora admitindo-se que o valor seja igual a doze vezes a diferença entre o valor postulado e o eu vem sendo pago.
4.2 Exoneração (observar que, para alguns autores, se o pedido fundar-se em mudança de fortuna o rito é especial e se fundar-se em outros fatos o rito é ordinário)10;
4.3 Extinção (observar que alguns fatos implicam na perda definitiva dos alimentos que, então, se extinguem);
5. Execução das parcelas alimentares
8
VIANA, Marco Aurélio S. Alimentos: ação de investigação de paternidade e maternidade. Belo Horizonte: Del Rey, 1998, p. 186.
9
No aumento da pensão, os alimentos fixados retroagem à data da citação; mas na redução da pensão vigoram a partir da sentença, salvo se houve concessão de liminares. De igual sorte se houve interposição de apelação na concessão de majoração da pensão será recebida somente no efeito devolutivo e se houve interposição do recurso na redução dos alimentos, o apelo será recebido também no efeito suspensivo já que a hipótese do artigo 520,II CPC é de condenação.
10 Súmula 358 do STJ: O cancelamento de pensão alimentícia de filho que atingiu a
maioridade está sujeito à decisão judicial, mediante contraditório, ainda que nos próprios autos.
5.1 sob pena de prisão (artigo 733 CPC - permanece o rito especial)11; 5.2 sob pena de penhora (artigo 732 CPC - remessa ao artigo 646 do CPC ou seja à execução de título extrajudicial cujo comando para citação está no artigo 652 do CPC - alterações dadas pela lei n. 11.382/2006);
5.3 outros meios assecuratórios (vigiar a orientação jurisprudencial quanto ao destino do art. 21 da lei 6515/77 que permite garantia real ou fidejussória bem como que a pensão consista em usufruto de determinados bens; desconto em folha; recebimento de rendas do devedor).
11Súmula 309 do STJ: O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.
Profa. Loredana Gragnani Magalhães
Professora de Práticas de Processo Civil e de Direito de Família e Sucessões
Mestre em Direito Advogada
Casamento:
• Capacidade matrimonial
-
16 anos
para homens e mulheres (art. 1.517
CC)
• * Menores entre 16 e 18 anos de idade
-necessitam do consentimento de ambos
os pais.
• * Menores de 16 anos de idade - podem
casar com autorização judicial. (art. 1.520
CC)
Habilitação dos noivos perante
Oficial do Registro Civil:
Impedimentos Matrimoniais
: (art.
1.521 CC)
* Impedimentos de Parentesco - incisos I
a V;
* Impedimento de vínculo - inciso VI;
* Impedimento de crime - inciso VII.
Habilitação (continuação):
Causas Suspensivas - art. 1.523 CC
* Evitar confusão de patrimônios – inciso I e III; * Evitar confusão de sangue turbatio sanguinis – inciso II;
* Tutela e curatela – inciso IV;
• Possibilidade de dispensa – art. 1.523, § único; • Conseqüências - art. 1.641, inciso I: separação
No exame da OAB
• Jane e Carlos constituíram uma união estável em julho de 2003 e não celebraram contrato para regular as relações patrimoniais decorrentes da aludida entidade familiar. Em março de 2005, Jane recebeu R$ 100.000,00 (cem mil reais) a título de doação de seu ti o Túlio. Com os R$ 100.000,00 (cem mil reais), Jane adquiriu em maio de 2005 um imóvel na Barra da Tijuca. Em 2010, Jane e Carlos se separaram. Carlos procura um advogado, indagando se tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005.
• Assinala alternativa que indique a orientação correta a ser exposta a Carlos.
• (A) Por se tratar de bem adquirido a título oneroso na vigência da união estável, Carlos tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005.
• (B) Carlos não tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005 porque, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais entre os mesmos o regime da separação total de bens.
• (C) Carlos não tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005 porque, em virtude da ausência de contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais entre os mesmos o regime da comunhão parcial de bens, que exclui dos bens comuns entre os consortes aqueles doados e os sub-rogados em seu lugar.
• (D) Carlos tem direito a partilhar o imóvel adquirido por Jane na Barra da Tijuca em maio de 2005 porque, muito embora o referido bem tenha sido adquirido com o produto de uma doação, não se aplica a sub-rogação de bens na união estável.
No exame da OAB
• Mathias, solteiro e capaz, com 65 anos de idade, e Tânia, solteira e capaz, com 60 anos de idade, conheceram-se há um ano e, agora, pretendem se casar. A respeito da situação narrada, é correto afirmar que Mathias e Tânia
• (A) deverão, necessariamente, celebrar pacto antenupcial optando expressamente pelo regime da separação de bens.
• (B) poderão casar-se pelo regime da comunhão parcial de bens, desde que obtenham autorização judicial, mediante a prévia demonstração da inexistência de prejuízo para terceiros.
• (C) poderão optar livremente dentre os regimes de bens previstos em lei, devendo celebrar pacto antenupcial somente se escolherem regime diverso da comunhão parcial de bens.
• (D) somente poderão se casar pelo regime da separação obrigatória de bens, por força de lei e independentemente da celebração de pacto antenupcial.
Casamento inexistente
• João foi registrado ao nascer com o gênero masculino. Em 2008, aos 18 anos, fez cirurgia para correção de anomalia genética e teve seu registro retificado para o gênero feminino, conforme sentença judicial. No registro não constou textualmente a indicação de retificação, apenas foi lavrado um novo termo, passando a adotar o nome de Joana. Em julho de 2010, casou-se com Antônio, homem religioso e de família tradicional interiorana, que conheceu em janeiro de 2010, por quem teve uma paixão fulminante e correspondida. Joana omitiu sua história registral por medo de não ser aceita e perdê-lo. Em dezembro de 2010, na noite de Natal, a tia de Joana revela a Antônio a verdade sobre o registro de Joana/João. Antônio, não suportando ter sido enganado, deseja a anulação do casamento. Conforme a análise da hipótese formulada, é correto afirmar que o casamento de Antônio e Joana:
• (A) só pode ser anulado até 90 dias da sua celebração.
• (B) poderá ser anulado pela identidade errônea de Joana/João perante Antônio e a insuportabilidade da vida em comum.
• (C) é inexistente, pois não houve a aceitação adequada, visto que Antônio foi levado ao erro de pessoa, o que tornou insuportável a vida em comum do casal.
Nulidade do casamento:
Artigo 1548 CC:
• a) realizado pelo enfermo mental, sem o
necessário discernimento para os atos da vida
civil. (Não possui condições de compreender o
ato e suas conseqüências);
• b) realizado com infringência aos impedimentos
matrimoniais.
Casamento anulável (art.
1550CC):
• I - não completou idade núbil;
• II - do menor em idade núbil, não autorizado por seus representantes legais;
• III - por vício de vontade (1.556 a 1.558 - erro essencial quanto à pessoa do outro cônjuge e coação);
• IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento (discernimento reduzido);
Casamento anulável
(continuação):
• V - realizado pelo mandatário, sem
que ele ou o outro contraente
soubesse da revogação do mandato,
e não sobrevindo coabitação entre
os cônjuges;
• VII
-
por
incompetência
da
autoridade celebrante.
Dica:
• O erro essencial deriva de equivocada
concepção sobre o ato praticado, a qual,
influenciando a formação de vontade,
faz
com que esta se manifeste de modo
diverso da real intenção.
O erro deve ser
determinante, pois sem ele a pessoa não
teria consentido no casamento.
Ainda:
Casamento Putativo
- casamento nulo ou
anulável, contraído de boa-fé por um ou
por ambos os cônjuges. Art. 1.561 CC
Conservam-se os efeitos do casamento
até a data da sentença anulatória.
Prazos
para ação anulatória – art. 1.560
CC
Separação e divórcio:
• a Emenda Constitucional n. 66/2010 foi publicado no DOU em 14 de julho, próximo passado, para alterar o§ 6º do artigo 226 da Constituição Federal que passará a ter a seguinte redação:
• “Art. 226 (CF). (....)
§ 6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.”
• A Emenda, portanto, extingue a separação judicial
como extingue a exigência de prazo para a decretação do divórcio.
Continuação:
•
Guarda – os artigos 1579 c/c 1583 a 1590 já
vêm revestidos de uma nova mentalidade: a da
família contemporânea, afetiva e igualitária.
Além disto, o contido nestes artigos, à luz da
CF/88, podem ser sintetizados numa única
diretiva: o interesse do menor. A lei n.
11.698/2008 dá nova redação aos artigos 1583
e 1584 do CC definindo o que é guarda
unilateral e guarda compartilhada (§ 1º do artigo
1583 do CC) sendo que será dada preferência à
guarda compartilhada (§2º do artigo 1584 do
CC).
Continuação:
• Formas Consensuais - obedecem ao rito
da jurisdição voluntária (artigos 1120 e
1124 do CPC). A forma escolhida poderá
ser a extrajudicial consoante os novos
comandos da Lei n. 11.441 de 04 de
janeiro de 2007, porém somente nos
termos previstos na novel legislação que
acrescenta o artigo 1124-A ao Código de
Processo Civil observando-se que não
haja filhos menores ou incapazes.
Continuação:
• Formas Contenciosas: quando for litigiosa
a modalidade escolhida pela parte autora,
o rito a ser observado é o ordinário (artigo
282 e seguintes do CPC) embora sujeito à
fase inicial de tentativa de reconciliação
(tentativa do magistrado em reatar o
vínculo) ou de conciliação (tentativa do
magistrado de transformar a lide para a
modalidade consensual).
Dicas:
Divórcio Conversão – não deve o jurista entender que houve a transformação automática da separação em divórcio. Assim continuaremos convertendo as separações em divórcio.
Parece ser tendência o entendimento de que os separados poderão continuar a postular a reabilitação do casamento. (art. 1577 CC)
Possibilidade de decretação do divórcio sem a partilha de bens. Artigo 1581 do CCB
Espécies de casamento
– Válido;
– Putativo;
– Nuncupativo;
– Consular;
– Religioso com efeitos civis;
– Conversão da união estável em
casamento;
– Restabelecimento da sociedade
conjugal.
No exame da OAB
• Acerca do direito de família, assinale a opção correta:
• A) O casamento religioso com efeitos civis passa a produzir efeitos somente a partir da data em que é efetivado o seu registro perante o oficial competente.
• B) A existência de impedimentos dirimentes absolutos acarreta a ineficácia do casamento.
• C) O casamento inexistente não pode ser declarado putativo.
• D) É inválido o casamento contraído por coação a qualquer dos cônjuges.
• OBS. Após a análise dos recursos impetrados, o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (CESPE/UnB) comunica a anulação das questões 2, 11, 24, 31 e 33 da prova objetiva do Exame de Ordem 2010.1 da Ordem dos Advogados do Brasil.
Filiação
Profa. Loredana Gragnani Magalhães
Professora de Práticas de Processo Civil e de Direito de Família e Sucessões
Mestre em Direito Advogada
Filiação matrimonial:
• Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos:
• I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal;
• II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento;
• III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido;
• IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga;
• V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
Ações permitidas para a tensão
do estabelecimento da filiação
matrimonial:
• Ação Negatória de Paternidade/Maternidade
*imprescritível
*legitimidade ativa privativa do marido/mãe
• Ação de Investigação de
Paternidade/Maternidade
*imprescritível
Filiação extramatrimonial:
• Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu falecimento, se ele deixar descendentes.
Ações permitidas para a tensão do
estabelecimento da filiação
extra-matrimonial:
Ação Negatória de Paternidade/Maternidade *imprescritível
*legitimidade ativa privativa do marido/mãe
Ação de Investigação de Paternidade/Maternidade *imprescritível
*legitimidade ativa privativa de filho
Ação Declaratória. Exemplos: de relação avoenga, de paternidade, de nulidade de escritura pública de reconhecimento
No exame da OAB
• QUESTÃO 38 – 2010/1 -Considere que Laura, menor absolutamente incapaz, representada por sua mãe, ajuíze ação de investigação de paternidade no foro de seu domicílio. Nessa situação hipotética, caso more em outro estado da Federação, o réu poderá:
• A) apenas contestar a ação, visto que a competência para o conhecimento da ação, nessa hipótese, é do foro do domicílio de Laura, haja vista ser absolutamente incapaz.
• B) alegar a incompetência do juízo, mediante simples petição, a qualquer tempo, independentemente de exceção, haja vista tratar-se de incompetência absoluta.
• C) apresentar exceção de incompetência de juízo, no prazo da resposta, uma vez que a competência para o conhecimento da ação, nesse caso, é do foro do domicílio do réu.
• D) apresentar exceção de incompetência de juízo, a qualquer tempo, desde que o faça antes da sentença, visto que a competência, na referida hipótese, é do foro do domicílio do réu.
Colocação da criança e do
adolescente em família
Substituta:
• Guarda
• Tutela
• Adoção
Tutela:
• Testamentária
• Tutor legítimo (na ordem do artigo 1731
CC)
• Tutela dativa (quando o tutor é nomeado
pelo juiz na forma do artigo 1732 CC)
Curatela no exame da OAB
• Questão 39 – 2010/2
• Com relação ao procedimento da curatela dos interditos, é correto afirmar que:
• (A) na ausência dos pais, do tutor e do cônjuge, um parente próximo pode requerer a interdição.
• (B) a sentença proferida pelo juiz faz coisa julgada material.
• (C) a realização de prova pericial, consistente no exame do interditando, é facultativa, podendo o juiz dispensá-la. • (D) o Ministério Público não tem legitimidade para
Interdição no exame da OAB
• QUESTÃO 40 – 2010/1 - Fabrício ajuizou ação de interdição contraJosé, seu pai, alegando, em síntese, que este sofria de demência senil. José foi, então, citado para comparecer ao interrogatório, ocasião em que respondeu às perguntas feitas pelo juiz e externou seu inconformismo com a ação ajuizada pelo filho. Aberto o prazo de cinco dias, após o interrogatório, para o interditando impugnar o pedido de sua interdição, este se quedou inerte, em que pese não ser portador de doença mental alguma, além de não haver, nos autos, prova da suposta demência. Na situação hipotética acima, em face dos fatos apresentados, o juiz:
• A) não poderá aplicar os efeitos da revelia, pois a ação versa sobre direito indisponível.
• B) deve reconhecer e aplicar os efeitos da revelia, presumindo verdadeiros os fatos alegados pelo autor.
• C) deve ordenar nova citação do requerido, obrigando-o a apresentar resposta.
• D) deve designar audiência preliminar para tentar conciliar as partes.
Dica:
• Lei n. 12.010/2009 altera vários artigos do
ECA.
Ponderações acerca dos
vínculos jurídicos
que
originam o direito/dever alimentar
• Vínculos que originam a obrigação
alimentar:
* Para com os filhos menores
* Parentesco
* Casamento e União Estável
* Outros Casos.
Alimentos decorrentes do
parentesco
• Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a
obrigação aos descendentes, guardada a ordem
de sucessão e, faltando estes, aos irmãos,
assim germanos como unilaterais.
• Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em
primeiro lugar, não estiver em condições de
suportar totalmente o encargo, serão chamados
a concorrer os de grau imediato; sendo várias
as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas
devem concorrer na proporção dos respectivos
recursos, e, intentada ação contra uma delas,
poderão as demais ser chamadas a integrar a
lide.
Alimentos decorrentes do
casamento
e da
união
estável
:
d
e
v
e
r
• Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: I - fidelidade recíproca;
II - vida em comum, no domicílio conjugal;
III - mútua assistência; IV - sustento, guarda e educação dos filhos;
V - respeito e consideração mútuos.
• Art. 1.724. As
relações pessoais
entre os
companheiros
obedecerão aos
deveres de lealdade,
respeito e
assistência
, e de
guarda, sustento e
educação dos filhos.
Outros casos de obrigação alimentar:
• O tutelado tem direito à
prestação
alimentar por parte do tutor a menos que
tenha bens e rendimentos suficientes ou
que o tutelado tenha parentes em
condições
de
prestar
os
alimentos
necessários, conforme se depreende da
leitura do artigo 1746 combinado com o
artigo 1747, inciso II ambos do novo
Código Civil.
Outros casos (continuação):
• o guardião face ao dever de prestar
assistência material, moral e educacional
está obrigado à prestação de alimentos.
Também aqui, não se afasta a obrigação
dos pais podendo o guardião exigir que
prestem alimentos.
• Também os pais destituídos ou suspensos
do pátrio poder não estão isentos da
prestação alimentar devida aos filhos
menores.
Na jurisprudência:
• EMENTA:
PERDA DO PODER FAMILIAR.
VIOLÊNCIA
SEXUAL.
A
FIXAÇÃO
DE
ALIMENTOS EM FAVOR DO FILHO MENOR.
VIOLAÇÃO DE DEVERES MATERNOS. A mãe
que revela desinteresse pela filha e acoberta o
padrasto que desenvolve prática de relações
sexuais e também de atos sexuais diversos da
conjunção carnal reiteradas vezes com a filha,
enteada dele, mantendo-a calada sob ameaça,
evidentemente não tem condições de exercer o
poder familiar, cumprindo-lhe, todavia, prover o
sustento dela mediante pensão alimentícia.
Recurso
desprovido.
(Apelação
Cível
Nº
70008798415, Sétima Câmara Cível, Tribunal de
Justiça do RS, Relator: Sérgio Fernando de
Vasconcellos Chaves, Julgado em 30/06/2004)
Outros casos: ato ilícito
• Art. 948.
No caso de
homicídio
, a indenização
consiste, sem excluir outras reparações:
I - no pagamento das despesas com o tratamento
da vítima, seu funeral e o luto da família;
II - na prestação de alimentos às pessoas a quem o
morto os devia, levando-se em conta a duração
provável da vida da vítima.
• Art. 949.
No caso de
lesão ou outra ofensa à
saúde,
o ofensor indenizará o ofendido das
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até
ao fim da convalescença, além de algum outro
prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Breve explanação das Ações Alimentares em
tópicos
1. Ação Autônoma – Lei n. 5478/68
-Procedimento especial previsto na lei:
• 1.1. Permissão de citação via postal;
• 1.2.Testemunhas devem acompanhar as partes, dispensando apresentação de rol e requerimento de intimação;
• 1.3.Possibilidade de ofertar os alimentos em juízo – art. 24; • 1.4.Exige prova pré-constituída da obrigação ou dever familiar; • 1.5.Nada impede a propositura de ação ordinária de alimentos; • 1.6.Valor da causa obedece ao estatuído no inciso VI do art. 259
CPC ou, se impossível saber o valor, valor de alçada; • 1.7.Foro competente obedece ao art. 100, II CPC.
• VIANA, Marco Aurélio S. Alimentos: ação de investigação de paternidade e maternidade. Belo Horizonte: Del Rey, 2008.
2. Ação Alimentar cumulada a outras ações:
Na jurisprudência:
• EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. RECONVENÇÃO. MAJORAÇÃO DE ALIMENTOS E CUMPRIMENTO DO ACORDO FEITO EM AÇÃO DE SEPARAÇÃO. Em que pese a reconvenção ser autônoma em relação à ação principal, não cabe às reconvintes postular o cumprimento do acordo feito na ação de separação, em razão da incompatibilidade dos ritos do cumprimento de sentença e da exoneração de
alimentos, pelo rito ordinário. Não cabe aplicar os
efeitos da revelia, quanto ao pedido de majoração dos
alimentos feito em reconvenção, pois naturalmente
incompatível com o pedido de exoneração de
alimentos, feito na ação principal. NEGARAM
PROVIMENTO. (Agravo de Instrumento Nº 70030353635, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Rui Portanova, Julgado em 13/08/2009)
Ainda na jurisprudência gaúcha:
• EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCEDIMENTO. CUMULAÇÃO DE AÇÕES.
ALIMENTOS. MOSTRA-SE POSSÍVEL A CUMULAÇÃO DA AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO COM A SEPARAÇÃO DE CORPOS, UMA VEZ QUE ADOTADO O RITO
ORDINÁRIO, REALIZADA AUDIÊNCIA DE TENTATIVA DE CONCILIAÇÃO, ALÉM DA EXISTÊNCIA DE COMPATIBILIDADE COM A AÇÃO PRINCIPAL. QUANTO AOS ALIMENTOS, CUMPRE SER MANTIDO O PERCENTUAL FIXADO PELO JULGADOR DE PRIMEIRO GRAU, FRENTE AOS ELEMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS. AGRAVO IMPROVIDO. DECISÃO MANTIDA. (Agravo de Instrumento Nº 70005553193, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Antônio Carlos Stangler Pereira, Julgado em 10/04/2003)
Continuação:
3. Ação Cautelar: artigos 852- 854 do CPC
e também a recente lei que institui os
Alimentos Gravídicos (lei 11.804/2008).
4. Revisão dos alimentos:
O artigo 13 da lei da alimentos, n.
5.478/68, determina a aplicação, no que
couber, do disposto em seu texto às
ações de revisão de sentenças proferidas
em pedidos de alimentos.
Dicas:
• No aumento da pensão, os alimentos fixados
retroagem à data da citação;
• mas na redução da pensão vigoram a partir
da sentença, salvo se houve concessão de
liminares.
• De igual sorte se houve interposição de
apelação na concessão de
majoração da
pensão será recebida somente no efeito
devolutivo
e se houve interposição do
recurso na
redução dos alimentos, o
apelo será recebido também no efeito
suspensivo
já que a hipótese do artigo
520,II CPC é de condenação.
Revisão de alimentos
provisórios
:
• artigo 13, § 1º (lei de alimentos n.
5478/68)
-
os alimentos provisórios
fixados na inicial poderão ser revistos a
qualquer tempo, se houver modificação na
situação financeira das partes, mas o
pedido será processado em apartado.
Continuação (ações alimentares):
• 5. Exoneração e Extinção: o
bservar que
alguns fatos implicam na perda definitiva dos
alimentos que, então, se extinguem.
Súmula 358 do STJ
: O
cancelamento de pensão
alimentícia de filho que
atingiu a
maioridade está sujeito à
decisão judicial, mediante
contraditório,
ainda que nos próprios
autos.
Continuação (ações alimentares):
6. Execução das parcelas alimentares:
6.1. sob pena de prisão (artigo 733 CPC
-permanece o rito especial)
Súmula 309 do STJ
: O débito alimentar que
autoriza a prisão civil do alimentante é o que
compreende as três prestações anteriores ao
ajuizamento da execução e as que se
vencerem no curso do processo.
Ainda a execução de alimentos:
6.2 sob pena de penhora: artigo 732 CPC
-remessa ao artigo 646 do CPC ou seja à
execução de título extrajudicial cujo
comando para citação está no artigo 652
do CPC - alterações dadas pela lei n.
11.382/2006.
6.3 outros meios assecuratórios: garantia
real ou fidejussória bem como que a
pensão
consista
em
usufruto
de
determinados bens; desconto em folha;
recebimento de rendas do devedor.
Dica:
• Art. 475-O (CPC). A
execução provisória
da
sentença far-se-á, no que couber, do mesmo modo
que a definitiva, observadas as seguintes normas
(Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
:
(...) III – o levantamento de depósito em dinheiro e
a prática de atos que importem alienação de
propriedade ou dos quais possa resultar grave
dano ao executado
dependem de caução
suficiente e idônea, arbitrada de plano pelo juiz e
prestada nos próprios autos.
(...)§ 2º A caução a que se refere o inciso III do
caput deste artigo
poderá ser dispensada
: (...) I –
quando,
nos casos de crédito de natureza
alimentar ou decorrente de ato ilícito
, até o limite
de
sessenta vezes
o valor do salário-mínimo, o
exeqüente
demonstrar situação de
necessidade
;
Características da obrigação alimentar:
• Personalíssima;
• Intransacionável;
• Incompensável;
• Impenhorável;
• Irrepetível;
• Imprescritível, e
• Transmissível.
No exame da OAB
• Assinale a opção correta acerca da prestação de alimentos:
• A) Somente os filhos têm o direito de pedir alimentos. • B) O direito a alimentos é recíproco entre pais e filhos. • C) Após a separação judicial do casal, mesmo que o
cônjuge
• venha a necessitar de alimentos, ele não mais poderá pleitear
• ao outro cônjuge a prestação alimentícia.
Na OAB:
• Em relação aos alimentos, assinale a alternativa correta.
• (A) Eles não servem apenas para garantir as necessidades básicas do alimentando, mas também para preservar a condição social de quem os pleiteia.
• (B) No atual Código Civil, o cônjuge eventualmente declarado culpado pela separação não sofre qualquer restrição em seu direito de pedir alimentos ao outro cônjuge.
• (C) A obrigação alimentar possui como característica básica ser irrenunciável, não poder ser restituída ou compensável e ser intransmissível.
• (D) A possibilidade de os filhos maiores pedirem alimentos aos pais continua a existir após se atingir a maioridade, em razão da continuação do poder familiar que esses exercem sobre os filhos necessitados.
SUCESSÕES
Loredana Gragnani Magalhães
loredanamagalhaes@terra.com.br
Mestre em Direito
Professora de Direito de Família, Direito das Sucessões
e de Processo Civil Advogada
I- Sucessão Legítima e Testamentária –
artigo 1784 CCB.
• a) permanência do droit de saisine - artigo
1572CCB16/artigo1784 NCCB:
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança
transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos
e testamentários.
Art. 1.923. Desde a abertura da sucessão,
pertence ao legatário a coisa certa, existente no
acervo, salvo se o legado estiver sob condição
suspensiva.
§ 1
oNão se defere de imediato a posse da coisa,
nem nela pode o legatário entrar por autoridade
própria.
b) permanência da natureza de bem imóvel do direito à sucessão aberta - artigo 44,III CCB16/ artigo 80, II NCCB:
• Art. 80. Consideram-se imóveis para os
efeitos legais:
• I - os direitos reais sobre imóveis e as ações
que os asseguram;
Cessão por escritura pública
• São inúmeros os julgados que, porém,
autorizaram a cessão de direitos hereditários
por termo nos autos sem exigência de escritura
pública. O artigo 1793 do NCCB, sem
correspondente no CCB16, parece ter redação
bastante taxativa o que parece ter mudado
aquela orientação. Vide, v.g., Sílvio Rodrigues:
“Cessão de direitos que não for feita por
Escritura Pública é nula de pleno direito.”
RODRIGUES, Sílvio. Ob.cit., p. 27. Observar
que remanesce a regra de que a renúncia poder
ser feita por escrito público ou termo judicial
-artigo 1581CCB16/-artigo 1806NCCB.
Cessão: dicas
Artigo 1793, § 1º (CC)
direito
direito
de
de
substituição
acrescer
ambas figuras da sucessão
A cessão
não
Ainda a cessão de direitos
• Proibição de ceder bens singularmente
considerados :
Art. 1793 (CC). (...)
§ 2o É ineficaz a cessão, pelo co-herdeiro, de seu
direito hereditário sobre qualquer bem da herança considerado singularmente.
§ 3o Ineficaz é a disposição, sem prévia autorização do
juiz da sucessão, por qualquer herdeiro, de bem componente do acervo hereditário, pendente a indivisibilidade.
Cessão de direitos de meação: mais
dicas
• EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. NULIDADE DE
CESSÃO DE DIREITOS DE MEAÇÃO POR INSTRUMENTO PARTICULAR. Na vigência do Código Civil de 1916 era discutível a exigência de escritura pública para realização de cessão de direitos hereditários. Além disso o contrato prevê que o cessionário pode exigir a outorga de escritura pública. Circunstâncias que impedem o reconhecimento de nulidade. Finalmente não houve partilha e nem cabe aqui examinar sobre a eficácia do instrumento para esse fim. Sentença de improcedência mantida. Apelo improvido. (Apelação Cível Nº 70025142084, Décima Quinta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Roberto Felix, Julgado em 17/12/2008)
c) permanência da competência territorial para abertura da sucessão: último domicílio do autor da herança - artigo 1578CCB16/artigo 1785NCCB:
Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. É, porém, competente o foro:
I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo; II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes.
O que deve ser observado é a regra de que deve o juiz abster-se de partilhar bens situados no estrangeiro.
O artigo 5º, XXXI da CF em vigor (c/c Lei de Introdução ao CC) prescreve em seu comando que a sucessão de bens de estrangeiro situados no país é regulada pela lei brasileira, no entanto, ressalvando sempre que não seja mais favorável ao cônjuge ou aos filhos a lei pessoal do de cujus. Lembramos, p.ex., que algumas legislações permitem o pacto sucessório. Vide DINIZ, Maria Helena. Ob. Cit. p. 31. Neste sentido vide, ainda, RT 460:132.
Competência Internacional:
• Art. 89 (CPC). Compete à autoridade
judiciária brasileira, com exclusão de
qualquer outra:
• I - conhecer de ações relativas a imóveis
situados no Brasil;
• II - proceder a inventário e partilha de
bens, situados no Brasil, ainda que o autor
da herança seja estrangeiro e tenha
residido fora do território nacional.
d) permanência da lei vigente ao tempo da
abertura para regramento de legitimidade e
sucessão:
Art. 1.787. Regula a sucessão e a
legitimação para suceder a lei vigente ao
tempo da abertura daquela.
Art. 2.041. As disposições deste Código
relativas à ordem da vocação hereditária
(arts. 1.829 a 1.844) não se aplicam à
sucessão aberta antes de sua vigência,
prevalecendo o disposto na lei anterior
(Lei n
o3.071, de 1
ode janeiro de 1916)
.
continuação
• e) permanência do critério de que a herança é
um todo unitário (
sucessão à título universal
) até
a partilha com inclusão, porém, do critério das
regras condominiais até a ultimação daquela –
art. 1791 CC.
Atentar, porém:
para a hipótese de
sucessão à título singular
na
sucessão testamentária. Vide Sílvio Rodrigues:
permanência da indivisibilidade do direito dos
co-herdeiros.
continuação
• f) prazo de 60 dias para aforamento do
Inventário - alteração dada pela lei n.
11.441/2007 que altera o artigo 1796 do
CCB e o artigo 983 do CPC.
Art. 983. (CPC) O processo de inventário e
partilha deve ser aberto dentro de 60 (sessenta)
dias a contar da abertura da sucessão,
ultimando-se
nos
12
(doze)
meses
subseqüentes, podendo o juiz prorrogar tais
prazos, de ofício ou a requerimento de parte.
Dica:
• Art. 982. Havendo testamento ou interessado incapaz, proceder-se-á ao inventário judicial; se todos forem capazes e concordes, poderá fazer-se o inventário e a partilha por escritura pública, a qual constituirá título hábil para o registro imobiliário. (Redação dada pela Lei nº 11.441, de 2007).
• Parágrafo único. O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado comum ou advogados de cada uma delas, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. (Incluído pela Lei nº 11.441, de 2007).
O companheiro e as posturas judiciais:
• g)
inclusão
do
companheiro
para
administração da herança e de pessoa da
confiança do juiz – artigo 1797 NCCB e
proibição de testar ao concubino - artigo
1801, III NCCB.
Atentar para que a disposição não se
aplica, “...de modo nenhum...” a quem viva
em união estável. RODRIGUES, Sílvio,
companheiro(continuação):
• Legitimidade para abrir o Inventário:
• Art. 987. A quem estiver na posse e
administração do espólio incumbe, no prazo
estabelecido no art. 983, requerer o inventário e
a partilha.
• Parágrafo único. O requerimento será instruído
com a certidão de óbito do autor da herança.
Continuação (abertura de inventário):
• Art. 988. Tem, contudo, legitimidade concorrente: • I - o cônjuge supérstite;
• II - o herdeiro; • III - o legatário;
• IV - o testamenteiro;
• V - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
• Vl - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança;
• Vll - o síndico da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge supérstite;
• Vlll - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; • IX - a Fazenda Pública, quando tiver interesse.
Dica:
• Legitimidade para o cargo de
inventariante:
• “Art. 990. (...) I – o cônjuge ou companheiro sobrevivente desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte deste;
• II – o herdeiro que se achar na posse e administração do espólio, se não houver cônjuge ou companheiro sobrevivente ou estes não puderem ser nomeados. (...)”
Nova redação ao artigo 990 do CPC dada pela lei n. 12.195 de
continuação
• h) são irrevogáveis os atos de aceitação ou
de renúncia da herança - artigo 1812CCB.
• i) permanência do critério de que não há
direito de representação na renúncia – artigo
1811 NCCB;
• j) exclusão do indigno (artigo 1814 CCB - não
só quando pratica o crime contra o autor da
herança, mas também quando pratica contra
“... o cônjuge, companheiro, ou familiares
mais próximos do de cujus...” Rodrigues,
Sílvio. Ob.cit., p. 69).
continuação
• l) exclusão do indigno que incorrer não
apenas em crimes contra a honra do autor
da herança mas também do cônjuge ou
companheiro - artigo 1814, II NCCB.
À propósito
são crimes contra a honra a calúnia, a
difamação e a injúria.
continuação
• m)
permanência
do
direito
de
representação
dos
descendentes
do
herdeiro excluído - artigo 1816NCCB.
Atentar para que
o herdeiro excluído da sucessão, a teor do
artigo 1693,IV do NCCB, não pode
usufruir nem administrar bens que
couberem aos filhos sob seu poder
Ação declaratória de
indignidade
• Art. 1.815. A exclusão do herdeiro ou
legatário, em qualquer desses casos de
indignidade, será declarada por sentença.
• Parágrafo único. O direito de demandar a
exclusão
do
herdeiro
ou
legatário
extingue-se em quatro anos, contados da
abertura da sucessão.
Ação declaratória da
deserdação:
• Art. 1.964. (CC) Somente com expressa
declaração de causa pode a deserdação ser
ordenada em testamento.
• Art. 1.965. (CC) Ao herdeiro instituído, ou
àquele a quem aproveite a deserdação,
incumbe provar a veracidade da causa alegada
pelo testador.
• Parágrafo único. O direito de provar a causa da
deserdação extingue-se no prazo de quatro
anos, a contar da data da abertura do
testamento.
Continuação:
• n) introdução da rubrica Petição de
Herança, tratada nos artigos 1824 a
1828,
sem
correspondentes
no
CCB16;
Permanece o entendimento
consubstanciado pela súmula 149 do
STF: “É imprescritível a ação de
investigação de paternidade, mas
não o é a de petição de herança.”
Petição de Herança
• Art. 1.824.
O herdeiro
pode, em
ação de petição de herança,
demandar o reconhecimento de
seu direito sucessório, para obter
a restituição da herança, ou de
parte dela, contra quem, na
qualidade de herdeiro, ou mesmo
sem título, a possua.
Continuação:
• o) permanência da nomenclatura
por cabeça e por estirpe na
sucessão legítima.
Vocação Hereditária
• Art. 1.798. Legitimam-se a suceder as
pessoas nascidas ou já
concebidas
(embriões criogenizados?)
no momento
da abertura da sucessão.
• ENTÃO A regra é a
sucessão
por cabeça
e não
por
representação
Continuação:
• Art. 1.799. Na sucessão testamentária
podem ainda ser chamados a suceder:
• I - os filhos, ainda não concebidos,
de
pessoas
(no
plural)
indicadas
pelo
testador, desde que vivas estas ao
abrir-se a sucessão (a chamada prole
eventual);
• II - as pessoas jurídicas;
• III - as pessoas jurídicas, cuja organização
for determinada pelo testador sob a forma
de fundação.
Continuação:
Art. 1.800. (...)
§ 4
o
Se, decorridos dois anos
após a abertura da sucessão, não
for
concebido
o
herdeiro
esperado, os bens reservados,
salvo disposição em contrário do
testador, caberão aos herdeiros
legítimos.
Ilegitimidade para receber por
testamento:
• Art. 1.801. Não podem ser nomeados herdeiros
nem legatários:
• I - a pessoa que, a rogo, escreveu o testamento,
nem o seu cônjuge ou companheiro, ou os seus
ascendentes e irmãos;
• II - as testemunhas do testamento;
• III - o concubino do testador casado, salvo se
este, sem culpa sua, estiver separado de fato do
cônjuge há mais de cinco anos;
• IV - o tabelião, civil ou militar, ou o comandante ou
escrivão, perante quem se fizer, assim como o
que fizer ou aprovar o testamento.
Ainda o concubino:
• Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao
seu cúmplice pode ser anulada pelo outro
cônjuge,
ou
por
seus
herdeiros
necessários, até dois anos depois de
dissolvida a sociedade conjugal.
II- Herdeiros Necessários - artigo
1845 NCCB/sem correspondência
no CCB16
os descendentes,
os ascendentes e
o cônjuge
DICA:
O companheiro não consta da ordem
do artigo 1845.
Alguns já atentaram para que o artigo 1850 do
NCCB
prevê
presuma-se EXCLUÍDO da
sucessão testamentária apenas os colaterais se
o testador ao dispor de seu patrimônio, não os
contemplou, sem mencionar os companheiros.
III- Ordem de Vocação Hereditária
- artigo
1829
CCB
Art. 1.829.
A sucessão legítima defere-se na
ordem seguinte:
I - aos descendentes, em concorrência com o
cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o
falecido no regime da comunhão universal, ou no
da separação obrigatória de bens (art. 1.640,
parágrafo único); ou se, no regime da comunhão
parcial, o autor da herança não houver deixado
bens particulares;
II - aos ascendentes, em concorrência com o
cônjuge;
III - ao cônjuge sobrevivente;
IV - aos colaterais.
Na OAB:
• Josefina e José, casados pelo regime da comunhão universal de bens, tiveram três filhos: Mário, Mauro e Moacir. Mário teve dois filhos: Paulo e Pedro. Mauro teve três filhos: Breno, Bruno e Brian. Moacir teve duas filhas: Isolda e Isabel. Em um acidente automobilístico, morreram Mário e Mauro. José, muito triste com a perda dos filhos, faleceu logo em seguida, deixando um patrimônio de R$ 900.000,00. Nesse caso hipotético, como ficaria a divisão do monte?
• (A) Josefina receberia R$ 450.000,00. Os filhos de Mário receberiam cada um R$ 75.000,00. Os filhos de Mauro receberiam R$ 50.000,00 cada um. E, por fim, as filhas de Moacir receberiam R$ 75.000,00 cada uma.
• (B) A herança seria dividida em três partes de R$ 300.000,00. Paulo e Pedro receberiam cada um R$ 150.000,00. Breno, Bruno e Brian receberiam, cada um, R$ 100.000,00. E, por fim, Isabel e Isolda receberiam cada uma a importância de R$ 150.000,00.
• (C) Paulo e Pedro receberiam cada um R$ 150.000,00. Breno, Bruno e Brian receberiam, cada um, R$ 100.000,00. E, por fim, Moacir receberia R$ 300.000,00.
• (D) Josefina receberia R$ 450.000,00. Paulo e Pedro receberiam cada um R$ 75.000,00. Breno, Bruno e Brian receberiam cada um R$ 50.000,00. Moacir receberia R$ 150.000,00.
Sucessão dos companheiros:
• Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes:
• I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho;
• II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles;
• III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança;
• IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança.
O vetor da quota mínima para o
cônjuge ascendente:
• Art. 1.832. Em concorrência com os
descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá
ao cônjuge quinhão igual ao dos que
sucederem por cabeça, não podendo a
sua quota ser inferior à quarta parte da
herança, se for ascendente dos herdeiros
com que concorrer.
O problema do direito real de habitação
para cônjuges e companheiros
• Art. 1.831. Ao cônjuge (atentar para o uso de
nomenclatura específica) sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real
de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela
natureza a inventariar.
Dica: para os companheiros
Doutrina:
Sílvio Venosa assevera que na hipótese
de existirem filhos comuns assim como
filhos somente do autor da herança, é de
se assegurar a quarta parte ao cônjuge.
parece lógico que no caso da participação
do companheiro na sucessão do outro, em
hipótese idêntica, isso é filhos comuns e
filhos somente do falecido, também se
assegurará
ao
sobrevivo
a
quota
equivalente nos termos do artigo 1790,I do
NCCB.
Jurisprudência majoritária:
• EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INVENTÁRIO. SUCESSÃO LEGÍTIMA. CÔNJUGE SOBREVIVENTE. INC. I DO ART. 1.829 DO CCB. VOCAÇÃO HEREDITÁRIA. CONCORRÊNCIA. O cônjuge sobrevivente casado pelo regime da comunhão parcial de bens detém o direito de meação e herança, na forma do art. 1.829 do CCB, na hipótese de o autor da herança deixar bens particulares. Todavia, no caso, inexistindo bem particulares, conforme reconhece a própria viúva-meeira, deve o Juízo, desde logo, porque questão de direito, excluí-la da classificação de herdeira, mantida, apenas, a sua condição de meeira. RECURSO PROVIDO. (Agravo de Instrumento Nº 70013227533, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ricardo Raupp Ruschel, Julgado em 21/12/2005)