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Atividade física autosselecionada ou programada? Efeitos de 16 semanas sobre componentes bioquímicos, físicos e antropométricos de adolescentes de 15 a 17 anos

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ATIVIDADE FÍSICA AUTOSSELECIONADA OU PROGRAMADA? EFEITOS DE 16 SEMANAS SOBRE COMPONENTES BIOQUÍMICOS, FÍSICOS E ANTROPOMÉTRICOS DE ADOLESCENTES DE 15 A 17 ANOS

DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

CLÁUDIO DE FRANCESCHI NETO

Orientador: Prof. Doutor Victor Manuel Machado Ribeiro dos Reis Co-orientadora: Prof.ª Doutora Maria do Socorro Cirilo de Sousa

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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

ATIVIDADE FÍSICA AUTOSSELECIONADA OU PROGRAMADA? EFEITOS DE 16 SEMANAS SOBRE COMPONENTES BIOQUÍMICOS, FÍSICOS E ANTROPOMÉTRICOS DE ADOLESCENTES DE 15 A 17 ANOS

DOUTORAMENTO EM CIÊNCIAS DO DESPORTO

CLÁUDIO DE FRANCESCHI NETO

Orientador: Prof. Doutor Victor Manuel Machado Ribeiro dos Reis Co-orientadora: Prof.ª Doutora Maria do Socorro Cirilo de Sousa

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Tese de doutorado apresentada com vista à obtenção do grau de Doutor em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

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“O objetivo da ciência não é o de abrir portas para a sabedoria infinita, mas o de estabelecer limites para o erro infinito”.

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DEDICATÓRIA

A minha família, que sempre esteve ao meu lado na realização deste projeto de vida; Aos amigos, Paul Haller e Sandra Bandeira, pela sua dedicação e atenção quando precisei;

A minha esposa, Suani Soares Bandeira, pelo seu apoio e amor incondicional nos momentos mais difíceis desta caminhada, pela sua preocupação com minha preocupação, e por se alegrar na minha alegria.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Trás-os-Montes e Alto D´Ouro (UTAD), por possibilitar o meu ingresso no Doutoramento, proporcionando o meu crescimento como profissional, pessoa e cidadão;

Ao professor, Doutor Victor Manuel Machado de Ribeiro dos Reis, expresso minha gratidão e admiração pelo acolhimento nesta orientação, pelo crescimento profissional e conhecimento acadêmico proporcionados nesta jornada;

À professora, Doutora Maria do Socorro Cirilo de Sousa, minha profunda gratidão pela dedicação, sabedoria e paciência, que foram de fundamental importância para que esse estudo se perfizesse. Serei eternamente grato, pois sem seu profissionalismo, sua atenção, capacidade de direcionamento, e principalmente sua amizade, este trabalho, certamente, não teria se realizado, pois só uma pessoa com o seu coração poderia conduzir-me a essa vitória pessoal;

Ao IFPB (Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba) e a sua coordenação de Educação Física, parcerias fundamentais neste projeto, expresso minha gratidão pela possibilidade de utilização do Complexo Esportivo e materiais necessários, tornando tudo possível com tanta cordialidade, disposição e eficiência;

Aos adolescentes que participaram do projeto e suas famílias, meu respeito, meu carinho e meu agradecimento sincero, pela convivência alegre e afetuosa, pela troca e pelo aprendizado;

Ao Laboratório de Cineantropometria e Desempenho Humano (LABOCINE) da UFPB (Universidade Federal da Paraíba), que cedeu todos os equipamentos necessários à pesquisa e aos seus integrantes, professores, alunos e colaboradores, que participaram das coletas auxiliando-me no desenvolvimento deste projeto, estando sempre presentes em todos os momentos em que precisei de ajuda;

Ao Profº Reinaldo Roberto Correia Lima, pelo auxílio sempre presente em todos os momentos que precisei.

Ao professor Mestre Gabriel Rodrigues Neto, grande amigo, meus sinceros agradecimentos pelo apoio dedicado na execução desse projeto;

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XII

Ao professor Mestre Adenilson Targino de Araújo Júnior, companheiro de trabalho, grande amigo, por sua participação no desenvolvimento do projeto até sua fase final;

Ao Professor Doutor João Aguinaldo do Nascimento, pelo auxílio na análise estatística dos dados;

Ao laboratório ANALISIS que prontamente deslocou uma equipe ao local das coletas e realizou as análises bioquímicas;

Finalmente, a todos aqueles que participaram de forma direta ou indireta, que não foram mencionados, ajudando assim no meu crescimento como profissional e ser humano.

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi analisar o efeito da prática de atividade física sob duas condições: programada em fitness e autosselecionada em esportes, sobre componentes bioquímicos, físicos e antropométricos em adolescentes no período de 16 semanas. Trata-se de um estudo experimental, longitudinal, com duração de quatro meses, em N=108 estudantes do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB), faixa etária de 15 a 17 anos, que foram divididos em 2 grupos: experimental (GE), n=53, submetidos a um programa de treinamento físico em atividades com base no fitness e um controle (GC), n=55, que autosselecionou suas atividades em modalidades esportivas. Os testes aplicados pré e pós-treinamento foram: frações lipídicas (colesterol, triglicerídeos, LDL, VLDL e HDL) e glicose, realizado por laboratório especializado, medidas corporais antropométricas e testes físicos de acordo com a bateria PROESP-BR. Todos os testes foram realizados nas dependências esportivas do IFPB. Os dados foram analisados por meio de anova de medidas repetidas, teste-t de estudent intragrupos, teste de Qui-quadrado (x2) intra e intergrupos e coeficiente de correlação r de Pearson. Resultados: Encontrou-se no GE, diferenças significativas (pré x pós) para a medida da Glicose (p=0,001, Δ=-4%), Colesterol Total (p=0,001, Δ=9%) e LDL (p=0,001, Δ=16%) e no GC, diferenças para as medidas do LDL (p=0,001, Δ=13%), VLDL (p=0,001, Δ=-19%) e Triglicerídeos (p=0,001, Δ=-18%). Nas variáveis antropométricas, foram observadas diferenças significativas para Estatura (t=-8,355; p=0,001) e IMC (t=2,379; p=0,021), no GE e o mesmo ocorreu no GC onde foram observadas alterações estatísticas na Estatura (t=-4,790; p=0,001) e IMC (t=3,789; p=0,001). A análise do efeito do tempo indicou valores significativos para Estatura (p=0,001) e IMC (p=0,001). Não houve valores significativos para os efeitos grupo e interativo (TempoxGrupo) em nenhuma variável. As medidas de desempenho físico foram significativamente diferentes para: Teste de 9 minutos (t = -13,257, p = 0,001, Δ= 25%), Força de Membros Superiores (FMB)

medicine ball (t = -2,403, p = 0,020, Δ=6%), Força de Membros Inferiores (FSH) Salto Horizontal (t = -2,524, p

= 0,015, Δ=13%), Resistência Muscular Abdominal (RMLabd) (t = -7,205, p = 0,001, Δ=27%), Teste de Velocidade (VEL20m) (t = 4,367, p = 0,001, Δ= 5%) e Teste de Flexibilidade sem Banco (FLEXs/b) (t = -6,451, p = 0,001, Δ=30%) no GE (programada), e no GC (autosselecionada) para RMLabd (t = -4,138, p = 0,001, Δ=14%), Teste de Agilidade (AGILQ) quadrado (t = 2,846, p = 0,006, Δ= -4,3%), VEL20m (t = 2,250, p = 0,029, Δ=-2,5%) e FLEXs/b (t = -4,822, p = 0,001, Δ=19%). Conclusões: Os programas de intervenção foram similares entre os grupos, controle e experimental, nos efeitos sobre os componentes bioquímicos, desempenhos físico e antropométrico. Entretanto, o tipo de atividade física programada em fitness demonstrou causar mais alterações sobre tais efeitos. Dessa forma, sugere-se que um programas de exercícios, especialmente no ensino médio, sejam diversificados, estimulando tanto a prática de fitness quanto as de modalidades esportivas. Além disso, é importante salientar, que mesmo o estudante selecionando a intensidade da forma mais espontânea, o importante é a prática continuada da atividade física.

Palavras-chave: Adolescente, Atividade Motora, Antropometria, Bioquímica, Desempenho Atlético, Educação Física e Treinamento.

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ABSTRACT

The aim of this study was to analyze the effect of physical activity according on two conditions: programmed physical activities (fitness) and self-selected ones in sports, in regard to biochemical, anthropometric and physical components in adolescents in a 16-week period. This is an experimental, longitudinal study, spanned four months, in N = 108 students from the Federal Institute of Education, Science and Technology of Paraiba (IFPB), aged 15-17 years who were divided into 2 groups: the experimental group (EG), n = 53, undergoing a program of physical training in activities based on fitness and a control group (CG), n = 55, that self-selected its activities in sports modalities. The pre- and post-training applied tests were: lipid fractions (cholesterol, triglycerides, LDL, VLDL and HDL) and glucose. These were carried out by specialized laboratory, anthropometric body measurements and fitness tests according to the PROESP-BR battery. All tests were performed in the IFPB sports facilities. Data were analyzed by means of repeated measures ANOVA, student´s t-test used for intra-group comparison, the Chi-square t-test (x2) intra- and inter-groups and Pearson´s r correlation coefficient. Results: In the EG significant differences were found (pre- X post-) for the glucose measurement (p=0,001, Δ=-4%), total cholesterol (p = 0.001 Δ = 9%) and LDL (p = 0.001; Δ=16%) and in the CG, differences for the LDL measurements (p=0,001, Δ=13%), VLDL (p=0,001, 19%) and triglycerides (TG) (p=0,001, Δ=-18%). In the anthropometric variables, significant differences were observed for Height (t=-8,355; p=0,001) and BMI (t=2,379; p=0,021) in the EG; the same occurred in the CG where statistical changes were observed in Height (t=-4,790; p=0,001) and BMI (t=3,789; p=0,001). Time-effect analysis indicated significant values for Height (p=0,001) and BMI (p=0,001). There were no significant values for the group and interactive effects (Time x Group) in any variable. The physical performance measurements were significantly different for: Nine-Minute Race for Cardio-Respiratory Capacity (t = -13,257, p = 0,001, Δ= 25%), Upper Limb Explosive Power (ULEP) medicine ball (t = -2,403, p = 0,020, Δ=6%), Lower Limb Explosive Power (LLEP) Horizontal Jump (t = -2,524, p = 0,015, Δ=13%), Abdominal Test for Localized Muscular Endurance (LMEabd) (t = -7,205, p = 0,001, Δ=27%), Running for Speed (SP20m) (t = 4,367, p = 0,001, Δ= -5%) and Flexibility Test without a Bench (FLEXw/b) (t = -6,451, p = 0,001, Δ=30%) in the EG (programmed) and in the CG (self-selected) for LMEabd (t = -4,138, p = 0,001, Δ=14%), Agility Test (AGILst)Square (t = 2,846, p = 0,006, Δ= -4,3%), SP20m (t = 2,250, p = 0,029, Δ=-2,5%) and FLEXw/b (t = -4,822, p = 0,001, Δ=19%). Conclusions: The intervention programs were similar between the experimental and control groups, in relation to the effects about the biochemical components, physical and anthropometric performances. However, the type of physical activity (programmed in fitness) demonstrated to cause more changes on such effects. Thereby, it is suggested that a physical activity program, especially in high school, should be diversified, stimulating both the fitness practice and the sports modalities. Furthermore, it is relevant to highlight that even if the student selects the intensity, in the most spontaneous way, the important thing is the continued practice of physical activity.

Keywords: Adolescent, Anthropometry, Athletic Performance, Biochemistry, Motor Activity, Physical Education and Training.

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ÍNDICE GERAL

DEDICATÓRIA ... IX AGRADECIMENTOS ... XI RESUMO ... XIII ABSTRACT ... XV ÍNDICE GERAL ... XVII ÍNDICE DE TABELAS ... XXI ÍNDICE DE FIGURAS ... XXIII ABREVIATURAS ... XXV 1. INTRODUÇÃO ... 1 1.1. HIPÓTESES ... 11 1.2. OBJETIVOS ... 11 1.2.1. GERAL ... 11 1.2.2. ESPECÍFICOS ... 11 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 13

2.1. DE ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES A INSTITUTO FEDERAL: UMA TRAJETÓRIA HISTÓRICA ... 15

2.2. ADOLESCENTES: A PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO E ASPECTOS BIOQUÍMICOS ... 17

2.3. COMPONENTES DE SAÚDE: PERFIL ANTROPOMÉTRICO E DESEMPENHO FÍSICO ... 26

3. MATERIAIS E MÉTODOS ... ...33

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ... 35

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 35

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XVIII

3.4. VARIÁVEIS ... 37

3.4.1. VARIÁVEIS INDEPENDENTES ... 37

3.4.2. VARIÁVEIS DEPENDENTES ... 37

3.5. PROTOCOLOS DE MEDIDAS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS ... 37

3.5.1. TAXAS LIPÍDICAS E GLICOSE ... 37

3.5.1.1. TÉCNICA DE COLETA DE SANGUE ... 38

3.5.2. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ... 40

3.5.2.1. MEDIDA DA MASSA CORPORAL (kg) ... 40

3.5.2.2. MEDIDA DA ESTATURA (m) E QUANTIFICAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) (kg/m2) ... 40

3.5.2.3. MEDIDA DA ENVERGADURA (cm) ... 41

3.5.2.4. MEDIDAS DE DOBRAS CUTÂNEAS (mm) ... 41

3.6. PROTOCOLOS DE TESTES FÍSICO DE ACORDO COM A BATERIA DE TESTE PROESP-BR PROPOSTA EM GAYA ET AL (2007) ... 43

3.6.1. TESTE DE FLEXIBILIDADE (SENTAR-E-ALCANÇAR) ADAPTADO SEM BANCO (cm) ... 43

3.6.2. TESTE DE FORÇA-RESISTÊNCIA ABDOMINAL (SIT UP’S) (rpm) ... 44

3.6.3. TESTE DE FORÇA EXPLOSIVA DE MEMBROS SUPERIORES (ARREMESSO DO MEDICINEBALL) (cm) ... 45

3.6.4. TESTE FORÇA EXPLOSIVA DE MEMBROS INFERIORES (SALTO HORIZONTAL) (cm) ... 45

3.6.5. TESTE DE AGILIDADE (TESTE DO QUADRADO) (segundos) ... 46

3.6.6. TESTE DE VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO (CORRIDA DE 20 METROS) (segundos) ... 47

3.6.7. TESTE DE CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIA (9 MINUTOS) ... 48

3.7. PLANO DE ATIVIDADE FÍSICA PROGRAMADA EM FITNESS – GRUPO EXPERIMENTAL DURANTE 16 SEMANAS ... 49

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3.8. PLANO DE ATIVIDADE FÍSICA AUTOSSELECIONADA – EM ESPORTES –

GRUPO CONTROLE DURANTE 16 SEMANAS ... 51

3.9. PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS ... 52

3.10 PLANO DE ANÁLISE DOS DADOS ... 56

4. RESULTADOS ... 59

4.1. RESULTADOS APRESENTADOS POR SEXO NAS FASES PRÉ E PÓS-INTERVENÇÃO ... 67

4.1.1. VARIÁVEIS BIOQUÍMICAS ... 67

4.1.2. VARIÁVEIS ANTROPOMÉTRICAS ... 69

4.1.3. CLASSIFICAÇÕES DO SOMATÓRIO DE DOBRAS CUTÂNEAS (∑DOC) E PERCENTUAL DE GORDURA (%G) ... 71

4.1.4. VARIÁVEIS DE DESEMPENHO FÍSICO ... 75

4.2. CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIAÇÕES PERCENTUAIS (Δ%) DAS VARIÁVEIS BIOQUÍMICAS, ANTROPOMÉTRICAS E DE DESEMPENHO FÍSICO 77 5. DISCUSSÃO ... 81

6. CONCLUSÕES ... 97

7. PERSPECTIVAS FUTURAS ... 101

8. BIBLIOGRAFIA ... 105

9. ANEXOS E APÊNDICES ... 123 ANEXO 1 - QUESTIONÁRIO SOBRE HÁBITOS DE VIDA, HISTÓRICO FAMILIAR DE DOENÇAS, A ANAMNESE CLÍNICA SOBRE PATOLOGIAS EXISTENTES ANEXO 2 - NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL (NAFH)

APÊNDICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) APENDICE 2 - TERMO DE INFORMAÇÃO À INSTITUIÇÃO

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuições de lipídios e lipoproteínas em sujeitos de 5 a 19 anos ... 21 Tabela 2 - Classificação de valores de taxas lipídicas para crianças e jovens de 0 a 19 anos . 22 Tabela 3 - Delineamento experimental do estudo ... 36 Tabela 4 - Critérios de referência para definição de Baixo Peso, Excesso de Peso e Obesidade

para o sexo masculino proposta por Conde e Monteiro em 2006 e descrita em Gaya et al. (2007) ... 40 Tabela 5 - Critérios de referência para definição de Baixo Peso, Excesso de Peso e Obesidade

para o sexo feminino o proposta por Conde e Monteiro em 2006 e descrita em Gaya et al. (2007) ... 41 Tabela 6 - Classificação Da Gordura Corporal Relativa (%G) E Somatório Das Dobras

TR+SE ... 43 Tabela 7 - Análise multivariada das variáveis bioquímicas (n = 108) ... 61 Tabela 8 - Valores descritivos e teste inferencial (t pareado) para as variáveis bioquímicas

(n=108) ... 62 Tabela 9 - Análise multivariada das variáveis antropométricas (n = 108) ... 63 Tabela 10 - Valores descritivos e teste inferêncial (t pareado) para as variáveis

antropométricas ... 64 Tabela 11 - Análise multivariada das variáveis físicas (n = 108) ... 65 Tabela 12 - Valores descritivos e teste inferêncial (t pareado) para as variáveis de

desempenho físico ... 66 Tabela 13 - Comparação de variáveis bioquímicas por grupos – Experimental (GE) e Controle (GC) pré e pós teste para Masculino (n=57) ... 68 Tabela 14 - Comparação de variáveis bioquímicas por grupos – Experimental (GE) e Controle (GC) pré e pós-teste para Feminino (n=51) ... 68 Tabela 15 - Comparação de variáveis antropométricas por grupos Experimental (GE) e

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XXII

Tabela 16 - Comparação de variáveis antropométricas por grupos, Experimental (GE) e Controle (GC) pré e pós-teste para Feminino (n=51) ... 71 Tabela 17 - Comparação de variáveis de desempenho físico por grupos – Experimental (GE) e Controle (GC) pré e pós-teste para Masculino (n=57) ... 76 Tabela 18 - Comparação de variáveis de desempenho físico por grupos – Experimental (GE) e Controle (GC) pré e pós-teste para Feminino (n=51) ... 77 Tabela 19 - Correlação r de Pearson entre variáveis bioquímicas e de perfil antropométrico

para os grupos: experimental (GE – fitness, n= 53) e controle (GC – autosselecionada, n = 55) ... 78 Tabela 20 - Correlação r de Pearson entre variáveis: desempenho físico e perfil

antropométrico para os grupos: experimental (GE – fitness, n= 53) e controle (GC – autosselecionada, n = 55) ... 78 Tabela 21 - Correlação r de Pearson entre variáveis bioquímicas e desempenho físico para os

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Material para coletas sanguíneas ... 39 Figura 2 - Teste de Flexibilidade ... 44 Figura 3 - RML abdominal ... 44 Figura 4 - Arremesso do Medicineball ... 45 Figura 5 – Salto Horizontal ... 46 Figura 6 - Teste do Quadrado ... 47 Figura 7 - Corrida de 20 Metros ... 48 Figura 8 - Teste de Capacidade Cardiorrespiratória (9 minutos) ... 49 Figura 9 - Descrição dos componentes aeróbico e neuromuscular ... 50 Figura 10 - Sessão De Modalidade Esportiva. ... 52 Figura 11 - Faixa confeccionada para coleta de dados ... 53 Figura 12 - Fluxograma ... 56 Figura 13 - Variação percentual (Δ%) das medidas bioquímicas ... 62 Figura 14 - Variação percentual (Δ%) das medidas antropométricas ... 64 Figura 15 - Variação percentual (Δ%) das medidas de desempenho físico ... 66 Figura 16 - Classificação do somatório de dobras cutâneas do grupo masculino de acordo com Lohman (1992) adaptado por Silva (2002). (GE = 30; GC = 27) ... 72 Figura 17 - Classificação do percentual de gordura do grupo masculino de acordo com

Lohman (1992) adaptado por Silva (2002). (GE = 30; GC = 27) ... 73 Figura 18 - Classificação do somatório de dobras cutâneas do grupo feminino de acordo com

Lohman (1992) adaptado por Silva (2002). (GE = 23; GC = 28) ... 74 Figura 19 - Classificação do percentual de gordura do grupo feminino de acordo com Lohman (1992) adaptado por Silva (2002). (GE = 23; GC = 28) ... 75

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ABREVIATURAS

%G Percentual de Gordura

∑DOC Somatório De Dobras Cutâneas

9MIN Teste de Capacidade Cardiorrespiratória ACSM American College of Sports Medicine AGILQ Teste de Agilidade

CT Colesterol Total

DCV Doenças Cardiovasculares

ENV Envergadura

EST Estatura

FCM Frequência Cardíaca Máxima

FLEXs/b Teste de Flexibilidade Adaptado Sem Banco FMB Teste de Força Explosiva de Membros Superiores FSH Teste Força Explosiva de Membros Inferiores

GC Grupo De Controle

GE Grupo Experimental

GL Glicose

HDL Lipoproteína de Alta Densidade

IFPB Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba IMC Índice de Massa Corporal

LDL Lipoproteína de Baixa Densidade

MC Massa Corporal

MCG Massa Corporal Gorda

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XXVI RML Resistência Muscular Localizada RMLABD Resistência Muscular Abdominal

TG Triglicerídeos

VEL20m Teste de Velocidade

VLDL Lipoproteína de Muito Baixa Densidade VO2máx Consumo Máximo de Oxigênio

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1. INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

1

ATIVIDADE FÍSICA AUTOSSELECIONADA OU PROGRAMADA? EFEITOS DE 16 SEMANAS SOBRE COMPONENTES BIOQUÍMICOS, FÍSICOS E ANTROPOMÉTRICOS DE ADOLESCENTES

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1. INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

A prática da atividade física sistematizada tem sido associada à aquisição de melhores níveis de saúde e qualidade de vida, com destaque para a intervenção contribuindo para o controle do peso corporal, perfil de lipídios e lipoproteínas, com maiores níveis de HDL e menores de triglicérides, LDL e VLDL e no controle da glicose quando comparados a indivíduos sedentários (Durstine et al., 1994). Na década de 1990, a literatura já verificava as associações entre atividade física (AF) e obesidade, enquanto área de investigação, e as relações com os hábitos nutricionais e a prática regular de exercícios aeróbios na melhoria da aptidão cardiorrespiratória e da composição corporal.

De acordo com Conte et al. (2000), Rippe e Ress (1998), programas de exercício físico apresentam impacto positivo na composição corporal e resistência cardiovascular, sendo que, o exercício, de uma forma geral, tem influência sobre os parâmetros bioquímicos plasmáticos promovendo a diminuição do tecido adiposo e elevando a capacidade de trabalho, faz com que seja fundamental estimular a sua prática. Segundo Bouchard et al. (1994), a atividade física, juntamente com a genética, ambiente e a nutrição, é um comportamento que contribui para que o indivíduo amplifique seu potencial de crescimento, desenvolva plenamente a aptidão física e tenha como resultado um bom nível de saúde. Sabe-se, também, que a aquisição de atitudes positivas e de conhecimentos, tais como: prática de atividade física, comportamentos preventivos e alimentação adequada se consolidam durante a infância e a juventude (Hauser, 2004).

Pesquisas constatam que cada vez mais cedo o sedentarismo vem se manifestando, o que dificulta tentativas de mudanças de hábitos posteriores (Oliveira & Fisberg, 2003; Santos, Carvalho & Garcia Júnior, 2007; Lemos et al., 2007). Fonseca et al. (1998) e Berkey et al. (2000), relatam que a crescente inatividade física na infância e adolescência vem se tornando um problema de saúde pública grave em função de estar associado com a obesidade infantil e piores níveis de saúde na idade adulta. A exposição a comportamentos de risco associados à saúde, como baixo nível de atividades físicas, pode conduzir a desfechos negativos de saúde na vida adulta (Lopes, 1999; Alves, 2003). Apesar do conhecimento da importância da prática de atividade física na promoção da saúde, existe ainda uma alta prevalência de sedentarismo percebida em todas as idades (Berkey et al., 2000; Fonseca et al., 1998).

Naturalmente que os jovens em idade escolar raramente manifestam disfunções de ordem crônico-degenerativa, sucedendo que os investimentos na sua formação, em relação a

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1. INTRODUÇÃO

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aderência de um estilo de vida mais ativo fisicamente, geralmente são insuficientes. Neste sentido, Hussey et al. (2007), ressaltam que apesar dos sintomas provenientes das doenças crônico-degenerativas não se apresentarem nessa fase, crianças e adolescentes não estão imunes aos fatores de risco, que no passar dos anos possam provocar estado de morbidez. Taylor et al. (1999) e Telama et al. (2005), afirmam que crianças e adolescentes ativos fisicamente apresentam mais chances de se tornarem adultos ativos, apesar de os níveis de atividade física diminuam com a evolução do crescimento e desenvolvimento (Trost et al., 2000; Aaron et al., 2002).

A inatividade física na infância e adolescência está se tornando um grave problema de saúde pública em função da sua associação com obesidade na infância e piores níveis de saúde na idade adulta (Aaron et al., 2002). Neste período, o ambiente escolar é, indubitavelmente, um espaço privilegiado, com características peculiares, para se desenvolver e se estabelecer a prática da atividade física, cujo movimento sistematizado é um dos meios de intervenção mais adequados e eficientes na prevenção e redução de exposição aos riscos relacionados a saúde.

Nesse contexto, o posicionamento padrão do American College of Sports Medicine (ACSM, 2011) e do World Health Organization (WHO, 2010), indicam que a prática física deve ser prescrita conforme itens determinantes em frequência, intensidade, tipo de exercício, tempo de duração, volume, padrão e acompanhamento, firmando consenso para as capacidades físicas cardiorrespiratórias, força, flexibilidade e neuromotoras (agilidade, velocidade, equilíbrio, coordenação, entre outras), preservando a quantidade e qualidade do exercício praticado. Em 2006, o ACSM padronizou que crianças e adolescentes deveriam realizar pelo menos três vezes semanais com 10 a 20 minutos (duas vezes ou mais por dia podem ser mais efetivos), de atividade física de impacto, como ginástica, pliometria, saltar e treinamento de intensidade moderada, além de participação em esportes que envolvem corridas e saltos (futebol, basquetebol e outros). Porém existe uma elevada prevalência de inatividade física, nesta faixa etária, a qual pode ser resultante da associação de dois problemas distintos: A baixa taxa de engajamento inicial e a alta taxa de abandono em programas de atividde física sistematizada. O ritmo imposto na prática sistematizada do exercício, com elevadas intensidades, parece se constituir em um importante fator determinante limitação dificulta a adesão e permanência, principalmente na escola. Isto pode incorrer na insatisfação e na falta de prazer em realizar a prática do exercício. Neste sentido,

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1. INTRODUÇÃO

os estudos sobre a autosseleção da intensidade na atividade e nas alterações fisiológicas não são recentes.

Apesar de existirem parâmetros na prescrição de intensidades para a prática de exercício físico, estudos prévios demonstraram que sujeitos submetidos a intervenções de exercício físico tendem a autosselecionar intensidades divergentes daquelas intensidades previamente prescritas (Dishman et al., 1994; Cox et al., 2003). Desta forma, estudos anteriores sugerem que participantes de atividades físicas são capazes de autosselecionar estímulos fisiologicamente adequados para a ocorrência de modificações orgânicas benéficas à saúde (Dishman et al., 1994; Lind et al., 2005; Parfitt et al., 2006). Parffitt, Rose e Burgess (2006) observaram que as atividades capazes de conferir um prazer individual apresentam uma maior probabilidade de sucesso relativo à aderência. O prazer individual durante execução do exercício físico tem sido considerado um mediador da relação entre a aderência e a intensidade de esforço (Ekkekakis et al., 2005). Os estudos citam que o fato do individuo escolher a intensidade que irá praticar o exercício físico causa uma resposta positiva sobre os parâmetros afetivos e perceptuais (Buzzachera et al., 2010; Ekkekakis & Lind, 2006; Lind et al., 2005). Lind et al. (2005) e Pintar et al. (2006) indicaram a preferência pela intensidade autosselecionada na caminhada, em mulheres sedentárias. Normalmente a frequência cardíaca e a percepção do esforço, são variáveis utilizadas no controle da intensidade, pelo fácil manuseio (Hills et al., 2006). Ainda neste contexto, Elsangedy et al. (2009) com o objetivo de desenvolver estudos sobre o tema, comparou as respostas fisiológicas e perceptuais entre 66 mulheres sedentárias, 20 a 45 anos, com peso normal (PN), sobrepeso (SP) e obesas (OB) durante a caminhada em ritmo autosselecionado e encontraram que as respostas perceptuais também não diferiram entre os grupos experimentais. Desse modo, concluíram que, independente do IMC, mulheres adultas apresentam respostas fisiológicas e perceptuais similares durante caminhada em ritmo autosselecionado, mesmo caminhando em velocidades diferentes. Desta forma, autosseleção da intensidade pode apresentar-se como uma opção de resgate do jovem á prática física, com possibilidades de proporcionar uma maior adesão e permanência.

Um estudo realizado no Brasil com objetivo de analisar os níveis da prática de atividade física habitual em amostra representativa de adolescentes matriculados em escola de ensino médio do município de Londrina, Paraná, encontrou que os rapazes foram consistentemente mais ativos fisicamente do que as moças, e que eles demonstraram

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1. INTRODUÇÃO

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significativamente maior envolvimento na prática de exercícios físicos e de esportes do que elas (Guedes et al., 2001). Nesta mesma direção um estudo de Rego et al. (1990), observou entre adultos de 15 a 59 anos do município de São Paulo uma prevalência de sedentarismo de 57,3% para homens e 80,2% para mulheres. Informações do Ministério da Saúde indicam que a população de 15 a 64 anos em Porto Alegre, possui prevalência de sedentarismo em 36% de homens e 57% de mulheres. O Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2004), realizou um estudo no qual utilizou o mesmo instrumento, em uma população entre 15 e 69 anos, de quinze capitais brasileiras e Distrito Federal-DF, verificando prevalências de inatividade física com uma variação de 28,2% em Belém-PA a 54,5% em João Pessoa-PB. Esses resultados corroboram com o perfil epidemiológico de países em desenvolvimento, nos quais há baixa prevalência de atividade física no tempo livre como atividade de lazer, contrapondo-se a maiores níveis da atividade física ocupacional e de transporte.

Fernandes et al. (2011) estudaram transversalmente, 2.720 adultos, de ambos os sexos, por meio de entrevista domiciliar, a presença de dislipidemias (autorreferida) e a prática de exercícios físicos na infância (7 a 10 anos), na adolescência (11 a 17 anos) e na idade adulta (atividades de lazer) e investigaram essa relação devido a essa doença estar aumentando em diversas partes do Brasil. Também investigaram a quantidade da prática do exercício físico necessária para se obter efeitos benéficos sobre os níveis de lipoproteínas plasmáticas e se propuseram, através de um estudo analisar, em oito cidades do Estado de São Paulo, a associação entre a prática continuada de exercícios físicos ao longo da vida e a ocorrência de dislipidemia na idade adulta. Encontraram que a prevalência de dislipidemia foi de 12,2%, sem diferença entre as cidades, porém mulheres e obesos apresentaram maior taxa de dislipidemia e o exercício físico atual não se associou com a presença de dislipidemia, porém a prática de exercício físico tanto na infância quanto na adolescência foi associada com menor ocorrência da doença. Os adultos fisicamente ativos em todos os três momentos da vida apresentaram 65% menos chances de reportar dislipidemia e concluíram que a prática continuada de exercícios físicos ao longo da vida foi associada com menor ocorrência de dislipidemia entre adultos do Estado de São Paulo. Um estudo realizado na Finlândia em 2005, utilizando um corte com 21 anos de acompanhamento, averiguou que entre crianças e adolescentes de 9 a 18 anos, a prática de atividades físicas, foi preditora do estilo de vida ativo fisicamente na idade adulta e que a prática de atividade física contínua relacionada às brincadeiras obteve mais importância do que a participação em atividades desportivas específicas (Telama et al., 2005).

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1. INTRODUÇÃO

Segundo o ACSM (2006), a atividade física tem destaque na intervenção a favor da saúde, contribuindo para o controle do peso corporal, na manutenção de bons níveis de aptidão física propiciando momentos de integração social, a exemplo das práticas esportivas realizadas na coletividade, estimulando um ambiente salutar. De acordo com Williams et al. (2002) e Strauss et al. (2001), a atividade física regular é associada a benefícios imediatos e a longo prazo à saúde, tais como: aumento da aptidão cardiorrespiratória, controle do peso e bem estar psicossocial. Estudos com crianças e adolescentes têm indicado que esta prática está diretamente relacionada ao estímulo do crescimento e desenvolvimento, redução da pressão arterial e prevenção da obesidade, incremento da massa óssea, acréscimos à sensibilidade insulínica, bem como melhora do perfil lipídico, além de aspectos psicológicos de socialização e capacidade de trabalhar em equipe (Seabra et al., 2008, Silva & Malina, 2003, Gutin et al., 2002, Sallis et al., 1994). Em compensação, vale destacar que a atividade física mal estruturada, para uma faixa etária, ou de desenvolvimento corporal, pode ocasionar lesões, fraturas, osteocondrose, e disfunção menstrual (Alves & Lima, 2008).

No período da infância e adolescência particularidades decorrentes do processo de crescimento merecem consideração no momento de instruir o tipo de atividade física, como no decorrer do acompanhamento de programas de treinamento. Desta forma, Oliveira et al. (2003) indicam ser necessário à investigação sobre a elaboração de programas de treinamento físico para crianças e adolescentes. A maioria dos alunos, do ensino médio, que não se envolvem com o esporte escolar e não perpetuam essa prática, buscam nas academias de ginástica um ambiente e atividades que lhe proporcionem o prazer da prática da atividade física.

Na conjuntura atual do esporte, o Brasil tem estado em evidência em função dos eventos esportivos mundiais que serão realizados no país. Paralelo a isto, constata-se a necessidade, acerca da implantação de ações políticas que envolvam a prática esportiva de crianças e jovens e do incentivo às já existentes. Neste contexto, faz-se mister que a prática da atividade física sistematizada na escola, receba a devida atenção para sua efetivação, uma vez que neste ambiente o contingente de adolescentes representa grandes e diferentes possibilidades, tanto para os possíveis atletas, quanto para o hábito da prática física. Couto et al. (2008), verificaram a importância das aulas de Educação Física Escolar para adoção do estilo de vida ativo na fase adulta. Os resultados demonstraram que os alunos que incluíram

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1. INTRODUÇÃO

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esta prática no cotidiano encontravam-se, no momento, classificados como ativos fisicamente, favorecendo a manutenção deste hábito por toda vida.

Nesta direção, os Parâmetros Curriculares Nacionais e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1999) apontam que os alunos no Ensino Médio, por meio da aulas de educação física, devem vivenciar diferentes práticas corporais para uma concepção mais abrangente do movimento humano, contemplando todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal com o intuito de desenvolver as diversas competências e habilidades pelos alunos por meio da compreensão do funcionamento do organismo humano e na reflexão sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capazes de discerni-la e reinterpreta-la em bases científicas, adotando uma postura autônoma na seleção de atividades e procedimentos para a manutenção ou aquisição da saúde, assumindo uma postura ativa na prática das atividades físicas, consciente da importância delas na vida do cidadão, demonstrando autonomia na elaboração de atividades corporais. Devem também desenvolver as noções conceituais de esforço, intensidade e frequência, bem como atividades lúdicas sem caráter utilitário que também se mostram essenciais para a saúde e contribuem para o bem estar social.

Segundo orientação da IV diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007), todos os indivíduos com dislipidemia isolada e aqueles com risco cardiovascular aumentado devem ser orientados para medidas não farmacológicas de mudanças do estilo de vida. Em 2013 a Sociedade Brasileira de Cardiologia classificou a atividade física como nível de evidência A em tratamentos não medicamentosos para as dislipidemias. Matsudo (2001), já considerava a inatividade física como um fator que contribui para o aumento da prevalência de distúrbios nutricionais e de outras doenças e complicações crônicas não transmissíveis.

O estado atual de aumento da massa corporal pelo sedentarismo, principalmente em jovens, tem chamado atenção de órgãos públicos. Em crianças gravemente obesas (10,15 ± 2,01 anos) o índice de centralidade (soma das pregas cutâneas do tronco em relação às extremidades) foi positivamente correlacionado com colesterol total (CT), triglicérides (TG), LDL-c e negativamente com HDL-c, observa-se, também, uma correlação significativa de relação cintura-quadril e nível de TG (Marelli et al., 1993). Isto confirma que, mesmo durante a infância, a obesidade grave é relacionada a alterações lipídicas e que a adiposidade central é associada com agravamento deste quadro de saúde. Neste aspecto, entende-se que os exercícios físicos, nas suas diversas modalidades, são meios de intervenções capazes de

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1. INTRODUÇÃO

provocar mudanças no desempenho físico, social, psicológico, entre outros, no indivíduo, em todas as idades.

No ensino médio o afastamento de uma vida mais ativa fisicamente, parece aumentar e, assim, se agravar em virtude da proximidade do Vestibular e do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e das exigências que estes jovens, nesta fase, devem cumprir. Entretanto, o tipo de exercício e a intensidade, bem como o prazer em realizá-lo devem ser considerados, de maneira que propiciem a adesão à sua prática. Os níveis de saúde e bem estar podem ser comprometidos pela rotina e programação repetitiva de exercícios, uma vez que o jovem escolar necessita de maiores estímulos para permanecer num programa físico ou mesmo frequentar as aulas de educação física. O que pode ocorrer é a possibilidade de oferecer as atividades de maneira que os adolescentes executem o exercício de forma livre, no que se refere às recomendações normativas. Sabe-se que existem diretrizes para a prática de exercícios físicos nas diferentes fases da vida. Foi determinado pelo American College of Sports Medicine, que a aptidão cardiorrespiratória deveria ser realizada entre 60-90 minutos de exercício, com intensidade entre 50 e 85% do consumo máximo de oxigênio (VO2máx), 55-90% da frequência cardíaca máxima e percepção subjetiva do esforço (PSE) entre 12 e 16, na maioria dos dias da semana (Garber et al., 2011). Em 2010, o WHO, World Health Organization, determinou que crianças e adolescentes deveriam realizar 60 minutos (1 hora), ou mais de atividade física diária, sendo que, deste tempo, para a capacidade aeróbica, a maioria dos exercícios devem ser moderados e incluir intensidade física vigorosa pelo menos 3 dias por semana, da mesma forma para o fortalecimento muscular e fortalecimento ósseo. Para este grupo de faixa etária o mais primordial é estimular a participação de atividades físicas apropriadas para a idade, de maneira que se apresentem agradáveis e diversificadas. Nesta perspectiva, no ambiente escolar, de acordo com o conteúdo programático estabelecido, devem ser incluídas atividades aeróbias, de fortalecimento muscular e ósseo, mais abrangentes possíveis, favorecendo o escolar para a escolha destas, espontaneamente, de acordo com seu ritmo e afinidade.  

Lacunas do conhecimento sobre a prática física programada e autosselecionada pela escolha do ritmo de intensidade no âmbito das aulas de educação física no ensino médio, ainda são ocorrentes e necessitam de mais investigações. Assim, diante dos conhecimentos expostos, destaca-se nesta presente pesquisa, a importância da análise da prática da atividade física na escola, mais especificamente, no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia

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1. INTRODUÇÃO

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da Paraíba, Brasil, uma vez que esta instituição é de respaldo nacional no contexto do ensino médio e seus alunos apresentam diferentes características, quanto a sua composição étnica e de classes sociais, proporcionando uma boa representatividade da sua população. Este conteúdo compõe as aulas de Educação Física da referida instituição, que apresentam variação de modalidades esportivas oferecidas numa frequência de duas a três vezes semanais por meio de jogos recreativos e competitivos. Estas são orientadas por diversos profissionais, que, por sua vez, direcionam as atividades para a prática dos fundamentos peculiares ao desporto, objetivando o jogo participativo com regras, que permitam limites, numa proposta mais recreativa, embora competitiva, utilizem ritmos próprios. A atividade física programada, de acordo com o posicionamento da WHO (2010), para crianças e adolescentes, é representada pelas atividades de fitness constituídas pela ginástica aeróbica e fortalecimento muscular. Sua aplicação é prescrita de acordo com a intensidade, o tipo de exercício, duração, volume, padrão e o acompanhamento, determinados por consenso. No entanto, a proposta que acompanha as diretrizes já determinadas e comentadas, é de que, crianças e jovens encontrem no arcabouço destas atividades a diversificação de modalidades, tanto do fitness, quanto modalidades esportivas.

Portanto, os fatores problematizados neste estudo são relacionados com o impacto que estas atividades podem causar sobre taxas lipídicas e glicose, perfil antropométrico e desempenho físico, quando estes adolescentes são submetidos à prática de um programa de atividade física com intensidade programada e outra autosselecionada. Até o presente momento, poucos estudos avaliaram a prática física programada em comparação com a autosselecionada, no contexto das aulas de educação física no ensino médio, carecendo estudo nesta área. Em sua maioria, no que se refere a autosseleção, o que se encontra na literatura são estudos em adultos, idosos, homens e mulheres, sedentários, com peso normal e obesos, com destaque para a avaliação e comparação das intensidades do exercício durante caminhada em esteira, eliptico e pista (Krinski et al., 2009; Buzzachera et al., 2010).O estudo aqui tem a proposta de ampliar o efeito desta autosseleção, que é mais presente na intensidade, também para o tipo de exercício no ambiente escolar, cujas atividades são previstas em conteúdos designados para jovens adolescentes.

Assim sendo, este estudo é norteado pela seguinte questão problema: será que a prática da atividade física programada com base em atividades do fitness e a autosselecionada

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1. INTRODUÇÃO

em esportes, no contexto das aulas de educação física, provocam impacto sobre os componentes bioquímicos, físicos e perfil antropométrico de adolescentes?

1.1. HIPÓTESES

As hipóteses estatísticas foram enunciadas na forma nula (H0)e experimental (HE),

considerando, assim, o nível de p < 0,05, como critério de aceitação ou rejeição entre as variáveis.

H0: Não existe diferença entre atividade física programada em fitness e atividade física

autosselecionada em esportes quando se analisa componentes bioquímicos, glicose, perfil antropométrico e desempenho físico após um período de 16 semanas de treinamento, no contexto das aulas de educação física;

HE: Existe diferença entre atividade física programada em fitness e atividade física

autosselecionada em esportes quando se analisa componentes bioquímicos, glicose, perfil antropométrico e desempenho físico após um período de 16 semanas de treinamento, no contexto das aulas de educação física;

1.2. OBJETIVOS 1.2.1. GERAL

Analisar:

O efeito da prática de atividade física sob duas condições: programada em fitness e autosselecionadas em esportes sobre componentes bioquímicos, físicos e antropométricos em adolescentes no período de 16 semanas.

1.2.2. ESPECÍFICOS Verificar:

O efeito do tempo (pré e pós-teste), do grupo (experimental e controle), bem como a interação destes dois fatores (tempo e grupo) sobre as variáveis bioquímicas, antropométricas e de desempenho físico;

Verificar:

As alterações nos níveis antropométricos, bioquímicos e de desempenho físico pré e pós-intervenção (entre e intragrupos), separados por sexo;

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1. INTRODUÇÃO

12 Comparar:

Níveis antropométricos, bioquímicos e de desempenho físico por grupos: experimental e controle (entre e intragrupos) para toda amostra e posteriormente separados por sexo;

Correlacionar:

Níveis antropométricos, bioquímicos e de desempenho físico por grupos: experimental e controle (entre e intragrupos).

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

FUNDAMENTAÇÃO

TEÓRICA

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ATIVIDADE FÍSICA AUTOSSELECIONADA OU PROGRAMADA? EFEITOS DE 16 SEMANAS SOBRE COMPONENTES BIOQUÍMICOS, FÍSICOS E ANTROPOMÉTRICOS DE ADOLESCENTES

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. DE ESCOLA DE APRENDIZES ARTÍFICES A INSTITUTO FEDERAL: UMA TRAJETÓRIA HISTÓRICA

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) no ano de 2009 completou cem anos de atividades, trilhando o caminho da excelência no Ensino, na Pesquisa e na Extensão. O IFPB foi criado a partir da integração de duas instituições: o Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba (CEFET-PB) e a Escola Agrotécnica Federal de Sousa (EAF Sousa). O CEFET-PB originou-se da Escola de Aprendizes Artífices da Paraíba (EAA). Esta pertenceu a um grupo de dezanove instituições criadas, por meio do Decreto nº 7.586 de 23 de setembro de 1909, durante o governo do Presidente Nilo Peçanha. Elas tinham por finalidade ofertar um ensino profissional para atender gratuitamente aqueles que necessitavam de uma profissão e não podiam pagar pelo ensino.

Para tanto, a EAA na Paraíba, começou a funcionar com os cursos que, de acordo com a época, atendiam aos requisitos do mercado, isto é, Alfaiataria, Marcenaria, Serralharia, Encadernação e Sapataria, realizados em conjunto com o curso Primário. Situada na Capital do Estado, localizou-se inicialmente no Quartel do Batalhão da Polícia Militar, onde funcionou até 1929, quando se transferiu para um prédio na Av. João da Mata, no bairro de Jaguaribe. Em 1937, por força da Lei nº 378, a Escola transforma-se em Liceu Industrial. Este foi destinado ao Ensino Profissional em vários ramos e graus. Cumpre assinalar que essa lei foi a primeira a tratar, especificamente, de Ensino Técnico, Profissional e Industrial. A Reforma Capanema (1941) trouxe mudanças importantes para a Educação Brasileira, inclusive no ensino profissional. O Decreto nº 4.127/42 transformou o Liceu Industrial em Escola Industrial de João Pessoa, conhecida também com a denominação de Escola Industrial Federal da Paraíba, que perdurou até 1959. Neste contexto, surge a Escola de Economia Doméstica Rural (1955 a 1979), denominação primeira da EAF Sousa, que nasceu de iniciativa do sousense, engenheiro civil, Carlos Pires Sá, que conseguiu junto à Superintendência do Ensino Agrícola Veterinário SEAV, órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, a instalação na cidade do Curso de Magistério e Extensão em Economia Rural Doméstica, por meio da Portaria nº 552, de 4 de junho de 1955, com o objetivo de formar professoras rurais. No início dos anos 60, a já então Escola Técnica Federal da Paraíba (ETF-PB) transfere-se da Rua João da Mata para um prédio construído na Av. 1º de Maio, 720,

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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hoje, Campus de João Pessoa, implantando os Cursos Técnicos em Construção de Máquinas e Motores e o de Pontes e Estradas, os primeiros cursos em nível 2º Grau e que vinham atender a demanda da intensificação do processo de modernização desenvolvimentista do país.

Em 1964 foram extintas as oficinas de Alfaiataria e Artes em Couro, instalando-se as Oficinas de Artes Industriais e Eletricidade. No ano seguinte pela primeira vez, na sua história, a ETF-PB permitia a entrada de mulher no seu corpo discente. A Lei no 4.024 de

1961, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, equipara o ensino técnico ao acadêmico, ou seja, os egressos de ambos os ensinos poderiam ingressar no ensino superior sob as mesmas condições. Em 11 de outubro de 1963, a Escola de Economia Doméstica Rural de Souza por autorização emanada do Decreto no 52.666, passou a ministrar o Curso Técnico em Economia Doméstica em nível de 2º grau (ou seja, de nível médio). Em 1969, José Sarmento Júnior, conhecido como Dr. Zezé, médico sousense, fez doação de uma área de 16.740m2, para que fosse construída a “Escola de João Romão”, como era conhecida na época. Em 1970, a Escola de Economia Doméstica Rural, de Sousa se transfere para sua sede definitiva localizada na Rua Presidente Tancredo Neves, s/n, Jardim Sorrilândia. Em 30 de junho de 1978, com a Lei nº 6.545, três Escolas Técnicas Federais - Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro - são transformadas em Centros Federais de Educação Tecnológica - CEFETs. Esta mudança confere àquelas instituições mais uma atribuição, formar engenheiros industriais e tecnólogos. A Escola de Economia Doméstica Rural, de Sousa, por meio do Decreto nº 83.935, de 4 de setembro de 1979, tem a sua denominação alterada para Escola Agrotécnica Federal de Sousa (EAF Sousa).

O início dos anos 80 trouxe dois desdobramentos que impactariam significativamente a Rede Federal de Educação Tecnológica posteriormente: a oferta dos cursos técnicos especiais, hoje chamados de cursos técnicos subsequentes, e o uso de computadores para propósitos acadêmicos e administrativos. Outra iniciativa pioneira do período na rede federal foi a oferta de cursos técnicos especiais na modalidade educação a distância, ministrados pela ETF-PB. Em 1994, o Presidente Itamar Franco, promulgou a Lei nº 8.948, de 8 de dezembro, dando início gradativamente à instituição do Sistema Nacional de Educação Tecnológica. A Escola Técnica Federal da Paraíba se tornou o Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba em 1999, denominação mantida até o final de 2008. Esta mudança faz parte de processo maior de transformação de Escolas Agrotécnicas e Técnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica. A expansão dos CEFETs permitiu o crescimento da

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

atuação da Rede Federal de Educação Tecnológica na educação superior tecnológica bem como na educação profissional com uma maior diversidade de cursos e áreas profissionais contempladas. No ano de 2007, o Ministério da Educação publicou o Plano de Desenvolvimento de Educação Pública (PDE), expondo concepções e metas sobre a educação nacional e por meio do Decreto nº 6.085, estabeleceu diretrizes para os processos de integração de instituições federais de educação tecnológica visando à constituição de uma rede de institutos federais. Ao final de 2008, a Lei nº 11.892 instituiu a Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, possibilitando a implantação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB).

Este, por meio dos seus campi já em funcionamento (Cajazeiras, Campina Grande, João Pessoa e Sousa), aqueles em implantação em 2009 (Cabedelo, Monteiro, Patos, Picuí e Princesa Isabel), além de outros que haverão de surgir, procura contribuir para o engrandecimento e fortalecimento do Estado da Paraíba, pela oferta de Educação Profissional e Tecnológica de qualidade a toda sua população.

O Instituto Federal da Paraíba é um excelente exemplo do estado da arte da educação profissional e tecnológica, no âmbito federal, no Brasil, que teve em 2009 um ano especial com as comemorações do seu centenário.

2.2. ADOLESCENTES: A PRÁTICA DO EXERCÍCIO FÍSICO E ASPECTOS BIOQUÍMICOS

Nas últimas décadas observa-se que a prevalência da obesidade vem apresentando um aumento em vários países do mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) em seu relatório “Estatísticas Mundiais de Saúde 2012”, divulgado em 16 de maio de 2012, o aumento das doenças não contagiosas (crônicas degenerativas) ligadas à obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes, representam 2/3 das mortes no mundo. Por essa razão a OMS encara a obesidade como uma doença epidemiológica global do século 21. Este fato é preocupante, já que o excesso de gordura corporal, principalmente a abdominal, está diretamente relacionado com alterações do perfil lipídico, com o aumento da pressão arterial e a hiperinsulinemia, considerados fatores de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como o diabetes melito tipo 2 e as doenças cardiovasculares (Blomhoff, 1992; Björntorp, 1997; Lakka et al., 2001). Níveis elevados de leptina e de ácido úrico e a alteração dos fatores fibrinolíticos também têm sido observados em indivíduos obesos (Sharma, 2002;

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Benatti & Lancha Junior, 2007). O conjunto destas alterações tem sido descrito como “síndrome metabólica” ou “síndrome da resistência à insulina”, já que a hiperinsulinemia tem um papel importante no desenvolvimento dos outros componentes da síndrome metabólica. Entretanto, questiona-se se estas alterações já estão presentes em crianças e adolescentes obesos.

Além do risco aumentado da criança e do adolescente obeso permanecer neste estado quando adultos se comparados aos indivíduos eutróficos, estudos longitudinais (Must et al.,1992) sugerem que o tempo de duração da obesidade está diretamente associado à morbimortalidade por doenças cardiovasculares (DCV). Must et al. (1992) analisaram adolescentes do estudo de Harvard Growth, que foram acompanhados durante 55 anos, e verificaram que 52% dos indivíduos que apresentavam excesso de peso quando adolescentes permaneceram neste estado nutricional e o risco relativo para todas as causas de doenças coronarianas foi aproximadamente duas vezes maior nestes indivíduos. Um grande número de doenças está associado aos hábitos de vida inadequados, podendo ser prevenidas, e em alguns casos revertidos com a adoção de um estilo de vida saudável (CSEP, 2004). A obesidade na infância e adolescência é um importante fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares na vida futura. O aumento da insulina plasmática pode ser considerado um sinal de alerta para o desenvolvimento do diabetes melito tipo 2 e das outras alterações metabólicas relacionadas. Dentre os principais componentes de políticas de uma vida saudável em adolescentes, destacam-se a promoção do aumento da atividade física e adesão ao esporte, implantação de programas de atividades físicas e o incentivo à aquisição de hábitos alimentares saudáveis, principalmente na escola, contrapondo-se ao atual estado de hipocinesia que os jovens vivenciam. Porém, ajustes inadequados das variáveis que confundem e das doenças preexistentes, a ausência da eliminação da mortalidade precoce, os diferentes tempos de seguimentos e o ajuste da idade no início do estudo (Kushner, 1993; Stevens, 2000) são algumas das peculiaridades relacionadas à faixa etária que tanto jovens, quanto adultos, apresentam. Além disso, ressalta-se notar a importância de algumas transformações que ocorrem com o aumento da idade, como o aumento da gordura corpórea e da diminuição da altura (Baumgartner, 2000).

O colesterol é uma substância gordurosa, que não se dissolve no sangue, semelhante ao processo de óleo que não se mistura com água e é encontrada em todas as células do corpo humano. Ele é essencial para a formação das membranas das células, para a síntese de

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

hormônios (testosterona, estrogênio, cortisol e outros), na produção da bile, na digestão de alimentos gordurosos, na formação da mielina (uma bainha que cobre os nervos), na metabolização de algumas vitaminas (A, D, E e K), entre outros (Sabine, 1977; Blomhoff, 1992). No organismo o colesterol tem duas origens: endógena quando produzida pelo próprio corpo, principalmente pelo fígado; e a exógena, quando também pode ser é adquirido por meio dos alimentos (Sabine, 1977). Para ser transportado para a corrente sanguínea e alcançar os tecidos periféricos, o mesmo precisa das lipoproteínas que são produzidas no fígado. As principais são: very low-density lipoprotein (VLDL), que conduz triglicerídeos e um pouco de colesterol do sangue para os tecidos; low-density lipoprotein (LDL), que leva colesterol e um pouco de triglicerídeos e o high-density lipoprotein (HDL), um transportador diferente, que faz uma trajetória inversa, retirando o colesterol dos tecidos e devolvendo para o fígado que vai excretá-lo nos intestinos (Friedewald et al., 1972). De maneira resumida, enquanto o LDL e o VLDL levam colesterol para as células e facilitam a deposição de gordura nos vasos, o HDL faz o contrário, promove a retirada do excesso de colesterol, inclusive das placas arteriais. Assim, denomina-se o HDL de bom colesterol e o VLDL e o LDL de colesterol ruim.

Do ponto de vista fisiológico e clínico, os lipídeos biologicamente mais relevantes são os fosfolípides, o colesterol, triglicérides (TG) e os ácidos graxos (Sposito et al., 2007). Desta forma, as lipoproteínas produzidas são reguladas pelos níveis de colesterol que é proveniente de gorduras saturadas e gordura trans, favorecendo a produção de LDL, enquanto que o consumo de gorduras insaturadas promove a produção do HDL (Sposito et al., 2007). Quando ocorre o aumento dos níveis de colesterol há o que se chama de dislipidemia, que por um bom tempo, foi avaliado por meio dos valores do colesterol total, que é o somatório dos níveis sanguíneos de HDL, LDL e VLDL. Mas, devido à classificação determinada para o HDL de bom e LDL de ruim colesterol, esta soma não é adequada para esta ponderação contígua. Se um indivíduo apresenta 160 de LDL, 30 de HDL e 30 de VLDL, a soma seria de um colesterol total de 220 e outro apresenta LDL de 120, HDL de 70 e VLDL de 30, a soma é a mesma, mais o maior risco de aterosclerose é o primeiro caso, justificando o fato de o colesterol total não ser uma referência eficaz na avaliação da dislipidemia. Ultimamente o colesterol total tem sido menos valorizado do que os níveis individuais de HDL e LDL, então as dosagens dos valores das lipoproteínas transportadoras LDL, VLDL e HDL compõem uma avaliação indireta da quantidade e da qualidade do colesterol que circula no sangue. É importante citar aqui o intermediatelow-density lipoprotein (IDL) que apresenta implicações

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análogas ao LDL e não é, normalmente, dosado particularmente, mas sim junto com o LDL, assim quando se recebe o valor do LDL, frequentemente se refere ao somatório do valor de LDL e IDL. É importante ressaltar que, quando as concentrações de VLDL e LDL estão elevadas, se associam à deposição de gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de placas de colesterol (Björntorp, 1992, 1997).

As moléculas de LDL, quando o corpo apresenta mais colesterol do que precisa, ficam circulando no sangue à procura de algum tecido que esteja precisando de colesterol para o seu funcionamento, se este não for entregue a nenhum tecido, a molécula de LDL acaba se depositando nos vasos, acumulando gordura no mesmo, ocorrendo num processo denominado de aterosclerose. A Tabela 01 apresenta distribuições de lipídios e lipoproteínas em sujeitos de 5 a 19 anos de acordo De Ferranti et al. (2004).

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Tabela 1 - Distribuições de lipídios e lipoproteínas em sujeitos de 5 a 19 anos

Masculino Feminino

5 – 9 anos 10 – 14 anos 15 – 19 anos 5 – 9 anos 10 – 14 anos 15 – 19 anos Colesterol Total (mg/dL) 50º percentil 153 161 152 164 159 157 75 º percentil 168 173 168 177 171 176 90 º percentil 183 191 183 189 191 198 95 º percentil 186 201 191 197 205 208 Triglicerídeo (mg/dL) 50 º percentil 48 58 68 57 68 64 75 º percentil 58 74 88 74 85 85 90 º percentil 70 94 125 103 104 112 95 º percentil 85 111 143 120 120 126 HDL (mg/dL) 5 º percentil 38 37 30 36 37 35 10 º percentil 43 40 34 38 40 38 25 º percentil 49 46 39 48 45 43 50 º percentil 55 55 46 52 52 51

Nesse contexto, admite-se que os valores aceitáveis são abaixo do percentil 75 (Tabela 1), exceto para o HDL, que estão acima do percentil 20, CT <170 mg / dL; LDL-C <110 mg / dL; Não-HDL-C <120 mg / dL; TG<75 mg / dL (crianças de 0 a 9 anos); TG <90 mg / dL; HDL-C> 45 mg / dL (adolescentes de 10 a 19 anos). Os valores limítrofe são entre o percentil 75 e 95, exceto para o HDL, que é entre 10 ao 25 percentil; CT 170 a 200 mg / dL; LDL-C 110 a 130 mg / dL; Não-HDL-C 120 a 145 mg / dL; TG 75 a 100 mg / dL(crianças 0-9 anos);

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

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TG 90 a 130 mg / dL; HDL-C: 40 a 45 mg / dL. Os valores anormais são apresentados pelo percentil> 95, exceto para o HDL, que estão abaixo do percentil 10, CT> 200 mg / dL; LDL-C> 130 mg / dL; Não-HDL-LDL-C> 145 mg / dL; TG > 100 mg / dL (crianças 0-9 anos); TG > 130 mg / dL; HDL-C valor <40 mg / dL. A média do colesterol total no soro (CT) diminuiu 165-160 mg / dL e a prevalência de CT elevada (≥ 200 mg / dl) diminuiu de 11,3 para 8,1 por cento.

A média de HDL-C aumentou 50,5-52,2 mg / dL e a prevalência de baixo HDL-C (<40 mg / dL), diminuiu 17,3-14,8 por cento, mas esse não foi estatisticamente significativa. Séricos médios de LDL-C em adolescentes (com idades entre 12 a 19 anos) diminuíram 95-90 mg / dL e prevalência de LDL-C elevado (≥ 130 mg / dL) diminuiu 11,9-7,4 cento. A média de TG sérico em adolescentes diminuiu 82-73 mg / dL e a prevalência de TG elevado (≥ 130 mg / dL) diminuiu 17,3-12,4 por cento. Soro não HDL-C melhorou 115-107 mg / dL e a prevalência de não-HDL elevados níveis de C (0,145 mg / dL) diminuiu 13,6-10 por cento, dados citados conforme De Ferranti et al. (2004). A Tabela 02 dispõe de uma classificação de valores de taxas lipídicas de referência para crianças e jovens de 0 a 19 anos.

Tabela 2 - Classificação de valores de taxas lipídicas para crianças e jovens de 0 a 19 anos

Classificação

Taxas lipídicas Aceitáveis Limítrofe Elevado

CT <170 mg / dL 170 a 200 mg / dL > 200 mg / dL LDL-C <110 mg / dL 110 a 130 mg / dL > 130 mg / dL HDL-C > 45 mg / dL 40 a 45 mg / dL <40 mg / dL TG (crianças: 0-9 anos) <75 mg / dL 75 a 100 mg / dL > 100 mg / dL TG (adolescentes: 10-19 anos) <90 mg / dL 90 a 130 mg / dL > 130 mg / dL Não-HDL-C <120 mg / dL 120 a 145 mg / dL > 145 mg / dL

Há uma denominação que é utilizada como parâmetro de referência que é o colesterol não-HDL, ou seja, o somatório de todos os tipos de colesterol considerados ruins (IDL, LDL e VLDL), que se tornou um marcador mais sensível de risco de aterosclerose (Sposito et al., 2007; Kolankiewicz et al., 2008). No que se refere aos triglicerídeos, sabe-se que eles estão fortemente atrelados ao VLDL e apresentam valores agregados, cinco vezes maiores (Kolankiewicz et al., 2008). Os TG estão associados a uma maior incidência de acúmulo de gordura no fígado, ocorrendo a chamada de esteatose hepática (Soler et al., 2008). De acordo

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, que trata da versão IV das Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de prevenção da Aterosclerose, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2010), é possível verificar atualizações e esclarecimentos sobre o metabolismo lipídico, epidemiologia da aterosclerose no Brasil, avaliação laboratorial das dislipidemias, classificação das dislipidemias, estratificação de risco e metas lipídicas para prevenção e tratamento da aterosclerose, dentre outros. O referido documento determina que as dislipidemias podem ser classificadas em primárias ou sem causa aparente de fator genótipo, podendo ser monogênicas, que são as provocadas por mutações em um só gene, e poligênicas, aquelas que vêm por associações de múltiplas mutações que, isoladamente, não seriam de grande repercussão e as de caráter fenótipo ou bioquímica que considera os valores do CT, LDL-C, TG e HDL-C. De acordo com Lachtermacher (2004), as dislipidemias apresentam duas classificações: laboratorial em que se aplica a fórmula de Fredrickson na qual utilizam-se valores de colesterol, triglicérides (TG) e lipoproteínas (não inclui as HDLs) e a etiológica que subdivide-se em primárias, proveniêntes de um defeito genético, e secundárias, tendo como causa principal outra doença (diabetes, obesidade, hipotireoidismo, anorexia nervosa, bulimia, etc.), estilo de vida (sedentarismo, fumo, alcoolismo), e/ou uso medicamentoso (diurético, anticoncepcional, betabloqueador, etc.).

As dislipidemias são apresentadas em quatro tipos principais e bem definidas: a) Hipercolesterolemia isolada, com a Elevação isolada do LDL-C (≥ 160 mg/dL); b) Hipertrigliceridemia isolada com a elevação isolada dos TG (≥150 mg/dL), que se refere ao aumento do volume de partículas ricas em TG, no caso o VLDL, IDL e quilomícrons (Sposito et al., 2007). A estimativa do volume das lipoproteínas aterogênicas pelo LDL-C torna-se menos precisa à medida que aumentam os níveis plasmáticos de lipoproteínas ricas em TG. Desta forma, o valor do Não-HDL-C pode representar um indicador de diagnóstico e meta

terapêutica, nestas situações; c) Hiperlipidemia mista que está representada pelo aumento de ambos LDL-C (≥ 160 mg/dL) e TG (≥150 mg/dL). Nesta situação, o Não-HDL-C pode ser

utilizado como revelador e meta terapêutica e se o TG ≥ 400 mg/dL, o cálculo do LDL-C pela

equação de Friedewald é impróprio, e assim, deve-se considerar a hiperlipidemia mista se o CT for maior ou igual a 200 mg/dL; d) HDL-C baixo diz respeito à redução do HDL-C (homens <40 mg/dL e mulheres <50 mg/dL) isolada ou em associação com aumento de LDL-C ou de TG. Estudos de Freedman et al. (1999), no Bogalusa Heart Study, já afirmavam que os fatores de risco, hiperlipidemia, hipertensão e obesidade, primordiais na dislipidemia do adulto, aparecem na faixa etária entre 5 e 8 anos, ou seja, na infância.

Imagem

Tabela 1 - Distribuições de lipídios e lipoproteínas em sujeitos de 5 a 19 anos
Tabela 2 - Classificação de valores de taxas lipídicas para crianças e jovens de 0 a 19 anos
Figura 1 - Material para coletas sanguíneas
Tabela  4  -  Critérios  de  referência  para  definição  de  Baixo  Peso,  Excesso  de  Peso  e  Obesidade  para  o  sexo  masculino  proposta por Conde e Monteiro em 2006 e descrita em Gaya et al
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