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Mulher líder na contemporâneidade: um estudo das mulheres bancárias de Santa Rosa/RS

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ– Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

DACEC – Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e

da Comunicação

Curso de Administração

Disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso

LAURA CAROLINE ZAMIN MOREIRA CLÁUDIA WERLE ROCKENBACH

MULHER LÍDER NA CONTEMPORÂNEIDADE: Um

Estudo das Mulheres Bancárias de Santa Rosa/RS

Trabalho de Conclusão de Curso

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LAURA CAROLINE ZAMIN MOREIRA CLÁUDIA WERLE ROCKENBACH

MULHER LÍDER NA CONTEMPORÂNEIDADE: Um

Estudo das Mulheres Bancárias de Santa Rosa/RS

Trabalho de Conclusão de Curso

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Administração

da Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Rio Grande do Sul – UNIJUI, como requisito parcial à Conclusão de Curso e consequente obtenção de título de

Bacharel em Administração.

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“Se tivermos a consciência do que queremos, nos sentirmos merecedores e capazes de alcançar um resultado, tivermos a iniciativa e a coragem para agir e depois sermos flexíveis para mudar de rumo se for necessário, daremos um passo em direção à liderança. Um grande passo.”

Albert Khoury

“Quem aspira a uma carreira de sucesso tem que assumir, de agora em diante, um perfil mais feminino. E este conselho vale também para as mulheres que ainda não descobriram suas próprias virtudes”

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus pais, que sempre estiveram presentes na minha educação, sempre me fizeram entender a importância de estudar e ser responsável em qualquer situação. Amo muito vocês meus pais, obrigada por todo apoio. Hoje concluo mais uma etapa da minha vida, minha graduação, e dedico esta conquista a vocês que sempre lutaram para que eu chegasse aqui.

Aos meus irmãos, Larissa e Leonardo que sempre estiveram presentes durante este período, espero que eu tenha conseguido ser para vocês, como irmã mais velha, incentivo para que concluam esta etapa assim como estou concluindo, obrigada por tudo, amo vocês!

Aos meus sogros, Dario e Rejane, por me incentivarem assim como meus pais a concluir esta etapa, obrigada!

Darvin, meu noivo, te agradeço pela compreensão que tivestes durante todo o curso e principalmente nestes dois últimos semestres de desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso, me incentivou sempre e acreditou que apesar de tantas correrias do dia-a-dia eu daria conta. Obrigada pelo apoio, amo você.

Agradeço aos meus professores, que sempre me passaram com clareza seus conhecimentos e me entusiasmaram com o curso. Em especial gostaria de agradecer a minha orientadora Cláudia Werle Rockenbach, que acreditou em meu potencial e que me auxiliou da melhor forma possível para o desenvolvimento desta pesquisa.

Agradeço a John Deere, empresa a qual trabalho, que me auxiliou financeiramente em meus estudos, obrigada por acreditar em meu potencial como profissional e investir no meu futuro. Agradeço aos meus gestores que também me incentivam diariamente para meu desenvolvimento profissional.

Não deixaria de agradecer as entrevistadas que se dispuseram e encontraram um tempo do seu dia para a realização das entrevistas, foi fundamental para tornar possível este estudo.

Finalizo agradecendo a Deus por ter me dado a oportunidade de estar concluindo mais esta importante conquista rodeada de pessoas especiais. Meu muito Obrigada!

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RESUMO EXPANDIDO

Introdução

As mulheres, para Maluf (2012), vivem um momento histórico complexo que se contradiz. Onde o sexo feminino encontra-se dividido entre o desejo de se afirmar como protagonistas que constroem história ao lado dos homens, história esta que além de profissional, vem a ser econômica, política e social, e o desejo de serem mães e seu exercício pleno em relação ao acompanhamento dos filhos. Contudo, é neste contexto que a mulher assume os diversos papeis e responsabilidades, de esposa, mãe, cuidadora do lar e profissional, que com o suporte, seja em casa ou mesmo da organização em que trabalha, consegue lidar com os desafios do dia-a-dia e se mantém ativa e dedicada ao que lhe é atribuído. Maluf (2012) entende que a mulher contemporânea vive uma realidade paradoxal, em que de um lado assume o controle de si mesma, desata-se do sexo de procriação somente, inserindo-se no mercado de trabalho; e por outro lado, preserva papeis e valores tradicionais como ser mãe, educadora, e esposa.

Segundo Pinsky (2011), existe a diferença física entre homens e mulheres, porém são iguais intelectualmente. Fala-se na igualdade entre os sexos, o que diz respeito aos direitos de cada um. As mulheres por muito tempo eram vistas como o sexo frágil, porém elas vem lutando para manter seu próprio sustento, ou até mesmo sendo a base econômica de uma família.

A globalização da economia vem provocando o aumento de empregos no Brasil, com isso muitas mulheres foram incorporadas ao mercado de trabalho. Segundo Mancini (2005), o aumento é significativo e a queda na taxa de fertilidade feminina permite que a mulher dedique mais tempo ao seu trabalho, além disso, está em um nível mais elevado de escolaridade.

Em meio a este contexto de mudanças nas organizações e no mercado de trabalho, a mulher teve a oportunidade de inserir-se, e tem alcançado através de sua dedicação, seu espaço em níveis mais altos, sendo capaz de liderar pessoas e processos. Para Khoury (2009), a liderança pode ser aprendida, pois é considerada uma habilidade, e assim como todas as habilidades, é observando e seguindo modelos que se aprende, e para exercer tal liderança é necessário exercer influência sobre os outros fazendo isso através do próprio comportamento. Para isso entende-se que as competências comportamentais tornam-se de extrema importância para o bom desenvolvimento deste líder.

O objetivo deste trabalho, portanto, foi identificar os desafios que a mulher encontra para inserir-se e manter-se no mercado de trabalho assim como verificar o perfil biográfico e as competências comportamentais das mulheres gestoras que ocupam cargos de liderança em instituições bancárias no município de Santa Rosa através de um trabalho de amostragem.

A escolha deste estudo justifica-se principalmente pelo motivo da universitária estar inserida no mercado de trabalho em uma empresa global em que as mulheres vêm tendo oportunidades de crescimento e profissionalização, assim como ela mesma que no próximo ano estará mudando de estado, pois visa seu crescimento profissional, através de novas oportunidades que a empresa em que atua oferece. Justifica-se a escolha de instituições financeiras da cidade de Santa Rosa, pois nestas estão inseridas em torno de 87 mulheres sendo que 22 exercem função de gestora, supervisora, gerente, coordenadora, ou seja, cargos

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que lhes exige liderar pessoas e processos. Estes números chamaram a atenção e instigaram a pesquisadora a entender qual a realidade da mulher bancária de Santa Rosa com base no contexto do tema desta pesquisa. Por fim, a escolha da área se deu em função da quantidade de mulheres ocupando os cargos exigidos pelo estudo, pela afinidade da pesquisadora com a área, e também por já ter tido interesse de atuar neste meio.

Metodologia

Esta pesquisa trata-se de uma abordagem qualitativa, que utilizou-se da coleta de dados, através de um roteiro de entrevista, para o levantamento das informações necessárias para a análise o que levou aos resultados deste estudo. Quanto aos fins considera-se uma pesquisa exploratória e descritiva, pois foi realizada com foco na cidade de Santa Rosa, em que poucas informações se têm a respeito de estudos que investigam a carreira profissional das mulheres. Considera-se uma pesquisa descritiva, pois não investigou-se sobre quais as razões ou condicionamentos da satisfação ou insatisfação dos sujeitos participantes da pesquisa em seus trabalhos, apenas buscou apresentar as percepções, opiniões e sugestões das entrevistadas sobre o tema.

Quanto aos meios, foram utilizadas as pesquisas: bibliográfica, documental e de levantamento. Bibliográfica, pois foram utilizados materiais que trazem informações sobre a história da inserção da mulher no Brasil, liderança, desafios das mulheres em um contexto organizacional, a diferença entre homens e mulheres no meio profissional; pesquisa documental, pois utilizou-se de materiais públicos sobre o tema de estudo, utilizando-se de dados estatísticos externos como por exemplo, IBGE; de levantamento, que caracterizam-se conforme Gil (2002), pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer, portanto, para o estudo foi utilizada a técnica de entrevista pessoal, onde as entrevistas foram agendadas conforme disponibilidade das entrevistadas.

Foram entrevistadas seis mulheres, duas de um único banco público, duas de em único banco privado e duas de diferentes cooperativas de crédito, sendo que as instituições bancárias não foram identificadas, pois, as entrevistadas preferiram não identificar-se e não expor a organização. As entrevistas foram conduzidas através de uma conversa informal, em que as entrevistadas tiveram acesso ao roteiro de entrevistas antes do encontro para que pudessem entender melhor sobre o assunto que discorre a pesquisa e para que houvesse o melhor entrosamento entre entrevistadas e entrevistadora. O roteiro foi elaborado com base no referencial teórico, o qual despertou alguns questionamentos a pesquisadora, sendo eles: perfil biográfico, escolha profissional, desenvolvimento de carreira, rotina de trabalho, cenário profissional, desafios para manter-se na profissão e por fim as competências comportamentais de um líder.

Para a análise e interpretação dos dados do presente estudo, foram levados em consideração os fins e os meios levantados para a realização do estudo, assim como os dados coletados através das entrevistas. Foi necessária a simplificação e a seleção dos dados utilizados, para facilitar a visibilidade das informações para a análise e interpretação das entrevistas e para avaliação das interações entre os dados coletados.

Resultados

Os resultados estão organizados por blocos, sendo eles: perfil biográfico das entrevistadas, trajetória profissional da mulher bancária, realidade de trabalho da mulher bancária e competências comportamentais.

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Quanto ao perfil biográfico, as entrevistadas possuem entre 28 e 51 anos. A idade pode revelar muitas características através das gerações as quais as entrevistadas pertencem, estas gerações são conhecidas segundo Khoury (2009) como: Baby Boomer (nascidos entre 1946 e 1964), X (nascidos entre 1965 e 1977) e Y (nascidos entre 1978 e 1989). Evidencia-se que 50% das participantes da pesquisa são casadas representando 3 delas, 33.33% são solteiras representando 2 entrevistadas e 16.66% porcentagem referente a uma bancária sendo ela separada. Todas as entrevistadas atuam em cargos de gestão ou liderança, sendo que cada organização possui nomes distintos para o cargo. Das seis bancárias que colaboraram para a realização desta pesquisa, todas possuem formação de ensino superior completo, sendo que 4 delas aparecem com especialização, e mais de uma delas com mais de uma especialização, e com isso entende-se que preferem optar por especializar-se em determinadas áreas ao mestrado. Percebeu-se também que quanto a renda particular, uma profissional, possui mais de 8 salários mínimos, quatro ganham de 5 a 8 salários, e apenas uma colaboradora, de uma instituição de cooperativa de crédito aparece com o salário mais baixo entre as entrevistadas com menos de 5 salários.

Nos dias de hoje, a mulher tem sua liberdade de ir e vir, expor suas opiniões e já apresenta mais tempo de estudo que os homens segundo estudo do IBGE, com isso a imagem feminina vem sendo cada vez mais valorizada profissionalmente. Probost (2003, p.6) acredita que, a queda da fecundidade e o aumento de instrução são fatores que andam ao lado da crescente inserção da mulher no mercado e a elevação de sua renda. Portanto, quanto a trajetória profissional, observa-se que as bancárias investem constantemente nas suas carreiras profissionais, dispondo do seu tempo para profissionalizar-se, já em seus cargos de chefia, em áreas que as ajudem a liderar pessoas e processos. Sobre o desenvolvimento de carreira das entrevistadas, momento em que contaram sobre as suas trajetórias profissionais, identificou-se que para elas, para ser líder, foi preciso passar por várias experiências sendo que com o decorrer desta trajetória como profissionais, vieram a se identificar, cada uma com sua particularidade com o setor financeiro, o que as levou a tornarem-se gestoras nesta área.

As bancárias de Santa Rosa assumiram cargos de liderança antes dos 36 anos de idade. Isso demonstra que, as mulheres vêm conquistando ainda mais cedo uma posição mais elevada dentro das organizações. Foi possível identificar também que todas as entrevistadas entendem o papel de um líder e agem coerentemente com as responsabilidades que as são propostas, porém existem algumas limitações as quais mesmo existindo são trabalhadas para serem amenizadas para que com o tempo deixem de existir.

Quanto a realidade de trabalho da mulher bancária, analisou-se que as mulheres entrevistadas trabalham em torno de 40 horas semanais, eventualmente trabalham além das 8 horas diárias e com isso conseguem preservar o seu tempo para cuidar de si, ou, do que julgar importante fora do seu horário de trabalho. Nenhuma das entrevistadas sofreu qualquer tipo de preconceito por ser mulher para inserir-se no mercado de trabalho, porém as mesmas acreditam que em alguns ambientes ainda existe o preconceito com mulheres. Probost (2003) entende que, as mulheres se dedicam da mesma forma que o homem ao trabalho, e quando voltam para casa, dedicam-se instintivamente ao trabalho doméstico. Contudo, para ajudá-las a se manterem em suas profissões, ficou perceptível que, para as entrevistadas os homens estão mais participativos na educação de seus filhos e nos cuidados com a casa, mas acreditam que a mulher é capaz de desempenhar várias funções, tendo a multifuncionalidade como uma característica. Quanto a maternidade, os resultados mostram que entrevistadas entendem que as mulheres são capazes de conciliar as duas partes, a maternidade e suas profissões, mas que precisam de suporte para isso.

Sobre as competências comportamentais, as entrevistadas entendem que um líder precisa de um conjunto de habilidades para exercer um cargo de tamanha responsabilidade,

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como: equilíbrio emocional, relacionar-se bem, comunicar-se de forma eficaz, gostar de trabalhar com pessoas, inspirar confiança, ser flexível entre outros. As bancárias consideram como competências essenciais para um gestor: o equilíbrio emocional, relacionamento interpessoal, a capacidade de colocar-se no lugar do outro, ética, comprometimento profissional, automotivação, comunicação, relacionamento interpessoal, flexibilidade, entre outros. Para as entrevistadas, ser flexível é saber relevar, capacidade de lidar com mudanças e ser receptivo a elas, ter consenso para avaliar pensamentos divergentes, tornar-se aberto para que outras pessoas cheguem até o indivíduo. Contudo, é através da comunicação que as pessoas expõem suas opiniões e se expressam e para as entrevistadas é fundamental para um líder transmitir segurança, através da comunicação. Quando questionadas quanto ao relacionamento interpessoal, as bancárias mostram-se bastante convictas de que o bom relacionamento é fundamental para um líder, pois é através desta interação entre liderança e colaborador que fará com que este indivíduo seja influenciado pelo seu superior para que juntos busquem os mesmo resultados. Quanto a capacidade de resolução de conflitos, considerando a sensibilidade feminina, as entrevistadas entendem que mulheres são facilitadoras quando o assunto é sensibilidade na resolução de conflitos, mas que também por serem muito emotivas acabam tendo um pouco de dificuldades de separar algumas situações.

Conclusões

O estudo serviu para ampliar investigações sobre as características de perfil biográfico, trajetória e realidade de trabalho da mulher bancária, bem como as competências comportamentais destas líderes. Para isso foi utilizado um roteiro de entrevistas, sendo esta pesquisa caracterizada como qualitativa somente.

O estudo mostrou que as bancárias não dependeram necessariamente da formação para inserir-se na área bancária, contudo, atualmente como líderes possuem graduação completa, e na sua maioria já finalizaram pelo menos uma especialização voltada às áreas de atuação hoje.

Ficou evidente que não houveram dificuldades para inserção das mulheres no mercado de trabalho por serem do sexo feminino. Concluiu-se também que as mulheres líderes da área bancária de Santa Rosa assumem seus primeiros cargos de liderança em média com 28 anos de idade e que lideram em média 4 pessoas, e para liderar consideram-se coerentes com as exigências desta função, pois assumem com responsabilidade estas atribuições.

Ser líder nos dias atuais é um grande desafio para a mulher, pois é preciso ter a percepção das diversas responsabilidades deste papel. Foi possível identificar e estudar as competências comportamentais de um gestor e através das entrevistadas, entender quais são as considerações das mulheres que hoje atuam como tal e como as mesmas visualizam esta atuação e é evidente que mesmo sendo em diferentes contextos organizacionais, as considerações são as mesmas. Isso possibilita entender que independente da organização os princípios de um líder sempre serão os mesmos, porém colocados em ambientes e culturas diferentes.

Os objetivos deste trabalho foram alcançados, pois foi possível verificar o perfil biográfico das entrevistadas; examinar os desafios atuais das mulheres gestoras em instituições bancárias para conciliação da vida pessoal e profissional; analisar de forma comparativa os dados coletados com as entrevistadas com vistas a identificar uma lista de características do perfil biográfico, competências comportamentais e os desafios da mulher gestora em instituições bancárias no município de Santa Rosa.

Palavras-Chave: mulher no mercado de trabalho; liderança; inclusão; desafios para manter-se; competências comportamentais.

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Referências:

MALUF, Vera. Trabalho e maternidade: uma visão contemporânea. São Paulo: Atheneu, 2012.

PINSKY, Jaime. 12 faces do preconceito. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2011.

Disponível em:<http://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/flexibilidade-no-trabalho-por-que-aderir> Acesso em 10 de mai. 2014

MANCINI, Mônica. Mulheres profissionais bem-sucedidas: Um estudo exploratório no contexto organizacional brasileiro. 2005. Tese (Doutorado em Ciências Sociais), PUC, São Paulo, 2005.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Gráfico 1: Gráfico 1: Participação da população ocupada com 11 anos ou mais de

estudo, por posição na ocupação, segundo sexo (%) - (2003 e 2011)* ... 33

LISTA DE TABELAS Tabela 1- Participação feminina em ocupações de prestígio no Brasil ... 30

Tabela 2 - Evolução das mulheres por nível hierárquico, 1996 a 2008... 31

LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Organização ... 24

Figura 2 - Os papeis do Líder ... 45

LISTA DE QUADROS Quadro 1- Gerações e seus períodos ... 52

Quadro 2: Perfil Biográfico das entrevistadas ... 65

Quadro 3 - Comparativo das gerações nas organizações ... 66

Quadro 4 – Escolha profissional ... 69

Quadro 5 - Desenvolvimento de Carreira ... 72

Quadro 6 - Idade mediana para executivos atingirem cargo de nível mais elevado ... 75

Quadro 7 - Liderança: idade que assumiu o primeiro cargo... 75

Quadro 8 - Liderança: Número de subordinados por entrevistadas ... 75

Quadro 9 - Rotina de trabalho ... 77

Quadro 10 - Número médio de horas semanais habituais trabalhadas pela população ocupada, por agrupamento de atividades, segundo sexo e diferença entre homens e mulheres - (2003-2011) ... 79

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Quadro 11 - Cenário Profissional ... 80

Quadro 12 - Desafios para manter-se na profissão ... 84

Quadro 13 - Maternidade e o trabalho ... 87

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ... 16 1.1Exposição do Tema ... 16 1.2Problema ... 18 1.3Objetivos ... 20 1.3.1Objetivo geral ... 20 1.3.2 Objetivos específicos ... 20 1.4Justificativa ... 20 2REFERENCIAL TEÓRICO ... 24

2.1 Organizações e as Instituições Bancárias ... 24

2.2 A Mulher e o Trabalho: ontem e hoje ... 28

2.3Diferenças entre os Sexos nas Organizações ... 32

2.4 Uma Abordagem da Mulher Profissional ... 35

2.5 Competência de Liderança ... 40

2.5.1 Habilidade Comunicativa... 44

2.5.2 Relações Interpessoais no Trabalho: Competência Interpessoal ... 46

2.5.3 Resolução de conflitos ... 48

2.5.4 Flexibilidade ... 49

2.5.5 As gerações nas organizações ... 51

3 METODOLOGIA ... 55

3.1 Classificação da Pesquisa ... 55

3.2 Sujeitos da Pesquisa ... 57

3.3 Coleta de Dados ... 59

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4 RESULTADOS ... 64

4.1 Perfil Biográfico das Entrevistadas ... 64

4.2 Trajetória Profissional da Mulher Bancária ... 68

4.2.1 Escolha profissional ... 68

4.1.2 Desenvolvimento de carreira ... 72

4.3 Realidade de trabalho da mulher bancária ... 76

4.3.1 Rotina de trabalho ... 77

4.3.2 Cenário profissional ... 80

4.3.3 Desafios para manter-se na profissão... 83

4.3.3.1 Maternidade e o trabalho ... 86

4.4 Competências Comportamentais ... 90

CONCLUSÃO ... 97

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 101

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INTRODUÇÃO

A mulher construiu possibilidades, passou a impor-se frente à política, conflitos culturais, sociais e religiosos, trazendo a tona o processo de modernização e a mudança da sua identidade. Com estas mudanças a sociedade vem repensando os conceitos da imagem feminina. A participação delas tem tido um crescimento constante nos níveis de escolaridade e na participação ativa nos negócios que se consolidaram a partir das relações interpessoais e isso vem as encorajando a aceitar os desafios da rotina entre seu papel como profissional e suas responsabilidades fora do seu trabalho para tornar-se grandes líderes.

A mulher está construindo a igualdade entre os sexos e vem buscando a sua independência financeira, para isso precisa dedicar-se aos estudos, e buscar a sua profissionalização para alcançar o seu sucesso como profissional, porém existe a dificuldade pela permanência na sua área de atuação.

Pretendeu-se com a elaboração deste relatório de estudo, entender quais foram as mudanças que ocorreram no percurso da mulher com relação a sua inserção na sociedade, desde os importantes marcos históricos até os dias de hoje, ou seja, buscou-se identificar os desafios que a mulher encontra para inserir-se e manter-se no mercado de trabalho assim como verificar o perfil biográfico e as competências comportamentais das mulheres gestoras que ocupam cargos de liderança em instituições bancárias no município de Santa Rosa através de um trabalho de amostragem.

O estudo foi desenvolvido na cidade de Santa Rosa/RS, onde percebeu-se que as mulheres estão tendo destaque em seus empreendimentos, estão liderando pessoas e processos de tal forma que estão despertando entre elas a vontade de ter seu espaço na sociedade e ser reconhecidas pelo seu trabalho assim como os homens que obtêm sucesso em suas áreas de atuação.

Para o desenvolvimento deste estudo se fez necessária uma estrutura a qual está organizada em quatro partes. A primeira parte apresenta a contextualização do estudo, onde expõe-se o tema, define-se a questão de estudo, os objetivos gerais e específicos estão desenvolvidos seguidos da justificativa sobre a importância da escolha do tema de estudo.

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A segunda parte está composta pelo referencial teórico, onde estão descritos de forma organizada os conceitos de autores com o objetivo de fundamentar os fatores históricos que representaram a evolução da mulher, sua inserção na sociedade, os desafios encontrados durante este percurso, assim como as dificuldades enfrentadas na contemporaneidade. Buscou-se também,estudar o comportamento feminino no mercado de trabalho além dos perfis biográficos das mulheres que desempenham cargos de liderança, e algumas das competências comportamentais vistas pela autora deste relatório como importante para um profissional como líder.

Na terceira parte do estudo, estão apresentados os fundamentos dos procedimentos metodológicos, ou seja, a classificação do estudo, os sujeitos da pesquisa, a coleta de dados e a análise e interpretação dos dados.

No quarto capítulo, refere-se a apresentação dos resultados obtidos através das entrevistas realizadas ao longo do desenvolvimento deste documento sistematizador. Está organizado em quatro tópicos: perfil biográfico das entrevistadas, trajetória profissional da mulher bancária, realidade de trabalho da mulher bancária e competências comportamentais.

Por fim, estão abordadas as considerações finais onde buscou-se fazer uma análise do todo e um fechamento das ideias desenvolvidas, as conclusões, recomendações do estudo, as referências dos autores citados no estudo e por fim os apêndices.

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1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO

A busca pela igualdade entre os sexos representa hoje uma conquista que a mulher vem adquirindo com o passar das décadas. Ao longo destes anos ela vem conquistando seu espaço na sociedade, um desafio constante pela inserção no mercado de trabalho e está avançando de tal forma que, a medida que ocorre este avanço, está ocupando dentro das organizações cargos de liderança no gerenciamento de pessoas e processos. Contudo há uma grande dificuldade nestes papéis de responsabilidade da mulher, conciliar o papel de mãe e das atividades domésticas, no qual ao longo dos anos foi sempre referência, e que nos tempos atuais representa uma dificuldade constante para manter o equilíbrio profissional, familiar e pessoal.

Este capítulo conta com a exposição do tema, a formulação da questão de estudo,a definição dos objetivos, gerais e específicos, assim como a justificativa do presente estudo.

1.1 Exposição do Tema

O mercado está cada vez mais agressivo, competitivo e dinâmico. As organizações preocupam-se com isso e estão sempre em constante evolução. Para manter-se no mercado é essencial ter gestores e líderes engajados, para isso faz-se necessário desenvolver um clima organizacional onde as características individuais, ou seja, as diferenças culturais, raça, religião, sexo e gênero não sejam geradores de conflitos e desavenças entre os colaboradores.

Neste contexto organizacional pode-se observar também as mudanças na força de trabalho com a chegada do sexo feminino neste ambiente, que é percebido na estrutura e cultura das organizações. O sucesso destas mulheres dentro das organizações dependerá da oportunidade de participação pessoal, do significado do trabalho para cada indivíduo, da escolha, preparo e motivação para buscar desenvolvimento das suas competências, e finalmente a sua remuneração.

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A evolução feminina representa um marco na sociedade brasileira atualmente e as mulheres estão em busca de novos desafios, cada vez mais dispostas a abrir mão de ações voltadas às atividades do lar para investir na sua carreira profissional, até mesmo com o intuito da sobrevivência familiar, no que tange o maior conforto e ainda colaborar para uma educação de qualidade aos filhos.

Segundo Sarres (2013) os países da América Latina e do Caribe revelam pela primeira vez que a taxa média de participação feminina no mercado de trabalho é de 50%, mas ainda assim as mulheres são representantes do percentual mais alto de desempregados e de informalidades nos empregos, conforme relatório divulgado em dezembro de 2013 pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).

As organizações estão abrindo as portas para as mulheres, que, demonstram competências para liderar, e estão proporcionando oportunidades para construir sua carreira profissional, enfatizando que o desenvolvimento de um líder constitui-se de um processo de aprendizagem que não se esgota. Assumir um cargo de liderança é saber que precisa estar preparada para mudar e desenvolver-se continuamente, para exercer poder de persuasão na equipe a qual está liderando.

É importante ressaltar também que há uma consciência crescente por parte das empresas, que buscam reter talentos femininos e acreditam nesta profissional que vem através de suas competências, demonstrando autonomia e respeito o que trará de forma significativa resultados para as empresas. Com o objetivo de incentivá-las, é que as organizações estão repensando a questão da flexibilidade de horários. Segundo, Galo (apud SOBRAL, 2013) gerente-geral de engenharia da Chemtech, horários flexíveis trazem resultados bons quando avalia-se produtividade, pois um funcionário satisfeito em sua vida pessoal trará bons resultados para dentro da empresa.

Pensando em um contexto organizacional é que pode-se afirmar que o ser humano só crescerá em um trabalho em equipe, se for reconhecido pelo seu potencial e as empresas entenderem que assim como os indivíduos, as mulheres não são diferentes, de raça, cultura e credo, e que conseguem conviver em harmonia no ambiente de trabalho onde até pouco tempo era de domínio masculino.

Nas organizações, com tamanha diversidade, as mulheres ganham espaço, elas que também representam as várias gerações. Autores da atualidade propõem uma ideia de que as pessoas nascidas em determinado período, sendo eles variáveis de uma autor para outro,

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podem ser classificadas com características em comum, trazendo o sentido da divisão de cada época que vem a estar representado pelas gerações. Para a pesquisa estão referenciadas as gerações Baby Boomer, X e Y.

Na geração Baby Boomers, nascidos entre 1946 e 1964, a mulher era submissa ao homem, reprimida, não tinha escolaridade suficiente para impor-se, não tinha voz perante a sociedade. A mulher representava a figura matriarcal sendo responsável pela criação dos filhos e afazeres de casa.

Com o passar dos anos algumas delas, nascidas entre 1965 e 1977, consideradas pertencentes à geração X, foram decisivas para a grande mudança no comportamento feminino, elas lutaram por direitos iguais e assim deram inicio a uma nova fase de respeito perante a sociedade, momento em que começou a ser vista com um olhar de igualdade perante o sexo masculino. A partir deste contexto despertou-se então uma nova maneira de pensar e de agir destas mulheres surgindo uma nova personalidade feminina.

As mulheres pertencentes à geração Y, nascidas entre 1981 e 1995, estão muito mais a frente perante seu meio social. As pessoas nascidas neste período sentem-se desafiadoras, priorizam a qualidade de vida, o contato com amigos e a família, o emprego precisa ser atraente além de ser adaptável a todas essas necessidades.

É na contemporaneidade, e em um ambiente em desenvolvimento que é possível observar a ruptura entre o passado e o presente da inserção da mulher em um contexto organizacional. As mudanças foram representativas, o que ocasionou a alteração do papel e das expectativas da mulher perante a sociedade.

Para Maluf (2012), a mulher contemporânea vive uma realidade paradoxal, que de um lado assume o controle de si mesma, desata-se do sexo de procriação somente, inserindo-se no mercado de trabalho; por outro lado preserva papeis e valores tradicionais como ser mãe, educadora, e esposa.

1.2 Problema

Quando se fala em gerações entende-se pessoas que nasceram em diferentes tempos, estes tempos que estão determinados por um período de anos. Estas gerações eram divididas

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antigamente por um período definido de 25 anos, porém hoje estes períodos encontram-se cada vez mais curtos, pode-se considerar um período de 10 anos apenas. Neste contexto das gerações as mulheres também tem sua participação.

Este novo perfil feminino com a quebra de paradigmas fez com que muitas viessem a se interessar pela escolaridade, novos conhecimentos e a partir daí o mercado de trabalho começou a abrir as portas para sua inserção neste mundo, até então liderado por homens, e hoje podemos afirmar que muitas delas ocupam cargos de liderança em grandes empresas de sucesso nos negócios.

No início do século 20, uma pesquisa do IBGE (2003; 2008) apontou que a população feminina obteve um grande aumento no tempo de escolaridade, sendo mais de 11 anos de estudo. Esse é um dos fatores que as encorajaram a enfrentar novos desafios e oportunidades.

Segundo Bulla (2012), a remuneração feminina é 17,3% menor que a de homens, entende-se que nos dias atuais o homem ainda é o principal gerador de renda familiar, pois sua remuneração ainda está acima da faixa salarial das mulheres. Ele é responsável por assumir grande parte dos cargos de liderança, porém as mulheres também estão tendo sua vez. Estão sendo quebrados os tabus naquelas áreas que antes não empregavam mulheres, tais como, engenharia, construção civil, motorista de transporte escolar ou público, política, entre vários outros segmentos. Hoje além de estarem assumindo cargos superiores, estão se colocando no papel de gestoras tendo grande sucesso na realização de suas atividades, pois são multifuncionais, são mais sensíveis quando comparadas aos homens, conseguem trabalhar com facilidade em um grupo e ainda conseguem ter entusiasmo para dedicar-se ao terceiro turno de jornada que se resume em seu lar e sua família. Segundo Sobral (2013), uma entrevistada, funcionária do Walmart afirma que, "O que percebemos é que elas, por uma característica natural, são mais aglutinadoras, integradoras, compartilhadoras".

Com base nestes aspectos é que se buscou identificar: Qual o perfil biográfico, as competências comportamentais e os desafios das mulheres que ocupam cargos de liderança em instituições bancárias no cenário atual de trabalho na cidade de Santa Rosa?

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1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Identificar os desafios que a mulher encontra para inserir-se e manter-se no mercado de trabalho assim como verificar o perfil biográfico e as competências comportamentais das mulheres gestoras que ocupam cargos de liderança em instituições bancárias no município de Santa Rosa através de um trabalho de amostragem.

1.3.2 Objetivos específicos

Os objetivos específicos trazem uma visão mais específica de como foi realizado o levantamento das informações da questão em estudo. Estava proposto:

- Aprimorar através de uma abordagem teórica, a compreensão sobre a história da inserção e as evoluções da mulher no mercado de trabalho, a competência liderança e suas características;

- Verificar o perfil biográfico e as competências comportamentais de mulheres que ocupam cargos de liderança em instituições bancárias;

- Examinar os desafios atuais das mulheres gestoras em instituições bancárias para conciliação da vida pessoal e profissional;

- Analisar de forma comparativa os dados coletados com as entrevistadas com vistas a identificar uma lista de características do perfil biográfico, competências comportamentais e os desafios da mulher gestora em instituições bancárias no município de Santa Rosa.

1.4 Justificativa

A globalização da economia vem provocando o aumento de empregos no Brasil, com isso muitas mulheres foram incorporadas ao mercado de trabalho. Segundo Mancini (2005), o aumento é significativo e a queda na taxa de fertilidade feminina permite que a mulher

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dedique mais tempo ao seu trabalho, além disso, está em um nível mais elevado de escolaridade.

Apesar de toda a dedicação e compromisso que a mulher assume perante sua profissão, ainda existe por parte de algumas empresas a insegurança quanto a contratação delas, pois existe a grande probabilidade de abandonarem seus empregos assim que forem mães, porque na maioria das vezes o salário da mulher não compensa quando comparado ao valor de uma escolinha ou babá.

Os homens precisam encorajar e incentivar as mulheres a caminharem ao seu lado. Segundo Hetschko e Silva (2014), no Brasil, o índice dos executivos do sexo feminino das 250 maiores empresas no país está com apenas 4%, elas almejam mais cargos de liderança e precisam do apoio masculino para chegar lá. A demanda de trabalho cresce a cada dia e com isso entende-se que é preciso explorar este recurso feminino disponível no mercado, pois as mulheres estão se preparando cada vez mais para ocupar cargos de gestão e liderança e cabe a organização incentivá-las e motivá-las a crescer profissionalmente, pois estas ações trarão grandes resultados.

Assim como no Brasil, particularmente no estado do Rio Grande do Sul, as mulheres também estão se inserindo no contexto organizacional. Uma reportagem do jornal Zero Hora (2014) apresenta que, “o salário médio das mulheres gaúchas equivale a 75,3% dos rendimentos de um trabalhador do sexo masculino no Estado. Mesmo com um aumento médio de 4,1% em seus rendimentos, as empregadas do sexo feminino ainda ganham em média de 487 reais a menos do que os homens por mês”.

Existe o crescimento da participação delas nas organizações, conforme uma reportagem do site G1 (2013), entre os anos de 2001 e 2011, a quantidade de mulheres que lideram empreendimentos passou de 29% para 31% do total de empresários no país

Algumas particularidades foram de grande importância para a escolha do assunto do estudo, uma delas deu-se primeiramente a partir de alguns fatores que começaram vir à tona nos últimos anos quando o comportamento da mulher profissional brasileira tornou-se questão de estudo e reportagens. Muitas mulheres enfrentaram ou ainda enfrentam dificuldades para inserir-se no mercado de trabalho, e, além disso, se defrontam também com diversos desafios para manter-se na profissão, um exemplo disso, momento em que a mulher resolve ser mãe.

Estes fatores foram decisivos para a definição da escolha do assunto desta pesquisa, pois para a autora, as mulheres são cidadãs como os homens, que cumprem com seus deveres

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e desfrutam dos seus diretos, porém em um contexto organizacional ainda nos dias atuais percebe-se algumas diferenças entre os sexos no meio profissional.

Outro ponto interessante e que despertou o interesse pelo estudo, justifica-se pelas mulheres estarem desempenhando responsabilidades maiores dentro das empresas, assumindo cargos de liderança, além de estarem investindo mais em sua carreira profissional. É relevante considerar também que para este relatório escolheu-se três tipos de instituições bancárias para foco de estudo: Publica, Privada e Cooperativa, com o objetivo de desenvolver uma pesquisa onde buscou-se trazer diferentes pensamentos e opiniões para construção das competências comportamentais das entrevistadas, além da trajetória profissional de cada uma delas. Buscou-se então mulheres com um perfil de liderança e que atuam neste contexto nas organizações. Justifica-se este foco de estudo pela afinidade da autora por este ramo profissional.

Em terceira questão justifica-se, por a universitária estar inserida no mercado de trabalho em uma empresa global em que as mulheres vêm tendo oportunidades de crescimento e profissionalização, a empresa valoriza a figura feminina e entende as funções da mulher como “Ser” mulher, as funções de mãe e dona de casa que lhes são atribuídas além do horário de trabalho. Para a estudante a empresa possui várias políticas e incentivos voltados a mulher e que poderiam ser adotados por demais organizações da região e do país.

Santa Rosa, situada no Estado do Rio Grande do Sul, foi a cidade de escolha da autora para a realização desta pesquisa, pelo fato de residir na cidade, e pela percepção da mesma com relação ao baixo número de mulheres que aparecem na liderança das organizações do município. A cidade foco do estudo, Santa Rosa, segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), apresenta um total populacional de 68.595 habitantes, sendo dividido entre 33.484 homens e 35.111 mulheres. Observa-se que as mulheres estão entre a maioria, porém grande parte delas ainda continua fora do mercado de trabalho ou ainda não possui carteira de trabalho assinada, trabalhando irregularmente.

No município de Santa Rosa, muitas mulheres já atuam em cargos de lideranças nas instituições financeiras, área de atuação na qual foi desenvolvida a pesquisa. Um levantamento feito via contato telefônico com oito instituições financeiras do município trouxeram alguns números interessantes e que chamaram a atenção da pesquisadora. Em Santa Rosa estão inseridas nestas instituições bancárias em torno de 87 mulheres sendo que 22 exercem função de gestora, supervisora, gerente, coordenadora, ou seja, cargos que lhes exige liderar pessoas e processos.

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Pensando em encorajar e despertar a vontade de muitas mulheres a seguir suas profissões e assumir maiores responsabilidades dentro das empresas em que trabalham, é que pensou-se neste tema de estudo, além de despertar nas organizações o interesse em investir na carreira profissional da mulher e incentivá-la a crescer profissionalmente para chegarem ao topo, gerenciando pessoas e processos com competência.

Através da proposta do desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso, em sua percepção a pesquisadora obteve a oportunidade de contribuir com a sociedade, de forma a esclarecer as principais competências comportamentais de algumas mulheres do município que atuam como líderes, além dos desafios para manter-se no cargo. Acredita-se também que este estudo foi de grande contribuição para aquelas organizações que estão atentas ao desenvolvimento da cidade, do estado ou do país, pois empresários e gerentes de empresas poderão entender o ponto de vista das mulheres que atuam hoje em uma função de liderança e inspirar-se para apoiar ainda mais o desenvolvimento delas como profissionais.

E por fim, este relatório de pesquisa justifica-se, pela vontade da autora de vir a atuar na área de gestão, especializar-se neste campo e crescer profissionalmente na organização onde trabalha hoje, ou até mesmo em outros novos desafios que um profissional que almeja sucesso precisa encarar.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

O referencial teórico aborda o embasamento de vários autores com relação ao tema de estudo e que segundo Vergara (2009) diz respeito a apresentar as pesquisas e estudos de outros autores.

2.1 Organizações e as Instituições Bancárias

Chiavenato (2004, p.8) considera que, “uma organização é uma entidade social composta de pessoas que trabalham juntas e deliberadamente, estruturada e organizada para atingir um objetivo comum”, ou seja, segundo o autor, esta entidade a qual se refere quer-se dizer que as tarefas da organização são divididas entre os membros da mesma onde cada um tem suas responsabilidades atribuídas através do seu desempenho.

Uma organização segundo Maximiano (2004, p. 128), existe pelo fato de “que certos objetivos só podem ser alcançados por meio da ação coordenada de grupos de pessoas”. Para o autor uma organização é formada por um sistema composto por recursos os quais procuram alcançar objetivos em comum. O autor expõe, através da figura 1, como é vista uma organização:

Figura 1– Organização

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Existem algumas tipologias organizacionais e para Maximiano (2004), a teoria de Etzioni pode abranger todas as organizações, pois têm objetivos específicos e por isso não podem estar encaixadas em um único modelo universal como é proposto por Weber, o qual aplica-se particularmente as empresas e governo não abrangendo todas as organizações. Então Etzioni elabora sua tipologia de organizações, classificando as organizações com base no uso e significado da obediência. Para o autor, a estrutura de obediência em uma organização é determinada pelos tipos de controles aplicados aos participantes. Assim, a tipologia das organizações pode ser segundo Etzioni (apud MAXIMIANO, 2004):

- organizações coercitivas: que segundo o autor, a coerção ou a força física é o principal meio de controle sobre os participantes operacionais, que não detêm o poder, para o autor, o chamados de nível mais baixo, um exemplo dessas organizações são os prisões, hospitais penitenciários, onde a tarefa da organização é não deixar com que as pessoas saiam, e se estas restrições deixassem de existir e a coerção deixada de ser usada, não permaneceria ninguém na organização;

- organizações utilitárias: são aquelas onde a remuneração é a principal forma de controle das mesmas, onde normalmente as empresas de negócios são organizações utilitárias;

- organizações normativas: são aquelas empresas que dependem muito mais do comprometimento dos seus participantes operacionais do que das recompensas.

Blau e Scott (apud PIZOLOTTO e SILVA, 2012, p.57), acreditam que existe uma classificação das organizações considerando o público alvo:

- São organizações que visam ao favorecimento de seus sócios ou integrantes: Clubes, associações, partidos políticos, sindicatos e cooperativas.

- Empresas que no geral são organizações privadas com fins lucrativos e que visam ao favorecimento de seus proprietários ou acionistas.

- Hospitais, serviços de saúde, escolas e universidades são organizações que visam a beneficiar seus clientes e usuários diretos

- Organizações públicas ou governamentais que visam a favorecer a sociedade.

A tipologia de Blau e Scott apresenta a vantagem de enfatizar a força de poder e de influencia do beneficiário sobre as organizações, a ponto de condicionar a sua estrutura.

Para esta pesquisa o foco são as organizações financeiras, caracterizadas como utilitárias, sendo que se deu ênfase para três em específico, pública e privada (Comercial, segundo Banco Central) e cooperativa.

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Hastings (apud WIKIPÉDIA, 2014) define instituição financeira:

Instituição financeira é uma organização cuja finalidade é otimizar a alocação de capitais financeiros próprios e/ou de terceiros, obedecendo uma co-relação de risco, custo e prazo que atenda aos objetivos dos seus patrocinadores (no sentido da palavra inglesa Stakeholder), incluindo pessoas físicas ou jurídicas que tenham interesses em sua operação como acionistas, clientes, colaboradores, cooperados, fornecedores, agências reguladoras do mercado onde a organização opere.

Banco Comercial, Instituição financeira privada ou pública que tem como objetivo principal proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários para financiar, em curto e médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial (BANCO CENTRAL DO BRASIL).

Cooperativa, sociedade de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, sem fins lucrativos, constituída para prestar serviços aos associados. As cooperativas de crédito devem adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "cooperativa", vedada a utilização da palavra "banco". Devem possuir o número mínimo de vinte cooperados e adequar sua área de ação às possibilidades de reunião, controle, operações e prestações de serviços (BANCO CENTRAL DO BRASIL).

Para melhor entender onde estas organizações que serão foco do estudo estão classificadas Pizolotto e Silva (2012) sugerem que as organizações podem estar organizadas por setores e tipos:

- Primário: Organizações Públicas

É formado por organizações estatais, gerenciadas pela administração ou gestão pública. Considerando o caráter público e estatal, as organizações sustentadas pelo Estado podem funcionar como:

a) administração estatal direta e exclusiva (organizações dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo);

b) administração indireta e organizações prestadoras de serviços públicos (instituições de saúde, hospitais, empresas públicas de água e saneamento, companhias de fornecimento de energia, etc.)

c) empresas que seguem a lógica do modo de produção capitalista (bancos, empresas produtivas, empresas de prestação de serviços, etc.);

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d) as organizações públicas da administração direta: são consideradas mais formais e reguladoras do que as empresas privadas, pois se mantêm com tributos, impostos e taxas cuja administração é exclusivamente estatal.

- Secundário: Organizações empresariais

Esse tipo de organização visa acima de tudo ao retorno econômico. As empresas privadas configuram-se estruturando a dimensão social subordinada à dimensão técnico-administrativo – custo/benefício. Racionalidade capitalista é classificada em três setores: a) setor agrícola ou primário: grandes propriedades agrícolas de lavouras extensivas, a agroindústria, o agronegócio e a pequena propriedade rural;

b) setor industrial ou secundário: com as indústrias de transformação e as fábricas, as indústrias extrativas e da construção civil;

c) setor de serviços ou terciário: com as empresas comerciais e de serviços, os bancos, os supermercados, as lojas em geral, os shopping centers e as lojas de departamentos.

- Terciário: Organizações Sociais, Organizações Políticas e Organizações Sindicais a) Organizações Sociais

Acumulam poder em decorrência da expansão no século 20, sendo construídas por meio de cooperativas, organizações de ajuda mútua, união de trabalhadores, mobilizações grevistas e reivindicatórias durante o processo de formação e consolidação do capitalismo. b) Organizações Políticas

São agrupamentos políticos e ideológicos, movimentos propriamente políticos e grupos organizados por mudanças políticas ao longo da História.

c) Organizações Sindicais

Trata-se dos movimentos sociais da sociedade civil que têm constituído distintas modalidades de organizações de interesses e representação ao longo da História das nações. Produziram organizações de todos os tipos, acompanhando a mudança social formando as organizações de mulheres e feministas; raciais e étnicas; de paz; em defesa do meio ambiente,

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contra as armas nucleares, de homossexuais, etc. Organizações religiosas também influenciam a organização da sociedade – igrejas e associações.

Portanto, são nestas organizações que estão inseridas as mulheres que hoje inserem-se no mercado de trabalho, porém, as mesmas tiveram uma longa trajetória e grandes desafios para entrarem nas organizações até conseguirem ocupar seu espaço na sociedade.

2.2 A Mulher e o Trabalho: ontem e hoje

Para Fonseca (2009), há séculos que as mulheres buscam por oportunidades para inserir-se integralmente na vida política, econômica e cultural dos países onde vivem.

De acordo com Melo (2013), se fosse possível voltar no tempo e contar para um cidadão do início do século 20 que, as mulheres atualmente têm o direito de votar, frequentam a universidade e apresentam média de escolaridade maior que a dos homens, são governantes de países e estão inseridas no mercado de trabalho, seria provável que esta pessoa não acreditaria neste relato.

Probst (2003) propõe que a inserção participativa da mulher na sociedade iniciou com as I e II Guerras, em que as mulheres se depararam ocupando posições masculinas no mercado de trabalho, assumindo as responsabilidades nos negócios da família enquanto os homens iam para frente das batalhas. A partir da consolidação do sistema capitalista durante o século 19, que foram criadas algumas leis que passaram a beneficiar as mulheres, porém ainda as explorações continuaram a existir.

Segundo a Constituição de 32 (apud PROBST, 2003, p. 2) ficou definido que:

Sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente salário igual; veda-se o trabalho feminino das 22 horas ás 5 horas da manhã; é proibido o trabalho da mulher grávida durante o período de quatro semanas antes do parto e quatro semanas depois; é proibido despedir mulher grávida pelo simples fato da gravidez.

Para Maluf (2012) foram notáveis as principais conquistas adquiridas pelas mulheres durante as guerras mundiais: a conquista pelo direito de votar, acessibilidade a profissões de exigência de nível superior, acesso ao ambiente de serviços, liberdade de intervenção familiar, uso de métodos contraceptivos e a liberdade sexual.

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Segundo Fonseca (2009), na Inglaterra 129 mulheres em uma reunião enquanto discutiam sobre quais os direitos que poderiam reivindicar como, poder amamentar seus filhos, horas extras entre outros pontos, foram trancadas e queimadas vivas dentro de uma fabrica. Foi necessário este acontecimento para que seu espaço e seus direitos passassem a ter importância na humanidade. Após cinquenta anos, em 1910, foi criado o dia Internacional da mulher, dia 8 de março.

A mulher desde a origem das civilizações ocupou um papel de subordinação e opressão, era tida como um mero objeto. Enquanto solteira, era posse de seu pai, ao casar-se, esta possessão passava a ser exercido por seu marido.

Para Mancini (2005, p.36):

As mulheres eram criadas e educadas para casar e quaisquer outras ambições poderiam ser mal vistas. As mulheres solteiras aprendiam, informalmente a obedecer aos homens, a ser devotas e humildes e a trabalhar arduamente para a família cuidando dos velhos doentes sob a ameaça constante de serem consideradas “moças de família”. Elas somente podiam ir acompanhadas á igreja ou visitar os doentes da família, e não podiam se enfeitar, correndo o risco de serem difamadas, privando-se de oportunidades de terem um bom casamento.

Durante décadas assumiu o rol dos relativamente incapazes, precisava da ratificação do marido para que seus atos tivessem validade na órbita civil. Era mãe, mas o pátrio poder lhe era conferido de forma subsidiária.

A globalização do século 21 traz muitos desafios e que para Fonseca (2009), isso fez com que as pessoas meditassem sobre as várias conquistas que as mulheres vêm adquirindo ao longo dos anos; mais mulheres comandam governos no mundo inteiro, porém a caminhada não terminou, há muito ainda a ser conquistado. No entanto, a evolução da mulher em um contexto social se deve muito aos homens que as incentivam a exercitar os seus direitos.

A luta das mulheres para conquistarem os mesmos direitos que os homens vêm acontecendo há muito tempo, ou melhor, há séculos. Com o passar dos anos e o início das Guerras, as mulheres perceberam que eram capazes de alcançar bem mais que ficar só em casa, com os afazeres domésticos, e foi a partir deste momento que deram inicio os movimentos femininos e as lutas por seus direitos. Mazei (2012, p.6), afirma que:

Os anos 70 foram, também, um marco para o movimento feminista. Desenvolveu-se aqui um novo processo de conscientização da luta pela equiparação da mulher, sendo que nessa época a mulher trabalhadora acentuava sua participação nas lutas de sua classe e na organização política e sindical. Mantinha-se o enfrentamento em relação ao discurso conservador que preconizava um destino natural para a mulher: ser mãe e esposa, mantendo o conceito de “família” como instituição básica universal.

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Bruschini (2012) afirma que a partir da década de 80, veio sendo percebido um lento e consistente processo em que ocorre a entrada feminina no mercado de trabalho. Durante cada período a mulher conquistou novos mercados, porém muitos não aceitos e criticados na década citada, e que hoje estes são vistos de forma natural por aqueles homens que antes as enfrentavam, como “machões”.

Segundo Pinsky (2011), existe a diferença física entre homens e mulheres, porém são iguais intelectualmente. Fala-se na igualdade entre os sexos, o que diz respeito aos diretos de cada um. As mulheres por muito tempo eram vistas como o sexo frágil, porém ela vem lutando para manter seu próprio sustento, ou até mesmo sendo a base econômica de uma família.

Para Schlickmann e Pizarro (2012):

Contudo, existem cenários que já despontam de forma diferente, ou seja, hoje a presença feminina em todos os setores do mercado de trabalho como, por exemplo, na medicina, odontologia, política, administração e empreendedorismo são uma constante. A mulher está buscando por seu lugar no mercado e, em vista disto, abordou-se o papel da mulher líder, que quebra os paradigmas anteriormente existentes e se firma como gestora de negócios e de sua vida privada com primazia.

No Brasil a evolução foi ampla em vários segmentos profissionais, a participação das mulheres em ocupações de prestígio no Brasil desde 1993 até 2004 aponta que, segundo Maluf (2012) a perspectiva de crescimento delas é representativa, conforme ilustrado na Tabela 1.

Tabela 1- Participação feminina em ocupações de prestígio no Brasil

Ocupações 1993 2004

Total % %

Médicos 36.6 41.3

Advogados 35.1 45.9

Procuradores e advogados públicos 40.6 43.3

Magistrados 22.5 34.4

Engenheiros 11.6 14.0

Arquitetos 51.5 54.1

Membros do Ministério Público - 40.9

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As mulheres atualmente aparecem em todas as áreas e quando tomarem atitudes inerentes ao seu poder, outros tabus, outros obstáculos serão quebrados, superados e a nação terá muito a lucrar.

As profissões que antes eram exercidas pelos homens somente, hoje apresentam cada vez mais mulheres frente a elas, além disso, muitas executivas, gestoras e líderes surgiram e a participação da mulher em áreas de prestígio no Brasil cresce constantemente.

Para Botelho (2008, p. 126), ser mulher e executiva representa:

[...] ser mulher e ser executiva significa percorrer por caminhos ainda muito pouco trilhados. [...] suas trajetórias traduzem suas autorealizações, pois os sentimentos de orgulho e admiração se mesclam ao olharem para trás e perceberem os caminhos percorridos, as decisões tomadas e os sentimentos vividos em suas trajetórias profissionais.

Um levantamento de pesquisas feito pela Catho (apud MALUF, 2012, p.34), aponta que houve uma participação histórica das mulheres nos níveis hierárquicos mais elevados, conforme visualiza-se na Tabela 2.

Tabela 2 - Evolução das mulheres por nível hierárquico, 1996 a 2008

Cargo 1996/97 1998/99 2000/01 2002/03 2004/05 2006/07 2007/08 % % % % % % % Presidente ou CEO 10.39 12.04 13.88 15.24 16.75 20.17 20.56 Presidente 10.82 12.92 12.55 13.05 15.11 16.13 16.04 Diretor 11.60 16.01 19.73 20.14 21.91 24.03 25.86 Gerente 15.61 17.32 20.43 23.37 25.64 30.12 32.03 Supervisor 20.85 22.95 24.75 30.81 37.11 42.84 44.68 Chefe 24.76 24.52 29.50 30.27 34.84 39.30 40.54 Encarregado 36.78 36.42 41.66 44.38 48.32 52.32 53.49 Coordenador 36.95 34.60 40.65 42.44 47.46 51.51 53.89

Fonte: Adaptado de Grupo Catho, 2008 (apud MALUF, 2012, p. 36)

Segundo Maluf (2012), neste momento está nítida a transição feminina. As mulheres almejam um novo modelo feminino, porém que ainda não está totalmente definido, apenas em fase de projeto, ou seja, em construção. Para a autora as mulheres valorizam seu trabalho além de acreditarem que o seu desenvolvimento profissional trouxe relações de igualdade entre

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homens e mulheres, contudo Maluf (2012, p.67), afirma que as mulheres “ambicionam uma carreira que traga realização pessoal, estabilidade financeira, autonomia e independência”.

2.3 Diferenças entre os Sexos nas Organizações

Em um contexto onde as organizações se deparam com um mercado competitivo e em constantes mudanças, é que as mulheres estão tendo a oportunidade de assumir responsabilidades maiores e para isso vem se preparando profissionalmente para trazer resultados significativos para dentro das empresas.

A diversidade de sexos nas organizações está cada vez maior, pois com o crescimento do mercado está sendo necessário aumentar o quadro funcional e é neste meio que as mulheres estão se inserindo, porém elas ainda são minoria assim como nos cargos de gerência os quais exigem mais responsabilidade.

No Brasil existe a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), que tem como objetivo principal promover a igualdade dos sexos e extinguir os preconceitos e discriminações herdadas dos antepassados que representavam uma sociedade patriarcal e excludente, a Caixa Econômica Federal é exemplo das empresas que adere a esta política.

Uma pesquisa que avalia a questão da mulher no mercado de trabalho quanto à idade ativa, mostra que, em 2011 elas representavam 45,4% das mulheres ocupadas enquanto que os homens apareciam com o percentual de 54,06% da população (IBGE, 2003-2011).Para Abramo (2007, p.6), “as mulheres representam 42% da população economicamente ativa no Brasil, já são mais escolarizadas que os homens e sua taxa média de participação é de 50,3%”. Aos poucos elas estão aparecendo de forma significativa no mercado de trabalho. Uma pesquisa exclusiva da Great Place to Work (2012), apresenta algumas empresas com mais mulheres e a participação delas em relação ao total de funcionários, entre as cinco primeiras estão: Apetit Serviços de alimentação 90%, SESI/SC 83%, Atento Salvador 80%, Atento Rio de Janeiro 79% e Randon Divisão Veículos 79% dos funcionários mulheres.

As horas trabalhadas pelo sexo feminino, ainda está abaixo da média ao comparar-se com os homens. Segundo dados do IBGE (2003-2011), o estudo feito no ano de 2011 a média de horas semanais trabalhadas pelas mulheres em geral era de 39,2 horas, já os homens

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mostram que trabalhavam mais tempo 43,4 horas representando uma diferença entre os sexos de 4,2 horas, porém este dado pode vir a mudar, pois em 2011, 4,8%das mulheres disseram ter interesse de trabalhar mais horas semanais contra 3,9% dos homens.

Já a jornada de trabalho das mulheres que concluíram o nível superior é de 37,9 horas, inferior às horas das mulheres em geral. O estudo do IBGE mostra também que, o maior índice do grupo das mulheres ocupadas com 11 anos ou mais de estudo são as mulheres que atuam na área militar ou na área Pública contra o índice mais alto entre os homens que também aparecem na mesma ocupação.

Para se preparar para o mercado de trabalho as mulheres precisam dedicar muito mais tempo quando comparadas com os anos de estudos dos homens. No Gráfico 1 está representada a participação da população ocupada com 11 anos ou mais de estudo, por posição, segundo o sexo:

Gráfico 1: Gráfico 1: Gráfico 1: Participação da população ocupada com 11 anos ou mais de estudo, por posição na ocupação, segundo sexo (%) - (2003 e 2011)*

Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Trabalho e Rendimento, Pesquisa Mensal de Emprego 2003-2011. *Média das estimativas mensais.

Segundo Frutuoso (2013), uma entrevistada em suas pesquisas acredita que, além da dedicação maior no emprego para alcançarem seus objetivos, as mulheres continuam em crise com suas escolhas. A entrevistada ainda afirma que “elas são criticadas tanto se optam por largar o trabalho e cuidar da família, quanto se decidem avançar profissionalmente e não se dedicam por inteiro aos filhos e á casa”.

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As mulheres desejam ser bem sucedidas profissionalmente sem ter a necessidade de desistirem das suas funções familiares, mas sim conseguir conciliar as funções de forma saudável.

Em 2011 a representação por grupo de idade, segundo sexo aponta que o grupo de maior índice ocupado está representado pelas pessoas de 25 a 49 anos onde 65,20% são mulheres e 62,7% são homens. Além deste dado mostrar que as mulheres estão na frente quanto à ocupação, grande parte delas não tem posse da carteira de trabalho assinada, ou seja, trabalha informalmente. (IBGE, 2003-2011)

O rendimento médio do trabalho das mulheres no ano de 2011 foi de R$ 1.343,81, 72,3%, enquanto que os homens recebiam R$ 1.857,63. Pode-se notar uma evolução na remuneração feminina com relação ao ano de 2003, onde a mulher recebia em média R$ 1.076,04 reais.

De acordo com Nogueira (apud MANCINI, 2004 p. 44):

[...] a atividade feminina não parou de crescer ao longo dos anos de 1980, 1990 até os dias atuais na União Europeia. Entretanto, apesar do aumento da participação da mulher no mercado de trabalho feminino, ainda as mulheres têm salários inferiores em relação aos homens [...].

Muitas empresas do mercado atual apresentam o interesse em investir na carreira profissional de seus colaboradores, Segundo Sobral (2013), as empresas estão muito mais preocupadas em reter e investir em talentos femininos, ao contrário do passado onde sua presença da mulher era tolerada. Para Ester Bomfim Martinez (apud SOBRAL, 2013), diretora de capital humano do Walmart, independe do sexo a preocupação da empresa é permitir o crescimento do profissional e não apenas reter o talento, mas investir nele a para isso a empresa utiliza a flexibilidade como um benefício para a colaboradora. Ester ainda destaca, “Já somos a maioria nas escolas e nas universidades, as características femininas são cada vez mais valorizadas pelas empresas, por isso estamos assumindo cada vez mais cargos de liderança”.

Para Priore (apud HETSCHOKO; SILVA, 2014, p. 7), “um dia não precisaremos mais discutir “homens e mulheres”, quando pararmos de falar em gêneros e passarmos a falar apenas de seres humanos”.

De acordo com Maluf (2012), em uma evolução do trabalho humano no mundo ocidental, levando em consideração às questões globais, as repercussões mundiais, tanto os

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homens quanto as mulheres, passaram por diferentes modos de relacionamento profissional. Porém as mulheres sempre estiveram em desvantagem em relação ao universo masculino, em virtude de que sempre foram os homens os principais provedores financeiros familiares.

Contudo, em um ponto de vista mais amplo, a mulher precisa ainda mais de credibilidade, confiança dos homens para continuar inserindo-se em um contexto organizacional e alcançarem a igualdade entre os sexos.

2.4 Uma Abordagem da Mulher Profissional

As mulheres estão se preparando para assumir novos desafios e hoje já assumem papeis que antes eram masculinos. As empresas estão repensando e promovendo ações para incluir cada vez mais as mulheres no mercado de trabalho, pois existem as oportunidades e as organizações precisam desta mão de obra. As mulheres aos poucos, estão mostrando que são capazes e estão preparadas para assumir novos desafios.

Apesar de estarem sendo incluídas neste contexto organizacional, elas ainda enfrentam constantemente a desigualdade da força de trabalho, porém é de direito delas lutar e exigir a igualdade entre os sexos.

Para Hetschko e Silva (2014, p. 2):

No topo das organizações, no Brasil, encontramos a seguinte situação: apenas 18% das grandes empresas têm mulheres entre seus executivos e, entre as 250 maiores empresas brasileiras, apenas 4% dos principais executivos são do sexo feminino. No mundo político, o cenário para elas é ainda mais agravante: elas ocupam apenas 9% das cadeiras no Congresso Nacional.

As organizações estão vivendo em um momento em que os concorrentes estão cada vez mais fortes, os clientes mais exigentes e as empresas estão deixando de lado aquele sistema burocrático para poder se adaptar às mudanças e novas exigências do mercado e para isso precisam ser flexíveis a essas alterações.

De acordo com Teixeira (2012):

No Brasil, algumas empresas utilizaram a flexibilidade e atingiram sucesso. Isso ocorreu porque os projetos, tarefas e prazos eram muito bem definidas e acompanhadas on-line por gestores capacitados a orientar, monitorar e subsidiar de conhecimento as equipes. Outro fenômeno constatado foi o nível de maturidade e

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responsabilidade da equipe por fazer acontecer os projetos do jeito acordado. As empresas que não tiveram tanto sucesso com a flexibilidade pecaram por não planejarem bem a “nova forma de atuar” e por utilizarem a flexibilidade como uma “moda” ou porque faltava mesmo espaço para todos os trabalhadores.

Até então trabalhar significava ter hora para cumprir e local a se ir, hoje as organizações já trabalham a questão de horários como uma questão flexível, assim como fazer “home office”, já é possível trabalhar de casa. Tornou-se uma prática trabalhar desta forma depois que as empresas perceberam que as pessoas buscam estar bem e confortável em seu ambiente e assim trarão bons resultados.

Teixeira (2012), afirma que:

Avaliar mudanças de flexibilidade torna-se fundamental para garantir a saúde dos resultados das empresas, pois, quando se trabalha com diretrizes focadas nas necessidades atuais, os funcionários entregam resultados factíveis ao benefício disposto.

A mulher contemporânea assume muitas responsabilidades ao mesmo tempo e para isso precisa estar preparada para enfrentar os desafios que surgem ao longo de suas carreiras, pois muitas vezes optam por cuidar dos filhos e da casa ao invés de tentar conciliar o seu lado profissional ao pessoal.

Para Abramo (2007, p. 16), “[...] a inserção da mulher no trabalho é um aspecto secundário do seu projeto de vida, da constituição de sua identidade e de suas possibilidades reais [...]”.Ainda segundo o autor, uma das principais expressões da inserção secundária das mulheres, seria:

[...] a existência de trajetórias ocupacionais instáveis e interrompidas: as mulheres entrariam no mercado de trabalho não devido a um projeto pessoal de maior alcance, mas sim devido a uma “falha” do homem no cumprimento do seu papel provedor(...) (ABRAMO, 2007, p. 17)

Para as empresas é importante que vejam a mulher como provedora do seu próprio recurso, como ser independente para que ela possa desempenhar seu papel como profissional. Além disso, disporem de alguns benefícios para auxiliar no seu desenvolvimento.

As mulheres têm a característica da flexibilidade em virtude de terem que dar conta de diversos papeis ao mesmo tempo. Segundo Maluf (2012), a multiplicidade de papeis que as mulheres desempenham, não é necessariamente sinônimo de acúmulo de stress de situações negativas, mas esse acúmulo de funções pode ter um lado positivo e consequencia benéficas.

Referências

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