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Avaliação clínica de restaurações de resina composta em dentes anteriores com diastema

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Ana Luiza Vidal

Avaliação clínica de restaurações de resina composta em dentes anteriores com diastemas

FLORIANÓPOLIS 2019

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Ana Luiza Vidal

Avaliação clínica de restaurações de resina composta em dentes anteriores com diastemas

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Odontologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Título de Cirurgiã-Dentista.

Orientadora: Prof.ª Dra. Renata Gondo Machado Coorientadora: CD Roberta Pinto Pereira

Florianópolis 2019

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Ana Luiza Vidal

Avaliação clínica de restaurações de resina composta em dentes anteriores com diastemas

Este Trabalho Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do Título de “cirurgião-dentista” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Odontologia da

Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis, 24 de outubro de 2019.

________________________ Prof. Dr. Gláucia Santos Zimmermann

Coordenadora do Curso Banca Examinadora:

________________________ Profª, Drª. Renata Gondo Machado

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

________________________ Profª. Drª Sheila Cristina Stolf Cupani

Avaliadora

Universidade Federal de Santa Catarina ________________________ Profª. Drª. Silvana Batalha Silva

Avaliadora

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Dedico este trabalho aos meus pais, Armando e Luciana, e à minha irmã, Analu. Obrigada por nunca medirem esforços para que eu alcançasse os meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

Ao término desta longa jornada, é chegado o momento de agradecer a todos aqueles que contribuíram para o meu crescimento pessoal, profissional e intelectual.

Agradeço imensamente à Universidade Federal de Santa Catarina, por ter sido minha casa desde o jardim de infância. Devo praticamente tudo o que sei à essa instituição, e sou grata por ter tido uma educação pública e de qualidade, a qual todos deveriam ter direito. Dentro dessa instituição conheci pessoas incríveis e inspiradoras. Tenho certeza que a minha história com a UFSC não termina aqui, e espero um dia poder retribuir tudo o que ela me proporcionou.

Aos meus pais, Armando e Luciana, agradecimentos não são suficientes. Tudo o que sou é reflexo de vocês, e eu tenho muito orgulho em dizer isso. Obrigada por todo o carinho, suporte, amor e compreensão nesse longo período de graduação. Sem vocês nada faria sentido. Tudo o que faço é por vocês e para vocês. Obrigada por me educarem e me incentivarem a correr atrás dos meus sonhos. Eu amo vocês incondicionalmente!

À minha querida irmã, Analu, muito obrigada por todo o carinho e atenção que sempre me proporcionasses. Obrigada por ser, acima de tudo, uma amiga que está sempre presente, me incentivando a fazer o meu melhor. Eu te amo muito! Obrigada também por me dar o meu maior presente, meu sobrinho Heitor, e meu querido cunhado, Jefferson, a quem tenho como um irmão. A família de vocês é um exemplo para mim, amo muito todos vocês!

Às minhas orientadoras, professora Renata Gondo e Roberta Pinto Pereira, obrigada por todo apoio e incentivo na execução desse trabalho. Obrigada por compartilharem desse sonho comigo, sou muito grata pela oportunidade de ter trabalhado com vocês, que são exemplos para mim. Todos deveriam ter a oportunidade de ter professoras tão maravilhosas como vocês. “Quando eu crescer, quero ser igual a vocês!”.

Às minhas queridas amigas do colégio, Alhissa, Aliny, Clara, Jaqueline, Júlia Ceccon, Júlia Favaretto, Júlia Martan e Júlia Pereira, é muito bom poder olhar para trás e ver o quanto compartilhamos durante todos esses anos de amizade. É muito bom ter crescido e evoluído ao lado de vocês, e poder presenciar as mulheres incríveis que todas se tornaram. Amo todas vocês, cada uma com seu jeitinho. Obrigada pela amizade de tantos anos e por participarem do meu crescimento pessoal e profissional.

Aos amigos que fiz durante todos esses anos de UFSC, em especial à Tainá Schenal, com quem compartilhei anos de estágio e tenho uma amizade regada à muito amor e abraços apertados. Conviver com você é um presente! Às minhas amigas sereias, Luiza, Beatriz,

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Bruna, Camila Nolasco, Camila Ventura, Carolina, Juliana, Maria Cristina, Mariana, Melina e Patrícia, obrigada por tornarem a rotina louca desse curso um pouco mais leve, levarei com muito carinho as lembranças dos nossos momentos de descontração. Agradeço especialmente à Luiza, Maria Cristina e Melina, por terem sido pessoas com quem tive uma conexão especial, obrigada por todo o incentivo, apoio e risadas, amo vocês! Aos amigos que ganhei na 15.1, Amanda, Carolina Vaqueiro, Carolina Rosa, Isadora, Paulo, Pedro, André e Mário, obrigada por tornarem o dia-a-dia na clínica mais leve, pelas risadas compartilhadas e pelas festas organizadas, sempre lembrarei dos anos de clínica com muito carinho e felicidade, e vocês fazem parte disso.

À minha dupla, Caroline Felippe, obrigada pela oportunidade de crescer ao seu lado. No início, fomos forçadas à uma convivência de melhores amigas, mesmo sem nos conhecermos direito. Fico feliz por termos amadurecido nossa amizade e aprendido que, mesmo com jeitos de pensar e agir muito diferentes, uma amizade cresce e se fortalece justamente na compreensão. Obrigada pelas experiências compartilhadas, pelos olhares de “o que eu faço agora?” por cima da máscara, pelas conversas bobas e sérias. Obrigada por se tornar a amiga com quem eu passo mais tempo durante a semana, e por sempre me apoiar. Sentirei sua falta na vida de formada!

Aos funcionários que foram grandes incentivadores do meu crescimento profissional dentro dessa instituição, Batista, Luís, Rô, Nil e Dai, obrigada por toda ajuda e pelos momentos de descontração. Obrigada também pelos ensinamentos e por nos acalmarem nos momentos de desespero. Vocês são pessoas muito especiais que levarei no meu coração.

Aos professores que foram grandes exemplos durante minha vida acadêmica, sou muito grata pela oportunidade de ter sido aluna de vocês. Se hoje existe em mim a vontade de ser professora, é porque tive a oportunidade de conviver com grandes mestres. Agradeço especialmente às professoras Sheila e Silvana, por além de terem sido grandes exemplos para mim, aceitarem prontamente o meu convite para participar da banca de defesa desse trabalho. Conviver com todos sempre foi muito bom, sentirei saudades!

Por fim, agradeço à Cacau, minha cachorrinha, por estar sempre ao meu lado durante a execução desse trabalho. Os animais são nossos melhores companheiros e nos transmitem o amor mais puro que existe, espero que ela entenda o quanto sou grata por tê-la.

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Nem todo mundo vai compreender isso tudo que você é

o que não significa que você deva se esconder ou se calar

O mundo tem medo

de mulheres extraordinárias.

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho clínico de restaurações diretas com resina composta em dentes anteriores com diastema. Participaram da pesquisa, de acordo com os critérios de inclusão e exclusão, 12 pacientes, e foram avaliadas 38 restaurações. Essas foram avaliadas por meio de inspeção visual e tátil. Para obtenção dos resultados, foi utilizado o método FDI modificado, que tem por objetivo avaliar as propriedades estéticas como brilho superficial, manchamento superficial e marginal, estabilidade de cor, translucidez e forma anatômica. Nas propriedades funcionais, analisa a existência de: fratura, retenção, adaptação marginal e formato anatômico proximal. Classifica também as propriedades biológicas nos quesitos: integridade dental (rachadura de esmalte e fratura dental) e resposta periodontal. Além da avaliação clínica, os pacientes responderam a um questionário referente à alguns aspectos do planejamento e execução das restaurações e quanto à satisfação em relação ao tratamento recebido. Os resultados mostraram que as restaurações diretas com resina composta foram consideradas clinicamente aceitáveis, e todos os pacientes mostraram-se satisfeitos com o tratamento recebido. Conclui-se que a restauração direta com resina composta é uma técnica segura, e que demonstra uma performance aceitável para os casos de fechamento de diastema.

Palavras-chave: Restauração dentária permanente. Resinas compostas. Diastema. Estudo observacional.

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ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the clinical performance of direct composite resin restorations on anterior teeth with diastema. According to the inclusion and exclusion criteria, 12 patients participated in the study and 38 restorations were evaluated. These were evaluated by visual and tactile inspection. To obtain the results, the modified FDI method was used to evaluate aesthetic properties such as surface gloss, surface and marginal staining, color stability, translucency and anatomical shape. In functional properties, it analyzes the existence of: fracture, retention, marginal adaptation and proximal anatomical shape. It also classifies the biological properties in the following aspects: dental integrity (enamel crack and dental fracture) and periodontal response. In addition to the clinical evaluation, the patients answered a questionnaire regarding some aspects of restoration planning and execution and satisfaction with the treatment received. The results showed that direct composite resin restorations were considered clinically acceptable, and all patients were satisfied with the treatment received. It can be concluded that direct restoration with composite resin is a safe technique and demonstrates acceptable performance in cases of diastema closure.

Keywords: Permanent dental restoration. Composite resins. Diastema. Observational study.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Critérios indicativos para inclusão e exclusão de pacientes para o estudo ... 27 Quadro 2 - Escores obtidos na avaliação clínica ... 45

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Em qual clínica foi feita a restauração? ... 30

Gráfico 2 - Você já realizou tratamento ortodôntico? ... 31

Gráfico 3 - O(A) aluno(a) conversou com você sobre a possível necessidade de realizar tratamento ortodôntico (aparelho) para fechamento dos diastemas (espaços)? ... 31

Gráfico 4 - Você desejava realizar esse tipo de restauração ou foi algo proposto pelo(a) aluno(a)? ... 32

Gráfico 5 - Foi realizado ensaio restaurador? ... 32

Gráfico 6 - Durante a execução das restaurações foi utilizado isolamento absoluto (lençol de borracha)? ... 33

Gráfico 7 - Foi realizada alguma consulta para acabamento e polimento? ... 33

Gráfico 8 - Você sentiu algum tipo de sensibilidade após a execução das restaurações? ... 34

Gráfico 9 - Você notou alguma diferença na fala ou apresentou alguma dificuldade após a execução das restaurações? Se sim, qual? ... 34

Gráfico 10 - Você precisou realizar algum tipo de reparo nessas restaurações (por fratura, por exemplo)? ... 35

Gráfico 11 - Você teve dificuldade de fazer uso de fio dental após as restaurações? ... 35

Gráfico 12 - Sua gengiva apresentou algum tipo de sangramento após as restaurações? ... 36

Gráfico 13 - Você ficou satisfeito com o tamanho dos seus dentes após as restaurações? ... 36

Gráfico 14 - Você realizaria essa correção com algum material diferente (cerâmica, por exemplo?) ... 37

Gráfico 15 - Você recomendaria o seu tratamento para outras pessoas que apresentassem a mesma necessidade? ... 37

Gráfico 16 - Em uma escala de 1 a 5, quão satisfeito você está em relação às restaurações executadas (apenas aquelas com finalidade de fechamento de diastemas)? ... 38

Gráfico 17 – Análise do brilho de superfície das restaurações para fechamento de diastema. 39 Gráfico 18 – Análise da presença de manchamento superficial e marginal nas restaurações para fechamento de diastema. ... 39

Gráfico 19 – Análise da estabilidade de cor e translucidez das restaurações para fechamento de diastema. ... 40

Gráfico 20 – Análise da forma anatômica das restaurações para fechamento de diastema. .... 41

Gráfico 21 – Análise da presença de fratura e retenção nas restaurações para fechamento de diastema. ... 42

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Gráfico 22 – Análise da adaptação marginal das restaurações para fechamento de diastema. 42 Gráfico 23 – Análise da forma anatômica proximal e ponto de contato das restaurações para fechamento de diastema. ... 43 Gráfico 24 – Análise da integridade dental das restaurações para fechamento de diastema. .. 44 Gráfico 25 – Análise da resposta periodontal das restaurações para fechamento de diastema.45

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

CEPSH-UFSC – Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA ... 17 2.1 ODONTOLOGIARESTAURADORA ... 18 2.2 PAPILAINTERDENTAL ... 23 3 OBJETIVOS ... 25 3.1 OBJETIVOGERAL ... 25 3.2 OBJETIVOSESPECÍFICOS ... 25 4 METODOLOGIA ... 26 4.1 ASPECTOSÉTICOS ... 26 4.2 DESENHODEESTUDO ... 26

4.3 SELEÇÃODOSPACIENTES ... 26

4.4 PROTOCOLODEAVALIAÇÃOCLÍNICA ... 28

4.5 CRITÉRIOSPARAAAVALIAÇÃODASRESTAURAÇÕES ... 28

5 RESULTADOS ... 30

5.1 PARTICIPANTESDAPESQUISACLÍNICA ... 30

5.2 QUESTIONÁRIOREFERENTEÀSATISFAÇÃODOPACIENTE ... 30

5.3 AVALIAÇÃOCLÍNICADASRESTAURAÇÕES ... 38

6 DISCUSSÃO ... 46

7 CONCLUSÃO ... 54

REFERÊNCIAS ... 55

APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO ... 60

ANEXO 1 - ATA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ... 62

ANEXO 2 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DO MÉTODO FDI (ADAPTADO) ... 63

ANEXO 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 66

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1 INTRODUÇÃO

A Odontologia restauradora possui o privilégio de ser uma verdadeira mistura entre arte e ciência, pois é uma forma de arte que se dedica ao desenvolvimento e aprimoramento da beleza na forma de um sorriso (HEYMANN, 1987).

O sorriso de uma pessoa e sua capacidade de expressar uma série de emoções através da estrutura e movimento dos dentes e lábios pode determinar como ela se relaciona em sociedade. Um sorriso agradável aumenta a aceitação de um indivíduo, melhorando suas relações interpessoais. Em contrapartida, um sorriso desarmônico pode provocar implicações psicológicas que variam desde uma simples forma de disfarçar o problema até uma introversão total, comprometendo a desenvoltura do indivíduo. No entanto, o conceito de beleza não é extremamente objetivo. Frequentemente, este é inspirado por fatores culturais, étnicos ou preferências individuais (BHUVANESWARAN, 2010; TJAN; MILLER; THE, 1984).

A simetria e proporcionalidade é o que rege a aparência estética de um sorriso. Dentes assimétricos ou desproporcionais aos adjacentes comprometem o equilíbrio e harmonia que caracterizam uma aparência estética ideal. A biometria adequada existe para cada indivíduo, e deve ser identificada e levada em consideração antes de qualquer tratamento que vise a obtenção de um sorriso mais estético (CHU, 2007; HEYMANN, 1987).

A presença de espaços interdentais maiores que 0,5mm na região anterior, conhecidos como diastemas, afeta a estética de maneira negativa, principalmente porque estes dentes são considerados essenciais na harmonização do sorriso, e são a característica com a maior influência negativa na auto percepção dentária. Sempre que possível e indicado, sugere-se ao paciente o fechamento destes espaços por meio de tratamento ortodôntico. Entretanto, em alguns casos, a ortodontia não é capaz de promover o total fechamento dos diastemas, e por essa razão é comum a procura por procedimentos restauradores com intuito de alterar a forma dos elementos dentais envolvidos (BARATIERI et al., 2010; BERNABE; FLORES-MIR, 2007; KEENE, 1963).

A correção dos diastemas na região anterior foi considerada um desafio por muitos anos, mas hoje há uma grande variedade de técnicas capazes de contornar tal situação, como: tratamentos ortodônticos, coroas, facetas cerâmicas e restaurações diretas de resina composta. Os pacientes devem sempre receber correções estéticas adequadas e estarem cientes das opções

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de tratamento, bem como de suas indicações e contraindicações, vantagens e desvantagens, participando da escolha desta (HEYMANN; HERSHEY, 1985; WOLFF et al., 2010).

A restauração direta com resina composta é uma ferramenta importante na odontologia e é uma das técnicas mais executadas para a reanatomização dental e mais escolhida pelos pacientes, devido a sua abordagem minimamente invasiva. Com o avanço dos materiais e técnicas, a taxa de sobrevivência das restaurações diretas pode variar entre 5 a 10 anos. Como vantagens desse material, pode-se citar a possibilidade de não realizar desgastes desnecessários de estrutura dental sadia para executar a técnica; redução do tempo clínico para confecção da restauração, podendo ser realizadas correções de forma, cor e posição do dente em sessão única; técnica reversível e com possibilidade de execução de reparos; além de apresentar menor custo quando comparada às restaurações indiretas cerâmicas. Os motivos para insucesso de tais restaurações geralmente estão ligados à fratura da resina composta, cor insatisfatória, lacunas marginais, cárie, forma anatômica insatisfatória e fratura do esmalte (BARATIERI et al., 2015; WOLFF et al., 2010).

A realização de avaliações clínicas retrospectivas é de suma importância para o desenvolvimento da odontologia baseada em evidências e para a comprovação da eficácia dos procedimentos restauradores. O objetivo deste estudo foi realizar uma avaliação retrospectiva quanto a qualidade e longevidade de restaurações de resina composta realizadas em dentes anteriores com diastemas nas clínicas odontológicas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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2 REVISÃO DE LITERATURA

O equilíbrio de um sorriso depende em grande parte de quão bem os dentes estão posicionados e alinhados na arcada dental. Os diastemas podem ser definidos como a presença de espaços entre os dentes decíduos ou permanentes, sendo sua ocorrência considerada um fenômeno de desenvolvimento normal em crianças, porém, em adultos, são causados por alguns fatores etiológicos que devem ser investigados. Diversas condições podem estar relacionadas com a presença destes espaços, tais como: anomalias no número de dentes (mesiodens, hipodontia, hiperdontia ou oligodontia), anomalias no tamanho dos dentes (microdontia ou macrodontia), anomalias de forma, presença de freio labial aumentado, hábitos bucais deletérios ou periodontite avançada. Os cirurgiões-dentistas devem realizar uma avaliação detalhada não só do espaçamento em si, mas também da oclusão e do tamanho e posicionamento da língua do paciente em relação à arcada dentária, a fim de se definir a causa. É importante também que sempre se observe qualquer alteração no tamanho do diastema e atentar à história clínica prévia do paciente, procurando saber sobre o histórico familiar e de qualquer tratamento já realizado. Por meio destes exames, o Cirurgião-Dentista é capaz de obter o correto diagnóstico e considerar uma abordagem multidisciplinar para alcançar um resultado satisfatório (CHU; ZHANG; JIN, 2011; HEYMANN, 1987).

Aproximadamente 94% dos diastemas ocorre em região anterior (de canino a canino), sendo 75% em Maxila e 25% em Mandíbula. Além disso, 50% dos diastemas ocorre bilateralmente. O diastema de linha média nos dá a impressão de divisão do arranjo dentário em duas unidades separadas, o que compromete a harmonia do sorriso. Além disso, os dentes mal posicionados também interferem nas proporções aparentes dos dentes (HEYMANN, 1987; KEENE, 1963; TJAN; MILLER; THE, 1984).

O exame clínico do paciente com diastema deve iniciar pela inspeção da dentição e oclusão, analisando também o freio labial, lábios e a condição periodontal, cuja avaliação é complementada com radiografias periapicais. É de suma importância a confecção de modelos de estudo e enceramento diagnóstico, ilustrando os possíveis resultados do futuro tratamento ao paciente. O Cirurgião-Dentista deve apresentar ao paciente todas as alternativas lógicas de tratamento. No entanto, as preferências do paciente devem ser levadas em consideração para a escolha da abordagem, analisando seus fatores psicológicos, físicos e financeiros. A opinião do

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Cirurgião-Dentista quanto à estética dentária não deve ditar totalmente o resultado final do tratamento, e encaminhamentos devem ser feitos caso a condição for complexa e necessitar a conduta de um especialista (CHU; ZHANG; JIN, 2011; HEYMANN, 1987).

Deve-se fornecer informações suficientes para que o paciente possa escolher a abordagem desejada, evitando arrependimentos ao término do tratamento. Uma apresentação honesta, clara e direta do plano de tratamento, juntamente com a exposição de possíveis deficiências é de grande importância. Infelizmente, alguns procedimentos estéticos como o uso de restaurações diretas de resina composta e clareamento dental, por exemplo, são muito negligenciados pelos Cirurgiões-Dentistas, embora possam agregar valor ao tratamento. É recomendado sempre explorar outras opções de tratamento que visem a preservação da estrutura dentária, desde que o paciente participe da escolha e esteja de acordo. Com os avanços da odontologia, tem-se a possibilidade de mesclar tratamentos restauradores, ortodônticos e periodontais, visando alcançar a abordagem mais conservadora para desafios estéticos. Independentemente da técnica utilizada, é primordial estabelecer um plano de tratamento e determinar a causa da presença dos diastemas (ARAÚJO JÚNIOR; FORTKAMP; BARATIEIRI, 2009; KULJIC, 2008).

A odontologia restauradora destaca-se por apresentar soluções rápidas e previsíveis, enquanto a intervenção ortodôntica requer um tratamento mais complexo, mais longo e, na maioria das vezes, mais caro, e a prótese dentária requer procedimentos indiretos e mais invasivos, com envolvimento laboratorial. Embora cada um desses procedimentos tenha indicações e vantagens definidas em certos pacientes, todos apresentam deficiências que podem comprometer sua eficácia no tratamento do fechamento de diastemas. Deve-se considerar que a melhoria estética dos dentes saudáveis deve ser, preferencialmente, não invasiva ou ao menos minimamente invasiva (ARAÚJO JÚNIOR; FORTKAMP; BARATIERI, 2009; HEYMANN; HERSHEY, 1985; WOLFF et al., 2010).

2.1 ODONTOLOGIA RESTAURADORA

As restaurações diretas de resina composta tornaram-se uma ferramenta expressiva na odontologia, especialmente para dentes saudáveis que carecem de correção estética, em que uma abordagem minimamente invasiva é primordial. Essas restaurações estão sendo cada vez

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mais usadas na prática clínica diária, e especialistas afirmam que apresentam excelentes resultados a longo prazo (WOLFF et al., 2010).

Os pacientes normalmente valorizam as melhorias estéticas imediatas que são oferecidas pelas restaurações diretas, muitas vezes sem a necessidade de anestesia local. De fato, os efeitos psicológicos positivos da melhoria na aparência frequentemente contribuem para um aumento na autoestima. Esses fatores fazem com que a odontologia restauradora seja particularmente recompensadora (HEYMANN, 1987).

As resinas compostas são o material de escolha para pacientes jovens ou para aqueles que demandam uma abordagem estritamente conservadora. O cirurgião-dentista é desafiado a modificar a forma de um dente aplicando um material artificial, que deve simular os tecidos naturais. Nos casos em que correções estéticas extremamente conservadoras em dentes anteriores são indicadas, as restaurações diretas de resina composta também são o tratamento de escolha. Comparando com os tratamentos protéticos, a vantagem da odontologia restauradora para a correção da forma dos dentes é que ela envolve perda mínima de tecido dental duro. A viabilidade de reparo imediato e a ampla gama de alternativas para mudar a forma ou cor mesmo após longos períodos, apontam para a flexibilidade dessa abordagem (DIETSCHI, 2008; MUSSIG et al., 2004; WOLFF et al., 2010).

Tanto os pacientes quanto os dentistas podem se favorecer das inúmeras vantagens apresentadas pelas restaurações diretas de resina composta, tais como: 1. A forma, cor e posição do dente podem ser corrigidas; 2. A técnica é minimamente ou não invasiva; 3. A técnica é reversível, se necessário; 4. Em caso de falha, a restauração pode ser reparada; 5. Em caso de falha grave, como perda da restauração, várias outras opções de tratamento podem ser aplicadas e 6. A técnica é custo-efetiva, requerendo pouco ou nenhum trabalho laboratorial (WOLFF et

al., 2010).

Heymann e Hershey (1985) descrevem as vantagens do uso de incrementos de resina composta para fechamento de diastemas, sendo esses: “1. Conservação da estrutura dentária; 2. Reversibilidade do procedimento; 3. Menor custo para o paciente; 4. Menor tempo de tratamento e 5. Possibilidade de adição ou remoção de material conforme desejado.”

Independentemente do resultado final esperado, alguns elementos básicos devem ser considerados para garantir um resultado estético ideal. Na odontologia estética conservadora, estes incluem: forma, simetria, proporcionalidade, posição, alinhamento, textura da superfície

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e cor. A forma dos dentes tem grande impacto sobre sua aparência estética. Para que se alcance uma aparência estética ideal, é imprescindível que as formas anatômicas naturais sejam obtidas (HEYMANN, 1987).

Em relação à harmonia do sorriso, deve existir uma proporção dentária de largura/comprimento favorável para a execução da restauração. Isso deve ser levado em conta já que desequilíbrios na proporção, forma e cor dos dentes anteriores são frequentemente observados após o fechamento de diastemas, e esses aspectos desempenham um papel importante na percepção estética humana. Características anatômicas do dente também necessitam ser levadas em consideração, como ranhuras e sulcos, dando uma aparência mais natural (ARAÚJO JÚNIOR; FORTKAMP; BARATIERI, 2009; MUSSIG et al., 2004).

A dimensão dos elementos dentários pode variar entre pacientes de diferentes idades, raças ou sexos. Então, é imprescindível que o tamanho dos dentes do paciente seja identificado antes de qualquer procedimento restaurador ser realizado. Também é preciso levar em consideração a assimetria de largura existente entre a dentição direita e esquerda, com o lado esquerdo sendo 0,5mm maior em relação ao lado direito. Isso condiz com conceitos de assimetria corporal (face, mãos, pés) (CHU, 2007).

Os valores anatômicos do tamanho dos dentes anteriores superiores estão bem descritos na literatura, porém, o erro é acreditar que estes valores são aplicáveis a maioria dos pacientes. Na verdade, seguindo as dimensões padronizadas, atinge-se uma proporção correta nas restaurações em apenas 34% dos casos, obtendo maior chance de sucesso em nossas restaurações (CHU, 2007).

Alguns autores, como Chu, Zhang e Jin (2011) consideram em seus trabalhos que a avaliação estética deve ser guiada pela proporção áurea (8:5), que é a razão entre a largura da coroa do incisivo central e a do incisivo lateral. Os autores acreditam que se esta proporção não for respeitada, os dentes podem aparentar sobrecontorno e volume excessivo. Caso essas características estejam presentes, pode ocorrer inflamação gengival. No entanto, muitos estudos concluem que essa proporção não é encontrada com frequência na natureza, sendo vista em aproximadamente 17% dos casos (PRESTON, 1993). A lealdade às proporções áureas resultaria em relações dentais consideradas por clínicos e leigos como menos agradáveis do ponto de vista estético. Por essa razão, na restauração da área anterior, o clínico deve considerar a variabilidade morfológica e dimensional. (ROSENSTIEL; WARD; RASHID, 2000; ROSENSTIEL; RASHID, 2002)

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A proporção dental correta está relacionada à morfologia facial e é essencial para criar um sorriso esteticamente agradável. Os incisivos centrais superiores são a chave para o sorriso, sendo os dentes dominantes, e devem exibir proporções agradáveis. A forma e localização dos incisivos centrais influenciam a aparência dos incisivos laterais e caninos. Comprimento e largura simétricos são mais cruciais para os incisivos centrais, e tornam-se menos absolutos à medida que nos afastamos da linha média (BHUVANESWARAN, 2010).

Quando usadas em conjunto, as técnicas ilusórias de forma e proporção são valiosas para controlar a dimensão aparente dos dentes em procedimentos como o fechamento de diastemas, que resultam em uma largura real aumentada dos dentes, tornando-a menos perceptível. Pode-se aprimorar os elementos verticais e não enfatizar as características horizontais, controlando a dimensão aparente dos dentes. Características anatômicas como depressões, proeminências, periquimáceas e etc. devem ser cuidadosamente reproduzidas, aproximando-se das características apresentadas nos dentes adjacentes. As áreas restauradas do dente devem refletir a luz de maneira semelhante às superfícies não restauradas (HEYMANN, 1987).

A individualidade dos dentes é amplamente determinada pela sua textura e características de superfície. Restaurações realistas imitam de perto as áreas de concavidade e convexidade típicas dos dentes naturais. Os dentes em um jovem caracteristicamente têm uma textura superficial significativa, enquanto os dentes em pessoas mais velhas tendem a possuir uma caracterização superficial mais suave devido ao desgaste fisiológico. No entanto, mesmo em pacientes mais velhos, restaurações totalmente desprovidas de caracterizações superficiais são raramente indicadas (HEYMANN, 1987).

As larguras dos espaços interdentários e dos dentes envolvidos a serem aumentados devem ser medidas e registradas, a fim de determinar a quantidade apropriada de material que deve ser adicionada. Deste modo, consegue-se gerar contornos de dentes simétricos e muito semelhantes. Deve ser dada uma atenção especial às formas incisais ao lidar com restaurações que envolvam a linha média, já que os contornos mesiais de ambos os incisivos centrais devem ser iguais, como imagens espelhadas um do outro, a fim de obter-se resultado estético e simétrico ideal (HEYMANN, 1987).

A maioria das escalas de cor para resina composta são imprecisas. Não só porque essas são confeccionadas com um material diferente da resina composta, mas também porque não

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levam em consideração as alterações de cor que ocorrem de lote para lote ou mesmo decorrente do processo de envelhecimento do material. A seleção precisa da cor é melhor obtida quando um pequeno incremento de resina composta é aplicado e fotoativado na área do dente a ser restaurada. Além disso, a seleção de cores deve ser feita antes dos dentes serem isolados, para evitar as variações de cor consequentes da secagem e desidratação dos mesmos (HEYMANN, 1987). O ensaio restaurador, também conhecido como Mock-up, auxilia na definição das dimensões dentais, aprovação do planejamento e, em restaurações diretas de resina composta, é importante para definir a cor mais adequada da resina selecionada (BEHLE, 1995; BARATIERI, 2002; PENA, 2009).

Para o procedimento restaurador de fechamento de diastemas, deve ser inserido um fio retrator de tamanho apropriado nas superfícies proximais, isolando-as e mantendo o tecido gengival afastado do dente, o que evita a inflamação e contaminação por fluidos creviculares. Não é recomendado o uso de lençol de borracha, pois este atrapalha o posicionamento da papila interproximal e limita o acesso a regiões subgengivais. A margem da restauração deve estar ligeiramente abaixo da crista gengival, para estar confluente com o contorno dentário, dando um aspecto de naturalidade. Quando este contorno dental não é respeitado, tem-se uma superfície que facilita o acúmulo de placa e pode apresentar um problema estético, devido à falta de harmonia com o contorno dos dentes adjacentes (HEYMANN; HERSHEY, 1985; HEYMANN, 1987).

Todas as restaurações estéticas devem apresentar contornos fisiológicos que proporcionem uma boa saúde gengival, sendo todos os excessos removidos. O perfil de emergência das restaurações não deve interferir nos tecidos gengivais. É aceitável que técnicas clínicas elaboradas permitam ao profissional fabricar margens e contatos proximais perfeitos que possam manter-se inalterados ao longo do tempo (HEYMANN, 1987; WOLFF et al., 2010).

A longevidade de restaurações diretas de resina composta deve ser comparada com opções alternativas de tratamento, como os laminados cerâmicos. Os motivos comuns para falha nas restaurações de resina composta são: “1. Fratura da resina composta; 2. Cor insatisfatória; 3. Lacunas marginais; 4. Cárie; 5. Forma anatômica insatisfatória e 6. Fratura do esmalte”. Na maior parte dos pacientes, o brilho superficial desaparece dentro de algumas semanas após a realização da restauração. Mas, desde que a aparência estética não seja alterada pela

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descoloração, a perda do brilho não tem significância clínica, uma vez que a saliva normalmente cobre as restaurações no meio bucal (WOLFF et al., 2010).

2.2 PAPILA INTERDENTAL

A odontologia restauradora busca oferecer estética branca e rosa em zonas esteticamente relevantes. A estética branca refere-se à dentição natural ou a restauração de tecidos dentais duros com materiais adequados. Já a estética rosa ocupa-se dos tecidos moles e duros circundantes, que podem aumentar ou diminuir a harmonia do resultado (BLATZ; HURZELER; STRUB, 1999).

A papila interdetária pode ser definida como um tecido muito pequeno e fragilizado, com pouco suprimento sanguíneo e que exige manuseio sensível, e sua morfologia é determinada pelos dentes adjacentes e pela crista óssea subjacente. A presença de uma papila interdental depende da distância entre a crista óssea e o ponto de contato interproximal, permitindo que ela preencha os espaços interdentais com o tecido mole (BLATZ; HURZELER; STRUB, 1999).

Para determinar a localização apropriada do ponto de contato pode-se medir a distância entre a crista óssea e a crista gengival. Deve-se anestesiar o paciente e inserir uma agulha gengival no tecido até atingir a crista óssea. Um cursor de borracha deve ser colocado na agulha, para que a distância correta seja registrada. Este procedimento é fundamental para verificar a viabilidade da indução papilar e o resultado final do tratamento. Uma leve compressão induzida pela adição de incrementos de resina composta resulta em alteração do contorno da papila interdental. Com isso, pode-se concluir que os tecidos gengivais servem como sensores, indicando um nível correto de compressão. Tal compressão não deve criar uma área isquêmica permanente e/ou trauma. É correto optar por procedimentos que induzam a formação de papila interdentária, reestabelecendo a harmonia entre tecidos moles e duros (ARAÚJO JÚNIOR; FORTKAMP; BARATIERI, 2009).

A papila mais visível é aquela presente entre os dois incisivos centrais superiores. Ela preenche mais espaço que as outras e sua ausência causa sérios problemas estéticos. É, portanto, a mais difícil de ser reconstruída. A papila interdentária é sempre considerada ausente em casos

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de diastema, sendo que, nesses casos, o tecido gengival interproximal apresenta maior grau de queratinização (BLATZ; HURZELER; STRUB, 1999).

A má aparência estética na região anterior como resultado da papila perdida tem sido um dilema para o paciente e para o dentista. Um dos problemas mais desafiadores e menos previsíveis é a reconstrução da papila interproximal perdida. A perda das papilas pode ocasionar problemas funcionais e, principalmente na região anterior da maxila, fonéticos e estéticos. Os chamados “triângulos negros” são espaços que aparecem entre os dentes quando o tecido gengival não segue o contorno do dente e expõe o fundo da cavidade oral, e são inaceitáveis tanto para o paciente quando para o clínico (ARAÚJO JÚNIOR; FORTKAMP; BARATIERI, 2009; BLATZ; HURZELER; STRUB, 1999).

Se a papila estiver ausente por causa de um diastema, o fechamento ortodôntico é o tratamento de escolha. Em alguns casos, essa papila também pode ser obtida com técnicas restauradoras e alteração dos contornos dos dentes adjacentes, posicionando o ponto de contato mais apicalmente (BLATZ; HURZELER; STRUB, 1999).

O sucesso estético final do caso é amplamente afetado pela saúde gengival, que deve apresentar cor rosa pálido, pontilhada, firme e com superfície mate, localizando-se 3 mm acima da crista óssea alveolar e, na região interdental, 5 mm acima da crista óssea, preenchendo até a área de contato. Estabelecer os níveis gengivais corretos para cada dente individualmente é a chave para um sorriso harmônico. Nos incisivos centrais superiores a altura gengival cervical deve ser simétrica e pode corresponder à dos caninos. É aceitável que os incisivos laterais superiores apresentem este mesmo nível gengival, no entanto, isto pode resultar em um sorriso muito uniforme, sendo preferível que exista um contorno gengival sobre os laterais, localizado em direção incisal quando comparado aos centrais e caninos (BHUVANESWARAN, 2010).

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3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a qualidade e longevidade de restaurações de resina composta realizadas em dentes anteriores com diastema nas clínicas odontológicas da Universidade Federal de Santa Catarina.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Avaliação clinica retrospectiva de restaurações diretas de resina composta em dentes anteriores com diastema, empregando o método FDI modificado para análise das propriedades estéticas, funcionais e biológicas (Anexo 2):

• Brilho de superfície;

• Manchamento superficial e marginal; • Estabilidade de cor e translucidez; • Forma anatômica;

• Fratura e retenção do material restaurador; • Adaptação marginal;

• Ponto de contato e contorno proximal; • Integridade dental;

• Resposta periodontal.

- Análise da satisfação quanto ao tratamento realizado e quais foram as opções de tratamento oferecidas aos pacientes.

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4 METODOLOGIA

4.1 ASPECTOS ÉTICOS

Este trabalho foi submetido à avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (CEPSH-UFSC) e aprovado sob parecer nº 1.333.089 (ANEXO 3).

A pesquisa foi desenvolvida com o acesso aos dados de atendimento clínico, registrados nos prontuários de pacientes das clínicas odontológicas do Curso de Graduação em Odontologia, da Universidade Federal de Santa Catarina. A instituição foi previamente consultada, concordando e propiciando as condições necessárias para a obtenção dos dados, e autorizando o uso do espaço físico para a realização da pesquisa.

Os pacientes foram convidados a participar da pesquisa, concordando com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO 4).

4.2 DESENHO DE ESTUDO

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, que foi realizado nas clínicas odontológicas do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina (ODT/CCS/UFSC), Florianópolis – SC. Foi feito um levantamento por prontuários de pacientes que tenham realizado restaurações em dentes anteriores com o objetivo de reduzir ou fechar diastemas. Em seguida, os pacientes foram convidados a participar da pesquisa clínica.

4.3 SELEÇÃO DOS PACIENTES

Foram selecionados os prontuários dos pacientes que realizaram restaurações diretas de resina composta em dentes anteriores com o objetivo de reduzir ou fechar diastemas a partir do ano de 2009. A seleção ocorreu de acordo com os critérios de inclusão e exclusão listados no Quadro 1.

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Quadro 1 - Critérios indicativos para inclusão e exclusão de pacientes para o estudo Critérios de Inclusão Critérios de Exclusão Pacientes com restauração em dentes

anteriores superiores ou inferiores, com o objetivo de reduzir ou fechar diastemas.

Pacientes fumantes.

Pacientes adultos, com dentes permanentes, de ambos os sexos.

Pacientes com mordida em topo.

Pacientes com idade entre 18 e 60 anos. Pacientes com hábitos parafuncionais. Pacientes com tempo disponível para

participar da pesquisa.

Pacientes com necessidades especiais.

Paciente que tenha consentimento por escrito da participação voluntária e esclarecida na pesquisa.

Pacientes com doença periodontal.

Paciente com higiene oral satisfatória Pacientes impossibilitados de comparecer às consultas de avaliação.

Pacientes com restaurações realizadas na UFSC a partir de 2009

Esses pacientes foram convidados a participar da pesquisa clínica através de contato telefônico. Em cada participante, foi realizada a anamnese para verificação da história médica e odontológica. Na sequência, foi realizado exame clínico intra-oral minucioso.

Um questionário foi aplicado para analisar diversos fatores relacionados às restaurações executadas, como: em qual fase estavam os alunos que as realizaram, aspectos relacionados a intervenção ortodôntica, desejo de realizar as restaurações, data em que foram executadas, realização de ensaio restaurador, presença de isolamento absoluto durante a execução das restaurações, consulta para acabamento e polimento, sensibilidade dental, qual sistema adesivo e resina composta foram utilizados, diferenças e/ou dificuldades notadas após a execução das restaurações, necessidade de reparos, dificuldade no uso de fio dental após a execução das restaurações, bem como presença de sangramento gengival, satisfação quanto ao tamanho final dos dentes, se realizaria a correção com material diferente da resina composta,

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se mudaria algo no que foi obtido como resultado final, se recomendaria o tratamento para outras pessoas e satisfação em relação ao tratamento recebido (APÊNDICE 1).

4.4 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA

As restaurações foram avaliadas por inspeção visual e tátil, após jatos de ar/água e secagem da superfície, sob iluminação da luz do refletor, com um espelho odontológico plano, uma sonda exploradora, sonda milimetrada, fio dental, fitas de papel carbono e pinça Muller.

As avaliações foram realizadas na clínica de Odontologia da UFSC, a opinião do paciente e a sensibilidade pós-operatória foram investigadas através de questionário.

Para cada restauração, o examinador preenchia uma ficha de avaliação previamente elaborada pela pesquisadora.

4.5 CRITÉRIOS PARA A AVALIAÇÃO DAS RESTAURAÇÕES

O desempenho clínico das restaurações foi avaliado de acordo com os critérios do método FDI (Anexo 2).

4.5.1 Em relação às propriedades estéticas:

- Brilho de superfície: compatibilidade de brilho da restauração com o esmalte adjacente e sua manutenção.

- Manchamento superficial e marginal: registro da ocorrência de manchamento da restauração em função do tempo.

- Estabilidade de cor e translucidez: registro da estabilidade de cor em função do tempo.

- Forma anatômica: registro da forma anatômica reproduzida conforme a necessidade estética.

4.5.2 Em relação às propriedades funcionais:

- Fratura e retenção: registro de ocorrência de fratura ou deslocamento do material restaurador.

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- Adaptação marginal: registro de evidência de fendas ao longo das margens da restauração.

- Forma anatômica proximal e ponto de contato: manutenção do contato proximal quando presente.

4.5.3 Em relação às propriedades biológicas:

- Integridade dental: presença de rachaduras ou fraturas no esmalte adjacente à restauração.

- Resposta periodontal: registro da saúde periodontal comparada com um dente de referência.

Em todos os critérios as restaurações foram classificadas como: - Clinicamente excelente;

- Clinicamente bom; - Clinicamente satisfatória; - Clinicamente insatisfatória; - Clinicamente ruim.

(31)

5 RESULTADOS

Os resultados foram divididos em duas partes: àqueles relacionados ao questionário quanto à satisfação dos pacientes em relação às restaurações recebidas, respondido previamente à avaliação clínica, e àqueles relacionados à avaliação clínica das restaurações propriamente dita.

5.1 PARTICIPANTES DA PESQUISA CLÍNICA

Participaram dessa pesquisa clínica 12 pacientes, sendo 5 do sexo masculino (42%) e 7 do sexo feminino (58%). Os pacientes tiveram suas restaurações realizadas no período entre maio de 2017 e julho de 2019. Foram avaliadas, nesses pacientes, um total de 38 restaurações, sendo 20 em incisivos centrais superiores, 10 em incisivos laterais superiores, 4 em caninos superiores, 2 em incisivos centrais inferiores e 2 em incisivos laterais inferiores.

5.2 QUESTIONÁRIO REFERENTE À SATISFAÇÃO DO PACIENTE

5.2.1 Em qual clínica foi feita a restauração?

Observou-se que 25% (n=3) das restaurações foram realizadas na clínica II, por alunos da 7ª fase. A grande maioria das restaurações foram realizadas por alunos do último ano (9ª e 10ª fases) do curso de graduação em odontologia, nas clínicas de estágio e em projeto de extensão, totalizando 50% (n=6). Alunos de pós-graduação (mestrado e/ou doutorado) realizaram 25% (n=3) das restaurações.

Gráfico 1 - Em qual clínica foi feita a restauração?

3 25% 2 16.7% 3 25% 1 8.3% 3 25% 0 1 2 3

Clínica II ESAI I ESAI II Podeum Pós-graduação

Nú m er o de P ac ie nt es

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5.2.2 Você já realizou tratamento ortodôntico?

Foi questionado aos pacientes se os mesmos haviam realizado tratamento ortodôntico previamente às restaurações. Afirmaram ter realizado tratamento ortodôntico 50% (n=6) dos pacientes, enquanto os outros 50% (n=6) não realizaram.

Gráfico 2 - Você já realizou tratamento ortodôntico?

5.2.3 O(A) aluno(a) que realizou o procedimento restaurador, conversou com você sobre a possível necessidade de realizar tratamento ortodôntico (aparelho) para fechamento dos diastemas (espaços)?

Ainda em relação a tratamento ortodôntico, foi perguntado aos pacientes se, previamente às restaurações, o aluno explicou sobre a possível necessidade de ser realizado o tratamento ortodôntico para fechamento dos espaços. 50% (n=6) dos pacientes afirmaram que o aluno e/ou professor realizaram essa explicação, enquanto os outros 50% (n=6) afirmaram que não foi realizada nenhuma conversa acerca do assunto.

Gráfico 3 - O(A) aluno(a) conversou com você sobre a possível necessidade de realizar tratamento ortodôntico (aparelho) para fechamento dos diastemas (espaços)?

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5.2.4 Você desejava realizar esse tipo de restauração ou foi algo proposto pelo(a) aluno(a)? 33% (n=4) dos pacientes relataram que os diastemas não os incomodavam, mas que aceitaram a sugestão feita pelo aluno. Já 66% (n=8) dos pacientes afirmaram que os diastemas os incomodavam, e por isso solicitaram ao aluno que as restaurações fossem realizadas.

Gráfico 4 - Você desejava realizar esse tipo de restauração ou foi algo proposto pelo(a) aluno(a)?

5.2.5 Foi realizado ensaio restaurador?

Em relação ao ensaio restaurador, 75% (n=9) dos pacientes afirmaram que esse foi realizado, enquanto 25% (n=3) relataram que não foi feito nenhum tipo de restauração prévia às definitivas.

Gráfico 5 - Foi realizado ensaio restaurador?

4 33,33% 8 66,66% 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Aluno sugeriu Procurou pelo tratamento

Nú m er o de P ac ie nt es

(34)

5.2.6 Durante a execução das restaurações foi utilizado isolamento absoluto (lençol de borracha)?

Quando questionados sobre o uso de isolamento absoluto durante a realização das restaurações, 33.3% (n=4) afirmaram ter sido utilizado o isolamento absoluto, enquanto 41.7% (n=5) afirmaram que não foi utilizado e 25% (n=3) não lembravam.

Gráfico 6 - Durante a execução das restaurações foi utilizado isolamento absoluto (lençol de borracha)?

5.2.7 Foi realizada alguma consulta para acabamento e polimento?

Com relação à existência de uma consulta para acabamento e polimento das restaurações realizadas, 83.3% (n=10) dos pacientes afirmaram ter retornado para realizá-la, enquanto 16.7% (n=2) afirmaram não ter sido realizado nenhum procedimento de acabamento e polimento. Essas afirmações também foram conferidas nos prontuários dos pacientes.

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5.2.8 Você sentiu algum tipo de sensibilidade após a execução das restaurações?

Quando questionados em relação à sensibilidade dental após a execução das restaurações, 75% (n=9) dos pacientes afirmaram não ter sentido nenhum tipo de sensibilidade, enquanto 25% (n=3) relataram a presença de sensibilidade pós-operatória.

Gráfico 8 - Você sentiu algum tipo de sensibilidade após a execução das restaurações?

5.2.9 Você notou alguma diferença na fala ou apresentou alguma dificuldade após a execução das restaurações? Se sim, qual?

Sobre dificuldades fonéticas ou diversas após a realização das restaurações, 83,3% (n=10) dos pacientes afirmaram não ter apresentado nenhuma dificuldade, enquanto 16,7% (n=2) afirmaram ter tido dificuldades na fala após as restaurações.

Gráfico 9 - Você notou alguma diferença na fala ou apresentou alguma dificuldade após a execução das restaurações? Se sim, qual?

10 83,3% 2 16,7% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Não Sim, dificuldade na fala

Nú m er o de P ac ie nt es

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5.2.10 Você precisou realizar algum tipo de reparo nessas restaurações (por fratura, por exemplo)?

Quanto aos reparos, 58.3% (n=7) dos pacientes afirmaram não ter sido necessário, enquanto 41.7% (n=5) dos pacientes relataram ter sido necessário realizar algum tipo de reparo.

Gráfico 10 - Você precisou realizar algum tipo de reparo nessas restaurações (por fratura, por exemplo)?

5.2.11 Você teve dificuldade de fazer uso de fio dental após as restaurações?

Com relação ao uso do fio dental, 16.7% (n=2) dos pacientes afirmaram que seu uso foi dificultado após a execução das restaurações, enquanto 83.3% (n=10) dos pacientes relataram não ter sentido qualquer diferença.

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5.2.12 Sua gengiva apresentou algum tipo de sangramento após as restaurações?

Quando questionados sobre a presença de sangramento gengival após a execução das restaurações, 8.3% (n=1) dos pacientes relataram notar a presença desse, enquanto 91.7% (n=11) dos pacientes não notou alterações no tecido gengival.

Gráfico 12 - Sua gengiva apresentou algum tipo de sangramento após as restaurações?

5.2.13 Você ficou satisfeito com o tamanho dos seus dentes após as restaurações?

Quanto ao tamanho final dos elementos dentais após as restaurações, 91.7% (n=11) dos pacientes apresentaram-se satisfeitos, enquanto 8.3% (n=1) dos pacientes apresentaram-se descontentes.

Gráfico 13 - Você ficou satisfeito com o tamanho dos seus dentes após as restaurações?

5.2.14 Você realizaria essa correção com algum material diferente (cerâmica, por exemplo)?

Sobre a possibilidade de realizar a restauração com outro material restaurador, 58.3% (n=7) dos pacientes relataram que fariam a correção com outro material, enquanto 41.7% (n=5) dos pacientes afirmaram que a resina composta continuaria sendo seu material de escolha.

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Gráfico 14 - Você realizaria essa correção com algum material diferente (cerâmica, por exemplo?)

5.2.15 Você recomendaria o seu tratamento para outras pessoas que apresentassem a mesma necessidade?

Quando questionados se recomendariam o tratamento recebido para outras pessoas que apresentassem a mesma necessidade, 100% (n=12) dos pacientes afirmaram que fariam a recomendação.

Gráfico 15 - Você recomendaria o seu tratamento para outras pessoas que apresentassem a mesma necessidade?

5.2.16 Em uma escala de 1 a 5, quão satisfeito você está em relação às restaurações executadas (apenas aquelas com finalidade de fechamento de diastemas)? Sendo: 1. Inteiramente satisfeito; 2. Satisfeito; 3. Mínima crítica; 4. Desejo de melhora; 5. Completamente insatisfeito.

Foi solicitado aos pacientes que aplicassem uma nota de 1 a 5 para o tratamento recebido, quantificando sua satisfação, sendo uma escala inversamente proporcional, com “1” representando “Inteiramente satisfeito” e “5” representando “completamente insatisfeito”.

(39)

Com relação ao tratamento recebido, 83.3% (n=10) dos pacientes aplicaram nota “1”, relatando estarem “inteiramente satisfeitos”, enquanto 16.7% (n=2) dos pacientes aplicaram nota “2”, relatando estar “satisfeitos”. Não foram atribuídas notas de “3” a “5”.

Gráfico 16 - Em uma escala de 1 a 5, quão satisfeito você está em relação às restaurações executadas (apenas aquelas com finalidade de fechamento de diastemas)?

5.3 AVALIAÇÃO CLÍNICA DAS RESTAURAÇÕES

5.3.1 Propriedades estéticas

5.3.1.1 Brilho de superfície

Foi avaliado o brilho de superfície presente nas restaurações executadas, sendo este comparando a um dente vizinho ou ao próprio esmalte remanescente no elemento dental. Em 50% (n=19) das restaurações obteve-se o escore “clinicamente excelente”, que representa brilho de superfície compatível ao esmalte. Em 47,3% (n=18) das restaurações a superfície apresentava-se levemente opaca ou haviam alguns poros isolados, obtendo o escore “clinicamente bom”. Já em 3,7% (n=1) o escore obtido foi “clinicamente ruim”, pois a superfície apresentava-se rugosa.

10 83.3% 2 16.7% 0 0 0 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 3 4 5 Nú m er o de P ac ie nt es

(40)

Gráfico 17 – Análise do brilho de superfície das restaurações para fechamento de diastema.

5.3.1.2 Manchamento superficial e marginal

O manchamento marginal foi avaliado ao longo de toda a superfície e margem das restaurações realizadas, demonstrando a capacidade de vedação. O escore “clinicamente excelente” representa a ausência de manchamento superficial e marginal, e foi obtido em 84% (n=32) das restaurações. As restaurações que apresentaram mínimo manchamento, facilmente removível, obtiveram o escore “clinicamente bom”, sendo essas 10,5% (n=4) do total. A presença de manchamento moderado, presente também em outros dentes e esteticamente aceitável foi vista em 3,7% (n=1) das restaurações, recebendo o escore “clinicamente satisfatório”. Já 3,7% (n=1) das restaurações obtiveram o escore “clinicamente ruim”, que representa um severo manchamento generalizado ou localizado e sem acesso para intervenção.

Gráfico 18 – Análise da presença de manchamento superficial e marginal nas restaurações para fechamento de diastema.

19 50% 47,3%18 0 0 3,7%1 0 5 10 15 20 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Brilho de Superfície

32 84% 4 10,5% 1 3,7% 0 3,7%1 0 5 10 15 20 25 30 35 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Manchamento Superficial e Marginal

Nú m er o de Re st au ra çõ es Nú m er o de Re st au ra çõe s

(41)

5.3.1.3 Estabilidade de cor e translucidez

Foi avaliada a estabilidade de cor das restaurações realizadas em relação ao esmalte dental circundante. O escore “clinicamente excelente” representa uma boa coloração e translucidez em relação aos dentes vizinhos, e foi alcançado por 44,7% (n=17) das restaurações. O escore “clinicamente bom” representa desvio mínimo de cor e/ou translucidez, e foi alcançado por 31,5% (n=12) das restaurações. O escore “clinicamente satisfatório” representa um desvio claro de cor e/ou translucidez, porém sem afetar a estética, e foi alcançado por 10,5% (n=4) das restaurações. Já o escore “clinicamente ruim” foi alcançado por 13% (n=5) das restaurações e representa um desvio inaceitável de cor e/ou translucides, sendo necessária a substituição.

Gráfico 19 – Análise da estabilidade de cor e translucidez das restaurações para fechamento de diastema.

5.3.1.4 Forma anatômica

A forma anatômica das restaurações realizadas foi avaliada por seu efeito na aparência estética geral. As restaurações que apresentaram forma ideal obtiveram o escore “clinicamente excelente”, e representam 44,7% (n=17) das restaurações. Já aquelas que apresentaram forma anatômica desviando levemente do normal, obtiveram o escore “clinicamente bom”, e representam 36,8% (n=14) das restaurações. O escore “clinicamente satisfatório” foi obtido pelas restaurações que apresentaram forma diferente do normal, porém sem comprometer a estética, sendo essas 15,7% (n=6) do total. As restaurações que apresentaram forma esteticamente inaceitável, com correção necessária, receberam o escore “clinicamente insatisfatório” e representam 3,7% (n=1) do total.

17 44,7% 12 31,5% 4 10,5% 0 5 13% 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Estabilidade de Cor e Translucidez

Nú m er o de Re st au ra çõ es

(42)

Gráfico 20 – Análise da forma anatômica das restaurações para fechamento de diastema.

5.3.2 Propriedades funcionais

5.3.2.1 Fratura e retenção

A avaliação de fraturas e retenção das restaurações executadas foi realizada através da presença ou não de fraturas ou trincas. O escore “clinicamente excelente” representa as restaurações que não apresentam fraturas ou trincas, e foi obtido em 73,6% (n=28) das restaurações. A presença de pequena(s) trinca(s) representa o escore “clinicamente bom”, e foi obtido por 13% (n=5) das restaurações. Trincas que não afetam a adaptação marginal representam o escore “clinicamente satisfatório”, que foi obtido por 5,2% (n=2) das restaurações. Já 7,9% (n=3) das restaurações obtiveram o escore “clinicamente insatisfatório”, ou seja, apresentaram lascas que danificam a adaptação marginal e/ou ponto de contato ou fraturas em massa com perda parcial da restauração.

17 44,7% 14 36,8% 6 15,7% 3,7%1 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Forma Anatômica

Nú m er o de Re st au ra çõ es

(43)

Gráfico 21 – Análise da presença de fratura e retenção nas restaurações para fechamento de diastema.

5.3.2.2 Adaptação marginal

A adaptação marginal foi avaliada em todo o contorno das restaurações realizadas. Àquelas que apresentaram linha harmoniosa, sem lacunas ou descoloração, receberam o escore “clinicamente excelente”, e representam 52,6% (n=20) do total. As restaurações que obtiveram o escore “clinicamente bom” apresentaram pequena fratura marginal removível com polimento, e representam 39,4% (n=15) das restaurações. O escore “clinicamente satisfatório” representa as restaurações que apresentaram lacuna menor que 150µ não removível com polimento ou várias pequenas fraturas em esmalte e dentina, sendo essas 5,2% (n=2) do total. Já as restaurações que apresentaram lacuna mais que 250µ e/ou dentina exposta, ou lascas danificando margens, ou ainda fratura notável em esmalte ou dentina, receberam o escore “clinicamente insatisfatório”, sendo essas 3,7% (n=1) do total.

Gráfico 22 – Análise da adaptação marginal das restaurações para fechamento de diastema.

28 73,6% 5 13% 2 5,2% 3 7,9% 0 0 5 10 15 20 25 30 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Fratura e Retenção

20 52,6% 15 39,4% 2 5,2% 3,7%1 0 0 5 10 15 20 25 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Adaptação Marginal

Nú m er o de Re st au ra çõ es Nú m er o de Re st au ra çõ es

(44)

5.3.2.3 Forma anatômica proximal e ponto de contato

A forma anatômica proximal e o ponto de contato das restaurações realizadas foram avaliados através do uso de fio dental no espaço interdental, atentando para o grau de resistência apresentado. As restaurações que apresentaram ponto de contato e contorno normais receberam o escore “clinicamente excelente”, sendo essas 42% (n=16) do total. O escore “clinicamente bom” foi obtido por 15,7% (n=6) das restaurações, que apresentaram contato um pouco forte, mas sem desvantagem, e contorno ligeiramente deficiente. Restaurações que apresentaram contato um pouco fraco, sem indicação de danos à gengiva, estrutura periodontal e ao dente, e com contorno visivelmente deficiente receberam o escore “clinicamente satisfatório”, e representam 29% (n=11) do total. As restaurações que obtiveram o escore “clinicamente insatisfatório” apresentaram contato muito fraco, com possíveis danos devido a impacção de alimentos, e contato inadequado com reparo possível, representando 13% (n=5) do total.

Gráfico 23 – Análise da forma anatômica proximal e ponto de contato das restaurações para fechamento de diastema.

5.3.3 Propriedades biológicas

5.3.3.1 Integridade dental

Foi avaliada a integridade dental das restaurações realizadas através de inspeção visual, buscando por fendas, rachaduras ou fraturas. As restaurações que apresentaram completa integridade receberam o escore “clinicamente excelente” e representam 89,4% (n=34) do total. O escore “clinicamente bom” foi obtido por 7,9% (n=3) das restaurações, que apresentaram

16 42% 6 15,7% 11 29% 5 13% 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Forma Anatômica Proximal e Ponto de Contato

Nú m er o de Re st au ra çõ es

(45)

pequena fratura em esmalte marginal ou pequena rachadura em esmalte (<150µ). Restaurações que apresentaram esmalte marginal com defeito (<250µ), fenda (<250µ), esmalte lascado ou múltiplas rachaduras receberam o escore “clinicamente satisfatório” e representam 3,7% (n=1) do total.

Gráfico 24 – Análise da integridade dental das restaurações para fechamento de diastema.

5.3.3.2 Resposta periodontal

A resposta periodontal das restaurações realizadas foi avaliada através de inspeção visual, tátil e uso de fio dental. As restaurações que se apresentaram sem acúmulo de placa bacteriana, inflamação e nenhuma bolsa receberam escore “clinicamente excelente”, e representam 76,3% (n=29) do total das restaurações. Já as restaurações que apresentaram pequeno acúmulo de placa bacteriana, nenhuma inflamação e nenhuma bolsa em desenvolvimento receberam o escore “clinicamente bom”, e representam 23,6% (n=9) das restaurações. 34 89,4% 3 7,9% 3,7%1 0 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Integridade Dental

Nú m er o de Re st au ra çõ es

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Gráfico 25 – Análise da resposta periodontal das restaurações para fechamento de diastema.

Os resultados da avaliação clínica foram tabulados e divididos entre os escores obtidos, representados pelos valores de 1 a 5, sendo: 1. Clinicamente excelente; 2. Clinicamente bom; 3. Clinicamente satisfatório; 4. Clinicamente insatisfatório e 5. Clinicamente ruim. Os escores 1, 2 e 3 indicam restaurações satisfatórias, sem necessidade de substituição. Já os escores 4 e 5 indicam restaurações insatisfatórias, com necessidade de substituição. Assim, obteve-se a porcentagem dos resultados satisfatórios e a porcentagem de falha, demonstrados no quadro 2.

Quadro 2 - Escores obtidos na avaliação clínica

29 76,3% 9 23,6% 0 0 0 0 5 10 15 20 25 30 35 1. Clinicamente

Excelente 2. Clinicamente Bom 3. ClinicamenteSatisfatório 4. ClinicamenteInsatisfatório 5. Clinicamente Ruim

Resposta Periodontal

Escores

critérios FDI N 1 2 3 4 5 %satisfatório %falha

Brilho de superfície 38 19 18 0 0 1 97,36% 2,64% Manchamento 38 32 4 1 0 1 97,36% 2,64% Estabilidade de cor 38 17 12 4 0 5 86,84% 13,15% Forma anatômica 38 17 14 6 1 0 97,36% 2,64% Fratura e retenção 38 28 5 2 3 0 92,10% 7,90% Adaptação marginal 38 20 15 2 1 0 97,36% 2,64% Forma proximal 38 16 6 11 5 0 86,84% 13,15% Integridade dental 38 34 3 1 0 0 100% 0 Resposta periodontal 38 29 9 0 0 0 100% 0 Nú m er o de Re st au ra çõ es

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6 DISCUSSÃO

A Odontologia vem passando por muitas transformações no decorrer dos anos. O desenvolvimento tecnológico e científico na área restauradora promove o surgimento de novos materiais, e técnicas restauradoras são constantemente desenvolvidas de acordo com valores e exigências da sociedade moderna. Essas transformações devem atender aos conceitos de estética impostos tanto por pacientes quanto por Cirurgiões-Dentistas (VELLASCO et al., 2006; SIMÕES et al., 2009).

A realização de avaliações clínicas retrospectivas é de suma importância para o desenvolvimento da Odontologia baseada em evidências. Essas são indicadas para teste de novos materiais ou procedimentos restauradores. Dividem-se os critérios de avaliação em categorias, sendo essas estéticas, funcionais e biológicas, propostos para simplificar o procedimento de avaliação clínica e permitir uma análise mais detalhada das falhas (HICKEL

et al., 2007).

As restaurações desse estudo foram realizadas por alunos de 7ª, 9ª e 10ª fases, além de alunos de pós-graduação. Não houve diferença na qualidade das restaurações realizadas pelos diferentes grupos, o que pode ser justificado pelo treinamento padronizado que foi recebido durante a graduação. A obtenção do sucesso funcional e estético das restaurações em resina composta depende principalmente do operador, que deve compreender os princípios básicos dos sistemas adesivos e das resinas compostas atuais, além de ter uma visão multidisciplinar, que lhe possibilite diagnosticar e planejar o caso corretamente. A odontologia estética requer observação, paciência e aplicação meticulosa das técnicas e protocolos existentes (KEENE, 1963; FRANÇA, 2016). Além das excelentes características estéticas e mecânicas dos diferentes tipos de resinas compostas, a habilidade do dentista em obter uma forma anatômica natural, textura de superfície e efeitos ópticos também é um pré-requisito para um resultado esteticamente agradável (LEMPEL et al., 2017).

Os pacientes foram questionados quanto a realização de tratamento ortodôntico, sendo que metade deles já havia realizado algum tipo de intervenção ortodôntica e a outra metade não (gráfico 2). Para escolher a melhor opção de tratamento para o fechamento dos diastemas devemos realizar uma minuciosa análise da dentição do paciente, pois, o tratamento pode ser realizado através da ortodontia, de restaurações de resina composta ou com a combinação de ambas. É importante que o cirurgião-dentista converse com o paciente sobre a possível

Referências

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