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Ibase Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

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Academic year: 2021

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Ibase

– Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

Av. Rio Branco, 124, 8º andar – Centro CEP 20148-900 Rio de Janeiro – RJ

Tel.: +(21) 2509.0660 Fax: +(21) 3852.3517 Endereço eletrônico: ibase@ibase.br

www.ibase.br

Conselho Curador

Regina Novaes – presidenta (licenciada) João Guerra – vice-presidente

Carlos Alberto Afonso – 1º secretário Moacir Palmeira – 2º secretário Jane Souto de Oliveira – 3ª secretária Suplentes

Alcione Araújo Claudius Ceccon Jean Pierre Leroy Nádia Rebouças Conselho Fiscal Celso Japiassu Lins Falcão Nívia de Sousa

Pedro Celestino Pereira Suplentes

Luis Alberto Gomes de Souza Rousseau Leão Castelo Filho Direção Executiva

Cândido Grzybowski – diretor-geral Dulce Pandolfi João Sucupira Coordenadores(as) Ciro Torres Fernanda Carvalho Francisco Menezes

Gamaliel de Araújo Silva (interino) Iracema Dantas

Itamar Silva

João Roberto Lopes Pinto Leonardo Méllo

Moema Miranda Núbia Gonçalves

Relatório Ibase 2005

(3)

SUMÁRIO

Apresentação ... 5

Balanço Social do Ibase ... 6

Atividades das Linhas Programáticas ... 15

Alternativas Democráticas à Globalização ... 16

Democratização da Cidade ... 18

Economia Solidária ... 21

Monitoramento de Políticas Públicas ... 23

Participação da Sociedade Civil no Espaço Público ... 27

Processo Fórum Social Mundial ... 28

Responsabilidade Social e Ética nas Organizações ... 30

Segurança Alimentar e Nutricional ... 32

Atividades das Estratégias Institucionais ... 37

Comunicação ... 38

Indicadores para Ação Política ... 41

Relações Institucionais ... 43

Administração e Finanças ... 45

Articulações Institucionais Internacionais ... 47

Produções Ibase ... 49

Fontes de financiamento ... 53

(4)
(5)

5

Apresentação

P

E

m 2005, a atuação do Ibase foi intensa e diversificada. Como sempre, o compro-misso com a construção de um mundo mais justo e solidário norteou todas as suas ações. Com argumentos contundentes e qualificados, a instituição buscou interferir no de-bate público. Em articulação com organizações da sociedade civil e movimentos sociais, o Ibase promoveu seminários, capacitou atores sociais, produziu análises, avaliou impactos de ações governamentais, realizou campanhas.

Ampliar uma cultura de direitos, fortalecer o tecido associativo da sociedade e influenciar as políticas públicas foram preocupações permanentes. O desenvolvimento de estratégias para aumentar sua visibilidade e expandir sua base de apoio produziu bons resultados: o Ibase ampliou suas parcerias e um público mais amplo foi atingido por suas intervenções.

A presença em eventos nacionais e internacionais se deu de forma expressiva, merecendo destaque especial a participação na organização do Fórum Social Mundial. Cabe também aqui mencionar a importância do projeto Conversas com Betinho. Para comemorar os 70 anos do seu fundador, o Ibase promoveu, em espaços variados, debates em torno de ques-tões cruciais para a sociedade brasileira como a reforma agrária, o combate à fome, a cidadania e a ética na política.

Sob o ponto de vista da sua organização interna, as atividades do Ibase permaneceram aglutinadas em torno de dois grandes eixos: as Linhas Programáticas e as Estratégias Institucionais. Por meio de reuniões sistemáticas e seminários internos, houve um esforço para melhorar a integração entre as diversas equipes e criar uma transversalidade entre os diferentes projetos desenvolvidos pela instituição. Ao final da leitura deste relatório, perce-be-se o quanto o Ibase avançou em 2005. Isso, certamente, o qualificará, ainda mais, para melhor enfrentar os desafios em 2006.

Dulce Pandolfi Diretora do Ibase

(6)

6

Balanço Social do Ibase

3. Aplicação de recursos 2005 2004

Valor (Mil Reais) Valor (Mil Reais)

Despesas totais 1 3 . 2 9 8 1 0 0 % 9 . 1 7 5 1 0 0 % a) Projetos, programas

e ações sociais (excluindo pessoal) 8.425 63,36% 4.286 46,71% b) Pessoal (salários+benefícios+encargos) 4.008 30,14% 4.130 45,02% c) Despesas diversas 865 6,50% 759 8,27%

Operacionais 505 3,80% 500 5,45%

Impostos e taxas (ISS) 56 0,42% 0

Financeiras 252 1,90% 214 2,33%

Capital (máquinas+instalações

+equipamentos) 52 0,39% 45 0,49%

Outras (que devem ser

discriminadas conforme relevância) 0 – 0 – 2. Origem dos recursos 2005 2004

Valor (Mil Reais) Valor (Mil Reais)

Receitas totais 1 1 . 1 4 5 1 0 0 % 1 0 . 1 5 6 1 0 0 % a) Recursos governamentais

(subvenções) 0 – 0 –

b) Doações de pessoas jurídicas 80 0,72% 692 6,81% c) Doações de pessoas físicas 190 1,70% 224 2,21%

d) Contribuições 0 – 0 –

e) Patrocínios 2.366 21,23% 300 2,95% f) Cooperação internacional 7.935 71,20% 8.386 82,57% g) Prestação de serviços

e/ou venda de produtos 4 0,04% 4 0,04% h) Outras receitas 570 5,11% 550 5,42% 1. Identificação

Nome da instituição: Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas – Ibase Tipo/categoria (conforme instruções): ONG – Organização Não-Governamental

Natureza jurídica: [x] associação [ ] fundação [ ] sociedade Sem fins lucrativos? [x] sim [ ] não Isenta da cota patronal do INSS? [x] sim [ ] não

Possui Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas)? [x ] sim [ ] não Possui registro no: [x] CNAS [x] CEAS [x] CMAS

De utilidade pública? [ ] não Se sim, [x] federal [x] estadual [ ] municipal Classificada como Oscip (Lei 9.790/99): [ ] sim [x] não

(7)

7 5. Projetos, ações e contribuições 2005 2004

Valor (Mil Reais) Valor (Mil Reais) % sobre receita % sobre receita Metas 200 6 para a sociedade

a) Processo Fórum Social Mundial 5.025 45,09 1.304 12,84 1.860 Total Linhas Programáticas/

P r o j e t o s 11.355 Nº pessoas beneficiadas: 155.000 (1) Nº entidades beneficiadas: 6.900 Nº pessoas beneficiadas: 115.000 Nº entidades beneficiadas: 15.000 aumentar b) Alternativas Democráticas à 512 4,59 1.090 10,73 650 Nº pessoas beneficiadas: 1.600 Nº entidades beneficiadas: 75 Nº pessoas beneficiadas: 1.500 Nº entidades beneficiadas: 25 Globalização

Projeto 1: Agenda pós-neoliberal: alternativas estratégicas para o desenvolvimento humano democrático e sustentável Projeto 2: Diálogo entre os povos pela construção de um regionalismo alternativo

c) Participação da Sociedade Civil 684 6,14 630 6,20 0

Nº pessoas beneficiadas: 520 Nº entidades beneficiadas: 32 Nº pessoas beneficiadas: 500 Nº entidades beneficiadas: 75 no Espaço Público

Projeto 1: Mapas – Monitoramento ativo da participação da sociedade durante o governo Lula

Projeto 2: Ciclo de conferências da ONU e participação

da sociedade civil (2004) Projeto 3: Euralat: Observatório Eurolatinoamericano sobre Desenvolvimento Democrático e Local (2004)

Projeto 1: Fórum Social Mundial

aumentar sem metas (2) % sobre receita % sobre receita Metas 200 6 para os(as) funcionários(as)

a) Alimentação 194 1,74 173 1,70 manter

b) Educação 13 0,12 7 0,07 aumentar

c) Capacitação e desenvolvimento

profissional 19 0,17 38 0,37 manter

d) Creche ou auxílio-creche 78 0,70 76 0,75 manter

e) Saúde 227 2,04 173 1,70 manter

f) Segurança e saúde no trabalho 2 0,02 3 0,03 aumentar

g) Transporte 31 0,28 26 0,26 manter

h) Bolsas/estágios 47 0,42 61 0,60 aumentar

i) Outros 0 – 148 1,46 manter

Total - Indicadores sociais internos 6 1 1 5 , 4 8 7 0 5 6 , 9 4 –

(Mil Reais)

4. Indicadores sociais internos 2005 2004

Ações e benefícios Valor Valor (Mil Reais)

(8)

8

d) Monitoramento de Políticas Públicas 1.410 12,65 1.054 10,38 1.260 Projeto 1: Democratização

do orçamento público Projeto 2: Observatório da Cidadania

Projeto 3: Democratização dos vetores do desenvolvimento nacional

Projeto 4: Educação a distância Projeto 5: Diálogos contra o racismo

Nº pessoas beneficiadas: 80.330 Nº entidades beneficiadas: 1.090 Nº pessoas beneficiadas: 18.000 Nº entidades beneficiadas: 240 e) Democratização da Cidade 2.412 21,64 1.690 16,64 3.130 Projeto 1: Agenda Social Rio

Projeto 2: Pesquisa Juventude Brasileira e Democracia Projeto 3: Meio ambiente e democracia (2004) Projeto 4: Participação local e direito à cidade (2004) Projeto 5: Conflito urbano/ violência

Projeto 6: Redes e fóruns de articulação

Projeto 7: Água em unidade de conservação - Parque Nacional da Tijuca/TerrAzul

Projeto 8: Núcleos de integração: uma proposta para o desenvolvimento integrado de comunidades de baixa renda

Nº pessoas beneficiadas: 37.571 Nº entidades beneficiadas: 814 Nº pessoas beneficiadas: 34.530 Nº entidades beneficiadas: 597

f) Segurança Alimentar e Nutricional 652 5,85 743 7,32 1.485 Projeto 1: Formação de atores

sociais em segurança alimentar e nutricional

Projeto 2: Participação no Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional (FBSAN)

Projeto 3: Participação em Conseas (nacional e do estado do Rio de Janeiro) Projeto 4: Programa Bolsa Família: padrão de consumo alimentar e oportunidade de empreendimentos associativos

Projeto 5: Parceria institucional com o Comitê Francês de Solidariedade Internacional (CFSI) Nº pessoas beneficiadas: 7.785 (3) Nº entidades beneficiadas: 292 Nº pessoas beneficiadas: 5.858 Nº entidades beneficiadas: 199 g) Economia Solidária 229 2,05 353 3,48 670 Projeto 1: Participação no Fórum

Brasileiro de Economia Solidária (FBES) Projeto 2: Economia solidária, agricultura familiar e segurança alimentar (avaliação Pronaf)

Nº pessoas beneficiadas: 55.800 (4) Nº entidades beneficiadas: 800 Nº pessoas beneficiadas: 2.560 Nº entidades beneficiadas: 106 manter manter aumentar manter 2005 2004

Cont. item 5) Valor (Mil Reais) Valor (Mil Reais)

% sobre receita % sobre receita M e t a s 2006

(9)

9 h) Responsabilidade Social e Ética

nas Organizações 661 5,93 767 7,55 410 Projeto 1: Responsabilidade social

das empresas e balanço social Projeto 2: Red Puentes: Rede Latino-americana de RSE Nº pessoas beneficiadas: 5.760 Nº entidades beneficiadas: 745 Nº pessoas beneficiadas: 4.445 Nº entidades beneficiadas: 301 i) Debate Público 1.713 15,37 1.544 15,20 1.890 Projeto 1: Jornal da Cidadania

Projeto 2: Revista Democracia Viva Projeto 3: IbaseNet

Projeto 4: Informe Ibase

Projeto 5: Indicadores para Ação (2004) Projeto 6: IbaseMídia

Projeto 7: Editora Ibase e Imagem Institucional (2004) Nº pessoas beneficiadas: 780.420 (5) Nº entidades beneficiadas: 1.679 Nº pessoas beneficiadas: 812.000 (6) Nº entidades beneficiadas: 1.309 aumentar aumentar 6. Outros indicadores 2005 2004 Nº total de alunos(as) NA NA NA Nº de alunos(as)

com bolsas integrais NA NA NA

Valor total das bolsas integrais NA NA NA Nº de alunos(as) com bolsas parciais NA NA NA Valor total de bolsas parciais NA NA NA Nº de alunos(as) com bolsas de

iniciação científica e de pesquisa NA NA NA Valor total de bolsas de iniciação

científica e de pesquisa NA NA NA

Metas 200 6

2005 2004

Cont. item 5) Valor (Mil Reais) Valor (Mil Reais)

% sobre receita % sobre receita M e t a s 2006

(10)

10

8. Qualificação do corpo funcional 2005 2004

Nº total de docentes NA NA NA Nº de doutores(as) NA NA NA Nº de mestres(as) NA NA NA Nº de especializados(as) NA NA NA Nº de graduados(as) NA NA NA Nº total de funcionários(as)

no corpo técnico e administrativo 5 1 5 2 (9)

Nº de pós-graduados (especialistas,

mestres e doutores) 22 21 –

Nº de graduados(as) 19 20 –

Nº de graduandos(as) 6 6 –

Nº de pessoas com ensino médio 1 2 – Nº de pessoas com ensino fundamental 1 1

Nº de pessoas com ensino fundamental

incompleto 2 2 0

Nº de pessoas não-alfabetizadas 0 0 0

Metas 200 6

7. Indicadores sobre o corpo funcional 2005 2004 Nº total de empregados(as)

ao final do período 51 52 54

Nº de admissões durante o período 2 9 3 Nº de prestadores(as) de serviço 6 (7) 4 (7) 6

% de empregados(as) acima de 45 anos 29% 31% 30% Nº de mulheres que trabalham na instituição 32 31 34 % de cargos de chefia ocupados por mulheres 38% 42% 50% Idade média das mulheres em cargos de chefia 50 47 – Salário médio das mulheres R$ 3.497 R$ 3.195 – Idade média dos homens em cargos de chefia 45 50 – Salário médio dos homens R$ 4.980 R$ 4.389 – Nº de negros(as) que trabalham na instituição 19 (8) 20 20

% de cargos de chefia ocupados por negros(as) 15% 8% 25% Idade média dos(as) negros(as) em cargos de chefia 43 49 – Salário médio dos(as) negros(as) R$ 2.651 R$ 2.467 – Nº de brancos(as) que trabalham na instituição 32 32 36 Salário médio dos(as) brancos(as) R$ 4.623 R$ 4.497 –

Nº de estagiários(as) 5 7 7

(2 mulheres negras, (2 mulheres negras 2 mulheres brancas 4 mulheres brancas e 1 homem branco) e 1 homem branco)

Nº de voluntários(as) 2 0 1

Nº de portadores(as) de necessidades especiais 0 0 1 Salário médio portadores(as) de necessidades especiais – – –

Metas 20 06

(11)

11 quanto à ética, transparência

e responsabilidade social

9. Informações relevantes 2005 Metas 2006

Relação entre a maior

e a menor remuneração 11,47 vezes 11,47 vezes O processo de admissão de empregados(as) é: 0% indicação 100% seleção/concurso 0% indicação 100% seleção/concurso A instituição desenvolve alguma

política ou ação de valorização da diversidade em seu quadro funcional?

[x] sim, institucionalizada [ ] sim, não-institucionalizada [ ] não [x] sim, institucionalizada [ ] sim, não-institucionalizada [ ] não

Se “sim” na questão anterior, qual? [x] negros(as) [x] gênero [ ] orientação sexual [ ] portadores(as) de necessidades especiais [ ] ___ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ [x] negros(as) [x] gênero [ ] orientação sexual [x] portadores(as) de necessidades especiais [ ] ___ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _

A organização desenvolve alguma política ou ação de valorização da diversidade entre alunos(as) e/ou beneficiários(as)? [x] sim, institucionalizada [ ] sim, não-institucionalizada [ ] não [x] sim, institucionalizada [ ] sim, não-institucionalizada [ ] não

Se “sim” na questão anterior, qual? [x] negros(as) [x] gênero [ ] orientação sexual [ ] portadores(as) de necessidades especiais [ ] ___ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ [x] negros(as) [x] gênero [x] orientação sexual [x] portadores(as) de necessidades especiais [ ] ___ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ Na seleção de parceiros(as) e prestadores(as) de serviço, critérios éticos e de responsabilidade social e ambiental:

[ ] não são considerados [x] são sugeridos [ ] são exigidos

[ ] não são considerados [ ] são sugeridos [x] são exigidos A participação de empregados(as) no planejamento da instituição: [ ] não ocorre [ ] ocorre em nível de chefia [x] ocorre em todos os níveis [ ] não ocorre [ ] ocorre em nível de chefia [x] ocorre em todos os níveis Os processos eleitorais democráticos

para escolha de coordenadores(as) e diretores(as) da organização: [x] não ocorrem [ ] ocorrem regularmente [ ] ocorrem somente p/ cargos intermediários [x] não ocorrem [ ] ocorrem regularmente [ ] ocorrem somente p/ cargos intermediários A instituição possui Comissão/

Conselho de Ética para acompanhamento de: [ ] todas as ações/ atividades [ ] ensino e pesquisa [ ] experimentação animal/ vivissecção [x] não tem [ ] todas as ações/ atividades [ ] ensino e pesquisa [ ] experimentação animal/ vivissecção [x] não tem

(12)

12

10. Outras informações

1. Durante o período citado (2005 e 2004), as principais fontes de recursos foram (em ordem descrescente do valor oferecido):

a) Doações de pessoas jurídicas

Pessoas jurídicas (doações de diversas pessoas jurídicas com valores inferiores a R$10.000,00)

b) Doações de pessoas físicas Amigos(as) do Ibase

2005: 2.401 pessoas (1.301 apoios contínuos* e 1.100 apoios únicos) 2004: 3.734 pessoas (1.102 apoios contínuos e 2.632 apoios únicos). *aumento de 18% em relação a 2004

c) Convênios

Finep, Instituto TerrAzul, Fundação Banco do Brasil e Furnas Centrais Elétricas d) Patrocínios

Petrobras e Eletrobrás e) Cooperação internacional

Novib (Holanda), IDRC (Canadá), EED (Alemanha), Sida (Suécia), Fundação Ford (EUA), Fundación Rostros y Voces (México – convênio cooperação Ministério Holandês e Novib), Fundação Rosa Luxemburgo (Brasil/Alemanha), Fundação W. K. Kellogg (EUA), Fundação General de La UAM, Fundo Rockfeller Brothers, CCFD (França), Oxfam Recife (GB), Action Aid (Inglaterra), Christian Aid (Inglaterra), Ayuntamento de Sant Cugat (Espanha), Cafod, Arci Cultural (Itália), Unrisd-ONU (Suíça), Institute for International Education (EUA), Unesco, Fundação Fons Catalã (Espanha), Fundação Heinrich Böll (Alemanha) e outras externas (doações diversas de valores inferiores a R$12.000,00).

f) Outras receitas

Rendimentos sobre aplicações financeiras, rendimentos sobre bens próprios, direitos autorais. OBS.: das receitas obtidas no ano de 2005, o montante de R$4.693.869,60 foi destinado à cobertura das despesas com o Fórum Social Mundial (FSM), do qual o Ibase é um dos integrantes do Comitê Internacional e foi responsável, em conjunto com a Abong, pela administração dos recursos destinados à preparação do FSM 2006. Do montante recebido, foram obtidos R$1.850.000,00 de patrocínio (Petrobras) e R$ 2.843.859,60 da cooperação internacional.

2. A classificação dos projetos executados em 2005 e 2004 considera:

a) A definição do Plano Estratégico, em que os projetos estão ordenados por Linha Programática.

(13)

13 internacional, mobilizador do conjunto de redes e articulações das sociedades civis do

mundo inteiro em torno do esforço coletivo de construção de alternativas ao modelo neoliberal de globalização e preparação do evento anual.

c) O projeto Jornal da Cidadania, classificado na Linha Programática Debate Público, é uma publicação bimestral e gratuita, distribuída em escolas públicas dos ensinos fundamental e médio de todo o Brasil, cujo objetivo principal é a defesas dos direitos da criança e do(a) adolescente.

d) O projeto Indicadores para a Ação foi incluído como ação de Debate Público.

3. Notas explicativas

(1 ) Pessoas que estiveram no FSM 2005, em Porto Alegre, de 26 a 31 de janeiro. (2 ) Não há metas pelo fato de os projetos já terem encerrado suas atividades. (3 ) Este número não inclui 37 milhões de estudantes atendidos(as) pelo programa de

alimentação escolar.

(4 ) Este número inclui as pessoas que participaram do mapeamento nacional sobre empreendimentos de economia solidária.

(5 ) Este total inclui as 500 mil pessoas que acessaram o IbaseNet. Outra alteração neste número vem em resposta à pesquisa realizada sobre o Jornal da Cidadania: uma série de alterações foram feitas no cadastro, excluindo alguns pontos de distribuição e incluindo outros. Tais mudanças poderão ser avaliadas em 2006.

(6 ) O número de pessoas beneficiadas em 2004 foi recalculado, sendo correto o valor ora apresentado.

(7 ) A partir de 2005, o Ibase definiu que a informação sobre o número de prestadores(as) de serviços deveria somente contemplar quem realizou atividades nas instalações da

instituição. Dessa forma, em 2004, o número de prestadores(as) de serviço foi de 4. (8 ) As informações sobre raça/cor foram apuradas por meio de autodeclaração dos(as)

funcionários(as), considerando trabalhadores(as) negros(as) o somatório de indivíduos autodeclarados como de pele preta e parda (conforme a RAIS).

(9 ) O Ibase possui um Plano de Educação Continuada (PEC), que visa ao contínuo e permanente desenvolvimento acadêmico de todos(as) os(as) funcionários(as).

4. Convenções

(14)
(15)

Atividades das

Linhas Programáticas

(16)

16

Alternativas Democráticas

à Globalização

Agenda Pós-neoliberal: Alternativas Estratégicas

para o Desenvolvimento Humano Democrático

e Sustentável

No processo FSM e entre redes e movimentos da sociedade civil que atuam no campo do altermundialismo, é clara a urgência de avançar em propostas concretas de superação do neoliberalismo. Como uma contribuição ao debate, seguimos em 2005 com o projeto, rea-lizado em parceria com Fundação Rosa Luxemburgo, Action Aid Brasil, Articulación Femi-nista Marcosur e Planeta Porto Alegre.

A nova metodologia de seminários fechados adotada pelo projeto em 2005 contribuiu para o aprofundamento das discussões. Foram realizados dois eventos desse tipo, em maio e outubro, além de um debate aberto no Fórum Social Mundial 2005, em Porto Alegre. Os seminários foram marcados por uma rica troca de idéias entre participantes de movimentos sociais, ONGs e acadêmicos.

O resultado desse trabalho foi sistematizado na publicação Miradas y Reflexiones: bases para la construcción de uma agenda postneoliberal / Observations and Reflections: bases for building a post-neoliberal agenda (edição bilíngüe em espanhol e inglês). O CD-ROM que acompanha o livro reproduz seu conteúdo, incluindo ainda uma versão em português do texto impresso e os artigos produzidos nos anos anteriores do projeto.

No livro, procuramos elencar os princípios e fundamentos em torno dos quais foi possível avançar em consenso iniciais. Trata-se de um texto aberto e sujeito a novas contribuições. Nele, destacam-se, entre outras questões, a necessidade de superar a concepção de que a luta emancipatória tem ou terá um sujeito histórico “principal”, capaz de estabelecer um plano de lutas, definindo, de forma centralizada, uma hierarquização de prioridades; a im-portância política fundamental de construir agendas, propor e animar lutas comuns que incorporem a diversidade (de atores e perspectivas) como base de construção política; a necessidade de valorizar e articular as ações contra-hegemônicas que se criam contra o capitalismo ainda durante sua vigência; a urgência em redesenhar o sentido da política, complexificando nossa compreensão e incorporando diferentes formas de ação e interven-ção que se reivindicam como políticas. Fica claro que não temos acúmulo suficiente – e talvez não venhamos mais a ter possibilidade – de construir novas sínteses de esquerda que, de forma esquemática e hierárquica, definam a prioridade e o sentido da ação política emancipatória. Construir propostas em rede e atuar de forma reticular é ainda um enorme desafio e requer um intenso processo coletivo de aprendizado.

(17)

17

Diálogo entre os Povos pela Construção

de um Regionalismo Alternativo

O projeto foi negociado com as agências financiadoras, ao longo de 2005, num processo que culminou, em novembro, com a aprovação de uma proposta de ação detalhada para 2006 pela Novib. As entidades de referência (Ibase e AIDC) realizaram uma reunião e ficou acordado que serão realizados quatro encontros internacionais, divididos entre África e América do Sul, além da realização de estudos e mapeamentos dos principais atores envol-vidos nos processos de lutas sociais e integração em ambos os continentes.

Houve um seminário do projeto durante o Fórum Social Mundial 2005, que contou com amplo público, incluindo representantes de países asiáticos – o que aponta para o interesse que o projeto vem despertando também em outros continentes.

(18)

18

Democratização da Cidade

O Ibase aposta no fortalecimento do movimento comunitário como estratégia para qua-lificar a luta por uma política de desenvolvimento urbano que inclua as pessoas pobres na plenitude de seus direitos e crie condições para a elaboração de políticas públicas democráticas e participativas. Tal objetivo é perseguido por esta Linha Programática em todas as suas frentes.

Água em Unidade de Conservação – Parque Nacional

da Tijuca/ Instituto TerrAzul

Este projeto pode fazer a diferença no debate sobre a cidade que queremos. Ao longo do ano, buscou-se contribuir para ampliar a participação no conselho gestor do Parque Nacio-nal da Tijuca, aproximando as comunidades de seu entorno. Os resultados desse trabalho podem ser conferidos no documento Diagnóstico Socioambiental do Parque Nacional da Tijuca e áreas de seu entorno, que está acessível nos sites do Ibase e do Instituto TerrAzul.

Agenda Social Rio

Este projeto vem sendo implementado pelo Ibase desde 1998, com o desenvolvimento de diversas atividades voltadas para jovens, mulheres e lideranças comunitárias. Sua atuação concentra-se na Grande Tijuca – que compreende sete bairros da Zona Norte carioca com 29 favelas. Um dos destaques de 2005 foi o fortalecimento do grupo de mulheres Arteiras. O grupo, formado em 2001, é composto por 25 mulheres, entre 20 e 70 anos, moradoras de quatro comunidades da Grande Tijuca. Articula-se em torno de uma proposta de geração de trabalho e renda, na perspectiva de um empreendimento solidário. Hoje, as Arteiras estão organizadas em quatro subgrupos de produção solidária: Papel, Costura, Cosméticos e Cu-linária. Elas priorizam a produção coletiva e o desenvolvimento de produtos a partir da reciclagem. Em 2005, por meio de cursos de capacitação e intercâmbio de experiências com outros grupos, foi possível aprimorar a qualidade e melhorar a visibilidade dos produ-tos das Arteiras, aumentando os posprodu-tos de vendas e sua participação semanal em feiras e eventos. Por meio do Fundo de Solidariedade, criado pelo Ibase, várias integrantes pude-ram participar do Fórum Social Mundial 2005, expor seus produtos a outros públicos e replicar os conhecimentos apreendidos em suas comunidades e no próprio grupo. Para o FSM 2006, Capítulo Venezuela, duas representantes das Arteiras foram selecionadas, tam-bém por meio do Fundo, para participar.

Outra iniciativa relevante da Agenda em 2005 foram as rodas de conversa Cotas Raciais, Por que Sim?, visando à promoção do debate sobre cotas raciais, oferecendo argumentos pró-cotas ao público, principalmente estudantes. Foram realizados quatro encontros em favelas de Botafogo, Tijuca, Rio das Pedras e Cidade de Deus. No âmbito dessa iniciativa foi lançada,

(19)

19

no meio do ano, a cartilha Cotas Raciais, Por que Sim?, com tiragem de 5 mil exemplares. A publicação, de bolso, aborda a questão contextualizando o cenário social de desigualdade entre pessoas negras e brancas e foi distribuída em pré-vestibulares comunitários, escolas e universidades das redes pública e particular do Rio de Janeiro e ONGs. A versão impressa está esgotada, mas está disponível em formato eletrônico no site do Ibase.

A produção do programa semanal Ciranda Cidadã, com uma hora de duração, na Rádio Grande Tijuca, é mais um resultado da atuação da Agenda em 2005, levando ao público da região debates e informações sobre cultura, educação e cidadania, entre outros assuntos. Na mesma linha, foi produzido o jornal mural Falas da Cidade, informativo quadrimestral, com tiragem de mil exemplares, distribuídos em escolas da rede pública e privada, associações de moradores(as) e ONGs.

Ao longo do ano, a Agenda buscou ainda contribuir para a reconstrução da memória das comunidades da Grande Tijuca, a partir dos relatos de moradores e moradoras. Com esse objetivo, organizando debates e oficinas, o projeto Condutores de Memória possibilitou a capacitação de 80 pessoas de favelas em 2005.

Núcleos de Integração: uma Proposta para

o Desenvolvimento Integrado de Comunidades

de Baixa Renda

O projeto tem duas áreas de atuação: Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, RJ, e as comunidades quilombolas do Espírito Santo. Ao longo do ano, priorizou a realização de atividades visando contribuir para que a população que vive em torno do aterro sanitário de Jardim Gramacho se sinta capaz de demandar do poder público políticas e ações que lhes garanta trabalho e qualidade de vida, desconstruindo os preconceitos que opõe catadores(as) a não-catadores(as). A organização do evento Aldeia da Cidadania em parceria com o gover-no em casa é um exemplo desse impacto, pois respondeu a uma demanda identificada pelo projeto: a falta de documentação dos(as) moradores(as). Na ocasião, cerca de 2 mil pessoas presentes ao evento tiveram oportunidade de solicitar documentos, fazer consultas médicas e odontológicas, entre outras atividades realizadas. Os resultados podem ser conferidos na publicação Diagnóstico Social de Jardim Gramacho. O documento foi impresso em 35 cópi-as, distribuídas para instituições locais e setores da prefeitura.

Ainda por meio da atuação dos Núcleos, duas visitas exploratórias foram realizadas nas comunidades quilombolas de São Pedro, Retiro de Magaraí e Araçatiba. Também foram organizados um seminário, reuniões e entrevistas para possibilitar um levantamento inicial de dados sobre essas populações, que podem ser conferidos no documento Pré-Diagnóstico Social de Araçatiba e Retiro de Magaraí.

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Pesquisa Juventude Brasileira e Democracia

Por meio de uma ampla pesquisa, realizada por Ibase e Pólis, em 2004 e 2005, o projeto colocou em prática diversas estratégias para ampliar a compreensão em torno da juventude urbana, com o objetivo de dar relevância ao debate e abrir espaço para que, efetivamente, os(as) jovens participem da elaboração de políticas públicas. Em uma primeira etapa da pesquisa, foram ouvidos(as) 8 mil jovens de 15 a 24 anos em sete Regiões Metropolitanas (RMS) e no Distrito Federal. Em uma segunda etapa, foi realizada uma bateria qualitativa com 913 jovens, organizados(as) em 39 Grupos de Diálogo (baseados em metodologia inédita no país, fornecida por Redes Canadenses de Pesquisa em Políticas Públicas / CPRN). Os resultados do levantamento estão disponíveis em CD-ROM, versões em português e inglês, que contém o relatório final da pesquisa, o relatório da metodologia e os relatórios regionais por RM. Também foi produzida uma edição especial da revista Democracia Viva com análises inéditas da equipe de pesquisa. A pesquisa teve boa repercussão nos meios de comunicação com matérias, artigos e entrevistas publicados, em sua maioria, com a linha editorial valorizando os achados sobre o “potencial participativo” da juventude bra-sileira pesquisada.

Redes e Fóruns de Articulação

As atividades do projeto em 2005 contribuíram para dar visibilidade e fortalecer movimen-tos e redes juvenis no Brasil. Por meio da realização de oficinas, seminários, atividades de formação e também da participação direta no Conselho Nacional de Juventude, foi possível medir os impactos da pesquisa Juventude Brasileira e Democracia e promover debates em torno das demandas juvenis. O Ibase participa também da Rede Brasileira de Justiça Ambiental e Redesenvolvimento, espaço que vem possibilitando aprimorar o conhecimento e a prática de atuação em redes. Participa também do Fórum Nacional de Reforma Urbana, o que tem permitido estreitar os laços com entidades e movimentos sociais articulados em torno das questões das cidades. A participação na Marcha Nacional da Reforma Urbana e pelo Direito à Cidade, em agosto, e na 2ª Conferência Nacional das Cidades, em novembro, ambas na capital do país, são dois exemplos positivos dessa articulação.

Conflito Urbano/ Violência

O projeto tenciona jogar luz no binômio violência-favela, criando condições para que as próprias pessoas que moram em favelas “digam a sua palavra” e participem, com novos argumentos, do debate sobre a segurança pública na cidade do Rio de Janeiro. Consideran-do esta uma condição fundamental para se reduzir as desigualdades e garantir uma cidade para todas as pessoas, o projeto realizou diversas atividades ao longo do ano. Um destaque foi a participação na criação da Frente Estadual contra a Remoção e pelo Direito à Moradia, que pretende ser um interlocutor coletivo capaz de se contrapor à visão mercantilizada existente hoje em torno das cidades e ampliar o debate em torno do direito à cidade.

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Economia Solidária

Economia Solidária, Agricultura Familiar e Segurança

Alimentar (Avaliação Pronaf)

Ao longo de 2005, o Ibase realizou tratativas com a Secretaria de Agricultura Familiar (SAF) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) no sentido de construir uma proposta de avaliação dos impactos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), sendo o projeto aprovado em dezembro. Esse período de construção da proposta foi valioso não só para uma melhor definição da amostra a ser estudada. No caso, optou-se por um projeto-piloto no estado do Paraná, em função da densidade e distribuição do crédito Pronaf naquele estado. Além disso, avançou-se na definição de instrumentos neces-sários à avaliação do impacto do crédito sobre a economia local, algo essencial para se pensar estratégias de desenvolvimento rural sustentável a partir da agricultura familiar.

Participação no Fórum Brasileiro de Economia

Solidária (FBES)

Em 2005, passos importantes foram dados no amadurecimento institucional da economia solidária, como projeto de democratização das relações econômicas. Por meio de sua atua-ção no Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES) e no Fórum de Cooperativismo Popu-lar do Rio (FCP), o Ibase tem contribuído para esse amadurecimento, especialmente na produção e divulgação de informação e conhecimento.

Alguns avanços merecem destaque nas escalas local, nacional e internacional. Nos âmbitos local ou estadual, aponta-se o processo de interiorização do FCP, com a criação de fóruns municipais em, pelo menos, seis novas cidades. O Ibase apoiou iniciativas locais de econo-mia solidária, organizando oficinas de sensibilização ou intervindo em debates públicos. Outro destaque é relativo à preocupação, cada vez maior, embora ainda não traduzida em ações, das organizações que compõem o FCP de incidir sobre a gestão municipal em favor de políticas públicas de economia solidária.

Em termos nacionais, mas com forte rebatimento no estado, um avanço foi o mapeamento nacional de empreendimentos econômicos solidários, com a criação do Sistema Nacional de Informações em Economia Solidária. O Ibase vem participando desse processo desde o seu início no GT de Mapeamento do FBES. O mapeamento, que no caso do Rio de Janeiro ficou a cargo do Ibase, contribuiu fortemente para o processo de sensibilização e mobilização de atores em torno do projeto de economia solidária. Seus resultados projetam os empreendi-mentos solidários como uma categoria social publicamente reconhecida, além de fornecer as bases para uma efetiva integração entre esses empreendimentos.

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Outro ponto a ser ressaltado nacionalmente refere-se ao debate em torno à legislação cooperativista. O Ibase tem atuado na construção de uma proposta que acabe com a unicidade da representação cooperativista e crie um sistema mais plural e democrático. Por meio desse debate, o FBES aproximou-se de duas importantes e recém-criadas organizações cooperativistas: a União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e o Sistema Unisol. Vale ainda pontuar que a retomada pelo Ibase da iniciativa do balanço social das cooperativas mostra-se particularmente oportuna neste momento em que a institucionalidade das cooperativas ganha maior visibilidade pública.

No campo internacional, para além da participação destacada da economia solidária no V FSM em Porto Alegre, chama a atenção o processo de articulação em âmbito latino-americano. Foram vários os momentos de aproximação. Destaque para a I Feira de Economia Solidária do Mercosul e do seminário Mercosul solidário: outra integração é possível, ocorridos em Santa Maria/RS; o encontro Economia Solidária e Comércio Justo, em Cochabamba, na Bolívia; o III Encontro Internacional sobre a Globalização da Solidariedade, ocorrido em Dakar, no Senegal, onde se criou uma organização internacional de economia solidária, a Rede Intercontinental de Promoção da Economia Social e Solidária (Ripess), na qual o FBES ficou responsável, juntamente com o Gresp, do Peru, pela articulação da América do Sul; o Encontro de Empresas Recuperadas e o I Encontro Ibero-Americano de Cooperativas, ambos realizados em Caracas, Venezuela. O Ibase esteve presente em Santa Maria e Caracas e, no âmbito do GT de Relações Internacio-nais do FBES, contribuiu na organização da participação do Fórum nesses eventos. No final de 2005, colaborou com a organização da economia solidária no VI FSM, em Caracas, pautando a temática do desenvolvimento como transversal à agenda da economia solidária e contribu-indo nas condições para a participação do maior número de empreendimentos no Fórum. No que diz respeito à relação com outros movimentos sociais, vale ressaltar a aproximação, por ocasião do V FSM, com o movimento da segurança e soberania alimentar, bem como a articulação com organizações envolvidas no debate sobre novas formas de integração regi-onal. Foi o caso dos contatos com a Rede Brasileira sobre Instituições Financeiras e o Foro Estratégia País – Argentina, organizações voltadas a construir uma nova agenda para o desenvolvimento nacional e regional.

É importante pontuar também alguns avanços político-organizativos no âmbito do movi-mento da economia solidária. De um lado, a secretaria do FBES elaborou um projeto para a sustentabilidade do Fórum e já se iniciou um processo de busca de novas fontes de financiamento. A necessidade de buscar o fortalecimento dos fóruns estaduais é consenso na coordenação do FBES. Outro ponto refere-se à aproximação entre as assessorias, buscan-do construir agendas e práticas mais convergentes. Destaque aí para a articulação das asses-sorias do FCP, em que o Ibase vem participando diretamente, principalmente de questões referentes à formação e legislação para a economia solidária. O FBES, juntamente com a Senaes/MTE, deu início ao processo de organização de conferências estaduais e nacional, com realização prevista para o primeiro quadrimestre de 2006. As conferências certamente representarão um marco no processo de institucionalização da economia solidária.

Vale ressaltar ainda que o tema da economia solidária esteve mais presente na mídia em 2005: foram concedidas dez entrevistas a veículos de grande circulação, como o jornal O Globo e O Estado de São Paulo, a TVE, mas também a rádios comerciais e comunitárias.

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Monitoramento de Políticas

Públicas

O trabalho que vem sendo desenvolvido nesta Linha Programática tem por objetivo contri-buir para a democratização das políticas públicas e, conseqüentemente, para a redução das desigualdades sociais e para a afirmação e garantia dos direitos fundamentais. Para tal, promovemos espaços para o debate público, capacitação, articulação entre organizações da sociedade civil e movimentos sociais, e produzimos análises sobre os impactos das ações governamentais e alternativas de políticas públicas. Reconhecendo a necessidade de um ambiente favorável à implementação dessas políticas, realizamos campanhas públicas visan-do ao desenvolvimento de atitudes e de uma cultura mais solidária e democrática. Realiza-mos também o acompanhamento do uso de recursos públicos estimulando o diálogo entre organizações da sociedade civil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, vetor estratégico para o desenvolvimento brasileiro.

Observatório da Cidadania

Trabalhamos na elaboração da 10ª edição do relatório 2005 – Rugidos e Sussurros, lançada em novembro. Seu tema foi a avaliação dos dez anos da Cúpula de Desenvolvimento Social da ONU e da Conferência da Mulher (Beijing), além dos cinco anos da Cúpula do Milênio. As análises e indicadores apresentados mostraram que os avanços nas várias áreas de desenvol-vimento social, na maioria dos países, assim como no Brasil, foram insignificantes ou inexistentes. A grande divulgação pela mídia, especialmente na TV, da posição do Brasil no Índice de Capacidades Básicas (ICB) e no Índice de Eqüidade de Gênero (IEG), produzidos pelo Social Watch/ Observatório da Cidadania, abriu espaços para a exposição e o debate dos fatores responsáveis pela persistência da pobreza e das desigualdades. Após uma década de existência, a iniciativa conta com uma rede extensa, diversa e bem articulada de mais de 400 organizações da sociedade civil, em 60 países, com forte presença internacional na ONU e outros organismos. Por ocasião do lançamento do relatório, concedemos 13 entrevistas a veículos da grande imprensa, como Jornal Nacional, da TV Globo; Jornal das Dez, da GloboNews; revista Carta Capital, jornal Folha de São Paulo e para diversas emissoras de rádio. Os dados da publicação também foram assunto de 23 matérias, em jornais, como Folha de São Paulo e O Globo.

Diálogos contra o Racismo

Um amplo esquema de divulgação da campanha Onde você guarda o seu racismo? foi realizado, com sua veiculação pela Rede Globo, GloboNews, TV Educativa, TV Cultura, TV Senado, TV Câmara, TV Viva de Pernambuco, rede de cinemas Cinemark e rede de cinemas Estação, Rádio MEC, Rádio Fala Mulher e rádios comunitárias de vários estados: RJ, BA, ES, PE, PA, Brasília, SP e RS. Foi criado um site próprio e produzida uma série de materiais (85 mil folhetos, 10 mil bottons, 5 mil cartazes, 50 busdoors e 50 outdoors), difundida por todo o

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país, além da participação em debates e eventos. Para facilitar o atendimento dessa deman-da, a coordenação da campanha, com apoio de profissionais de mídia e das entidades parceiras, traçou uma estratégia, iniciando a consolidação de núcleos regionais e levando a campanha para novos públicos. O primeiro resultado foi a produção de vídeos para televisão especialmente para os públicos do Norte/ Nordeste (gravados na Bahia e Recife) e do Sul (gravados em Porto Alegre), que dão um tom regional à campanha.

Um grande espaço na mídia para incidentes de discriminação contra jogadores(as) brasileiros(as), durante partidas de futebol na Europa (principalmente nos estádios espa-nhóis), no primeiro semestre, foi aproveitado para fomentar o debate sobre a questão do racismo, com um novo público e em espaços geralmente não alcançados por campanhas públicas, no que fomos muito bem-sucedidos. Lançamos uma nova atividade para os Diálo-gos: Mande um cartão vermelho para o racismo no futebol!. Foi criado um site específico, com uma petição demandando da Fifa, Uefa e da Real Federação Espanhola de Futebol medidas mais eficazes contra o racismo. Deve-se destacar ainda a realização de intervenções para a sensibilização de jovens em escolas de ensino médio, experimentando uma metodo-logia desenvolvida em conjunto com o Centro de Teatro do Oprimido. Nos últimos meses do ano, desenvolvemos também um trabalho de planejamento, pesquisa e produção de vídeos para a sua segunda fase, a ser realizada em 2006, agora baseada no relato de experiências cotidianas de discriminação.

Como resultado da ampla divulgação realizada nas campanhas Onde você guarda o seu racismo? e Mande um cartão vermelho para o racismo no futebol!, concedemos 36 entrevis-tas e participamos de debates na grande imprensa, como TV Bandeirantes, jornal Folha de São Paulo, jornal O Estado de São Paulo, programa Globo Esporte, da TV Globo, revista Época, entre outras, além de diversas emissoras de rádio. A campanha Onde você guarda o seu racismo? também foi assunto de 19 matérias em veículos de grande circulação, como Jornal do Commercio, Folha Online, Jornal dos Sports, entre outros.

No início do ano, no âmbito dos projetos Observatório da Cidadania e Diálogos contra o Racismo, trabalhamos também para viabilizar o lançamento internacional da Chamada Glo-bal para a Ação contra a Pobreza (GloGlo-bal Call to Action Against Poverty/ GCAP), em um evento para 14 mil pessoas, durante o FSM 2005. A Chamada Global reúne centenas de organizações em mais de 70 países, para a realização de grandes mobilizações internacio-nais simultâneas, com o objetivo de pressionar os governos e as instituições multilaterais a implementarem políticas para a erradicação da pobreza. O evento contou com a presença de representantes das inúmeras organizações, de vários países que compõem o GCAP, políticos(as) de vários partidos e teve como convidado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presença do presidente resultou numa superexposição do lançamento na mídia, nacional e internacional, com transmissão direta por alguns canais de televisão e rádio (nacionalmen-te) e via internet para outros países. Contudo, resultou também numa tendência a atribuir a iniciativa do GCAP ao governo brasileiro. Durante todo ano, um grande esforço foi feito para esclarecer que a Chamada Global é uma iniciativa de organizações da sociedade civil internacional. Foi criado um grupo facilitador para a América Latina e Caribe, assim como para o Brasil, que organizou as mobilizações na região e que concluiu que nessas regiões

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fosse dada ênfase à relação entre pobreza e desigualdades. A participação dos Diálogos contra o Racismo contribuiu para dar um maior destaque à questão da intersecção entre pobreza, desigualdades e racismo nas atividades da Chamada Global. Para essa atividade, mil camisas, 40 mil fitas de pulso e 50 mil folhetos (versões em português, inglês e espanhol) foram produzidos. A campanha foi tema de 146 matérias na grande imprensa.

Democratização do Orçamento Público

O Ibase priorizou o trabalho em parceria com o Fórum Brasil do Orçamento (FBO), tomando parte na sua coordenação e nas suas atividades, colaborando para lhe dar visibilidade e para o fortalecimento das suas reivindicações na Comissão Mista de Orçamento. Nos primeiros meses de 2005, o debate sobre o orçamento impositivo teve grande destaque no cenário político. As instituições que trabalham com orçamento no Brasil participaram das discussões sobre a adoção, ou não, desse modelo de orçamento. Visando fomentar e contribuir com subsídios para o debate, o Ibase promoveu um seminário sobre o tema. Para popularizar o tema do orçamento, os Cadernos para Discussão – Superávit Primário, publicação organizada por Corecon, Unafisco e Cfemea – no âmbito do FBO, com apoio de todas as organizações que compõem o Fórum incluindo o Ibase – foram editados pela terceira vez. Nessa edição, foram impressos 30 mil exemplares.

Educação a Distância

Paralelamente, o Ibase vem trabalhando há 12 anos na capacitação de atores da sociedade civil, em torno do orçamento público, para incentivar a sua participação no processo decisório das políticas públicas e no monitoramento dos gastos públicos. Essa intervenção vem se dando por meio da realização de cursos via internet, com atendimento individualizado atra-vés de tutoria. A demanda pelos cursos tem se mantido alta, mas a capacidade de atendi-mento é limitada. Para aumentar o alcance desse trabalho, foi iniciada, em 2005, a produção de cursos para veiculação por rádios, que deverão ser utilizados por 500 emissoras já nos primeiros meses de 2006.

Democratização dos Vetores de Desenvolvimento

Nacional

O projeto, cujo objetivo é intervir no debate sobre desenvolvimento nacional e, nesse pri-meiro momento, fazer o acompanhamento social dos gastos do BNDES, obteve resultados bastante positivos em 2005.

Um dos ganhos foi a articulação política com a Rede Brasil, que passou a incluir o BNDES entre as instituições financeiras a serem por ela acompanhadas. Apesar desse compromisso assumido pela Rede Brasil, ainda é limitado o envolvimento das organizações no trabalho, e

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esse é um dos desafios para o ano de 2006. A construção da rede de parceiros com qualifi-cação técnica e política para o diálogo com o BNDES é fundamental e foi reforçada com a adesão do Dieese.

Outro avanço foi a constituição de um espaço regular de interlocução com representantes do BNDES. A proposta de formalização desse espaço, encaminhada para o chefe de gabinete da Presidência, em dezembro de 2005, caso aprovada pela diretoria do BNDES, significará um avanço para a superação dessa fragilidade.

No segundo semestre foi iniciada a publicação de um boletim eletrônico mensal de monitoramento do BNDES e o seu conteúdo suscitou bastante interesse da mídia, sendo que todos os quatro números tiveram boa repercussão e resultaram em matérias em veículos de comunicação de ampla divulgação. No âmbito deste projeto, foram concedidas 11 entrevis-tas à grande imprensa, como para o jornal O Globo, jornal O Estado de São Paulo, revista Carta Capital e rádio CBN, entre outras.

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Participação da Sociedade Civil

no Espaço Público

Projeto Mapas (Monitoramento Ativo da Participação

da Sociedade durante o Governo Lula)

Em 2005, assistiu-se a uma inflexão do Projeto Mapas, criado em 2004 com o objetivo de monitorar a participação da sociedade civil no governo Lula. A mudança de foco dos espa-ços institucionais de participação para os conflitos sociais representou mais do que um ajuste metodológico. A não-verificação da hipótese quanto à implementação pelo governo Lula de uma gestão participativa implicou, na verdade, uma mudança na abordagem. Nas reuniões com a equipe nacional do projeto, chegou-se à conclusão de que a hipótese que norteara a sua elaboração não estava se verificando na prática e poderia se transformar num obstáculo à compreensão dos impasses e das possibilidades da relação entre Estado e sociedade civil organizada durante o governo Lula. Passados dois anos de governo, seria um erro político e analítico restringir a consideração qualificada e engajada da questão da participação social e da radicalização da democracia na sociedade brasileira ao acompanha-mento das iniciativas governamentais e dos espaços institucionais existentes.

A proposta de desdobramento do projeto, portanto, foi a de identificar e analisar questões, conflitos, disputas sociais, impasses e propostas que estão emergindo, ou não, na sociedade brasileira quando se pretende aprofundar a democracia e ampliar os direitos, fazendo o desenvolvimento do país. Nessa segunda etapa, foram eleitos 11 conflitos sociais presentes na conjuntura brasileira. Cuidamos no sentido da exemplaridade dos conflitos estudados no que se refere ao tratamento da relação entre democracia e desenvolvimento, haja vista o predomínio das disputas em torno a recursos e bens coletivos, com destaque para a questão da terra. Conflitos que trazem reações, mais ou menos estruturadas e organizadas à crescen-te mercantilização de bens comuns (ver a respeito os estudos em <www.ibase.br/mapas>). Esse quadro sinaliza que o acesso e o controle sobre os bens coletivos devem estar no centro da agenda da participação. Quando menos pelos efeitos socioambientais produzidos pelo modelo de desenvolvimento em curso. Está claro que não cabe à participação apenas corrigir esses e outros efeitos do atual modelo, mas antes, redefinir as bases do desenvolvimento e de sua gestão em favor de um modelo sustentável e promotor da distribuição da riqueza social. O conjunto das questões suscitadas pelo Projeto Mapas foi objeto de debate público no seminário Caminhos e Descaminhos da Atual Democracia Brasileira, realizado em dezembro, que marcou o encerramento do projeto. Seus principais resultados foram disponibilizados em CD-ROM e no site do Ibase. O seminário contou com ampla cobertura da mídia, tendo sido concedidas diversas entrevistas para rádios como CBN e Terra Nacional, e jornais, como Jornal do Brasil e Folha de São Paulo.

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Processo Fórum Social Mundial

O V Fórum Social Mundial (FSM), realizado de 26 a 31 de janeiro de 2005, em Porto Alegre, foi uma mostra do quanto o processo FSM está consolidado. Como membro do Conselho Internacional (CI) e do Comitê Organizador (CO) do FSM, o Ibase teve oportunidade de acompanhar e contribuir para esse resultado. Ao longo do ano, a instituição participou de uma série de atividades como parte do processo de organização do encontro mundial, no Brasil, mas também de encontros regionais e temáticos realizados em outros países. Alguns exemplos foram as reuniões das Comissões do CI, realizadas na Holanda, em abril, maio e setembro, e na Espanha, em junho; o Fórum Social Mediterrâneo, na Espanha, em agosto; e um debate com participantes do FSM e o representante do Partido Democrático de Esquer-da, da Itália, em setembro, entre outros.

O FSM 2005 reuniu mais de 150 mil pessoas, vindas de 135 países e representando cerca de 7 mil entidades. Diferentemente dos Fóruns anteriores, quando o Comitê Organizador pro-pôs os temas que seriam debatidos, nessa edição foi implantada uma nova metodologia, que o Ibase ajudou a construir. Por meio de uma ampla consulta, realizada alguns meses antes do Fórum, quase 2 mil organizações indicaram as questões e os temas que seriam debatidos. Definidas as propostas, coube a uma comissão aglutiná-las em 11 espaços temáticos. As grandes conferências das edições anteriores foram substituídas por atividades autogeridas. A preocupação foi que o Fórum fosse, de fato, apropriado pelos movimentos sociais, seus principais atores. Por isso, não se priorizaram eventos grandiosos. Outra dife-rença em relação às edições anteriores é que o FSM 2005 foi, na prática, quase todo autogestionado. Grande parte dos serviços e produtos oferecidos foi produzida no esquema da economia solidária.

Uma iniciativa importante do Ibase foi a criação de um fundo de solidariedade que garantiu a presença de 40 lideranças comunitárias no evento em Porto Alegre. A pesqui-sa sobre o perfil de participantes do FSM 2005 foi mais uma valiopesqui-sa contribuição da instituição a esse processo

Além da intensa participação no V FSM, o ano de 2005 também foi marcado pelo processo de preparação do Fórum Social Mundial Policêntrico (FSMP) de 2006, programado para se reali-zar, pela primeira vez, de forma policêntrica, nas cidades de Bamako, no Mali (19 a 23 de janeiro), Caracas, na Venezuela (24 a 29 de janeiro) e em Karachi, no Paquistão (23 a 29 de março). Três reuniões do Conselho Internacional, duas do Conselho Hemisférico, além de encontros dos Comitês Organizadores em Bamako e Caracas foram realizados para garantir o acompanhamento de todo o processo. A criação de um site comum para as inscrições e outras iniciativas nesta direção foram necessárias. O Ibase, como parte do Grupo Facilitador Brasileiro, atuou intensamente em todo esse processo. No fim do ano, todas as equipes do Ibase também estiveram intensamente envolvidas na preparação de materiais para serem dis-tribuídos no FSM 2006 e no planejamento e organização do Espaço Brasil, um ponto de encontro da sociedade civil brasileira em Caracas, organizado pelo Ibase com apoio da Petrobras.

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Finalmente, o ano foi também marcado pelo enfrentamento do déficit financeiro deixado pelo FSM 2005, realizado em Porto Alegre. A situação deficitária afetou parcialmente nos-sa capacidade de atuação e intervenção política no processo. Ainda hoje, a situação finan-ceira deficitária traz dificuldades para a gestão e atuação do Grupo Facilitador Brasileiro. As perspectivas apontam que 2006 será um ano extremamente intenso no processo FSM, com ativa participação do Ibase na preparação do FSM 2007, em Nairóbi.

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Responsabilidade Social e Ética

nas Organizações

O foco do nosso trabalho foi cobrar uma postura ética, práticas responsáveis e transparên-cia, tanto do meio empresarial quanto das organizações da sociedade civil. Assim, busca-mos consolidar parcerias estratégicas com organizações sociais no Brasil e demais países da América Latina no tema da Responsabilidade Social das Empresas (RSE). Essas parcerias ajudaram a reforçar nossa visão crítica perante o discurso empresarial dominante neste tema, num debate público que travamos ao longo do ano.

Responsabilidade Social das Empresas

e Balanço Social

No âmbito deste projeto, durante 2005, seguimos com a campanha pela publicação anual do balanço social no Brasil, realizamos eventos de capacitação e divulgamos, na grande imprensa e em palestras e eventos, informações sobre a distância entre o discurso e a prática no mundo empresarial. Destacou-se nesse processo a nossa luta em parceria com as organi-zações que compõem a Plataforma Brasil de RSE pela exclusão de empresas de armas, bebidas e fumo no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa.

O modelo de balanço social e os critérios para receber o Selo Balanço Social Ibase/ Betinho foram bem divulgados e conseguimos alcançar a marca de 165 empresas que publicaram seus balanços sociais no modelo Ibase. Destas, 165 empresas, 64 receberam o Selo Balanço Social Ibase/ Betinho em 2005. Contudo, merece destaque a retirada do selo de um grande banco público brasileiro, pelo não-cumprimento dos prazos exigidos para publicação do balanço social e divulgação aos funcionários.

Também configurou-se como um dos nossos grandes desafios retomar o discurso da trans-parência nas práticas internas das organizações da sociedade civil. Para isso realizamos a oficina Transparência das ONGs: o papel do balanço social e outras experiências na América Latina, com a presença de nove organizações da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e México. Os resultados do evento foram reunidos em CD-ROM bilíngüe (espanhol e português), cujas 150 cópias foram distribuídas em diversos países e estão servindo de base para a discussão do tema em inúmeras organizações.

Nossa incidência no debate público sobre ética e transparência foi possível graças a 31 matérias, reportagens, entrevistas e citações em jornais e revistas; três participações em programas de rádio e dois artigos publicados ao longo do ano. Além disso, a criação de uma lei sobre balanço social na cidade de Londrina, onde o modelo Ibase é a principal referência, configura também parte importante da materialização da nossa incidência pública e na mudança de políticas no tema em questão.

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Assim, além de discutir e aprofundar o tema, realizamos ações concretas no âmbito da RSE, conseguimos ampliar o número de empresas que utilizam o nosso modelo de balanço social, influenciamos em indicadores do mercado financeiro e alcançamos mudanças em legislação e prêmios; sempre agregando o diferencial de uma visão mais crítica, baseada na necessidade de desenvolvermos uma cultura de direitos e de transparência nas empresas e organizações sociais que atuam no Brasil e demais países da América Latina.

Red Puentes – Rede Latino-americana de RSE

Seguindo o objetivo de fortalecer parcerias internacionais que estimulem a cobrança por uma prática empresarial socialmente responsável e a meta de consolidar novos conceitos sobre o tema como referência na América Latina, o projeto também teve resultados impactantes em 2005.

O seminário, organizado durante o Fórum Social Mundial 2005, em Porto Alegre, em janei-ro, contou com 120 representantes de ONGs e sindicatos de diversos países da América Latina e Europa. Além disso, ao longo do ano, o Ibase representou a rede com apresentação de palestras em outros países, como em Bruxelas e Madri; participou de consulta pública com 60 representantes dos países membros da OCDE em Paris; promoveu reuniões de articulação com integrantes da rede no Brasil e em Buenos Aires; e produziu uma publicação eletrônica do documento Visão e propostas da Red Puentes sobre responsabilidade social das empresas na América Latina. (disponível em <http://www.balancosocial.org.br/media/ PosicionamentoRSE_RedPuentes_Port2005_V01_2005.pdf>). A rede também foi assunto da mídia nacional e internacional, com matérias publicadas no jornal O Globo e na revista EuropaPress, entre outras.

Merece destaque a ativa participação na rede OCDE Watch, com o apoio da qual alcançamos um resultado concreto na mudança de prática de organizações sociais e empresas: o primei-ro caso de denúncia foi apresentado no Brasil por uma ONG ao Ponto de Contato Nacional (PCN), o que levou a reabertura do diálogo por parte do consórcio empresarial multinacional (Baesa) com os movimentos populares e a descoberta, por parte desses movimentos, de uma nova ferramenta de luta. Esse caso foi resultado concreto das capacitações e atividades realizadas durante os anos de 2004 e 2005.

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Segurança Alimentar

e Nutricional

O objetivo desta Linha Programática é contribuir para a construção das condições de segu-rança alimentar e nutricional. O Ibase procurou cumprir esse objetivo, sempre dentro da perspectiva do direito humano à alimentação e a partir de uma atuação direta nos espaços de elaboração e acompanhamento de políticas públicas, por meio de sua participação no Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) nacional e no Consea do Estado do Rio de Janeiro, apresentando argumentos para o debate dessas políticas, fortalecendo a formação de atores sociais que trabalham com a questão alimentar e as ações coletivas e articuladas com outros atores, em especial, por meio do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional.

Formação de Atores Sociais em Segurança

Alimentar e Nutricional

Em 2005, completou-se o processo de formação de atores sociais nos estados da Paraíba e Piauí, restando uma oficina, a se realizar no Maranhão. A primeira oficina, em cada estado, procurou contribuir para o fortalecimento dos processos locais e para a compre-ensão conjunta do conceito de SAN, levantar e organizar elementos sobre a realidade local e aperfeiçoar a metodologia de formação. Na etapa da segunda oficina, buscou-se recuperar a discussão da oficina anterior sobre as manifestações de insegurança alimen-tar na região, suas causas e as formas de resistência da sociedade civil organizada; ana-lisar as políticas de SAN e seu impacto sobre todas e todos; anaana-lisar a participação da sociedade organizada na promoção, implementação, acompanhamento e controle das políticas públicas de SAN e traçar orientações para a continuidade do processo de dis-cussão e implementação de políticas públicas adequadas de SAN na região, de forma a buscar incluir as pessoas mais excluídas.

Foram identificados os avanços proporcionados pelas políticas sociais nesses estados, durante o governo Lula, e os principais problemas e entraves dos programas menciona-dos (Bolsa Família, Programa de Cisternas, Programa do Leite, Pronaf, Garantia de Safra, Compra Antecipada – PAA), com destaque para a relação sociedade civil e Estado e aspectos referentes ao controle social. Na Paraíba, o encontro também propiciou a arti-culação entre dois processos em curso na região, no campo da luta por direitos sociais: o Pólo Sindical da Borborema e o Coletivo Regional (Cariri e Seridó), possibilitando maior visibilidade das lutas por SAN no Coletivo Regional introduzido na segunda oficina. Em-bora ainda não tendo sido realizada a oficina final de avaliação, considera-se que o objetivo de formação foi satisfatoriamente cumprido, contemplando os três eixos estra-tégicos do Ibase, ou seja, a cultura de direitos, o fortalecimento do tecido associativo e da capacidade de incidência nas políticas públicas. Ressalte-se, aqui, a capacidade do

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Ibase, junto a outras instituições participantes, no sentido de articulá-las em torno da proposta do projeto. Para sua realização, o Ibase contou com a participação de Cese e Cecip, na coordenação, e com a parceria de entidades locais: AS-PTA e Patac, na Paraíba; Centro Educacional São Francisco de Assis e Pastoral da Criança, no Piauí; e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, no Maranhão.

Este projeto gerou dois produtos, utilizados como instrumentos para o processo de forma-ção: a cartilha O Direito ao Alimento que Nutre e o vídeo Por Uma Vida Melhor. Assinale-se, ainda, a cobertura da TV Globo local da oficina na Paraíba, e entrevistas em rádios locais nas diversas oficinas.

Participação em Conseas (nacional e do estado

do Rio de Janeiro)

2.1 Consea nacional

Presidindo o Consea nacional, o Ibase teve uma relação muito direta com os resultados alcan-çados no conselho. Concluiu-se a elaboração e aprovou-se em plenária a proposta de Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, assinada pelo presidente da República e reme-tida para o Congresso Nacional, lá iniciando sua tramitação. Também relevante foi o processo de construção de uma proposta de Orçamento da Segurança Alimentar e Nutricional, que gerou uma matriz de ações orçamentárias e apontou prioridades no orçamento da segurança alimentar e nutricional, reivindicando correção de valores para alguns de seus programas. Produziram-se importantes documentos e propostas, como foram os casos da proposta do Consea para as negociações internacionais, dentro de uma perspectiva da SAN; a proposta de uma nova Lei da Alimentação Escolar, ainda em preparação; diversos textos que têm subsidiado a discussão em torno de uma política de alimentação saudável e adequada, também em elaboração e a proposta de uma Política Nacional de Abastecimento, entre outros. Há que se registrar, também, a reconhecida contribuição dada pelo Consea no Grupo de Trabalho que formulou uma proposta para o Controle Social do Programa Bolsa Família, bem como a incessante reivindicação do conselho em prol do fortalecimento e retomada do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar e de Assenta-mentos de Reforma Agrária.

Também permanente foi a vigilância do conselho em torno dos temas relacionados com a biossegurança e a contaminação de alimentos com agrotóxicos, destacando-se aí as diver-sas manifestações enviadas à Presidência da República sobre a Lei de Biossegurança e a tentativa de flexibilização da Lei de Agrotóxicos. E, ainda, as discussões e propostas trazidas à plenária em torno dos temas de SAN dos povos indígenas, já trazendo resultados, como é o esforço assumido pela Funasa para a implantação ampliada do Sisvan indígena e, também, em relação ao tema de SAN das populações negras, com destaque para a discussão acerca da anemia falciforme que atinge aquelas populações.

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O Consea, na pessoa de seu presidente, teve também direta participação no processo que vem corrigindo o per capita da alimentação escolar, antes congelado por dez anos, e que em dois anos já teve uma correção de 38,5%, com inegáveis e positivos reflexos sobre a alimen-tação de 37 milhões de alunos(as) atendidos(as) por esse programa.

Algumas das reivindicações do Consea não se concretizaram. Destaque-se o não-atendimen-to a algumas das prioridades definidas pelo conselho para programas de SAN, na proposta do OGU-2006 remetida pelo governo federal ao Congresso Nacional, reflexo do forte cons-trangimento fiscal por que passa o país. Da mesma maneira, o conselho frustrou-se ao não ser devidamente ouvido a respeito da Lei de Biossegurança. Mas, no cômputo geral, o atual governo oferece uma abertura, nunca antes experimentada no âmbito federal, para uma participação das organizações da sociedade civil nos espaços de formulação e acompanha-mento das políticas públicas, como fica atestado com a experiência do Consea.

O Ibase exerce um papel destacado no Consea e potencializa sua capacidade de incidência nas políticas públicas. Abre-se, ainda, a oportunidade de debater e propagar mais ampla-mente suas propostas na área da segurança alimentar. Em 2005, representando a presidência do Consea, participou-se em seis estados de 11 eventos relacionados com os Conseas esta-duais, com presença de aproximadamente 2.400 pessoas. Em um total de 16 oficinas, semi-nários e encontros temáticos, realizados em cinco estados e no Distrito Federal, foram realizadas palestras para 2.370 pessoas. Participou-se, também, de três eventos oficiais para 930 pessoas. E, em sete eventos internacionais (dois na França, um no México, um no Uruguai e três no Brasil), com palestra para 850 pessoas. No conjunto de todos esses even-tos, foram dadas 12 entrevistas para TVs locais e nacionais, 14 estações de rádio e três jornais. Foram, também, concedidas seis entrevistas mais longas para canais de TV nacionais e publicado um artigo na imprensa nacional.

2.2 Consea-RJ

Apesar dos esforços por parte do Ibase e de outras entidades lá representadas, não houve possibilidade de exercer ações efetivas voltadas para a política pública de alimentação e nutrição do estado. Tal situação ocorre devido, principalmente, à falta de interesse do gover-no estadual gover-no funcionamento do Consea que, até o final de 2005, não disponibilizou infra-estrutura mínima (sala, secretaria), nem tampouco orçamento destinado ao seu funcionamento. Por parte da sociedade civil organizada, não houve capacidade de pressão suficiente sobre o estado para que o Consea fosse consolidado.

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Participação no Fórum Brasileiro de Segurança

Alimentar e Nutricional (FBSAN)

O Ibase participa da coordenação executiva do FBSAN e também responde por sua rotina administrativa. Ao assumir a presidência do Consea, deixou de exercer o papel de anima-ção política nessa coordenaanima-ção, visando preservar a autonomia do Fórum. Avalia-se que o Fórum se ressentiu da falta dessa iniciativa e, no ano de 2005, ainda não recuperou seu papel protagonista e de liderança das organizações da sociedade que trabalham com o tema da SAN.

Como membro da coordenação executiva do FBSAN, o Ibase participou de suas reuniões ordinárias e extraordinárias, tratando de questões relativas à intervenção no Consea e à cons-trução da proposta da Losan. Representou, também, o FBSAN no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre e encarregou-se de questões de operacionalização cotidiana do trabalho do FBSAN.

Programa Bolsa Família: Padrão de Consumo

Alimentar e Oportunidades de Empreendimentos

Associativos

Não foi possível iniciar o projeto de pesquisa acerca do Programa Bolsa Família devido à não viabilização do financiamento junto ao órgão que demonstrara interesse inicial pela propos-ta (Agência Francesa de Desenvolvimento). Diante dessa dificuldade, reformulou-se a pro-posta, que passou a limitar seu objeto de estudo ao impacto do programa sobre a segurança alimentar e nutricional das famílias beneficiadas. Ao final do ano, aprovou-se o projeto na Finep, com início previsto para 2006.

Parceria Institucional com o Comitê Francês

de Solidariedade Internacional (CFSI)

A parceria consiste no intercâmbio de experiências de ações governamentais e não-governamentais no campo da segurança alimentar e nutricional. Em 2005, destacamos a participação do Ibase na Campanha AlimenTerre, coordenada pelo CFSI, que aborda todo ano um tema relacionado à fome no mundo, com o objetivo de sensibilizar a sociedade francesa para o problema. No âmbito da parceria está também o projeto cidades-irmãs, que compreende a troca de experiências em políticas públicas de SAN entre cidades brasileiras e cidades francesas.

Como desdobramentos da missão do Ibase na Campanha AlimenTerre 2005 está a elabora-ção e apresentaelabora-ção do projeto de captaelabora-ção de recursos para continuidade e consolidaelabora-ção da parceria, com vistas à realização da AlimenTerre no Brasil em 2007. E ainda os encaminha-mentos dados ao Projeto Cidades-irmãs, enfatizando as experiências em torno do controle social em ambos os países.

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Atividades das

Estratégias Institucionais

Referências

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