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COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS

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Academic year: 2021

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Unida na diversidade

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Parlamento Europeu

2014-2019

Comissão dos Assuntos Externos Comissão do Desenvolvimento Subcomissão dos Direitos do Homem

15.9.2016

COMUNICAÇÃO AOS MEMBROS

Assunto: PRÉMIO SAKHAROV PARA A LIBERDADE DE PENSAMENTO 2016

Submete-se à atenção dos Senhores Deputados, em anexo, a lista dos candidatos (por ordem alfabética) ao Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2016 que foram nomeados, em conformidade com o Estatuto do Prémio Sakharov, por um número mínimo de 40 deputados ao Parlamento Europeu ou por um grupo político, juntamente com as justificações e biografias que a Unidade de Ações sobre os Direitos Humanos recebeu.

DIREÇÃO-GERAL DAS POLÍTICAS EXTERNAS

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PRÉMIO SAKHAROV PARA A LIBERDADE DE PENSAMENTO 2016

Candidatos propostos por grupos políticos e deputados a título individual (por ordem

alfabética)

Candidato Atividade Nomeação proposta por

1 Can DÜNDAR e os defensores da liberdade de pensamento e de expressão na Turquia

Can Dündar foi chefe de redação do jornal da oposição turca «Cumhuriyet» e tornou-se um símbolo da resistência contra a atual repressão exercida sobre os meios de comunicação social na Turquia. Foi detido depois de o «Cumhuriyet» ter publicado imagens que mostravam os serviços secretos da Turquia a entregar armas aos rebeldes na Síria. Dündar foi condenado a uma pena de prisão, sobreviveu a uma tentativa de assassinato e vive atualmente no exílio. Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde, Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia e Grupo Europa da Liberdade e da Democracia Direta 2 Mustafa DZHEMILEV

Mustafa Dzhemilev presidiu a Assembleia dos Tártaros da Crimeia antes de ser eleito deputado ao Parlamento ucraniano. Dedicou a sua vida à luta pacífica em prol da defesa dos direitos humanos e dos direitos das minorias, da liberdade de expressão e da dignidade das pessoas. Dzhemilev é um modelo de combatente pela liberdade, que se opôs ao totalitarismo soviético e à repressão dos direitos civis e nacionais dos tártaros e do povo ucraniano.

Grupo do Partido Popular Europeu (Democratas-Cristãos)

e

Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus

3 Nadia MURAD

Nadia Murad Basee Taha é uma defensora pública da comunidade religiosa dos yazidi no Iraque. Sobreviveu à escravatura sexual pelo Estado Islâmico (EI) e tornou-se porta-voz das mulheres vítimas de campanhas de violência sexual do EI, bem como promotora do reconhecimento do genocídio contra os yazidi.

Grupo da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa 4 Nadia MURAD e Lamiya AJI BASHAR

Tal como Nadia Murad Basee, Lamiya Aji Bashar foi vítima de escravatura sexual e de atrocidades por parte do EI. Foi gravemente ferida quando fugiu do Iraque e foi levada para a Alemanha para receber tratamento médico. Tem vindo a defender a comunidade yazidi e a ajudar mulheres e crianças vítimas do EI. Grupo da Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu 5 Ilham TOHTI

O Professor Ilham Tohti é geralmente considerado a figura pública intelectual e o defensor pacífico mais proeminente da minoria uigure na República Popular da China. Em 2014, Ilham Tohti foi preso, acusado arbitrariamente de separatismo e posteriormente condenado a prisão perpétua, na sequência de um julgamento que não cumpriu as normas internacionais.

Ilhan Kyuchyuk e outros 42 deputados

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(Fotografia: reutilização autorizada)

Can DÜNDAR e os defensores da liberdade de pensamento

e de expressão na Turquia

Nomeação proposta pelo Grupo Confederal da Esquerda Unitária

Europeia/Esquerda Nórdica Verde

Can Dündar (nascido em 16 de junho de 1961) é jornalista, colunista e autor de documentários, de nacionalidade turca. Foi diretor do diário Cumhuriyet entre fevereiro de 2015 e julho de 2016. Can Dündar foi detido em novembro de 2015, juntamente com o diretor da agência de Ancara da publicação Cumhuriyet, Erdem Gül, após o diário ter publicado imagens que mostravam os serviços secretos da Turquia a entregar armas aos rebeldes na Síria.

Após um período de detenção de 92 dias, o Tribunal Constitucional da Turquia decidiu que «tinham sido violadas a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa» que lhes assistem, pelo que ambos os jornalistas foram libertados até ao julgamento.

A 6 de maio, Can Dündar foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão sob a acusação de ter apoiado uma organização armada em divulgar secretos de Estado. Can Dündar interpôs recurso contra essa pena. No mesmo dia, foi alvo de uma tentativa de assassinato, à qual, felizmente, escapou.

Após a tentativa gorada de golpe de Estado de 15 de julho, Can Dündar demitiu-se das funções de chefe de redação do diário Cumhuriyet. Anunciou igualmente que não se ia entregar ao poder judicial antes de ser levantado o estado de emergência. Can Dündar abandonou o país, uma vez que a Turquia deixou de ser considerado um local seguro para o jornalista.

Desde o golpe de Estado, o número de processos contra a liberdade de expressão, de detenções e de julgamentos tem vindo a aumentar na Turquia. Os meios de comunicação social são particularmente visados por essas ações. A Turquia ocupa o 151.º lugar, de um total de 180, no Índice de Liberdade de Imprensa de 2016. É o país que, a nível mundial, tem detido o maior número de jornalistas em relação à sua população.

Can Dündar tornou-se um símbolo da resistência contra a atual repressão na Turquia.

A atribuição do Prémio Sakharov de 2016 a Can Dündar enviaria um poderoso sinal de apoio do Parlamento Europeu à liberdade de expressão e de pensamento na Turquia, a par de uma mensagem de esperança para as forças progressistas que se opõem às derivas liberticidas no

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(Fotografia: flickr creative commons)

Can DÜNDAR e os defensores da liberdade de pensamento

e de expressão na Turquia

Nomeação proposta pelo Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia

Can Dündar (nascido em 16 de junho de 1961) é jornalista, colunista e autor de documentários, de nacionalidade turca.

Foi diretor do diário Cumhuriyet entre fevereiro de 2015 e julho de 2016. Em novembro de 2015, Can Dündar foi preso juntamente com o diretor da agência de Ancara da publicação Cumhuriyet, Erdem Gül, após o diário ter publicado imagens que mostravam os serviços secretos da Turquia a entregar armas aos rebeldes na Síria.

Após um período de detenção de 92 dias, o Tribunal Constitucional da Turquia decidiu que «tinham sido violadas a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa» que lhes assistem, pelo que ambos os jornalistas foram libertados até ao julgamento. Em 6 de maio, Can Dündar foi condenado a 5 anos e 10 meses de prisão sob a acusação de ter apoiado uma organização armada em divulgar secretos de Estado. No mesmo dia, sobreviveu a uma tentativa de assassinato. Can Dündar interpôs recurso contra essa pena.

Após a tentativa gorada de golpe de Estado de 15 de julho, Can Dündar demitiu-se das funções de editor do diário Cumhuriyet. Anunciou igualmente que não se ia entregar ao poder judicial antes de ser levantado o estado de emergência. Can Dündar abandonou o país, uma vez que a Turquia deixou de ser considerado um local seguro para o jornalista.

A Turquia ocupa o 151.º lugar entre os 180 países registados no Índice Mundial da Liberdade de Imprensa de 2016 e passou a ser o país que prende o maior número de jornalistas no mundo. Can Dündar tornou-se um símbolo da resistência contra a repressão exercida sobre os meios de comunicação pelo Presidente Recep Tayyip Erdoğan.

A atribuição do Prémio Sakharov de 2016 a Can Dündar enviaria um poderoso sinal de apoio europeu à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão na Turquia, a par de uma mensagem de esperança para as forças democráticas liberais do país.

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Can DÜNDAR e os defensores da liberdade de pensamento

e de expressão na Turquia

Nomeação proposta pelo Grupo Europa da Liberdade e da Democracia

Direta

Elementos contextuais

A Turquia situa-se no primeiro lugar a nível mundial do ponto de vista da detenção de jornalistas (117, segundo dados de 12 de setembro), à frente de países como a China e o Irão, e ocupa o 151.º lugar entre os 180 países que constam do Índice Mundial da Liberdade de Imprensa.

A situação, já de si dramática, deteriorou-se ainda mais após uma tentativa de golpe de Estado que teve lugar em 15 de julho de 2016, quando o governo encerrou por decreto, em 28 de julho, 102 órgãos de comunicação social (45 jornais, 16 canais de televisão, 23 estações de rádio, 3 agências noticiosas e 15 revistas).

No dia 20 de agosto, um tribunal de Istambul decidiu o encerramento permanente do diário curdo Özgür Gündem e a detenção de mais de 20 jornalistas através de uma rusga policial na sede do jornal em Istambul, destinada a assegurar o respetivo encerramento.

Não obstante o dever de o governo turco entregar os responsáveis pela violência à justiça, o estado de emergência não pode ser utilizado de forma abusiva para reprimir a liberdade de expressão e de pensamento e os que a defendem. Na purga que se seguiu ao golpe de Estado, foram encerradas 2099 escolas, residências estudantis e universidades e 1254 associações e fundações, e foram despedidos 3465 juízes e procuradores. Milhares de empregados de várias instituições públicas foram despedidos. O número total de pessoas detidas após a tentativa de golpe de Estado cifra-se em cerca de 43 000.

A liberdade de imprensa é um elemento fundamental no sistema democrático de controlos e equilíbrios de poderes. O seu enfraquecimento indicia uma diminuição da liberdade. Por conseguinte, a nomeação do Grupo EFDD deve ser entendida como um prémio para todos os jornalistas da Turquia e para todos os que defendem a liberdade de pensamento e de expressão na Turquia.

***

Can Dündar é um jornalista e colunista turco, autor de vários livros e documentários. Em

fevereiro de 2015 foi nomeado chefe de redação do Cumhuriyet, o principal jornal da oposição.

Em novembro, o jornal Cumhuriyet recebeu o prémio dos Repórteres Sem Fronteiras de 2015, por ter protagonizado um «jornalismo corajoso e independente».

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Em maio de 2015, o relato do Cumhuriyet sobre um transporte de armas intercetado na

fronteira com a Síria em janeiro de 2014 fez furor, enquanto o Presidente Erdoğan avisou Can Dündar de que ia «pagar um preço elevado»1: as imagens vídeo mostram claramente os serviços secretos da Turquia (MİT) a enviar armas para combatentes islâmicos da Síria. Dündar e o diretor da agência de Ancara, Erdem Gül, foram detidos em novembro de 2015. Passaram três meses em prisão preventiva, tendo sido libertados em fevereiro, na sequência de uma decisão do Tribunal Constitucional. Em 6 de maio, um tribunal turco condenou-os a 5 anos e 10 meses de prisão sob a acusação de terem revelado secretos de Estado. No mesmo dia, Dündar foi alvo de uma tentativa de assassinato.

Os jornalistas foram libertados enquanto aguardam o recurso, mas Dündar afirmou que não se ia entregar ao poder judicial, uma vez que o estado de emergência declarado após o golpe de Estado significa que não beneficiará de um processo justo. Dündar demitiu-se do cargo de editor e está atualmente na Alemanha. O passaporte da sua mulher, Dilek Dündar, foi confiscado no aeroporto quando tentava partir para a Alemanha para se juntar ao marido.

1 https://www.theguardian.com/world/2015/jun/03/turkish-president-erdogan-wants-editor-jailed-for-espionage-in-video-row

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Mustafa DZHEMILEV

Nomeação proposta pelo Grupo do Partido Popular Europeu

(Democratas-Cristãos)

Mustafa Dzhemilev dedicou toda a sua vida à luta pacífica em prol da defesa dos direitos

humanos e dos direitos das minorias, da liberdade de expressão e da dignidade das pessoas. É um exemplo vivo de combatente pela liberdade, que concentra na sua pessoa a oposição ao totalitarismo soviético e a resistência, igualmente enérgica e corajosa, à repressão dos direitos civis e nacionais dos tártaros e do povo ucraniano pelos novos regimes apoiados pela Rússia na Crimeia e no leste da Ucrânia.

Mustafa Dzhemilev e Andrei Sakharov não só se conheceram pessoalmente, mas também combateram juntos, opondo-se à repressão, pelo regime soviético, da Primavera de Praga, em 1968, e organizando os primeiros grupos de defesa dos direitos civis na União Soviética. Dzhemilev destaca-se entre muitos candidatos pela sua coragem moral e dedicação, ao longo de 50 anos, aos direitos dos tártaros, bem como à liberdade e dignidade dos ucranianos, russos e povos de vários outros países.

Deportado em 1944, com a idade de 6 meses, com toda a população tártara da Crimeia, Dzhemilev só pôde regressar à sua terra natal 45 anos mais tarde. Entre 1966 e 1986, Dzhemilev foi detido pelas autoridades comunistas seis vezes, por ter tentado exercer os seus direitos humanos e os dos seus pares. É conhecido entre os prisioneiros políticos da época soviética por uma greve da fome que durou 303 dias e à qual sobreviveu devido a alimentação forçada. Em 1989, Dzhemilev liderou o recém-criado movimento nacional tártaro da Crimeia e presidiu, por muito tempo, a Assembleia dos Tártaros da Crimeia, o Mejlis. Foi igualmente eleito deputado ao Parlamento ucraniano. Por ser tártaro e por ter defendido a democracia moderna, Dzhemilev tornou-se alvo dos terroristas islâmicos em 2009.

Mas Mustafa Dzhemilev não é uma figura histórica. Neste momento, está a apoiar ativamente a luta da Ucrânia em prol de reformas e liberdades democráticas, tendo sido novamente exilado da sua Crimeia natal. Dzhemilev foi colocado na lista de pessoas procuradas pela Rússia por defender a ideia de que a Crimeia deve continuar a constituir legalmente uma parte da Ucrânia e por lutar pelos direitos do seu povo. Aos 73 anos de idade, continua a pôr a vida

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em risco ao serviço das liberdades cívicas e dos direitos humanos.

Mustafa DZHEMILEV

Nomeação proposta pelo Grupo dos Conservadores e Reformistas Europeus

Mustafa Dzhemilev é um antigo dissidente soviético e antigo presidente do Mejlis dos tártaros da Crimeia. Durante a época comunista, foi um símbolo da luta dos tártaros da Crimeia que pretendiam regressar à pátria depois de terem sido deportados por Estaline para a Ásia Central em 1944. Dzhemilev passou 15 anos na prisão, dos quais quase um ano em greve da fome, devido ao seu ativismo em matéria de direitos humanos. Após a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia, Dzhemilev opôs-se com veemência a essa agressão e foi proibido de entrar no seu país de origem. É, atualmente, deputado do Parlamento ucraniano e apoia a adesão da Ucrânia à UE e à NATO. Mustafa Dzhemilev dedicou a sua vida à luta pelos direitos do seu povo, os tártaros da Crimeia, e pelos direitos humanos em geral.

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Nadia MURAD BASEE TAHA

Nomeação proposta pelo Grupo da Aliança dos Democratas

Liberais pela Europa

«O Estado Islâmico assassinou seis dos meus irmãos num massacre em Kocho, perto de Sinjar, em 15 de agosto de 2014, raptou todas as mulheres da minha família e, em seguida, separou-me da minha mãe, que penso que foi igualmente assassinada num massacre de mulheres. A violação foi utilizada pelo EIIL numa tentativa de destruir as mulheres e as jovens e assegurar que nunca mais voltassem a ter uma vida normal. O Estado Islâmico tornou as mulheres yazidi matéria-prima para o tráfico de seres humanos. Como sobrevivente yazidi, sou descendente de uma das religiões mais antigas do mundo, que se vê hoje em dia ameaçada de extinção».

Nadia Murad tem 21 anos e é defensora pública da comunidade yazidi. Sobreviveu à escravatura sexual do Estado Islâmico (EI), tendo sido uma das milhares de jovens e mulheres yazidis raptadas por essa organização. Nadia vem de Kocho, uma aldeia yazidi em Sinjar, no Iraque, onde o EI massacrou todos os homens e escravizou todas as mulheres e crianças. Nadia foi utilizada como escrava sexual por mais de 12 combatentes do EI num período de três meses. Foi comprada e vendida várias vezes por diversos membros do EI e foi obrigada a converter-se à versão do Islão desses combatentes. Seis dos seus irmãos foram assassinados no massacre de Kocho e a mãe morreu mais tarde, juntamente com outras 80 mulheres yazidi mais velhas, nas quais os militantes do EI não viram qualquer valor sexual.

Nadia pertence à minoria religiosa dos yazidi do Iraque. A religião dos yazidi é uma crença antiga, oriunda de partes do Iraque, da Síria e da Turquia, que conserva motivos e práticas indígenas pré-islâmicas e até pré-zoroástricas. Por não serem reconhecidos como «povo do Livro» pela lei islâmica, os yazidi foram, ao longo de muitos séculos, alvo de sucessivas campanhas de violência genocida, tendo conseguido sobreviver nas regiões montanhosas natais. Apesar disso, as pressões políticas das últimas décadas quase eliminaram a presença yazidi na Turquia, enquanto o genocídio levado a cabo pelo grupo EI em 3 de agosto de 2014 ameaça o futuro do povo yazidi no Iraque.

Porque é que Nadia Murad deve ser a próxima laureada do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento?

Nadia Murad é vítima da pior forma de brutalidade. Desde a surpreendente ocorrência do rapto em massa cometido pelo EIIL, esta corajosa mulher yazidi tornou-se porta-voz das

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mulheres vítimas das campanhas de violência sexual do EI e uma defensora do

reconhecimento do genocídio contra os yazidi. Esse genocídio foi reconhecido pela Comissão de Inquérito Internacional das Nações Unidas sobre a Síria. A concessão do prémio representaria um impulso indispensável à sua carreira, a fim de prosseguir a defesa dos direitos humanos e das liberdades fundamentais, a par da salvaguarda dos direitos das minorias.

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Nadia MURAD BASSEE e Lamiya AJI BASHAR

Nomeação proposta pelo Grupo da Aliança Progressista dos

Socialistas e Democratas no Parlamento Europeu

Nadia Murad tem 21 anos e é defensora pública da comunidade yazidi. É uma sobrevivente da escravatura sexual do EI. Foi utilizada como escrava sexual por mais de 12 combatentes do EI num período de três meses. Foi comprada e vendida várias vezes por diversos membros do EI e foi obrigada a converter-se à versão do Islão desses combatentes. Seis dos seus irmãos foram mortos no massacre de Kocho e a sua mãe foi

assassinada mais tarde porque os militantes do EI não lhe atribuíram qualquer valor sexual. Nadia pertence à minoria religiosa dos yazidi do Iraque. As pressões políticas das últimas décadas quase eliminaram a presença yazidi na Turquia, enquanto o genocídio levado a cabo pelo grupo EI em 3 de agosto de 2014 ameaça o futuro do povo yazidi no Iraque. Desde a surpreendente ocorrência de rapto em massa cometido pelo EIIL, esta corajosa mulher yazidi tornou-se porta-voz das mulheres vítimas das campanhas de violência sexual do EI e uma defensora do reconhecimento do genocídio contra os yazidi, reconhecido pela Comissão de Inquérito Internacional das Nações Unidas sobre a Síria.

As ações de Nadia Murad visam apoiar as mulheres e crianças vitimizadas pelo genocídio, pelas atrocidades em massa e pelo tráfico de seres humanos, sarar as feridas e reconstruir as suas vidas e as suas comunidades.

Lamiya é uma rapariga de 18 anos da aldeia de Kocho.

Quando tinha 16 anos foi capturada com todos os membros da sua família. O pai e os dois irmãos foram assassinados pelo EIIL no massacre de Kocho e a mãe ainda se encontra presa. Foi vendida 5 vezes entre combatentes do EI, espancada e torturada. Tanto ela, como as suas duas irmãs, serviram de escravas sexuais ou escravas em casa de um combatente EIIL. Foi obrigada a ajudar a fabricar bombas em Mossul. Em abril passado tentou fugir com duas outras amigas. A caminho da fronteira curda, uma das suas amigas pisou uma bomba, num campo minado. Ambas as amigas morreram. Ela sobreviveu, mas perdeu o olho direito e 80 % do seu olho esquerdo ficou ferido. A ONG alemã «Luftbrücke Irak» trouxe-a para a Alemanha, para receber tratamento médico.

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mulheres e crianças que são vítimas da escravatura e das atrocidades do EIIL.

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«Ilham Tohti foi detido, algemado e encarcerado sem um processo equitativo, simplesmente porque reclamou justiça para a minoria uigure. Reduzir a silêncio um defensor tão ardente da paz e da compreensão intercultural numa altura em que é precisamente isso o que mais falta na Região Autónoma Uigure de Xinjiang da China é não só repugnante, mas também absurdamente míope».

Margaret Atwood, membro da PEN International Writers Circle

Ilham TOHTI

Nomeação proposta por Ilhan Kyuchyuk e 42 outros deputados

O Professor Ilham Tohti, que pertence à etnia uigure, ensinou economia na Universidade Minzu de Pequim na República Popular da China. É conhecido pela defesa pacífica da língua e dos direitos culturais uigures, sendo amplamente considerado como a figura pública intelectual uigure mais proeminente na República Popular da China. O que distingue Ilham Tohti é a sua dedicação a um diálogo pacífico e a uma abordagem moderada, tendo ele reiterado que a violência não era uma solução e que a sua prioridade era a coexistência pacífica dos chineses de etnia han e uigures. Apesar de ter sido detido inúmeras vezes, Ilham Tohti nunca abandonou as suas atividades de defesa pacífica, o que acabou por lhe custar a liberdade – em 2014 Tohti foi detido pela força em casa, na presença dos filhos, muito jovens, acusado arbitrariamente de separatismo e posteriormente condenado a prisão perpétua na China, na sequência de um julgamento que não cumpriu as normas internacionais.

Atendendo à admirável coragem e à contribuição excecional de Ilham Tohti para a luta em prol dos direitos humanos, apoiamos a sua nomeação para o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento.

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