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(1)

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..

Análise

das

pesquisas realizadas com

o psicodiagnóstico miocinético

nas

disritlllÜW

*

ALICE MADELEINE G. DE MIRA

**

Recentemente foi refeita e atualizada toda a bibliografia referente ao psico-diagnóstico miocinético (PMK) e cada trabalho agrupado de acordo com sua área.

Destacamos 15 contribuições referentes ao PMK na área da disritmia e da epilepsia, que se distribuem entre 1939 e 1974, ou seja, num período de 35

anos.

Os trabalhos foram realizados por quatro psiquiatras e oito psicólogos, difundindo-se pela Europa, (sobretudo Inglaterra - onde nasceu o PMK - e França) e pela América Latina, ou seja, Brasil, Argentina, Uruguai,.Vene~uela e México.

Vários títulos não parecem ter nenhuma conexão com o tema da disritmia e, entretanto, trazem valiosos dados. É o caso do trabalho da Dra. Shaltiel sobre

*

Trabalho apresentado perante o Seminário Latino-Americano de Rorschach e Outras

Téc-nicas Projetivas, realizado em São Paulo, em setembro de 1976.

**

Psicóloga do ISOP.

(2)

Ano 1939 1946 1951 1957 1955 1957 1958 1959 1964 1966 1969 1969 1970 1973 1973 1974

..

Autor Mira y López, E.

Mira y López, E. &

Gaieano Munoz, J. Mira y López, E. Mira y López, E. Mira, Alice M. G. de Lefetz, M. Shaltiel, J ehudith Mira, Alice M. G. de Calistri, J. Ginsberg, Aniela Adrados, Isabel Machado, V. Ferreira

& P. Saraiva, Laurita Boccalandro, E. Rojas

Shimatai, S. et alii

Braga, M. da Graça

..

Quadro 1

Principais contribuições do PMK nas disritmias Título

Myokinetic psychodiagnosis; a new technique

of exploring the conative trends of personality

Contribuición dei PMK ai diagnóstico neuro-lógico

Psicodiagnóstico miocinético Psiquiatria, tomo 3

Distribuição dos traços patológicos no PMK? Numa amostra supostamente normal

Essai d'utilisation du test myokinétique de Mira dans la perspective de la tipologia de mme. Minkowska

La interpretación cualitativa dei test psico-diagnóstico miokinético

Tabelas para adultos femininos e masculinos

Lineogramas dei PMK de Mira y EEG Tentativa de validação externa de métodos para o estudo da personalidade

O PMK no diagnóstico da epilepsia

Deterioração mental: apresentação de um caso A disritmia no PMK

Anteprojeto de .T)esquisa epidemiológica dos fatores biopsicossociais dos distúrbios comi· diais por meio do computador eletrônico Um estudo sobre a influência da hiperpnéia no diagnóstico da epilepsia em alguns traçados do PMK

..

Local Londres Montevidéu Paris/B. Aires B. Aires Rio de Janeiro Paris México Rio de Janeiro Mérida (Venezuela) São Paulo Rio de Janeiro Rio de Janeiro São Paulo São Paulo RIbeirão Preto

Publicado por/apresentado em

Longmans, Green & Co. Ltd.

Imprenta Rosgal

Centre de Psychologie Appliquée &

Paidós EI Ateneo

Arquivos Brasileiros de Psicotécnica,

FGV, v. 9, n. 1,2,3, p. 23-43, 1957

Cahiers du Groupe Française Min-kowska

Impresiones Salinas

Arquivos Brasileiros de Psicotécnica,

FGV, v. 17, n. 1, p. 5-18, 1965 Excerpta Médica Foundation

Instituto de Psicologia da Universidade Católica

Arquivos Brasileiros de Psicologia Apli-cada, FGV, v. 21, n. 1, p. 37-77, 1969 Arquivos Brasileiros de Psicologia Apli-cada, FGV, v. 23, n. 3, p_ 27-61, 1970 Anais do XIV Congresso Interamericano de Psicologia

XI Congresso Nacional de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Mental

Tese não publicada

(3)

A interpretação qualitativa do PMK. A primeira parte do livro se relaciona ao título em si, mas a segunda parte, que é a contribuição pessoal e valiosa da autora, refere-se

à

disritmia e

à

validade do PMK. Também ocorre com o tra-balho de Lefetz em Paris, denominado Essai d 'utilisation du test myokinétique de Mira dans la perspective de la typologie de mme. Minkowska, pois se trata de estudo com o PMK, com o fim de verificar a bipolaridade aderente-viscosa da constituição epilept6ide.

Os trabalhos realizados serão assim abordados:

• 1939 - Mira y L6pez - Londres', Longmans, Green & Co. Ltd. -

Myo-kinetic psychodiagnosis; a new technique of exploring the conative trends of personality.

No Maudsley Hospital, em Londres, Mira y López realiza suas primeiras pesqui-sas com o PMK. Estuda grupos de doentes psiquiátricos diagnosticados. Entre esses grupos consta um de 35 epiléticos. Faz um estudo geral das anomalias em relação a um grupo de controle formado por 32 pessoas normais.

As primeiras observações empíricas foram: 1. Pressão: variações súbitas.

2. Velocidade variável.

3. Flutuações bruscas nos comprimentos lineares. 4. Dificuldade no decurso da escada.

• • 1946 - Mira y L6pez - Montevideo, Imprensa Rosgal - Contribuición dei PMK ai diagnóstico neurológico.

Estudo de 10 casos, entre os quais um de epilepsia jacksoniana, paciente em pleno mal. No PMK apresenta:

- desintegração das formas complexas;

- grande aumento de comprimento linear coexistente com mudanças, porém conservando o aspecto geral cinético;

- sobrecarga impulsiva;

- brusca aceleração e lentidão dos cursos dos movimentos. Conclusão:

Nos síndromes epileptiformes, o PMK é usado com amplas possibilidades: o aumento dos traçados lineares e a disritmia psicomotriz estabelecem o grau de intensi,dade de síndrome; seu caráter sintomático ajuda o clínico a diferenciar as epilepsias.

• 1951-1957 - Mira y López - Buenos Aires/Paris, Paid6s/Centre de Psychologie Appliquée - Psicodiagnástico miocinético.

Características do PMK na constelação disrítmica:

(4)

1. Falta de regularidade nos traçados do ziguezague por excessiva flutuação (variação) linear e angular, essencialmente pelas variações bruscas e imediatas desses valores. Às vezes observam-se pequenas sacudidas musculares que deter-minam a aparição de "pontas" idênticas aos spites do EEG.

2. Falta de regularidade, devido à lentidão e inclusive à interrupção do tra-çado que pode tomar-se iterativo, repetindo-se sobre si mesmo em vez de· avançar.

3. Perda de regularidade do traçado das paralelas, tanto no seu comprimento • como no espaço intervalar de paralela a pitralelit, assim como seu ritmo de

exe-cução, observando-se às vezes sub-ritmos.

A combinação dos três sinais dão um aspecto irregular e disrítrnico, obser-vando-se explosão, bruscas acelerações e freadas.

4. Embora excepcional, pode haver desorientação no momento de inverter o traçado da escada, convertendo a descida em franja, como ameias de castelo.

Na casuística do Dr .. Mira, sobre uma amostra de 100 casos, ocorrem 90% de casos coincidentes entre os diagnósticos do PMK e EEG.

• 1955 - Mira y López - Buenos Aires, EI Ateneo - Psiquiatria - tomo 3, p.233.

O autor assinala a possibilidade de "diferenciar a disritmia do tipo comicial e as disritmias por déficit de integração cinética".

As características de disritmia paroxística, ativas ou latentes, pelo PMK são:

1. Falta de regularidade, devido à brusca intervenção de sacudidas cinéticas 'que alteram intensamente a velocidade, a extensão e direção dos movimentos, chegando à desorganização de sua forma, e durante o qual o sujeito demora e reduz os movimentos.

2. As paralelas servem especialmente para confirmar os dados revelados no ziguezague.

3. Comprovação freqüente nos epiléticos avançados; falham na execução das escadas, especialmente no movimento de descida. Mas esse fato foi observado também em cinco casos de neoplasia cerebral, o que leva a supor que é sinal de alteração lesional do encéfalo.

• 1957 - Mira, Alice - Rio de Janeiro, FGV - Arquivos Brasileiros de Psicotécnica. v.9, n. 1,2,3, p. 23-43, 1957. "Distribuição dos traços patoló-gicos no PMK numa amostra supostamente normal."

102 A.B.P.A. 3/77

(5)

Figura 1

Sinais de disritmia no PMK por Mira y López

1.· Excessiva flutuação linear e angular . 2. Interrupção do traçado.

3. Perda de regularidade DO comprimento 4. Desorientação na escada descendente .

das linhas e na distância e intervalos.

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---

,...---...:.._---

-hicodiagnóstico miocinético 103

(6)

Sobre uma mostra ao acaso de 504 pessoas supostamente normais no Rio de Janeiro encontramos: 104 casos com disritmia (27,8%), 129 apresentando leve disritmia (25,6%) e 11 casos com intensa disritmia (2,2%).

Verificamos que as características disrítmicas se associam mais 'com as características esquizotímicas.

1958 - Lefetz, M. - Paris - Cahiers du Groupe Françoise Minkowska. "Essai d'utilisation du test myokinétique de Mira dans la perspective de la typo-logie de mme. Minkowska."

No serviço de neurocirurgia do Hospital Saint' Anne, numa pesquisa sob a orien-tação da Dra. HeI man , estudaram-se crianças epiléticas e adultos submetidos a intervenções psicocirúrgicas mediante o PMK, o Rorschach, o EEG e o desenho. Dentro de um grupo de 23 sujeitos, 8 eram epiléticos. Verificam-se os sinais de disritmia assinalados por Mira y López; observam-se as características de impul-sividade, de explosão, aliados, porém, a um aspecto viscoso, adesivo. Estes dois pólos - adesivo e explosivo - são as características destacadas por mme. Minkowska na constituição epilética.

No PMK revelam-se por: - pressão forte, espessa, pastosa; - lentidão nos movimentos;

- tendência ao aumento progressivo dos traçados;

- nas cadeias, essencialmente, o sujeito fecha completamente cada elo e repassa um sobre o outro; de repente, há um movimento explosivo e pula bruscamente.

Há, portanto, interação, aderência, viscosidade e depois surge um movimento de arranque brusco e explosivo.

nas paralelas observa-se a mesma verificação.

1959 - Shaltiel, J. - México, Impressiones Salinas - La interpretación

cualitativa dei test psicodiagnóstico miokinético.

Os sinais de disritmia no PMK correspondem ao aspecto brusco da disritmia: 1. Flutuação imediata dos comprimentos lineares de dois traços contínuos (ziguezague e paralelas).

2. Flutuação imediata nas aberturas angulares (ziguezague).

3. Flutuação imediata das magnitudes dos diâmetros (círculos e cadeias). 4.. Flutuação imediata entre a distância de duas linhas paralelas.

5. Desvios bruscos da direção e seqüência do movimento. 6. Dificuldade no traçado descendente da escada.

7. Pressão grossa, compacta, com aumento do comprimento linear. 8. Excessiva lentidão ou ritmo irregular.

104 A.B.P.A. 3/77

'\o

(7)

Amostra:

- 98 epiléticos em estabelecimentos neurológicos e psiquiátricos do México, dos quais 47 homens e 51 mulheres de 15 a 57 anos, todos sob tratamento e medicação. Realiza um estudo considerando as observações clínicas, os antece-dentes pessoais e familiares, o EEG e o PMK;

79 sujeitos normais compõem o grupo de controle de 18 a 37 anos. Os diagnósticos diferenciais foram classificados em:

25 casos de epilepsias cerebrais focais;

56 casos de epilepsias centro-encefálicas: pequeno mal; pequeno mal mioclô-nico; temporais; grande mal;

• 8 casos de epilepsias não-localizadas: pós-traumáticas, extracerebrais; 9 casos de epilepsias sem diagnóstico cerebral.

...

Mensurações introduzidas por Shaltiel:

Resultado estatístico

Esq. Dir.

Dif. CL

*

imediato egOcífUgO} } m. esq. 0,01 0,01

e

Dif. CL imediato egocípeto m. dir . 0,01 0,01

ziguezague

Dif. angular imediata egocífuga } m. esq. 0,01 0,01

e

Dif. angular imediata egocípeta m. dir .

• { Dif. diametral imediata egocífuga } m.esq. 0,01 0,01

cadeias e

Dif. diametral imediata egocípeta m. dir. 0,10 0,10

Dif. CL imediata egocífuga } m. esq. 0,01 0,01

e

Dif. CL imediata egocípeta m. dir. 0,01 0,01

paralela ~

Dif. distância imediata egocífuga } m. esq . 0,01 0,01

e

Dif. distância imediata egocípeta m."dir. 0,01 0,01

Realiza o estudo agrupando os sujeitos de acordo com o sexo, educação, diagnóstico diferencial, idade em que fez a prova, idade em que começou a doença, duração da doença, grau de inteligência e presença de distúrbio mental.

*

Dif. CL = diferença do comprimento linear.

(8)

Resultados de elaboração estatística:

1. Entre os traçados que se supõe características de disritmia no PMK no grupo de epiléticos comparados a um grupo de controle achou-se sobre 20 dados (10 para cada mão) que existem diferenças significativas entre todos os traçados concernentes à flutuação imediata, menos na diferença angular no ziguezague egocípeto.

2. O sinal supostamente típico da epilepsia representado por .três graus de dificuldade para realizar a parte descendente de escada não foi confirmado. O sinal parece generalizado em casos que sofrem de esquizofrenia, paralisia geral e alcoolismo, indicando distúrbio mental.

3. Quanto à existência de características entre as diversas formas de epi-lepsia, registraram-se diferenças significativas quanto à flutuação imediata:

a) encontrou-se nas epilepsias temporais diferenças significativas em 55% dos traços;

b) os casos de pequeno mal apresentaram 70% de seus traços; c) os epiléticos centro-encefálicos com um só traço significativo;

d) os epiléticos cerebrofocais com dois traços significativos.

4. Não se encontrou qualquer relação entre a idade do doente, o início de seu padecimento, a duração do mesmo e o seu grau de inteligência e de dis-túrbio mental.

5.' Na determinação dos diferentes síndromes encontrou-se: diferenças signifi-cativas com o nível ideomotor; as epilepsias focais e o pequeno mal revelaram muito menos deterioração qúe as epilepsias centro-encefálicas.

Conclusão final:

Os resultados das diferentes etapas do trabalho levaram às seguintes con-clusões:

1. A verificação da validade do.s traços que Mira y L6pez estima como típicos de disritrnia e de epilepsia.

2. A comprovação de que existem diferenças significativas correspondentes às diversas formas de que se reveste a epilepsia.

• 1964 - Mira, Alice - Rio de Janeiro, FGV - Arquivos Brasileiros de Psi-co técnica , v. 17, n. 1, p. 5-18, 1965. "Tabelas para adultos femininos e mas-culinos."

Comprovou-se estatisticamente que a diferença de 16mm entre o comprimento linear máximo e mínimo do ziguezague correspondia a uma impulsividade explosiva e disrítmica, pois acha-se situada no +3. Esta diferença de 16mm

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,.

..

(9)

Figura 2

Sinais de disritmia no PMK por J. Shaltiel

1. F1utuação imediata dos CL de dois traços contínuos .

2. Autuação imediata nas aberturas

angulares imediatas. Pricodillgn6Btico miocinético

---..:

-

-

--3. Autuação imediata nas magnitudes

dos diâmetros .

(10)

Figura 3

4. Flutuação imediata entre a distância de duas linhas paralelas.

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...

_-

-•

-

--...

5. Desvios bruscos na direção e seqüência do movimento.

<lO

(11)

Figura 4

6. Dificuldade no traço descendente da escada •

,

7. Pressão grossa e brusca .

-

(12)

sempre foi assinalada por Mira y López, desde seus cursos proferidos em 1944, como indício de uma disritrnia patológica. Ao efetuar-se uma tabela completa para um e outro sexo, em 1964, após a morte de Mira y López, verificou-se que a diferença situada no terceiro desvio-padrão, entre o comprimento máximo e mínimo do ziguezague egocífugo do sexo masculino, ficava entre 15,80 e 17,93, e, para o ziguezague egocípeto, entre 15,23 ee 17,30. A mesma medida para o sexo feminino no ziguezague foi de 16,69 e e 18,97 e, no ziguezague egocípeto, de 16,28 e 18,59.

• 1966 - Calistri J. - Méride (Venezuela), Excerpta Médica Foundation

-Lineogramas deI PMK de Mira y EEG.

Numa amostra de 100 casos realizados numa clínica ambulatória foram feitos e comprovados os resultados do PMK (só lineograma), EEG, Bender, diagnóstico clínico.

Resultados:

1. Entre o EEG e os lineogramas houve uma concordância de 69%. 2. Entre o EEG e o Bender, de 56%.

3. De 63 casos diagnosticados de síndrome cerebral crônico, encontrou-se: 61 casos, nos lineogramas, apresentaram suspeita dd lesão cerebral, quer dizer, 96,8% dos casos; 52 casos com EEG anormal, ou seja 82,5%; 38 casos com Bender, ou seja, 60,5%.

• 1969 - Ginsberg. Aniela - São Paulo, Instituto de Psicologia da Univer-sidade Católica - Tentativa de validação externa de métodos para o estudo da personalidade. p. 47.

Resultados do PMK em 5 epiléticos - Estudo da rigidez com as seguintes hipó-teses:

1. Indícios de anomalias neurológicas nos testes de personalidade (sinais de disritrnia no PMK) correlacionam positivamente com sinais patológicos eviden-ciados no exame neurológico geral e no EEG.

2. Certos aspectos de personalidade avaliados (excitabilidade, impulsividade e rigidez) serão significativamente diferentes em dois grupos de sujeitos normais e patológicos, divididos na base de disfunções neurológicas.

Amostra:

Cinco sujeitos epiléticos diagnosticados pelo EEG e exame neurológico. Considera as características de distirrnia. dadas por Mira y López:

1. Falta de regularidade nos traçados do ziguezague. 2. Dificuldade de avançar no ziguezague e nas paralelas.

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(13)

..

3. Grandes diferenças dos comprimentos lineares e dos intervalos entre as paralelas.

4. Desorientação e deformação da configuração das escadas. Resultados:

Os poucos casos de doentes épiléticos se caracterizam principalmente pela formação de estrutura de escadas e, em parte, do ziguezague, pelas discre-pâncias intrapsíquicas e falta de regularidade nos traçados e tremores. Seus dese-nhos são significativamente de pessoas normais, confirmando assim a validade do PMK para diagnóstico diferencial entre sãos e doentes.

• 1969 - Adrados. Isabel - Rio de Janeiro, FGV - Arquivos Brasileiros de Psicologia Aplicada, v. 21, n. 1, p. 37-77, 1969. "O PMK, no diagnóstico da epilepsia. "

Amostra:

- 50 sujeitos masculinos entre 20 - 40 anos, com instrução primária, sem trata-mento, mas com diagnóstico clínico, numa clínica neurológica do Instituto dos Industriários;

- 50 sujeitos supostamente normais, 20 - 40 anos, com instrução primária, ambas com profissões serniqualificadas (braçais).

A) Levantamento qualitativo dos fatores disrítmicos, considerando: 1. Falta de regularidade do ziguezague, cadeias sagitais e paralelas. 2. Lentidão (ziguezague, cadeias sagitais e paralelas).

3. Excitação e ansiedade (ziguezague, cadeias sagitais e paralelas - maior na direita).

4. Tendência a conflito: em todo o teste, intratensão na mão esquerda maior que na direita.

5. Alteração na escada .

6. Pressão grossa e viscosa nos lineogramas e Us sagitais. 7. Tremor inicial.

B) Estudo das concordâncias:

1. Entre PMK e EEG há concordância de 31 dos 50 casos - 62%; 19 sem concordância - 38%.

2. Entre PMK e diagnóstico clínico, concordância de 39 sobre 50 casos -78%; 11 não-concordantes - 22%.

3. Entre EEG e diagnóstico clínico, concordância em 32 sobre 50 - 64%; em 18 não houve concordância - 36% .

(14)

C) Resultados da elaboração estatística:

Das diferenças significativas obtidas entre o grupo de epilético e a amos-tra-testemunha, conclui-se que o grupo de epiléticos é mais intratensivo, menos agressivo, mais emotivo, com maior excitabilidade e maior impulsividade dis-rítmica.

Conclusões gerais:

1. Com os resultados qualitativos e quantitativos, o PMK é sensível para re-gistrar a disritmia cerebral.

2. Dos dados significativos encontramos irregularidades do traçado, tendência ao conflito.

3. A lentidão e a iteração do traçado são outra constante, especialmente nas cadeias sagitais.

4. A desorganização da escada é significativa.

S. O epilético não é agressivo - existe maior potencial de agressividade no grupo-testemunha e de auto-agressividade no epilético.

6. Tendência à intratensão.

• 1970 - Machado, V. Ferreira & D. Saraiva,Laurita - Rio de Janeiro, FGV

- Arquivos Brasileiros Psicologia Aplicada, v. 23, n. 3, p. 27-61,1970. "Dete-rioração mental. Apresentação de um caso".

Os autores apresentam o estudo do caso de um motorista que, após prévio exame psicotécnico, sofre um acidente que ocasiona traumatismo cerebral, de-terminando deterioração mental. O estudo é realizado através do exame clínico, Rorschach, PMK e INV.

Os sinais específicos de deterioràção mental são:

aspecto confuso e variável dos traçados, que impressionam pela sua organici-dade;

- em certos casos torna-se impossível a realização da prova pela incapacidade de compreensão das instruções ou falta de constância em cumpri-las;

- tanto nas oligofrenias quanto nas demências, o sinal típico e constante é a pobreza na reprodução dos ziguezagues, escadas, cadeias e Us;

- nos casos agudos de lesões cerebrais aparecerão todas as características de disritmia e os sinais típicos das deficiências mentais.

Considera-se como características de disritmia:

1. Pressão forte, pastosa e viscosa ou alternância das pressões. 2. Falta de regularidade na execução das configurações.

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..

..

(15)

,

3. Falta de regularidade na continuidade dos traçados. 4. Desorganização das configurações mais complexas. 5. Desorientação nas direções.

6. Alterações no ritmo dos movimentos.

7. Nos casos congênitos ou precocemente adquiridos são freqüentes os traços de auto-agressividade endógena; nos casos de traumatismos reversíveis esta vivên-cia aparecerá na mão dominante .

O sujeito realizou o PMK no exame psicotécnico (do qual apresenta-mos apenas duas páginas - 5 e 5-A), revelando uma personalidade praxicamente bem-estruturada, coerente, com bom nível ideomotor, certa tendência à excita-bilidade e sensível obstinação, Todos os dados quantitativos se acham dentro da normalidade. Três anos depois sofre um grave acidente como motorista de socorro do Corpo de Bombeiros, ocasionando traumatismo craniano com graves alterações de conduta. Dois meses após o acidente é submetido aos exames de PMK (figuras 5-B e 5-C), Rorschach e EEG. Os três exames assinalaram a pre-sença de equivalentes comiciais e tendência à deterioracão mental como seqüela de comoção cerebral. O segundo PMK assinala acentuada desorganização ideo-práxica, perda da configuração da escada e ziguezague egocípetos, traços con-fusos, impulsividade descontrolada, desorientação com sério conflito intra-psíquico, acentuada instabilidade tensional com explosões de excitabilidade e inibição, intensa instabilidade relativa à pressão do lápis, agressividade endógena heterodirigida, no momento instável e impulsiva .

Após 11 meses de recuperação e novamente submetido aos mesmos testes psicológicos, todos eles assinalaram franca recuperação clínica com remissão de sua deterioração mental acidental. O terceiro PMK (figuras 5-D e 5-E) revelou que os traçados voltaram quase ao normal, normalizou-se a escala inibição excitabilidade, assim como a pressão do lápis, mas ainda persiste maior hetero-agressividade e certa insegurança, observando-se aumento das defesas do ego e sinais de impaciência. Acha-se em vias de total recuperação, embora não tenha alcançado a coerência e ajuste intrapsíquico revelado no primeiro PMK.

O estudo longitudinal deste caso acha-se em estrita correlação com a his-tória clínica e os outros testes efetuados,,oe comprovam a validade do PMK essencialmente por ter havido um teste anterior ao acidente que serviu de cri-tério externo .

Boccalandro, E. Rojas - São Paulo - Anais do XIV Congresso

Interameri-cano de Psicologia. "A disritmia no PMK_"

Hipótese: o PMK permite diagnosticar com margem de segurança maior do que o EEG nas disritmias cerebrais.

(16)

Figura 5

,

J

&> Figura S-A

..

o

o

A.B.P.A. 3/71 114

(17)

Figura 5-R

Figura 5-C

o

(18)

Figura S-D

Figura S-E

o

..

o

116 A.B.P.A. 3/77

(19)

..

Pesquisa: validação do PMK como instrumento adequado para diagnosticar dis-ritmias em crianças e adolescentes.

Amostra: 100 crianças e adolescentes dos quais: - 64 crianças de 6 a 12 anos;

- 36 adolescentes de 13 a 18 anos; - 67 masculinos e 33 femininos; - nível socioeconômico inferior;

- instrução primária incompleta (85); completa, com ginásio (12); sem ins-trução (3).

Realiza o PMK reduzido (lineogramas, ziguezagues, escada, paralelas, Us sagitais e verticaiS), considera os sinais estabelecidos por Mira Y López e agrega: 1. Sacudidas bruscas laterais nos !ineogramas.

2. Perda da modulação do comprimento linear feita bruscamente, ora violen-tamente reduzida e depois novamente aumentada.

3. Aparecimento de sacudidas laterais ou verticais nos degraus de escada. 4. Aparecimento de sacudidas laterais nos Us verticais e sagitais.

5. Perda da configuração dos Us: surge de repente em U não completo. Quadro de concordância entre o PMK (às cegas), EEG, anamnese e teste de nível mental.

Resultados:

52 casos de debilidade mental em 100 crianças;

- uma percentagem de disritmia igual a 96%, contando os casos de disritmia leve;

- levanta a questão de existir uma miséria fisiológica, econômica, cultural e alimentar;

Conclusão:

1. A freqüência de disritmia cerebral é muito mais alta nos níveis socioeco-nômicos mais baixos de população.

2. Seria necessário uma tabela realizada com amostra estratificada nas díver-sas camadas socioeconômicas.

• 1973 - Shimatai, S. e outros - São Paulo - Trabalho apresentado no XI Congresso Nacional de Neurologia, Psiquiatria e Higiene Mental. Anteprojeto de pesquisa epidemiológica dos fatores biopsicossociais dos distúrbios comiciais por meio de computador eletrônico.

É um projeto que visa à obtenção automática dos sintomas e sinais epiléticos por meio do EEG, PMK, anamnese e outros exames através de computador .

(20)

Figura 6

Sinais de Disritmia no PMK. por Rojas-Boccalandro Aos sinais dados por Mira y López assinala: 1 - Sacudidas bruscas laterais nos lineogramas

2 - Perda de modulação do comprimento linear

5 - Perda da configuração dos Us

118 / 3 - Sacudidas laterais ou verticais nos degraus da '---- escada. A.B.P.A. 3/77

(21)

Assinala a possibilidade de obter diamóstico epidemiológico mais precoce, que pennitiria adotar medidas preventivas, terapêuticas e de reabilitação, sob os aspectos biológico, psicológico e sociológico. Mostra viabilidade na realização de uma mesa eletrônica para o PMK, que porém, ao envolver alto custo operativo, depende da obtenção de recursos econômicos.

• 1974 - Braga, Maria da Graça - Ribeirão Preto - Tese. Trabalho não-publicado. Um estudo sobre a influência da hiperpnéia no diagnóstico da epi-lepsia em alguns traçados do PMK .

Objetivo: utilização de alguns tracados do PMK na determinação de caracterís-ticas epilécaracterís-ticas, sob a influência da hiperpnéia.

Amostra: 40 sujeitos (20 de cada sexo), de 15 a 25 anos, com instrução varian-do entre primário e ginásio completo, diagnosticavarian-dos pelo EEG como epiléticos . A amostra foi dividida em 4 grupos.

Procedimento: duas aplicações do teste em cada sujeito (lineogramas, zigue-zague, paralelas egocípetas com intervalo de 10 minutos entre elas e a primeira realizada 30 minutos após o EEG). A primeira aplicação foi feita de modo habi-tual; antes da segunda, o sujeito fazia 3 minutos de hiperpnéia, aplicavam-se os lineogramas e o ziguezague egocífugo; fmalmente, nova hiperpnéia e aplicação do ziguezague egocípeto e paralelas. A avaliação foi qualitativa procurando-se a presença dos seguintes traços característicos de epilepsia: irregularidade linear, irregularidade angular, desvio brusco, amontoamento, contra-impulsos, irregulari-dade rítmica, traço grosso e compacto.

Resultados: os traços característicos que apresentaram maior freqüência foram: irregularidade linear (100%), irregularidade angular, irregularidade rítmica, signi-ficativo amontoamento e traço viscoso e grosso.

Conclusão: a hiperpnéia parece acentuar a caracterização dos traços epiléticos (disr ítrnicos).

• Em síntese, nos diversos trabalhos realizados com o PMK nos grupos com disritmia patológica, assinalamos os seguintes fatores:

... 1. As observações iniciais efetuadas pelo autor do teste foram dados obtidos empiricamente ao comparar um grupo de epiléticos em relação a um grupo normal .

2. Posteriormente outros autores confrrmam as observações levantadas. 3. Realiza-se um estudo estatístico introdu~indo novas mensurações e veri-fica-se a validade dos traços que Mira y López estima como típicos de disritmia e epilepsia - 18 dados sobre 20 apresentam diferenças significativas. Entretanto, o sinal supostamente típico de disritmia representado pela dificuldade e

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ganização da escada descendente, transformando-se em ameia, não é confIr-mado. Cabe assinalar que a pesquisa foi levada mantendo a medicação anti-convulsiva.

4. A pesquisa seguinte é realizada sem medicação e volta-se a comprovar es-tatisticamente as características típicas de epilepsia no PMK, confirmando-se a desorganização da escada descendente como um fator significativo nas epi-lepsias. Simultaneamente são estudadas as características de personalidade que acompanham, os quadros epiléticos, verificando-se tendência a intratensão, pro-pensão a conflito, presença de traços auto-agressivos, assim como a predominân-cia dos fatores de excitação e ansiedade.

5. Apesar de a pesquisa ser efetuada mediante simplificação excessiva do PMK, são encontrados dados altamente favoráveis.

6. A apresentação de um caso de traumatismo cerebral por acidente, com um PKM realizado anteriormente, que serviu de critério externo, e outro pos-terior que permitiu verificar a evolução, é um caso que por si só valida o PMK e fala de sua fidedignidade.

7. Outra pesquisa fundamental é a realizada num grupo de crianças e adoles-centes de baixo índice socioeconômico, pois demonstra que o fator de desnu-trição leva à predisposição epilética.

8. Aplicando-se o PMK com um processo de ativação mediante hiperpnéia, foi possível achar diferenças significativas, ampliando-se os recursos do teste. 9. Nas pesquisas efetuadas por Shaltiel, Calistri, Adrados e Boccalandro veri-ficou-se que a concordância entre o PMK e os dados clínicos são maiores que os relacionados com o EEG, indicando, portanto, a maior sensibilidade do PMK.

Conclusões:

o

PMK apresenta-se como um instrumento sensível na detectação da inci-dência disrítmica e epilética. Deve-se tomar em consideração a idade, a

influên-•

..

..

cia dos fatores socioeconômicos, assim como os efeitos de medicação. É um • teste que, aliado ao EEG e à anamnese, tem amplas possibilidades de ser usado

a fim de obter-se um diagnóstico precoce e permitir medidas preventivas, tera-pêuticas e de reabilitação.

Referências

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