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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo Curso de Ciências Econômicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo

Curso de Ciências Econômicas

ROSEMBERG RIBEIRO DE PAULA

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL: Uma análise dos resultados do MEI dos anos de 2009 a 2014

FORTALEZA-CE 2014

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ROSEMBERG RIBEIRO DE PAULA

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL: Uma análise dos resultados do MEI dos anos de 2009 a 2014

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Sandra Maria dos Santos

FORTALEZA 2014

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará

Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade

___________________________________________________________________________

P349m Paula, Rosemberg Ribeiro de.

Microempreendedor individual: uma análise dos resultados do MEI dos anos de 2009 a 2014/Rosemberg Ribeiro de Paula. – 2014.

55f. : il., color., enc. ; 30 cm.

Monografia (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Faculdade de

Economia, Administração, Atuária e Contabilidade, Curso de Ciências Econômicas, Fortaleza, 2014.

Orientação: Profª. Drª. Sandra Maria dos Santos.

1. Setor informal (Economia). 2. Empreendedorismo. I. Título.

CDD330 ___________________________________________________________________________

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ROSEMBERG RIBEIRO DE PAULA

MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL: Uma análise dos resultados do MEI dos anos de 2009 a 2014

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Econômicas.

Orientador: Prof.ª Dr.ª Sandra Maria dos Santos

Aprovada em 25 / 11 / 2014.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof.ª Dr.ª Sandra Maria dos Santos (Orientadora)

_______________________________________________

Prof.° Fabio Maia Sobral

_____________________________________________

Prof.° Rui de Almeida Rocha

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, que sempre me apoiaram e não pouparam esforços para contribuir para minha formação educacional.

À minhas irmãs que sempre tentaram compreender meus momentos de arrogância.

À Prof.ª Sandra Santos pelo apoio e dedicação na orientação desse trabalho.

Aos amigos e colegas que estiveram sempre presentes incentivando e dando ânimo para seguir em frente.

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RESUMO

Devido a significativa participação da informalidade no Brasil, foi necessário a criação de um meio que diminuísse o mercado informal e justificasse a não permanência nesse mercado. Dessa forma, foi elaborada a Lei Complementar 128/2008 que cria a figura da pessoa jurídica do Microempreendedor Individual, fruto de um projeto que gera desburocratização, redução de custos e abre oportunidades de crescimento e desenvolvimento para inúmeros empreendedores informais. A pesquisa tem como objetivo analisar o comportamento dos registros de formalização dos MEI’s no Brasil após a implementação da Lei Complementar n° 128/2008, a partir das recentes medidas normativas e dos agentes facilitadores ao desenvolvimento empresarial, bem como caracterizar os registros de formalização num enfoque espacial e setorial; e identificar o perfil dos MEI’s quanto à faixa etária e ao sexo. Trata-se de um estudo de caráter bibliográfico e descritivo. Pode-se destacar evolução positiva no número de formalizações com predominância do setor de comércio. Além disso, destaca-se a significativa participação de jovens entre os empreendedores individuais.

Palavras-chave: Economia Informal; Formalização; Empreendedor Individual.

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SINTESI

Poiché la partecipazione significativa dell’informalitá in Brasile, è stato necessario creare um ambiente che diminuisti il mercato informale e giustificasti la permanenza che questo mercado non è necessario. In questo modo, abbiano elaborato la Legge Supplementare 128/2008 che crea la figura del legale del Piccolo Imprenditore Individuale, il risultato di um progetto genera la burocrazia, ridurre i costi e crea opportunità di crescita e svuluppo per molti imprenditori informali. La ricerca si propone di analizzare l’evoluzione dei record formali da luglio 2009 a luglio 2014, prima di un ambiente spaziale e controllare il profilo di questo imprenditore individuale guarda il gruppo di settore e l’età. Pertanto, questo studio ha personaggio bibliográfico e descrittivo. Può evidenziare gli svillupi positivi in molti formalizzazioni studiati com predominanza nello spazio dal settore commerciale.

Inoltre, si distacca una significativa partecipazione dei giovani tra i imprenditori individuale.

Parole Chiave: Economia Informale; Formalizzazione; Imprenditori Individuale.

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Número acumulado de MEI – Brasil...38

Gráfico 2 – Número acumulado de MEI – Ceará...40

Gráfico 3 – Distribuição por setores – Brasil...43

Gráfico 4 – Distribuição por setores – Ceará...44

Gráfico 5 – Distribuição por setores – Fortaleza...44

Gráfico 6 – Distribuição por faixa etária – Brasil...46

Gráfico 7 – Distribuição por faixa etária – Ceará...47

Gráfico 8 – Distribuição por faixa etária – Fortaleza...47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Registros anuais de MEI – Brasil...39

Tabela 2 – Participação estadual no total de MEI – Registros acumulado (2009- 2014)...39

Tabela 3 – Registros anuais de MEI – Ceará...41

Tabela 4 – Participação municipal no total de MEI – Ceará...41

Tabela 5 – Registros anuais de MEI – Fortaleza...42

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO...10

2. REFERENCIAL TEÓRICO...14

2.1 Economia Informal...14

2.2 Empreendedorismo...18

2.1.1 Barreiras e incentivos ao microempresário...19

3. A LEI COMPLEMENTAR 128/2008...25

3.1 Benefícios e responsabilidades decorrentes do registro...28

3.2 Apoio aos microempreendedores em Fortaleza...34

4. METODOLOGIA...37

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS...38

5.1 Evolução dos registros de formalização do MEI...38

5.2 Distribuição por setor de atividade...43

5.3 Distribuição por faixa etária...45

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...49

REFERÊNCIAS...51

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1. INTRODUÇÃO

A importância do empreendedorismo para a sociedade de forma geral é percebida à medida que impulsiona o desenvolvimento, crescimento econômico e geração de emprego e renda. O Brasil possui uma estimativa de 14.644.000 (quatorze milhões, seiscentos e quarenta e quatro mil) empreendedores, ocupando a 13ª posição como país mais empreendedor do mundo (GEM, 2008). Todavia, essa estimativa está relacionada, somente, com os empreendedores formalizados juntos aos órgãos competentes.

A economia brasileira ainda sofre com a participação do setor informal, principalmente, entre os pequenos empresários. No Brasil, ainda existem milhões de pequenos negócios informais e a participação do pequeno empresário formal é bastante representativa, em relação a outras naturezas jurídicas. Conforme pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial – ETCO, em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas – IBRE/FGV (2012), estime-se que em 2012, a economia informal representou 16,6% do Produto Interno Bruto – PIB; em números correntes seriam R$ 730.403 (setecentos e trinta milhões e quatrocentos e três mil reais), aproximadamente. Logo, os microempreendedores informais (sem CNPJ) movimentam bilhões de reais os quais não são taxados diretamente pelo governo para fins de melhoria pública.

Dessa forma, esses dados refletem o déficit fiscal que o Estado deixa de arrecadar com essa movimentação econômica, causando impactos negativos, pois esses mesmos cidadãos também fazem uso da estrutura do estado para minimizar suas carências como, por exemplo, saúde e educação. Todavia, percebe-se que a participação da economia informal no PIB brasileiro vem caindo e, segundo o ETCO (2013), esse resultado é reflexo, além do crescimento econômico, das mudanças institucionais, expansão do crédito, melhorias no sistema de arrecadação, substituição tributária e iniciativas do Microempreendedor Individual. Isso confirma uma expansão do emprego formal e um crescimento de legalização nas empresas.

Além disso, a natureza do pequeno negócio no Brasil é bastante representativa e é responsável pela geração de grande parte dos empregos e, segundo dados do IBGE (2014), o pequeno negócio hoje representa somente 27%

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do PIB – Produto Interno Bruto, com participação de 99,1% na economia e gera 52%

dos empregos com carteira assinada. No mundo, a tendência identificável enfatizada pelos analistas nos últimos anos é a flexibilidade das pequenas empresas como agentes de inovação e fontes de criação de emprego (CASTELLS, 1999).

O empreendedor informal passou muito tempo sem apoio governamental.

De acordo com Amorim (1998, p.13) “a promoção de pequenos negócios surge como uma política adequada para dar oportunidade de ganhos à crescente força de trabalho”. Desta forma, o apoio ao empresário individual é de suma importância para o desenvolvimento econômico nacional, regional e local, devido à grande participação que possui na economia, e no fator geração de postos de trabalho, visto que o crescimento econômico é muito dependente do nível de emprego e uma das ações mais importantes do Estado é estimulá-lo.

O processo de desenvolvimento local é discutido por muitos pesquisadores, visando analisar as contribuições que as pequenas organizações agregam na economia numa dimensão nacional, regional e local. A fatia de mercado composta por pequenas sociedades é característica do processo de desenvolvimento econômico regional de países como a Itália, em que, numa perspectiva internacional, a presença da estrutura industrial era pequena em comparação a outros países europeus. Colli e Rinaldi (2012, p. 5) afirmaram que a economia italiana “caracteriza-se por uma presença esmagadora de pequenas empresas e, inversamente, por um papel marginal das grandes empresas”.

As empresas de pequeno porte são muito importantes para o desenvolvimento econômico, pois representam a maioria das empresas existentes e promovem grande geração de empregos na economia. Porém, passaram muito tempo sem assistência e apoio do próprio governo, enfrentando um ambiente desfavorável, e o reflexo da falta de subvenção é o número de pequenos negócios que vivem na informalidade. Segundo a última pesquisa para mapear o mercado informal feita pelo IBGE (2014), o Brasil tem mais de 10 milhões de empresas na informalidade e sua grande maioria (88%), pertence a trabalhadores por “conta própria”. Essa participação representa 21,0% do PIB brasileiro (ETCO, IBRE/FGV, 2012).

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O Governo Federal busca solucionar esse problema com políticas de incentivo a formalização do Microempresário Individual, dentre as quais pode-se destacar a Lei Complementar n° 128/2008. Salientam-se também os incentivos por meio de linhas de crédito oferecidas por instituições financeiras públicas, bem como agentes de apoio ao desenvolvimento e capacitação de empresas. Posto isso, um dos fatores importantes para o desenvolvimento do micronegócio é a disponibilidade de linhas de crédito adequadas. Algumas instituições financeiras como, por exemplo, Banco do Nordeste do Brasil e Caixa Econômica atuam como facilitadores com linhas de crédito voltadas para o desenvolvimento e amadurecimento do negócio. O SEBRAE, outro agente facilitador, atua orientando as empresas no acesso a essas linhas de crédito e dá dicas no processo de gestão do negócio.

Portanto, em função da participação do Microempresário Individual na economia, o presente estudo tem por objetivo geral verificar o comportamento dos registros de formalização dos MEI’s no Brasil após a implementação da Lei Complementar n° 128/2008, a partir das recentes medidas normativas e dos agentes facilitadores ao desenvolvimento empresarial. Em relação aos objetivos específicos, pretendeu-se caracterizar os registros de formalização num enfoque espacial;

caracterizar os registros de formalização num prisma setorial; e identificar o perfil dos MEI’s quanto a faixa etária e ao sexo.

Para isso, foi realizada pesquisa bibliográfica, para compreensão da literatura acerca do tema através livros, artigos científicos, órgão federias, estaduais e municipais como, por exemplo, Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas- SEBRAE, Portal do Empreendedor, entre outros; e pesquisa descritiva de natureza quantitativa.

O desenvolvimento do trabalho será composto por cinco seções. A primeira corresponde a introdução. A segunda seção trata do referencial teórico buscando relacionar conceitos e características como empreendedor, microempreendedor individual, mercado formal e informal, bem como sua importância no contexto econômico-social nacional e local. Logo em seguida, a terceira seção abordará a implementação da Lei Complementar n° 128, de 19 de dezembro de 2008, expondo as características gerais e exigências para se tornar

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um Microempreendedor Individual, os benefícios assegurados e as responsabilidades decorrentes do registro. Os aspectos metodológicos estão presentes na quarta seção, definindo os objetivos através de pesquisa bibliográfica e descritiva. A quinta seção caracterizará a atividade e o perfil desse microempresário.

Por último, a sexta seção apresenta as considerações finais a respeito do tema proposto.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Economia Informal

O estudo sobre a atividade informal nasceu na década de 1970 (OIT, 1972) e ainda é bastante discutida na literatura entre os teóricos no assunto, uma vez que os estudos e pesquisas provaram que esse parcela da atividade econômica se aplica aos múltiplos contextos socioeconômicos, políticos e históricos. Além disso, a ocorrência de informalidade não é um fenômeno restrito aos países em desenvolvimento, pois atinge também os países desenvolvidos.

Gomes, Freitas e Campelo Júnior (2005) caracterizam a atividade informal pela produção em pequenas escala, pelo reduzido processo de inovação e inexistente separação entre capital e trabalho. Em consonância com Tiryaki (2008), a economia informal possui característica de baixa produção e acesso restrito ao crédito. Para o SEBRAE (2005, p. 11), “as atividades informais compreendem as unidades econômicas pertencentes a trabalhadores por conta própria e a empregadores com até cinco empregados, incluindo todos os proprietários (sócios) desses empreendimentos”. Além disso, “eram caracterizados como socialmente pobres, com menor grau de instrução e em faixas etárias que incluem tanto os mais jovens quanto os mais velhos” (KREIN e PRONI, 2010, p. 9).

Além disso, a OIT (2006, p.9) considera que a economia informal:

refere-se a todas as atividades econômicas de trabalhadores e unidades econômicas que não são abrangidas,em virtude da legislação ou da prática, por disposições formais. Estas atividades não entram no âmbito de aplicação da legislação, o que significa que estes trabalhadores e unidades operam à margem da lei; ou então não são abrangidos na prática, o que significa que a legislação não lhes é aplicada, embora operem no âmbito da lei; ou, ainda, a legislação não é respeitada por ser inadequada, gravosa ou por encargos excessivos.

A atividade comercial abrange diversos negócios e, conforme Soto (1989), o comércio informal é classificado em duas categorias, a saber, comércio informal de vendas, que tem como característica a venda ambulante de produtos nas ruas das cidades, classificado também como vendedor itinerante, e o mercado informal, que é constituído por vendedores que buscam incentivos para sair das ruas. O comércio ambulante oferta produtos e/ou serviços desde a venda de

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produtos alimentícios até o engraxate nas praças públicas. Ainda segundo o autor, o termo “venda ambulante” traz a mente duas categorias bem definidas: a do comerciante que opera em torno da cidade e a do que vende mercadorias ou presta serviços a partir de um ponto fixo na via pública. “O setor informal é representado por uma determinada composição de atividades, cuja importância pode vaiar em termos de espaço econômico, valor da produção, tamanho e composição do mercado” (CACCIAMALI, 1982, p. 28).

Krein e Proni (2010), em seu estudo publicado pela OIT, reconsideram a nomenclatura dos termos “formal” e “informal” uma vez que podem ser substituídos por “setor tradicional” e “setor moderno”, resultante do processo de urbanização.

Segundo Soto (1989), o comércio informal foi marcado pela crescente atividade econômica em reflexo ao crescimento das cidades. Esse comércio era realizado em grande escala nas ruas, sem a obtenção de licenças ou pagamentos de impostos, em desafio as leis estaduais que eram destinadas a regulamentá-lo. A economia informal surge em resposta ao modo de produção capitalista, com objetivo de reduzir custos (CACCIAMALI, 1982).

A informalidade assume distintos significados nos debates em torno de suas manifestações na economia, uma vez que sua compreensão pode variar de acordo com a visão de mundo apresentada. Num cenário de transformações econômicas e sociais diversos estudos buscam rediscutir o tema da informalidade, visto essa não ser uma pauta atual, considerando diferentes perspectivas como, por exemplo, geração de emprego e renda, crescimento da produção, arrecadação tributária, etc.

De acordo com Meneguin e Bugarin (2008), frequentemente são evidenciadas importantes falhas de mercado como, por exemplo, patamares elevados de desemprego, a constância de litígio nos tribunais trabalhistas, alta desigualdade de renda, etc. Esses fatores contribuem para o surgimento de altas taxas de informalidade na economia.

Segundo Vianna et al. (2013, p. 21), a informalidade emerge como uma alternativa à geração de renda e de sustentabilidade para grupos excluídos, seja pela incapacidade técnica, seja pela oferta excedente de mão de obra no mercado.

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Em conformidade com Ribeiro (2000, p. 7):

os principais fatores que causam o crescimento da economia informal são: o crescimento da carga tributária, ou seja, impostos, taxas, contribuições sociais e outros; o aumento da regulação na economia oficial, especialmente no mercado de trabalho; redução forçada do tempo de trabalho; aposentadoria precoce; desemprego; inflação; o declínio da percepção de justiça e lealdade para com as instituições públicas ; a redução do índice de moralidade; redução do índice de percepção da corrupção, indicando aumento desta e até mesmo a liberdade como um fator de escolha dos indivíduos para trabalhar na informalidade, pela possível flexibilidade que ela oferece.

No que se refere aos pagamentos de tributos e à regulação, a atividade informal é um conjunto de unidades econômicas que não cumprem obrigações legais impostas pelo Estado (SOTO, 1989).

De acordo com Maloney (1998), as análises mais tradicionais associam o crescimento do setor informal à rigidez no mercado de trabalho: a incapacidade da economia formal de absorver os elevados custos impostos pela legislação. A dimensão da informalidade depende da atuação estatal que poderá trabalhar na dimensão econômica e social. Desta forma, o Estado instituiu meios para que os pequenos empreendedores pudessem se formalizar. Trata-se de um passo importante no combate a informalidade e que agrega valor econômico e social no processo de desenvolvimento econômico, tendo em vista o aumento da arrecadação fiscal e o estimulo a capacitação desses empresários.

A formalização proporciona uma série de benefícios e compromissos por parte do empresário, podendo trabalhar com amparo legal e com a prerrogativa de crescimento diante do mercado. Em sua análise sobre o comercio informal, Soto (1989) caracteriza a obrigação de regulamentação de “o custo de permanecer formal”, a fim de permanecer legal. Ainda segundo Soto (1989), esse custo está relacionado diretamente:

ao custo imposto pela lei – taxas, cumprimento de procedimentos burocráticos, obrigação de administrar pessoal de forma padrão, entre outros – e ao custo indiretamente imposto por instituições jurídicas como um todo – a instabilidade do sistema legal, a insegurança dos direitos de propriedade e da ineficiência do sistema jurídico na resolução de litígios ou cobrança de dívidas, entre outros.

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O processo de formalização é importante uma vez que proporciona transformações econômicas em âmbito regional e nacional. De acordo com a OIT (1972, p. 7):

a maior parte das atividades no setor informal é economicamente eficiente e lucrativa, apesar de pequenas escalas e limitadas por simples tecnologias, além de pouco capital e fraco vínculo com setor formal. Esse setor compreende uma variedade de carpinteiros, pedreiros, alfaiates, negociantes, varejistas, artesãos, cozinheiros e motoristas de taxi.

Logo, as pessoas ocupadas no setor informal trabalham em unidades de produção que caracterizam-se pela inexistência de separação entre capital e trabalho enquanto fatores de produção,produzem em pequena escala e possuem baixo nível de organização.

Ademais, a informalidade não é o melhor dos mundos possíveis, pois envolve custos, que as pessoas tentam compensar de forma inadequada, com violação legal como, por exemplo, dificuldade de obter crédito, ausência de regulamentação trabalhista e punição por parte das autoridades fiscalizadoras.

Segundo Tiryaki (2008, p. 2),

a economia informal é formada, na sua maior parte, por pequenos negócios com acesso restrito ao crédito e impossibilitados de recorrer ao sistema legal para a proteção da propriedade e o cumprimento de contratos, já que não possuem registro junto a entidades governamentais.

Dessa forma, tanto a formalização quanto a informalidade geram custos para o pequeno empresário e, segundo Soto (1989), existem algumas diferenças entre esses dois mercados a saber:

A primeira diferença significativa entre o proprietário de um negócio formal e um informal é o enorme investimento que o informal deve fazer para evitar fiscalização; Outra diferença é que a atividade econômica informal não só concorre de forma desleal com o estabelecimento legal, uma vez que economiza o custo da formalidade, mas também se beneficia, sem pagar, a partir dos serviços públicos oferecidos pelo Estado, forçando Estado a transferir para os empreendimentos formais toda a carga de financiamento do orçamento público; Por fim, a diferença entre os formais e informais é que o último não paga impostos diretos ou cumpri com as leis trabalhistas.

As atividades do setor informal estão diretamente relacionadas às atividades do setor formal, uma vez que o crescimento daquela proporcionará maior vulnerabilidade na economia, pois as flutuações das atividades econômicas tendem a ser mais sensíveis. Cacciamali (1982, p. 19) afirma que “o setor informal possui

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caráter autônomo ou complementar ao restante da economia, podendo se expandir para criar emprego e melhorar a distribuição de renda”.

Destarte, a partir do cenário de importância tanto nacional quanto local na economia, a figura do empresário começa a ter destaque como agente gerador de emprego e renda.

2.2 Empreendedorismo

Não existe um consenso para o termo empreendedor na literatura.

Segundo Schumpeter (1997) o empreendedor é aquele que abala a ordem econômica existente com a introdução de novos produtos e/ou serviços. Para Dornelas (2008), o empreendedor é aquele que se antecipa aos acontecimentos e que possui habilidade de implementar seus sonhos no seu negócio e em sua vida.

Dolabela (2006, p. 25) distanciou-se da literatura existente conceituando-o como

“alguém que sonha e busca transformar seu sonho em realidade”.

Já para Chiavenato (2007, p. 4), “os empreendedores são heróis populares do mundo dos negócios. Fornecem empregos, introduzem inovações e incentivam o crescimento econômico”. Ainda segundo Chiavenato (2007, p. 4),

“empreendedores não são simplesmente provedores de mercadorias ou de serviços, mas fontes de energia que assumem riscos em uma economia em mudança, transformação e crescimento”. Para estimular o desenvolvimento econômico, os empreendedores aproveitam as condições favoráveis do meio, através de características de liderança, capacidade e de seu perfil (DOLABELA, 2006).

Os autores Hisrich e Peters (2004), argumentam que:

o empreendedorismo é um processo de criar algo diferente com valor;

dedicando o tempo e os esforços necessários; assumindo os riscos financeiros, psíquicos e sociais correspondentes e recebendo as recompensas decorrentes na forma de satisfação e independência econômica e pessoal.

O empreendedor busca motivações para desenvolver um negócio que podem ser pessoais ou simplesmente profissionais. Hisrich e Peters (2004) expõem os seguintes elementos: (i) reconhecimento da importância do empreendedorismo para a geração de empregos e para a inovação; (ii) maior divulgação por parte da

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mídia; e (iii) crença de que as grandes estruturas organizacionais não oferecem condições para a realização do indivíduo. Segundo Degen (1989, p. 9), “ser empreendedor significa ter necessidade de realizar coisas novas e pôr em prática ideias próprias”. De acordo com Dolabela (2006), os empreendedores podem ser voluntários (que tem motivações para empreender) ou involuntários (que são forçados a empreender por motivos adversos). Quando existem motivações, os empreendedores fazem mais do que simplesmente produzir bem e/ou serviço demandado pelo mercado.

Consoante Dornelas (2008), o empreendedorismo é dividido em duas categorias, a saber: o empreendedorismo de oportunidade (em que o empreendedor cria uma empresa com o planejamento prévio) e o empreendedorismo de necessidade (em que o candidato se aventura na atividade por falta de opção).

Porém, ainda segundo Dornelas (2008), o principal fator apontado como essencial para abrir um negócio foi ter surgido uma oportunidade. Todavia, nem todas as pessoas possuem a sensibilidade para identificar uma oportunidade ou o melhor momento para iniciar uma atividade, logo haverá distinção na natureza do negócio.

Na literatura, muitas são as discussões com o objetivo de obter uma melhor compreensão com relação as características presentes nos empreendedores. McClelland (1961) discute o empreendedorismo a partir de perspectiva comportamental evidenciando as características psicológicas. Dentre as características, destaca-se a capacidade de correr riscos, a iniciativa, a persistência e a autoconfiança. Dornelas (2008) classifica algumas características empreendedoras como, por exemplo, os empreendedores são visionários; sabem tomar decisões; são indivíduos que fazem a diferença; sabem explorar ao máximo as oportunidades; são determinados e dinâmicos; dedicados; otimistas; assumem riscos calculados; e criam valor para a sociedade.

2.2.1 Barreiras e incentivos ao microempresário

Historicamente, as pequenas empresas ainda encontram grande dificuldade de sobrevivência em um mercado cada vez mais competitivo e dinâmico.

Em função do importante papel exercido pelos empreendedores informais na economia Brasileira, tornou-se necessário um entendimento sobre os fatores que

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contribuem para o sucesso ou fracasso destes e que sirvam para sustentar instrumentos que ampliem e melhorem o entendimento a respeito dos mesmos. A literatura expõe as principais dificuldades encontradas: os elevados encargos tributários, excesso de burocracia nas regulamentações tributárias e nos processos administrativos, custo de inovação e ausência de crédito essas empresas acabam falindo de forma prematura. “A condição de informalidade implica uma série de desvantagens para o microempresário, especialmente a exclusão de mercados que exige provas de regularidade fiscal” (SEBRAE, 2005, p. 19). “Em uma atividade econômica, existem essencialmente dois momentos em que as pessoas avaliam a sua relação com a atividade formal: quando entrar e quando decidem permanecer nela” (SOTO, 1989, p. 132). Dessa forma, “dada a alta carga tributária e as exigências de documentações para os registros, o empresário somente decide, espontaneamente, formalizar seu negócio quando os custos da regularização são cobertos pela atividade” (SEBRAE, 2005, p. 19). O custo para manter-se no mercado pode ser alto e impactar diretamente na capacidade produtiva do negócio, seja ele formal ou informal.

Além de apresentarem organização de produção com pouco capital e uso de técnicas pouco complexas, “os estabelecimentos informais não eram alvo de política governamental, tinham dificuldades na obtenção de crédito e atuavam em mercados competitivos” (CACCIAMALI, 1982, p. 16).

Para Amaral et al. (2002, p. 17):

Dentre os problemas para as empresas, além da eterna falta de capital de giro, as questões relacionadas à falta estrutural de competitividade são os pontos comuns, todas elas passando pelo baixo grau de inovações, verificado em nível de organização, dos processos e dos produtos, ocasionadas em parte pelos baixos níveis de escolaridade e de capacitação técnica e gerencial dos trabalhadores em empresários.

Quando se analisa o potencial dos microempreendedores no quesito inovação, percebe-se que somente pequena parcela desse mercado utiliza-se de recursos para aperfeiçoar um produto e/ou processo produtivo. A globalização acirra a competição no mercado e exige melhor desempenho das empresas para atender a um mercado cada vez mais exigente. A inovação em um produto e/ou processo vem como fator de agregação de valor que pode impulsionar o crescimento da empresa.

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Algumas pequenas empresas possuem dificuldade de implementar inovação devido a falta de recursos e capacitação de sócios e colaboradores.

De acordo com Shumpeter (1997), a inovação pode ser obtida pela:

introdução de um novo produto ou mudança qualitativa em um produto existente; inovação de processo que seja novidade para a indústria;

abertura de um novo mercado; desenvolvimento de novas fontes de suprimento de matéria prima e outros insumos; e mudanças na organização industrial.

Para o SEBRAE (2014), “a inovação é uma importante estratégia de competitividade para micro e pequenos negócios já consolidados”.

Além disso, o custo do capital e a falta de capacitação ainda continuam sendo um dos obstáculos para que a pequena firma possa inovar. A ausência de crédito, historicamente, também é um dos principais impedimentos para o desenvolvimento dos pequenos empresários. Umas das principais razões apontadas é a insuficiência de garantias.

Para Stigltiz e Weiss (1981), o acesso ao crédito é um dos mais importantes elementos que contribuem para o desenvolvimento de um país. Sem recursos financeiros, as empresas reduzem sua capacidade de investir e, consequentemente, de produzir, além da diminuição de faturamento e geração de emprego e renda.

Não menos importante, a burocracia no processo de registro e os encargos fiscais são fatores que também dificultam o processo de crescimento das empresas, segundo a literatura existente. “A burocracia governamental, a qual tem o controle dos serviços públicos, tem dentre outros poderes, o de alienar o capital, ou seja, através das penalidades impostas aos agentes informais” (RIBEIRO, 2000, p.

15). No Brasil o custo de abertura médio para pequenas empresas é de R$ 1.494 (um mil, quatrocentos e noventa e quatro reais) (FIRJAN, 2010). O pequeno empresário precisa de instrumentos de apoio, como medidas governamentais, redução de impostos, incentivos a inovação, capacitação de acesso ao crédito.

Visto isso, o pequeno empresário hoje possui incentivos e vantagens para fomentar o desenvolvimento empresarial como, por exemplo, linhas de crédito para

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financiar suas atividades, regulamentação legal e agentes de apoio ao desenvolvimento empresarial.

Em relação à obtenção de crédito, o Governo Federal lançou em 2011 o CRESCER – Programa Nacional de Microcrédito “com o objetivo de facilitar o acesso de micro e pequenos negócios ao crédito orientado como forma de incentivo ao crescimento desses empreendimentos, à formalização de empreendimento e à geração de trabalho e renda” (MDS, 2014). De forma geral, o microcrédito é fornecido a pessoas físicas e microempreendedores formais ou informais, que possuem dificuldade de acesso ao sistema financeiro, principalmente, por não terem como comprovar renda e não apresentarem garantias. Essa linha de crédito é direcionada para pequenos empreendedores que desejam investir em uma firma já existente ou começar um negócio.

Em parceria com o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste do Brasil e Banco da Amazônia, únicos operadores do Crescer, o pequeno empresário pode auferir acesso a crédito para investimentos na sua empresa. Essa linha de crédito é ideal para empreendedores formais ou informais e oferece uma equipe capacitada para visitar o empreendimento do pequeno empresário (CEF, 2014).

O microcrédito “é o crédito oferecido para atender as necessidades financeiras de pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de atividades produtivas de pequeno porte” (BB, 2014).

O principal facilitador de destaque no acesso ao crédito aos pequenos empresários é o Banco do Nordeste do Brasil – BNB. O BNB é um dos maiores bancos de fomento regional e a Região Nordeste pode contar com apoio exclusivo desta instituição. O Banco atua com dois programas de microcrédito, o Crediamigo e o Agroamigo. O Crediamigo é:

o Maior Programa de Microcrédito Produtivo Orientado da América do Sul, que facilita o acesso ao crédito a milhares de empreendedores pertencentes aos setores informal ou formal da economia (microempresas, enquadradas como Microempreendedor Individual, Empresário Individual, Autônomo ou Sociedade Empresária) (BNB, 2014).

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O programa tem como público alvo “pessoas que trabalham por conta própria, empreendedores individuais ou reunidos em grupos solidários que atuam nos setores informal ou formal da economia” (BNB, 2014). O programa atua no comércio (ambulantes, mercadinhos, papelarias, armarinhos, bazares, feirantes etc.), indústria (sapatarias, artesanato, gráficas, padarias etc.) e serviços (salões de beleza, oficinas mecânicas, borracharias etc.). Além disso, o programa oferece acompanhamento, orientação e isenção de tarifas para abertura e movimentação de conta.

Em relação ao amparo legal, foi sancionada a Lei Complementar n° 128, de dezembro de 2008, que introduziu alterações na Lei Complementar n° 123/06 – Lei do Simples Nacional, e regulamentada pela Resolução n° 58, do Comitê Gestor do Simples Nacional. A Lei Complementar n° 128 estabelece diretrizes, cria benefícios e normas que amparam o Microempreendedor Individual. Dessa forma, o trabalhador que antes exercia sua profissão irregularmente, sem qualquer tipo de segurança previdenciária e estímulo de crescimento, passou a usufruir de incentivos a formalização. Segundo SEBRAE (2014), é uma oportunidade para que o trabalhador conquiste seus direitos e formalize seu pequeno negócio sem burocracia e sem custos.

Além do apoio legal e das linhas de crédito e investimento oferecidas pelas instituições financeiras públicas, com apoio do Governo Federal, o microempreendedor pode ainda contar com agentes facilitadores ao desenvolvimento de empresas como, por exemplo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE.

O SEBRAE é uma entidade privada sem fins lucrativos que atua como agente de capacitação e de promoção do desenvolvimento, criado para dar apoio aos pequenos negócios e todo o país. Desde 1972, trabalha para estimular o empreendedorismo e possibilitar a competitividade e a sustentabilidade dos empreendimentos de micro e pequeno porte (SEBRAE, 2014).

Como agente de capacitação e promoção do desenvolvimento, essa entidade possui representação em todos os estados da federação e sede nacional em Brasília. O SEBRAE possui programas de apoio direcionados ao MEI e dá suporte orientando as empresas no acesso às linhas de crédito, devido, ao fato de serem restritos os investimentos e o capital de giro nessas empresas, e informações

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sobre o processo de capacitação com cursos e palestras dos mais variados temas com, por exemplo, empreendedorismo, mercado, gestão, inovação, finanças etc. A instituição criou o Sebrae Empreendedor Individual –SEI que é um conjunto de soluções que dão suporte aos empreendedores tendo em vista seus maiores desafios (SEBRAE, 2014). A saber, SEI comprar, SEI vender, SEI empreender, SEI controlar meu dinheiro, Sei planejar e SEI unir forças para melhor. O pequeno empresário possui acesso a esse conteúdo através de cursos e oficinas, seja presencial ou pela internet (SEBRAE, 2014).

Visando proporcionar benefícios ao microempresário, o governo federal propôs incentivos fiscais de forma a amenizar a carga tributária excessiva do empreendedor. Além disso, outros agentes dão suporte a nível regional e nacional para o empresário que deseje apoio não só no processo inicial, o de formalização, mas também num acompanhamento com equipe capacitada e treinada para auxiliar no desenvolvimento de empresas.

Diante disso, percebe-se que os pequenos negócios sempre foram parcela importante na economia e que precisam de incentivos aos investimentos, formalização e crescimento sustentável em favor da dinâmica econômica. O pequeno empreendedor, com o apoio fiscal e acesso ao crédito, fortalece sua participação na economia com possibilidade de crescimento empresarial. Vale resaltar que, um pequeno negócio de sucesso poderá se tornar uma média e grande empresa futuramente.

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3. A LEI COMPLEMENTAR N° 128/2008

Em 2006 foi criada a Lei Complementar 123 de 15 de dezembro de 2006 que estabelece normas gerais relativas ao tratamento diferenciado e favorecido a ser dispensado às microempresas e empresas de pequeno porte. Essa lei constituiu melhorias para as empresas optantes pelo Simples Nacional, como por exemplo, unificação de todos os tributos pagos pelas organizações em uma única guia.

Todavia, apesar dos benefícios gerados pela implementação da lei, existia no cenário econômico uma parcela de micro e pequenos empresários que encontravam problemas burocráticos para registro e atuavam na informalidade.

Diante do cenário de economia informal brasileira, o Estado tem buscado formas que possam atenuar os problemas decorrentes desse cenário de informalidade como, por exemplo, desemprego, trabalhos autônomos, aumento no número de empresas informais. Diante disso, a legislação brasileira implementou a Lei Complementar n° 128, de 19 de dezembro de 2008, que alterou a Lei Complementar 123/2006 e instituiu o Microempreendedor Individual. A Lei Complementar 128/2008 foi criada com o objetivo de criar benefícios e incentivos ao desenvolvimento de pequenos negócios, como também unificar a atuação da administração tributária da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos Municípios.

De acordo com a referida Lei Complementar, aderindo ao MEI – Microempreendedor Individual, os autônomos passam a ter acesso a benefícios como registro no CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, aposentadoria, auxílio-doença, auxílio- maternidade e financiamento diferenciado. A figura do Microempreendedor Individual surge com o objetivo de formalizar os microempresários que vivem na informalidade, sem pagar impostos e sem usufruir dos benefícios que a lei garante.

O empresário individual, anteriormente chamado de firma individual, é aquele que exerce em nome próprio uma atividade empresarial. O Microempreendedor Individual (MEI) é a pessoa física (natural) que trabalha por conta própria e se legaliza como pequeno empresário (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2014). Segundo o IBGE (1992), o MEI ou o “conta-própria, é a pessoa que trabalha em seu próprio empreendimento, explorando uma atividade econômica sem ter empregados, individualmente ou com sócio, com auxílio ou não de trabalhador não remunerado”.

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A Lei Complementar n° 128, de 19 de dezembro de 2008, esclarece o significado da figura do Microempreendedor Individual:

§ 1° Para os efeitos desta Lei, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$

36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.

§ 2° No caso de início de suas atividades, o limite de que trata o § 1° deste artigo será de R$ 3.000,00 (três mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro (BRASIL, 2008).

Atualmente, o art. 18-A, foi alterado pela Lei Complementar n° 139, de 10 de novembro de 2011, com o seguinte teor:

§ 1° Para os efeitos desta Lei, considera-se MEI o empresário individual a que se refere o art. 966 da Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática prevista neste artigo.

§ 2° No caso de início de suas atividades, o limite de que trata o § 1° deste artigo será de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) multiplicados pelo número de meses compreendidos entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro (BRASIL, 2011a).

Os critérios de classificação das empresas são importantes, pois permitem que firmas dentro dos limites estabelecidos em lei possam utilizar-se de privilégios e benefícios. O Brasil leva em consideração o faturamento anual das empresas para realizar a sua classificação.

Dessa forma, após a criação do Microempreendedor Individual, a margem de faturamento das empresas optantes pelo Simples Nacional ficou assim enquadrada, de acordo com o Portal do Empreendedor (2014):

a) O Microempreendedor Individual é aquele cujo faturamento anual vai até R$ 60.000,00;

b) A Microempresa é aquela cujo faturamento anual vai até R$

360.000,00; e

c) A Empresa de Pequeno Porte é aquela cujo faturamento anual vai até R$ 3.600.000,00.

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Segundo Pereira (2013), quase todas as atividades podem ser enquadradas como Microempreendedor Individual. A seguir, citam-se algumas delas:

a) Comércio em geral: verdureiro, artesão, vendas de artigos de vestuário e acessórios, vendas de suprimentos de informática, artigos esportivos ou produtos de limpeza, proprietário de lanchonete, bar, mercearia ou mercadinho, etc;

b) Indústria em geral: doceiro, padeiro, carpinteiro, moveleiro, confecção de roupas ou bijuterias, fabricação de bolsas, malas ou calçados, etc;

c) Serviços de natureza não intelectual: proprietário de lavanderia, salão de beleza, lava-jato ou autoescola, chaveiro, encanador, borracheiro, taxista, motoboy, instalação, organização de festas, trabalhos complementares da construção civil (tais como colocação de piso, forro, serviços de pintura e revestimentos, serviços de hidráulica, eletricidade, alvenaria e carpintaria), manutenção ou reparo de veículos, digitação, usinagem, solda, transporte municipal de passageiros, comercialização e processamento de produtos de natureza extrativista, escritório de serviços contábeis, etc.

Em relação ao processo de formalização, prevê, o § 1° do art. 4°, da Lei Complementar n° 123/2006:

§ 1° O processo de registro do Microempreendedor Individual de que trata o art. 18-A desta Lei Complementar deverá ter trâmite especial, opcional para o empregador na forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (BRASIL, 2008).

É importante destacar o que trata o § 4° do art. 18-A em relação ao procedimento de recolhimento previsto:

§ 4° Não poderá optar pela sistemática de recolhimento prevista no caput deste artigo o MEI:

I – cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V desta Lei Complementar, salvo autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo Comitê Gestor;

II – que possua mais de um estabelecimento;

III – que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou IV – que contrate empregado (BRASIL, 2008).

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Em relação às obrigações trabalhistas, fica o MEI obrigado, conforme previsto no Parágrafo único do art. 18-C:

Parágrafo único. Na hipótese referida no caput deste artigo, o MEI:

I – deverá reter e recolher a contribuição previdenciária relativa ao segurado a seu serviço na forma da lei, observados prazo e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil;

II – fica obrigado a prestar informações relativas ao segurado a seu serviço, na forma estabelecida pelo comitê Gestor;

III – está sujeito ao recolhimento da contribuição de que trata o inciso VI do caput do art. 13 desta Lei Complementar, calculada à alíquota de 3% (três por cento) sobre o salário de contribuição previsto no caput (BRASIL, 2008).

É pertinente expor que, a Lei Complementar, visando dar suporte ao pequeno empresário desde o processo inicial de formalização, prevê, conforme §§

22-B e 22-C do art. 18:

§ 22-B. Os escritórios de serviços contábeis, individualmente ou por meio de suas entidades representativas de classe deverão:

I – promover atendimento gratuito relativo à inscrição, à opção de que trata o art. 18-A desta Lei Complementar e à primeira declaração anual simplificada na microempresa individual, podendo, para tanto, por meio de suas entidades representativas de classe, firmar convênio e acordos com a União, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios, por intermédio de seus órgãos vinculados;

(...)

§ 22-C. Na hipótese de descumprimento das obrigações de que trata o § 22-B deste artigo, o escritório será excluído do Simples Nacional, com efeitos a partir do mês subsequente ao do descumprimento, na forma regulamentada pelo Comitê Gestor (BRASIL, 2008).

Desta forma, o microempresário que deseje obter informações detalhadas sobre todo o processo de formalização, bem como benefícios e deveres, orientação sobre o registro junto aos órgãos competentes, como Juntas Comerciais, Receita Federal, entre outros, poderá obter com o apoio de um escritório de contabilidade de forma gratuita e com amparo legal. Com a criação do MEI, os microempreendedores informais (sem CNPJ) ganharam vantagens tendo direito a benefícios e vantagem de ficar isento de impostos incidentes sobre a atividade desenvolvida.

3.1. Benefícios e responsabilidades decorrentes do registro

Conforme legislação em vigor, o registro do Microempreendedor Individual poderá ser feito por escritório de contabilidade, optantes pelo Simples Nacional. Essa formalização não tem custo para o pequeno empresário, portanto o

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MEI é dispensado do pagamento de valores referentes a taxas, emolumentos e demais custas relativas à abertura, inscrição, registro, alvará, licença e cadastro.

O registro ocorre no site do Portal do Empreendedor e após essa etapa, o microempresário adquire uma série de direitos que antes não poderia usufruir.

Pereira (2013) destaca alguns desses principais benefícios como, por exemplo, direito a aposentadoria por idade, por tempo de contribuição e por invalidez, auxílio doença e reclusão, salário maternidade para as gestantes e pensão por morte. Não obstante, o MEI precisa seguir um protocolo que o permite permanecer com o registro e desfrutar das vantagens da formalização. O microempreendedor deve, conforme o SEBRAE (2014), pagar a contribuição mensal via DAS – Documento de arrecadação do Simples Nacional; preparar o relatório mensal de Receitas Brutas;

enviar a Declaração Anual Simplificada e se tiver empregado, o regularizar. Segundo Pereira (2013), o pequeno empresário deve emitir nota fiscal sempre que prestar serviço, nas vendas de mercadorias e produtos para outra pessoa jurídica. Ainda conforme Pereira (2013),

a dispensa de emissão de documento fiscal se dá nas vendas de mercadorias ou prestação de serviços para pessoa natural e para destinatários pessoa jurídica, porém quando não contribuinte do ICMS e emitir nota fiscal de entrada.

Apesar desse benefício em relação a emissão da nota fiscal, “o MEI tem obrigação de comprar suas mercadorias com nota fiscal. Da mesma forma, todo serviço tomado deverá ser feito com nota fiscal de serviços” (PEREIRA, 2013, p.16).

De acordo com o SEBRAE (2014), com o registro de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica o empreendedor individual poderá vender seu produto e/ou serviço para pessoas físicas, empresas e governo, com emissão de notas fiscais, porém é obrigatória e emissão de documento fiscal somente para pessoas jurídicas.

A Lei Complementar proporciona ao pequeno empreendedor usufruir dos benefícios previstos no Estatuto Nacional da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte ao inserir os artigos 18-A, 18-B e 18-C na Lei complementar n° 123/2006.

Desta forma, prevê o art. 18-A:

Art. 18-A. O Microempreendedor Individual poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês, na forma prevista neste artigo (BRASIL, 2008).

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Além disso, prevê o art. 18-B:

Art. 18-B. A empresa contratante de serviços executados por intermédio do MEI mantém, em relação a esta contratação, a obrigatoriedade de recolhimento da contribuição a que se refere o inciso III do caput e o § 1° do art. 22 da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, e o cumprimento das obrigações acessórias relativas à contratação de contribuinte individual (BRASIL, 2008).

Por fim, prevê o art. 18-C:

Art. 18-C. Observado o disposto no art. 18-A, e seus parágrafos, desta Lei Complementar, poderá se enquadrar como MEI o empresário individual que possua um único empregado que receba exclusivamente 1 (um) salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional (BRASIL, 2008).

O MEI possui autorização legal para ter somente um empregado ganhando até um salário mínimo ou o piso salarial da profissão. (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2014). O custo de manutenção desse benefício é o recolhimento de 8% sobre o salário do empregado para o FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – e 3% desse salário para a Previdência Social (PORTAL DO EMPREENDEDOR, 2014).

Atualmente, a Medida Provisória n° 529, de 07 de abril de 2011, convertida na Lei n° 12.470, de 31 de agosto de 2011, reduziu a carga tributária para o Microempreendedor Individual. A alíquota para a previdência social passou de 11% para 5% (BRASIL, 2011b). Ademais:

o pequeno empresário, enquadrado no Simples Nacional, ficará isento dos impostos federais e pagará mensalmente valor máximo de R$ 39,90, a título de contribuição para o INSS, R$ 1,00, a título de ICMS, caso comércio ou indústria e R$ 5,00, a título de ISS, caso seja prestador de serviços (SEBRAE, 2014).

A rigor, depois de sua formalização e dos recolhimentos mensais, a declaração anual simplificada é a única obrigação e deverá ser feita também pela internet até o último dia do mês de janeiro de cada ano. O Microempreendedor Individual está com sua segurança legal garantida. A formalização amparada em lei os permite auferir vantagens anteriormente não estendidas a essa parcela de empreendedores.

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É importante expor que o microempresário poderá desenvolver atividades que envolvam alto risco, porém serão exigidas vistorias prévias ao funcionamento;

cabe ao município a definição dessas atividades, levando em consideração o seu potencial de infringir segurança sanitária, controle ambiental, prevenção contra incêndio e demais requisitos previsto na legislação. Caso o município não as defina, automaticamente será adotada a lista que consta no Anexo I da Resolução CGSIM n° 22, de 22 de junho de 2010 que relaciona as atividades consideradas de alto risco.

QUADRO 1 - Atividades de alto risco - Microempreendedor Individual

CNAE DESCRIÇÃO

0161-0/01 Serviço de pulverização e controle de pragas agrícolas 1510-6/00 Curtimento e outras preparações de couro

1721-4/00 Fabricação de papel

1742-7/01 Fabricação de fraldas descartáveis

2052-5/00 Fabricação de desinfetantes domissanitários 2061-4/00 Fabricação de sabões e detergentes sintéticos 2062-2/00 Fabricação de produtos de limpeza e polimento

2063-1/00 Fabricação de cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal 02/04/2092 Fabricação de artigos pirotécnicos

3104-7/00 Fabricação de colchões 3812-2/00 Coleta de resíduos perigosos 02/07/4771

Comércio varejista de produtos farmacêuticos, com manipulação de fórmulas 4784-9/00 Comércio varejista de gás liqüefeito de petróleo (GLP)

4789-0/05 Comércio varejista de produtos saneantes domissanitários 4789-0/06 Comércio varejista de fogos de artifício e artigos pirotécnicos 8122-2/00 Imunização e controle de pragas urbanas

04/03/9603 Serviços de funerárias

Fonte: Anexo 1 da Resolução CGSIM nº 22/2010

Logo, são consideradas atividades de baixo risco aquelas não definidas pela prefeitura sem lesar as descritas no Anexo I da Resolução CGSIM n° 22/2010.

Em relação as atividades de baixo risco Pereira (2013) afirma que:

o município poderá emitir Alvará de Funcionamento Provisório, mesmo que este esteja instalado em áreas desprovidas de regulação fundiária legal ou com regulamentação precária, como também se ele estiver instalado em sua residência, caso a atividade não gere grande circulação de pessoas.

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Todavia, é importante o MEI verificar, antes do processo de formalização no Portal do Empreendedor, junto à prefeitura se é possível instalar um negócio no local pretendido.

Tendo em vista o grande número de vendedores ambulantes na capital cearense, é importante ressaltar que, de acordo com Pereira (2013):

o registro de Microempreendedor Individual não assegura aos camelôs e ambulantes o funcionamento legal. Antes de se formalizar, o ambulante ou camelô, com ou sem lugar fixo, deverá verificar junto à prefeitura se pode exercer sua atividade no local escolhido, devendo obedecer as normas municipais.

Apesar de gozar de privilégios para facilitar e estimular a legalização de trabalhadores informais, o MEI, como qualquer outra empresa, deverá observar as obrigações de ordem fiscal e trabalhista. Posto isso, o pequeno empresário deve seguir o protocolo de formalização para permanecer com o registro de MEI. Caso seja pontuada contravenção, conforme a Lei Complementar n° 128/08, o microempreendedor perderá o direito de opção pelo regime diferenciado de recolhimento de tributos. Prevê, o § 7° do art. 18-A, da Lei Complementar n° 123/06:

§ 7° O desenquadramento mediante comunicação do MEI à Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB dar-se-á:

I - por opção, que deverá ser efetuada no início do ano-calendário, na forma disciplinada pelo Comitê Gestor, produzindo efeitos a partir de 1° de janeiro do ano-calendário da comunicação;

II - obrigatoriamente, quando o MEI incorrer em alguma das situações previstas no § 4° deste artigo, devendo a comunicação ser efetuada até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrida a situação de vedação, produzindo efeitos a partir do mês subsequente ao da ocorrência da situação impeditiva;

III - obrigatoriamente, quando o MEI exceder, no ano-calendário, o limite de receita bruta previsto no § 1° deste artigo, devendo a comunicação ser efetuada até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrido o excesso, produzindo efeitos;

a) a partir de 1° de janeiro do ano-calendário subsequente ao da ocorrência do excesso, na hipótese de não ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento);

b) retroativamente a 1° de janeiro do ano-calendário da ocorrência do excesso, na hipótese de ter ultrapassado o referido limite em mais de 20%

(vinte por cento);

IV - obrigatoriamente, quando o MEI exceder o limite de receita bruta previsto no § 2° deste artigo, devendo a comunicação ser efetuada até o último dia útil do mês subsequente àquele em que ocorrido o excesso, produzindo efeitos:

a) a partir de 1° de janeiro do ano-calendário subsequente ao da ocorrência do excesso, na hipótese de não ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento);

b) retroativamente ao início de atividade, na hipótese de ter ultrapassado o referido limite em mais de 20% (vinte por cento) (BRASIL, 2008).

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Por último, vale sinalar o que dispõe o § 9° do art. 18-A da Lei Complementar n° 123/06:

§ 9° O Empresário Individual desenquadrado da sistemática de recolhimento prevista no caput deste artigo passará a recolher os tributos devidos pela regra geral do Simples Nacional a partir da data de início dos efeitos do desenquadramento, ressalvado o disposto no § 10° deste artigo (BRASIL, 2008).

Conforme previsto no § 4° do art. 18-A da referida lei, não será beneficiado pelo sistema de recolhimento previsto no caput do artigo 18-A o microempreendedor que possua as seguintes características:

I - cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V desta Lei Complementar, salvo autorização relativa a exercício de atividade isolada na forma regulamentada pelo Comitê Gestor;

II - que possua mais de um estabelecimento;

III - que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador; ou IV - que contrate empregado (BRASIL, 2008).

O microempresário poderá contratar somente um único empregado, porém:

para os casos de afastamento legal do único empregado do MEI (salário maternidade, auxílio-doença ou férias), será permitida a contratação de outro empregado para substituí-lo por prazo determinado, isto é, até terminarem as condições do afastamento (PEREIRA, 2013, p. 24).

A realização de cessão ou locação de mão de obra dar-se-á, somente, quando a atividade desenvolvida for prestação de serviços de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria, carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos.

As vantagens que a nova legislação trouxe aos microempreendedores são elencadas por Macedo (2009) a seguir:

a) Isenção da taxa de registros e alterações contratuais realizadas nas Juntas Comerciais e em outros órgãos públicos;

b) Quando da emissão de notas fiscais, somente serão necessárias as de venda de mercadorias e prestação de serviços efetuados para pessoas jurídicas;

c) Desobriga-se a contabilidade do microempreendimento, bem como a declaração de renda de pessoa jurídica e ao cumprimento de várias obrigações próprias, acessórias das outras empresas;

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d) Não necessitam de pagar taxas de alvará e outras taxas, devida pelas empresas maiores;

e) Terão acesso às linhas de créditos para financiamento específicos, compatíveis com a condição de pequenos empreendedores, ou seja, as taxas serão reduzidas;

f) Acesso ao mercado através das suas próprias empresas, adquirindo mercadorias de grandes empresas atacadistas por preços menores e acompanhadas de nota fiscal;

g) Estarão cobertos por direitos previdenciários, tais como: auxílio- doença, salário-maternidade, salário-reclusão, pensão por morte e aposentadoria por idade;

h) Possuirão regularidade fiscal, mediante comprovação das aquisições e vendas de mercadorias com notas fiscais;

i) Terão comprovação de renda através da declaração extraída de sua renda devidamente regularizada; e

j) Terão a tranquilidade de estar exercendo suas atividades de forma legal, sem a necessidade de burlar a fiscalização e com expectativa e apoio governamental e institucional e das instituições financeiras.

Mesmo já estando registrado, é de fundamental importante que o MEI siga as normas legais do município onde a empresa está situada, evitando prejuízo a ele mesmo e à sociedade, estando sujeito a sanções, caso comprovada má fé nas informações declaradas. É importante frisar que, ao se formalizarem, além de acesso a crédito, ao mercado e a tecnologia, os pequenos empreendedores disputam a preferência nas aquisições de bens e serviços pelo poder público.

Posto isso, a criação do MEI possibilita ao empreendedor usufruir de direitos e benefícios previdenciários e sociais, crescimento empresarial e pessoal incentivando a saída dessas pessoas do mercado informal.

3.2. Apoio aos microempreendedores em Fortaleza-CE

O MEI possui amparo de agentes que auxiliam no desenvolvimento empresarial. Em Fortaleza, o MEI possui apoio do SEBRAE, do governo municipal e

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