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Modelo de Gestão Comunitária de Água:

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Academic year: 2022

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Modelo de Gestão

Comunitária de Água:

Boas praticas nos musseques de Luanda

A água é o problema prioritário das pessoas que vivem na zona peri-urbana de Luanda. Os preços a que a água é vendida nos circuitos informais representam um grande peso económico para as pessoas de baixos rendimentos. A fraca qualidade da água vendida nos circuitos informais e a pouca quantidade de água disponível resultam em problemas de saúde. A má qualidade de água para beber resulta em epidemias, por exemplo a cólera. A qualidade de vida das pessoas, sobretudo, a das mulheres, é afectada pela necessidade de transporte de água em longas distâncias e pelas perdas de tempo na procura e transporte de água.

O LUPP demonstrou que o Modelo de Gestão Comunitária de Água é viável e economicamente sustentável. O Modelo foi desenvolvido e testado pelo LUPP e vem responder a um problema chave ligado ao abastecimento de água nas áreas peri urbanas de baixo rendimento densamente povoadas. A gestão e manutenção deste modelo é feita a nível local por grupos comunitários eleitos pelos utilizadores do serviço.

O Modelo LUPP permite o desenvolvimento de acções recíprocas e incremento de responsabilidade entre consumidores, administrações locais e companhias de abastecimento de água. Os beneficiários deste modelo devem estar envolvidos no processo desde o princípio, uma vez que a gestão

comunitária tem poder de decisão no que respeita à escolha do local e planificação dos pontos e sistema de água. Assim, o abastecimento de água não consiste apenas numa planificação institucional, mas também no desenvolvimento dum programa técnico.

Os seus resultados demonstram a sustentabilidade do modelo e a possibilidade de difusão do mesmo noutros bairros de Angola é possível.

Acesso a água de qualidade e ao custo acessível é uma contribuição significativa à redução da pobreza

A gestão e manutenção de água pelas comunidades é chave para sustentabilidade Os chafarizes comunitários facilitam o acesso à água de qualidade para os pessoas mais pobres e vulneráveis a baixo custo.

Princípios do LUPP para boas praticas

A parceria com as comunidades e intervenientes chave, tais como os provedores de serviços públicos, é chave para promover a participação e a sustentabilidade

As soluções devem ser acessíveis para os pobres urbanos e ainda assim financeiramente sustentáveis È importante focalizar no reforço da capacidade das comunidades para o melhoramento das suas vidas Assegurar que iniciativas sejam propriedade das comunidades e do Governo com papéis e

responsabilidades claros e mecanismos de prestação de contas estabelecidos Mobilizar os membros da comunidade e intervenientes chaves para que melhor desenvolvam e planifiquem soluções sustentáveis

Estabelecer um código de conduta a ser observado pelos intervenientes chave Valorizar o conhecimento e as ideias existentes

O impacto das iniciativas deve ser avaliado ao nível da família

Encontrar vias de assegurar que as vozes das mulheres e das crianças sejam ouvidas e que sejam participantes activos do processo de tomada de decisão Assegurar a disponibilidade de políticas de protecção da criança tanto para os intervenientes como para os membros da comunidade

Promover a igualdade, não discriminação e inclusão

Serie de

Boas Praticas

do LUPP

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A Água Enquanto Direito Universal

Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (Viena, 1993), a água é uma necessidade vital e essencial para a dignidade humana e, por isso, é elevada a categoria de direito universal inerente a todos os seres humanos. A melhoria na qualidade e no acesso à água potável em cidades como Luanda é essencial para que Angola consiga atingir um dos objectivos prioritários de entre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio comprometidos a alcanças até ao ano 2015 pelos Estados Membros da Organização das Nações Unidas, tal como Objectivo 7 Assegurar um ambiente sustentávele a meta de Reduzir para metade a percentagem de pessoas que não tem acesso sustentável à água potável.

O desafio na gestão de sistemas de água em zonas peri urbanas

O sistema de abastecimento de água em Luanda foi construído durante a era colonial para uma população de 400,000 habitantes. A população de Luanda é agora estimada em mais que 4 milhões, dos quais apenas 30% têm acesso ao sistema de abastecimento de água. Na área peri urbana, onde vive cerca de 70%

da população, a água é servida por vendedores privados que oferecem um serviço irregular, água não tratada e a custo elevado1. Como resultado, o consumo per capitadas pessoas varia entre 5 a 7 litros de água por dia.

Existem planos para a implementação de sistemas de abastecimento de água de forma a melhorar o acesso à água potável em áreas de Luanda cujas famílias possuam um baixo rendimento. Todavia, os principais desafios colocados são a gestão e manutenção desses sistemas a nível local. Experiências prévias em Luanda, bem como em outros países, demonstram que os chafarizes não são utilizados e mantidos adequadamente pelas companhias de água e administrações locais. Deste modo, os chafarizes tendem a degradar-se e a cessar funções. Isto acontece porque as companhias de água e as administrações locais raramente têm uma capacidade alargada e efectiva para a gestão dos pontos de água e porque, uma vez que estes chafarizes não geram lucro, há falta de dinheiro para a sua manutenção.

A experiência a retirar de outros países é a de que a operação e manutenção dos pontos de água deve ser feita pelos próprios utilizadores, para que o sistema de água funcione com sucesso.

1. Ministério de Energia e Águas, (2004) Programa de Desenvolvimento

O Modelo de Gestão Comunitária de Água foi desenvolvido ao longo de catorze anos, em parceria com a EPAL(Empresa Provincial das Águas para Luanda – a Companhia de Águas de Luanda).

Esta parceria foi sendo progressivamente consolidada desde 1992 com o objectivo de melhorar o funcionamento e a capacidade técnica da EPAL na construção de chafarizes comunitários bem como os sistemas de administração comunitária, que podem ser ampliados e replicados em toda a cidade de Luanda.

A gestão e manutenção deste modelo é feita a nível local por grupos comunitários eleitos pelos utilizadores do serviço. Isto implica investimento na formação e capacitação permanente de todos os actores envolvidos no processo, com especial atenção para os grupos comunitários.

O Modelo LUPP permite o

desenvolvimento de acções recíprocas e incremento de responsabilidade entre consumidores, administrações locais e companhias de abastecimento de água.

Os beneficiários deste modelo devem estar envolvidos no processo desde o princípio, uma vez que a gestão comunitária tem poder de decisão no que respeita à escolha do local e planificação dos chafarizes e sistema de água. Assim, o abastecimento de água não consiste apenas numa planificação institucional, mas também no desenvolvimento dum programa técnico.

O Modelo desenvolvido pelo LUPP defende que os grupos locais devem ser envolvidos na negociação e gestão dos bens públicos de modo a promover o desenvolvimento local. O Modelo envolve as administrações locais, a Empresa

Provincial de Águas de Luanda (EPAL-EP) e os Grupos Representativos da

Comunidade (GRCs)2.

A Gestão Comunitária é uma forma de cooperação entre vários actores no sector de águas e na comunidade. Esta diversidade envolve uma identificação comum dos problemas a resolver e das tecnologias a promover. De acordo com os princípios fundamentais da Gestão Comunitária, a comunidade deve apropriar-se do processo de mudança, cada comunidade sempre que possível deve desenvolver o seu próprio sistema de gestão e os actores externos devem apenas facilitar as mudanças e não liderar os processos.

2. Os Grupos Representativos da Comunidade são representados pelos Comités de Água, Associação de Comités de Água e Organizações de Desenvolvimento de Área.

A Modelo de Gestão Comunitária no Abastecimento de Água

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Princípios Fundamentais para a Boa Prática de Gestão do Modelo Comunitário de Água

A participação comunitária na gestão dos serviços,de modo a assegurar o funcionamento e a manutenção dos chafarizes, é fundamental. A participação comunitária é aqui caracterizada pelo envolvimento directo dos utilizadores na negociação, selecção dos locais e construção dos chafarizes, eleição dos Grupos Representativos da Comunidade, pagamento da água consumida, manutenção e monitoria dos chafarizes. As comunidades mostram-se interessadas em participar nas actividades quando sentem que são directamente beneficiadas pelos serviços, isto significa que devem estar informadas sobre a forma como o seu dinheiro é utilizado.

A eleição dos Grupos Representativos da Comunidade pelos utilizadores é essencial.Este princípio estratégico tem duas vertentes importantes: o do exercício de cidadania a nível local, que incorpora elementos de inclusão e participação, e o de desenvolvimento de mecanismos transparentes de gestão e prestação de contas.

O desenvolvimento de sistemas de recuperação de custos para assegurar a manutenção e funcionamento dos chafarizes é fundamental. A recuperação de custos é feita através do pagamento da água vendida nos chafarizes pelos utilizadores.

O dinheiro recolhido é posteriormente dividido para a EPAL-EP, administrações locais, Associações de Comités de Água e Comités de Água. O fundo de manutenção é gerido pelas ACAs através de uma conta bancária. Anualmente é realizada uma auditoria financeira das contas das Associações de Comités de Água para avaliar a qualidade e transparência na gestão do dinheiro comunitário. A aplicação deste princípio estratégico ajuda a garantir a sustentabilidade financeira dos chafarizes, habitua as pessoas a pagarem pelos serviços públicos, a sentirem-se com direitos e reforça as estruturas locais na gestão e prestação de contas.

O desenvolvimento de parceiras com as autoridades locais e provedores de serviço é crucial.Para que o serviço seja prestado é necessária a cooperação entre os diferentes parceiros. Todavia, para que esta cooperação exista, é necessário que haja

comunicação e responsabilização dos intervenientes.

Impacto Alargado

O LUPP conseguiu implementar o Modelo de Gestão Comunitária de Abastecimento de Água nas comunas de Ngola Kiluanji, Hoji-ya-Henda, Kikolo e Kilamba Kiaxi. Foram construídos 73 chafarizes comunitários que permitem o abastecimento de 74,000 pessoas. Para que fossem alcançados estes resultados oi necessário proceder à reabilitação de 4,250 metros da rede principal de distribuição de água, que asseguram o funcionamento de todos os chafarizes comunitários. A sua construção aumentou o consumo de água per capita de 7,6 a 14,58 litros/pessoa/dia, reduziu a distância na obtenção de água (200 para 89 metros), reduziu o preço da água (5 vezes menos que os vendedores) e melhorou consideravelmente a qualidade da água consumida na rede pública3.

O acesso crescente à água reduz o tempo usado para a sua recolha e aumenta a disponibilidade sobretudo das mulheres, o que permitem que se deiquem a actividades educativas e geradores de rendimento. Houve uma redução da exclusão social em funçao da proximidade do chafariz e é mais fácil acesso à água pelos grupos mais vulneráveis da população.

A comunidade não é um recipiente passivo de bens técnicos, mas um grupo activo e participante, com conhecimentos e capacidades, prestam contas pelas suas acções. A implementação da Gestão Comunitária tem estimulado reflexão entre o Programa LUPP, as administrações locais e a EPAL-EP, sobre a capacidade da comunidade gerir os seus próprios chafarizes.

O Modelo, através da provisão do abastecimento de água, promove a criação de capital social e estruturas locais que permitem a participação da comunidade na resolução dos seus próprios problemas, independentemente de actores externos.

Adicionalmente, estes grupos representam um mecanismo para exercitar a cidadania a nível local e promover a participação activa focalizada na importância dos direitos e deveres do cidadão. Promovem, também, o espirito empresarial a nível local, uma vez que os fundos excedentes são reinvestidos pela comunidade.

3. Estudo sobre Consumo de Agua (2004), Development Workshop

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Lições aprendidas

a) O LUPP tem demonstrado que os Comités de Água tem capacidade de gerir os chafarizes ou pontos de água e efectuar a sua

manutenção, mas ainda assim é necessário um apoio contínuo ao Comités de Água de forma a ajudá-los a trabalhar em grupo e na resolução de problemas colectivos.

b) A experiência de trabalho com estes grupos demonstrou ser possível desenvolver estruturas comunitárias coerentes e com capacidade de articular as necessidades e prioridades dos residentes numa base legítima. Mostrou, também, que as estruturas comunitárias estão directamente envolvidas na actividade em questão e que é possível desenvolver mecanismos locais responsáveis para gerir o abastecimento de água em parceria com a EPAL-EP. Adicionalmente, a criação de grupos comunitários de gestão abre uma oportunidade de participação dos cidadãos (moradores) na vida política, económica, social, cultural e na tomada de decisão a nível local através de processos e atitudes que promovem a igualdade e bem estar da comunidade.

c) Os utilizadores do sistema deverão estar envolvidos no processo desde o seu início. Os beneficiários devem ter voz no que respeita ao local onde serão construídos os pontos de água: irão ser escolhidos locais mais convenientes e onde seja possível uma vigilância constante dos pontos de água. Assim, com a participação dos utilizadores, será possível escolher locais dentro dos próprios bairros, onde os pontos de água possam ser controlados e onde haja menos perigo de tráfico. Os utilizadores mostram relutância em assumir responsabilidades perante pontos de água cujos locais tenham sido escolhidos por outras pessoas, especialmente quando se trata dum grande ponto de água, com muitos utilizadores e no limite do bairro pois será mais difícil vigiá-lo.

d) Devido à forma como foi implementado e testado, o Modelo não requer a utilização de contadores de água nos respectivos pontos de água. Isto deve-se ao facto de ter ficado demonstrado no passado e em outras cidades de Angola que a manutenção dos contadores de água nos respectivos pontos aumenta significativamente os custos operacionais e aumenta as probabilidades de avaria. Por outro lado, os contadores de água também não possuem grande fiabilidade em situações de abastecimento de água irregular. Actualmente, a quantidade de água que passa em cada ponto é estimada através da comparação dos dados de recolha de água dos operadores com os dados de abastecimento da EPAL-EP. Outra opção que poderia ser testada seria a adaptação de contadores em cada ponto de água, o que iria fornecer uma medição de água independente para cada ponto.

e) A adopção de “cartões pré-pagos” foi testada pelo LUPP, que avaliou as vantagens e desvantagens deste sistema. O pagamento diário para o consumo imediato de água é considerado preferível para alguns consumidores, devido à instabilidade das poupanças das famílias mais carenciadas. O sistema de “pré-pagamento”

também traz algumas vantagens para os Comités de Água e para as Associações de Comités de Água, pois estas asseguram um melhor orçamento financeiro e conseguem garantir o pagamento das contas da EPAL, com dinheiro que pode ser economizado na conta bancária da Associação. O “pré-pagamento” permite a acumulação de capital, o que possibilita uma resposta mais rápida quando são necessárias reparações ou a substituição de material como a compra de torneiras, por exemplo. Por consequência, o LUPP pretende promover cartões de pré-pagamento em todos os seus pontos de água.

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5

Informação Operacional

Aspectos Sociais

Foram desenvolvidos mecanismos para negociação e tomada de decisão, incluindo regras, regulamentos e sistemas de pagamento. Procedeu-se à formação de 73 Comités de Água eleitos pelos utilizadores de cada chafariz, por mandatos de um ano. Eles asseguram o funcionamento das torneiras, abrem e fecham o chafariz no horário convencionado, registam a saída da água no chafariz, recolhem e registam o pagamento dos utilizadores e organizam reuniões mensais com os utilizadores de cada chafariz.

Também foram criados cinco Grupos Representativos da Comunidade (ACAs e ODAs), eleitos pelos Comités de Água e pelos residentes de cada área.

O seu funcionamento aumentou a representatividade dos Comités de Água e dos residentes, permitiu estabelecer ligações institucionais com os actores chave, gerir as receitas da venda de água, providenciar formação contínua, organização do processo de eleições dos Comités de Água, assegurar a manutenção, reparação e monitoria dos chafarizes.

Outra opção seria a criação de Comités de Água responsáveis por vários pontos de água ao mesmo tempo, mas esta opção necessitaria de ser testada. A adopção deste método levaria à criação dum menor número de Comités o que, por sua vez, iria facilitar a formação dos Comités de Água. Todavia, seria essencial assegurar a confiança entre os indivíduos responsáveis por cada chafariz ou ponto

de água e os respectivos utilizadores, bem como a capacidade de responsabilização dos Comités de Água perante este sector alargado.

Aspectos Institucionais

Um modelo conceptual de “pentágono de parceria” foi desenvolvido. Em Luanda, a provisão de água comunitária envolve a participação de quatro actores chave: os utilizadores, os grupos comunitários, a EPAL-EP, as Administrações Locais e o LUPP como o facilitador. A integração positiva destes, sob facilitação do LUPP, assegura o funcionamento do modelo na medida em que os utilizadores pagam

pelo consumo de água, os grupos comunitários asseguram a gestão e manutenção dos chafarizes, o provedor de serviço garante o fornecimento de água e as Administrações Locais asseguram a legalidade das acções dos actores chave.

O Modelo Pentagonal de Parceria indica os actores principais do Modelo, o seu papel e o tipo de ligação existente entre eles.

A Associação de Comités de Água providencia a ligação necessária no Modelo entre o nível operacional (os Comités de Água e os utilizadores) e o nível de relacionamento institucional (as Administrações Locais e a EPAL-EP).

Informação técnica

Facilitação institucional/Capacitação técnica

Informação/Representação comunitária

Informação/Capacitação técnica

Eleição representantes

Representação comunitária Informação(no planeamento e O&M)

Informação técnica de O&M

Provisão serviço

Pagamento serviço

Gestão local do serviço/ O&M

Agua EPAL

LUPP

Grupos comunitários

Utilizadores Admin. Local

Informação sobre o uso de serviço

Facilitação institucional e técnaica

Planeamento (legalidade; priorização; selecção

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A gestão comunitária dos serviços não pode ser abordada isoladamente do contexto institucional. Para o efeito, torna-se importante integrar os actores chave e todas as iniciativas que concorram para a melhoria da participação da comunidade na gestão local. A experiência tem demonstrado que a integração é vital para a gestão eficiente e sustentabilidade dos chafarizes comunitários.

Consultas realizadas junto dos

beneficiários indicam que os residentes querem melhores serviços de

abastecimento de água e que estão dispostos a pagar pelos mesmos desde que saibam o modo como é aplicado o dinheiro. Os Comités e Associações de Água representam os utilizadores e providenciam a representação dos mesmos perante as organizações institucionais. A EPAL-EP está consciente da sua incapacidade para gerir o

abastecimento de água ao nível dos musseques, mas está disposta a participar no desenvolvimento de modelos de gestão local de abastecimento de água.

As Administrações Locais influenciam fortemente o decurso dos acontecimentos a nível local e estão conscientes do apoio técnico que precisam para manter os sistemas de abastecimento de água operacionais. Estes aspectos determinaram a estruturação do sistema de gestão e a definição dos processos de tomada de decisão do Modelo.

O LUPP facilita o desenvolvimento de acordos de parceria (formais e não

formais) que integrem as Administrações Locais, a EPAL-EP e os Grupos

Representativos da Comunidade. Os acordos de parceria definem claramente as responsabilidades chave de cada actor para uma acção colectiva.

Esta integração tem permitido ligar a planificação e o desenvolvimento dos sistemas de abastecimento de água (presentemente da responsabilidade apenas da EPAL) com o uso da terra e o desenvolvimento dos planos municipais.

Facilitou a ligação entre a EPAL e a administração local, através dos serviços comunitários das administrações comunais. Melhorou os sistemas de pagamento feitos com o dinheiro recolhido da venda da água e tem, também, respondido às iniciativas dos Grupos Representativos da Comunidade no que respeita à melhoria do sistema de abastecimento de água nos chafarizes e apoio à implementação de outras iniciativas locais, com base no dinheiro recolhido.

Aspectos Financeiros

Recuperação de Custos

Consultas realizadas junto dos

beneficiários indicam que os residentes querem melhores serviços de

abastecimento de água e que estão dispostos a pagar pelos mesmos, desde que saibam para onde vai o dinheiro pago. Adicionalmente, a experiência demonstrou que a introdução de sistemas de recuperação de custos, geridos inteiramente pelas pessoas que usam

o chafariz, é essencial para assegurar o funcionamento eficaz dos chafarizes.

Isto implica a existência dum sistema de gestão de dinheiro e de contabilidade.

A experiência demonstrou que a realidade de cada município determina a maneira como as receitas da água são geridas.

Dentro desta perspectiva, o LUPP apoiou o desenvolvimento de um sistema de recuperação de custos no qual a água é paga pelos utilizadores aos Comités de Água e no qual as receitas são geridas pelas Associação de Comités de Água e pelas Associações Locais. As receitas são dividas mensalmente em percentagens e distribuídas pelos diferentes grupos envolvidos (Comités de Água, Associação de Comités de Água, Administrações Locais e EPAL) para assegurar a sua participação e garantir o fornecimento da água, o enquadramento legal e a operação e manutenção dos chafarizes.

Por questões de segurança e de forma a garantir uma gestão transparente do dinheiro, o Programa de Luta contra a Pobreza Urbana facilitou a abertura de contas bancárias inteiramente geridas pelos Grupos Representativos da Comunidade e pelas Administrações Locais que anualmente são auditadas por consultores externos.

A distribuição de responsabilidades específicas entre as partes envolvidas tem permitido aos Grupos Representativos da Comunidade, EPAL e às Administrações Locais estabelecerem preços de água ao alcance dos utilizadores. O preço da água foi estabelecido tendo em conta os preços

Estrutura de funcionamento de um Modelo de Gestão Comunitária de Água

CA Comité de Água ACA Associação de

Comités de Água ODA Organizações de

Desenvolvimento das Áreas

AL Administração Local

CA CA CA

ACA ODA Usuários

CA CA

AL

EPAL

Auditorias

Corpo de Coordenação (AL, EPAL, ACA, ODA)

Nível operacional do modelo – Funcionamento do sistema – Prestação de contas e Monitoria

Nível de relacionamento institucional – Troca de informação – Questões juridico-legal – Prestação de contas – Decisões estratégicas

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7 praticados pelos proprietários de tanque4.

O preço da água nos chafarizes era de Kz 200,00 para 1m3de água (1000 litros) ou seja, KZ 5,00 para 25 litros de água, correspondendo a USD 2,5/m3. Este preço é cerca de 300% mais barato que o praticado pelos vendedores e aproximadamente seis vezes mais alto que o praticado pela EPAL (KZ 32,00/m3), pelo facto de não terem sido instalados contadores nos chafarizes.

Se o preço da água fornecida ao

consumidor baixasse até ao nível do preço oficial do Estado, o sistema de recuperação de custos administrado pela comunidade continuaria viável desde que a pressão e o volume de água fossem garantidos assim como o apoio financeiro disponível para os vendedores comunitários membros das Associações de Comités de Água.

Actualmente o preço oficial da água está abaixo do custo de produção e um subsídio significativo é já aplicado a todos aqueles que consigam ter acesso à água que se encontra a este preço.

Um Caso de Negócio

Basedo sobre o exemplo de um chafariz de duas torneiras, O custo global de construção é de USD 1,500.00. Se retirarmos as despesas relacionadas com a supervisão técnica, o custo do chafariz será de USD 1,000.00.

O preço da água foi definido pela comunidade, mas acordado entre o LUPP, a EPAL e a comunidade, utilizando um critério de comparação com os preços praticados pelos proprietários de tanques de água. O dinheiro é recolhido

diariamente pelos Comités de Água de cada chafariz e entregue mensalmente

às Associações de Comités de Água, que têm a responsabilidade de o repartir nas partes correspondentes. De acordo com a base de dados de Agosto de 2006, relativa a 64 chafarizes em funcionamento durante 15 dias, cada um deles pagou em média US$ 170 à EPAL. Isso significa que a EPAL recebe US$ 2,040 por chafariz por ano e US$ 130,560 no total.

O montante ganho pela EPAL-EP num ano é superior aos custos da construção dum chafariz, mesmo que vários pontos de água não funcionem todos os dias. Num período de cinco anos, as receitas dos pontos de água dão uma contribuição significativa para o custo do tratamento e extracção da água. Existe, por isso, a possibilidade da criação dum bom negócio no que respeita aos chafarizes.

A criação pela Direcção Comercial da EPAL de uma área específica para tratar a questão dos chafarizes e a abertura de uma conta bancária para o efeito são indicadores de que as receitas provenientes dos chafarizes estão sendo vistas com seriedade.

Sustentabilidade e

Reprodução da Abordagem e do Sistema

Um exemplo de como o modelo é eficaz resulta do facto da Associação de Comités de Água de Ngola Kiluanje ter investido o seu próprio capital acumulado na expansão da rede de abastecimento, através da construção de novos pontos de água e organizando novos comités para a gestão dos mesmos. O modelo, enquanto empresa comunitária, tem-se revelado um sucesso capaz de gerar rendimento e de estimular a multiplicação dos pontos de água.

O Programa LUPP há já vários anos que trabalha com a EPAL no desenvolvimento comunitário de água e tem sempre defendido, junto dos departamentos comerciais das companhias de água, a adopção do Modelo de Gestão Comunitária enquanto estratégia a disseminar na cidade de Luanda.

A União Europeia pretende também fazer uso duma estratégia de gestão comunitária no seu apoio à EPAL para um programa alargado de construção de pontos de água. Neste contexto, o LUPP poderá fornecer lições valiosas e testadas com capacidade de aplicação e

reprodução em grande escala.

EPAL AL ACAs

CA Manut.

CA CA

CA ACA

CA CA

30% do total recolhido

10% dos restantes 70%

10% dos restantes 70%

25% dos restantes 70%

25% dos restantes 70%

Recibos que comprovam os pagamentos

4. Os proprietários de tanque são indivíduos que possuem tanques em suas casas, sobretudo na área dos musseques, e que fazem da venda ou revenda de água um negócio.

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Reforço de Capacidades

O reforço de capacidades dos Grupos Representativos da Comunidade é também um aspecto chave no Modelo de Gestão Comunitária de Água.

Esta componente visa transformar a comunidade na gestora dos seus próprios serviços e do seu próprio desenvolvimento, ao invés de simples utilizadores. É extremamente importante dar formação e apoio técnico aos Grupos Representativos da Comunidade para que sejam adquiridos conhecimentos e competências suficientes para a melhoria dos serviços de abastecimento de água, participação na gestão dos serviços e desenvolvimento de capacidades de negociação que permitam o estabelecimento de relações

institucionais fortes e vantajosas. Dentro desta perspectiva, o LUPP desenvolveu pacotes específicos de formação para os diferentes grupos comunitários envolvidos na gestão dos chafarizes.

Aspectos Técnicos

A Tecnologia Apropriada

As zonas peri urbanas de Luanda cresceram de modo espontâneo sem qualquer tipo de planeamento urbanístico. Por consequência, não existem infra-estruturas básicas de água e saneamento. A prioridade imediata é, por isso, o fornecimento de algum tipo de serviço para o máximo número possível de pessoas. Isto pode ser conseguido de modo mais adequado através de pontos de água colectivos, que podem abastecer mais de mil pessoas. Numa fase mais

avançada poderá ser feita a melhoria e adaptação da rede para o

estabelecimento de ligações domiciliares O chafariz comunitário é uma estrutura geralmente feita em betão armado, ligada à rede de distribuição da EPAL-EP e com uma fossa tipo poço roto para a drenagem da água. O número de torneiras por chafariz varia entre dois a doze. Esta variação depende de factores como a quantidade potencial de utilizadores, a pressão da água na rede, espaço disponível para a sua construção e dinheiro disponível. A maioria dos chafarizes construídos tem duas torneiras porque são mais robustos, mais fáceis de manter e mais baratos.

Apesar da maioria dos chafarizes construídos terem duas torneiras, um maior número de chafarizes com menores dimensões leva a água para mais perto dos seus utilizadores. Chafarizes menores são mais fáceis de manter e de gerir.

Há também menos dificuldade em gerir as filas e há menos probabilidades de concentração de multidão em seu redor. Por outro lado, os utilizadores identificam-se mais com os chafarizes menores porque podem vê-los de suas casas e vigiá-los mais de perto.

A baixa pressão da água é um problema que se verifica em quase toda a cidade.

Para assegurar o bom funcionamento e reduzir os riscos das ligações clandestinas, é importante que a distância da ligação entre o chafariz e a rede principal não seja superior a 200 metros.

Programa de Formação para membros da Associação de Comités de Água levado a cabo pela EPAL em Luanda no Centro de Formação Golfe

O pacote de formação desenvolvido para os Comités de Água é composto por módulos com os seguintes temas:

contabilidade básica (registo de entradas e saídas de dinheiro) manutenção de chafarizes resolução de conflitos (princípios e procedimentos básicos para resolver conflitos)

recolha de informação técnica dos chafarizes (registro do fluxo, frequência do serviço, número de consumidores, estado técnico das torneiras e das ligações)

liderança (princípios e atitudes do líder).

O objectivo deste pacote de formação é dotar os Comités de Água com conhecimentos básicos suficientes que assegurem o funcionamento eficaz dos chafarizes, com um nível mínimo de supervisão.

Relativamente às Associações de Comités de Água e Organizações de Desenvolvimento de Área, o pacote de formação é composto pelas seguintes temáticas:

gestão administrativa e financeira princípios gerais sobre a Lei de Águas (gestão comunitária no regulamento da Lei)

Lei das Associações

Lei de Terras (planeamento urbano e acesso à terra)

eleições (princípios gerais sobre a importância da renovação de mandatos na gestão associativa) educação cívica

direitos humanos HIV/SIDA

Este pacote procura dar às Associações de Comités de Água e às Organizações de Desenvolvimento de Área competências para melhor representarem os Comités de Água e utilizadores junto das instituições, de forma a serem capazes de

compreender as dinâmicas sociais para a melhoria dos sistemas de água e para estimular o desenvolvimento da acção colectiva na comunidade.

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9

Sistemas de Informação Geográfica (GIS)

O LUPP tem utilizado Sistemas de Informação Geográfica (GIS) como instrumento de assistência à EPAL e aos parceiros comunitários no planeamento da distribuição das redes de água e localização dos pontos de água. O GIS é o instrumento adequado e sofisticadamente preparado para programar espacialmente todos os factores e dados relativos ao programa. Através da utilização deste instrumento é possível delinear e conjugar as preocupações ligadas à densidade populacional, indicadores de saúde pública, preços de água e redução para menos de 100 metros nas distâncias a percorrer a pé entre os pontos de água.

O GIS é um poderoso instrumento de avaliação do impacto do programa de água e da sustentabilidade financeira da administração do sistema.

Processo de construção de um chafariz

O processo de construção de um chafariz tem três fases diferentes. A primeira fase envolve a selecção do local, medição da pressão da água, preparação e nivelamento do solo e o traçado da esquadrilha. Nesta fase, a participação da comunidade é principalmente observada na selecção dos locais como forma de assegurar a construção dos chafarizes em locais livres, acessíveis e seguros.

Durante a segunda fase, realizam-se as obras de alvenaria, ou seja, construção da base, da superstrutura, caixa de válvula e fossa para drenagem. Esta fase é executada maioritariamente por técnicos da EPAL-EP com ajuda de membros da comunidade. A participação directa da comunidade é observada na escavação do poço roto e fabricação de blocos de cimento quando necessário.

A terceira fase consiste na instalação da canalização e ligação à rede principal. O tempo de construção e o custo da obra dependem do nível de organização da comunidade, do tipo de chafariz e características do solo.

O GIS é um é um excelente instrumento utilizado pelo LUPP na planificação e avaliação do impacto dos projectos de água comunitários Processo de construção de um chafariz

O mapa abaixo faz o contraste entre as distâncias a percorrer a pé entre os pontos de água e as densidades populacionais na Comuna de Ngola Kiluange.

Exemplo de um chafariz com duas torneiras construído em betão armado

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Custo de replicar o modelo

O custo médio global (custos directos e indirectos) de construção de um chafariz de betão armado com duas torneiras é de USD 1,500.00. A tabela que se segue lista o material necessário.

Descrição Referência Unidade Quantidade

Material Quant. USD Unit.

Cimento 50 Kg UN 10 10,00

Agua L 2,5 0,60

Areia m3 2 17,86

Burgau m3 3 33,33

Blocos de cimento 40x20x10 Un 120 0,40

Joelho 1” Un 6 1,80

Joelho 110 mm Un 1 3,99

T 1” m 1 2,30

Tubo pvc 63 mm m 1,5 8,00

Tubo pvc 110 mm m 6 14,99

Tubo galvanizado 1” Un 2,5 26,00

Torneira de válvula 1” Un 2 9,43

Casquilho 1” Un 7 1,71

Junções 1” Un 2 4,33

Uniões 1” Un 1 1,20

Ralo 1” Un 1 7,14

Malha-sol m2 5,4 5,40

Varão NA 12 mm Un 8 1,22

Linho Un 1 3,50

Ferramentas Quant USD Unit.

Kit tarraxa 9 peças Vg 1 105,00

Chave de grife 18 Un 2 29,60

Serrote metálico Un 1 11,20

Chave de boca 13x13 Un 2 19,60

Chave de estrias 13x13 Un 2 19,60

Alicate universal Un 1 20,20

Kit de pedreiro Vg 1 20,00

Picareta Un 1 22,85

Un 2 18,69

Mão-de-obra Dias USD

Pedreiro 1 10 5,00

Ajudante de pedreiro 2 6 5,00

Canalizador 1 10 2,00

Estivadores 2 13 1,00

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O que é o LUPP?

O Programa de Luta Contra a Pobreza Urbana (LUPP)é uma parceria entre a CARE Internacional, Development Workshop, Save the Children UK e a One World Action. É apoiado pelo Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID) e está em curso desde 1999. A presente fase, LUPP2, iniciou em Abril de 2003 e continua até Setembro de 2006.

O LUPP2 é implementado em quatro dos nove municípios de Luanda, nomeadamente Sambizanga, Cacuaco, Cazenga e Kilamba Kiaxi.

O que faz o LUPP?

Os parceiros do LUPP trabalham em colaboração com o Governo de Angola para ajuda-lo a atingir a meta declarada de reduzir para metade os níveis de pobreza ate 2015. O programa é implementado em parceria com organizações da sociedade civil, ONGs, provedores de serviços e direcções ou ministérios do Governo. O LUPP se engaja na promoção de políticas pro-pobres, especialmente na busca da garantia da provisão de serviços básicos aos cidadãos de Angola.

O LUPP procura contribuir na redução da pobreza em Luanda pela:

Demonstração de estratégias de boas praticas (modelos, métodos e abordagens) efectivas, sustentáveis, inclusivas e replicáveis para a provisão de serviços básicos (agua, saneamento, recolha de resíduos sólidos, creches comunitárias), apoios a meios de vida (micro crédito, poupanças, serviços de desenvolvimento empresarial e cooperativas de consume), capital social, governação e redução da pobreza em geral que podem ser replicados em áreas urbanas pobres para gerarem mudanças positivas nas vidas de famílias pobres;

Facilitação de uma aprendizagem e compreensão activa sobre assuntos e políticas urbanas por parte dos intervenientes chave e produzir informação estratégica sobre lições, mensagens e métodos emergentes dos modelos e abordagens adoptados para a responder a demanda de informações relevantes;

Fortalecimento do compromisso e da capacidade das autoridades locais e da sociedade civil de promover e implementar um desenvolvimento local inclusivo e participativo;

Promover um maior engajamento, inclusão e prestação de contas entre o governo e a sociedade civil em matérias urbanas, em grande parte através da criação de espaços em que diferentes actores podem entrar em contacto com as lições mensagens e métodos, assimilar as suas implicações e levar avante o trabalho de integra-los nas suas políticas e praticas.

www.luppangola.org

Apoaido

Autor e conteúdo: Salvador Ferreira Edição e produção: Kate Ashton Fotos: Tim Hetherington Design: Paul Coyle

Referências

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