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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo 1. îTICA E OBJETIVOS DA MACROECONOMIA
Para estudar a Macroeconomia, antes Ž necess‡rio defini-la. Afinal, do que trata a Macroeconomia?
Macroeconomia Ž o estudo do comportamento agregado da economia.
A economia ÒaconteceÓ no dia-a-dia a partir da intera•‹o entre os indiv’duos e institui•›es. Transa•›es comerciais e financeiras s‹o realizadas, a taxa de juros sobe e desce, a infla•‹o varia acima ou abaixo, o Governo adota determinada pol’tica fiscal, assim como o Banco Central determina a pol’tica monet‡ria.
A soma de todos estes eventos constitui a Òm‹o de obraÓ da macroeconomia. Isto Ž, ˆ macroeconomia cabe avaliar e entender as tend•ncias gerais da economia, em vez de examinar a situa•‹o individual de cada indiv’duo/institui•‹o.
Para obter a Ògrande fotografiaÓ, os macroeconomistas precisam de insumos. Necessitam alimentar as medidas especiais e gerais por eles utilizadas, a fim de compreender as rela•›es macroecon™micas.
E foi assim que a macroeconomia surgiu como campo individual de estudo. Na dŽcada de 30 (a Macroeconomia nasceu depois de Dercy Gon•alves...), um eminente economista de nome John Maynard Keynes causou uma revolu•‹o na economia como um todo. Uma de suas principais contribui•›es foi separar o estudo de vari‡veis agregadas, tais como ÒempregoÓ, ÒjurosÓ, ÒrendaÓ, ÒconsumoÓ, ÒinvestimentoÓ entre outras, dos demais t—picos em economia.
No entanto, n‹o Ž verdade que Keynes criou a macroeconomia. T‹o somente ela era estudada com demais ‡reas do conhecimento, como a pol’tica e filosofia.
Em 1792, o fil—sofo David Hume promoveu um dos primeiros avan•os
neste sentido, quando estudou a rela•‹o entre oferta monet‡ria, a
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo balan•a comercial e o n’vel de pre•os da economia
1. No entanto, seus
trabalhos neste campo do conhecimento eram complementares e acess—rios ˆs suas teorias filos—ficas, mas n‹o algo independente.
Mesmo submergindo como campo de estudo independente, a macroeconomia possui suas funda•›es e rela•›es com outras matŽrias.
O que nos cabe neste curso Ž compreender a intr’nseca rela•‹o entre Macro e Microeconomia.
A Microeconomia se ocupa da an‡lise das decis›es das fam’lias e das firmas quando interagem nos mercados, a fim de maximizarem utilidade e lucros (otimiza•‹o Ž a palavra m‡gica em microeconomia).
Ou seja, estudo o comportamento e seus fundamentos aplicados ao indiv’duo (unidade b‡sica familiar).
Como as rela•›es agregadas s‹o derivadas das individuais, Ž imprescind’vel que a Macroeconomia utilize, mesmo que implicitamente, os fundamentos microecon™micos.
Deste modo, mesmo que esta ideia n‹o seja abordada em todos os momentos no decorrer do curso, Ž interessante compreender que, por exemplo, o consumo nacional Ž a soma das decis›es individuais de consumos das fam’lias, respeitando a maximiza•‹o de utilidade que elas buscam, alŽm de suas restri•›es de renda. Ou seja, provavelmente o consumo deve ser determinado a partir da renda.
Mesmo que os economistas discordem de qual renda (corrente ou permanente), dela Ž derivado o consumo.
Feita esta apresenta•‹o inicial, voltemos ˆs tŽcnicas da macroeconomia.
Como qualquer ci•ncia, a macroeconomia possui suas ferramentas e metodologias de an‡lise. Adiante seguem as mais importantes e imprescind’veis aos nossos prop—sitos e objetivos.
1
Of The Balance of the Trade, London, 1752
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo (i) A demanda pelos tomates Ž resultado do pre•o do produto e da
renda dos indiv’duos. Como seria de se esperar, o aumento do pre•o ocasiona redu•‹o na demanda, pois os consumidores podem substituir o tomate por outros alimentos. Ademais, o aumento da renda proporciona aumento da demanda de tomates, pois, com mais dinheiro, sobra mais para gastar com o bem. A rela•‹o pode ser expressa resumidamente como:
�
�= � �, �
(ii) A oferta, como n‹o podia ser diferente, Ž tambŽm fun•‹o do pre•o, s— que desta vez positiva, pois o aumento do pre•o do bem proporciona mais rendimentos e lucros aos vendedores. Ademais, o produtor entende que o pre•o dos insumos utilizados, tais como fertilizantes, m‡quinas e funcion‡rios, tambŽm influencia a oferta de tomate. Evidentemente, os chamados fatores de produ•‹o relacionam- se de maneira negativa ˆ oferta do bem, pois o aumento da remunera•‹o destes itens encare a produ•‹o e reduz o lucro do produtor. Abaixo, a rela•‹o:
�
�= � �, �
��(iii) O equil’brio de mercado de tomates, fornecendo ao produtor a quantidade de produ•‹o —tima, assim como o pre•o, Ž obtido pela igualdade entre as express›es:
�
�= �
�Aqui est‹o relacionadas duas vari‡veis ex—genas e duas end—genas. As ex—genas s‹o a renda dos consumidores e o pre•o dos fatores de produ•‹o. As end—genas, o pre•o e a quantidade produzida de tomates.
(iv) E, por fim, estes conceitos podem ser resumidos graficamente. A an‡lise gr‡fica Ž de suma import‰ncia na macroeconomia (assim como em outros campos do conhecimento). Nos ajuda a organizar as ideias e resolver diversas quest›es de concurso. O modelo de tomates segue
+
+
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A grande quest‹o, neste exemplo, Ž verificar o que ocorreu com as
curvas de oferta e demanda agregadas ap—s a mudan•a no pre•o do
petr—leo.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo 3. TEMPO X MACROECONOMIA
A quest‹o temporal Ž outra pe•a fundamental da macroeconomia. Em geral, a influ•ncia do tempo deve ser analisada a partir de duas —ticas.
Tempo X Pre•os
O curto espa•o de tempo pouco afeta os pre•os. ƒ algo intuitivo:
considerando um ambiente econ™mico est‡vel, os pre•os n‹o variam de um dia para o outro. N‹o obstante, em per’odos mais longos, a mudan•a de pre•os Ž evidente.
Isto Ž, a diferen•a entre curto e longo prazo pode ser identificada pela rigidez ou flexibilidade dos pre•os. No curto prazo, os pre•os tendem a ser r’gidos, ou apresentar pequenas varia•›es. No longo, flex’veis.
Esta distin•‹o tem importante consequ•ncia na medi•‹o da varia•‹o dos agregados econ™micos, nosso objeto de estudo, que pode acontecer por dois principais motivos: aumento de produ•‹o (varia•‹o real) ou aumento de pre•os (varia•‹o nominal).
ƒ importante separar estes dois efeitos ao analisar a din‰mica econ™mica, principalmente para analisar os efeitos no padr‹o de vida devido ao crescimento da economia.
Varia•›es nominais significam que o valor da produ•‹o (renda) cresceu em determinado per’odo. Apenas isso.
N‹o indica se o crescimento foi devido ao pr—prio aumento na produ•‹o, ou se resultado da varia•‹o nos pre•os, por exemplo.
No curto prazo, os agregados geralmente s‹o apresentados em termos nominais, pois o curto espa•o de tempo em uma economia est‡vel n‹o sofre os efeitos da varia•‹o nos pre•os, como j‡ informado acima.
De modo contr‡rio, ao se considerar o longo prazo, deve-se diferenciar o que Ž nominal, do que Ž real.
Por hora, Ž importante apenas saber que a vari‡vel real Ž resultado da
raz‹o entre a vari‡vel nominal e o ’ndice de pre•os. De maneira
algŽbrica:
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����‡��� ���� = ����‡��� �������
ê ����� �� ��� • ��
Assim, Ž poss’vel saber se o crescimento do produto interno bruto (PIB), em determinado per’odo de tempo, representou de fato aumento da produ•‹o (renda), ou se foi resultado apenas do aumento de pre•os.
Como se trata de algo mais numŽrico, Ž importante resolvermos um exerc’cio de fixa•‹o:
01. (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil/2000) Considere uma economia hipotŽtica que produza apenas 3 bens finais: arroz, feij‹o e carne, cujos pre•os (em unidades monet‡rias) e quantidades (em unidades f’sicas), para os per’odos 1 e 2, encontram-se na tabela a seguir:
Considerando que a infla•‹o utilizada para o c‡lculo do Produto Real Agregado desta economia foi de 59,79% entre os dois per’odos, podemos afirmar que:
a) o Produto Nominal cresceu 17,76% enquanto o Produto Real cresceu apenas 2,26%.
b) o Produto Nominal cresceu 12,32% ao passo que n‹o houve altera•‹o no Produto Real.
c) o Produto Nominal cresceu 17,76% ao passo que o Produto
Real caiu 26,26%.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo d) o Produto Nominal cresceu 15,15% ao passo que o Produto
Real caiu 42,03%.
e) o Produto Nominal cresceu 15,15% ao passo que o Produto
Real caiu 59,79%.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo Ainda n‹o definimos o conceito de produto. Por ora Ž suficiente saber
que o valor da produ•‹o (produto) Ž obtida pela multiplica•‹o da quantidade pelo pre•o. Como a ideia Ž apenas entender a rela•‹o entre os conceitos de ÒrealÓ e ÒnominalÓ, isto basta.
Primeiramente, Ž necess‡rio calcular o produto obtido no per’odo 1 e no per’odo 2 para verificar a varia•‹o do produto nominal:
Per’odo 1 = (2,2 x 10) + (3 x 13) + (8 x 13) = 165 unidades monet‡rias
Per’odo 2 = (2,3 x11) + (2,5 x 14) + (15 x 8) = 194,3 unidades monet‡rias
Per’odo 2 / Per’odo 1 = 194,3/165 = 1,1775 (crescimento nominal de 17,75%)
Como vimos, o c‡lculo do produto real envolve a raz‹o entre o produto nominal e a varia•‹o de pre•os (taxa de infla•‹o). Deste modo:
�������� ���� = � ������� �������
� �����•‹� = �, ����
�, ���� = �, ����
Em termos reais, o produto vale 73,69% do que valia no produto anterior, representando um decrŽscimo de aproximadamente 26,26%
(=1-0,7369)
GABARITO: LETRA C
Quest‹o Intertemporal
No t—pico acima distinguimos o curto do longo prazo. Os dois per’odos de tempo s‹o comparados separada e individualmente. Mas, e se considerarmos o tempo como algo œnico e corrente, como ficaria nossa an‡lise?
N‹o existindo mais duas ÒespŽciesÓ de tempo, pois ele agora seria
cont’nuo, a compara•‹o seria entre presente e futuro. Esta maneira
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo de compreens‹o da macroeconomia tambŽm afeta nossa an‡lise e Ž
chamada de intertemporal.
Pela —tica intertemporal, os economistas geralmente encontram diferen•as entre as an‡lises de ponto (aplicadas data presente) e as an‡lises que consideram um per’odo de tempo (aplicadas entre o presente e o futuro)
A vari‡vel b‡sica que relaciona presente e o futuro Ž a taxa de juros, tambŽm conhecida como a taxa de troca entre o presente e o futuro.
Poupar hoje significar receber o valor poupado mais uma taxa de juros no futuro. Do mesmo modo, a d’vida contra’da hoje Ž igual ao valor da d’vida mais a taxa de juros no futuro. O valor encontrado hoje Ž chamado de valor presente, assim como o valor de amanha Ž chamado de valor futuro.
ƒ muito simples nobre aluno (a):
����� �������� = ����� ������
���� �� �����
Sem muito segredo: caso queira saber o valor de um capital presente,
Ž s— dividir o valor no futuro pela taxa de juros. De maneira
equivalente, caso queira saber o valor no futuro, deve-se multiplicar o
valor presente pela taxa de juros. F‡cil, decisivo, œtil e aplic‡vel a uma
infinidade de assuntos macroecon™micos.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo 4. EXPECTATIVAS X MACROECONOMIA
Ë primeira vista, as expectativas nada devem ter a ver com macroeconomia. Trata de esperan•a, de desejos, de probabilidades.
Deve ser estudada pela Psicologia, Filosofia ou outras Ci•ncias Sociais, no m‡ximo pela Estat’stica. Mas, n‹o!
Este fator talvez seja o maior motivo de desaven•as entre os macroeconomistas. O entendimento das expectativas, por exemplo, pode definir a Òescola de pensamentoÓ do sujeito. Se keynesiano, ou novo cl‡ssico.
Seguem alguns exemplos de formula•‹o de expectativas: (i) Se minha renda sempre foi de R$ 1 mil, minha expectativa Ž de que continue assim sendo (expectativas est‡ticas). (ii) Ou, minha previs‹o errou em 10%, pois minha renda cresceu neste montante entre dois per’odos. Deste modo espero continuar com a mesma renda adicionada ao desvio verificado (expectativas adaptativas). (iii) Ou, ainda, considerando que acabei de finalizar um novo curso universit‡rio e tenho grandes chances de conseguir um emprego melhor remunerado, certamente minha renda ir‡ aumentar de maneira consider‡vel (expectativas racionais).
Resumidamente, os macroeconomistas utilizam as expectativas para interpretar o comportamento dos agregados econ™micos no futuro.
Qual ser‡ a taxa infla•‹o? Como ser‡ a pol’tica monet‡ria no ano que se inicia? E a taxa de c‰mbio? Desvaloriza, ou valoriza?
Ë medida que as expectativas podem ser estimadas de maneiras distintas, certamente haver‡ previs›es diferentes em rela•‹o aos agregados macroecon™micos. Mais importante do que simples previs›es, diferentes modos de interpretar/analisar a macroeconomia s‹o da’ originadas.
H‡ tr•s tipos de expectativas:
1.1.1. Est‡ticas:
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo O per’odo futuro ser‡ igual ao atual, como no exemplo (i) citado acima.
Utilizando o mesmo exemplo, temos:
�
��= �
�A renda esperada do indiv’duo no per’odo futuro, expressa por �
Λ��Ž igual a renda auferida no per’odo presente �
�.
Em que pese a apar•ncia ing•nua desta previs‹o (afinal, as flutua•›es econ™micas, e da renda dos indiv’duos s‹o atŽ motivos de ÔfofocasÕ) Ž razo‡vel utiliz‡-la no curto prazo, por exemplo.
Deste modo, a empresa interessada em determinar o pre•o de venda de seus produtos no decorrer do ano pode considerar constante o pagamento de sal‡rios de seus empregados, pois a renegocia•‹o de sal‡rios ser‡ feita apenas no ano posterior. Portanto, h‡ aplica•‹o pr‡tica para as expectativas est‡ticas.
1.1.2. Adaptativas:
Utilizando nosso exemplo (ii), o indiv’duo espera ganhar no futuro a expectativa que tinha no passado em rela•‹o ˆ renda auferida no presente mais o erro desta previs‹o. Algebricamente, temos:
�
��= �
��+ �(�
Ν�− �
��)
O rendimento que o sujeito espera auferir no futuro (�
Λ��) Ž igual ˆ expectativa feita no passado em rela•‹o ao presente (�
Ν��) mais o erro de previs‹o �(�
Ν�− �
��) .
Importante citar que o par‰metro � (lambda) avalia o grau em que o erro na formula•‹o de expectativas realizadas no passado afeta a pr—xima previs‹o. Assim, caso ocorram varia•›es exaustivas na renda do indiv’duo no decorrer do tempo, � pode ser igual a 1, repassando todo o erro mŽdio verificado no passado ˆ previs‹o futura.
1.1.3. Racionais:
Por fim, chegamos ao nosso exemplo (iii). As duas maneiras
apresentadas de se formular expectativas s‹o um tanto quanto
mec‰nicas e inflex’veis. Imagine apresentar isto a um psic—logo? Ele,
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo no m’nimo, iria rir muito. Formular expectativas futuras como base no
erro encontrado no passado? Quanta besteira.
Deste modo, os economistas passaram a incorporar as expectativas racionais aos seus modelos. No exemplo, nosso sujeito, recŽm- formado em curso universit‡rio de respeito, espera justificadamente conseguir um emprego melhor, aumentando sua renda. E esta expectativa n‹o est‡ ligada nem ao comportamento da renda passada, quanto menos aos erros de expectativas verificados. A rela•‹o se d‡
diretamente com o novo t’tulo que possui.
Deste modo, podemos generalizar a ideia e compreender que as expectativas racionais nos informam que, ao pensar sobre o futuro, os agentes econ™micos utilizam todas as informa•›es dispon’veis e presentes no momento. Portanto, alŽm de pensar sobre o erro das expectativas passadas, eles incorporam poss’veis mudan•as de cen‡rios, possibilidades pol’ticas, sociais, entre outros.
Seguindo a ideia de que a macroeconomia Ž suportada por pressupostos microecon™micos, Ž razo‡vel supor que os indiv’duos otimizam sua renda, buscando a possibilidade de consumir mais, poupar mais e assim por diante. Assim, Ž evidente que o sujeito com a possibilidade ganhar mais, assim o far‡, na expectativa que isto ocorra.
Se ele permanecesse estimando sua renda utilizando expectativas adaptativas, este novo fator (curso superior) n‹o estaria presente e, provavelmente, o sujeito cometeria um grave erro.
Se aplicada a todos os indiv’duos, certamente haveria alguma
consequ•ncia macroecon™mica devida a falta de precis‹o na
estimativa/expectativa. Esta Ž a cr’tica dos te—ricos das expectativas
racionais: para eles, caso outra maneira de formular expectativas
forem utilizadas, os indiv’duos (e a economia como um todo)
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo cometeriam erros sistem‡ticos, impactando a efici•ncia do sistema
econ™mico.
Por ora, n‹o ser‡ apresentada uma express‹o espec’fica de expectativas racionais, pois ela depende do modelo econ™mico a ser utilizado. Em muitos momentos deste curso as expectativas racionais n‹o s‹o nem necess‡rias. Quando forem, existir‹o diversos avisos neste sentido.
Apenas temos que saber que as todas as informa•›es dispon’veis s‹o
incorporadas ao modelo, que os agentes n‹o agem sempre de forma
err‡tica, ou seja, n‹o cometem erros sucessivos e repetitivos quando
possuem as informa•›es certas, alŽm de buscarem a maximiza•‹o da
utilidade (comportamento racional), e que as expectativas devem ser
condizentes com o modelo econ™mico utilizado.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo 5. CONTAS NACIONAIS: CONCEITOS INICIAIS
A contabilidade nacional Ž o instrumento utilizado para auferir o desempenho real da economia em determinado per’odo, atravŽs do registro de vari‡veis macroecon™micas, tais como o consumo, o investimento, as medidas de financiamentos, entre outras.
Da defini•‹o acima duas caracter’sticas se destacam:
ü Medi•‹o dos agregados: a contabiliza•‹o das contas nacionais deve ser realizada por um denominador comum. N‹o h‡ como registrar a produ•‹o de quilos de farinha, caixas de laranja, toneladas de a•o, quantidades de a•›es, sen‹o por uma unidade de conta comum: a moeda corrente
ü Desempenho real: na an‡lise do desempenho real da economia, parte se deve ao acrŽscimo de quantidades produzidas, poupadas, investidas etc., assim como parte se deve ao aumento dos pre•os. Estes dois efeitos devem estar separados, fato que origina a diferen•a entre as medidas nominais das reais.
�����•‹� ���� = �����•‹� �������
ê����� �� ���•��
A preocupa•‹o da contabilidade nacional Ž com a varia•‹o real dos agregados econ™micos. Ou seja, deve-se deduzir da varia•‹o nominal, que Ž representada pela varia•‹o de pre•os. Abaixo, quest›es sobre o assunto:
02. FGV - Auditor Fiscal da Receita Estadual (SEFAZ RJ)/2009 Numa economia, apenas dois bens s‹o produzidos: azeitonas e sorvete. Em 2006, foram vendidos um milh‹o de latas de azeitonas a R$ 0,40 cada e 800.000 litros de sorvete a R$ 0,60 cada. De 2006 a 2007, o pre•o da lata de azeitonas subiu 25%
e a quantidade de latas vendidas caiu 10%. No mesmo per’odo,
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo o pre•o do litro de sorvete caiu 10% e o nœmero de litros
vendidos aumentou 5%.
A respeito do texto acima, analise as afirmativas a seguir:
I. O PIB nominal em 2006 equivale a R$ 880.000,00 e em 2007 a R$ 903.600,00.
II. O PIB real de 2007, usando ano base de 2006, foi de R$
864.000,00.
III. O uso da sŽrie de PIB nominal dessa economia para os anos 2006 e 2007 pode induzir o analista a subestimar seu crescimento econ™mico.
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo Ës alternativas:
I - Correto.
O PIB nominal em 2006 e 2007 deve ser calculado atravŽs da multiplica•‹o entre pre•os e unidades transacionadas nestes anos.
PIB2006 = 1.000.000 * 0,4 + 800.000 * 0,6 = 880.000 PIB2007 = 900.000 * 0,5 + 840.000 * 0,54 = 903.600 II - Correto.
O c‡lculo do PIB real de 2007 (considerando como data base 2006) pode ser obtido sem considerar a varia•‹o de pre•o no per’odo. Sendo assim podemos calcula-lo atravŽs da multiplica•‹o entre as quantidades transacionadas em 2007 e os pre•os de 2006
PIBREAL2007 = 900.000 * 0,4 + 840.000 * 0,6 = 864.000 III - Incorreto.
Para avaliar o crescimento da economia no per’odo, o analista deve utilizar o conceito real. Sendo assim, n‹o h‡ subestima•‹o do crescimento, mas sim sua real varia•‹o negativa no entre 2006 e 2007.
GABARITO: LETRA C
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo Enfim, devemos ter em mente: enquanto a contabilidade permite
o estabelecimento de rela•›es l—gicas, a macroeconomia as explica, inserindo causas e consequ•ncias. Portanto, a din‰mica macroecon™mica pode ser mais facilmente entendida quando conhecemos as tautologias da contabilidade nacional, que veremos em demasia no pr—ximo t—pico.
Ø A contabilidade nacional Ž um sistema cont‡bil que permite auferir o desempenho real das atividades econ™micas.
Ø Nem todas as transa•›es s‹o registradas, como as externalidades e as transfer•ncias internas de ativos e recursos.
Ø ƒ expressa por meio de tautologias, as quais representam
os conceitos b‡sicos da contabilidade nacional.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo A produ•‹o (Y) deve ser igual ao total despendido em consumo privado
(C) mais investimento privado (I) mais as despesas do governo (G).
A ideia Ž l—gica. Se ocorrer a produ•‹o de 1 autom—vel no per’odo, esta produ•‹o tem de ser consumida de alguma maneira, pois n‹o se produz autom—veis para jog‡-los fora.
Se adicionarmos o setor externo, parte da demanda da economia ser‡ feita externamente, assim como parte do produto ser‡
oferecido pelo setor externo.
Simplesmente, ao invŽs de toda a despesa ser contabilizada dentro do pa’s (com C + I + G), ela tambŽm pode ser despendida fora do pa’s, atravŽs das exporta•›es (X). Os indiv’duos residentes fora do pa’s consomem parte da produ•‹o interna. Dito de outro modo, o disp•ndio Ž interno Ž inferior ˆ produ•‹o interna, pelo que parte da produ•‹o Ž direcionada ao resto do mundo.
Da mesma forma, ˆ produ•‹o deve-se adicionar o que foi feito fora do pa’s, representada pelas importa•›es (M), pois estes bens s‹o tambŽm consumidos internamente, mesmo que produzidos externamente.
Assim, ficamos com a express‹o:
Y = C + I + G + (X-M)
Onde se engloba tambŽm as transa•›es com o exterior. Portanto, ao consumo, investimento e gastos do governo deve ser adicionada a demanda por exporta•›es menos a demanda por importa•›es, ou seja, o saldo das exporta•›es sobre as importa•›es (chamado de saldo em transa•›es correntes).
Se as exporta•›es superam as importa•›es, significa que o produto da
economia Ž tambŽm consumido fora do pa’s. Caso contr‡rio, o produto
produzido l‡ fora Ž consumido internamente, ou seja, a produ•‹o
interna Ž inferior ao disp•ndio interno.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo C. Mas, parte de G tambŽm Ž considerado consumo, pois o governo
gera seus disp•ndios tambŽm com consumo e investimento.
2. Poupan•a:
O conceito de consumo, deriva o conceito de poupan•a. A renda n‹o consumida Ž direcionada ˆ poupan•a, ou seja:
S = Y Ð C
O total poupado na economia (S) Ž, sem delongas, o total produzido (Y) menos o total consumido (C).
3. Investimento:
Compreende a forma•‹o bruta de capital f’sico mais a varia•‹o de estoques, ou seja, destina-se ao acrŽscimo de estoque f’sico de capital.
Vamos entender mais detalhadamente.
A forma•‹o bruta de capital fixo Ž a pr—pria aquisi•‹o de ativos, equipamentos, instala•›es, e afins, que contribuem para o aumento da produ•‹o. Em resumo, Ž o investimento em m‡quinas e outros fatores de produ•‹o f’sicos.
A varia•‹o de estoques Ž total produzido que n‹o foi demandado no per’odo. Ou seja, a produ•‹o de autom—veis do ano 1 pode muito bem ser demandada apenas no ano 2. De todo modo, ser‡ demandado, mas em um per’odo diferente.
Desta forma, a express‹o b‡sica de investimentos Ž:
I = FBFK + VE
ƒ importante compreender que parte da forma•‹o bruta de capital
destina-se ˆ repor o desgaste dos equipamentos, seja pelo uso ou pelo
obsoletismo: certamente voc• j‡ compreendeu que se trata da
deprecia•‹o.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo Assim, se considerarmos a deprecia•‹o nesta express‹o supracitada,
Ž poss’vel entender a diferen•a entre investimento bruto e investimento l’quido:
I
BRUTO= FBFK + VE
I
LêQUIDO= FBFK + VE Ð DEPRECIA‚ÌO I
LêQUIDO= I
BRUTOÐ DEPRECIA‚ÌO
Ou seja, o Investimento L’quido Ž igual ao Investimento Bruto menos a Deprecia•‹o.
4. Poupan•a = Investimento
Como j‡ temos os conceitos de produ•‹o, consumo, poupan•a e investimento, que tal relacion‡-los?
Vejamos.
ƒ sabido que a produ•‹o Ž consumida ou investida. Podemos suprimir os gastos do governo, atŽ porque G apenas diferencia demanda privada da demanda do setor pœblico:
Y = C + I Desenvolvendo:
Y Ð C = I Mas, sabemos que Y Ð C = S. Assim:
S = I
Pronto. A’ est‡ a t‹o famosa express‹o que relaciona investimento e poupan•a. Ou seja, o total poupado Ž igual ao total investido.
5. Setor Externo e Absor•‹o:
O setor externo adiciona considera•›es importantes ˆ an‡lise.
Como j‡ observado, caso a produ•‹o interna seja menor que a
absor•‹o (C + I + G) interna, a oferta interna Ž complementada por
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo importa•›es. Caso contr‡rio (absor•‹o interna inferior ˆ produ•‹o
interna), haver‡ exporta•›es.
Devemos simplesmente trabalhar com nossa express‹o:
Y = C + I + G + (X Ð M) (X Ð M) = Y Ð (C + I + G)
Caso X Ð M > 0, significa que Y > C + I + G. Simplesmente a produ•‹o interna excedeu a absor•‹o interna, pelo que o excesso de oferta foi direcionado a exporta•›es.
Caso X Ð M < 0, significa que Y < C + I + G. A produ•‹o interna n‹o Ž capaz de suprir a absor•‹o. Resultado, a oferta interna deve ser refor•ada pelas importa•›es, ou seja, M > X.
6. Setor Externo e Investimentos
Outra observa•‹o importante que traz o setor externo Ž sua rela•‹o com os investimentos da economia.
Relembrando:
S = I
No entanto, a poupan•a total Ž formada por tr•s componentes:
poupan•a privada (Sp), poupan•a do governo (Sg) e poupan•a externa (Se). Estas espŽcies de poupan•a s‹o autoexplicativas.
Ou seja, a poupan•a do governo significa renda maior que consumo por parte do governo. Do mesmo modo, a poupan•a privada equivale a renda privada superior ao consumo privado. A soma das duas poupan•as equivale ˆ poupan•a interna (Si).
Em termos de identidade, podemos representar do seguinte modo:
Sg = Rg Ð G (poupan•a do governo = receitas Ð despesas pœblicas)
Sp = Rp Ð C (poupan•a privada = receitas Ð despesas privadas)
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo Sg + Sp = Si (poupan•a governo + poupan•a privada =
poupan•a interna)
Como o investimento Ž financiado pela poupan•a e esta pode ser expressa como a soma entre poupan•a interna e externa, temos que:
Si + Se = I
Esta identidade Ž uma das mais importantes, pois Ž muito cobrada em provas. Se recorde: o investimento pode ser financiado via poupan•a interna e poupan•a externa. Caso a poupan•a interna se apresente igual a zero, ou atŽ mesmo negativa, o investimento Ž financiado via poupan•a externa.
Mas, quando de fato isto acontece?
Quando as importa•›es superam as exporta•›es. Ou seja, h‡ poupan•a externa positiva quando ocorre dŽficit em transa•›es correntes. Ou seja:
Se = - TC
O valor da poupan•a externa Ž precisamente igual ao valor em transa•›es correntes (X Ð M) com sinal invertido. Ou seja, caso as transa•›es correntes apresentem super‡vit (X > M), a poupan•a externa Ž negativa (os investimentos s‹o financiados internamente).
Caso contr‡rio, o dŽficit em transa•›es correntes (X < M) evidencia a exist•ncia de poupan•a externa positiva.
Desta forma, se recorde desta rela•‹o:
Si < I è Se > 0; ou seja, X < M Si > I è Se < 0; ou seja, X > M
As bancas cobram em demasia estes conceitos. Eles s‹o muito simples, portanto devem estar no sangue do aluno!!
AlŽm de auxiliar a compreens‹o dos conceitos tratados mais a frente
nesta aula, ir‹o ajudar o entendimento de toda macroeconomia.
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ECONOMIA E FINAN‚AS PòBLICAS P/ TJ-RS (ANALISTA JUDICIçRIO - çREA ADMINISTRATIVA) Teoria e exerc’cios comentados Prof. Vicente Camillo No entanto, h‡ aqui uma particularidade essencial. Ao invŽs de
ÒcrŽditoÓ e ÒdŽbito, as Contas Econ™micas Integradas utilizam a terminologia ÒusosÓ e recursosÓ.
A ideia Ž a mesma.
No entanto, o termo ÒusosÓ refere-se ˆs opera•›es que reduzem o valor da conta est‹o relacionados ao antigo dŽbito. O termo ÒrecursosÓ, por sua vez, refere-se aos valores que aumentam o saldo da conta e, logicamente, Ž similar ao antigo crŽdito.
Por exemplo: remunera•‹o Ž RECURSO para quem recebe, mas USO para que o paga, o que tambŽm evidencia o princ’pio de partidas sobradas,. O saldo residual de determinada Conta [RECURSOS (Ð) USOS] representa a articula•‹o entre ela e as demais Contas (ser‹o vistas logo mais) e constituem agregados econ™micos de interesse em todo o curso de macroeconomia: PIB, Renda, Poupan•a etc.
Abaixo, segue um resumo œtil sobre as Contas Econ™micas Integradas
3e seus saldos, que ser‹o estudadas nesta aula.
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