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A Vida Manifestada

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Academic year: 2022

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A Vida Manifestada

Por Horatius Bonar (1808-1889) Traduzido, Adaptado e Editado por Silvio Dutra

Dez/2019

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B699

Bonar, Horatius (1808-1889)

A Vida Manifestada – Horatius Bonar Tradução e adaptação Silvio Dutra Alves Rio de Janeiro, 2019.

37p.; 14,8 x21cm

1. Teologia. 2. Amor 2.Fé. 3. Graça.

I. Título.

CDD 230

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“1 O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida 2 (e a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada),

3 o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo." (1 João 1: 1-3)

"I

gual chama igual" é a máxima do homem e o princípio de ação do homem. As coisas que se assemelham se atraem; as coisas que diferem, se repelem. O amor atrai o amor; o amor e o amor se unem. A vida atrai a vida; e os vivos se apegam aos vivos. As coisas agradáveis descobrem suas simpatias mútuas e encontram um caminho para as outras, como por alguma virtude magnética; coisas pouco generosas ficam distantes. Vida e morte não têm irmandade; e que comunhão tem a luz com as trevas?

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Essa é a lei da terra! Tal é a ação dos corações humanos; tal a extensão do círculo, dentro do qual, mesmo em sua extensão mais ampla, eles giram; tal é a medida das profundezas às quais seus amores e simpatias podem descer.

Semelhança, aptidão e dignidade são elementos necessários em todas as afinidades terrenas.

Mas essa não é a lei celestial. O princípio da ação divina, o poder regulador do coração infinito acima, é o inverso disso. A lei da graça, ou princípio sobre o qual procedem os atos de amor livre de Deus, é o que o homem chamaria de lei de inaptidão, indignidade e iniquidade.

Bem, para nós, é assim! Qual teria sido a nossa esperança, caso contrário?

No trato de Deus com o homem, é diferente do que vemos unindo. O que há mais diferente do que Deus e o pecador? No entanto, eles se uniram! O que é mais diferente do que o céu e a terra? No entanto, eles se uniram! A atração mútua tem sido a incompetência mútua. A falta de semelhança tem sido o vínculo do tricô. O mal atraiu o bem; a escuridão atraiu a luz; a injustiça despertou a justiça; a morte derramou a vida; o túmulo chamou ressurreição. Onde o pecado abundou, a graça abundou muito mais.

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A vida foi manifestada! Este é o nosso evangelho.

A vida surgiu de seu eterno mistério; a vida" foi manifestada; para ser vista, ouvida e manuseada. Na Palavra estava a vida; não, a palavra era a vida. "Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens" (João 1: 4). A "luz do mundo" é a Palavra feita carne, a vida manifestada de Deus. A Vida se manifestou, e vimos sua glória - a glória do unigênito do Pai, cheia de graça e verdade. Na luz nós temos a vida, e na vida nós temos a luz.

A vida foi manifestada! Mas o que a desenhou?

O que deu a oportunidade de surgir? Morte! Não é a vida que atraiu a vida; nem luz que deu ocasião ao brilho da luz. Não; mas morte e trevas;

morte total, escuridão absoluta.

Assim, Deus, o Deus de toda a graça, falou e nos revelou a amplitude e extensão de seu infinito amor. Assim, aprendemos o verdadeiro significado e descobrimos a essência daquela graça que nos foi proclamada pelos lábios e incorporada na pessoa do Filho encarnado. É a total diferença entre o amante e o ente querido que traz à tona a verdadeira natureza da graça. O amor ao não-amável e ao não-amor é sua própria essência. Fora isso, não tem significado, não há realidade, não é adequado. Introduza um

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elemento de semelhança, um fragmento ou característica de amabilidade, e a graça se foi.

Foi a manifestação da morte na terra que provocou essa manifestação da vida do céu. A morte total do homem prolongou a plenitude da vida de Deus. A entrada da morte foi o sinal para a entrada da vida. A vida, em sua plenitude sem limites, parecia vigiar para entrar e tomar posse da Terra. Mas não poderia fazê-lo até a morte chegar. Como precisa das trevas para trazer à tona a glória dos céus estrelados, também precisava da morte para mostrar a vida - vida que não havia sido possuída antes, nem poderia ser, pelo homem não caído ou por uma terra sem pecado. Daí o profundo significado das palavras do Senhor: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância" (João 10:10).

Assim e então a Vida entrou! Não é como um monarca, tomando posse de um palácio apropriado; mas como um médico, tomando posse de um hospital; como a primavera, chegando para tomar posse de uma terra invernal; como o dia da primavera, chegando a tomar posse dos céus escuros. Que entrada! Não convidado pela vida familiar, ainda persistente entre os homens, mas não convidado, não, repelido. É a ausência de vida aqui, que é a causa de sua manifestação do alto. O reino da morte é

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o arauto do reino da vida, assim como a meia- noite é o arauto da manhã.

Uma manifestação como essa, no céu, onde tudo é vida, não pareceria tão maravilhosa; pois o governo do homem é "o igual atrai o igual".

Mas é maravilhoso que deveria ter estado aqui na terra da morte. No entanto, isso é apenas o mais parecido com Deus de quem a manifestação veio. Pois seus pensamentos não são os nossos, nem seus caminhos os nossos.

Seu amor não é o nosso amor, nem sua piedade é a nossa. Quando ele envia a chuva e o sol, exatamente onde eles são necessários, e quando são necessários, e porque são necessários, não porque já estão lá; assim é com sua graça e sua revelação; com a vida e sua manifestação.

Essa graça e vida vieram até nós simplesmente porque precisávamos delas, e porque Deus precisava de pecado e morte como a nossa, para a demonstração de sua plenitude. Ele precisa da meia-noite para dizer: "Haja luz"; ele precisa da tempestade para poder dizer: "Paz, aquieta-te";

ele precisa do vazio da criatura para exibir a força do Criador; ele precisa do mal do pecador para fornecer uma esfera para a vinda do bem em si mesmo, que - exceto por isso, foi reprimido e oculto. Ele permite que o homem caia para mostrar como pode amar e elevar os

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que caíram. Ele deixa o Éden se tornar um deserto, para mostrar como pode fazer o deserto se alegrar e florescer como a rosa. Então ele pega o poço seco e o enche; ele pega a harpa quebrada, e extrai dela a harmonia completa de sua música celestial; ele pega a estrela extinta e a ilumina para um sol mais resplandecente e eterno.

Era o cego que era o objeto de atração pelo Filho de Deus; e Jesus precisava dele tão verdadeiramente quanto ele precisava de Jesus.

A tumba de Lázaro era para Ele mais atraente do que a casa de Lázaro; pois na casa ele era o receptor, no túmulo ele era o doador. O leproso se aproximou dele, e ele do leproso, como por alguma aptidão mútua, por alguma necessidade irresistível; ele precisando do leproso, e o leproso precisando dele. O coletor de impostos e ele se encontravam diariamente, descobrindo- se, atraídos por suas necessidades mútuas; os justos e os injustos reconhecendo, um no outro, um objeto exatamente adequado ao que eles possuíam. O doente e o curador tinham um elo entre aqueles que ninguém mais conhecia e com os quais um estranho não podia interferir.

Foi o perdido que atraiu o buscador; as ovelhas perdidas que tornaram a jornada do pastor uma necessidade; os perdidos pedaços de prata que fizeram a mulher acender sua vela; e o filho

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perdido que trouxe o pai à porta; e vigiar, com amor, pelo retorno do viajante.

A vida foi manifestada! E nós vimos isso! Vida nos reinos dos mortos; luz na terra das trevas;

Deus se manifesta em carne - é isso que nossos olhos têm contemplado. Sim; e estas coisas estão escritas, para nós, para que nossa alegria seja completa; pois nessa vida há amor.

Vá para Belém; olhe para o seu berço; o que é isso? É a vida manifestada. Escale as colinas da Galiléia e entre em Nazaré; vejo você o menino, tão parecido, mas tão diferente de todos os outros; ele é a vida manifestada. Passe por cima do monte Olival e visite Betânia; fique ao lado de sua tumba, onde um homem morto ficou quatro dias; ouça a voz que em um momento esvazia a sepultura e lembra os mortos; o que é isso? É a vida manifestada. Olhe para o Gólgota; marque sua cruz. É a morte ou é a vida? São os dois. É a morte conquistando a vida e a vida vencendo a morte. A vida manifestada é além; não, nessa mesma morte há a manifestação mais completa da vida. Olhe mais uma vez para o túmulo vazio, do qual a pedra foi retirada. Quem é que tão cedo de manhã, enquanto ainda está escuro, sai de sua escuridão rochosa? É a vida manifestada; o ressuscitado Filho de Deus; a ressurreição e a vida; quem diz: "Eu sou o que vive e estava

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morto". Sim; no berço, na cruz e na tumba, a Vida se manifestou! Manifestação abençoada por nós, os mortos em pecado! A vida chegou; e porque ele vive, viveremos também; pois quem tem o filho tem a vida.

Esta palavra "vida" foi uma que o Filho de Deus adotou quando aqui, e a sustentou de muitas formas e sob muitas figuras. Ele fala de si mesmo como "a Vida", como o pão da vida, como a água da vida, como a luz da vida. Tudo o que a vida pode significar ou incorporar é depositado nele, personificado nele, dispensado por ele.

Tudo o que Deus chama de vida está nele. A plenitude da vida eterna está contida neste vaso divino, nesta fonte celestial; pois nele temos o poço de água que salta para a vida eterna. Ele é a vida eterna; ele é o príncipe da vida; ele é a árvore da vida; ele é a pedra viva e o caminho da vida.

Certamente não há falta de vida para nós. Mas e se tudo não for provado por nós? E se for rejeitado e desprezado? Aqui está a vida para você; mas está em você? Aqui está a vida que vem à terra; mas isso lhe vivificou? Aqui está a vida batendo à porta da morte; você já admitiu ou bateu em vão? Pois, como aconteceu com o mundo em geral, o mesmo acontece com as almas individuais. É a morte que está em cada

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um que atrai a vida celestial; nem alguns restos de vida à espreita, nem a posse, ainda que esbelta, de alguma bondade - mas toda a ausência de vida e bondade. É para os mortos que a vida vem; é para o amável que o amor vem;

é para os perdidos que a salvação vem. Aquilo que nos qualifica para a vida, para a cura, para a riqueza, para a libertação, é a nossa morte, a nossa doença, a nossa pobreza e a nossa escravidão.

A vida foi manifestada! O Cristo veio. Para nós, a Palavra tomou a carne. Para nós, ele travou a grande batalha contra a morte e conquistou a vitória eterna; passando pela morte para que ele possa destruir a morte e nos transmitir a vida eterna. Nunca antes a vida foi tão plenamente incorporada; e revelada, e tornada acessível.

Nunca antes a morte foi tão terrivelmente manifestada. As duas extremidades do ser estavam exibidas nele; tudo o que Deus chama de vida, que é a forma mais elevada e completa de ser, e tudo o que Deus chama de morte, que é a mais baixa e mais vazia. A vida nunca pareceu tão real e gloriosa como quando a vida se manifestou; nunca a morte parecia tão real e terrível, como quando o príncipe da vida morreu. No entanto, essa morte é a nossa vida, pois, somente através da morte, a vida poderia nos alcançar e nos encher. A vida morreu, para

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que a morte possa viver. A imortalidade desceu à tumba, para nos trazer daí a imortalidade e a incorrupção. Assim, a morte tornou-se o destruidor da morte, e a sepultura, a destruidora da sepultura.

Vida para os mortos! Esta é a nossa mensagem para os filhos dos homens. Este é o nosso evangelho; um evangelho para os mortos, não para os vivos. É o evangelho da "vida manifestada".

Você diz, talvez, que é apenas o seu estado de morte que não torna esse evangelho para você.

Sua consciência da morte leva ao desânimo; e você diz: Eu não estava tão morto, não deveria me desesperar. Ah! Se você não estivesse tão morto, não precisaria da vida e apresentaria menos atrações, bem como menos necessidades, ao vivo; haveria menos em você para chamar a vida. Você parece estar procurando algumas faíscas da vida dentro de você, para atrair a vida de cima. Mas, ao fazê-lo, você está repelindo a própria vida que está buscando. Você está confundindo a verdadeira atração pela vida e substituindo uma por outra.

Você age, na máxima do homem: "O igual atrai o igual", em vez da de Deus: "Onde abundou o pecado, a graça abundou muito mais."

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A verdade é que você não sabia o quão completa era a morte em que estava. Você pensou que havia um pouco de vida restante, e esse remanescente era sua esperança; mas agora que você se tornou consciente de sua morte total, essa esperança o deixou. Está bem; pois era uma falsa esperança, como toda esperança deve existir, que se baseia no bem, e não no mal que há em você. Mas agora que essa vã confiança pereceu, e o último objetivo da justiça própria foi atingido por você, você é tão tolo a ponto de se desesperar? Desespero, quando a esperança, verdadeira esperança, está surgindo?

Desespero, quando a única coisa que repeliu a Vida lhe foi tirada?

Não é a sua morte que repele a vida; é sua fantasia que você não está morto! Saiba o que você é; verdadeiramente morto; e a repulsão cessa, a atração começa. Estou morto demais para ser vivificado, você diz. Não, você não está.

A Vida desce às profundezas mais baixas da morte, e não há região do túmulo escuro da alma a que esta Vida não possa alcançar, ou na qual ainda não tenha entrado. O perigo está, não em você estar morto demais - mas em não saber o quão completamente morto espiritualmente você está. Enquanto houver inconsciência da morte, haverá uma barreira, um meio não condutor entre você e a Vida. O Espírito Santo,

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ao revelar a você sua verdadeira condição de morte absoluta, está derrubando essa barreira e substituindo uma conduta por um meio não- condutor, que a Vida, há muito tempo fechada, não pela morte - mas pela sua recusa em reconhecer que a morte pode derramar, em sua alegre plenitude, a todas as regiões do seu ser;

transformando corrupção em incorrupção e morte em vida.

"Você não virá a mim para ter vida", disse esta Vida (Jesus), quando manifestada aqui. E o que essas palavras significam - senão apenas isso:

"Você não reconhecerá a morte que existe em si mesmo e a vida que está em mim". Esse reconhecimento, esse duplo reconhecimento da morte e da Vida, entraria imediatamente em contato com o vivo.

"Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida." Sim;

ele vive; ele dá vida; não, ele é vida, a vida, a vida que se manifestou. Toda essa plenitude da vida manifestada é para o pecador - para você!

Reconheça-o como a Vida, e imediatamente sua plenitude passa para você; e porque ele vive você vive também.

"Este é o testemunho que Deus nos deu: a vida eterna , e esta vida está em seu Filho." Seu Filho é a " vida manifestada" , a "ressurreição e a vida"

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e "aquele que tem o Filho tem vida". O que você diz para essa vida manifestada? Não é nada para você, ou é tudo? O que você encontrou nela? O que você extraiu disso? Você já leu o amor de Deus? Você obteve dela a vida de sua alma; o suprimento de sua necessidade eterna? Ou você ainda precisa tanto da vida como se a Vida nunca tivesse sido manifestada, como se a Palavra nunca tivesse sido feita carne, como se o Filho de Deus nunca tivesse vindo?

Mas a manifestação desta vida ainda não acabou. A Vida, por assim dizer, se aposentou por um tempo e foi para dentro do véu; mas este mesmo Jesus, que veio pela primeira vez, como a Vida, virá, como tal, também a segunda vez; e esse dia de sua manifestação também será o nosso dia. "Quando Cristo, que é a nossa vida, aparecer (literalmente, “manifestar-se”), então você também aparecerá (será manifestado) com ele na glória; pois esse é "o dia da manifestação dos filhos de Deus". A ressurreição dos justos é o grande dia de sua revelação e da nossa. Então conheceremos o "poder de sua ressurreição", a ressurreição daquele que é "a ressurreição e a vida"; pois toda a plenitude da "Vida" não será conhecida até que ele venha a ser glorificado em seus santos e a ser admirado em todos os que creem. A "ressurreição para a vida" será a conclusão da grande manifestação. Como sua

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primeira vinda foi seu alfa, ou começo, sua segunda vinda será seu ômega ou fim. Pois ele vem como o vivo, para não morrer mais! Ele vem para dar à sua igreja o benefício total da vida manifestada.

E qual de nós não tem alguma ligação com a tumba? Algo que nos faz querer ser vingado da morte? Não quero dizer meramente a mortalidade desses corpos vis, nos quais a morte e a vida estão em guerra diária. Quero dizer, os queridos que a morte nos arrancou e a sepultura devorou - um pai, um filho, um irmão, uma irmã, um amigo querido. O último inimigo chegou até eles, e nós estávamos impotentes.

Ele atacou e não pudemos evitar o golpe.

Lamentamos seu triunfo, mas não conseguimos resistir. Ele levou seu prêmio, nossos preciosos, apesar de nós, diante de nossos olhos. Mas desde então, oh, como ansiamos pelo dia da vingança, quando o destruidor será arruinado, o túmulo removido e a morte engolida pela vida.

Pois a vida, não a morte, deve triunfar no final. A Vida está voltando rapidamente para nós do céu onde está agora, à direita do Pai; e em seu retorno, o reino da morte terminou. A vida deve se manifestar de uma maneira e até certo ponto desconhecida antes. Expulsando a morte da alma e do corpo; esvaziando o túmulo de cada fragmento de mortalidade; glorificando a igreja

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com o manto de incorrupção e beleza;

transbordando criação com suas águas abençoadas; fará cumprir o ditado que está escrito: "A morte é tragada pela vitória"; e realizará o triunfo há muito predito: "Eu os remirei do poder do inferno e os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas?

Onde está, ó inferno, a tua destruição? Meus olhos não veem em mim arrependimento algum." (Oséias 13:14).

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Nota do Tradutor:

O Evangelho que nos Leva a Obter a Salvação Estamos inserindo esta nota em forma de apêndice em nossas últimas publicações, uma vez que temos sido impelidos a explicar em termos simples e diretos o que seja de fato o evangelho, na forma em que nos é apresentado nas Escrituras, já que há muita pregação e ensino de caráter legalista que não é de modo algum o evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Há também uma grande ignorância relativa ao que seja a aliança da graça por meio da qual somos salvos, e que consiste no coração do evangelho, e então a descrevemos em termos bem simples, de forma que possa ser adequadamente entendida.

Há somente um evangelho pelo qual podemos ser verdadeiramente salvos. Ele se encontra revelado na Bíblia, e especialmente nas páginas do Novo Testamento. Mas, por interpretações incorretas é possível até mesmo transformá-lo em um meio de perdição e não de salvação, conforme tem ocorrido especialmente em nossos dias, em que as verdades fundamentais

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do evangelho de Jesus Cristo têm sido adulteradas ou omitidas.

Tudo isto nos levou a tomar a iniciativa de apresentar a seguir, de forma resumida, em que consiste de fato o evangelho da nossa salvação.

Em primeiro lugar, antes de tudo, é preciso entender que somos salvos exclusivamente com base na aliança de graça que foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, antes mesmo da criação do mundo, para que nas diversas gerações de pessoas que seriam trazidas por eles à existência sobre a Terra, houvesse um chamado invisível, sobrenatural, espiritual, para serem perdoadas de seus pecados, justificadas, regeneradas (novo nascimento espiritual), santificadas e glorificadas. E o autor destas operações transformadoras seria o Espírito Santo, a terceira pessoa da trindade divina.

Estes que seriam chamados à conversão, o seriam pelo meio de atração que seria feita por Deus Pai, trazendo-os a Deus Filho, de modo que pela simples fé em Jesus Cristo, pudessem receber a graça necessária que os redimiria e os transportaria das trevas para a luz, do poder de Satanás para o de Deus, e que lhes transformaria em filhos amados e aceitos por Deus.

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Como estes que foram redimidos se encontravam debaixo de uma sentença de maldição e condenação eternas, em razão de terem transgredido a lei de Deus, com os seus pecados, para que fossem redimidos seria necessário que houvesse uma quitação da dívida deles para com a justiça divina, cuja sentença sobre eles era a de morte física e espiritual eternas.

Havia a necessidade de um sacrifício, de alguém idôneo que pudesse se colocar no lugar do homem, trazendo sobre si os seus pecados e culpa, e morrendo com o derramamento do Seu sangue, porque a lei determina que não pode haver expiação sem que haja um sacrifício sangrento substitutivo.

Importava também que este Substituto de pecadores, assumisse a responsabilidade de cobrir tudo o que fosse necessário em relação à dívida de pecados deles, não apenas a anterior à sua conversão, como a que seria contraída também no presente e no futuro, durante a sua jornada terrena.

Este Substituto deveria ser perfeito, sem pecado, eterno, infinito, porque a ofensa do pecador é eterna e infinita. Então deveria ser alguém divino para realizar tal obra.

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Jesus, sendo Deus, se apresentou na aliança da graça feita com o Pai, para ser este Salvador, Fiador, Garantia, Sacrifício, Sacerdote, para realizar a obra de redenção.

O homem é fraco, dado a se desviar, mas a sua chamada é para uma santificação e perfeição eternas. Como poderia responder por si mesmo para garantir a eternidade da segurança da salvação?

Havia necessidade que Jesus assumisse ao lado da natureza divina que sempre possuiu, a natureza humana, e para tanto ele foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria.

Ele deveria ter um corpo para ser oferecido em sacrifício. O sangue da nossa redenção deveria ser o de alguém que fosse humano, mas também divino, de modo que se pode até mesmo dizer que fomos redimidos pelo sangue do próprio Deus.

Este é o fundamento da nossa salvação. A morte de Jesus em nosso lugar, de modo a nos abrir o caminho para a vida eterna e o céu.

Para que nunca nos esquecêssemos desta grande e importante verdade do evangelho de que Jesus se tornou da parte de Deus para nós, o

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nosso tudo, e que sem Ele nada somos ou podemos fazer para agradar a Deus, Jesus fixou a Ceia que deve ser regularmente observada pelos crentes, para que se lembrem de que o Seu corpo foi rasgado, assim como o pão que partimos na Ceia, e o Seu sangue foi derramado em profusão, conforme representado pelo vinho, para que tenhamos vida eterna por meio de nos alimentarmos dEle. Por isso somos ordenados a comer o pão, que representa o corpo de Jesus, que é verdadeiro alimento para o nosso espírito, e a beber o sangue de Jesus, que é verdadeira bebida para nos refrigerar e manter a Sua vida em nós.

Quando Ele disse que é o caminho e a verdade e a vida. Que a porta que conduz à vida eterna é estreita, e que o caminho é apertado. Tudo isto se aplica ao fato de que não há outra verdade, outro caminho, outra vida, senão a que existe somente por meio da fé nEle. A porta é estreita porque não admite uma entrada para vários caminhos e atalhos, que sendo diferentes dEle, conduzem à perdição. É estreito e apertado para que nunca nos desviemos dEle, o autor e consumador da nossa salvação.

Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser

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transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.

Tanto é assim, que para que tenhamos a plena convicção desta verdade, mesmo depois de sermos justificados, regenerados e santificados, percebemos, enquanto neste mundo, que há em nós resquícios do pecado, que são o resultado do que se chama de pecado residente, que ainda subsiste no velho homem, que apesar de ter sido crucificado juntamente com Cristo, ainda permanece em condições de operar em nós, ao lado da nova natureza espiritual e santa que recebemos na conversão.

Qual é a razão disso, senão a de que o Senhor pretende nos ensinar a enxergar que a nossa salvação é inteiramente por graça e mediante a fé? Que é Ele somente que nos garante a vida eterna e o céu. Se não fosse assim, não poderíamos ser salvos e recebidos por Deus porque sabemos que ainda que salvos, o pecado ainda opera em nossas vidas de diversas formas.

Isto pode ser visto claramente em várias passagens bíblicas e especialmente no texto de Romanos 7.

À luz desta verdade, percebemos que mesmo as enfermidades que atuam em nossos corpos

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físicos, e outras em nossa alma, são o resultado da imperfeição em que ainda nos encontramos aqui embaixo, pois Deus poderia dar saúde perfeita a todos os crentes, sem qualquer doença, até o dia da morte deles, mas Ele não o faz para que aprendamos que a nossa salvação está inteiramente colocada sobre a responsabilidade de Jesus, que é aquele que responde por nós perante Ele, para nos manter seguros na plena garantia da salvação que obtivemos mediante a fé, conforme o próprio Deus havia determinado justificar-nos somente por fé, do mesmo modo como fizera com Abraão e com muitos outros mesmo nos dias do Velho Testamento.

Nenhum crente deve portanto julgar-se sem fé porque não consegue vencer determinadas fraquezas ou pecados, porque enquanto se esforça para ser curado deles, e ainda que não o consiga neste mundo, não perderá a sua condição de filho amado de Deus, que pode usar tudo isto em forma de repreensão e disciplina, mas que jamais deixará ou abandonará a qualquer que tenha recebido por filho, por causa da aliança que fez com Jesus e na qual se interpôs com um juramento que jamais a anularia por causa de nossas imperfeições e transgressões.

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Um crente verdadeiro odeia o pecado e ama a Jesus, mas sempre lamentará que não o ame tanto quanto deveria, e por não ter o mesmo caráter e virtudes que há em Cristo. Mas de uma coisa ele pode ter certeza: não foi por mérito, virtude ou boas obras que lhes foram exigidos a apresentar a Deus que ele foi salvo, mas simplesmente por meio do arrependimento e da fé nAquele que tudo fez e tem feito que é necessário para a segurança eterna da sua salvação.

É possível que alguém leia tudo o que foi dito nestes sete últimos parágrafos e não tenha percebido a grande verdade central relativa ao evangelho, que está sendo comentada neles, e que foi citada de forma resumida no primeiro deles, a saber:

“Então o plano de salvação, na aliança de graça que foi feita, nada exige do homem, além da fé, pois tudo o que tiver que ser feito nele para ser transformado e firmado na graça, será realizado pelo autor da sua salvação, a saber, Jesus Cristo.”

Nós temos na Palavra de Deus a confirmação desta verdade, que tudo é de fato devido à graça de Jesus, na nossa salvação, e que esta graça é suficiente para nos garantir uma salvação eterna, em razão do pacto feito entre Deus Pai e

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Deus Filho, que nos escolheram para esta salvação segura e eterna, antes mesmo da fundação do mundo, no qual Jesus e Sua obra são a causa dessa segurança eterna, pois é nEle que somos aceitos por Deus, nos termos da aliança firmada, em que o Pai e o Filho são os agentes da aliança, e os crentes apenas os beneficiários.

O pacto foi feito unilateralmente pelo Pai e o Filho, sem a consulta da vontade dos beneficiários, uma vez que eles nem sequer ainda existiam, e quando aderem agora pela fé aos termos da aliança, eles são convocados a fazê-lo voluntariamente e para o principal propósito de serem salvos para serem santificados e glorificados, sendo instruídos pelo evangelho que tudo o que era necessário para a sua salvação foi perfeitamente consumado pelo Fiador deles, nosso Senhor Jesus Cristo.

Então, preste atenção neste ponto muito importante, de que tanto é assim, que não é pelo fato de os crentes continuarem sujeitos ao pecado, mesmo depois de convertidos, que eles correm o risco de perderem a salvação deles, uma vez que a aliança não foi feita diretamente com eles, e consistindo na obediência perfeita deles a toda a vontade de Deus, mas foi feita com

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Jesus Cristo, para não somente expiar a culpa deles, como para garantir o aperfeiçoamento deles na santidade e na justiça, ainda que isto venha a ser somente completado integralmente no por vir, quando adentrarem a glória celestial.

A salvação é por graça porque alguém pagou inteiramente o preço devido para que fôssemos salvos – nosso Senhor Jesus Cristo.

E para que soubéssemos disso, Jesus não nos foi dado somente como Sacrifício e Sacerdote, mas também como Profeta e Rei.

Ele não somente é quem nos anuncia o evangelho pelo poder do Espírito Santo, e quem tudo revelou acerca dele nas páginas da Bíblia, para que não errássemos o alvo por causa da incredulidade, que sendo o oposto da fé, é a única coisa que pode nos afastar da possibilidade da salvação.

Em sua obra como Rei, Jesus governa os nossos corações, e nos submete à Sua vontade de forma voluntária e amorosa, capacitando-nos, pelo Seu próprio poder, a viver de modo agradável a Deus.

Agora, nada disso é possível sem que haja arrependimento. Ainda que não seja ele a causa

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da nossa salvação, pois, como temos visto esta causa é o amor, a misericórdia e a graça de Deus, manifestados em Jesus em nosso favor, todavia, o arrependimento é necessário, porque toda esta salvação é para uma vida santa, uma vida que lute contra o pecado, e que busque se revestir do caráter e virtudes de Jesus.

Então, não há salvação pela fé onde o coração permanece apegado ao pecado, e sem manifestar qualquer desejo de viver de modo santo para a glória de Deus.

Desde que haja arrependimento não há qualquer impossibilidade para que Deus nos salve, nem mesmo os grosseiros pecados da geração atual, que corre desenfreadamente à busca de prazeres terrenos, e completamente avessa aos valores eternos e celestiais.

Ainda que possa parecer um paradoxo, haveria até mais facilidade para Deus salvar a estes que vivem na iniquidade porque a vida deles no pecado é flagrante, e pouco se importam em demonstrar por um viver hipócrita, que são pessoas justas e puras, pois não estão interessados em demonstrar a justiça própria do fariseu da parábola de Jesus, para que através de sua falsa religiosidade, e autoengano,

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pudessem alcançar algum favor da parte de Deus.

Assim, quando algum deles recebe a revelação da luz que há em Jesus, e das grandes trevas que dominam seu coração, o trabalho de convencimento do Espírito Santo é facilitado, e eles lamentam por seus pecados e fogem para Jesus para obterem a luz da salvação. E ele os receberá, e a nenhum deles lançará fora, conforme a Sua promessa, porque o ajuste feito para a sua salvação exige somente o arrependimento e a fé, para a recepção da graça que os salvará.

Deus mesmo é quem provê todos os meios necessários para que permaneçamos firmes na graça que nos salvou, de maneira que jamais venhamos a nos separar dele definitivamente.

Ele nos fez coparticipantes da Sua natureza divina, no novo nascimento operado pelo Espírito Santo, de modo que uma vez que uma natureza é atingida, ela jamais pode ser desfeita.

Nós viveremos pela nova criatura, ainda que a velha venha a se dissolver totalmente, assim como está ordenado que tudo o que herdamos de Adão e com o pecado deverá passar, pois tudo é feito novo em Jesus, em quem temos recebido

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este nosso novo ser que se inclina em amor para Deus e para todas as coisas de Deus.

Ainda que haja o pecado residente no crente, ele se encontra destronado, pois quem reina agora é a graça de Jesus em seu coração, e não mais o pecado. Ainda que algum pecado o vença isto será temporariamente, do mesmo modo que uma doença que se instala no corpo é expulsa dele pelas defesas naturais ou por algum medicamento potente. O sangue de Jesus é o remédio pelo qual somos sarados de todas as nossas enfermidades. E ainda que alguma delas prevaleça neste mundo ela será totalmente extinta quando partirmos para a glória, onde tudo será perfeito.

Temos este penhor da perfeição futura da salvação dado a nós pela habitação do Espírito Santo, que testifica juntamente com o nosso espírito que somos agora filhos de Deus, não apenas por ato declarativo desta condição, mas de fato e de verdade pelo novo nascimento espiritual que nos foi dado por meio da nossa fé em Jesus.

Toda esta vida que temos agora é obtida por meio da fé no Filho de Deus que nos amou e se entregou por nós, para que vivamos por meio da Sua própria vida. Ele é o criador e o sustentador

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de toda a criação, inclusive desta nova criação que está realizando desde o princípio, por meio da geração de novas criaturas espirituais para Deus por meio da fé nEle.

Ele pode fazê-lo porque é espírito vivificante, ou seja, pode fazer com que nova vida espiritual seja gerada em quem Ele assim o quiser. Ele sabe perfeitamente quais são aqueles que atenderão ao chamado da salvação, e é a estes que Ele se revela em espírito para que creiam nEle, e assim sejam salvos.

Bem-aventurados portanto são:

Os humildes de espírito que reconhecem que nada possuem em si mesmos para agradarem a Deus.

Os mansos que se submetem à vontade de Deus e que se dispõem a cumprir os Seus mandamentos.

Os que choram por causa de seus pecados e todo o pecado que há no mundo, que é uma rebelião contra o Criador.

Os misericordiosos, porque dão por si mesmos o testemunho de que todos necessitam da misericórdia de Deus para serem perdoados.

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Os pacificadores, e não propriamente pacifistas que costumam anular a verdade em prol da paz mundial, mas os que anunciam pela palavra e suas próprias vidas que há paz de reconciliação com Deus somente por meio da fé em Jesus.

Os que têm fome e sede de justiça, da justiça do reino de Deus que não é comida, nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.

Os que são perseguidos por causa do evangelho, porque sendo odiados sem causa, perseveram em dar testemunho do Nome e da Palavra de Jesus Cristo.

Vemos assim que ser salvo pela graça não significa: de qualquer modo, de maneira descuidada, sem qualquer valor ou preço envolvido na salvação. Jesus pagou um preço altíssimo e de valor inestimável para que pudéssemos ser redimidos. Os termos da aliança por meio da qual somos salvos são todos bem ordenados e planejados para que a salvação seja segura e efetiva. Há poderes sobrenaturais, celestiais, espirituais envolvidos em todo o processo da salvação.

É de uma preciosidade tão grande este plano e aliança que eles devem ser eficazes mesmo quando não há naqueles que são salvos um

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conhecimento adequado de todas estas verdades, pois está determinado que aquele que crê no seu coração e confessar com os lábios que Jesus é o Senhor e Salvador, é tudo quanto que é necessário para um pecador ser transformado em santo e recebido como filho adotivo por Deus.

O crescimento na graça e no conhecimento de Jesus são necessários para o nosso aperfeiçoamento espiritual em progresso da nossa santificação, mas não para a nossa justificação e regeneração (novo nascimento) que são instantâneos e recebidos simultaneamente no dia mesmo em que nos convertemos a Cristo. Quando fomos a Ele como nos encontrávamos na ocasião, totalmente perdidos e mortos em transgressões e pecados.

E fomos recebidos porque a palavra da promessa da aliança é que todo aquele que crê será salvo, e nada mais é acrescentado a ela como condição para a salvação.

É assim porque foi este o ajuste que foi feito entre o Pai e o Filho na aliança que fizeram entre si para que fôssemos salvos por graça e mediante a fé.

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Jesus é pedra de esquina eleita e preciosa, que o Pai escolheu para ser o autor e o consumador da nossa salvação. Ele foi eleito para a aliança da graça, e nós somos eleitos para recebermos os benefícios desta aliança por meio da fé nAquele a quem foram feitas as promessas de ter um povo exclusivamente Seu, zeloso de boas obras.

Então quando somos chamados de eleitos na Bíblia, isto não significa que Deus fez uma aliança exclusiva e diretamente com cada um daqueles que creem, uma vez que uma aliança com Deus para a vida eterna demanda uma perfeita justiça e perfeita obediência a Ele, sem qualquer falha, e de nós mesmos, jamais seríamos competentes para atender a tal exigência, de modo que a aliança poderia ter sido feita somente com Jesus.

Somos aceitos pelo Pai porque estamos em Jesus, e assim é por causa do Filho Unigênito que somos também recebidos. Jamais poderíamos fazê-lo diretamente sem ter a Jesus como nossa Cabeça, nosso Sumo Sacerdote e Sacrifício. Isto é tipificado claramente na Lei, em que nenhum ofertante ou oferta seriam aceitos por Deus sem serem apresentados pelo sacerdote escolhido por Deus para tal propósito. Nenhum outro Sumo Sacerdote foi designado pelo Pai para que pudéssemos receber uma redenção e

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aproximação eternas, senão somente nosso Senhor Jesus Cristo, aquele que Ele escolheu para este ofício.

Mas uma vez que nos tornamos filhos de Deus por meio da fé em Jesus Cristo, importa permanecermos nEle por um viver e andar em santificação, no Espírito.

É pelo desconhecimento desta verdade que muitos crentes caminham de forma desordenada, uma vez que tendo aprendido que a aliança da graça foi feita entre Deus Pai e Deus Filho, e que são salvos exclusivamente por meio da fé, que então não importa como vivam uma vez que já se encontram salvos das consequências mortais do pecado.

Ainda que isto seja verdadeiro no tocante à segurança eterna da salvação em razão da justificação, é apenas uma das faces da moeda da salvação, que nos trazendo justificação e regeneração instantaneamente pela graça, mediante a fé, no momento mesmo da nossa conversão inicial, todavia, possui uma outra face que é a relativa ao propósito da nossa justificação e regeneração, a saber, para sermos santificados pelo Espírito Santo, mediante implantação da Palavra em nosso caráter. Isto tem a ver com a mortificação diária do pecado, e

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o despojamento do velho homem, por um andar no Espírito, pois de outra forma, não é possível que Deus seja glorificado através de nós e por nós. Não há vida cristã vitoriosa sem santificação, uma vez que Cristo nos foi dado para o propósito mesmo de se vencer o pecado, por meio de um viver santificado.

Esta santificação foi também incluída na aliança da graça feita entre o Pai e o Filho, antes da fundação do mundo, e para isto somos também inteiramente dependentes de Jesus e da manifestação da sua vida em nós, porque Ele se tornou para nós da parte de Deus a nossa justiça, redenção, sabedoria e santificação (I Coríntios 1.30). De modo que a obra iniciada na nossa conversão será completada por Deus para o seu aperfeiçoamento final até a nossa chegada à glória celestial.

“Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus.” (Filipenses 1.6).

“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará.” (I Tessalonicenses 5.23,24).

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“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” (Filipenses 2.12,13).

Referências

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