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Cangaço e memória

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Academic year: 2018

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CANGAÇO E MEMÓRIA

LKJIHGFEDCBA

(C A N G A Ç O

A N O

M E M O R Y )

RESUMO

lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

T e m e s s e e s tu d o o o b je tivo d e a n a lis a r a s d ife r e n -te s c o n c e p ç õ e s d e m e m ó r ia d o c a n g a ç o , b a s e a d a e m im a g e n s vivid a s , n a s im p r e s s õ e s d o a m b ie n te d e c o m b a -te , p a s s a n d o a s s im a in s e r ir -s e n u m p a s s a d o c o le tivo ,

n a h is tó r ia d e s e u p o vo , d e s e u g r u p o d e r e fe r ê n c ia .

qponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

O e n te n d im e n to a n tr o p o ló g ic o d o fe n ô m e n o

c a n g a ç o r e q u e r a m e to d o lo g ia d e e s tu d o d e m e m ó r ia c o le tiva e in d ivid u a l, a tr a vé s d a le itu r a d e d o c u m e n -to s , r e p o r ta g e n s , livr o s d e m e m ó r ia , te o r ia d a m e m ó r ia e té c n ic a s d e h is tó r ia o r a l.

E m to r n o d e va lo r e s c o m o c o r a g e m , h o n r a e va -le n tia , s e d e s e n vo lve a h is tó r ia d o c a n g a ç o n a s tr ê s p r i-m e ir a s d é c a d a s d e s te s é c u lo , n o N o r d e s te . P r o c u r o r e a liza r , a tr a vé s d a a n á lis e d a s lu ta s e n tr e L a m p iã o e s e u s a r q u iin im ig o s N a za r e n o s u m a r e c o n s titu iç ã o d a id e o lo g ia e d a s p r á tic a s d a s o c ie d a d e n o r d e s tin a d e s te p e r ío d o .

Palavras- chave: cangaço, memória, imagens.

ABSTRACT

T h is s tu d y a s its o b je c tive to a n a lyze th e d iffe r e n t c o n c e p ts o fth e m e m o r y o fth e c a n g a ç o b a s e d o n livin g m e m o r ie s a n d th e ifn p r e s s io n s o f th e a r e a s o f c o m b a t, a n d th is m e r g in g w ith th e h is to r y o fth e p e o p le a n d u s in g th is g r o u p a s its r e fe r e n c e .

T h e a n th r o p o lo g ic a l u n d e r s ta n d in g o f th e C a n g a ç o p h e n o m e n o n (a b a n d itr y p h e n o m e n o n th a t to o k p la c e in th e N o r tf-e a s t o f B r a zil) r e q u ir e s th e m e th o d o lo g y o f s tu d y o f th e c o lle c tive a n d in d ivid u a l m e m o r y, th r o u g h th e r e a d in g o f d o c u m e n ts , r e p o r ts , b o o ks o f m e m o r y, m e m o r y th e o r y a n d o r a l h is to r y te c h n iq u e s .

Ar o u n d va lu e s s u c h a s c o u r a g e , h o n o r a n d b r a ve r y, d e ve lo p s th e h is to r y o f C a n g a ç o a t th e fir s t

L U IT G A R D E O L IV E IR A C A V A L C A N T I B A R R O Sl

th r e e d e c a d e s o fth is c e n tu r y, in th e N o r th -e a s t. I s e a r c h , th r o u g h th e a n a lys e s o fth e fig h ts b e tw e e n L a m p iã o a n d h is N a za r e n o s a r c h e n e m ie s a r e c o n s titu tio n o f th e id e o lo g y a n d p r a c tic e s o f th e N o r th -e a s t So c ie ty o f th is p e r io d .

Keywords: cangaço, memory, images.

INTRODUÇÃO

P rocessos de cartórios, registros policiais, ordens do dia de quartéis, decretos governam entais, publica-ções em D iários O ficiais e notícias da im prensa, docu-m entos tradicionalm ente utilizados na reconstituição histórica, balizam sem m uita polêm ica o traçado da ge-ografia do cangaço, o m apa percorrido por F erreiras e N azarenos num em bate de dezenove anos.

P or razões até hoje não discutidas pelos autores que explicam o cangaço com o ump r o d u to d o m e io á s -p e r o e m is e r á ve l d o s e r tã o n o r d e s tin o , L am pião e seus lugares-tenentes não atacaram o P iauí nem o M aranhão e aí tam bém não construíram refúgios em suas fugas às perseguições, em bora o P iauí possua todas as tradições históricas de povoam ento, zona sertaneja de seca com o os outros E stados da região.

E nquanto A ntônio D ó, o fora-da-lei de M inas G erais, que sobrevive na m em ória popular com as m es-m as características de saga de L am pião, levou sua luta até o território da B ahia, os cangaceiros que estudo, ao se adentrarem em terras baianas, jam ais se aventura-ram na zona do sertão m ineiro.

P ercorrendo o espaço físico da confluência entre S ergipe, B ahia, P ernam buco e A lagoas, L am pião e seus cabras retom aram sem pre ao lo c u s original. P araíba e C eará, por suas fronteiras, pela origem de vários can-gaceiros, as brigas com Q uelé e Z é P ereira de P rincesa, a am izade com m uitos poderosos e a existência do

1A ntropóloga - P rofessora da U E R J

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branças que não foram vividas por ele, tornando-o per-sonagem ou testem unho de fatos jam ais vivenciados. E sse com portam ento exige do pesquisador registro m i-nucioso dos relatos de cada inform ante, para a com pa-ração de dados das entrevistas.

N a categoria dos que se colocam explicitam ente contra o cangaço, com o suas vítim as, am igos e fam ilia-res delas ou perseguidoilia-res (volantes e fam iliares), fe-nôm eno idêntico de seleção de lem branças tam bém se verifica, porém na direção inversa. D iferentem ente do que afirm am os sim patizantes, L am pião, C orisco, Z é B aiano e S abino são o protótipo do cangaceiro, m odelo de toda perversidade hum ana. L ogo, não há diferencia-ção entre L am pião e o restante dos grupos.

S eus relatos são a história de m ilhares de ho-m ens que entraraho-m nas forças do governo para se de-fenderem das barbaridades dos cangaceiros e poderem perseguí-Ios em nom e da lei. V ingando a honra de m u-lheres da fam ília estupradas e parentes assassinados pelos cangaceiros, nos sete E stados onde atuaram L am -pião e seus bandos, sertanejos pobres e rem ediados

sentaram praça na polícia ou entraramlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAp r a s e e s b a g a ç a r n a s vo la n te a té n ã o s o b r a r u m s ó c a n g a c ê r o

n a s c a tin g a . (4 )

A s im agens predom inantes sobre o cangaço na m em ória desses inform antes são de destruição, fom e, m orte, desespero e ódio. M uito ódio e um a disposição para a guerra sem trégua (entre os que lutaram ) e um a dor irrem ediável entre as vítim as passivas com o os ho-m ens castrados e as ho-m ulheres estupradas ou m arcadas a ferro. E ntrevistar esses últim os é um trabalho doloroso, o de fazê-Ios evocarem im agens de pavor, desalento e im potência, m as, principalm ente reviver sentim entos de injustiça, da gratuidade da violência sofrida, que os iden-tificou no corpo e na m em ória individual e coletiva por m arcas que o tem po não esm aeceu.

E m P ão de A çúcar - A lagoas, envergonhada, con-tem plando a dor explícita; de um a m ulher ferrada por Z é B aiano em C anindé - S ergipe, penso no terror im po-tente de um povoado m iserável de sertanejos desarm a-dos, entregues à sanha de oitenta cangaceiros arm ados. A m ulher m e olha, fecha os olhos, m ostra o lado da cicatriz do rosto e fala: O b a n d id o fe z is s o ! E u e r a n o -vin h a ! (4a) T oda a im agem do ferro em brasa está pre-sente com o se os gritos ainda ecoassem na beira do S ão F rancisco e o povo desesperado ainda se debatesse sob as torturas do bando.

R efletindo sobre a im potência daquele povo do-m inado pelos cangaceiros, entendo aquela dor, senti-m ento já apaziguado no sem blante de seu M anuel A quino, um inform ante de A lagoas. C ontando sua luta contra o cangaço, aos 85 anos, é um hom em calm o, de fala doce, em paz com a vida. P ara vingar o pai m orto pelo cangaceiro P ortuguês com dois cabras, tornou-se

batedor da volante de L ucena ainda adolescente, en-quanto dois irm ãos sentaram praça na polícia. U m tio dele tam bém era voluntário nas volantes de L ucena, além da ajuda que a fam ília deu ao tenente H igino, te-nente A rlindo, tete-nente L uís M ariano, e aos N azarenos, quando passavam em A lagoas. M ortos os três canga-ceiros visados, depois da m orte de L am pião seu M anu-el A quino voltou para R iacho G rande, onde vive até hoje, cuidando da propriedade do pai, tendo com prado as partes dos irm ãos que perm aneceram na polícia.

O s ferrados, castrados e m utilados pelo cangaço fazem esforço para viver um presente m arcado idelevelm ente pela m em ória física da violência. A evo-cação das lem branças, desencadeada pela entrevista, evidencia acim a de tudo a dor. E com o escreve B ergson, To d a d o r c o n s is te p o r ta n to n u m e s fo r ç o , e n u m e s fo r ç o im p o te n te . (5 )

P rofunda convicção perm eia o discurso dos ini-m igos do cangaço, vivos até hoje, ou seus descendentes.

E u n u n c a m e m is tu r e i c o m b a n d id o , n u n c a tive c o n lu io c o m la d r ã o , m a lfe ito r , m is e r á ve l q u e m a ta p r a r o u b a r !'! (6 )

La m p iã o n u n c a e n fr e n to u m e u p a i! N u n c a e xis tiu n in -g u é m q u e te n h a le va n ta d o s u s p e ita d e p r o te ç ã o d e le a c a n g a c e ir o . D e p o is d a m o r te d o s c a n g a c e ir o s m u ito p o lic ia l fic o u r ic o ; m e u p a i r e c u s o u a té o p r ê m io q u e o g o ve r n o d o E s ta d o d e u a o s c o m a n d a n te s d e tr o p a . P a s -s o u a vid a to d a n a c a tin g a p e r -s e g u in d o b a n d id o e d i-zia q u e lu to u s e m p r e n o c u m p r im e n to d o d e ve r ! (7 )

L em brando-se do passado, os m ais velhos se re-ferem aos antigos aliados de com bate sem pre com ex-pressões: E r a u m h o m e m d e b e m !

In d ivíd u o d e s a n g u e n o o lh o ! Su je ito va le n te , m a s d o r e s p e ito !. E m A lagoas, louvando a honra e a cora-gem do coronel L ucena, am igos e inim igos apontam -lhe um defeito grave, responsável, segundo seus julgam entos, por m uitas injustiças: Lu c e n a tin h a u m g r a ve d e fe ito - e r a h o m e m d e p r im e ir a in fo r m a ç ã o !

N essa categoria de inform antes tam bém a m e-m ória é coletiva, dando-se um a verdadeira disputa de lem branças de batalhas e episódios heróicos, para se saber quem foi m ais valente e destem ido. C ada com ba-tente carrega suas im agens de lutas e sofrim entos, com o no passado o tenente A rlindo, um desses volantes cujos descendentes entrevistei, percorreu catingas e povoa-dos carregando com naturalidade sua infieira de ore-lhas salgadas de cangaceiros.

E ssa im agem , longe de desencadear os sentim en-tos que sobressaltaram m inha infância em A lagoas, dá m uito orgulho a alguns entrevistados conhecidos do te-nente e despertaram vaidade em m uitas pessoas jovens,

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Juazeiro do P adre C ícero eram , no im aginário das fac-ções em com bate, extensões de suas m archas, cam pos de saque, de repouso ou de batalhas sangrentas.

O R io G rande do N orte, sétim o E stado nordesti-no desse m apa, é outro que, em bora descrito com todas as características geoclim áticas do restante do N ordes-te, é atípico na relação com o cangaço. A m em ória lo-cal sobre L am pião dá-lhe um a só classificação: bandido, inim igo. S ua presença no E stado foi rechaçada, não en-contrando aí grandes protetores.

F alo de m em ória local no sentido de m em ória coletiva na concepção de P ierre N ora, o q u e fic a d o p a s s a d o n o vivid o d o s g r u p o s , o u o q u e o s g r u p o s fa -ze m d o p a s s a d o . (1 )

O im aginário popular neste E stado tem em Jesuíno B rilhante a personificação de um código, de um m odelo que poderia ser seguido por elem ento de qualquer classe social. C om o personagem m ítico, ele encarna os com ponentes do ethos de um povo; no caso sertanejo, valentia, honra, bondade e proteção aos fra-cos. T odo riograndense que se preza conhece o exem -plo cantado em versos e contado nas histórias dos antigos: na seca de 1877, quando m ilhares de pessoas m orriam de fom e, aquele bravo que enfrentava a polí-cia para plantar ajustiça no sertão, assalta um carrega-m ento de cocarrega-m ida e distribui entre os flagelados da seca. N a m em ória coletiva, filho do R io G rande do N orte, Jesuíno B rilhante pedia quando tinha fom e, sem jam ais usar a força para r o u b a r o p r o d u to d o s u o r a lh e io .lm -placável com os inim igos (no im aginário popular, bandidos perversos), destem ido nos confrontos, sim bo-liza o herói respeitador dos códigos da cultura de seu povo, caráter sem jaça, orgulho da honra sertaneja.

D iferentem ente da m em ória coletiva baseada em im agens vividas, nas im pressões do am biente de com -bate ao cangaço que dom inava o R io G rande do N orte da época de L am pião, hoje um grupo de intelectuais organiza um a sociedade de estudos do tem a que não encontra receptividade na população. A presento outro exem plo, m uito explorado pela im prensa sensaciona-lista nas décadas de 70 e 80, que teria sido um a rom aria de populares m uito pobres de M ossoró ao túm ulo do cangaceiro Jararaca (do grupo de L am pião), m ostrado com o m ilagroso. A pesar do escândalo da m ídia local, o m ovim ento, não surgindo do enraizam ento na paixão popular pelo cangaceirism o de L am pião, teve a vida efêm era dos furos jornalísticos.

T rabalho com m em ória na perspectiva de H enri B ergson, no sentido de lem branças, principalm ente sob a força das im agens, com o ele desenvolve no li-vro M a té r ia e M e m ó r ia . E stabelecendo um a relação entre o corpo e os objetos que o cercam , afirm a: O s o b je to s q u e c e r c a m u m c o r p o r e fle te m a a ç ã o p o s s

í-ve l d e m e u c o r p o s o b r e e le s (2). C onseqüência dessa

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'11III::":

relação, os objetos, os acontecim entos, enfim as coi-sas não são percebidas da m esm a form a por todas as pessoas. S egundo esse autor A p e r c e p ç ã o , ta l c o m o a e n te n d e m o s , m e d e n o s s a a ç ã o p o s s íve l s o b r e a s c o i-s a i-s e p o r is s o , in ve r s a m e n te , a a ç ã o p o s s íve l d a s c o is a s s o b r e n ó s . (3)

N um a análise baseada em m em ória escrita e fa-lada, com o a que desenvolvo, o confronto dos depoi-m entos evidencia a justeza do raciocínio de B ergson. A s lem branças evocadas por ex-cangaceiros, seus fa-m iliares, afa-m igos e protetores, trazem im agens destaca-das da m aldade da polícia e das volantes. N essa categoria de inform antes, aqueles cuja m em ória se ba-seia em lem branças de im agens vividas, separam C o-risco, Z é B aiano e S abino com o s u je ito s p e r ve r s o s e u n s p e r d id o d e d e u s , identificando os dem ais cangacei-ros num a categoria de vítim as de injustiças, gente que fugia das m isérias da polícia, ou pessoas tragadas pela sorte ruim , m uitas até inocentes que entraram no cangaço m uito jovens, por espírito de aventura, e de-p o is ,já c o m a vid a e s tr a g a d a , n ã o te n d o m a is o q u e fa ze r , e r a o je ito fic a r n o g r u p o a té à m o r te . F a ze r o

q u e , já m a r c a d o p e la s vo la n te , c h e io d e in im ig o ? D esde a m orte de L am pião m uitas décadas haviam transcorrido quando entrevistei pessoas ligadas ao cangaço. S uas m em órias individuais, na articulação do discurso, estavam depuradas das im agens que pu-dessem com prom etê-Ias. S obreviventes de anos e anos de perseguições, silêncios e sim ulações, m uitos leram os depoim entos publicados por chefes volantes com o O ptato G ueiros, João B ezerra e, acim a de tudo, são in-centivados por farta literatura sim patizante do cangaço, escrita por descendentes de antigos protetores e m uitos intelectuais distanciados dos depoim entos das vítim as, dos inim igos dos cangaceiros e próxim os de filhos e netos de poderosos beneficiados pela partilha dos sa-ques de L am pião.

C om o evidenciava M aurice H albw achs ao afir-m ar que toda afir-m eafir-m ória é coletiva, já não há m em ória individual daquele passado. P ouco a pouco os que se identificavam ao lado do cangaço socializaram as lem -branças do prazer sentido pela valentia de L am pião, pela vingança contra este ou aquele soldado perverso, m or-to pelos cangaceiros. E m cidades com o P iranhas em A lagoas, os inform antes já repetiram tantas vezes suas versões para jornalistas, escritores e cinegrafistas, e ouviram tantas vezes as histórias do cangaço, que se faz necessário um rigor m uito grande na checagem das inform ações, fazendo cruzam ento de depoim entos das pessoas em m om entos diferentes e com parando-os com as declarações de outros inform antes sobre os m esm os acontecim entos.

A través dos diferentes relatos, acontece às vezes de um inform ante acrescentar às suas m em órias lem

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'-de aula em B arbalha, sul do C eará. A li estavam '- descen-dentes de vários hom ens que lutaram contra o cangaço, m uitos até ligados hoje por relações de parentesco, tal a identidade que se estabeleceu entre os avós, gerando casam entos entre filhos e tam bém entre netos dos anti-gos com panheiros de com bate.

E nquanto alguns descendentes de cangaceiros si-lenciam sobre as atividades dos ancestrais fora-da-lei, tenho observado o orgulho com que m uitas pessoas se apresentam com o parentes deste ou daquele inim igo de cangaceiro. C aso exem plar desse tipo de percepção do cangaço com o m iséria e desonra é um critério de iden-tidade reivindicado no R io G rande do N orte, com o o dop o vo q u e n ã o te ve m e d o d e c a n g a c e ir o , h o m e n s q u e b o ta r a m La m p iã o p r a c o r r e r , a u to r id a d e s q u e n ã o c o -m e r a -m d in h e ir o d e b a n d id o .

E m 1974 em M ossoró, escutei de um gabola dono de bodega:

M in h a s e n h o r a , n o R io G r a n d e d o N o r te c a b r a r u im s ó d a n ç a p u la n d o d e b a ixo d e b a la !! A s e n h o r a n ã o s a b e o q u e n ó s fize m o s c o m La m p iã o a q u i d e n tr o d e M o s s o r ó ? E le p o d ia s e r o r e i d o s e r tã o , lá p o r o n d e n ã o tin h a h o m e m d o R io G r a n d e d o N o r te !

m ais obscuros do m unicípio de P oço R edondo - E stado de S ergipe, a partir do dia 19 de abril de 1928, quando L am pião entrou com o grupo pela prim eira vez no po-voado. S eu livro é a história da transform ação de um povo sob o dom ínio dos grupos de L am pião e das per-seguições das volantes. É a m em ória do cangaço em S ergipe, do lado cangaceiro e dos coiteiros - em prega-dos prega-dos grandes protetores de L am pião.

E m sua casa conheci e entrevistei gente do cangaço com o a velha cangaceira D ila e a sobrinha do cangaceiro S abiá. A fam iliaridade de A lcino com seu objeto de estudo é tanta que ele m e apresentou M arizete A lves dos S antos,

s o b r in h a d e J o ã o Alve s d o s Sa n to s - J o ã o P r e to , o m a io r va q u e ir o q u e o N o r d e s te já te ve a té h o je ! Q u a n d o e le e n tr o u n o b a n d o r e c e b e u o n o m e d e Sa b iá . N e s s e d ia q u e e le ia p r o b a n d o

foi

c a n ta n d o e s s a m ú s ic a q u e M a r ize te va i c a n ta r , q u e e la é s o b r in h a d e J o ã o P r e to . J o ã o P r e to e r a ir m ã o d a m ã e d e la , M a r ia d a s D o r e s .

Z abelê, irm ão de sua m ãe, era poeta repentista, m esm o na vida de cangaceiro. C onseguindo fugir do cerco de A ngicos, escapa com dois am igos. A m ãe de A lcino foi procurar o irm ão no P iauí, não o encontran-do. D epois de 1938 nunca m ais tiveram notícia dele.

V ivendo sem pre entre sua gente, o autor não es-conde o passado fam iliar, não anda arm ado, é um poeta que canta a coragem , engrandecendo nos m esm os ver-sos a valentia de L am pião e de O dilon F lor. N o seu panteão de heróis, F erreiras e N azarenos são honra ser-taneja, enquanto o cangaceiro ferrador Z é B aiano e o sargento D e L uz, da polícia sergipana, encarnam todo o m al que a perversidade hum ana engendra.

A s entrevistas colhidas em S ergipe, A lagoas, B ahia, C eará e P ernam buco, a extensa bibliografia exis-tente, a leitura de docum entos e notícias de im prensa cons-tituem o m aterial utilizado neste trabalho perpassado pela experiência pessoal de vida sertaneja até os vinte anos de idade. T am bém o livro de F rederico P ernam bucano de M eio -G u e r r e ir o s d o So l, O m ais com pleto do ponto de vista de dados sobre valentões do N ordeste, é m uito utilizado neste trabalho onde procuro traçar os perfis, tirar do im aginário popular e trazer à discussão acadêm i-ca os personagens tem a e título desta tese.

O s N azarenos deixaram m em ória escrita. C om o fim do cangaço M anuel F lor viveu bastante, com tem -po para aprim orar os conhecim entos e escrever cader-nos de m em ória onde registrou suas im pressões sobre a cam panha nas catingas, derrotas e vitórias, num apelo pungente desdobrado por sua filha, M arilourdes F erraz, no livro O C a n to d o Ac a u ã .

O título é sim bólico, explicitando o conteúdo da narrativa, já que a acauã é o pássaro agourento, P ela idade era óbvio que ele não participara da

resistência ao ataque de L am pião a M ossoró em 1927. M as já construíra sua m em ória com as lem branças dos m ais velhos, inserindo-se num passado coletivo, na his-tória de seu povo, de seu grupo de referência.

N o que concerne àm em ória escrita, privilegiei o uso dos três livros já citados com o principais referências sobre F erreiras e N azarenos. D ois deles, O c a n to d o Ac a u ã eM e m ó r ia s d e U m So ld a d o d e Vo la n te , são de-poim entos de gente de N azaré, das fam ílias F lor e Jurubeba. O terceiro, La m p iã o Alé m d a Ve r s ã o , foi es-colhido porque seu autor - A lcino A lves C osta, tem im enso orgulho de ser sobrinho do cangaceiro Z abelê e de ter nascido em P oço R edondo, segundo ele, a c a p i-ta l m u n d ia l d o c a n g a ç o , por ter sido o local do B rasil que forneceu m aior núm ero de cangaceiros para o ban-do de L am pião.

N ão tendo vivido o tem po de esquecim ento e de disfarce do passado de cangaceiro ou coiteiro, A lcino encarna a m em ória anti-volante, anti-injustiça, com a m esm a convicção da perspectiva anti-cangaceira dos depoim entos dos N azarenos.

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aquele que anuncia aos espíritos crentes dos sertane-jos a chegada da seca com as desgraças que se abate-rão sobre os hom ens. N ão tive acesso aos cadernos do com batente M anuel de S ouza F erraz - M anuel F lor. D o depoim ento original, M arilourdes F erraz transcre-ve na íntegra o trecho:

... O s

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s e r ta n e jo s tive r a m q u e , p r a tic a m e n te s ó s , in ic

i-a r e m i-a n te r p o r lo n g o p e r ío d o o c o m b a te a m a is u m d o s fla g e lo s q u e tã o fr e q ü e n te m e n te o s a s s o la r a m , e n -fr e n ta n d o c a r ê n c ia d e a b a s te c im e n to , m u n iç õ e s e a r

-m a -m e n to s , à s ve ze s c o -m p r a d o s c o m s e u s s o ld o s . As fo r ç a s q u e c o m b a tia m o c a n g a ç o s e c o m p u n h a m d e u n id a d e s m ó ve is d e n o m in a d a s " vo la n te s " , a s q u a is r e -a liz-a r -a m ve r d -a d e ir -a e p o p é i-a , -a n o s -a fio , e m e s g o t-a n te s tr a ve s s ia s d o s e r tã o d e vá r io s E s ta d o s n o r d e s tin o s . C e r ta m e n te h o u ve a to s im p e n s a d o s p o r p a r te d e p o li-c ia is , m a s n ã o fo r a m c o m u n s e g e r a lm e n te o c a s io n a -d o s p e la s c o n tin g ê n c ia s d a lu ta . A d u r e za d a c a m p a n h a e a s c o n d iç õ e s e m q u e s e d e s e n r o la r a m o s c o m b a te s p o d e m e xp lic a r a lg u m a s d e s s a s a titu d e s . N ã o s e p o d e e s q u e c e r o in d e s c r itíve l d e s g a s te fis ic o p r o vo c a d o p e -la s m a r c h a s p r o lo n g a d a s e p e la s e m b o s c a d a s a s s o c i-a d i-a s à s e d e e à fo m e n o s e m i-d e s e r to s e r ta n e jo . A e n o r m e d e d ic a ç ã o d o s s o ld a d o s vis a va a q u e s e u s c o n -te m p o r â n e o s u m d ia u s u fr u ís s e m d a tr a n q ü ilid a d e d e -s e ja d a . M u ito -s m o ç o -s p e r d e r a m a vid a , o u tr o s a s a ú d e fis ic a e m e n ta l; o s ve r d e s a n o s d a ju ve n tu d e fo r a m ir -r e m e d ia ve lm e n te g a s to s n a lu ta . Ap e s a r d e tu d o o q u e s e d iz, as pessoas de bem tinham confiança na atuação dos policiais. (8)

o

grifo serve para m arcar um a expressão já bastan-te utilizada em páginas anbastan-teriores, caracbastan-terizando a pers-pectiva antropológica desta análise, em oposição ao conceito de história desenvolvido por M aurice H albw achs no livroA M e m ó r ia C o le tiva . P ara ele a história parece

e s p e r a r q u e o s a n tig o s g r u p o s d e s a p a r e ç a m , q u e s e u s p e n s a m e n to s e s u a m e m ó r ia s e te n h a m d e s va n e c id o , p a r a q u e e la s é p r e o c u p e e m fixa r a im a g e m e a o r d e m d e s u c e s s ã o d o s fa to s q u e a g o r a é a ú n ic a c a p a z d e c o n s e r va r . Se m d ú vid a , é p r e c is o e n tã o a p o ia r -s e e m d e p o im e n to s a n tig o s c u jo r a s tr o s u b s is te n o s te xto s o fi-c ia is , jo r n a is d a é p o c a , n a s m e m ó r ia s e s c r ita s p e lo s c o n te m p o r â n e o s . M a s n a e s c o lh a q u e d e le s fa z, n a im -p o r tâ n c ia q u e lh e s a tr ib u i, o h is to r ia d o r s e d e ixa g u i-a r p o r r i-a zõ e s q u e n ã o tê m n i-a d i-a i-a ve r c o m i-a o p in iã o d e e n tã o , p o r q u e e s ta o p in iã o n ã o e xis te m a is ; n ã o s o -m o s o b r ig a d o s a le vá -Ia e m c o n ta , n ã o s e te m m e d o q u e e la ve n h a s e c h o c a r c o m u m d e s m e n tid o " . (9)

C ontrariam ente a essa perspectiva, este trabalho é a tentativa de resgate do clim a sertanejo da época das

lutas entre F erreiras e N azarenos, com o choque de opi-niões entre adeptos e inim igos do cangaço, desenvolvi-do num cenário típico hoje quase desaparecido sob o im pacto m assivo dos m odelos difundidos pela m ídia criadora de tipos sertanejos im postos com o protótipos dos personagens históricos.

A frase grifada no depoim ento de M anuel F lor foi a expressão de um código de honra que, diferente-m ente de coragediferente-m e valentia, com uns aos dois grupos em confronto, perm aneceu inacessível à categoria dos cangaceiros,jam ais identificados com o h o m e n s d e b e m , m esm o por seus m ais ardorosos sim patizantes.

E m contraposição ao depoim ento de M anuel F lor, transcrevo A Icino A lves C osta:

P r o va s c la r a s e vid e n c ia m o s d e s m a n d o s d o s m a c a c o s . E s te s , e m ve z d e p r o c u r a r e m m a n te r a o r d e m e a g a -r a n tia s o c ia l d a q u e le p o vo , o u tr o s n ã o e r a m s e n ã o a g e n te s d a b a d e r n a e d o d e s r e s p e ito a o s e r h u m a n o .

É

ve r d a d e in c o n te s tá ve l, o c a n g a c e ir o e o s o ld a d o e r a m fa r in h a d o m e s m o s a c o , ig u a is e m tu d o : n a c o r a g e m ,

n a va le n tia . n a p e r ve r s id a d e e n o s m e s q u in h o s p r o c e -d im e n to s , to d o s c o m a m e s m a s a n h a a s s a s s in a . É u m a to la in g e n u id a d e p e n s a r -s e q u e vo la n te c a ç a va b a n d id o p a r a d a r p a z e s o s s e g o a o s e r tã o , p a r a g a -r a n ti-r a s vid a s e a s fa m ília s , o u d a r fim a o te n e b r o s o s o fr e r . N ã o . P u r o e le d o e n g a n o . N u n c a u m a vo la n te , m e s m o a q u e la s q u e c o n s e g u ir a m n o m e e fa m a , s e g u i-a m , r e s o lu ti-a s e d e s te m e r o s a s , a p e n a s p e lo a ltr u ís m o d e b e m s e r vir à c o m u n id a d e s e r ta n e ja . Alg u m a s vo -la n te s n ã o c a ç a va m b a n d id o s p e n s a n d o e m a c a b a r c o m o s m a le s q u e e le s tr a zia m , m a s a p e n a s c o m a fin a lid a -d e d e s a q u e a r -Ih e s o s p e r te n c e s e g a n h a r e m c e le b r i-d a i-d e s e i-d ivis a s . O u tr a s fin g ia m p e r s e g u ir c a n g a c e ir o s q u a n d o . n a ve r d a d e , a li e s ta va m p a r a m a ltr a ta r o s s e r -ta n e jo s e r e c e b e r e m p o lp u d a s q u a n tia s d e La m p iã o e s u a g r e i. E o u tr o s a in d a , s e n ta va m p r a ç a n a p o líc ia p a r a p o d e r e n fr e n ta r . d o la d o d a le i, a n tig o s d e s a fe to s

e n g a ja d o s n o c a n g a ç o . (10)

A té o term o m a c a c o , cuspido pelos cangaceiros para designar os soldados, com põe o discurso legi-tim ador do cangaço, a base, para usar expressão de F rederico P ernam bucano de M eio, de seu e s c u d o é tic o , um a vez que m uitos cangaceiros explicavam sua pre-sença no bando com o um a form a de vingança contra injustiças sofridas por parte da polícia.

O term o volante, com o aparece nos dois depoi-m entos transcritos, m ostrando o confronto de concep-ções dos m em orialistas, revive um em bate vivido durante vinte anos pelos grupos em com bate, escudados por seus valores, pelas percepções de seu próprio m undo.

Iguais na produção da vida m aterial, diferencia-dos na ordenação e no rearranjo de alores dos códigos

(6)

l-I -

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culturais, F erreiras e N azarenos representam , alegori-cam ente, as transform ações vividas pela sociedade ser-taneja no período recortado, espaço e tem po do palco de suas lutas.

C onsiderando a intencional idade dos agentes so-ciais, m uitos elem entos devem ser considerados no es-tudo da guerra que sacudiu o sertão nesse período. A corrupção de policiais em prom iscuidade com os can-gaceiros, a presença nas tropas de hom ens que ali se encontravam por não terem recursos próprios para com -baterem o cangaço, os protetores - a serem diferencia-dos diferencia-dos coiteiros, os m ilitares de carreira que foram incorruptíveis no com bate ao cangaço, são variáveis im portantes para o entendim ento da luta, sua duração e form a de desfecho.

m arcada a ferro. E la passava na cidade e fora vi-sitar José V icente.

5 - B E R G S O N ,H .lkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBAIb id ,p. 41. 6 - P edro A gra - M uitas vezes delegado em S antana do

Ipanem a, teve um irm ão - N enen S oares (M anu-el S oares A gra), m orto panu-elos cangaceiros. E ntre-vista concedida no dia 23 de julho de 1990, aos 95 anos de idade, em sua casa na R ua B enedito M ello - S antana do Ipanem a, A lagoas.

7 - W ilson L ucena M aranhão - filho do C oronel José L ucena de A lbuquerque M aranhão, com andante do 2° B atalhão da P olícia M ilitar de A lagoas, en-carregado do com bate ao cangaço. E ntrevistas concedidas em 21, 22 e 23/07/1992.

8 - F E R R A Z ,M arilourdes - O C a n to d o Ac a u ã . R ecife: E ditora R odovalho de G uias E speciais L tda.,

1985, p. 13, 14. O s grifos são da autora.

9 - H A L B W A C H S ,M aurice - A M e m ó r ia C o le tiva . S ão P aulo: V értice E ditora, R evista dos T ribunais,

1990, p. 109.

10 - C O S T A ,A Icino A lves - " L a m p iã o a lé m d a Ve r s ã o

-M e n tir a s e M is té r io s d e An g ic o s " . A racaju,

S ergipe, S ociedade E ditorial de S ergipe / S ecreta-ria do E stado da C ultura de S E , 1996, p. 91,92. O bservação: E ste artigo é o prim eiro capítulo de m inha

T ese de D outorado em C iências S ociais, sob o título A D E R R A D E IR A G E S T A : L A M P IÃ O E N A Z A R E N O S G U E R R E A N D O N O S E R T Ã O , defendida na P ontificia U niversidade C atólica de S ão P aulo, em m aio de 1997.

NOTAS E REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS

1 - C itado por Jacques L e G off inH is tó r ia e M e m ó r ia .

C am pinas, S P : E ditora da U nicam p, 1994, p. 472. 2 - B E R G S O N ,H enri -M a té r ia e M e m ó r ia . E n s a io s o b r e

a R e la ç ã o d o c o r p o c o m o E s p ír ito . S ão P aulo:

L ivraria M artins F ontes, E d. 1990, p. 12.

3 -

Ibid,

p. 41.

4 - José M axim iliano do N ascim ento, falando sobre um com panheiro da volante de L ucena, que jurou vin-gar o pai, m orto por um cangaceiro.

Referências

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