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Curso 2ª Fase Penal XXXIII Exame de Ordem. Ranking de peças. Ranking de peças. Penal 2ª Fase XXXIII Exame

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(1)

Ranking de peças

Penal 2ª Fase XXXIII Exame

(2)

PENAL 2ª FASE XXXIII EXAME

Ranking de peças Prof. Nidal Ahmad, Prof. Letícia Neves e

Prof. Arnaldo Quaresma

Apelação ... 3

Memoriais ... 12

Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia ... 20

Resposta à acusação ... 28

Agravo em Execução ... 34

Contrarrazões de Apelação ... 41

Queixa-crime ... 48

Revisão Criminal ... 53

Relaxamento de Prisão ... 58

Apelação do Assistente de Acusação no Procedimento do Júri ... 64

Memoriais do Júri ... 74

Recurso Ordinário Constitucional ... 78

Apelação no Tribunal do Júri ... 82

Defesa Preliminar - Funcionário público ... 86

Defesa Preliminar - Lei de Drogas ... 89

Embargos Infringentes ... 93

Liberdade provisória... 98

Revogação da prisão preventiva ... 102

(3)

Razões de Apelação ... 107

Contrarrazões de recurso em sentido estrito ... 123

Queixa-crime subsidiária ... 129

Recurso Especial ... 131

Recurso Extraordinário ... 144

Contrarrazões de Apelação do Júri ... 152

Carta testemunhável ... 157

Mandado de Segurança Criminal ... 169

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do seu curso preparatório para a 2ª Fase do XXXIII Exame da OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas

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Apelação

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXX EXAME Recurso de Apelação

Enunciado

Carlos, primário e de bons antecedentes, 45 anos, foi denunciado como incurso nas sanções penais dos artigos 302 da Lei nº 9.503/97, por duas vezes, e 303, do mesmo diploma legal, todos eles em concurso material, porque, de acordo com a denúncia, “no dia 08 de julho de 2017, em São Gonçalo, Rio de Janeiro, na direção de veículo automotor, com imprudência em razão do excesso de velocidade, colidiu com o veículo em que estavam Júlio e Mário, este com 9 anos, causando lesões que foram a causa eficiente da morte de ambos”. Consta, ainda, da inicial acusatória que, “em decorrência da mesma colisão, ficou lesionado Pedro, que passava pelo local com sua bicicleta e foi atingido pelo veículo em alta velocidade de Carlos”.

As mortes de Júlio e Mário foram atestadas por auto de exame cadavérico, enquanto Pedro foi atendido em hospital público, de onde se retirou, sem ser notado, razão pela qual foi elaborado laudo indireto de corpo de delito com base no boletim de atendimento médico.

Pedro nunca compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e nem ao Instituto Médico Legal, apesar de testemunhas presenciais confirmarem as lesões sofridas.

No curso da instrução, foram ouvidas testemunhas presenciais, não sendo Pedro localizado.

Em seu interrogatório, Carlos negou estar em excesso de velocidade, esclarecendo que perdeu o controle do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi acostado exame pericial realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso

A explicação teórica sobre Apelação está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”.

Observação

(5)

pericial, todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia de Carlos na condução do automóvel, o que poderia ter contribuído para o resultado.

Após manifestação das partes, o juiz em atuação perante a 3ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo/RJ, em 10 de julho de 2019, julgou totalmente procedente a pretensão punitiva do Estado e, apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de Carlos em razão da imperícia do réu, conforme mencionado no exame pericial.

No momento da dosimetria, fixou a pena base de cada um dos crimes no mínimo legal e, com relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a agravante prevista no Art. 61, inciso II, alínea h, do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base em 3 meses.

Não havendo causas de aumento ou diminuição, reconhecido o concurso material, a pena final ficou acomodada em 04 anos e 09 meses de detenção. Não houve substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos do Art. 44, inciso I, do CP, sendo fixado regime inicial fechado de cumprimento da pena, com fundamento na gravidade em concreto da conduta. O Ministério Público foi intimado e manteve-se inerte.

A defesa técnica de Carlos foi intimada em 18 de setembro de 2019, quarta-feira, para adoção das medidas cabíveis.

Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Carlos, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus e embargos de declaração, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando que de segunda a sexta-feira são dias úteis em todos os locais do país. (Valor: 5,00).

(6)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO GONÇALO/RJ

Processo nº...

CARLOS, já qualificado nos autos, por meio de seu procurador infra-assinado, conforme procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal.

Assim, requer seja recebido e processado o recurso, já com as razões inclusas, remetendo-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 23 de setembro de 2019.

Advogado...

OAB...

(7)

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Apelante: CARLOS

Apelado: MINISTÉRIO PÚBLICO Processo nº...

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Colenda Câmara Criminal

I – DOS FATOS

O réu foi denunciado pela prática do delito do artigo 302, por duas vezes, e artigo 303, ambos da Lei nº 9.503/97, na forma do artigo 69 do Código Penal.

Foram ouvidas as testemunhas da acusação e interrogado o réu.

A vítima Pedro não foi localizada para ser ouvida.

O juiz proferiu a sentença condenando o réu a pena privativa de liberdade de 04 anos e 09 meses.

II – DO DIREITO

A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

O réu foi condenado por ter praticado lesão corporal culposa na direção de veículo automotor contra a vítima Pedro. Todavia, a vítima Pedro não realizou o exame de corpo de delito e não compareceu em sede policial para narrar o ocorrido, inexistindo manifestação quanto à representação, condição indispensável para o oferecimento da denúncia por parte do Ministério Público, conforme prevê o artigo 88 da Lei 9.099/95 e artigo 291,

§1º da Lei nº 9.503/97.

(8)

Assim, como houve a decadência do direito da representação, já que passados mais de 06 meses desde a ciência da autoria do fato, incidiu a extinção da punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, com base no artigo 107, inciso IV do Código Penal OU artigo 38 do Código de Processo Penal.

B) DA INEXISTÊNCIA DE IMPRUDÊNCIA

O juiz apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a condenação de Carlos em razão da imperícia, conforme mencionado no exame pericial. Todavia, o Magistrado não poderia ter condenado o réu em razão da imperícia, pois o Ministério Público não narrou na denúncia este fato, violando o princípio da correlação.

De outro lado, foi acostado exame pericial realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso de velocidade por parte de Carlos e que havia o buraco mencionado na pista.

Assim, como não houve comprovação da imprudência e nem do excesso de velocidade, pugna-se pela absolvição de Carlos, com base no artigo 386, inciso VII do Código de Processo Penal.

C) DA AGRAVANTE

O juiz reconheceu a agravante prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h” do Código Penal, pelo fato da vítima ser criança. Todavia, tal agravante somente pode ser aplicada aos crimes dolosos e, não ao crime culposo como é o caso, sob pena de configuração de responsabilidade penal objetiva.

Além disso, não havia possibilidade de o réu saber que havia criança no veículo que estavam Júlio e Mário.

Assim, requer seja afastada a agravante em razão da idade da vítima, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal.

(9)

D) DO CONCURSO FORMAL

O Juiz reconheceu o concurso material, ficando a pena acomodada em 04 anos e 09 meses. Todavia, ocorreu concurso formal entre os delitos, já que com uma única conduta o réu causou mais de um resultado.

Assim, requer seja afastado o concurso material de crimes, reconhecendo o concurso formal dos delitos, devendo ser usado, se mantida a condenação, o critério da exasperação da pena, com base no artigo 70 do Código Penal.

E) DO REGIME CARCERÁRIO

O Juiz fixou o regime inicial fechado de cumprimento de pena, com fundamento na gravidade em concreto da conduta. Todavia, nos termos do artigo 33, “caput”, do Código Penal não é possível fixar o regime inicial fechado ao agente condenado pela prática de crime punido unicamente com pena de detenção.

Assim, requer o afastamento do regime fechado, aplicando-se o regime aberto ou semiaberto.

F) DA SUBSTITUIÇÃO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS

O Juiz não substituiu a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos termos do artigo 44, inciso I, do Código Penal. Todavia, é cabível a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, independente do quantum de pena aplicada, já que o limite do artigo 44, inciso I do Código Penal é aplicável exclusivamente aos crimes dolosos.

Assim, requer a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

(10)

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, com a reforma da decisão, a fim de que:

a) Seja declarada extinta a punibilidade de Carlos no que tange ao delito de lesão corporal culposa na condução de veículo automotor, com base no artigo 107, inciso IV, do Código Penal;

b) Seja o réu absolvido, com base no artigo 386, inciso VII do Código de Processo Penal;

c) Seja afastada a agravante em razão da idade da vítima, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal;

d) Seja afastado o concurso material de crimes;

e) Seja afastado o regime fechado, aplicando-se o regime aberto ou semiaberto;

f) Seja realizada a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 23 de setembro de 2019.

Advogado...

OAB...

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(12)

Memoriais

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXXII EXAME OAB Memoriais

Enunciado

Na madrugada do dia 1º de janeiro de 2020, Luiz, nascido em 24 de abril de 1948, estava em sua residência, em Porto Alegre, na companhia de seus três filhos e do irmão Igor, nascido em 29 de novembro de 1965, que também morava há dois anos no mesmo imóvel.

Em determinado momento, um dos filhos de Luiz acionou fogos de artifício, no quintal do imóvel, para comemorar a chegada do novo ano. Ocorre que as faíscas atingiram o telhado da casa, que começou a pegar fogo. Todos correram para sair pela única e pequena porta da casa, mas Luiz, em razão de sua idade e pela dificuldade de locomoção, acabou ficando por último na fila para saída da residência. Percebendo que o fogo estava dele se aproximando e que iria atingi-lo em segundos, Luiz desferiu um forte soco na cabeça do irmão, que estava em sua frente, conseguindo deixar o imóvel. Igor ficou caído por alguns momentos, mas conseguiu sair da casa da família, sangrando em razão do golpe recebido.

Policiais chegaram ao local do ocorrido, sendo instaurado procedimento para investigar a autoria do crime de incêndio e outro procedimento para apurar o crime de lesão corporal.

Luiz, verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde e pagou pelo tratamento médico necessário. Igor compareceu em sede policial após ser intimado, narrando o ocorrido, apesar de destacar não ter interesse em ver o autor do fato responsabilizado criminalmente.

Concluídas as investigações em relação ao crime de lesão, os autos foram encaminhados ao Ministério Público, que, com base no laudo prévio de lesão corporal de Igor atestando a

A explicação teórica sobre Memoriais está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”.

Observação

(13)

Criminal de Porto Alegre/RS, órgão competente, em face de Luiz como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 9º, do Código Penal. Deixou o órgão acusador de oferecer proposta de suspensão condicional do processo com fundamento no Art. 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu nova pena para o delito imputado.

Após citação e apresentação de resposta à acusação, na qual Luiz demonstrou interesse na aplicação do Art. 89 da Lei nº 9.099/95, os fatos foram integralmente confirmados durante a instrução probatória. Igor confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante seu interrogatório. Em seguida, foi acostado ao procedimento o laudo definitivo de lesão corporal da vítima atestando a existência de lesões de natureza leve, assim como a Folha de Antecedentes Criminais de Luiz, que registrava uma única condenação, com trânsito em julgado em 10 de dezembro de 2019, pela prática de contravenção penal.

O Ministério Público apresentou a manifestação cabível requerendo a condenação do réu nos termos da denúncia, destacando, ainda, a incidência do Art. 61, inciso I, do CP. Em seguida, a defesa técnica de Luiz foi intimada, em 19 de janeiro de 2021, terça-feira, para apresentação da medida cabível.

Considerando apenas as informações expostas, apresente, na condição de advogado(a) de Luiz, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus e embargos de declaração, expondo todas as teses cabíveis de direito material e processual. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para apresentação, devendo segunda a sexta-feira serem considerados dias úteis em todo o país. (Valor: 5,00)

(14)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS

Processo nº

LUIZ, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar MEMORIAIS, com base no artigo 403 § 3º OU artigo 404, parágrafo único, ambos do Código de Processo Penal.

I) DOS FATOS

O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal.

Durante a audiência de instrução, foi ouvida a vítima, a qual confirmou a agressão, a ajuda posterior do irmão e o desinteresse em responsabilizá-lo. O réu permaneceu em silêncio durante o interrogatório.

O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia, destacando a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal.

A defesa foi intimada no dia 19 de janeiro de 2021.

II) DO DIREITO

A) DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu pela prática do delito previsto no artigo 129, § 9º, do Código Penal, perante a 5ª Vara Criminal da Comarca de Porto Alegre/RS, mesmo sem a manifestação de vontade da vítima.

Todavia, conforme artigo 88 da Lei nº 9.099/95, o crime de

lesão corporal leve é de ação penal pública condicionada à representação. No

caso, a vítima demonstrou não ter interesse em ver o autor do fato

responsabilizado criminalmente, não havendo, pois, representação para o

(15)

oferecimento da denúncia, condição de procedibilidade da ação penal pública condicionada à representação.

Logo, incidiu a extinção da punibilidade, já que entre a data do fato e pelo menos até a intimação para manifestação defensiva já teria passado mais de seis meses, nos termos do artigo 38 do Código de Processo Penal e artigo 107, inciso IV, do Código Penal, sem que tenha havido representação, ocorrendo, portanto, a decadência.

Além disso, a falta de representação enseja a nulidade do processo, nos termos do artigo 564, inciso III, alínea “a”, ou inciso IV, do Código de Processo Penal.

B) DA PROPOSTA DE SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO

O Ministério Publico deixou de oferecer proposta de suspensão condicional do processo com fundamento no artigo 41 da Lei nº 11.340/06, que veda a aplicação dos institutos da Lei nº 9.099/95, tendo em vista que aquela lei (Lei nº 11.340/06) estabeleceu nova pena para o delito imputado.

Todavia, o crime não foi praticado no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher, não sendo aplicável a previsão do artigo 41 da Lei nº 11.340/06 pelo fato da vítima ser homem. Logo, pugna-se pela nulidade decorrente do não oferecimento da proposta de suspensão condicional do processo.

C) DO ESTADO DE NECESSIDADE

O réu foi denunciado pela prática de lesão corporal leve empregada contra seu irmão. Todavia, a casa estava pegando fogo e, em razão de sua idade e pela dificuldade de locomoção, o réu acabou ficando por último na fila para a saída da residência.

Logo, diante do perigo atual para a sua integridade física, o réu

agiu em estado de necessidade, causa excludente de ilicitude, conforme

(16)

artigo 24 e artigo 23, inciso I, ambos do Código Penal, pois utilizou meios disponíveis para se defender, não sendo razoável a exigência do sacrifício.

Assim, diante do afastamento da ilicitude da conduta, pugna-se pelo reconhecimento do estado de necessidade, com a absolvição com base no artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal.

D) DA PENA BASE NO MÍNIMO LEGAL

A pena-base deve ser fixada no mínimo legal, já que todas as circunstâncias judiciais previstas no artigo 59 do Código Penal são favoráveis.

E) DA AGRAVANTE DA REINCIDÊNCIA

O Ministério Público requereu a condenação do réu nos termos da denúncia, com a incidência do artigo 61, inciso I, do Código Penal, diante da condenação definitiva pela prática de contravenção anterior.

Todavia, o réu foi condenado, com sentença transitada em julgado, pela prática de contravenção penal, não se enquadrando no contexto do artigo 63 do Código Penal, que prevê a reincidência quando o agente comete novo crime após o trânsito em julgado da sentença condenatória pela prática de crime anterior.

Logo, deve ser afastada a agravante da reincidência, prevista no artigo 61, inciso I, do Código Penal.

F) DA ATENUANTE DA IDADE

O réu era maior de 70 anos na data da sentença, razão pela qual

deve ser reconhecida a atenuante prevista no artigo 65, inciso I, do Código

Penal.

(17)

G) DA ATENUANTE DO ARTIGO 65, INCISO III, ALÍNEA “B”, DO CP O réu, verificando as consequências de seus atos, imediatamente levou o irmão para unidade de saúde e pagou pelo tratamento médico necessário. Logo, o réu procurou, logo após o crime, evitar ou minorar as consequências de seus atos, levando a vítima para o hospital e pagando pelo seu tratamento.

Assim, pugna-se pelo reconhecimento da atenuante do artigo 65, inciso III, alínea “b”, do Código Penal.

H) DO REGIME ABERTO

O réu foi denunciado pelo crime de lesão corporal leve qualificada, nos termos do artigo 129, § 9º, do Código Penal, que prevê pena de três meses a três anos. Logo, na hipótese de eventual condenação, a pena não será superior a quatro anos. Além disso, trata-se de crime apenado com detenção, não sendo possível a fixação de regime fechado, nos termos do artigo 33, “caput”, do Código Penal.

Logo, o Magistrado deverá fixar o regime aberto para o início do cumprimento da pena, nos termos do artigo 33, § 2º, alínea “c”, do Código Penal.

I) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA

Considerando a primariedade do réu e a pena a ser aplicada, que não será superior a dois anos, será cabível a concessão da suspensão condicional da pena, nos termos do artigo 77 do Código Penal.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

a) A extinção da punibilidade, pela decadência, nos termos do

artigo 107, inciso IV, do Código Penal;

(18)

b) Nulidade do processo pela falta de representação, nos termos do artigo 564, III, “a”, e inciso IV, do Código de Processo Penal;

c) Nulidade do processo pela falta de oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo;

d) Absolvição, na forma do artigo 386, inciso VI, do Código de Processo Penal;

e) Aplicação da pena-base no mínimo legal;

f) Reconhecimento das atenuantes do artigo 65, incisos I, e III, alínea “b”, do Código Penal;

g) Fixação do regime aberto nos termos do artigo 33, § 2º, alínea

“c”, do Código Penal;

h) Concessão de suspensão condicional da pena.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 25 de janeiro de 2021.

Advogado...

OAB...

(19)

Distribuição de pontos

(20)

Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXVIII EXAME OAB

Recurso em sentido estrito contra decisão de pronúncia

Enunciado

Túlio, nascido em 01/01/1996, primário, começa a namorar Joaquina, jovem que recém completou 15 anos. Logo após o início do namoro, ainda muito apaixonado, é surpreendido pela informação de que Joaquina estaria grávida de seu ex-namorado, o adolescente João, com quem mantivera relações sexuais. Joaquina demonstra toda a sua preocupação com a reação de seus pais diante desta gravidez quando tão jovem e, em desespero, solicita ajuda de Túlio para realizar um aborto.

Diante disso, no dia 03/01/2014, em Porto Alegre, Túlio adquire remédio abortivo cuja venda era proibida sem prescrição médica e o entrega para a namorada, que, de imediato, passa a fazer uso dele. Joaquina, então, expele algo não identificado pela vagina, que ela acredita ser o feto. Os pais presenciam os fatos e levam a filha imediatamente ao hospital; em seguida, comparecem à Delegacia e narram o ocorrido. No hospital, foi informado pelos médicos que, na verdade, Joaquina possuía um cisto, mas nunca estivera grávida, e o que fora expelido não era um feto.

Após investigação, no dia 20/01/2014, Túlio vem a ser denunciado pelo crime do Art. 126,

“caput”, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, perante o juízo do Tribunal do Júri da Comarca de Porto Alegre/RS, não sendo oferecido qualquer instituto despenalizador, apesar do reclamo defensivo. A inicial acusatória foi recebida em 22/01/2014.

A explicação teórica sobre Recurso em Sentido Estrito contra decisão de

pronúncia está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book:

Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”.

Observação

(21)

Durante a instrução da primeira fase do procedimento especial, são ouvidas as testemunhas e Joaquina, assim como interrogado o réu, todos confirmando o ocorrido. As partes apresentaram alegações finais orais, e o juiz determinou a conclusão do feito para decisão.

Antes de ser proferida decisão, mas após manifestação das partes em alegações finais, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico de Joaquina, no qual consta a informação de que ela não estivera grávida no momento dos fatos, a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio sem outras anotações e um exame de corpo de delito, que indicava que o remédio utilizado não causara lesões na adolescente.

Com a juntada da documentação, de imediato, sem a adoção de qualquer medida, o magistrado proferiu decisão de pronúncia nos termos da denúncia, sendo publicada na mesma data, qual seja, 18 de junho de 2018, segunda-feira, ocasião em que as partes foram intimadas.

Considerando apenas as informações narradas, na condição de advogado(a) de Túlio, redija a peça jurídica cabível, diferente de habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo para interposição, considerando-se que todos os dias de segunda a sexta-feira são úteis em todo o país.

(Valor: 5,00)

(22)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE/RS

Processo nº ...

TÚLIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra- assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, com base no artigo 581, inciso IV, do Código de Processo Penal.

Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o presente recurso, já com as razões inclusas, ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, para o devido processamento.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 25 de junho de 2018 Advogado...

OAB...

(23)

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL Recorrente: TÚLIO

Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO Processo nº...

RAZÕES DE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS

O Ministério Público denunciou o recorrente pelo crime de tentativa de aborto, previsto no artigo 126, “caput”, combinado com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal.

Durante a instrução, foram ouvidas as testemunhas e Joaquina, bem ainda realizado o interrogatório. Encerrada a instrução, o Magistrado proferiu decisão pronunciando o recorrente pelo crime previsto no artigo 126, “caput”, combinado com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal.

A defesa foi intimada da decisão no dia 18 de junho de 2018, segunda-feira.

II) DO DIREITO

A) PRELIMINAR

A1) DA PRESCRIÇÃO

(24)

O réu foi denunciado pela prática do crime do artigo 126,

“caput”, combinado com artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal. A pena máxima do delito de aborto é 04 anos de reclusão. Logo, o prazo prescricional é de 8 anos, nos termos do artigo 109, inciso IV, do Código Penal.

Todavia, como o réu era menor de 21 anos de idade à época do fato, o prazo prescricional deverá ser contado pela metade, forte artigo 115 do Código Penal. Assim o prazo prescricional, no caso, é de 04 anos.

Entre a data de recebimento da denúncia, 22/01/2014, até a data de publicação da sentença de pronúncia, dia 18/06/2018, decorreram mais de 04 anos, configurando a prescrição da pretensão punitiva em abstrato do delito em tela.

Sendo assim, incidiu a causa de extinção da punibilidade pela prescrição, nos termos no artigo 107, inciso IV, do Código Penal.

A2) DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO

O Ministério Público deixou de oferecer a suspensão condicional do processo, mesmo sendo postulado pela defesa. Todavia, nos termos do artigo 89 da Lei nº 9.099/95, caberá ao Ministério Público oferecer proposta suspensão condicional do processo quando a pena mínima cominada ao delito imputado for de até 01 ano, abrangidos ou não por esta Lei, preenchidos os demais requisitos legais, dentre os quais se destacam a primariedade e a presença dos requisitos do artigo 77 do Código Penal.

O réu faz jus ao benefício, pois o crime de aborto tentando

pelo qual foi denunciado possui pena mínima não superior a um ano. Além

disso, o recorrente é primário e de bons antecedentes, conforme folha de

antecedentes criminais sem outras anotações juntada no processo.

(25)

Logo, deve ser declarada a nulidade da instrução e da decisão de pronúncia, uma vez que não foi oferecida a proposta de suspensão condicional do processo.

A3) DO CERCEAMENTO DE DEFESA

Após encerrada a instrução, foram juntados aos autos o boletim de atendimento médico de Joaquina e a Folha de Antecedentes Criminais de Túlio, sendo que, de imediato, o juiz proferiu decisão após juntada sem dar vista às partes.

Todavia, ao não conceder vista do boletim médico e da folha de antecedentes criminais à defesa, houve clara violação do princípio do contraditório e da ampla defesa, previsto no artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal/88.

Logo, deve ser anulada a decisão de pronúncia em razão do cerceamento de defesa.

B) DO MÉRITO

B1) DO CRIME IMPOSSÍVEL

O réu foi denunciado pelo crime de tentativa de aborto.

Todavia, conforme boletim de atendimento médico, Joaquina não estava grávida no momento dos fatos. Nos termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito.

Trata-se, portanto, de crime impossível.

No caso, há impropriedade absoluta do objeto, já que

Joaquina não estava grávida para causar o aborto. O reconhecimento do

crime impossível gera a atipicidade da conduta e, consequentemente, a

absolvição sumária pelo fato evidente não constituir crime, com base no

artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal.

(26)

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, com a REFORMA DA DECISÃO DE 1º GRAU, para o fim de que:

a) Seja declarada a extinção da punibilidade, com base no artigo 107, inciso IV, do Código Penal;

b) Seja reconhecida a nulidade dos atos processuais, com oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo;

c) Seja declarada a nulidade da decisão de pronúncia, por violação do princípio da ampla defesa;

d) Absolvição sumária, com base no artigo 415, inciso III, do Código de Processo Penal.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 25 de junho de 2018.

Advogado...

OAB ...

(27)

Distribuição de pontos

(28)

Resposta à acusação

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XXV EXAME OAB Resposta à Acusação

Enunciado

Patrick, nascido em 04/06/1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa em Araruama, em 05/03/2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o namorado de sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes.

Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que não parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma perna enfaixada devido a um acidente de trânsito.

Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a debilidade permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna.

Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar a conduta de Patrick.

Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do fato, quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do Art.

129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a A explicação teórica sobre Resposta à Acusação está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”.

Observação

(29)

Antecedentes Criminais, na qual constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do Código

Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos.

Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único comparecimento no dia 26/02/2018, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que presenciou a conduta do oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, informando o ocorrido e esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O advogado entra em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito.

Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo.

(Valor: 5,00)

(30)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ARARUAMA/RJ

Processo nº...

PATRICK, já qualificado nos autos, por seu procurador infra- assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base nos artigos 396 e 396-A, ambos do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I) DOS FATOS

No dia 05/03/2017, o réu Patrick viu Lauro, namorado de sua sobrinha, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes.

Após conclusão do Inquérito Policial, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu como incurso nas sanções penais do artigo 129, § 1º, inciso III, c/c artigo 14, inciso II, ambos do Código Penal.

Foi juntado laudo de exame pericial da arma apreendida, o qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos.

O oficial de justiça, considerando que o réu se ocultava para não ser citado, procedeu à citação por hora certa.

II) DO DIREITO

A) DA NULIDADE DA CITAÇÃO

O oficial de justiça compareceu à residência do réu e, em

razão do único comparecimento realizado no dia 26/02/2018, certificou

que réu estava se ocultando para não ser citado, realizando

,

no dia

seguinte, a citação por hora certa

.

(31)

Todavia, Patrick não estava se ocultando para ser citado, pois sua residência estava fechada porque ele estava trabalhando em embarcação e o oficial de justiça somente compareceu em uma oportunidade.

Além disso, o oficial de justiça compareceu apenas uma vez na residência do réu, sendo necessário procurar o réu duas vezes sem o encontrar para efetivar a citação por hora certa, nos termos do artigo 362 do Código de Processo Penal c/c o artigo 252 do Código de Processo Civil.

Assim, verifica-se a nulidade da citação, nos termos do artigo 564, inciso III, alínea “e”, do Código de Processo Penal.

B) DO CRIME IMPOSSÍVEL

O réu foi denunciado pela prática do crime de lesão corporal grave tentado. Todavia, a arma de fogo utilizada não era apta a efetuar disparos, conforme laudo pericial acostado. Logo, o meio utilizado era absolutamente ineficaz para produzir qualquer resultado.

Nos termos do artigo 17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito. Trata-se, portanto, de crime impossível.

O reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da conduta e, consequentemente, cabível a absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir crime, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal.

C) DA LEGÍTIMA DEFESA

O réu foi acusado de ter agredido a vítima, sendo-lhe

imputado o crime de lesão corporal grave tentado. Todavia, Patrick agiu

amparado pela legítima defesa, prevista nos artigos 25 e 23, inciso II, ambos

do Código Penal.

(32)

No caso, o réu usou moderadamente dos meios que tinha à sua disposição, já que estava com a perna enfaixada devido a um acidente de trânsito, para repelir injusta agressão praticada contra a sua sobrinha.

Além disso, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar, buscando atingir a sua perna, para fazer cessar a agressão.

Assim, diante da legítima defesa, requer a absolvição sumária, tendo em vista que há manifesta causa excludente da ilicitude, com fundamento no artigo 397, inciso I, do Código de Processo Penal.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer:

a) Reconhecimento da nulidade do ato de citação, nos termos do artigo 564, inciso III, alínea “e”, do Código de Processo Penal;

b) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso I, do Código de Processo Penal.

c) Absolvição sumária, com base no artigo 397, inciso III, do Código de Processo Penal.

d) A produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente prova testemunhal.

ROL DE TESTEMUNHAS:

1. Maria...;

2. José...;

3. Natália...

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 09 de março de 2018.

Advogado...

OAB...

(33)

Distribuição de pontos

(34)

Agravo em Execução

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XVI EXAME OAB Agravo em execução

Enunciado

Gilberto, quando primário, apesar de portador de maus antecedentes, praticou um crime de roubo simples, pois, quando tinha 20 anos de idade, subtraiu de Renata, mediante grave ameaça, um aparelho celular. Apesar de o crime restar consumado, o telefone celular foi recuperado pela vítima. Os fatos foram praticados em 12 de dezembro de 2011. Por tal conduta, foi Gilberto denunciado e CONDENADO como incurso nas sanções penais do Art.

157, “caput”, do Código Penal a uma pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013. Gilberto havia respondido ao processo em liberdade, mas, desde o dia 15 de setembro de 2013, vem cumprindo a sanção penal que lhe foi aplicada regularmente, inclusive obtendo progressão de regime. Nunca foi punido pela prática de falta grave e preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal.

No dia 25 de fevereiro de 2015, você, advogado(a) de Gilberto, formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, órgão efetivamente competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em tese, os requisitos subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) o crime de roubo é crime hediondo, não tendo sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa de liberdade; b) ainda que não fosse

A explicação teórica sobre Agravo em Execução está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Letícia Neves”.

Observação

(35)

que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional; c) indispensabilidade da realização de exame criminológico, tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são extremamente graves e causam severos prejuízos para a sociedade. Você, advogado(a) de Gilberto, foi intimado dessa decisão em 23 de março de 2015, uma segunda-feira.

Com base nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo para sua interposição, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)

(36)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO PENAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ

Processo nº...

GILBERTO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra- assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente AGRAVO EM EXECUÇÃO, com base no artigo 197 da Lei de Execução Penal.

Nesse sentido, requer seja recebido o recurso e procedido o juízo de retratação, nos termos do artigo 589 do Código de Processo Penal. Se mantida a decisão, requer seja encaminhado o recurso ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 30 de março de 2015.

Advogado...

OAB...

(37)

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Recorrente: GILBERTO

Recorrido: MINISTÉRIO PÚBLICO Processo nº...

RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro Colenda Câmara Criminal

I) DOS FATOS

O agravante foi denunciado e condenado como incurso nas sanções penais do artigo 157, “caput”, do Código Penal, sendo-lhe aplicada pena privativa de liberdade de 04 anos e 06 meses de reclusão em regime inicial fechado e 12 dias multa, tendo a sentença transitada em julgado para ambas as partes em 11 de setembro de 2013.

O agravante formulou pedido de obtenção de livramento condicional junto ao Juízo da Vara de Execução Penal da comarca do Rio de Janeiro/RJ, que foi indeferido.

II) DO DIREITO

A) DO ROUBO NÃO SER CRIME HEDIONDO

O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional,

sob o fundamento de que o crime de roubo é crime hediondo, não tendo

sido cumpridos, até o momento do requerimento, 2/3 da pena privativa

de liberdade.

(38)

Todavia o crime de roubo simples não é hediondo, tendo em vista que não está previsto no rol trazido pelo Art. 1º da Lei nº 8.072/90.

Assim, não há que se falar em cumprimento de 2/3 da pena para concessão do benefício, mas 1/3 da pena, já que o agravante não é reincidente, conforme prevê o artigo 83, inciso I, do Código Penal.

B) DO PREENCHIMENTO DO REQUISITO OBJETIVO

O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional, argumentando, ainda, que não estariam preenchidos os requisitos objetivos para o benefício, tendo em vista que Gilberto, por ser portador de maus antecedentes, deveria cumprir metade da pena imposta para obtenção do livramento condicional.

Todavia, a decisão do Magistrado fere o princípio da legalidade, uma vez que o artigo 83, inciso II, do Código Penal prevê que apenas o condenado reincidente na prática do crime doloso tem que cumprir mais de metade da pena aplicada para fazer jus ao livramento condicional.

Logo, embora conste no artigo 83, inciso I, do Código Penal, que o condenado não reincidente e portador de bons antecedentes deve cumprir 1/3 da pena, essa fração deve ser aplicada também caso o acusado seja portador de maus antecedentes, além de não reincidente.

Diante do exposto, deverá observar o requisito objetivo para o livramento condicional após cumprimento de 1/3 da pena.

C) DA DESNECESSIDADE DO EXAME CRIMINOLÓGICO

O Magistrado indeferiu o pedido de livramento condicional,

porque considera indispensável a realização de exame criminológico,

tendo em vista que os crimes de roubo, de maneira abstrata, são graves e

causam severos prejuízos para a sociedade.

(39)

Todavia, o exame criminológico não é obrigatório para fins de obtenção da progressão de regime ou do livramento condicional, bastando atestado de bom comportamento expedido pelo diretor do estabelecimento carcerário, nos termos do artigo 112, §1º, da Lei nº 7.210/84.

O simples fato de considerar o crime de roubo grave não justifica a realização do exame criminológico, devendo a decisão ser devidamente fundamentada considerando o caso concreto, nos termos da Súmula 439 do STJ.

Além disso, o agravante nunca foi punido pela prática de falta grave dentro do estabelecimento prisional, de modo que desnecessária a realização do exame.

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, requer seja CONHECIDO e PROVIDO o presente recurso, com a reforma da decisão, a fim de que seja concedido o livramento condicional, com a consequente expedição do alvará de soltura, já que o recorrente preenche os requisitos.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 30 de março de 2015.

Advogado...

OAB...

(40)

Distribuição de pontos

(41)

Contrarrazões de Apelação

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XIX EXAME OAB (Adaptada) Contrarrazões de Apelação

Enunciado

No dia 24 de dezembro de 2020, na cidade do Rio de Janeiro, Rodrigo e um amigo não identificado foram para um bloco de rua que ocorria em razão do Natal, onde passaram a ingerir bebida alcoólica em comemoração ao evento festivo. Na volta para casa, ainda em companhia do amigo, já um pouco tonto em razão da quantidade de cerveja que havia bebido, subtraiu, mediante grave ameaça, os pertences de uma moça desconhecida que caminhava tranquilamente pela rua. A vítima era Maria, jovem de 24 anos que acabara de sair do médico e saber que estava grávida de um mês. Em razão dos fatos, Rodrigo foi denunciado pela prática de crime de roubo majorado, na forma do Art. 157, § 2º, incisos II e VII, do Código Penal.

Durante a instrução, foi juntada a Folha de Antecedentes Criminais de Rodrigo, onde constavam anotações em relação a dois inquéritos policiais em que ele figurava como indiciado e três ações penais que respondia na condição de réu, apesar de em nenhuma delas haver sentença com trânsito em julgado. Foram, ainda, durante a Audiência de Instrução e Julgamento ouvidos a vítima e os policiais que encontraram Rodrigo, horas após o crime, na posse dos bens subtraídos. Durante seu interrogatório, Rodrigo permaneceu em silêncio. Ao final da instrução, após alegações finais, a pretensão punitiva do Estado foi julgada procedente, com Rodrigo sendo condenado a pena de 05 anos e 04 meses de

A explicação teórica sobre Contrarrazões de Apelação está disponível no módulo

“Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”.

Observação

(42)

da aplicação da pena, reconheceu a majorante mencionada na denúncia e realizou um aumento de 1/3 da pena imposta.

O Ministério Público foi intimado da sentença em 13 de setembro de 2021, uma segunda- feira, sendo terça-feira dia útil. Inconformado, o Ministério Público apresentou recurso de apelação perante o juízo de primeira instância, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2021, requerendo:

i) O aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na Folha de Antecedentes Criminais do acusado;

ii) O reconhecimento das agravantes previstas no Art. 61, inciso II, alíneas ‘h’ e ‘l’, do Código Penal;

iii) A majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no Art. 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes;

iv) Fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o crime de roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a sociedade.

A defesa não apresentou recurso. O magistrado, então, recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e intimou, no dia 18 de outubro de 2021 (segunda-feira), sendo terça feira dia útil em todo o país, você, advogado(a) de Rodrigo, para apresentar a medida cabível.

Com base nas informações expostas na situação hipotética e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível, excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00)

(43)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DO RIO DE JANEIRO/RJ

Processo nº...

RODRIGO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra- assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar as presentes CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO, com base no artigo 600 do Código de Processo Penal, requerendo sejam recebidas, com posterior remessa ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 26 de outubro de 2021.

Advogado...

OAB...

(44)

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Apelante: MINISTÉRIO PÚBLICO

Apelado: RODRIGO

CONTRARRAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro

Colenda Câmara Criminal I) DOS FATOS

O réu foi denunciado pela prática do crime de roubo majorado, na forma do artigo 157, §2º, inciso II e VII, do Código Penal.

Ao final da instrução, o Magistrado proferiu sentença condenatória, aplicando a pena de 05 anos e 04 meses de reclusão, a ser cumprida em regime semiaberto, e 13 dias-multa.

Inconformado, o Ministério Público interpôs recurso de apelação, acompanhado das respectivas razões recursais, no dia 30 de setembro de 2021.

O Magistrado recebeu o recurso de apelação do Ministério Público e intimou a defesa para apresentar a medida cabível.

II) DO DIREITO

A) DA INTEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO

O Ministério Público foi intimado da sentença no dia 13 de

setembro de 2021 e interpôs o recurso de apelação no dia 30 de setembro

de 2021. Todavia, nos termos do artigo 593 do Código de Processo Penal,

o prazo para interpor recurso de apelação é de 05 dias.

(45)

Logo, considerando que entre a data da intimação da sentença e da interposição do recurso de apelação passaram mais de 05 dias, conclui-se que o recurso de apelação interposto pelo Ministério Público é intempestivo.

Diante disso, o recurso de apelação não deve ser conhecido.

B) DO AUMENTO DA PENA-BASE

O Ministério Público postula o aumento da pena-base, tendo em vista a existência de diversas anotações na folha de antecedentes criminais do acusado. Todavia, nos termos da Súmula 444 do Superior Tribunal de Justiça, inquéritos policiais, ações penais em curso e condenações ainda não transitadas em julgado não autorizam o reconhecimento de circunstância judicial desfavorável como maus antecedentes, sob pena de violação do princípio da presunção de inocência, previsto no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição Federal/88.

Logo, não há maus antecedentes, devendo a pena-base ser mantida no mínimo legal.

C) DA AGRAVANTE DA GRAVIDEZ

O Ministério Público busca o reconhecimento da agravante pela prática de crime contra mulher grávida, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “h”, do Código Penal. Todavia, o réu não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida. A própria vítima recém tinha saído do médico e tomado conhecimento de que estava grávida de um mês, não sendo, portanto, possível verificar sinais visíveis de gravidez da vítima.

Logo, não deve ser aplicada a agravante da gravidez, sob

pena de responsabilidade objetiva, já que o réu, em relação a essa

circunstância, não agiu com dolo ou culpa.

(46)

D) DA AGRAVANTE DA EMBRIAGUEZ PREORDENADA

O Ministério Público requer seja reconhecida a agravante da embriaguez preordenada, prevista no artigo 61, inciso II, alínea “l”, do Código Penal. Todavia, o réu não ingeriu bebida alcóolica com o objetivo de praticar crime ou para tomar coragem para cometer delito, uma vez que bebeu em comemoração durante evento festivo.

Logo, não se trata de embriaguez preordenada, mas voluntária ou, até mesmo, culposa. Assim, não deve ser aplicada a agravante da embriaguez preordenada.

E) DO AUMENTO DA PENA

O Ministério Público postulou a majoração do quantum de aumento em razão das causas de aumentos previstas no art. 157, §2º, incisos II e VII, do Código Penal, exclusivamente pelo fato de serem duas as majorantes.

Todavia, não é possível elevar ainda mais a pena, uma vez que a elevação da fração da pena exige motivação idônea, não sendo suficiente fundamentar o aumento apenas com base no número de majorantes, conforme a Súmula 443 do Superior Tribunal de Justiça.

Logo, deve ser mantida a majoração da pena.

F) DO REGIME CARCERÁRIO

O Ministério Público requer a fixação do regime inicial fechado de cumprimento de pena, pois o roubo tem assombrado a população do Rio de Janeiro, causando uma situação de insegurança em toda a sociedade.

Todavia, nos termos das Súmulas 718 e 719 do Supremo

Tribunal Federal, eventual gravidade em abstrato do delito não constitui

motivação idônea para a fixação do regime mais severo do que a pena

aplicada permitir.

(47)

Além disso, o Magistrado fixou a pena-base no mínimo legal, sendo, portanto, vedada a fixação do regime mais severo do que a pena imposta permite, com base na gravidade em abstrato do delito, nos termos da Súmula 440 do Superior Tribunal de Justiça.

Logo, considerando que o fato de roubo estar assombrando a população do Rio de Janeiro não constitui motivação idônea para fixação de regime carcerário mais severo, porque amparada na gravidade em abstrato de delito, deverá ser mantido o regime carcerário semiaberto fixado na sentença.

III) DO PEDIDO

Ante o exposto, requer não seja conhecido, e, no mérito, IMPROVIDO o recurso de apelação interposto, mantendo-se, por conseguinte, a decisão recorrida nos seus exatos termos.

Nestes termos, Pede deferimento.

Local..., 26 de outubro de 2021.

Advogado...

OAB...

(48)

Queixa-crime

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – XV EXAME OAB (Adaptada) Queixa-crime

Enunciado

Enrico, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Enrico utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo.

No dia 07/05/2021, Enrico comemora aniversário e planeja, para a ocasião, uma reunião à noite com parentes e amigos para festejar a data em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. Na manhã de seu aniversário, resolveu, então, enviar o convite por meio da rede social, publicando postagem alusiva à comemoração em seu perfil pessoal, para todos os seus contatos.

Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico.

Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota,

A explicação teórica sobre Queixa-crime está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Estuda isso, vivente! l Prof. Nidal Ahmad”.

Observação

(49)

seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.

Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal.

Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. Você, na qualidade de advogado de Enrico, deve assisti-lo. Informa-se que a cidade de Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, possui Varas Criminais e Juizados Especiais Criminais.

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de habeas corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,00 pontos)

A peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão.

(50)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ

ENRICO, nacionalidade..., estado civil..., engenheiro, RG..., CPF..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua...., por meio do seu procurador infra-assinado, com procuração com poderes especiais, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente QUEIXA-CRIME, com base nos artigos 30, 41 e 44, todos do Código de Processo Penal, e artigo 100, § 2º, do Código Penal, contra HELENA, nacionalidade..., estado civil..., profissão..., RG..., CPF..., com endereço eletrônico..., residente na Rua ..., pelos fatos a seguir expostos.

I – DOS FATOS

No dia 07 de maio de 2021, no prédio na praia de Icaraí, em Niterói, a querelada Helena difamou e injuriou o querelante, imputando- lhe fato ofensivo à sua reputação e ofendeu, ainda, sua dignidade e o decoro.

Na ocasião, Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que

também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos

contatos do querelante, por meio do seu computador pessoal, instalado

em sua residência, publicou no perfil pessoal de Enrico o seguinte

comentário: “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa

de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha”, e, com o propósito

(51)

de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação, acrescentou que “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”.

Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, incorrendo na causa de aumento de pena, prevista no artigo 141, §2º, do Código Penal.

II – DO DIREITO

Ao afirmar que o querelante trabalha todo dia embriagado e que no dia 10 de março, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo, a querelada praticou o crime de difamação, previsto no artigo 139 do Código Penal.

Ao afirmar que o querelante não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha, a querelada praticou o crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal.

Helena, ao utilizar o seu computador pessoal para inserir as expressões injuriosas e difamantes, no perfil do querelante em sua rede social, usou meio que facilitou a divulgação da difamação e injúria, por meio de rede mundial de computador, incidindo, por isso, a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, §2º, do Código Penal.

Helena praticou a injúria e a difamação no mesmo contexto,

mediante única publicação, com desígnios autônomos, em concurso

formal imperfeito de crimes, nos termos do artigo 70, 2ª parte, do Código

Penal.

(52)

III – DO PEDIDO

Ante o exposto, o querelante requer:

a) a designação de audiência de reconciliação, prevista no artigo 520 do Código de Processo Penal;

b) o recebimento da queixa-crime;

c) a citação da querelada;

d) a procedência do pedido, com a consequente condenação da querelada pela prática dos crimes do artigo 139 e 140 c/c o artigo 141, inciso §2º, e artigo 70, todos do Código Penal;

e) a fixação do valor mínimo de indenizatório, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal;

f) a produção de provas, com a oitiva das testemunhas arroladas.

Local..., 6 de novembro de 2021.

ADVOGADO...

OAB...

ROL DE TESTEMUNHAS:

1) CARLOS...;

2) MIGUEL...;

3) RAMIREZ...

(53)

Revisão Criminal

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL – X Exame da OAB Revisão criminal

Enunciado

Jane, no dia 18 de outubro de 2010, na cidade de Cuiabá – MT, subtraiu veículo automotor de propriedade de Gabriela. Tal subtração ocorreu no momento em que a vítima saltou do carro para buscar um pertence que havia esquecido em casa, deixando-o aberto e com a chave na ignição. Jane, ao ver tal situação, aproveitou-se e subtraiu o bem, com o intuito de revendê-lo no Paraguai. Imediatamente, a vítima chamou a polícia e esta empreendeu perseguição ininterrupta, tendo prendido Jane em flagrante somente no dia seguinte, exatamente quando esta tentava cruzar a fronteira para negociar a venda do bem, que estava guardado em local não revelado. Em 30 de outubro de 2010, a denúncia foi recebida.

No curso do processo, as testemunhas arroladas afirmaram que a ré estava, realmente, negociando a venda do bem no país vizinho e que havia um comprador, terceiro de boa-fé arrolado como testemunha, o qual, em suas declarações, ratificou os fatos. Também ficou apurado que Jane possuía maus antecedentes e reincidente específica nesse tipo de crime, bem como que Gabriela havia morrido no dia seguinte à subtração, vítima de enfarte sofrido logo após os fatos, já que o veículo era essencial à sua subsistência. A ré confessou o crime em seu interrogatório.

Ao cabo da instrução criminal, a ré foi condenada a cinco anos de reclusão no regime inicial fechado para cumprimento da pena privativa de liberdade, tendo sido levada em consideração a confissão, a reincidência específica, os maus antecedentes e as

A explicação teórica sobre Revisão Criminal está disponível no módulo “Curso Regular 2ª Fase Penal”, no “E-book: Tchê, é bom estudar! l Prof. Letícia Neves”.

Observação

(54)

julgado, e a ré iniciou o cumprimento da pena em 10 de novembro de 2012. No dia 5 de março de 2013, você, já na condição de advogado(a) de Jane, recebe em seu escritório a mãe de Jane, acompanhada de Gabriel, único parente vivo da vítima, que se identificou como sendo filho desta. Ele informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde o veículo estava escondido.

O filho da vítima, nunca mencionado no processo, informou que no mesmo dia do telefonema, foi ao local e pegou o veículo de volta, sem nenhum embaraço, bem como que tal veículo estava em seu poder desde então.

Com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, excluindo a possibilidade de impetração de Habeas Corpus, sustentando, para tanto, as teses jurídicas pertinentes. (Valor: 5,0)

(55)

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO

JANE, nacionalidade..., profissão..., estado civil..., RG..., CPF..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado na Rua..., por seu procurador infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência ajuizar a presente REVISÃO CRIMINAL, com base no artigo 621, inciso I e III, do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I) DOS FATOS

A requerente foi denunciada pela prática do crime de furto qualificado, ocorrido no dia 18 de outubro de 2010, consistente no veículo automotor de propriedade de Gabriela.

Após o encerramento da instrução e oferecimento das alegações finais, o Magistrado proferiu decisão condenando a requerente a 05 anos de reclusão no regime fechado.

Após o trânsito em julgado, o filho da vítima informou que, no dia 27 de outubro de 2010, Jane, acolhendo os conselhos maternos, lhe telefonou, indicando o local onde o veículo estava escondido.

II) DO DIREITO

A) DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR

Referências

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