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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

MIRIAM FERREIRA MORAIS DE ALMEIDA NEVES

A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM IDOSOS

São Paulo

2018

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MIRIAM FERREIRA MORAIS DE ALMEIDA NEVES

A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM IDOSOS

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo

2018

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

Neves, Miriam Ferreira Morais de Almeida

A Terapia Cognitivo-Comportamental no Tratamento da Depressão em Idosos

Miriam Ferreira Morais de Almeida Neves, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2019.

24 f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1. Terapia Cognitivo-Comportamental, 2. Depressão. I. Neves, Miriam Ferreira Morais de Almeida. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.

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Miriam Ferreira Morais de Almeida Neves

A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM IDOSOS

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

Parecer: ____________________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha mãe querida, que tem me ensinado que a idade não deve ser barreira para realização de sonhos.

Ao meu marido Alexandre por dividir a vida comigo e torná-la mais suave.

A minha amiga de curso Shirley por sua ajuda, carinho e paciência nos momentos difíceis.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todas as pessoas que de alguma forma me auxiliaram na realização deste trabalho.

Aos professores, Supervisores, coordenadores do CETCC pelo aprendizado que me foi transmitido. A Dra. Renata T. Alarcon pela orientação constante e paciente que possibilitou a realização deste trabalho.

A minha família que sempre me apoiou em minha caminhada e, em especial, ao meu marido Alexandre por seu carinho, paciência e auxílio em tudo que faço.

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RESUMO

O Transtorno Depressivo Maior (TDM) tem prevalência acima de 10%, sendo uma das principais causas de suicídio nos últimos tempos. Além disso, é uma condição médica comum que pode apresentar-se de forma crônica e recorrente, desencadeando incapacitações biopsicossociais. Frente a isso, passa-se a pensar em intervenções efetivas e duradouras para esse transtorno. A Terapia Cognitivo- Comportamental se propõe a tal com técnicas estruturadas, tendo sua efetividade demonstrada em alguns estudos. Atualmente esta forma de psicoterapia vem se impondo como o principal e mais eficaz tratamento psicológico para os transtornos emocionais. OBJETIVO: investigar como a terapia cognitivo-comportamental pode contribuir no tratamento da depressão em idosos. METODOLOGIA: esse estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas nas bases de dados eletrônicos Scielo, Google Acadêmico, Capes, Bvs. Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica na literatura sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental, incluindo artigos de revisão e estudos de casos. As palavras chaves utilizadas foram Terapia Cognitivo- Comportamental, depressão, idoso, técnicas TCC (português). RESULTADOS: nos três estudos aqui mencionados, pode-se concluir que a TCC mostrou ser um tratamento eficaz para a depressão geriátrica. CONCLUSÃO: apesar das evidencias da eficácia da TCC no tratamento da depressão em idosos, são necessários novos estudos com maior rigor experimental para essa população.

Palavras-chave: Idoso. Depressão. Terapia. Tratamentos.

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ABSTRACT

Major Depressive Disorder (MDD) has a prevalence above 10%, being one of the main causes of suicide in recent times. In addition, it is a common medical condition that can present in a chronic and recurrent form, triggering biopsychosocial disabilities. In the face of this, we are thinking of effective and lasting interventions for this disorder. Cognitive-behavioral therapy is proposed with structured techniques, and its effectiveness has been demonstrated in some studies. Today this form of psychotherapy has been imposing itself as the principal and most effective psychological treatment for emotional disorders. OBJECTIVE: To investigate how cognitive-behavioral therapy may contribute to the treatment of depression in the elderly. METHODOLOGY: this study was developed from researches in the electronic databases Scielo, Google Academic, Capes, Bvs. A literature review was conducted in the literature on Cognitive-Behavioral Therapy, including review articles and case studies. Key words used were Cognitive-Behavioral Therapy, Depression, Elderly, TCC techniques (Portuguese). RESULTS: In the three studies mentioned here, it can be concluded that CBT showed to be an effective treatment for geriatric depression. CONCLUSION: despite the evidence of the efficacy of CBT in the treatment of depression in the elderly, new studies with more experimental rigor are needed for this population.

Keywords: Elderly. Depression. Therapy. Treatments.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 08

1.1 DEPRESSÃO NO IDOSO...09

1.2 A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL...10

2 OBJETIVO ... 11

3 METODOLOGIA ... 12

4 RESULTADOS ... ...13

5 DISCUSSÃO………...………...19

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS………...20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...21

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1. INTRODUÇÃO

Considerado o Mal do Século, a depressão é uma doença altamente incapacitante que traz sérios prejuízos para a vida das pessoas, assim como para as que com ela convivem.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão será a segunda maior causa de incapacidade em 2020 (STOPPE, et al, 1996).

Para ser diagnosticado como paciente depressivo é necessário estar presente 5 dos 9 critérios que caracterizam a depressão; segundo DMS V (APA, 2014), são eles:

1- Humor deprimido,

2- Interesse ou prazer acentuadamente diminuído, 3- Perda ou ganho significativo de peso,

4- Insônia ou hipersonia,

5- Agitação ou retardo psicomotor, 6- Fadiga ou perda de energia,

7- Sentimentos de inutilidade, culpa excessiva ou inapropriada, 8- Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, indecisão 9- Pensamentos recorrentes sobre a morte.

Conforme a classificação Internacional de Doenças (CID-10) da Organização Mundial de Saúde, os episódios depressivos são classificados em três graus: leve, moderado e grave.

Para diagnóstico de episódio depressivo o paciente deve apresentar dois dos três sintomas principais (Humor deprimido, perda de interesse ou prazer e energia reduzida); podendo vir acompanhado de outros sintomas (MATOS, OLIVEIRA, 2013).

É comum para o ser humano vivenciar momentos de tristeza e profundo abatimento quando se depara com uma situação que causa sofrimento, como por exemplo, na perda de um ente querido. No entanto se este sofrimento se estende por muito tempo e traz prejuízos para a vida da pessoa, aí a doença se instala e como tal precisa ser tratada.

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1.1 Depressão no Idoso

A Agência IBGE de Notícias divulgou o levantamento feito pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) que aponta um crescimento de 16,0%

da população idosa brasileira entre os anos de 2012 e 2017, chegando a 29,2 milhões de idosos. (IBGE, 2017).

Nesse contexto deve-se ressaltar outra questão muito importante que é a expectativa de vida da população brasileira que pode dar um salto de 43,2 anos em 1950 para, de acordo com a estimativa, 72,0 anos em 2020 (KÜCHEMANN, 2012).

O crescimento da população idosa no mundo inteiro se deve ao avanço da medicina, ao maior acesso a informações sobre saúde, alimentação e hábitos saudáveis. Em função disso hoje temos pessoas idosas mais ativas, produtivas e vivendo de forma mais consciente, com mais saúde.

"Apesar de não ser uma conseqüência natural do envelhecimento, as estatísticas deixam claro que a depressão é comum nessa fase da vida, e a sua identificação e seu tratamento precoces são essenciais no restabelecimento da saúde geral" (Mentes depressivas – As Três Dimensões da Doença do Século. Ana Beatriz Barbosa Silva, 2016, P.110).

Envelhecer é um processo natural que faz parte da vida, mas a depressão não precisa estar presente neste contexto. O idoso pode ter uma vida satisfatória e feliz.

Apesar de não ser uma condição natural da velhice, a depressão nesta fase da vida é bastante comum e está ligada a diversos fatores.

Muitas vezes, as pessoas começam a lidar com sentimentos negativos, que levam a questionamentos e a uma sensação de tristeza e solidão. Dentre eles estão:

- perda da vitalidade

- limitação para realizar diversas tarefas - aposentadoria

- diminuição do poder aquisitivo - problemas de saúde

- falta de atividades sociais

- morte de pessoas próximas (amigos e parentes) - medo da morte

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Na 3ª idade alguns sintomas de depressão podem ser claramente percebidos e outros não, por isso a família e amigos devem ficar atentos para identificar e oferecer ajuda.

Pessoas ativas, dinâmicas que de repente se aposentam, enfrentam uma situação nova onde bruscamente se vêem privados do contato com pessoas com as quais conviviam; com tempo sobrando e, muitas vezes, sem saber como lidar com isso.

Neste contexto pode surgir o isolamento social, sentimento de menos valia, tristeza, apatia, solidão, revolta, entre outros.

1.2 A Terapia Cognitivo-comportamental

"A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem da psicologia que se caracteriza por ser um modelo de psicoterapia breve, estruturado e direcionado para a resolução de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais (Beck, 1964)."

Para Beck o modelo depressivo está relacionado a dois elementos básicos: a tríade cognitiva e as distorções cognitivas. Na tríade cognitiva a pessoa tem uma visão negativa de si mesma, do mundo e do futuro. Esses pensamentos negativos, muitas vezes levam à desesperança e a pessoa pode ver o suicídio como um alívio para o seu sofrimento (POWELL, ABREU, DE OLIVEIRA, SUDAK, 2008).

Distorções cognitivas são maneiras distorcidas de processar uma informação, gerando sofrimento para a pessoa e para os que com ela convivem.

Essas distorções cognitivas são expressas em pensamentos automáticos disfuncionais (POWELL, ABREU, DE OLIVEIRA, SUDAK, 2008).

No modelo de tratamento psicoterápico da TCC o paciente participa ativamente do seu processo de mudança; existe uma aliança entre terapeuta e paciente.

Assim, esse trabalho buscou identificar como a TCC pode ser utilizada no tratamento na depressão em idosos.

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2 OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi investigar como a terapia cognitivo- comportamental pode contribuir no tratamento da depressão em idosos.

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3 METODOLOGIA

O presente estudo foi desenvolvido a partir de pesquisas nas bases de dados eletrônicos Scielo, Google Acadêmico, Capes, Bvs.

Foi realizada uma pesquisa de revisão bibliográfica na literatura sobre a Terapia Cognitivo-Comportamental, incluindo artigos de revisão e estudos de casos.

As palavras chaves utilizadas foram Terapia Cognitivo-Comportamental, depressão, idoso, técnicas da TCC (português).

Os critérios de inclusão de artigos foram: a terapia cognitivo-comportamental no tratamento de depressão em idosos, principais técnicas da TCC no tratamento de depressão, fatores de depressão na 3ª idade, terapia em grupo.

Os critérios de exclusão de artigos foram: depressão em idoso institucionalizado, idoso no tratamento Home Care, outras abordagens que não a TCC e trabalhos em outros idiomas que não o português.

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4 RESULTADOS

No tratamento com pacientes depressivos é fundamental que se estabeleça uma boa relação terapêutica. O paciente precisa sentir-se acolhido e seguro para expressar os seus sentimentos.

O Terapeuta vai psicoeducar o paciente sobre o modelo cognitivo e ensinar técnicas para lidar com seus pensamentos disfuncionais, negativos; vai desenvolver habilidades sociais, aplicar tarefas comportamentais que vão auxiliar no enfrentamento de problemas e na tomada de decisão (BECK, 2013).

São várias as técnicas que a TCC dispõe para o tratamento da depressão.

Não foi desenvolvido um modelo de tratamento específico da TCC para o trabalho com idosos.

A TCC com idosos tem como principal objetivo a redução dos sintomas (LAIDLAW et al, 2003)

No tratamento com idosos, além da aplicação da TCC padrão é necessário levar em conta fatores relevantes relacionados à fase de vida da pessoa.

Quando se trabalha com pessoas mais velhas, a Formulação de caso bem elaborada aumenta a eficácia da TCC (LAIDLAW 2003). Ela permite ao terapeuta identificar as crenças centrais, intermediárias, pensamentos disfuncionais e eventos estressores na vida do paciente. A formulação de caso auxilia o terapeuta a elaborar um plano de tratamento adequado àquele paciente.

Dentre os artigos pesquisados na Internet, o estudo abaixo foi selecionado e discorre sobre o Atendimento em grupo para idosos depressivos através da Terapia Cognitivo-Comportamental.

O estudo foi realizado por duas estagiárias de Psicologia do 4º e 5º ano e sob a supervisão de uma psicóloga experiente em Terapia Cognitivo-Comportamental (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

Os participantes eram três mulheres e um homem com idades entre 60 e 64 anos. Os idosos foram encaminhados ao Programa do Idoso da Unidade Saúde Escola de uma Universidade pública no interior de São Paulo (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

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Na triagem foi aplicado o BDI e os participantes atingiram pontuação igual ou superior a 10 pontos, indicando a presença de sintomas depressivos.

O atendimento em grupo foi realizado em 16 sessões, sendo 10 com duração de uma hora e meia e seis com duração de duas horas (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

Na 10º sessão e na 16º sessão foram aplicados os Inventários de Beck, de Depressão (BDI) e de Ansiedade (BAI) com o objetivo de obter medidas comparativas ao longo do tratamento (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

Basicamente a intervenção foi composta por cinco blocos:

1. Criar condições para o aumento da prática de atividades prazerosas 2. Promoção de repertório social

3. Ensino de técnicas de manejo da ansiedade 4. Ensino de técnicas para o manejo do estresse

5. Aplicação e avaliação dos resultados das Escalas de Beck – BDI e BAI

Os blocos 1 e 2 totalizaram a metade das sessões da intervenção (8 sessões). Esse número maior de sessões pode ser justificado pelo fato de que a depressão é associada a uma baixa frequência em atividades prazerosas (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

A Terapia em grupo se mostrou eficiente para a desconstrução de algumas crenças irracionais apresentadas pelos participantes, já que o grupo propicia condições para a pessoa expor suas crenças e gerar reflexões sobre as mesmas a partir do feedback do terapeuta e dos membros do grupo. As situações produzidas neste contexto grupal auxiliam na aquisição de repertório e modificação de crenças irracionais (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

Pessoas depressivas tendem a se isolar socialmente e no grupo há a possibilidade de entrar em contato com estímulos reforçadores dos quais estavam privados (atenção, contato e suporte social). O contexto grupal pode ser visto como um ambiente provedor de estímulos reforçadores positivos, o que pode contribuir para o tratamento da depressão (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

Ao término do trabalho três participantes apresentaram diminuições no nível de depressão, o que indica que a intervenção pode ter contribuído para a remissão dos sintomas depressivos nessas pessoas. Duas participantes não atingiram um

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nível de depressão considerado baixo após o término do trabalho e foram encaminhadas para dar continuidade ao tratamento psicoterápico em grupo.

(FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012)

Em investigações futuras seria importante planejar o atendimento com um número maior que 16 sessões e avaliar o tratamento com os resultados do BDI. Vale ressaltar que este estudo teve o objetivo de relatar a experiência de um atendimento psicoterapêutico Cognitivo-Comportamental para idosos depressivos. (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012)

Os objetivos desta intervenção foram atingidos, já que foram observadas melhoras nos sintomas depressivos dos participantes do grupo, no entanto, se faz necessário novos estudos com maior rigor para avaliar o impacto de intervenções Cognitivo-Comportamentais grupais em idosos depressivos. (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

"De maneira geral, a literatura aponta que a psicoterapia em formato grupal para idosos apresenta vantagens em relação ao formato individual, pois possibilita a interação e o apoio social, além de possibilitar melhorias em habilidades cognitivas e comportamentais (OEI; DINGLE, 2008; TRISTÁN;

RANGEL, 2009). A interação grupal fornece, ainda, feedback entre os participantes, possibilitando a percepção das mudanças de melhora individual.." (LOBO, 2012).

Segundo várias pesquisas analisadas, a terapia Cognitivo-Comportamental representa um bom mecanismo para aumentar a qualidade de vida dos pacientes nos quais os antidepressivos não foram efetivos e possui um custo-benefício similar ou até mais favorável que o tratamento medicamentoso (CARNEIRO, DOBSON, 2016).

PENG et al (2009) selecionaram 14 estudos para a revisão, num total de 705 pacientes idosos com depressão e com características clínicas semelhantes.

Concluíram que a TCC mostrou ser um tratamento eficaz para a depressão geriátrica.

KIOSSES et al (2011) selecionaram seis de 404 artigos encontrados para determinar a eficácia da psicoterapia no tratamento da depressão geriátrica. Os autores concluíram que existem evidências de eficácia da TCC no tratamento da depressão geriátrica, porém há necessidade de replicação devido à escassez e a problemas metodológicos dos estudos.

Por não haver tantos trabalhos publicados na língua portuguesa no tratamento da depressão de idosos e não haver um protocolo específico proposto,

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foram selecionadas algumas técnicas para o tratamento da depressão com a TCC que podem ser utilizadas também nessa população.

 Escalas BAI para avaliar a ansiedade semanalmente

 Escalas BDI para monitorar os sintomas do paciente semanalmente

 Psicoeducação da depressão e do modelo TCC

 Ativação comportamental

 Registro de atividades diárias

 Técnicas de relaxamento

 Reestruturação cognitiva: RPD – Registro de Pensamentos Disfuncionais / Descoberta guiada - Debate Socrático

 Prevenção de recaídas.

Escalas BAI: composta por 21 itens com informações que descrevem os sintomas de ansiedade. Os itens devem ser avaliados pelo sujeito em referencia a si mesmo em razão da freqüência de ocorrência de cada um numa escala de 0 a 3 pontos. Níveis dos escores do BAI: Mínimo = 0 – 10 / leve = 11 a 19 / Moderado = 20 a 30 / Grave = 31 a 63 (CUNHA, J.A, 2016).

Escalas BDI: contém 21 itens com informações que descrevem os sintomas de depressão. Os itens devem ser avaliados pelo sujeito em referencia a si mesmo em razão da freqüência de ocorrência de cada um numa escala de 0 a 3 pontos.

Níveis dos escores do BDI: Mínimo = 0 – 11 / leve = 12 a 19 / Moderado = 20 a 35 / Grave = 36 a 63 (CUNHA, J.A, 2016).

Psicoeducação da depressão e do modelo TCC: O terapeuta motiva o paciente para o tratamento por meio de esclarecimentos dos sintomas depressivos e do modelo cognitivo, compartilhando a conceituação cognitiva (MATOS, OLIVEIRA, 2013).

Ativação comportamental: Na Ativação Comportamental o terapeuta pode se utilizar de uma série de estratégias, atividades planejadas com o objetivo de aumentar o tempo gasto pelo paciente em atividades que lhe dão prazer e, em menor medida, de domínio. Geralmente, as atividades planejadas são coisas que a pessoa gostava de fazer no passado, que a ajudava a ter uma vida normal e saudável (WRIGHT, SUDAK, TURKINGTON, 2012).

Registro de atividades diárias: Para ABREU e ABREU (2017) agenda diária de atividades deve ser adotada, se possível, diariamente. Ela é utilizada na

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avaliação inicial do repertório de entrada e para comparação posterior dos avanços do paciente ao longo das semanas.

Técnicas de relaxamento: Mindfulness (Atenção Plena) é a técnica de meditação mais conhecida e utilizada na TCC; ela auxilia os pacientes a lidar com emoções difíceis. (LEAHY, ROBERT L.; TIRCH, DENNIS; NAPOLITANO, LISA, (2013).

Pode-se dizer que Mindfulness é a habilidade de estar consciente dos seus pensamentos, emoções, sensações e ações, no momento presente sem julgar ou criticar a si mesmo ou a própria experiência. É “Estar no Aqui e Agora” (LOPES, CASTRO, NEUFELD, 2012).

"Atualmente, a literatura tem investigado esta técnica em diversos tratamentos e para diferentes transtornos. Hardt et al. (2011) mostram que há evidência do mindfulness ligado à saúde física e mental, estando associado a um menor índice de estresse e distúrbios mentais. Além disso, o aumento na capacidade de mindfulness sugere uma diminuição na angústia e no relato de sintomas médicos. Os autores levantam que vários programas têm sido desenvolvidos com o objetivo de ajudar os pacientes no tratamento de doenças crônicas, câncer e depressão." (LOPES, CASTRO, NEUFELD, 2012).

A técnica de Escaneamento Corporal consiste em direcionar a consciência atenta e de forma não julgadora ao longo do corpo em um ritmo gradual. A atenção é dirigida a uma parte do corpo de cada vez, trazendo simplesmente a atenção às sensações físicas do momento (LEAHY, TIRCH,NAPOLITANO,2013).

"Entrando em contato com as sensações corporais e experimentando-as plenamente, os pacientes tomam os primeiros passos em direção a um modo mais completo e abrangente de processamento emocional (SEGAL et al., 2002.)"

RPD – Registro de Pensamentos Disfuncionais: O Registro de pensamentos disfuncionais (RPD) é o instrumento mais importante da TCC, é a base do tratamento; ele ajuda a identificar os pensamentos automáticos e as distorções cognitivas (BECK, 1997).

Dentre as distorções cognitivas mais comuns em pacientes depressivos estão:

- Interferência arbitrária: conclusão antecipada com poucas evidências

- Abstração seletiva: tendência a escolher evidências de seu mau desempenho

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- Supergeneralização: tendência a achar que um acontecimento negativo ocorrerá outras vezes

- Personalização: a pessoa se sente totalmente responsável pelos acontecimentos, geralmente de caráter negativo (POWELL, ABREU, DE OLIVEIRA, SUDAK, 2008).

Segundo Beck, as distorções cognitivas decorrem de regras e pressupostos que são padrões estáveis adquiridos ao longo da vida do indivíduo com depressão.

Descoberta guiada - Debate Socrático: MENDES, M. A. (2015) cita o Questionamento Socrático como um dos procedimentos mais utilizados para ajudar o paciente conhecer a estrutura do seu pensamento, para flexibilizá-los e mudar crenças sobre si mesmo, os outros e o ambiente. Através de questionamentos, o terapeuta conduz o paciente para que ele mesmo faça descoberta (descoberta guiada), visando explorar os conceitos através dos quais a situação é interpretada e as evidencias que apóiam ou desfazem os conteúdos cognitivos.

O questionamento socrático estimula os pacientes a analisar de forma lógica os seus pensamentos; a perceber a forma de pensar (WRIGHT, SUDAK, TURKINGTON, THASE, 2012).

Prevenção de recaídas: Revisão e reavaliação das técnicas que se mostraram mais eficazes e antecipação de situações futuras precipitantes e estratégias de enfrentamento (MATOS, OLIVEIRA,2013).

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5 DISCUSSÃO

Com base no material pesquisado, fica claro que a depressão é uma doença altamente incapacitante que tem atualmente um índice elevado entre a população mundial; é uma questão de saúde pública e, como tal deve ser tratada.

O tratamento para depressão requer acompanhamento psiquiátrico, farmacológico e psicoterápico. Na psicologia temos diversas abordagens de psicoterapia e a Cognitivo-Comportamental tem sido muito utilizada para o tratamento do Transtorno depressivo Maior.

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem bem estruturada, conta com métodos práticos visando a reestruturação cognitiva e tem se mostrado útil no tratamento para o transtorno depressivo Maior.

A TCC estimula o paciente a rever e questionar seus pensamentos automáticos disfuncionais e a buscar respostas mais adaptativas.

As técnicas comportamentais visam à reestruturação cognitiva que tem como objetivo ensinar o paciente a substituir os pensamentos distorcidos, disfuncionais por outros mais realistas.

O estudo aqui mencionado mostrou que a TCC trouxe benefícios aos idosos que participaram do grupo, diminuindo os sintomas depressivos, no entanto se faz necessário novos estudos com maior rigor para avaliar o impacto de intervenções Cognitivo-Comportamentais grupais em idosos depressivos (FERREIRA, SOUZA e LIMA e ZERBINATTI, 2012).

De uma forma geral, analisando o material da pesquisa bibliográfica, é possível afirmar que a Terapia Cognitivo-Comportamental é eficaz no tratamento da depressão de forma geral e, acredita-se que, o mesmo ocorre quando a depressão acontece em idosos.

A TCC é uma das abordagens que apresentam mais evidencias empíricas de eficácia no tratamento da depressão, quer realizada de forma isolada ou em combinação com Farmacoterapia (POWELL,ABREU,OLIVEIRA,SUDAK,2008).

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem de tratamento bem estruturada e possui um grande repertório de técnicas que tem se mostrado eficaz no tratamento da depressão em geral, incluindo pacientes idosos.

Através da revisão da literatura, pode-se perceber que as principais técnicas utilizadas no tratamento com pacientes depressivos idosos proporcionam mudanças comportamentais positivas logo no inicio da intervenção.

A Ativação Comportamental, técnicas como programação de atividades, prescrição de tarefas graduais, entre outras, promovem uma melhora de desempenho e possibilita a volta às atividades laborais e sociais.

É comum para a população idosa conviver com sentimentos de perda, luto e solidão.

Na terapia em grupo há uma troca de experiências e os participantes tem a oportunidade de reavaliar seus conceitos e pensamentos disfuncionais.

A terapia em grupo pode proporcionar maior interação social, compreensão e empatia entre os as pessoas e mudança de comportamento; há uma troca de experiências e os participantes tem a oportunidade de reavaliar seus conceitos e pensamentos disfuncionais.

Foi possível, através deste trabalho, concluir que a terapia cognitivo- comportamental é de grande contribuição no tratamento da depressão em geral, incluindo pacientes idosos e que as técnicas utilizadas neste processo tornam possível perceber melhoras logo no início do tratamento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LOPES, CASTRO, NEUFELD, 2012 – REVISTA BRASILEIRA DE TERAPIAS COGNITIVAS. ISSN. 1808 – 5687.

LOBO, B. DE O. M. et al, TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM GRUPO PARA IDOSOS COM SINTOMAS DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO: RESULTADOS PRELIMINARES. PSICOL. TEOR. PRAT., SÃO PAULO , V. 14, N. 2, P. 116- 125, AGO. 2012 . DISPONÍVEL EM

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KÜCHEMANN, B. A. ESTADO. VOL 27 NO.1 BRASÍLIA - JAN./APR. 2012.

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MENDES, M. A. – QUESTIONAMENTO SOCRÁTICO EM TCC - NUNAP – NÚCLEO DE NOVAS ABORDAGENS EM PSICOTERAPIA, 2015.

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ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Miriam Ferreira Morais de Almeida Neves, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título “A Terapia Cognitivo-Comportamental no Tratamento da Depressão em Idosos”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)

Referências

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