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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL ALINE CARVALHO DE OLIVEIRA

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

ALINE CARVALHO DE OLIVEIRA

REDUÇÃO DO ESTRESSE NO TRABALHO E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

São Paulo

2019

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ALINE CARVALHO DE OLIVEIRA

REDUÇÃO DO ESTRESSE NO TRABALHO E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo

2019

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Oliveira, Aline Carvalho

REDUÇÃO DO ESTRESSE NO TRABALHO E PROMOÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA

Aline Carvalho de Oliveira, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2019.

23f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1 Estresse, 2. Qualidade de Vida no Trabalho. I. Oliveira, Aline Carvalho. II.

Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.

Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

(4)

Aline Carvalho de Oliveira

Redução do estresse no trabalho e promoção da qualidade de vida

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer:

Prof.

Parecer:

Prof.

São Paulo, de de

(5)

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus colegas de trabalho,

profissionais da área e pessoas que tenham curiosidade em

entender um pouco mais sobre tema.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela força, sabedoria e saúde para conclusão desse trabalho.

Agradeço meus pais e irmã pela paciência, pelo apoio e incentivo de sempre.

Agradeço meu namorado que me apoiou nos momentos de dedicação ao trabalho, me ajudou no que fosse necessário, por acreditar no meu potencial e estar comigo em todos os momentos.

Agradeço meus sogros e cunhado que também entenderam quando

precisava me ausentar para realizar leituras e buscas para realização do trabalho.

E por fim, agradeço ao CETCC que me proporcionou todo esse

conhecimento, as aulas maravilhosas, as riquíssimas trocas com excelentes

profissionais e as lindas amizades que fiz e que levarei sempre comigo.

(7)

RESUMO

Com o nível elevado de trabalho e cobrança das instituições, vem crescendo o número de afastamentos e a queda na qualidade de vida do ser humano. Sendo assim, esse trabalho teve como objetivo apresentar o que é estresse, o que é qualidade de vida e como a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode ajudar.

Foram utilizados alguns artigos encontrados em sites acadêmicos, que apresentaram a eficácia da terapia cognitivo comportamental para o tratamento do estresse no ambiente laboral. Foram apresentadas algumas técnicas cognitivo- comportamentais importantes para o manejo de pacientes com queixa de estresse.

Palavras-chave: estresse, qualidade de vida no trabalho, terapia cognitivo

comportamental.

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ABSTRACT

With the high level of work and pressure of the institutions, has been increasing the number of departures and the decrease in the quality of life of the human being.

Thus, this study aimed to present what is stress, what is quality of life and how cognitive behavioral therapy (CBT) can help. We used some articles found in academic sites that presented the efficacy of cognitive behavioral therapy for the treatment of stress in the work environment. Some important cognitive behavioral techniques were presented for the management of patients with stress complaints.

Keywords: stress, quality of life, cognitive behavavioral therapy.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 OBJETIVO... 10

3 METODOLOGIA ... 11

4 RESULTADOS ... 12

4.1 O ESTRESSE ... 12

4.2 O ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA (QVD) ... 13

4.3 COMO A TCC PODE AJUDAR NA REDUCAO DO ESTRESSE? ... 14

5 DISCUSSÃO ... 20

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 21

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 22

(10)

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1 INTRODUÇÃO

A cada dia é mais perceptível e evidenciado o quão o trabalho tem ocupado uma posição importante na vida da sociedade, sendo a maior parcela de dedicação diária. É comum vermos profissionais dedicando cerca de 12, 13 horas do seu dia ao trabalho, buscando muito além da questão financeira. No trabalho é possível constituir uma carreira, conhecer pessoas novas, profissionais referências e alcançar objetivos de vida.

Em contrapartida atualmente o maior número de afastamentos de profissionais é devido ao estresse no ambiente laboral. Cansaço, mal humor/irritabilidade, fadiga ou até depressão. Esses são alguns dos sintomas mais comuns dessas pessoas. Trabalhando por muitas horas, banco de horas não utilizado, férias vencidas e um alto índice de cobranças (COUTO E PASCHOAL, 2012).

Os funcionários têm passado a maior parte de suas “vidas em ambientes de trabalho, dedicando suas forças, energia e esforços para as organizações. Ou seja, disponibilizando maior parte do seu tempo ao trabalho do que propriamente com suas famílias e amigos”. Além disso, com o avanço tecnológico, o “local de trabalho”

pode ser em qualquer lugar: em viagens, casa, hotéis, etc. em todos os locais pode- se “trabalhar” para a organização (CAVASSANI, CAVASSANI E BIAZIN, 2006).

Sendo assim, não podemos pensar em qualidade de vida sem incluir o ambiente de trabalho, visto que lá é onde muitas pessoas passam a maior parte do seu dia, não restando tempo para atividades prazerosas.

Segundo Lipp (2000) a palavra “stress” tem origem latina, e é utilizada na área da saúde desde o século XVII, mas somente em 1926 que o médico Hans Selye a usou para descrever o estado de tensão patológico do organismo.

Atualmente já existe na língua portuguesa a palavra “estresse”, mas alguns especialistas usam a forma “stress”.

O estresse nada mais é do que um estado de tensão, causado de um

desequilíbrio interno no organismo. Em momentos de conflitos em que seja muito

difícil de lidar, o coração bate de forma acelerada, o estômago tem dificuldade na

digestão e a insônia também aparece. De modo geral o corpo todo funciona em

sintonia, o coração bate num ritmo apropriado as funções, fígado, pâncreas e

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9

estômago, tem seu próprio compasso que trabalha em harmonia com os demais órgãos em equilíbrio. Mas quando o estresse aparece, esse equilíbrio chamado de homeostase, é quebrado e não há mais a sintonia entre os vários órgãos do corpo.

Cada órgão trabalha em um ritmo diferente devido fato de que alguns necessitam trabalhar mais do que outros para conseguirem lidar com o problema. E dessa forma ocorre o estresse inicial. “Imagine uma corda um pouco puída em determinado ponto, se você ficar puxando todo o tempo e de forma intensa, a probabilidade é de que ela se rompa no ponto onde já estava mais fraca”. E assim é também com o nosso organismo, temos uma tendência a ter um órgão mais frágil e esse órgão vai sofrer mais os efeitos de um estilo de vida estressante, e ali podem se desenvolver doenças, tais como problemas gástricos, dermatológicos, cardiológicos etc. (LIPP, 2000).

Um número alto de estudos demonstrou que a terapia cognitivo- comportamental é um tratamento eficaz para estresse, depressão e transtornos de ansiedade. A terapia cognitivo-comportamental é baseada fundamentalmente em dois princípios básicos: “a cognição tem influência sobre as emoções e comportamentos; e os comportamos podem afetar intensamente os padrões de pensamento e emoções” (WRIGHT, BASCO E THASE, 2008).

A abordagem cognitivo-comportamental tem como premissa a mudança dos pensamentos disfuncionais, trabalhando crenças e comportamentos de forma educativa para que o paciente torne-se seu próprio terapeuta, conseguindo entender seu padrão de funcionamento.

Sendo assim, o presente trabalho visou apresentar o estresse devido ao

excesso de trabalho e/ou cobranças desse, indo de encontro com a qualidade de

vida desses funcionários e como a Terapia Cognitivo-Comportamental pode

colaborar na redução desse estresse.

(12)

10

2 OBJETIVO

Esse trabalho teve como objetivo apresentar os danos causados pelo

estresse em decorrência do trabalho, indo de encontro com a redução e promoção

da qualidade de vida de acordo com a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC).

(13)

11

3 METODOLOGIA

O presente trabalho foi desenvolvido através de referenciais bibliográficos e/

ou livros que tratassem do tema estresse, qualidade de vida no trabalho e bem-estar laboral. Foram considerados também artigos científicos encontrados na base de dados da Scielo e Google acadêmico, utilizando as palavras-chave estresse, redução do estresse no trabalho, qualidade de vida no trabalho, terapia cognitivo comportamental.

Somente artigos em português foram considerados para esse trabalho. Os

critérios de exclusão foram artigos que não abrangiam o tema do trabalho.

(14)

12

4 RESULTADOS

4.1 O Estresse

Conforme Lipp (2000) chama-se de estresse um estado de tensão causado pela ruptura no equilíbrio interno do organismo. E por isso após momentos desafiadores o coração bate de forma acelerada, o estomago já não consegue digerir refeições e também surge a insônia. De modo geral, o coração bate num ritmo em sintonia com os pulmões, fígado, pâncreas e estômago.

Em outras palavras, Sadir e Lipp (2013) definem estresse como uma reação psicofisiológica do organismo diante situações de medo, excitação e até mesmo de felicidade. O estresse não é necessariamente algo negativo, pois o aumento da adrenalina que é gerado por ele, permite um melhor desempenho físico e intelectual, entretanto quando ocorre por períodos prolongados poderá se tornar negativo.

Vem crescendo o número de afastamentos nas organizações por conta do estresse demasiado. As autoras Sadir e Lipp (2013) completam que o estresse vem se tornando uma importante problemática da saúde, tanto na área profissional como no âmbito pessoal, tem aumentado nos últimos anos na cidade de São Paulo o número de pessoas com estresse, aumento de 3% entre os anos de 1996 e 2004.

O trabalho, no decorrer da história, foi ocupando a maior parte do tempo do ser humano. O que de início era para suprir suas necessidades básicas de subsistência, passa a ser, principalmente após a Revolução Industrial, o ponto central da vida do homem (CAVASSANI, CAVASSANI E BIAZIN, 2006).

Atualmente é comum se trabalhar por muitas horas e fazer apenas essa atividade, sair do trabalho, chegar em casa para dormir, acordar e ir trabalhar novamente, essa tem sido a rotina do homem. Além disso, existe uma cobrança excessiva por parte das instituições que a cada dia mais percebe a importância do homem para seus resultados, uma vez que maquinas ainda não possuem agilidade para solução de problemas e criatividade para inovar.

Para Silva e Sales (2016) o estresse ocupacional é a sensação particular de

desequilíbrio entre o trabalho e o emocional do colaborador, podendo ser causado

por medo de fracassar, cansaço físico e emocional, falta de apoio por parte dos seus

(15)

13

superiores, ambiente de trabalho altamente competitivo, jornada longa de trabalho, dentre outros.

Não podemos falar de estresse organizacional sem mencionar a Síndrome de Burnout ou transtorno de Burnout. Esse conceito surgiu na década de 80, justamente por conta das mudanças em relação aos locais de trabalho, que levaram ao aumento da competitividade e como consequência ao aumento da tensão e nível de estresse, além disso foi marcada pelo aumento das horas de trabalho e a busca pelo atingimento de sucesso material e professional dos colaboradores (GONÇALVES, 2017).

A autora ressalta ainda que o Transtorno de Burnout pode ser concebido por diferentes visões. Na teoria das organizações, considera-se o Transtorno de Burnout como uma “consequência de um desajuste entre as necessidades apresentadas pelo trabalhador e os interesses da instituição”. Já na concepção Clínica, o Transtorno de Burnout compreende um conjunto de sintomas como fadiga física e mental, falta de entusiasmo, sentimentos de impotência e baixa autoestima. Na concepção sócio-psicológica o Transtorno de Burnout é decorrente de estressores interpessoais, que têm como principais reações a “exaustão avassaladora, sensações de ceticismo e desligamento do trabalho, uma sensação de ineficácia e falta de realização” (GONÇALVES, 2017).

4.2 O Estresse e a Qualidade de Vida (QDV)

Segundo Couto e Paschoal (2012, p. 586), algumas empresas estão buscando trabalhar com uma gestão focada na mudança e na transformação de processos políticos ou comportamentais, em seus diferentes graus de atividade.

Para Cavassani et al. (2006), a organização passa a se preocupar em oferecer um ambiente que traga ao indivíduo: conforto, respeito, segurança e bem- estar, entre outros. Em outras palavras, as organizações precisam oferecer um ambiente de trabalho favorável ao homem, para que desemprenhe suas atividades.

Existem inúmeros fatores que contribuem para que o trabalhador não tenha uma boa qualidade de vida, afetando outras áreas da vida (familiar, social e etc.). Por isso se faz necessário políticas e/ou ações que visem a diminuição dos fatores desencadeadores.

Segundo Cavassani et al. (2006, p. 2),

(16)

14

A busca pela Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e a implementação de ações visando melhorias para as pessoas, não pode ser considerada como um custo nas planilhas das organizações, uma vez que os custos com afastamentos e ações trabalhistas são maiores do que uma medida preventiva. Zelar pelo bem-estar e segurança dos indivíduos é de suma importância para assegurar uma maior produtividade e qualidade no trabalho e maior satisfação na vida familiar e pessoal.

Com o passar dos anos as organizações perceberam a necessidade de aumentar os resultados através da produtividade, entretanto aumentar a produtividade e não pensar no trabalhador já não era mais algo viável, sendo assim, se fez necessário encontrar estratégias para maior nível de produção.

Segundo Cavassani et al. (2006), a busca constante por um ambiente humanizado vem sendo uma das principais atribuições da QVT. “A idéia básica consiste em aproveitar as habilidades mais refinadas dos trabalhadores, buscando assim um ajustamento entre tecnologia, tarefas e empregados”.

É importante ressaltar que qualidade de vida no ambiente de trabalho não se restringe apenas a prevenção de acidentes de trabalho; se faz necessário abranger todas as esferas da organização. Dessa forma seria necessário um levantamento para se entender as principais causas de insatisfação dos funcionários, levando-se em consideração as outras esferas como, família e vida social uma vez que essas se refletem no ambiente de trabalho, podendo afetar a produtividade do funcionário.

Ao longo dos anos o conceito de qualidade de vida no trabalho sofreu algumas alterações em suas concepções

Entende-se por qualidade de vida no trabalho, segundo Davis e Newstrom (1992 apud Cavassani et al., 2006), pontos favoráveis e desfavoráveis de um ambiente de trabalho para as pessoas. Onde a proposta básica da QVT é desenvolver um ambiente de trabalho que seja bom tanto para os trabalhadores como também propiciem a organização atingir seus resultados.

Diante disso, pode-se notar que a qualidade de vida envolve a vida do sujeito como um todo, tanto no âmbito organizacional como social, o que reforça a visão biopsicossocial.

4.3 Como a TCC pode ajudar na redução do estresse?

Aaron Beck no início da década de 1960 desenvolveu uma nova forma de

psicoterapia, chamada de terapia cognitiva, conhecida atualmente como psicoterapia

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15

cognitivo-comportamental. Inicialmente o tratamento seria para a depressão e um tipo de tratamento de curta duração e que focasse no presente, ou seja, na queixa e os impactos dessa nos dias atuais do paciente e na modificação dos pensamentos e comportamentos disfuncionais/inadequados (BECK, 2013).

É importante após o paciente chegar com a queixa de estresse por conta do trabalho, entender a intensidade e realizar uma boa psicoeducação. Segundo Wright et al. (2008), alguns elementos da estrutura da sessão são mantidos durante todas as fases da TCC. Mas as primeiras sessões normalmente se caracterizam por possuir mais estrutura do que as sessões posteriores.

Beck (2007) complementa:

Uma meta importante do terapeuta cognitivo comportamental é tornar o processo da terapia compreensível tanto para o terapeuta quanto para o paciente. O terapeuta também busca tornar a terapia o mais eficiente possível. Aderir a um formato padrão (bem como ensinar as ferramentas de terapia para o paciente) facilita esses objetivos [...] A maioria dos pacientes se sente mais confortável quando sabe exatamente o que esperar da terapia, quando entende claramente suas responsabilidades e as do terapeuta e quando tem uma expectativa clara de como a terapia procederá tanto dentro de uma única sessão como entre sessões e ao longo do tratamento. O terapeuta maximiza o entendimento do paciente explicando a estrutura das sessões e então aderindo aquela estrutura. (p.40).

Além da psicoeducação, a conceitualização cognitiva é também muito importante. Segundo Beck (2013), uma conceitualizacao cognitiva dá o enquadramento para compreender o paciente. Para dar início ao processo de formulação de um caso, técnicas como questionamento socrático, que é um método utilizado com o intuito de levar o indivíduo a descobrir sobre seus pensamentos e despertar a curiosidade através de perguntas simples, estimula no psciente autoconhecimento caminhando assim para possíveis mudanças (MARQUES;

DELFINO 2016 apud MURTA 2005).

Outra técnica seria o treino de relaxamento progressivo, uma vez que aprendido e praticado, proporcionará ao corpo que retorne a um estado de conforto.

O objetivo é levar o indivíduo a alcançar uma resposta de relaxamento, que em conjunto com as outras técnicas da TCC motiva a reestruturação cognitiva (BRASIO et al, 2003).

A Reestruturação Cognitiva também é uma técnica relevante para o

tratamento do estresse, a mesma tem como objetivo corrigir e substituir cognições

que impedem o funcionamento social. As interpretações das situações juntamente

aos comportamentos e emoções são os determinadores da dificuldade das relações

(18)

16

interpessoais e devem ser levados em consideração nesta técnica. O interesse então gira em torno das substituições dos pensamentos e crenças irracionais por outros mais adaptativos (GONÇALVES, 2017).

Borges, Luiz e Domingos (2009) realizaram um estudo de caso que

exemplifica a eficácia da terapia cognitivo-comportamental. Paciente do sexo

feminino, com 28 anos, graduada em administração de empresas, casada, trabalha

como bancária e foi submetida a 35 atendimentos. Trouxe como queixa cansaço

físico excessive, tensão muscular, dificuldade de concentração, sono, alterações no

apetite, choro frequente, preocupação excessiva com o trabalho e dificuldades de

relacionamento social (amizade), além de sintomas físicos (Dor crônica na coluna

cervical e Tendinite no ombro direito). Foram realizadas entrevista, aplicação dos

inventários de Beck (depressão, ansiedade) e técnicas cognitivo-comportamentais

como: registro de pensamentos disfuncionais, reestruturação cognitiva, treino do

controle do estresse e ansiedade, treino de assertividade, treino em habilidade

social, parada de pensamento, distração cognitiva, visualização e administração do

tempo. Vide figura abaixo de estruturação das Sessões Terapeuticas:

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17

Figura 1. Estrutura das sessões segundo Luiz e Domingos (2009)

Os autores dividiram as sessões em três partes para melhor compreensão, sendo elas: 1) Avaliação pré-intervenção; 2) Intervenção e 3) Avaliação pós- intervenção.

Na avaliação pré-intervenção a paciente apresentou:

• Sintomas de estresse na fase de exaustão através do Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL) com predominância de sintomas psicológicos (72%).

• Sintomas físicos teve um comprometimento de (41%).

• Depressão e ansiedade moderada nos Inventários de Beck (BDI = 19 pontos) e (BAI = 21 pontos).

• Já na entrevista trouxe algumas falas sobre seu estado psicológico e relatou sentir muitas dores.

Na avaliação pós intervenção a paciente apresentou:

• Sintomas de estresse na fase de resistência com predominância de sintomas físicos (30%). E sintomas psicológicos (20%).

Na pós intervenção a paciente apresentou:

• Redução do estresse classificada na fase de resistência, diminuindo o risco de

desenvolver doenças mais graves.

(20)

18

Após avaliação pós intervenção, nota-se que a paciente teve uma melhora significativa dos sintomas de depressão e ansiedade não sendo necessário reaplicação dos inventários. De acordo com os autores Borges, Luiz e Domingos (2009, p. 185),

…a presença de estresse foi associada a um prejuízo significativo na qualidade de vida, estando relacionado ao desenvolvimento e manutenção da dor. O enfrentamento de situações estressoras através da técnica de reestruturação cognitiva pode influenciar na redução de sintomas de dor, depressão e ansiedade.

De modo geral, para que haja melhora duradoura no humor e no comportamento do paciente, os terapeutas cognitivos trabalham mais profundamente na cognição: as crenças básicas do paciente sobre si mesmo, seu mundo e as outras pessoas. A modificação das crenças produz uma mudança importante e sólida (BECK, Judith, 2013).

Sendo assim, diante de situações estressantes, de irritação, excitação, confusão ou felicidade, segundo (BRASIO et al, 2003), propõe-se como tratamento cognitive-comportamental o Treino de Controle de Stress (TCS), para manejo do estresse. O objetivo da proposta é fazer uma análise funcional dos estressores, através de quatro fatores de controle do estresse: relaxamento, alimentação, exercício físico e modificações cognitivas.

O TCS apresenta um plano de desenvolvimento, porém não necessariamente uma estratégia a ser seguida rigorosamente.

BRASIO et al (2003), completa:

Ele não se constitui uma terapia voltada a mudança de outros aspectos que não sejam relacionados com o estresse e restringe-se a treinar o paciente a:

1) compreender o que é estresse e identificar seus sintomas, para que consiga identificar também, quando sua sobrecarga de tensão está chegando a um ponto crítico; 2) reconhecer suas fontes de estresse, em potencial, e tentar eliminar as que forem passíveis de mudança; 3) reestruturar seu modo de pensar e ver o mundo, a fim de eliminar a auto tensão (nível excessivo de ativação) muscular (fisiológica) aos pensamentos e aos eventos que provocam sintomas de ansiedade, depressão, insônia, fadiga, dores no pescoço e nas costas, entre outros.

Então, para o tratamento de pacientes com queixa de estresse no ambiente

de trabalho, de acordo com a terapia cognitivo-comportamental, se faz necessário

uma boa psicoeducação, explicando-lhe o que é estresse e encontrarem juntos os

principais fatores desencadeantes no ambiente de trabalho. Como mencionado

acima, não se pode levar em conta apenas o ambiente de trabalho, outras esferas

(21)

19

também precisarão ser analisadas, mas se faz extremamente necessário que o

paciente realize as técnicas, pois com a conceitualização cognitiva lhe permitirá

compreender seu padrão de funcionamento e a treino de relaxamento progressivo

que proporcionará ao corpo que retorne a um estado de conforto para enfrentar as

situações estressantes de forma mais assertiva, proporcionando consequentemente

uma melhora na qualidade de vida.

(22)

20

5 DISCUSSÃO

De acordo com os dados apresentados, nota-se que a terapia cognitivo- comportamental é bastante embasada em técnicas para ajudar pacientes com queixas de estresse no trabalho, o que levará consequentemente a uma melhora na qualidade de vida do sujeito. Para isso, uma boa psicoeducação ao paciente se faz necessária, sobre os possíveis impactos do estresse e como o mesmo reage às situações desencadeadoras. É possível evidenciar, através da conceitualização cognitiva, o comportamento e a cognição e, dessa forma, o paciente tem

“visivelmente” sua forma de pensar, sentir e agir diante de cada situação. Importante orientá-lo também sobre a importância de atividades físicas e da prática de relaxamento para maiores resultados e durabilidade.

Foram encontrados poucos artigos que abordassem fatores do estresse no ambiente de trabalho, um tema bastante atual e que vem afetando a saúde psíquica de muitos trabalhadores. É possível que a busca de artigos em outras bases de dados e outros idiomas traga mais pesquisas sobre o tema estudado. Entretanto os artigos encontrados ressaltam a eficácia da abordagem para o tratamento, uma vez que a melhora é significativa e rápida.

Como sugestão, é importante olhar para esse tema, aprofundar estudos e

apresentar o quanto a terapia cognitivo-comportamental pode contribuir na melhora

da qualidade de vida dos trabalhadores.

(23)

21

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se então, com esse trabalho, que as técnicas da terapia cognitivo- comportamental são de suma importância e eficácia para o tratamento de pacientes com queixa de estresse de modo geral.

O trabalho apresenta algumas técnicas, mas observa-se que as mais importantes seriam a conceituzalização cognitiva, para que o paciente entenda com clareza como sua mente funciona diante de determinadas situações, a técnica de relaxamento progressivo, uma vez que essa lhe trará um bem-estar instantâneo e a reestruturação cognitiva, que faz com que o paciente mude sua forma de pensar sobre os eventos estressantes. Todavia, vale ressaltar que será necessário buscar um equilíbrio, pois o estresse também é positivo, uma vez que não demasiado.

Uma boa psicoeducação e um bom manejo contribuem de maneira significativa para a redução do nível de estresse no ambiente de trabalho e na vida pessoal, tendo como consequência uma melhora na qualidade de vida de modo geral.

A grande intenção do terapeuta cognitivo-comportamental é “ensinar” o

paciente a compreender seu padrão de funcionamento para conseguir se auto

terapeutizar, aprendendo a lidar melhor com seus pensamentos disfuncionais e

emoções, trazendo-lhe uma melhor qualidade de vida, bem-estar e equilíbrio.

(24)

22

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIO, K. M. ET AL. COMPARAÇÃO ENTRE TRÊS TÉCNICAS DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA PARA TRATAMENTO DA FIBROMIALGIA:

TREINO DE CONTROLE DE STRESS, RELAXAMENTO PROGRESSIVO E REESTRUTURAÇÃO COGNITIVA. REV. CIÊNCIAS SAÚDE, 2003

BECK, JUDITH. S. TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL: TEORIA E PRÁTICA. PORTO ALEGRE: ARTMED, 2008.

BECK, JUDITH S. TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL: TEORIA E PRÁTICA. 2. ED. PORTO ALEGRE: ARTMED EDITORA, 2013.

BORGES, C. S, LUIZ, A.M.A.G, DOMINGOS, N.A.M. Intervenção cognitivo comportamental em estresse e dor crônica. Disponível em: out-dez 2009. Acesso em 01/06/2019.

CAVASSANI, A. P; CAVASSANI, E. B; BIAZIN, C. C. QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: FATORES QUE INFLUENCIAM AS ORGANIZAÇÕES. XIII SIMPEP.

BAURU, SÃO PAULO, 2006.

COUTO, P. R.; PASCHOAL, T. RELAÇÃO ENTRE AÇÕES DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO E BEM-ESTAR LABORAL. PSICOL. ARGUM, V. 30, N. 70, PP. 585-593, 2012.

GOLÇALVES, R. M. E. G; TRANSTORNO DE BURNOUT E TÉCNICAS COGNITIVAS: UMA ABORDAGEM NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL.

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LIPP, MARILDA EMMANUEL. O STRESS ESTÁ DENTRO DE VOCÊ. 2. ED. SÃO PAULO: CONTEXTO, 2000.

MARQUES, E. L. L.; DELFINO, T. E. CONTRIBUIÇÕES DAS TÉCNICAS DE RESPIRAÇÃO, RELAXAMENTO E MINDFULNESS NO MANEJO DO ESTRESSE OCUPACIONAL. ISSN 16466977. DOCUMENTO PRODUZIDO EM 20.03.2016.

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SADIR, A. MARIA; LIPP, MARILDA EMMANUEL. INFLUENCIA DO TREINO DE CONTROLE DO ESTRESSE NAS RELACOES INTERPESSOAIS NO TRABALHO.

O MUNDO DA SAÚDE, SÃO PAULO 2013.

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WRIGHT, JESSE H., BASCO, MONICA R., THASE, MIGUEL E. APRENDENDO A

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL: UM GUIA ILUSTRADO. 1. ED –

PORTO ALEGRE: ARTMED, 2008. 224 P.

(25)

23

ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Aline Carvalho de Oliveira, afirmo que o presente trabalho e suas devidas partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título “Redução do Estresse no Trabalho e Promoção da Qualidade de Vida”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo- Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, de de .

Assinatura do (a) Aluno (a)

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