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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL MARTA SOUZA SANTOS

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Academic year: 2021

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL

MARTA SOUZA SANTOS

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: REFLEXÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO E DO APOIO FA-

MILIAR PARA A REMISSÃO DOS SINTOMAS

São Paulo

2019

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MARTA SOUZA SANTOS

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: REFLEXÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO E DO APOIO FA-

MILIAR PARA A REMISSÃO DOS SINTOMAS

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo

2019

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

Santos, Marta Souza

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: REFLEXÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO E DO APOIO FAMILIAR PARA A REMISSÃO DOS SINTO- MAS

Marta Souza Santos, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2019.

29 f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC).

Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1 Transtornos de Ansiedade, 2. Psicoeducação. I. Santos, Marta Souza. II. Alar- con, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.

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Marta Souza Santos

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: REFLEXÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO E DO APOIO FAMILIAR PARA A REMISSÃO DOS SINTO- MAS

Monografia apresentada ao Centro de Estu- dos em Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das exigências para obtenção do título de Es- pecialista em Terapia Cognitivo-Comportamental

BANCA EXAMINADORA

Parecer: _______________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

Parecer: _______________________________________________________

Prof. _____________________________________________________

São Paulo, ___ de ___________ de _____

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família pelo apoio e compa- nheirismo de sempre.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por me guiar em todos os meus caminhos. Aos meus pais pelo incentivo e por terem me ensinado os valores que tenho. Ao meu marido e fi- lhas pela paciência, carinho e companheirismo.

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo descrever os transtornos de ansiedade e seus subtipos. Assim como a importância da psicoeducação e do apoio familiar para a remissão dos sintomas. Foi utilizado o DSM-V, versão atualizada do Manual Diag- nóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, livros e artigos selecionados para este fim. Os transtornos de ansiedade mais conhecidos são TAG (transtorno de ansieda- de generalizada), transtorno de pânico, TETP (transtorno de estresse pós traumáti- co), ansiedade de separação e fobias. Observa-se que nem sempre o apoio da famí- lia é funcional, muitas vezes ajuda o paciente a se esquivar das situações que cau- sam ansiedade, não resolvendo o problema. A psicoeducação se faz necessária uma vez que a falta de conhecimento sobre essas patologias, o prognóstico e a for- ma de tratamento, assim como o preconceito em relação aos trantornos mentais, causam mal entendidos, pensamentos distorcidos e podem aumentar o sofrimento tanto do paciente quanto dos familiares.

Palavras-chave: Transtorno de Ansiedade. Transtorno de Pânico. Psicoeducação.

Apoio Familiar.

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ABSTRACT

This paper aimed to describe anxiety disorders and their subtypes. As well as the importance of psychoeducation and family support for the remission of symp- toms. The DSM-V, updated version of the Diagnostic and Statistical Manual of Men- tal Disorders, books and articles selected for this purpose was used. The most well- known anxiety disorders are GAD (generalized anxiety disorder), panic disorder, TETP (post traumatic stress disorder), separation anxiety and phobias. It is observed that family support is not always functional, often helps the patient to avoid situations that cause anxiety, not solving the problem. Psychoeducation is necessary since the lack of knowledge about these pathologies, the prognosis and the way of treatment, as well as the prejudice regarding mental disorders, cause misunderstandings, dis- torted thoughts and may increase the suffering of both patient and patients relatives.

Keywords: Anxiety disorder. Panic Disorder. Psychoeducation. Family Support.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 8

2 OBJETIVO ... 10

3 METODOLOGIA ... 11

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO... 12

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 24

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 26

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1 INTRODUÇÃO

A ansiedade é inerente à condição humana. Norris (2005) afirma que desde o inicio dos registros históricos, filósofos, lideres religiosos, acadêmicos e, mais recen- temente, profissionais da saúde e cientistas têm tentado desvendar os mistérios da ansiedade e desenvolver intervenções que tratem, efetivamente, dessa condição perturbadora da humanidade.

No mundo inteiro, milhões de pessoas travam uma batalha diária contra a an- siedade clínica e seus sintomas. Esse transtorno provoca uma carga econômica, social e de tratamento de saúde significativa para todos os países, especialmente, em países em desenvolvimento que enfrentam frequentes convulsões sociais e polí- ticas e altas taxas de desastres naturais (CLARK E BECK, 2012).

“Muitas palavras diferentes estão relacionadas à experiência subjetiva de an- siedade tais como “medo”, “pavor”, “pânico”, “apreensão”, “nervoso”, “preocupação”,

“temor”, “horror” e “terror””. Como consequência disso, existe uma considerável con- fusão e imprecisão no uso comum do termo “ansioso”. Neste sentido, qualquer teoria da ansiedade que espera oferecer orientação para pesquisa e tratamento da ansie- dade deve diferenciar “medo” e “ansiedade” (BARLOW, 2002 apud CLARK E BECK, 2012).

Clark e Beck (2012) definem medo como “um estado neurofisiológico automá- tico primitivo de alarme envolvendo a avaliação cognitiva de ameaça ou perigo imi- nente à segurança e integridade de um indivíduo”. Os mesmos autores definem a ansiedade como “um sistema de respostas cognitiva, afetiva, fisiológica e compor- tamental, que é ativado quando eventos ou circunstâncias são consideradas alta- mente aversivas e que poderiam ameaçar os interesses vitais de um indivíduo”.

De acordo com Barlow (2002):

O medo como avaliação automática básica de perigo é o processo central em todos os transtornos de ansiedade. Ele é evidente nos ataques de pânico e nos aumentos agudos de inquietude que as pessoas relatam em situações específicas. Ansiedade, por outro lado, descreve um estado mais permanente de ameaça ou apreensão ansi- osa que inclui outros fatores cognitivos além do medo, tais como aversão percebida, incontrolabilidade, incerteza, vulnerabilidade e incapacidade de obter resultados de- sejados (Barlow, 2002).

Os transtornos de ansiedade são a forma mais prevalente de distúrbio psico- lógico (Kessler et al., 2005). Esses estudiosos afirmam que de acordo com estudos

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epidemiológicos de amostras de adultos tem sido possível documentar uma taxa de prevalência durante a vida de 25 a 30% para pelo menos um transtorno de ansieda- de.

Os transtornos de ansiedade também são comuns na infância e adolescência, com as taxas de prevalência de 6 meses variando de 6 a 17% (Breton et al.,1999;

Romano et al., 2001). Os transtornos de ansiedade que surgem durante a infância e adolescência frequentemente persistem até o inicio da idade adulta (Newman et al., 1996).

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM – V), des- creve vários subtipos específicos de ansiedade que se juntam formando o conceito de “transtornos de ansiedade”. Craske (2003) afirma que “apesar dos transtornos de ansiedade mais específicos compartilharem alguns aspectos comuns como a ativa- ção do medo a fim de detectar e evitar a ameaça, há diferenças importantes com implicações para o tratamento”.

A Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) tem se mostrado altamente eficaz no tratamento dos transtornos de ansiedade (KNAPP; BACK, 2008). A TCC é uma abordagem breve e o foco do trabalho é a reestruturação cognitiva. Tem-se obser- vado na prática clínica que os pacientes ansiosos sofrem por não saber o que está acontecendo, de fato, com eles. A Psicoeducação é muito importante no sentido de educar o paciente e seus familiares em relação aos transtornos de ansiedade, tor- nando familiar o que é desconhecido. Muitas vezes os pacientes são julgados pelos familiares e não recebem o devido acolhimento o que pode afetar ainda mais o qua- dro ansioso.

Um dos objetivos desse estudo é descrever de forma clara e objetiva esses subtipos de ansiedade para que as pessoas consigam identificar a fim de buscar ajuda especializada. Sabe-se que a presença de um transtorno de ansiedade, ou mesmo apenas de sintomas ansiosos está associada a uma redução significativa na qualidade de vida, bem como no funcionamento social e ocupacional (Mendlowicz e Stein, 2000).

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2 OBJETIVO

Esse trabalho teve como objetivo apresentar uma visão atualizada dos trans- tornos de ansiedade, tipos, sintomas e a importância da psicoeducação e do apoio familiar para o tratamento.

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3 METODOLOGIA

Para a realização deste estudo foi utilizado o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V, APA, 2014) e feita uma pesquisa bibliográfica não sistematizada nas bases de dados Scielo, Pubmed, BVS, Google acadêmico sobre o assunto.

As palavras-chave utilizadas foram: ansiedade, psicoeducação e ansiedade, apoio familiar e ansiedade.

Os critérios de inclusão foram artigos publicados em português, focados na Abordagem Cognitivo-Comportamental e Abordagem Sistêmica. Foram excluídos artigos publicados em outras línguas e outras abordagens teóricas.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais (DSM-V) (APA, 2014) “os transtornos de ansiedade incluem os transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações com- portamentais relacionados”. Os trantornos de ansiedade podem ser diferenciados pelo exame criterioso dos tipos de objetos ou situações temidas e pelo conteúdo dos pensamentos e crenças do indivíduo. Ainda de acordo com o DSM-V “muitos dos transtornos de ansiedade se desenvolvem na infância e tendem a persistir se não forem tratados. A maioria ocorre com mais frequência em indivíduos do sexo femini- no do que no masculino”.

É importante investigar se os sintomas não são consequências do uso de medicamentos ou outra condição médica e se não são mais bem explicados por ou- tro transtorno mental. Para uma melhor compreensão sobre esse assunto optou-se por descrever de forma objetiva os tipos de ansiedade e sintomas. Para este fim foi utilizado como base informações contidas no DSM-V (APA, 2014).

Transtorno de Ansiedade de Separação

O transtorno de ansiedade de separação envolve medo e ansiedade excessi- vos em relação à separação das figuras de apego. Geralmente, o inicio se dá em idade pré-escolar ou em qualquer momento durante a infância, mas pode ocorrer também na adolescência. Os adultos que apresentam esse transtorno podem sentir dificuldade para enfrentar mudanças além de experimentar perturbação significativa devido a necessidade de checar continuamente o paradeiro de uma pessoa amada.

Como fatores de risco estão os fatores ambientais (mudanças e estresse) e genéti- cos e fisiológicos(herdados). Os sintomas mais comuns são: dor de cabeça, dor ab- dominal, náusea, vômito, recusa de ir à escola, retraimento social, tristeza, apatia, dificuldade de concentração. Dependendo da idade a criança, pode ter medo de animais, monstros, escuro, ladrões, sequestradores, viagem de avião, acidente de carro, morte dos pais etc. Algumas crianças podem demonstrar raiva ou agressão em relação a quem está forçando a separação. Geralmente, as crianças com esse

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transtorno são vistas como exigentes e com necessidade de atenção constante.

Quando adultas, podem parecer dependentes e superprotetoras. As demandas ex- cessivas, por vezes, se tornam fonte de frustração para a família, causando ressen- timento e conflito familiar (APA, 2014).

Mutismo Seletivo

As crianças com mutismo seletivo podem se recusar a falar em alguns ambi- entes, mas falam normalmente em outros, principalmente em casa. O “fracasso” na fala pode provocar prejuízos acadêmicos e sociais, uma vez que, a criança não ver- baliza suas dificuldades e necessidades. Geralmente, apresentam timidez excessi- va, medo de constrangimento, isolamento e retraimento social, apego, traços com- pulsivos, negativismo, ataques de birra ou comportamento opositor leve. No geral, crianças com mutismo seletivo têm habilidades de linguagem normal, mas pode ha- ver um transtorno de comunicação associado. É um transtorno relativamente raro com inicio, geralmente, antes dos cinco anos de idade podendo ser despercebido até a entrada na escola, momento em que tende a aumentar os contatos sociais. Em alguns casos, o mutismo seletivo pode servir como estratégia compensatória para reduzir o aumento da ansiedade social. Como fatores de risco encontram-se o tem- peramento, o ambiente e a genética (APA, 2014).

Fobia Específica

Na fobia específica o medo ou ansiedade está condicionado à presença de um estímulo fóbico, objeto ou situação. O medo e a ansiedade são desproporcionais ao perigo real, frequentemente, os indivíduos percebem que suas reações são des- proporcionais, ainda assim, superestimam o perigo nas situações temidas. Este transtorno causa sofrimento significativo e prejuízos no funcionamento profissional e social, uma vez que, é comum a pessoa se esquivar e evitar lugares para não entrar em contato com o objeto ou situação fóbica. A fobia específica costuma ter inicio na infância. Os medos excessivos são comuns em crianças pequenas, mas, geralmen- te, são transitórios. Nesse caso não se aplica a fobia específica. É importante avaliar o grau de prejuízo e a duração do medo e se é típico para o estágio de desenvolvi-

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mento da criança. Em relação aos fatores de risco pode-se citar: temperamento, o ambiente e a genética (APA, 2014).

Transtorno de Ansiedade Social

O indivíduo apresenta medo ou ansiedade de forma intensa em situações so- ciais nas quais pode ser avaliado pelos outros. Sente medo de ser avaliado negati- vamente, teme apresentar sintomas de ansiedade tais como ruborizar, tremer, transpirar etc. Em crianças, o medo ou ansiedade pode ser demonstrado por choro, ataques de raiva, imobilização, comportamento de agarrar-se ou encolher-se em situações sociais. Os adultos podem apresentar uma postura corporal rígida, contato visual inadequado ou falar com voz extremamente suave. O transtorno de ansiedade social está associado a taxas elevadas de evasão escolar e prejuízos no bem-estar, no emprego, na produtividade laboral e na qualidade de vida. Este transtorno, fre- quentemente, está associado a outros transtornos de ansiedade tais como transtor- no depressivo maior, transtorno por uso de substâncias, transtorno bipolar e trans- torno dismórfico corporal. Em crianças é comum estar associado com mutismo sele- tivo (APA, 2014).

Transtorno de Pânico

Segundo o DSM-V (APA, 2014), o transtorno de pânico é definido como ata- ques de pânico inesperados recorrentes. São inesperados devido ao fato de não existir um desencadeante óbvio no momento da ocorrência. Um ataque de pânico é definido como um surto abrupto de medo ou desconforto intenso que alcança um pico em minutos e ocorre quatro ou mais de uma lista de 13 sintomas físicos e cog- nitivos. Os sintomas são:

1. Palpitações, coração acelerado, taquicardia.

2. Sudorese.

3. Tremores ou abalos.

4. Sensações de falta de ar ou sufocamento.

5. Sensações de asfixia.

6. Dor ou desconforto torácico.

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7. Náusea ou desconforto abdominal.

8. Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio.

9. Calafrios ou ondas de calor.

10. Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).

11.Desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo).

12. Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.

13. Medo de morrer.

Para o diagnóstico de transtorno de pânico é necessário mais de um ataque de pânico completo inesperado (APA, 2014).

Agorafobia

Agorafobia é caracterizada pelo medo ou ansiedade intensa desencadeada pela exposição real ou prevista a diversas situações como uso de transporte público, permanecer em espaços abertos, permanecer em locais fechados, permanecer em filas ou ficar em meio a uma multidão e sair de casa sozinho. O diagnóstico só deve ser realizado se os sintomas ocorrerem em, pelo menos, duas das cinco situações citadas. O medo ou ansiedade podem assumir a forma de um ataque de pânico com sintomas completos ou limitados. Se não tratado de forma correta, a agorafobia po- de levar os indivíduos a ficarem completamente restritos à sua casa, se tornando incapazes de sair e dependentes de outra pessoa até mesmo nas suas necessida- des básicas. A herdabilidade para a agorafobia é de 61%. Entre os vários tipos de fobias é a que tem associação mais forte com o fator genético em relação à predis- posição a fobias. É importante salientar que a maioria dos indivíduos com agorafobia também tem outros transtornos mentais (APA, 2014).

Transtorno de Ansiedade Generalizada

O DSM-V (APA, 2014) descreve o transtorno de ansiedade generalizada (TAG) como ansiedade e preocupação excessiva em relação a diversos eventos ou atividades. A intensidade, duração ou frequência é desproporcional à probabilidade real ou ao impacto do evento. O indivíduo apresenta dificuldade de controlar a preo- cupação e de evitar a interferência de pensamentos preocupantes. A diferença prin-

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cipal entre as faixas etárias está no conteúdo da preocupação. Os adultos, geral- mente, se preocupam de forma excessiva com responsabilidades do trabalho, saúde e finanças, a saúde dos membros da família etc. No caso das crianças com esse transtorno a preocupação tende a ser em relação à competência ou qualidade de desempenho na escola ou atividades esportivas. As crianças com o transtorno po- dem ser excessivamente conformistas, perfeccionistas e inseguras, muitas vezes refazem tarefas em razão da excessiva insatisfação, buscam a perfeição. A ansie- dade e a preocupação são acompanhadas por pelo menos três dos seguintes sinto- mas: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, fatigabilidade, dificuldade de concentrar-se ou sensações de “branco” na mente, irritabilidade, ten- são muscular e perturbação do sono. No caso de crianças apenas um sintoma é exigido.

Transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento

Neste caso, os sintomas são considerados como decorrentes dos efeitos de uma substância. Os sintomas de pânico ou ansiedade devem ter se desenvolvido durante ou logo após a intoxicação ou abstinência da substância ou após a exposi- ção a um medicamento. O diagnóstico não deve ser dado se o inicio dos sintomas precede a intoxicação ou a abstinência da substância ou se os sintomas persistem por mais de um mês, desde o momento da intoxicação grave ou da abstinência. Al- gumas substância podem desencadear os sintomas entre elas estão: álcool, cafeína, cannabis, fenciclidina, outros alucinógenos, inalantes, estimulantes (incluindo cocaí- na), sedativos, hipnóticos e ansiolíticos etc. Alguns medicamentos que evocam sin- tomas de ansiedade são: anestésicos e analgésicos, broncodilatadores, insulina, anticolinérgicos, compostos para tireoide, contraceptivos orais, anti-histamínicos, medicamentos antiparksonianos, corticosteroides, medicamentos anti-hipertensivos e cardiovasculares, anticonvulsivantes, carbonato de lítio, medicamentos antipsicóti- cos e antidepressivos etc. (APA, 2014).

Transtorno de Ansiedade Devido a outra Condição Médica

Neste caso, a ansiedade pode ser mais bem explicada como um efeito fisioló- gico direto de outra condição médica. Algumas das condições médicas que incluem

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a ansiedade como uma manifestação sintomática são: doença endócrina (p. ex., hi- pertiroedismo, feocromocitoma, hipoglicemia, hipercortisolismo); Distúrbios cardio- vasculares (p. ex. insuficiência cardíaca congestiva, embolia pulmonar, arritmias co- mo a fibrilação atrial); Doença respiratória (p. ex. doença pulmonar obstrutiva crôni- ca, asma, pneumonia); Distúrbios metabólicos (p. ex. deficiência de vitamina B12, profiria) e Doença neurológica (p. ex. neoplasias, disfunção vestibular, encefalite, transtornos convulsivos). O diagnóstico deve ser realizado quando a condição médi- ca induz ansiedade e precedeu o inicio desta (APA, 2014).

Outro Transtorno de Ansiedade Especificado

De acordo com o DSM-V (APA, 2014), esta categoria aplica-se quando os sin- tomas característicos de transtorno de ansiedade causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo, mas não satisfazem todos os critérios para qual- quer transtorno na classe diagnóstica dos transtornos de ansiedade. Por exemplo:

Ataques com sintomas limitados; Ansiedade generalizada não ocorrendo na maioria dos dias; Khyâl cap (ataques de vento); Ataque de nervos (ataque de nervos).

Transtorno de Ansiedade Não Especificado

A categoria transtorno de ansiedade não especificado é usada nas situações em que o clínico opta por não especificar a razão pela qual os critérios para um transtorno de ansiedade específico não são satisfeitos e inclui apresentações pa- ra as quais não há informações suficientes para que seja feito um diagnóstico mais específico (p. ex., em salas de emergência) (DSM-V, APA, 2014).

Terapia Cognitivo-Comportamental

A autora Judith Beck descreve em seu livro “terapia cognitivo-comportamental - teoria e prática” (2013), que seu pai Aaron Beck começou a desenvolver a TCC no final da década de 1950 e inicio da década de 1960. No inicio os estudos eram sobre a depressão. No fim da década de 1970, Beck e seus colegas começaram a estudar a ansiedade e descobriram que os pacientes com ansiedade precisavam avaliar me- lhor o risco das situações que temiam, reduzir a evitação e enfrentar as situações que temiam, levando em consideração seus recursos internos e externos, além de melhorar tais recursos.

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A mesma autora (BECK, J., 2013) salienta que a TCC deve se adequar a ca- da paciente. No entanto, existem alguns princípios que estão presentes na TCC para todos os pacientes:

• Formulação em desenvolvimento contínuo dos problemas dos pacientes e conceitualização individual de cada paciente em termos cognitivos.

• Estabelecimento de uma aliança terapêutica sólida, com afeto, empatia, aten- ção e interesse genuíno

• Colaboração e participação ativa (terapeuta e paciente)

• Foco nos problemas e orientada para os objetivos. Enumera-se os problemas e estabelece objetivos específicos.

• Foco no presente, no aqui e agora. Examina-se os problemas atuais, situa- ções específicas que causam angustia para os pacientes. A atenção se volta ao passado quando necessário. De acordo com Beck(2013) existem duas cir- cunstâncias para isso: “quando o paciente quer e o não fazer coloca em risco a aliança terapêutica; quando o entendimento da origem infantil de suas cren- ças poderá ajudar a modificar suas ideias rígidas”.

• Objetiva ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta, é educativa e enfatiza a prevenção de recaída.

• Visa ser limitada no tempo. Muitos pacientes são tratados em 6 a 14 sessões.

No entanto, alguns pacientes precisam de até dois anos de terapia, ou mais.

• As sessões são estruturadas. Geralmente, inicia-se com a verificação do hu- mor, breve resumo da semana, define-se uma pauta para a sessão. Em se- guida, examina-se o exercício de casa, discute-se os problemas da pauta, de- fine-se um novo exercício de casa e um resumo do que foi trabalhado em sessão. No final, deve ser feito um feedback, para verificar como foi a sessão para o paciente.

• Ensinar aos pacientes a identificar, avaliar e responder aos seus pensamen- tos e crenças disfuncionais. O terapeuta ajuda o paciente a identificar as prin- cipais cognições e adotar perspectivas mais realistas e adaptativas.

• É utilizado uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento. Inclusive, técnicas de outras abordagens como Gestalt, Fe- nomenologia, Psicodinâmica, entre outras.

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Psicoeducação e apoio familiar

Beck J. (2013) descreve a Psicoeducação como “Educar o paciente quanto à natureza e ao curso do seu transtorno, sobre o processo da terapia cognitivo com- portamental e sobre o modelo cognitivo, como seus pensamentos influenciam suas emoções e comportamento”.

A Psicoeducação surgiu em 1970, como um modelo de intervenção que en- volve o paradigma da complexidade da espécie humana. Englobando o desenvolvi- mento social, emocional e comportamental do indivíduo (WOOD et al, 1999 apud LEMES & NETO, 2017). O modelo psicoeducacional integra dados de outras disci- plinas como a educação, a filosofia, a medicina, entre outras, objetivando ampliar o fornecimento de informações ao paciente para que ele obtenha uma compreensão não fragmentada acerca de seu diagnóstico. Assim, o paciente obtém um entendi- mento holístico de seu adoecimento (COLE & LACEFIELD, 1982 apud LEMES &

NETO, 2017).

Lemes e Neto (2017) realizaram uma revisão sistemática da literatura sobre

“Psicoeducação”, investigaram as aplicações da psicoeducação no contexto da saú- de. Verificou-se que a psicoeducação pode ser aplicada em diferentes tipos de do- enças tanto psicológicas quanto físicas como câncer, dependência química, doença cardiovascular, hipertensão, Alzheimer, estresse, transtorno afetivo bipolar, esquizo- frenia, transtornos psiquiátricos, transtorno de ansiedade, transtorno de estresse pós traumático etc. Alguns dos benefícios relatados foram: desenvolvimento de estraté- gias de enfrentamento para exames invasivos, diminuição do uso de álcool e maco- nha, diminuição dos sintomas, ganhos cognitivos, melhora no bem estar do cuida- dor, melhora tanto no aspecto psicológico quanto social. Melhora na satisfação geral com a vida, melhora no envolvimento social, mais presença de afetos positivos, au- tonomia e conscientização da psicopatologia, aquisição de conhecimento, adesão ao tratamento, mudanças positivas na vida, entre outros (LEMES & NETO, 2017). O uso da psicoeducação em conjunto com outras técnicas cognitivo-comportamentais propicia melhora nos sintomas de ansiedade em crianças (PETERSEN, 2011).

Isolan et al (2007) investigaram sobre os tratamentos do transtorno de ansie- dade social em crianças e adolescentes. Verificou-se que entre as diferentes formas de psicoterapia, a TCC é que apresenta maiores evidências de eficácia. Os mesmos autores relatam sobre a importância de “educar a família a respeito da doença, da

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comunicação com a escola e o adequado diagnóstico e tratamento dos transtornos psiquiátricos comórbidos”.

Nogueira et al (2017) realizaram uma pesquisa bibliográfica sobre a importân- cia da psicoeducação na terapia cognitivo comportamental. Fizeram a análise de 15 artigos científicos produzidos entre 2006 e 2016, no Brasil. Os autores chamam a atenção para a escassez de estudos sobre essa temática. Apesar das dificuldades enfrentadas na busca dos artigos, a literatura pesquisada revelou a importância da psicoeducação para a TCC, tanto na esfera individual, com variados transtornos psi- cológicos, quanto nas intervenções em grupo, no compartilhamento de experiências, diminuindo as crenças disfuncionais e melhorando a autonomia, lazer e relaciona- mentos interpessoais. Afirmam ainda que os benefícios vão além da adesão ao tra- tamento, redução das taxas de recaídas e hospitalizações. Incluindo a melhora da qualidade de vida, elevação da autoestima e desenvolvimento de mudanças no esti- lo de vida.

Em outro artigo de revisão realizado por Petersen (2011) que apresenta estu- dos baseados em evidências e procedimentos clínicos para os transtornos de ansie- dade na infância, revela-se que o tratamento deve-se iniciar com educação afetiva e familiarização com o modelo de tratamento através de Psicoeducação. A autora afirma que o tratamento tem como objetivo principal

...ensinar a criança a reconhecer sinais de ansiedade, utilizando esses si- nais para enfrentar a mesma. A criança aprende a identificar os processos cognitivos envolvidos no transtorno de ansiedade, a identificar e nomear seus sentimentos, usar estratégias para controlar a ansiedade e recebe treinamento em relaxamento (PETERSEN, 2011).

No inicio do tratamento considera-se importante investigar os possíveis es- tressores familiares e sociais envolvidos nos seus sintomas. Assim como os fatores de risco e proteção que a família e outros ambientes podem apresentar. Nesse sen- tido faz se necessário o envolvimento da família e da escola (PETERSEN, 2011).

Ainda existe muito preconceito em relação aos transtornos mentais e falta de conhecimento sobre as doenças psíquicas. No ambiente familiar é comum o indivi- duo acometido por algum transtorno ser visto como “fraco”, como alguém que quer chamar a atenção. Além disso, muitas famílias não sabem como agir diante dos sin- tomas apresentados. Pode acontecer dos familiares incentivarem a esquiva, provo- cando reforçamento negativo. O descaso aliado a não saber como agir pode fazer

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com que aumente o sofrimento do indivíduo por se sentir sozinho, sem apoio e sem forças para enfrentar as situações (SOUZA et al, 2015).

Por outro lado, Borba et al (2011) salienta que a família é considerada como um dos fatores mais importantes para que ocorra a melhora do paciente com trans- torno mental. Portanto, a família também deve receber assistência psicológica e in- formação de como proceder da melhor forma.

De acordo com Castilho et al (2000) nos casos de ansiedade, as intervenções com os familiares têm como objetivo conscientizá-los em relação às crises de ansie- dade, auxiliando-os a estimular a autonomia e competência do indivíduo e potencia- lizar suas conquistas.

Souza et al (2015) investigaram o papel da família na manutenção de respos- tas de ansiedade. A pesquisa foi realizada com 30 estudantes do primeiro semestre do curso de Nutrição da universidade da Amazônia (UNAMA). Os participantes fo- ram divididos em dois grupos: grupo A, composto por 16 participantes, com ansie- dade severa e moderada e grupo B, composto por 14 participantes, com ansiedade leve e mínima. Verificou-se que 100% dos participantes do grupo A relataram com- portamentos de esquiva diante de situações que causam ansiedade. O mesmo comportamento foi relatado por 79% do grupo B. Além disso, 56% dos participantes do grupo A alegaram receberem ajuda familiar para esquivar-se das situações, en- quanto que no grupo B foram apenas 27%. Apenas 10% de todos os participantes relataram enfrentar as situações temidas e perceberam uma diminuição nos sinto- mas.

A ajuda familiar se apresentou como favorecimento de esquiva. Neste caso, o indivíduo sente alívio, por não ter enfrentado o que temia. Contudo, como o proble- ma relacionado à ansiedade não foi resolvido, é provável que a situação se repita, assim como os sintomas da ansiedade e, consequentemente, a pessoa se esquiva novamente (SOUZA et al, 2015).

Yacubian & Neto (2001) afirmam que muitos familiares possuem dúvidas e se sentem despreparados para ajudar um parente com transtorno mental. No entanto, existem famílias que proporcionam ao paciente o suprimento de suas necessidades físicas, suporte financeiro, monitoram a medicação e consultas médicas e socorrem os pacientes nas situações de crise. Nesses casos é comum que ocorra uma sobre- carga comprometendo a saúde, vida social, relação com outros membros da família desempenho profissional e escolar etc. “Para auxiliar essas famílias a Psicoeduca-

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ção vem sendo implantada em algumas instituições que cuidam de saúde mental e sua importância mostra-se cada vez mais evidente” (ANDERSON et al., 1980;

MCFARLANE et al., apud YACUBIAN & NETO, 2001). No processo de Psicoeduca- ção a família recebe informações que possibilitam a legitimação da doença. Os fami- liares tornam-se capazes de entender melhor a doença e os limites que ela pode impor aos pacientes (YACUBIAN & NETO, 2001).

De acordo com Dattilio (2006) “a habilidade dos familiares para resolver confli- tos e tensões em suas vidas depende em parte de mudar as crenças enraizadas dos membros da família sobre o funcionamento individual e familiar”. Afirma, ainda, que as crenças dos pais influenciam o modo como os filhos interpretam os diversos eventos da vida, contribuindo para os conceitos que uma criança forma sobre o mundo.

Pensando no individuo como sendo um membro de uma família, não se pode desconsiderar o contexto familiar no tratamento do paciente. A abordagem sistêmica oferece contribuições importantes para o paciente e seus familiares. Pressupõe que cada pessoa do grupo familiar afeta e é afetada pelo outro, bem como está envolvi- da no problema, sendo parte dele e, também da solução. A família é vista como um grupo de indivíduos que possui padrões de organização e funcionamento, estrutura e objetivos próprios (BRUSCAGIN, 2010).

Considerando que o indivíduo está em constante interação com outros, “os sintomas de cada pessoa deixaram de ser entendidos como apenas dela e, passa- ram a ser vistos como parte e produto das inter-relações no interior do contexto em que está inserida” (BRUSCAGIN, 2010). Apesar do foco da Abordagem Sistêmica estar no modo como as pessoas se relacionam, é impossível negar que na prática, nós, terapeutas de casal e família, estamos o tempo todo investigando as crenças e os pensamentos dos clientes.

A própria Abordagem Sistêmica surgiu “quebrando” antigos paradigmas da ci- ência tradicional, movimento este que lembra o questionamento socrático da terapia cognitiva comportamental, a busca de evidências etc. “Houve uma mudança nas crenças que até então eram tidas como verdades absolutas. A forma de pensar e agir na clínica passaram pela modificação do pensamento linear (causa e efeito) pa- ra o pensamento circular” (BRUSCAGIN, 2010).

Bruscagin (2010) afirma que pensar sistemicamente é:

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[...]uma forma de compreender o mundo e a vida. É sair do terreno das verdades estabelecidas, dos dogmas, para poder levantar diferentes hipóteses, encontrar novas alternativas e trazer à tona os recursos dos sujeitos envolvidos no problema. É poder ver uma mesma situação sob diferentes aspectos, buscando entender como o todo e as partes se re- lacionam, interagem e se mantêm. É buscar as diferenças e semelhan- ças, e não o certo e o errado. É ver a realidade de uma forma holística, ecológica e circular. Essa visão propicia formas diferentes de compre- ender a realidade na psicoterapia e trabalhar com ela. (BRUSCAGIN, 2010).

Diante do exposto entende-se que as pessoas sofrem uma forte influência de seu contexto social, assim, qualquer tentativa de compreendê-las precisa incluir o conhecimento sobre suas famílias. Muitas crenças e pensamentos disfuncionais são transmitidos e ou ensinados na própria família. Desde criança somos moldados por tudo que vemos, ouvimos, sentimos, pelas mensagens subliminares, pelas falas adoecidas e “cheias” de erros cognitivos. A forma como vamos construindo nossa visão de mundo, das pessoas e de nós mesmos é influenciada pelo contexto no qual estamos inseridos e pelas experiências que vivemos desde a mais tenra idade. Por- tanto, é importante que a Psicoeducação seja realizada tanto com o paciente quanto com a família.

Considera-se relevante salientar a dificuldade em encontrar artigos sobre psi- coeducação e apoio familiar nos casos de “ansiedade”. Existem muitos estudos fa- lando dessa temática nos casos de Esquizofrenia, Bipolaridade, Boderline etc. No entanto, esses artigos foram excluídos, pois não estava dentro dos critérios pré es- tabelecidos. Uma das hipóteses para essa dificuldade pode ter sido pela metodolo- gia aplicada, os critérios utilizados, provavelmente, ocasionou uma redução na quan- tidade de artigos selecionados. Contudo, essa mesma dificuldade é mencionada por outros pesquisadores (NOGUEIRA et al, 2017). O que faz questionar se os estudio- sos do comportamento humano estão subestimando os transtornos de ansiedade e os prejuízos emocionais que esses transtornos causam nas pessoas e o impacto do apoio familiar no processo de tratamento do paciente ansioso. Observa-se a neces- sidade de novos estudos, mais amplos e direcionados aos trantornos de ansiedade.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a pesquisa realizada, a Psicoeducação mostra-se extrema- mente importante, proporciona benefícios tanto para o paciente quanto para seus familiares. Além disso, um dos princípios da terapia cognitiva comportamental é que o paciente se trone seu próprio terapeuta, ou seja, ele precisa ter conhecimento e saber como agir.

Sabe-se que antigamente a família era vista como causadora das doenças mentais, especificamente, a esquizofrenia (YACUBIAN & NETO, 2001). Atualmente, a família é vista como aliada ao tratamento, “cada pessoa do grupo familiar afeta e é afetada pelo outro, bem como está envolvida no problema, sendo parte dele e, tam- bém da solução” (BRUSCAGIN, 2010).

A prática clínica proporciona uma observação direta de como os pacientes se sentem em relação aos sintomas provocados pelos transtornos de ansiedade. A maioria deles não tem consciência, não sabem, da existência dos pensamentos au- tomáticos. Não aprenderam a expressar suas emoções e sentimentos de forma sau- dável e funcional.

Relatos de agressividade, irritação, solidão, conflitos, sentimento de injustiça e abandono e descontrole dos impulsos são comuns o que faz pensar que não aprenderam a regular suas emoções. E, que possuem muitos pensamentos disfun- cionais.

Neste sentido, a psicoeducação aliada ao treinamento de habilidades sociais, principalmente comunicação assertiva, se faz necessária para pacientes e familia- res. Muitas vezes a família tenta ajudar e acaba incentivando o paciente a se esqui- var das situações ansiogênicas, num primeiro momento o paciente se sente aliviado, mas como o problema relacionado à ansiedade não é resolvido é provável que os sintomas da ansiedade se repitam (SOUZA et al, 2015). Observa-se que essa ajuda disfuncional pode ser proveniente de crenças disfuncionais, da falta de informação e do preconceito que ainda existe em relação aos transtornos mentais.

É notável que o apoio familiar é muito importante. No entanto, é preciso verifi- car junto ao paciente como ele se sente ajudado. A comunicação assertiva entre pa-

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ciente e família é fundamental. Assim, como o enfrentamento das situações que causam ansiedade.

Este trabalho traz informações importantes sobre os tipos de transtornos de ansiedade para que as pessoas, de um modo geral, tenham acesso. Cumpre a ideia inicial de trazer uma linguagem clara e objetiva, sem muitos termos técnicos. Vale ressaltar que as informações contidas aqui são só informativas. O tratamento deve ser realizado com profissionais capacitados para este fim.

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<https://revistas.ufpr.br/refased/article/view/5047>. Acesso em: 25 jul. 2019

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ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Marta Souza Santos, afirmo que o presente trabalho e suas devi- das partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabili- dade autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de Conclu- são de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o título

“TRANSTORNOS DE ANSIEDADE: REFLEXÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA PSICOEDUCAÇÃO E DO APOIO FAMILIAR PARA A REMISSÃO DOS SINTO- MAS”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cog- nitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações rea- lizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

_______________________

Assinatura do (a) Aluno (a)

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