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CURSO_ SAPATEADO. . objectivos e benefícios. . A técnica do Sapateado Americano

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Academic year: 2021

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Este projeto de aula de sapateado americano está sendo apresentado pela professora Juana Navarro, doutoranda em Motricidade Humana-Dança pela FMH ULisboa, mestre em Performance-Dança pela FMH ULisboa e licenciada em Dança e Bailarino profissional pela Escola de Dança da UFBa-Universi-dade Federal da Bahia. O objetivo é ensinar a técnica do Sapateado Americano/Tap Dance, bem como a importância e os benefícios ao corpo humano dela decorrentes.

O corpo humano é o mais receptivo dos instrumentos musicais. Cada som natural influi positivamente. O sorriso, os gestos, o olhar, os sons são mais que caminhos através dos quais refletimos tudo aquilo que compõe o nosso mundo interior e serão externados através da energia colocada em cada passo da dança.

. objectivos e benefícios

Essa linguagem de dança permite e facilita ao aluno uma maior amplitude e domínio da sua kinesfera e ao mundo que o cerca, não apenas pela mobilidade física em apoio à comunicação, mas também à socialização, incentivando a interação com o outro. Irá facilitar ainda o desenvolvimento da criatividade, da expressão, da consciência corporal, do equilíbrio e da coordenação motora, do ritmo e da musicalidade. Desta forma, possibilitará o fortalecimento da auto-estima individual e do grupo, melhorando assim a sua qualidade de vida.

Alguns dos Benefícios:

. Auxilia no treino cardiovascular

. Em 27 minutos de Shim Sham Shimmy é possível perder 204 calorias . Melhora a coordenação motora

. A percepção musical é aprimorada

. Desenvolve a criatividade e permite uma melhor consciência corporal

. A técnica do Sapateado Americano

O sapateado é uma técnica de dança que tem como principais características o ritmo e a coordenação motora. Segundo Karnas (2014) o sapateado é um gênero de dança que permite o bailarino a produzir, através dos movimentos coordenados dos pés, seu próprio ritmo e sua própria música. Ainda com essa autora, o sapateado “é caracterizado pela variedade de movimentos [...] ficando muitas vezes, na fron-teira entre as artes da dança e da música. Por se tratar de uma dança em que a sua relação com a música é de indiscutível intimidade.” O grande diferencial desta técnica das outras técnicas de dança, é

que se percebe ao longe “[...] por apelar para o ouvido, tanto quanto para os olhos” (Wollen, 1995, p17). Isto é, além de dança, o sapateado também é um instrumento de percussão que, com batidas simples ou complexas dos pés, crias sons e melodias rítmicas das mais variadas (Pereira, 2006).

Mas é importante salientar que não só os pés são importantes nesta técnica, como também todo o corpo. Os pés vão marcar o tempo para que aconteça a dança em todo o corpo, numa consequência melódica. “Embora os pés, impulsionados pelas pernas, é que produzem os sons, todo o corpo entra em ação na dança do sapateado, pois a cabeça, tronco, quadris e braços devem complementar as ações das pernas e dos pés” (Sampaio apud Pereira, 2006, p. 13).

Para completar essa explanação sobre a relação entre música, sapateado e movimento, temos Marchina (1988):

A música dá o compasso, os pés dão o padrão rítmico e o corpo cria a melodia. Essa integração faz do sapateador, antes de mais nada, um músico pelo domínio rítmico, que é indispensável na arte de sapatear. A melodia está intimamente ligada à arte de se dançar. Portanto, quanto maior a expressão do corpo, melhor é o desempenho do sapateador que explorará, com domínio e técnica, as formas de movimento. (1988, p. 22).

Essas características todas do sapateado americano são resultado de sua origem, que aconteceu a partir da combinação entre danças folclóricas e populares de três lugares do mundo: Irlanda, Inglaterra e África. Segundo Sales apud Pereira (2006), a primeira troca de talentos entre negros africanos, imigrantes ingleses e irlandeses ocorreu por volta de 1840 nos Estados Unidos. Ao juntarem as diferentes técnicas e particularidade de suas respetivas danças, esses três povos iniciaram o desenvolvimento do sapateado americano.

Da dança irlandesa temos o Jig (dança folclórica mais antiga da Irlanda), da dança folclórica inglesa temos a influência do Clog, que é uma dança de caráter Folk. A movimentação dos pés eram parecidas com as do Jig irlandês.

Mas foi a partir da dança dos escravos africanos que culminou a principal característica do sapateado americano: o corpo mais relaxado, com seus movimentos mais naturais que acompanhavam o movimento e o ritmo dos pés. Tendo essa movimentação de tronco, Knowless (2002) destaca também a importância da cultura africana para o desenvolvimento do improviso no sapateado, ou seja, fazer uma rutura com os padrões rítmicos básicos. “O sapateado surgiu assim do arrastar e bater dos pés dos escravos negros” (Archar, 1986, p. 86), ou seja, a influência dos negros é considerada a espinha dorsal na origem do sapateado americano.

Durante a Revolução Industrial, temos de ressaltar que, houve uma grande evolução no tocante a feitura dos sapatos dessa dança.

Na produção dos sapatos, que antes eram de madeira, passaram a ser feitos de couro macio e um metal em seus solados – que hoje chamamos de tapitas – isso proporcionou uma melhor e maior mobilidade, rapidez e leveza aos bailarinos, além de tornar os sons produzidos, mais claros e suaves. Essa mudança na confecção dos sapatos foi crucial para o desenvolvimento da técnica do sapato (Knowles, 2002).

Nosso trabalho em sala de aula será baseado em distintos ritmos musicais para que nossos alunos tenham uma melhor assimilação dos passos do sapateado. Utilizaremos: jazz, blues, samba, maracatu, funk, soul, entre outros. Desde os passos básicos, aos mais complexos, além do estudo do improviso, iremos desenvolver a técnica e produzir arte, individualmente e em grupo, partindo da influência de estilos de grandes sapateadores, como Gregory Hines, Jason Smith, Chloe Arnold, Adriana Salomão e Steven Harper, como da música e, principalmente, do nosso corpo.

. metodologia

A técnica utilizada em aula será a do Sapateado Americano, trabalhada através de técnicas de impro-viso, ritmos brasileiros como o maracatu e o samba e distintos jogos ritmicos. A professora baseou-se no método de Dalcroze para o ensino desta técnica ser melhor apreendido pelos alunos bem como o sistema Khanotation de simbologia do sapateado americano para a escrita dos passos aprendidos em sala. Segundo Dalcroze (apud Bertoni, 1992) foi o criador de um sistema de ensino rítmico musical através do movimento corporal, que se tornou mundialmente difundido a partir da década de 1930. Dalcroze marcou sua importância na história da dança pois seu método consiste numa descontração muscular aliada a respiração para desenvolver no aluno um sentido rítmico mais apurado. O aluno deve aprender a desacelerar sua energia para poder reconhecê-la, aprendendo pouco a pouco a utilizá-la convenientemente, reconhecendo que dependerá de vontade própria, usando unicamente a energia necessária. O autor ainda afirma que o aluno traz em si a pulsação natural do coração na respiração à divisão de tempo e nos movimentos o ritmo. Para um bom desempenho do sapateador é necessário domínio rítmico. Para Bertoni (1992), movimento e ritmo estão intimamente ligados, nasceram simultaneamente da mesma necessidade e expressão a partir do momento em que aprendemos a reconhecer um ritmo como um todo, pulsação, os acentos tônicos e pausa, o corpo poderá exprimir o caráter plástico da melodia, descobrindo passo a passo uma nova orientação espacial.

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Este projeto de aula de sapateado americano está sendo apresentado pela professora Juana Navarro, doutoranda em Motricidade Humana-Dança pela FMH ULisboa, mestre em Performance-Dança pela FMH ULisboa e licenciada em Dança e Bailarino profissional pela Escola de Dança da UFBa-Universi-dade Federal da Bahia. O objetivo é ensinar a técnica do Sapateado Americano/Tap Dance, bem como a importância e os benefícios ao corpo humano dela decorrentes.

O corpo humano é o mais receptivo dos instrumentos musicais. Cada som natural influi positivamente. O sorriso, os gestos, o olhar, os sons são mais que caminhos através dos quais refletimos tudo aquilo que compõe o nosso mundo interior e serão externados através da energia colocada em cada passo da dança.

. objectivos e benefícios

Essa linguagem de dança permite e facilita ao aluno uma maior amplitude e domínio da sua kinesfera e ao mundo que o cerca, não apenas pela mobilidade física em apoio à comunicação, mas também à socialização, incentivando a interação com o outro. Irá facilitar ainda o desenvolvimento da criatividade, da expressão, da consciência corporal, do equilíbrio e da coordenação motora, do ritmo e da musicalidade. Desta forma, possibilitará o fortalecimento da auto-estima individual e do grupo, melhorando assim a sua qualidade de vida.

Alguns dos Benefícios:

. Auxilia no treino cardiovascular

. Em 27 minutos de Shim Sham Shimmy é possível perder 204 calorias . Melhora a coordenação motora

. A percepção musical é aprimorada

. Desenvolve a criatividade e permite uma melhor consciência corporal

. A técnica do Sapateado Americano

O sapateado é uma técnica de dança que tem como principais características o ritmo e a coordenação motora. Segundo Karnas (2014) o sapateado é um gênero de dança que permite o bailarino a produzir, através dos movimentos coordenados dos pés, seu próprio ritmo e sua própria música. Ainda com essa autora, o sapateado “é caracterizado pela variedade de movimentos [...] ficando muitas vezes, na fron-teira entre as artes da dança e da música. Por se tratar de uma dança em que a sua relação com a música é de indiscutível intimidade.” O grande diferencial desta técnica das outras técnicas de dança, é

que se percebe ao longe “[...] por apelar para o ouvido, tanto quanto para os olhos” (Wollen, 1995, p17). Isto é, além de dança, o sapateado também é um instrumento de percussão que, com batidas simples ou complexas dos pés, crias sons e melodias rítmicas das mais variadas (Pereira, 2006).

Mas é importante salientar que não só os pés são importantes nesta técnica, como também todo o corpo. Os pés vão marcar o tempo para que aconteça a dança em todo o corpo, numa consequência melódica. “Embora os pés, impulsionados pelas pernas, é que produzem os sons, todo o corpo entra em ação na dança do sapateado, pois a cabeça, tronco, quadris e braços devem complementar as ações das pernas e dos pés” (Sampaio apud Pereira, 2006, p. 13).

Para completar essa explanação sobre a relação entre música, sapateado e movimento, temos Marchina (1988):

A música dá o compasso, os pés dão o padrão rítmico e o corpo cria a melodia. Essa integração faz do sapateador, antes de mais nada, um músico pelo domínio rítmico, que é indispensável na arte de sapatear. A melodia está intimamente ligada à arte de se dançar. Portanto, quanto maior a expressão do corpo, melhor é o desempenho do sapateador que explorará, com domínio e técnica, as formas de movimento. (1988, p. 22).

Essas características todas do sapateado americano são resultado de sua origem, que aconteceu a partir da combinação entre danças folclóricas e populares de três lugares do mundo: Irlanda, Inglaterra e África. Segundo Sales apud Pereira (2006), a primeira troca de talentos entre negros africanos, imigrantes ingleses e irlandeses ocorreu por volta de 1840 nos Estados Unidos. Ao juntarem as diferentes técnicas e particularidade de suas respetivas danças, esses três povos iniciaram o desenvolvimento do sapateado americano.

Da dança irlandesa temos o Jig (dança folclórica mais antiga da Irlanda), da dança folclórica inglesa temos a influência do Clog, que é uma dança de caráter Folk. A movimentação dos pés eram parecidas com as do Jig irlandês.

Mas foi a partir da dança dos escravos africanos que culminou a principal característica do sapateado americano: o corpo mais relaxado, com seus movimentos mais naturais que acompanhavam o movimento e o ritmo dos pés. Tendo essa movimentação de tronco, Knowless (2002) destaca também a importância da cultura africana para o desenvolvimento do improviso no sapateado, ou seja, fazer uma rutura com os padrões rítmicos básicos. “O sapateado surgiu assim do arrastar e bater dos pés dos escravos negros” (Archar, 1986, p. 86), ou seja, a influência dos negros é considerada a espinha dorsal na origem do sapateado americano.

Durante a Revolução Industrial, temos de ressaltar que, houve uma grande evolução no tocante a feitura dos sapatos dessa dança.

Na produção dos sapatos, que antes eram de madeira, passaram a ser feitos de couro macio e um metal em seus solados – que hoje chamamos de tapitas – isso proporcionou uma melhor e maior mobilidade, rapidez e leveza aos bailarinos, além de tornar os sons produzidos, mais claros e suaves. Essa mudança na confecção dos sapatos foi crucial para o desenvolvimento da técnica do sapato (Knowles, 2002).

Nosso trabalho em sala de aula será baseado em distintos ritmos musicais para que nossos alunos tenham uma melhor assimilação dos passos do sapateado. Utilizaremos: jazz, blues, samba, maracatu, funk, soul, entre outros. Desde os passos básicos, aos mais complexos, além do estudo do improviso, iremos desenvolver a técnica e produzir arte, individualmente e em grupo, partindo da influência de estilos de grandes sapateadores, como Gregory Hines, Jason Smith, Chloe Arnold, Adriana Salomão e Steven Harper, como da música e, principalmente, do nosso corpo.

. metodologia

A técnica utilizada em aula será a do Sapateado Americano, trabalhada através de técnicas de impro-viso, ritmos brasileiros como o maracatu e o samba e distintos jogos ritmicos. A professora baseou-se no método de Dalcroze para o ensino desta técnica ser melhor apreendido pelos alunos bem como o sistema Khanotation de simbologia do sapateado americano para a escrita dos passos aprendidos em sala. Segundo Dalcroze (apud Bertoni, 1992) foi o criador de um sistema de ensino rítmico musical através do movimento corporal, que se tornou mundialmente difundido a partir da década de 1930. Dalcroze marcou sua importância na história da dança pois seu método consiste numa descontração muscular aliada a respiração para desenvolver no aluno um sentido rítmico mais apurado. O aluno deve aprender a desacelerar sua energia para poder reconhecê-la, aprendendo pouco a pouco a utilizá-la convenientemente, reconhecendo que dependerá de vontade própria, usando unicamente a energia necessária. O autor ainda afirma que o aluno traz em si a pulsação natural do coração na respiração à divisão de tempo e nos movimentos o ritmo. Para um bom desempenho do sapateador é necessário domínio rítmico. Para Bertoni (1992), movimento e ritmo estão intimamente ligados, nasceram simultaneamente da mesma necessidade e expressão a partir do momento em que aprendemos a reconhecer um ritmo como um todo, pulsação, os acentos tônicos e pausa, o corpo poderá exprimir o caráter plástico da melodia, descobrindo passo a passo uma nova orientação espacial.

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Este projeto de aula de sapateado americano está sendo apresentado pela professora Juana Navarro, doutoranda em Motricidade Humana-Dança pela FMH ULisboa, mestre em Performance-Dança pela FMH ULisboa e licenciada em Dança e Bailarino profissional pela Escola de Dança da UFBa-Universi-dade Federal da Bahia. O objetivo é ensinar a técnica do Sapateado Americano/Tap Dance, bem como a importância e os benefícios ao corpo humano dela decorrentes.

O corpo humano é o mais receptivo dos instrumentos musicais. Cada som natural influi positivamente. O sorriso, os gestos, o olhar, os sons são mais que caminhos através dos quais refletimos tudo aquilo que compõe o nosso mundo interior e serão externados através da energia colocada em cada passo da dança.

. objectivos e benefícios

Essa linguagem de dança permite e facilita ao aluno uma maior amplitude e domínio da sua kinesfera e ao mundo que o cerca, não apenas pela mobilidade física em apoio à comunicação, mas também à socialização, incentivando a interação com o outro. Irá facilitar ainda o desenvolvimento da criatividade, da expressão, da consciência corporal, do equilíbrio e da coordenação motora, do ritmo e da musicalidade. Desta forma, possibilitará o fortalecimento da auto-estima individual e do grupo, melhorando assim a sua qualidade de vida.

Alguns dos Benefícios:

. Auxilia no treino cardiovascular

. Em 27 minutos de Shim Sham Shimmy é possível perder 204 calorias . Melhora a coordenação motora

. A percepção musical é aprimorada

. Desenvolve a criatividade e permite uma melhor consciência corporal

. A técnica do Sapateado Americano

O sapateado é uma técnica de dança que tem como principais características o ritmo e a coordenação motora. Segundo Karnas (2014) o sapateado é um gênero de dança que permite o bailarino a produzir, através dos movimentos coordenados dos pés, seu próprio ritmo e sua própria música. Ainda com essa autora, o sapateado “é caracterizado pela variedade de movimentos [...] ficando muitas vezes, na fron-teira entre as artes da dança e da música. Por se tratar de uma dança em que a sua relação com a música é de indiscutível intimidade.” O grande diferencial desta técnica das outras técnicas de dança, é

que se percebe ao longe “[...] por apelar para o ouvido, tanto quanto para os olhos” (Wollen, 1995, p17). Isto é, além de dança, o sapateado também é um instrumento de percussão que, com batidas simples ou complexas dos pés, crias sons e melodias rítmicas das mais variadas (Pereira, 2006).

Mas é importante salientar que não só os pés são importantes nesta técnica, como também todo o corpo. Os pés vão marcar o tempo para que aconteça a dança em todo o corpo, numa consequência melódica. “Embora os pés, impulsionados pelas pernas, é que produzem os sons, todo o corpo entra em ação na dança do sapateado, pois a cabeça, tronco, quadris e braços devem complementar as ações das pernas e dos pés” (Sampaio apud Pereira, 2006, p. 13).

Para completar essa explanação sobre a relação entre música, sapateado e movimento, temos Marchina (1988):

A música dá o compasso, os pés dão o padrão rítmico e o corpo cria a melodia. Essa integração faz do sapateador, antes de mais nada, um músico pelo domínio rítmico, que é indispensável na arte de sapatear. A melodia está intimamente ligada à arte de se dançar. Portanto, quanto maior a expressão do corpo, melhor é o desempenho do sapateador que explorará, com domínio e técnica, as formas de movimento. (1988, p. 22).

Essas características todas do sapateado americano são resultado de sua origem, que aconteceu a partir da combinação entre danças folclóricas e populares de três lugares do mundo: Irlanda, Inglaterra e África. Segundo Sales apud Pereira (2006), a primeira troca de talentos entre negros africanos, imigrantes ingleses e irlandeses ocorreu por volta de 1840 nos Estados Unidos. Ao juntarem as diferentes técnicas e particularidade de suas respetivas danças, esses três povos iniciaram o desenvolvimento do sapateado americano.

Da dança irlandesa temos o Jig (dança folclórica mais antiga da Irlanda), da dança folclórica inglesa temos a influência do Clog, que é uma dança de caráter Folk. A movimentação dos pés eram parecidas com as do Jig irlandês.

Mas foi a partir da dança dos escravos africanos que culminou a principal característica do sapateado americano: o corpo mais relaxado, com seus movimentos mais naturais que acompanhavam o movimento e o ritmo dos pés. Tendo essa movimentação de tronco, Knowless (2002) destaca também a importância da cultura africana para o desenvolvimento do improviso no sapateado, ou seja, fazer uma rutura com os padrões rítmicos básicos. “O sapateado surgiu assim do arrastar e bater dos pés dos escravos negros” (Archar, 1986, p. 86), ou seja, a influência dos negros é considerada a espinha dorsal na origem do sapateado americano.

Durante a Revolução Industrial, temos de ressaltar que, houve uma grande evolução no tocante a feitura dos sapatos dessa dança.

Na produção dos sapatos, que antes eram de madeira, passaram a ser feitos de couro macio e um metal em seus solados – que hoje chamamos de tapitas – isso proporcionou uma melhor e maior mobilidade, rapidez e leveza aos bailarinos, além de tornar os sons produzidos, mais claros e suaves. Essa mudança na confecção dos sapatos foi crucial para o desenvolvimento da técnica do sapato (Knowles, 2002).

Nosso trabalho em sala de aula será baseado em distintos ritmos musicais para que nossos alunos tenham uma melhor assimilação dos passos do sapateado. Utilizaremos: jazz, blues, samba, maracatu, funk, soul, entre outros. Desde os passos básicos, aos mais complexos, além do estudo do improviso, iremos desenvolver a técnica e produzir arte, individualmente e em grupo, partindo da influência de estilos de grandes sapateadores, como Gregory Hines, Jason Smith, Chloe Arnold, Adriana Salomão e Steven Harper, como da música e, principalmente, do nosso corpo.

. metodologia

A técnica utilizada em aula será a do Sapateado Americano, trabalhada através de técnicas de impro-viso, ritmos brasileiros como o maracatu e o samba e distintos jogos ritmicos. A professora baseou-se no método de Dalcroze para o ensino desta técnica ser melhor apreendido pelos alunos bem como o sistema Khanotation de simbologia do sapateado americano para a escrita dos passos aprendidos em sala. Segundo Dalcroze (apud Bertoni, 1992) foi o criador de um sistema de ensino rítmico musical através do movimento corporal, que se tornou mundialmente difundido a partir da década de 1930. Dalcroze marcou sua importância na história da dança pois seu método consiste numa descontração muscular aliada a respiração para desenvolver no aluno um sentido rítmico mais apurado. O aluno deve aprender a desacelerar sua energia para poder reconhecê-la, aprendendo pouco a pouco a utilizá-la convenientemente, reconhecendo que dependerá de vontade própria, usando unicamente a energia necessária. O autor ainda afirma que o aluno traz em si a pulsação natural do coração na respiração à divisão de tempo e nos movimentos o ritmo. Para um bom desempenho do sapateador é necessário domínio rítmico. Para Bertoni (1992), movimento e ritmo estão intimamente ligados, nasceram simultaneamente da mesma necessidade e expressão a partir do momento em que aprendemos a reconhecer um ritmo como um todo, pulsação, os acentos tônicos e pausa, o corpo poderá exprimir o caráter plástico da melodia, descobrindo passo a passo uma nova orientação espacial.

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Características do Método Dalcroze para o Sapateado Americano

. Relaxamento e trabalho com articulações relacionando e estimulando uma a uma . Relaxamento das articulações com a firmeza nas pontas dos pés

. Desacelerar energia para poder reconhecê-la, aprendendo a usá-la convenientemente

. Utilização apenas da energia necessária evitando gastos extras para o aprendizado de passos básicos . Os pés criam o padrão rítmico, acompanhados de palmas quando necessárias.

. Solfejos corporais

O sapateado improviso, que iremos trabalhar em sala, é considerado como uma das bases de desenvolvimento desse gênero de dança. Além de ser prática comum nas jams sessions e nas batalhas entre sapateadores, o ato de improvisar no sapateado também surge como procedimento de criação coreográfica. É nesse ponto que também focaremos em sala, incentivando o aluno a criação através do improviso. Gregory Hines, grande sapateador, criou o termo Improvography. Hines era um exepcional improvisador, ele conseguia criar uma estrutura – temporal, espacial ou ritmica – para seus improvisos. Ele fazia uma mistura entre coreografia e improvisação: improvisar seguindo um tempo específico e depois acelerar o pulso intencionalmente. E ainda explorar uma movimentação definida pelo espaço mas improvisando cada passo e sequência rítmica. Hines desenvolveu esse novo aspecto do improviso no sapateado que coreógrafos podem utilizar como fonte de pesquisa e de criação coreográfica, explana Feldman (apud Karnas, 2014).

Os autores destacados aqui são algumas bases de inspiração e pesquisa da vossa professora que busca através do sapateado, acima de tudo, inspirar seus alunos à criação artística, a perceberem melhor o seu corpo por meio de partilha de conhecimentos como o outro e consigo mesmo.

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. referências bibliográficas

Archar, D. (1986). Arte técnica interpretação. Rio de Janeiro: Cia Brasileira de Artes Gráficas.

Bertoni, I. (1992). A Dança e a Evolução: O Ballet e Seu Contexto Teórico. Programação Didática. São Paulo: Tanz do Brasil

Karnas, L. S. (2014). Poética no sapateado americano: um estudo sobre o processo coreográfico na perspectiva do criador.

Knowles, M. (2002). Tap roots: the early history of tap dancing. Jeferson, USA: McFarland. Marchina. (1988). Sapateado americano: curso para professores. Rio de Janeiro.

Pereira, D. (2006). Perfil dos professores de sapateado em Porto Alegre. Trabalho de conclusão de curso de especialização em dança. UCRGS. Porto Alegre.

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