Generalidades:
É uma Patologia Universal
A partir da década de 80 houve uma mudança radical na
percepção desta patologia e sua gravidade
É uma Doença deletéria com relação a capacidade funcional
do paciente: 50% dos pacientes evoluem em 10 anos com limitação importante para realizar sua atividades
profissionais
A sobrevida dos portadores de AR é 20% menos em relação
ao indivíduo sadio e a mortalidade aumenta em relação direta com a gravidade da doença
A sobrevida da AR do paciente com mais de 30 articulações
comprometidas é de 40 à 45% em 5 anos
É fundamental o Diagnóstico Precoce e o Tratamento
Adequado para prevenir as complicações decorrentes da Doença Crônica
Epidemiologia:
A prevalência é de 0,5 à 1,0% na população adulta Brasil: 1,8 milhão de brasileiros portadores de AR Aumenta para 4,5% na população de 55 à 75 anos É mais freqüente nas mulheres: 3M / 1H
Quando se avalia uma população mais idosa, a diferença é
menor na relação entre a incidência na mulher e no homem
Epidemiologia:
Etiologias:
É considerado como “Agente Etiológico” a presença de um
Antígeno Estimulante que determinaria o desenvolvimento de
um processo imunológico e inflamatório crônico, resultando no comprometimento articular.
O Antígeno Estimulante pode ser endógeno e/ou exógeno É um processo Multimediado e Multifatorial:
• Fator Genético • Fator Ambiental • Fator Infeccioso • Fator Imunológico
Patogenia:
Patogenia:
A presença de um Antígeno Estimulante, associados aos
fatores etiológicos favoráveis, determina, inicialmente, uma Resposta Imunológica Específica dirigida contra esta
Antígeno Desconhecido que evoluirá para um Processo Inflamatório Crônico Inespecífico, que será perpetuado a
partir das secreções locais de interleucinas, citocinas e fatores do crescimento com envolvimento de diferentes células e
mediadores
Este processo ocorrerá na Membrana Sinovial articular Inicialmente haverá uma hipertrofia e hiperplasia das
células da membrana sinovial, que pode atingir até 100 vezes a massa celular
Associado à um infiltrado linfocitário, formando folículos
linfóides, ricos em Linfócito T e Plasmócitos
Patogenia:
Artrite Reumatóide (AR)
Antígeno Estimulante Linfócitos T
Patogenia:
Patogenia:
Patogenia:
Na Membrana Sinovial observa-se um predomínio dos
Linfócito T helper que produzem citocinas, IL-1 e Fator de Necrose Tumoral (TNF) claramente relacionados com a AR
Os macrófagos, sinoviócitos, fibroblastos e células
endoteliais também secretam outras citocinas como os fatores de crescimento. Este fenômeno sugere uma ampla interação celular na patogênese da AR
Por ação dos fatores de crescimento haverá uma extensa
proliferação de fibroblastos e intensa angiogênese, formando um tecido granulomatoso, principalmente na região de
contato da membrana sinovial, cartilagem e osso subcondral denominado de “pannus”, com características tumorais, capaz de invadir e destruir a cartilagem e o osso, e determinar o
enfraquecimento e a lesão tendinosa, resultando em anquilose e deformidades articulares
Patogenia:
Patogenia:
Patogenia:
Patogenia:
Artrite Reumatóide (AR)
Linfócito B Fatores Reumatóides Complexos Imunes Ativação de Complemento Processo Imunológico Específico Processo Imunológico Inespecífico
Quadro Clínico:
É uma Doença Sistêmica
Caracterizada pela Poliartrite: Poliartralgia Geralmente a Poliartralgia é precedida por:
o Fadiga o Mialgia o Febre
o Emagrecimento
Início da Doença: 20 aos 60 anos Maior Incidência: 35 aos 45 anos
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
É um comprometimento articular Simétrico e Aditivo Pode comprometer qualquer uma das 68 articulações
diartrodias
70% dos casos compromete as pequenas articulações das
mãos e dos pés
1/3 dos casos pede comprometer articulação grande,
principalmente o joelho, sendo unilateral ou bilateral
Dor e Edema articular
Rigidez Articular: enrijecimento ou sensação de inchaço,
geralmente pela manhã que melhora com a mobilidade articular: Rigidez Matinal
Comprometimento do membro superior: punho e mão
(matacarpo-falangeana e interfalangeana proximal) o comprometimento da interfalangeana distal é raro
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Mão Reumatóide:
o Punho Alargado pela sinovite
o Atrofia dos músculos interósseos da mão
o Aumento do volume das metacarpofalangeanas e
interfalangeanas proximais
A Alteração Crônica na Mão determina:
o A deformidade em “pescoço de cisne”: que se caracteriza
pela hiperextensão da interfalangeana proximal e flexão da interfalangeana distal
o A deformidade em “botoeira”: se caracteriza pela
hiperflexão da interfalangeana proximal e a hiperextensão da interfalangeana distal
Pode desenvolver a Síndrome do Túnel do Carpo
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Mão Reumatóide:
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Mão Reumatóide:
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Mão Reumatóide:
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Nos Membros Inferiores:
o Os joelhos geralmente apresentam grandes derrames
articulares com cistos de Backer
o Os pés: as erosões articulares principalmente ao nível
das metatarsofalangeanas e interfalangeanas
No Esqueleto Axial:
o Comprometimento da Coluna Cervical: 17 à 86% o Comprometimento mais freqüente: Atlanto-Axial o Lombar e Sacroilíaca: raros
Articulação Temporo-mandibular (ATM): 50% dos caso,
com dificuldade para mastigação e otalgia
Articulação Esterno-clavicular: 30% dos casos
Quadro Clínico - Manifestações Articulares:
Pé Reumatóide:
Quadro Clínico - Manifestações Extra-Articulares:
Nódulos Subcutâneos:
o Geralmente nas superfícies extensoras de cotovelo,
joelho e mão
o Podem variar de milímetros até 2cm ou mais Vasculites Reumatóides:
o O acometimento dos vasos nervorium pode causar
polineurite periférica
o O comprometimento cutâneo pode determinar infartos
periunqueais, úlceras e até gangrenas
Acometimento Pulmonar: o Fibrose intersticial
o Nódulos
o Derrame Pleural
o Bronquite Obliterante
Quadro Clínico - Manifestações Extra-Articulares:
Nódulos Subcutâneos:
Quadro Clínico - Manifestações Extra-Articulares:
Acometimento Cardíaco: o Pericardite
o Infarto do Miocárdio pela Vasculite Acometimento Renal:
o Geralmente por efeito colateral das drogas o Pode haver glomerulite
Acometimento Neurológico: o Compressivo: STC
o Neuropatia Periférica: pela vasculite o Lesão do SNC e Medula
Acometimento Ocular: o Ceratoconjutivite seca o Uveíte
Exames Complementares – Exames Radiológicos:
Devem ser realizados de forma seriada Avalia a o Grau de Evolução da Doença Avalia a Eficácia Terapêutica
Critérios de Diagnóstico: o No Início da Evolução:
» Aumento de Parte Moles Periarticulares: » Rarefação Óssea Justa Articular
o Nos Estágios Mais Tardios da Evolução:
» Redução do Espaço Articular » Cistos Subcondrais
» Erosões Ósseas Marginais
» Anquiloses e Subluxações: Deformidades
São mais freqüentes nas metacarpofalangeanas e
interfalangeanas proximais das mãos e nos punhos
Na Coluna Cervical pode-se observar sinais de Instabilidade
e Subluxação Atlanto-Axial: Incidência Trans-oral
Exames Complementares – Exames Radiológicos:
Exames Complementares – Exames Radiológicos:
Exames Complementares – Exames Radiológicos: RNM
Exames Complementares – Exames Laboratoriais:
Não Existe Resultados Específico para a AR Hemograma:
o Anemia
o Leucocitose o Eosinofilia o Plaquetose
Provas de Atividade Inflamatória: Refletem o Aumento da
Síntese das Proteínas da Fase Aguda
o VHS: Velocidade de Hemossedimentação: Aumentado o PCR: Proteína C Reativa: Aumentada. É o Melhor
Medidor da Ativação da Doença e da Evolução com o Tratamento
Exames Complementares – Exames Laboratoriais:
Eletroforese das Proteínas: o Aumento da 2-globulina
o Aumento da -globulina: Estimulação antigênica
periférica
Dosagem do Complemento:
o Raramente Reduzido: Apenas 5% dos casos
Pesquisa de Auto-Anticorpos: FAN: Fatores Anti-Nucleares: o 60% dos casos Positivos
o Anticorpos Anti-CCP: Anti-Proteína Citrulinada:
» 33 à 87% de Positivo
» É o Mais Específico para AR » É um Teste Muito Caro
o Anticorpo Anti-IgG: Fator Reumatóide
Exames Complementares – Exames Laboratoriais:
Pesquisa de Auto-Anticorpos: FAN: Fatores Anti-Nucleares: o Anticorpos Anti-IgG: Fator Reumatóide:
» Positivo (Soropositivo): 80% dos casos » Método do Látex: 80%
» Método Waler Rose: 60% » Não é Específico da AR
» Importante para avaliação da Agressividade da AR » Geralmente no Início a AR á Soronegativo
» Negativo (Soronegativo): 20% dos casos
» Falso Soropositivo: 4% da população abaixo de 60 anos e
60% na população acima de 60 anos
Critérios para Diagnóstico da AR:
Estabelecido pelo Colégio Americano de Reumatologia: 1. Artrite de 3 ou mais Articulações: Poliartralgia
2. Artrite na mão: punho e/ou metacarpofalangeanas
3. Artrite Simétrica 4. Rigidez Matinal
5. Presença do Fator Reumatóide 6. Nódulos Reumatóides
7. Alterações Radiológicas
o Os Sinais e Sintomas Clínicos de 1 a 4 devem ter Duração de
no Mínimo 6 semanas
o AR: Presença de no Mínimo 4 Critérios de Diagnóstico A Sorologia Isolada Não confere o Diagnóstico de AR
Tratamento – Mudança Radical na Abordagem:
Anteriormente se utilizava de uma “pirâmide” progressiva
de Agressividade do Tratamento para todos os doentes
Este método de Tratamento foi Radicalmente Modificado 2 Conceitos Básicos:
o As lesões ósseas e irreversíveis surgem em 2 anos de
evolução da doença
o Existe uma “Janela de Oportunidade” no início da
evolução da AR que se for bem conduzida pode alterar o curso da doença
Portanto é Fundamental o Diagnóstico Precoce e o
Tratamento Adequado
Tratamento – Objetivos:
Manter a Capacidade Funcional e Produtiva do Paciente o Redução da Dor e Inflamação
o Manter a Movimentação e a Força articular o Manter a Força Musculotendínea
o Prevenir e Corrigir as Deformidades Tratamento Multidiciplinar: o Apoio Psicológico o Fisioterapia o Terapia Ocupacional o Medicamentoso o Cirurgias
Tratamento – Multidiciplinar:
Cirúrgicos:
o Sinovectomia
o Artrodese: Principalmente na Atlanto-Axial o Próteses Articulares