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Caros colegas, professores, investigadores e funcionários do IST

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Academic year: 2021

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Exm.ºs Senhores

Magnífico Reitor da UTL

Prof. Marcelo Rebelo de Sousa Prof. Carlos Matos Ferreiras

Presidente e Membros do Conselho de Escola Membros dos Órgãos de Gestão do IST

Caros colegas, professores, investigadores e funcionários do IST Caros alunos

Minhas senhoras e meus senhores

Agradeço a vossa presença nesta cerimónia, que assinala a passagem de mais um ano desde a criação da nossa escola, em 23 de Maio de 1911. Agradeço em particular ao Prof. Marcelo Rebelo de Sousa por ter conseguido encaixar, na sua preenchida agenda, este evento, e por ter aceitado estar presente nesta singela cerimónia. A colaboração do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa com o IST remonta, pelo menos, ao processo de elaboração dos actuais estatutos do IST, onde a sua actuação foi fundamental e de uma eficácia que impressionou todos os membros da Assembleia Estatutária, a maior parte deles surpreendidos por um não engenheiro ter uma abordagem tão eficaz, eficiente e pragmática às questões que se colocaram. Prevemos que a próxima revisão dos estatutos, que se avizinha, será relativamente simples, em grande parte porque conseguimos, em 2009, uma versão que se veio a verificar muito adequada ao funcionamento da instituição.

Comemorámos pela última vez o aniversário do IST há um ano atrás, como manda a tradição. Este ano foi fértil em acontecimentos, tanto externos, como internos. Terei oportunidade, mais tarde, de fazer uma breve referência a esses eventos. Para já, direi apenas que fico muito satisfeito em estarmos mais uma vez a celebrar o centenário da criação do IST em condições que mostram bem a

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capacidade da escola para prosperar e continuar a cumprir a sua missão, mesmo num difícil enquadramento externo.

Sem mais, passo assim a palavra ao nosso orador convidado, a quem agradeço mais uma vez a sua disponibilidade para estar presente.

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No último aniversário do IST foi apresentada a nova imagem da escola, num processo que teve os seus desafios mas que acabou, penso, por ser bem aceite pela escola. Desde então passou um ano, que foi fértil em acontecimentos, tanto externos, como internos. Penso que importa reflectir um pouco sobre estes eventos, e relembrar, ainda que de forma muito rápida, alguns factos importantes que tiveram lugar neste último ano.

De um ponto de vista externo, fomos afectados por numerosos eventos relacionados com a difícil conjuntura em que está o país e que influenciam não só a capacidade económica da escola como o funcionamento diário da mesma. Entre estes eventos encontram-se o aprofundar da crise económica e as numerosas alterações legislativas que afectam o funcionamento das universidades, acoplados a medidas económicas muito restritivas. Vimos também desenrolarem-se de forma muito rápida os eventos conducentes à criação da numa nova universidade em Lisboa, resultante da fusão da UTL e da UL.

Como membros de uma escola centenária que tem resistido à passagem do tempo, tornando-se sempre maior e mais forte, gostamos de pensar que estas alterações pouco ou nada nos farão divergir do caminho que temos percorrido e, pelo contrário, nos permitirão continuar a crescer e a ganhar maturidade. Embora partilhe deste optimismo, não posso deixar de pensar que o próximo ano nos trará grandes desafios. Por um lado, não podemos ignorar que a integração numa nova universidade de Lisboa não será nunca um evento

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irrelevante para o IST, um evento que apenas afectará a forma como registamos as nossas afiliações e pouco mais. Penso que conseguir um equilíbrio entre a manutenção da autonomia, cultura e dinamismo que nos caracterizam e uma integração sinergética na nova universidade de Lisboa será uma tarefa díficil, um desafio bem à altura das capacidades do IST e da Universidade de Lisboa. Imagino que este mesmo desafio teve lugar, noutras circunstâncias, quando, em 1930, o IST foi integrado na então criada UTL. Já nessa altura o legislador teve especial cuidado em garantir amplas autonomias às escolas, garantido inclusivé, e de forma explícita, (base 6 do DL 19:081 de 2 de Dezembro de 1930) que as escolas continuam a poder dialogar directamente com as instâncias oficiais, e que preservam a posse dos edifícios onde estão instalados. Foi com muita atenção que seguimos o processo de fusão das universidades de Lisboa e, felizmente, veio a verificar-se, em parte por intervenção nossa, que similares disposições foram consagradas tanto na legislação que concretizou a fusão como nos estatutos da Universidade de Lisboa que foram elaborados e homologados. Não basta, no entanto, que estas intenções estejam escritas. A prática, especialmente a dos primeiros anos da nova universidade, será tão importante como as disposições legais. Tenho confiança que os membros eleitos da direcção da nova universidade de Lisboa prestarão particular atenção a estas complexas questões, e construirão a nova universidade sobre as fundações das instituições existentes, sem terem a tentação de reinventar a roda, e de fazer tábua rasa das culturas, práticas, estruturas e processos existentes. Se isto é importante para todas as escolas, é particularmente importante para o IST que, pela sua dimensão e história, criou um importante património cultural, científico e procedimental cuja alteração e substituição por outros não deverá ser feita sem fortíssimas garantias de que essa evolução será para melhor.

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Neste ano que passou tivémos ainda oportunidade de criar e dinamizar um conjunto de novas iniciativas, entre as quais devo citar a entrada efectiva em funcionamento do fundo de capital de risco Istart, a continuada dinamização da comunidade de startups do IST, o aprofundamento dos mecanismos de transferência de tecnologia, a continuação do processo de internacionalização inicializado, de forma mais institucional e sistemática, na direcção do Prof. Matos Ferreira, e, finalmente, a criação de uma nova iniciativa que é a publicação “Valores Próprios”, que tem como objectivo ligar mais fortemente o Técnico à grande comunidade IST. Durante este ano integrámos, de forma quase completa (mas num processo que ainda decorre) o ITN, integrado em Maio de 2012. Continuámos, claro, a cumprir o que tem sido a nossa missão de prestar um ensino de qualidade e de fazer investigação de nível internacional, mesmo nas dificeis condições impostas pelos condicionalismos externos, que não irei detalhar porque são bem conhecidas de todos.

Estamos aqui hoje tanto para assinalar uma efeméride como para reconhecer o mérito e as contribuições de alunos, funcionários e professores do IST. Deixo aqui as minhas felicitações aos alunos que, pelo seu mérito escolar e profissional, continuam a contribuir para a divulgação do bom nome do IST, aos funcionários que, através da sua dedicação são um dos pilares de sustentação desta escola e aos professores que, pela sua competência e dedicação continuam a garantir que os nossos alunos saiem daqui com as competências que tornaram esta escola justamente conhecida. Agradeço também aos colaboradores do IST, especialmente professores e investigadores que, mesmo após cessarem formalmente a sua ligação com o IST, continuaram e continuarão a dar importantes contribuições para o desenvolvimento das actividades de investigação, desenvolvimento e formação avançada. Espero poder continuar a contar com a colaboração daqueles que, pela sua experiência e conhecimento, podem ainda trazer à escola um enorme valor acrescentado, numa perspectiva

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de colaboração voluntária que, felizmente, faz também parte da nossa imagem de marca.

Este reconhecimento é tanto mais importante porque recompensa actividades que foram desenvolvidas, no caso dos funcionários e professores, em condições cada vez mais difíceis de operação, causadas pela adaptação do IST às reduções de recursos económicos impostas pela conjuntura. Vejo, com prazer, que a escola não está desmoralizada nem deixou cair os braços. Pelo contrário, todos os indicadores a que tenho acesso apontam na direcção contrária, para uma melhoria significativa dos resultados e dos processos, pelo menos dos que não são directamente afectados pelas limitações externas.

Para os alunos, uma nota de conforto. O IST está bem ciente que, pelo menos para alguns de vós, a actual conjuntura levanta desafios significativos, económicos e logísticos que, em alguns casos, poderão parecer impeditivos da continuação com sucesso dos estudos. Digo-vos, apenas, que é intenção da direcção do IST que nenhum aluno deixe de acabar o curso por dificuldades de ordem financeira. Façam bem o vosso trabalho de estudante, e contem connosco para garantir que as condições existem para que continuem a estudar. É uma responsabilidade do IST, tanto perante os alunos, como perante o país, que o dinheiro não seja em caso algum um obstáculo ao talento. Contamos, para atingir este fim, com o apoio de diversas instituições, entre as quais não posso deixar de referir a associação dos antigos alunos do IST, entre outras, e o apoio de diversos patrocinadores com os quais assinámos protocolos de colaboração, alguns dos quais aqui representados.

Para terminar, gostaria de referir o papel que todos vocês, mas especialmente os alunos e graduados, terão no futuro do país. O discurso reinante é de pessimismo, de que não existe futuro em Portugal, de que os empregos existem apenas no estrangeiro e de só existe uma direcção para a economia Portuguesa, no sentido de uma permanente e continuada redução. Peço-vos que tentem ver

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a actual crise num contexto de mais longo prazo. Nos últimos 200 anos, os países que entraram em default mais vezes foram, por esta ordem: Espanha, França, Alemanha, Áustria e só depois Turquia, Portugal, Grécia, Rússia e Holanda. Todos estes países passaram dezenas de anos em situações de reescalonamento da dívida, situação portanto mais grave do que a que atravessamos. Não existe nesta lista qualquer distinção clara entre o Sul e o Norte, entre os católicos e os protestantes, entre os pequenos e os grandes, embora existam muitos casos particulares que importa perceber, entre os quais guerras, ditaduras e revoluções. É importante que todas percebamos que não existe qualquer razão para acreditar que a actual situação é inevitável e permanente. De facto, a actual situação pode e irá sofrer com certeza uma reviravolta nos próximos anos, e que os países que agora estão em boa situação ou má situação não estarão na situação oposta dentro de poucos anos. De facto, com a rápida evolução da ciência e da tecnologia, a única certeza permanente que podemos ter é de que não existem certezas permanentes, de que a capacidade de adaptação é fundamental, e que uma sólida formação em ciência e tecnologia aliada à capacidade de trabalho é a única defesa eficaz contra as incertezas do futuro.

Depende de todos nós, mas em particular dos mais novos agirmos de forma a criar os eventos que permitirão efectuar a reviravolta que todos desejamos, que permitirão ultrapassar as actuais dificuldades e, talvez, vermos daqui a 20 anos ministros das finanças de outros países vir a Portugal pedir ajuda económica, tal como já aconteceu no passado e voltará seguramente a acontecer no futuro. A formação que tiveram no IST, a cultura que aqui adquiriram e os valores próprios que vos foram incutidos dão-vos as condições ideais para serem os motores dessa reviravolta.

Estou confiante que, com a colaboração de todos, ultrapassaremos os actuais desafios e emergiremos desta crise reforçados, mais eficientes e mais

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competitivos. Isto é verdade tanto para o IST, como para todos nós, como para o país.

Referências

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