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Efeito de 24 semanas de treino da força e exercício combinado no meio aquático, na capacidade funcional em idosas

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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

EFEITO DE 24 SEMANAS DE TREINO DA FORÇA E EXERCÍCIO COMBINADO NO MEIO AQUÁTICO, NA CAPACIDADE FUNCIONAL EM

IDOSAS

Dissertação de Mestrado em Ciências do Desporto – especialização em Avaliação e Prescrição na Atividade Física

CARLOS TADEU SANTAMARINHA

Orientadores: Prof. Dr. Victor Manuel Machado de Ribeiro dos Reis Prof. Dr. João Paulo Moreira de Brito

VILA REAL 2013

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CARLOS TADEU SANTAMARINHA

Efeito de 24 semanas de treino da força e exercício combinadono meio aquático,na capacidade funcional em idosas

Dissertação apresentada Universidade de

Trás-os-Montes e Alto Douro,

Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde para obtenção do título de Mestre em Ciência do Desporto, Avaliação e Prescrição na Atividade Física.

Orientadores: Prof. Dr. Victor Manuel Machado de Ribeiro dos Reis e Prof. Dr. João Paulo Moreira de Brito.

Vila Real 2013

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DEDICATÓRIA

Ao Grande Arquiteto do Universo, pelas bênçãos a mim concedidas.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. João Paulo Moreira de Brito, que nos anos de convivência, muito me ensinou, contribuindo para meu crescimento científico e intelectual.

Ao Prof. Dr. Victor Manuel Machado de Ribeiro dos Reis, pela atenção e apoio durante o processo de definição e orientação.

Ao Prof. Dr. José Vilaça, pelo convite para esta pesquisa e também por toda orientação prática/cientifica durante todo o processo de avaliação, sem dúvida esta ajuda e direção foi que tornou este sonho realidade.

Obrigado aos meus filhos, pelas horas que tive que priva-los de minha atenção para dedicar a construção deste trabalho, a Laura por não estar tão presente no seu primeiro ano de vida, Ao Emanuel pelas horas de minha ausência nos exercícios da escola e nos treinos do futebol e a Déborah por tanta compreensão e dedicação aos irmãos e à casa, tornando possível minha luta diária não só para a construção deste trabalho, mas de todos os outros afazeres domésticos e profissionais.

Obrigado as minhas Alunas (macacas velhas), que sofreram comigo nos treinamentos e avaliações tornando-se exemplos de humildade para servir a comunidade cientifica. Obrigado pelas horas de dedicação.

Por último agradeço ao meu Pai/Irmão (pós-mortem), por saber direcionar seus filhos para o saber.

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Índice Geral

DEDICATÓRIA ... III AGRADECIMENTOS ... III Índice Geral ... IV Índice de Figuras ... VI Índice de Tabelas ... VII Índice de Equações ... VIII Índice de Anexos ... IX LISTA DE ABREVIATURAS ... X RESUMO... XII ABSTRACT ... XIII 1. INTRODUÇÃO ... 14 2. REVISÂO DA LITERATURA ... 18

2.1. EFEITOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO ... 18

2.1.1. Função neuromuscular ... 19

2.1.2. Função cardiorrespiratória ... 20

2.2. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA POPULAÇÃO IDOSA ... 22

2.2.1. Benefícios do treino da força (TF) ... 23

2.2.2. Benefícios do treino da capacidade cardiorrespiratória ... 25

2.3. HIDROGINÁSTICA ... 27

2.3.1. Conceptualização e caraterização da hidroginástica ... 28

2.3.2. Benefícios da hidroginástica ... 29

2.3.2.1. Benefícios do exercício na água ... 31

2.3.2.2. Benefícios Cardiovasculares ... 33

2.3.2.3. Benefícios Neuromusculares ... 33

2.3.2.4. Benefícios Sociais ... 34

2.3.3. Estudos efetuados na Hidroginástica ... 35

2.4. FORÇA MUSCULAR ... 37

2.4.1. A treinabilidade da força no idoso... 40

3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 44

3.1. AMOSTRA ... 44

3.2. PROCEDIMENTOS ... 45

3.2.1. Instrumentos ... 45

3.2.2. Autorização, preenchimento de documentos e avaliação antropométrica ... 46

3.2.3. Testes funcionais ... 47

3.2.4. Avaliação da força muscular ... 52

3.2.5. Programa de treinamento da força ... 52

3.2.6. Programa de Exercício Combinado no Meio Aquático ... 57

3.2.7. Definição de variáveis. ... 61

4. TRATAMENTO ESTATÍSTICO ... 61

(5)

6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 67

6.1. Efeitos dos diferentes programas de exercício nos testes funcionais ... 69

7. CONCLUSÕES ... 72

8. RECOMENDAÇÕES ... 74

9. REFERÊNCIAS ... 75

(6)

Índice de Figuras

Figura 1: Fases do estudo longitudinal ... 46

Figura 2: 1º Plano de Treino da Força representado por desenhos

fotográficos. ... 53

Figura 3: 2º Plano de Treino da Força representado por desenhos

fotográficos. ... 55

Figura 4: 3º Plano de Treino da Força representado por desenhos

fotográficos. ... 56

Figura 5: (cont.) 3º Plano de Treino da Força representado por desenhos

(7)

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Benefícios específicos do exercício físico no meio aquático .. 34

Tabela 2 – Estudos dos efeitos do treino da força em idosos ... 43

Tabela 3. Valores de percentil da bateria de testes de Rikli e Jones para a faixa etária 65 a 70 anos de idade ... 52

Tabela 4 – 1º Plano de Treino da Força com duração de 2 semanas: ... 53

Tabela 5 – 2º Plano de Treino da Força com duração de 10 semanas: .... 55

Tabela 6 – 3º Plano de Treino da Força com duração de 12 semanas: .... 56

Tabela 7 – Exemplo de um Plano de Treino de Exercício Combinado no Meio Aquático (TEC) ... 59

Tabela 8 – Caracterização etária e antropométrica da amostra ... 62

Tabela 9 – Valores da massa corporal, altura e índice de massa corporal, nos três momentos de avaliação ... 63

Tabela 10 – Valores dos testes funcionais nos três momentos de avaliação. ... 63

Tabela 10 (cont.) – Valores dos testes funcionais nos três momentos de

avaliação. ... 64

Tabela 11 – Comparação das variáveis em estudo nos três momentos de

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Índice de Equações

(9)

Índice de Anexos

Anexo A:Par-Q TESTE ... 88

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LISTA DE ABREVIATURAS

ܺത Média

% Percentagem

+ Positivo

1RM Uma repetição máxima

ACF Avaliação da capacidade funcional

ACM Associação Cristã da Mocidade

ACSM American College of Sport Medicine

AHA American Heart Association

AM Teste de alcançar atrás das costas com as mãos

AVD Atividades da vida diária bat\ano Batimentos por ano bat\min Batimentos por minuto

cm Centímetros

DP Desvio Padrão

ESPE Escala Subjectiva de Percepção de Esforço de Borg

F Força

FA Teste de flexão de antebraço

Fcmáx Frequência cardíaca máxima

FLEXMI Flexibilidade dos Membros Inferiores FLEXMS Flexibilidade dos Membros Superiores

FMI Força dos Membros Inferiores

FMS Força dos membros superiores

GF Grupo de Força

GEC Grupo de Exercício Combinado no Meio Aquático

H Hidroginástica

HDL Lipoproteínas de Alta densidade

IMC Índice de Massa Corporal

IMC índice de Massa Corporal

INE Instituto Nacional de Estatística

IPAQ Questionário internacional de atividade física kg/ano Kilogramas por ano

kg/m² Kilograma por metro quadrado L2-L4 Vértebras lombares de 2 a 4

LCA Teste levantar e caminhar 2,44m e voltar a sentar

LDL Lipoproteínas de baixa densidade

LS Teste levantar e sentar na cadeira em 30s

m Minutos

ml.kg-1.min-1 Mililitros por kilograma metro mmHg Milímetro de mercúrio

ms Micro segundo

NIH National Institute of Health Nºrep. Número de repetições

º Grau

O.M.S Organização Mundial de Saúde

PA Pressão Arterial

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SPSS Statistical Package for the Social Sciences

s Segundos

SA Teste sentado e Alcançar

SL Teste Levantar e Sentar em 30s

TF Treino da força

TEC Treino de Exercício Combinado no Meio Aquático VO2máx Consumo máximo de Oxigénio

MMII Membros inferiores

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RESUMO

Efeito de 24 semanas de treino da força e exercício combinado no meio aquático, na capacidade funcional em idosas

O Objetivo do estudo foi comparar os efeitos de um Treino da Força (TF) e Exercício Combinado no Meio Aquático (EC), de 24 semanas, na capacidade funcional em idosas. Este estudo contou com 41 mulheres com idade média de 67,02±6,08 anos, um massa corporal médio de 74,24±10,29 kg e altura média de 154,71±5,67 cm. Foram divididas em três grupos: um em que executaram 24 semanas de TF (GF) (n=15); um que executou o mesmo período de EC (GEC) (n=19); e um grupo de controlo (GC) (n=7) que continuaram com suas atividades de vida diária. Foi avaliada a capacidade funcional das idosas no início e no final das 24 semanas de treino, através dos testes propostos por Rikli & Jones (1999), levantar e sentar na cadeira em 30s (LS), flexão do antebraço (FA), sentado e alcançar (SA), levantar e caminhar 2,44m e voltar a sentar (LCS), alcançar atrás das costas com as mãos (AM) e medidas antropométricas com pré-teste, após completar as 12 primeiras e no final da intervenção das atividades. Tanto o GF quanto o GH melhoraram a sua performance na execução dos testes LS, LCS (24,20±3,63 vezes, 21,28±4,20 vezes, 3,93±0,4s, 4,50±0,92s, respectivamente, p<0,05). Somente o GF obteve resultados significativos em FA e SA (25,73±2,74 vezes e 5,93±7,4 centímetros, respectivamente, P<0,05). O GC não obteve melhoria significativa em nenhum dos testes aplicados. Este estudo sugere que tanto o GEC quanto o TF, enquanto atividades orientadas promovem a melhoria significativa de alguns testes que avaliam a autonomia funcional de idosas.

Palavras chave: Treinamento de Força.Exercício Combinado no Meio Aquático. Capacidade Funcional. Idosas.

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ABSTRACT

The effect of twenty-four weeks of strength and combined exercise in the aquatic environment on the, functional capacity of aged women

The aim of this study was to assess the effects of twenty-four weeks of strength and combined exercise in the aquatic environment on the functional capacity of aged women. This work involved 41 women with an average age of 67,02±6,08 years, an average body mass of 74,24±10,29 kg and an average height of 154,71±5,67 m. They were divided into three groups: one of them carried out a 24 weeks Strength Training (GF) (n=15), another carried out the same period of time of combined exercise in the aquatic environment (GEC) (n=19), and a control group (GC) (n=7) who kept on their daily routine activities. The functional capacity of the aged women was assessed at the beginning and at the end of the 24 weeks training period by means of the tests proposed by Rikli & Jones (1999): get up and sit on a chair in 30s (LS), forearm flexion (FA), sit and reach (SA), get up and walk 2,44m and sit again (LCS), reach behind their back with their hands (AM). Both GF and GEC improved their performance in the carrying out of the LS and LCS tests (24,20±3,63 times, 21,28±20 times, 3,93±0,4s, 4,50±92s, respectively, (p<0.05). Only GF had significant improvements in FA and SA (25,73±2,74 times and 5,93±7,4 cm, respectively (p<0,05). The GC had no significant improvement in any of the tests. This study suggests that both strength training and combined exercise in the aquatic environment, while oriented activities, promote a significant improvement in some tests which assess the functional capacity of old aged women.

Key words: strength training combined exercise in the aquatic environment, functional capacity, aged women.

(14)

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional é um fenômeno que pode ser observado em todo o mundo, seja em países desenvolvidos ou em desenvolvimento. Em 1960, 8% da população portuguesa era idosa; em 2001, a população idosa atingiu os 16,4%, índice superior ao dos jovens portugueses(INE, 1999).

Dessa forma, observa-se que medidas/estratégias devem ser tomadas para garantir a qualidade de vida e a autonomia/independência dos idosos. Uma das estratégias propostas pela Organização Mundial da Saúde é o envelhecimento ativo. Nesse caso, a atividade física é um dos fatores comportamentais determinantes para a adoção de um estilo de vida saudável e de participação ativa no cuidado da própria saúde. A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode retardar declínios funcionais, além de diminuir o aparecimento de doenças crónicas em idosos saudáveis ou doentes crónicos (OMS, 2005).

A prática de atividade física, especialmente para idosos, devidamente orientada e realizada regularmente, pode trazer vários benefícios, tais como o aumento da força muscular, a melhoria do condicionamento cardiorrespiratório, a redução de gordura, o aumento da densidade óssea, a melhoria do humor e da autoestima e a redução da ansiedade e da depressão (Pelesudo, 2005).

A capacidade humana de produzir força diminui a uma taxa de 15% por década entre os 60 e 80 anos e 30% por década a partir dos 80 anos. Do mesmo modo, a massa muscular chega a diminuir até 50%, em relação aos valores do indivíduo jovem, aos 90 anos (Larson, 1978; Murray et al., 1985; Harries e Bassey, 1990). A diminuição da capacidade de produzir força afeta a competência para realizar as atividades da vida diária, levando o idoso à dependência. Os exercícios são prescritos com a finalidade de promover adaptações fisiológicas que permitam diminuir a probabilidade de ocorrer doenças, atenuar possíveis distúrbios, incapacidades ou melhorar as funções afectadas. Vários são os métodos de treino utilizados para melhorar a autonomia funcional das idosas pós-menopáusicas. Entre esses métodos aparecem a hidroginástica, a caminhada e o treino da força (TF), ultimamente recomendado pelo American College of Sport Medicine (ACSM, 2005).

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A hidroginástica tem sido apontada como uma atividade adequada para umgrupo de pessoas com mais idade com problemas articulares, musculares, tendinosos e com excesso de massa corporal, pois a maior densidade da água diminui a sobrecarga sobre as articulações (Soares, 1999; Rocha, 2001). O TF, por seu lado, é eficiente na manutenção e desenvolvimento da massa muscular, massa óssea e no aumento da autonomia funcional dos idosos, devido à escassez de estudos comparativos entre os efeitos do TF e do exercício combinado no meio aquático (TEC).

A atividade física orientada e programada para idosos tem um relevo importante na execução das tarefas básicas do quotidiano, porque permite que ocorra um fortalecimento geral da musculatura, articulações e tendões, o que proporcionaum aumento dos níveis de disposição, diminuindo o risco de quedas durante uma simples caminhada e preservano idoso uma vida mais independente. Diversas alterações sistémicas ocorrem com o processo de envelhecimento e conduza uma diminuição do estado de saúde do idoso (Lisa et al., 2001; Izquierdo et

al., 2001; Baumgartner et al., 1998; Luff, 1998; Fry et al., 1995; Seals et al., 1994;

Lexell, 1988).

De acordo com a literatura,benefícios psicológicos e benefícios fisiológicos estão relacionados com a atividade física no idoso, a exemplo do aumento da força muscular, do equilíbrio, da flexibilidade e do consumo máximo de oxigénio (VO2máx)

(Smith et al., 2003; Taaffe et al., 1997; Teixeira-Salmela, 2001), e melhoria do perfil lipídico (redução das concentrações séricas das lipoproteínas de baixa densidade e triglicerídeos e aumentode lipoproteínas de alta densidade, que têm efeito protetor sobre a parede arterial) e da composição corporal (aumenta a massa magra e reduz a massa adiposa, pois ajuda a eliminar calorias e contribuipara redução damassa corporal, de acordo com Barbosa, 2000). Tais benefícios propiciam um aumento da independência do idoso e, consequentemente,uma melhor qualidade de vida, pois consegue realizar as suas tarefas quotidianas de uma forma eficiente e com autonomia.

O aumento da expectativa do tempo médio de vida é associadocom acontecimentos durante o processo de envelhecimento, levando a um declínio da capacidade funcional e motora, afetando ao mesmo tempo a qualidade de vida dos

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idosos. Uma forma de intervir nessas alterações é a prática deatividade física, que mostrou ser uma forma eficaz e simples de reduzir esses efeitos e, consequentemente, reduzir o custo social e económico para os sistemas de saúde. É de conhecimento científico que os benefícios psicológicos, como melhoria da autoestima, autoeficácia e qualidade de vida estão associadas àatividade física, como os benefícios fisiológicos, ao nível da força, equilíbrio, flexibilidade e consumo máximo de oxigênio, levam a uma maior independência para executar as atividades do diaadia.

Estudos demonstram que o desempenho motor e funcional avaliado através de objetivos mensuráveis, como a velocidade e habilidade de subir e descer escadas, é um importante preditor de independência funcional nos idosos. Tal como nos jovens, os idosos respondem favoravelmente a programas de força muscular associados a condicionamento cardiorrespiratório (Sauvage et al., 1992; Connely et

al., 1995).

O TF recebe atualmente um destaque especial, principalmente em decorrência da evolução científica que apresentou nas últimas décadas com a publicação de pesquisas e artigos sobre seus benefícios e segurança na prática (Pontes, 2003, citado por Costa 2004).

No contexto preventivo que surge à hidroginástica no início do século XVII, na Alemanha, conforme Bonachela (1994), e até hoje é uma alternativa de exercício físico para pessoas que não se adaptam às aulas de ginástica das academias/ginásios. Com o aumento da procura, as aulas de hidroginástica passaram a disputar os melhores horários das piscinas. A atividade física na água ”vai de uma simples caminhada até a execução de exercícios mais elaborados para as diversas partes do corpo, com objetivo e finalidade diferentes” (Bonachela, 1994, p.7).

Os exercícios físicos no meio terrestre (solo) oferecem benefícios, mas muitas vezes, vêm acompanhados por dores, superaquecimento e sensação de exaustão. No meio líquido, a flutuação proporciona alívio damassa corporal, diminui o choque do impacto, aumentando os benefícios e diminuindo os efeitos colaterais. A característica dos programas de hidroginástica é permitir às pessoas com diferentes graus de aptidão física, exercitarem-se juntas epermitem a participação de pessoas

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nas mais diferentes faixas etárias, podendo na mesma aula, participar idosos e jovens (Vasiljev, 1997).

Os alunos podem ter como objetivo, apenas praticar uma atividade física ou melhorar os sistemas respiratório, circulatório, cardíaco, perder massa corporal, fortalecer a musculatura, aliviar a tensão e o stress, manutenção da forma física, a recuperação de lesões ou até mesmo o treinamento.

As evidências mostram que a prática sistemática de atividades físicas tem influenciado positivamente na prevenção e regulação da gordura corporal, uma vez que as pessoas buscam através de exercícios físicos, além da melhoria da saúde, o controle da massa corporal e massa de gordura. De acordo com os estudos de Després (1997), Visser et al. (1998) e Nicklas et al. (1998), o exercício físico atua na redução dos níveis da gordura corporal mais centralizados, como, também, diminui a incidência e prevalência do desenvolvimento de fatores de risco e doenças degenerativas. Da mesma forma, Okuma (1998), também salienta que a atividade física regular é um recurso importante para minimizar as alterações negativas do envelhecimento, possibilitando para o idoso, uma vida mais ativa, melhorando o bem-estar funcional do organismo, como, também, influencia nas atividades da vida diária, tornando o idoso mais independente. O American College Sport Medicine (2005), aponta que a aptidão muscular pode tornar possível a realização das atividades da vida diária (AVD) com menos esforço, prolongar a autonomia funcional e permitir viver os últimos anos de modo autossuficiente e digno. No sentido de contribuir para a produção de informação sobre os efeitos do TF e da H na população idosa, o presente estudo pretende avaliar o desempenho motor e funcional, após a aplicação de um programa de atividade física de 24 semanas.

Assim, o objetivo deste estudo foi comparar o efeito de 24 semanas de treino da força e de exercício combinado no meio aquático,na capacidade funcional em idosas.

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2. REVISÂO DA LITERATURA

O envelhecimento é um processo biológico, psicológico e social complexo mas dinâmico, que se inicia muito antes da velhice propriamente dita e que não é uma doença, mas um tempo do próprio tempo de vida (Mestre, 1999). É uma desarmonia do organismo humano que começa no momento em que a homeostasia e o equilíbrio metabólico deixam de ser perfeitos. Não é a idade cronológica que determina o estado de saúde de um indivíduo, pois na terceira idade, tal como em qualquer outra faixa etária, surgem indivíduos com parâmetros fisiológicos normais, enquanto outros apresentam alterações fisiológicas e orgânicas acentuadas, frequentemente associadas a incapacidades e/ou dependências (Mestre, 1999). O que constitui um facto é que os sistemas biológicos sofrem um declínio como resultado da morte celular, originando também uma diminuição das funções e capacidades, que se encontra correlacionada com a progressiva perda de tecido que constitui o corpo humano (Kemper, 1999; Hayflick, 1998).

O declínio associado ao avançar da idade não é apenas atribuído ao processo de envelhecimento: a capacidade média de trabalho de indivíduos sedentários tem um declínio de cerca de 30% entre os 30 e os 70 anos, sendo metade desse declínio atribuído ao sedentarismo, a outra metade sendo atribuída ao envelhecimento (Daley e Spinks, 2000). Outros investigadores concluíram que as alterações fisiológicas resultantes do envelhecimento parecem estar associadas à hipertrofia cardíaca e/ou à diminuição da condição física (Daley e Spinks, 2000). Contudo, também tem sido referido que a diminuição da função dos principais órgãos durante o envelhecimento é o resultado do desuso, permitindo que a fisiologia do "envelhecimento" possa ser definida como a fisiologia do desuso (Daley e Spinks, 2000).

2.1. EFEITOS FISIOLÓGICOS DO ENVELHECIMENTO

Ao longo do processo de envelhecimento de um indivíduo ocorrem importantes alterações no sistema neuromuscular que se traduzem numa tendência

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para atrofia muscular, conhecida por sarcopenia, manifestando-se numa redução de capacidades tal como a força máxima, a potência, a velocidade, a flexibilidade ou precisão dos movimentos, provocando perdas de capacidade muscular que evoluem em muitos casos para situações de elevado défice funcional (Bortz et al., 2001) provocando consequências no tecido ósseo como a osteopénia e osteoporose produzidas pela menor estimulação mecânica. Esses processos são acompanhados de uma redução de gasto energético quer em repouso, quer durante a atividade física, dado o maior sedentarismo do idoso, indutores de alterações morfológicas como a redução de massa magra e o aumento da massa gorda e damassa corporal.

2.1.1. Função neuromuscular

A degeneração inerente ao processo de envelhecimento apenas é responsável por 30% dessas perdas de capacidade muscular (Lindle et al., 1997), um dos mais importantes fatores é certamente a menor utilização dos músculos e consequente redução da sua estimulação. No estudo de Rantanen e Heikkinen (1998), homens e mulheres idosos que tinham um elevado nível de atividade nas rotinas do dia adia, mantinham a sua força a um nível mais elevado que os sedentários. Nesse sentido, a atividade física regular é uma das melhores ajudas para manter os músculos saudáveis.

A diminuição da capacidade neuromuscular provocada em grande parte pelo processo de envelhecimento uma diminuição da capacidade funcional e autónoma do idoso, nomeadamente pela perda de equilíbrio e de velocidade de marcha (Bassey et al., 1988; Fiatarone et al., 1990), deteriorando a realização de inúmeras tarefas diárias, tais como levantar da cama, tomar banho, subir e descer escadas, atravessar uma passadeira para peões, transportar um saco com compras ou levantar-se de uma cadeira, com os custos que daí advêm para o próprio e para a sociedade.

Segundo alguns estudos, a perda de força ocorre de uma forma relativa e não uniforme, variando no mesmo indivíduo consoante às características da força efetuada e o grupo muscular (Laforest et al., 1990; Vandervoot et al., 1990). Assim,

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a que parece ser melhor mantida é a força isométrica, mais do que a força dinâmica. Também a força excêntrica mantém-se melhor do que a força concêntrica ao nível dos músculos dos membros inferiores. A perda de capacidade de produção de força dos músculos dos membros inferiores é mais acentuada do que a dos músculos da parte superior do corpo (Laforest et al., 1990). As alterações que surgem na capacidade muscular, com a idade,parecem também ser dependentes do grupo muscular em causa, ou seja, assume particular importância a perda de força nosmembros inferiores, que é no idoso mais acentuada que nos membros superiores (Izquierdo et al., 1999), com maior ênfase para os músculos proximais da anca e coxa que parecem ser especialmente afetados pela atrofia muscular e pelo declínio de força (Larsson et al., 1979). Essa redução da força muscular nos membros inferiores é limitadora em tarefas do quotidiano, influindo no equilíbrio, na eficiência da marcha, na subida de escadas ou no ato de levantar da cama ou de uma cadeira. Esse fator tem sido identificado como um dos principais fatores relacionados com o aumento do risco de queda (Schultz, 1992), principal causa de acidentes e morte nos idosos (Fleck e Kraemer, 1997). A capacidade de desenvolver força rapidamente, nomeadamente nos primeiros 200 ms da contração, é um aspeto fundamental para evitar quedas. Essa capacidade pode ser comprometida pelo processo de envelhecimento, tendo sido observado, experimentalmente, que a redução de força nos idosos é mais drástica a velocidades elevadas (Lynch et al., 1999; Harries e Bassey, 1990). Vandervoort e McComas (1986) verificaram que um efeito adicional da idade foi o prolongamento no tempo de contração e relaxamento.

Izquierdo et al. (1999) verificou que a redução da potência no idoso é mais acentuada que da força isométrica máxima. Young e Skelton (1994) verificaram que os idosos entre os 65 e os 84 anos perdiam 1,5% de força por ano, enquanto a potência diminuía cerca de 3,5% no mesmo período.

2.1.2. Função cardiorrespiratória

O envelhecimento é acompanhado pela diminuição progressiva da capacidade de realizar esforços físicos, devido principalmente ao declínio gradual ao longo da vida adulta, no consumo máximo de oxigénio (VO2máx). O principal motivo

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dessa ocorrência provém das alterações fisiológicas que atingem múltiplos sistemas orgânicos (Sehl e Yates, 2001) e provocam, em casos de alteração funcional e estrutural severa, a perda da capacidade funcional e autonomia do idoso.

O VO2máx pode ser definido como um parâmetro fisiológico mensurável e

reprodutível que define uma capacidade individual e determinante da aptidão física (Taylor et al., 1955). Enquanto medida integrada, espelha a capacidade funcional e reserva adaptativa de vários sistemas orgânicos, cada um com a sua taxa de declínio das suas funções ao longo da vida. A capacidade funcional no idoso é vulgarmente entendida como a capacidade de realizar as atividades da vida diária e o esforço associado a essa realização. Para além da força muscular (Rantanen et al. 2000; Marcell, 2003) também o VO2máx (Karpansalo et al. 2003) é um dos principais

fatores determinantes da capacidade funcional, refletindo uma maior ou menor reserva funcional e impacto na autonomia e na longevidade dos indivíduos (Booth, 1989; Paterson et al., 1999; Karpansalo et al., 2003; Lukkanen et al., 2001). Valores mínimos para o consumo de oxigênio fazem a diferença entre idosos capazes de viver autonomamente na comunidade e idosos com reduzida autonomia (Paterson et

al., 1999). Contudo, o decréscimo do VO2máx é afetado também pela doença, fatores sociais ou pelos hábitos de vida (Bortz, 2001). A taxa de decréscimo do VO2máx varia

entre um mínimo de 0,19 ml.kg-1.min-1 por ano (Stathokostas et al., 2004) e um máximo de 1,32 ml.kg-1.min-1 por ano (Dehn e Bruce, 1972), com um valor médio de 0,63 ml.kg-1.min-1 por ano. Em valores percentuais, a diminuição do VO2máx oscila

entre 0,6% por ano (Trappe et al. 1996) e 2,5% por ano (Dehn e Bruce, 1972), com um valor médio de 1,3% por ano (Sehl e Yates 2001).

No idoso, o aparelho cardiovascular mantém a capacidade de responder a diferentes tipos de esforço, tais como esforço ortostático, térmico e esforço físico. No entanto, as alterações sofridas por esse aparelho, com o envelhecimento e mesmo sem a presença de doença cardíaca, diminuem a reserva funcional cardiovascular, contribuindo para a diminuição do VO2máx (Lakatta, 1993). De todas as alterações da

resposta cardiovascular ao exercício com a idade, a mais referida na literatura é a diminuição progressiva da frequência cardíaca máxima (FCmáx), que surge também

como um dos principais fatores para a redução do VO2máx com o envelhecimento

(Marti e Howald, 1990; Fitzgerald et al., 1997; Pollock et al., 1997; Tanaka et al., 1997; Wilson e Tanaka, 2000). A taxa de decréscimo da FCmáx varia entre um

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mínimo de 0,57 bat/ano (Eskurza et al., 2002) e um máximo de 2,4 bat/ano (Stathokostas et al., 2004), com um valor médio de 0,89 bat/ano. A taxa de diminuição da frequência cardíaca máxima aparenta não ser afetada pelo sexo (Astrand et al., 1973), ou pelo nível de treino dos indivíduos (Trappe et al., 1996; Fitzgerald et al. 1997; Pimentel et al., 2003) enquanto a frequência cardíaca de repouso, ao contrário da frequência cardíaca máxima, mantém-se praticamente a mesma (Cafagna et al., 1997).

2.2. EFEITOS FISIOLÓGICOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA POPULAÇÃO IDOSA

A prática de atividade física, especialmente para idosos, quando bem orientada e realizada regularmente, pode trazer vários benefícios, tais como, o aumento da força muscular, a melhoria da capacidade cardiorrespiratória, a redução de gordura, o aumento da densidade óssea, a melhoria do humor e da autoestima e a redução da ansiedade e da depressão (Pelesudo, 2005).

Em parte, devido ao impacto sobre vários aspectos da saúde física, a atividade física regular tem uma importante influência sobre as capacidades funcionais, qualidade de vida e saúde mental do idoso. Embora o hábito de praticar atividade física regular possa estender o ciclo vital de uma pessoa em um a dois anos, um benefício de maior relevo é o aumento de seis a dez anos na expectativa de vida ajustada ao aumento da qualidade de vida, uma melhoria da autoestima e sensação de autoeficácia, bem como uma redução do risco de ansiedade e depressão (Shepard, 1997). Os benefícios da atividade sobre o controlo da pressão arterial acontecem por diversos fatoresdiretos e indiretos da atividade física no organismo: alterações cardiovasculares (diminuição da frequência cardíaca de repouso, do débito cardíaco no repouso, da resistência periférica e do volume plasmático, aumento da densidade capilar), alterações endócrinas e metabólicas (diminuição da gordura corporal, diminuição dos níveis de insulina, diminuição na atividade do sistema nervoso simpático, aumento da sensibilidade à insulina, melhoria da tolerância à glicose), composição corporal (efeito diurético, aumento da massa muscular, aumento de força muscular), comportamento (diminuição do stress, diminuição da ansiedade). Além disso, há efeitos na saúde mental: melhoria

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do autoconceito, melhoria da autoestima, melhoria do humor, melhoria da imagem corporal, desenvolvimento da autoeficácia, melhoria da tensão muscular e da insónia, diminuição do consumo de medicamentos, melhoria das funções cognitivas e da socialização (Matsudo, 2001).

A atividade física é um fator importante na qualidade de vida do idoso. No entanto, o tipo de exercício a ser realizado depende da capacidade funcional e da motivação de cada indivíduo. Não há nenhuma fórmula pré-determinada em relação ao que deve ser feito na terceira idade. O idoso precisa olhar para si e ver qual a sua capacidade funcional nas atividades do diaadia, como “subir as escadas”, “carregar panelas de pressão”, “arrumar camas” (Okuma, 1998). Estudos mostram que, pelo menos, 70% dos idosos apresentam um problema de saúde e a atividade física pode ser um grande aliado no seu tratamento. A prática da atividade física pode controlar a manifestação e os sintomas de várias doenças, por exemplo, a hipertensão e reduzir o consumo de medicamentos. Para isso, é necessário estimular com o exercício físico os sistemas cardiovascular, nervoso e o musculoesquelético. A prática de atividade física melhora o andar e o equilíbrio, melhora a autoeficácia, contribui para a manutenção e/ou aumento da densidade óssea, auxilia o controlo da diabetes, da artrite, das doenças cardíacas e dos problemas com colesterol alto e hipertensão, melhora a ingestão alimentar, diminui a depressão, reduz as ocorrências de acidentes, pois ocorre uma melhoria nos reflexos e na velocidade do caminhar, contribui para a manutenção damassa corporal e aumenta a mobilidade do idoso (Okuma, 2006).

2.2.1. Benefícios do treino da força (TF)

Vários autores como Brown, McCartney e Sale (1990), Fleck et al., (1999), foram os primeiros que mostraram que pode ocorrer um aumento de força devido a modificações neurais nos idosos. Charette et al. (1991) e Fleck et al.(1999) concluíram que não existem alterações significativas nas variáveis modificáveis quando sujeitos a treino de baixa intensidade, comparados com adultos jovens. Concluíram ainda que o idoso tem uma menor capacidade de responder ao treino. Porém, Fleck et al. (1999) provaram que os idosos tinham a capacidade de ganho

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de força preservada, porém, com reduzida capacidade de hipertrofia. Fiatarone et al. (1990)se referea um aumento relativo de força e hipertrofia num grupo de idosos nonagenários que treinaram durante 8 semanas, em alta intensidade. Charette et al. (1991) e Fleck et al., (1999) identificaram, por meio de biópsias em músculos treinados em força de alta intensidade, um aumento significativo na área de fibras do tipo II, e não significativo nas do tipo I.

No processo de envelhecimento, deve ser levado em conta que os indivíduos possuem capacidades comoo equilíbrio, a capacidade de articular e a mobilidade debilitada. Por isso, surge a necessidade de manter, ou até aumentar a capacidade de força e volume muscular, fato que permite a melhoria da rotina do seu quotidiano, proporcionando a diminuição do risco de quedas (Rose, 2003).

A resposta fisiológica que ocorre com o treino da força, principalmente para uma pessoa idosa, é um aumento na força muscular, beneficiando assim, as atividades da vida diária, além de manter e melhorar a capacidade aeróbia. (Fronteira et al., 2001). O treino da força pode ser um importante coadjuvante para as intervenções de redução de massa corporal no idoso. Com o treino da força, incrementos significativos na taxa metabólica basaltêm sido associados a um significante incremento na ingestão energética necessária para manter amassa corporal em pessoas idosas (Campbell et al., 1994). O aumento do dispêndio energético inclui incremento na taxa metabólica de repouso e no custo energético do exercício de resistência. Por este motivo, o treino da força é um meio efetivo para aumentar os requerimentos energéticos, diminuir a massa de gordura corporal e manter a massa de tecido metabolicamente ativa em indivíduos idosos saudáveis. Com esse efeito, sobre o metabolismo energético, o treino de resistência também melhora a ação da insulina em pessoas idosas (Miller et al., 1994).

Em mulheres saudáveis pós-menopáusicas, os efeitos de um programa de treino da força intenso sobre a densidade óssea pode compensar o declínio típico relacionado com a idade na saúde óssea, pela manutenção ou incremento na densidade mineral óssea, ou no conteúdo mineral corporal total (Nelson et al., 1994). Contudo, associado a este efeito no osso, o treino da força também aumenta a massa e a força muscular, equilíbrio dinâmico e os níveis totais de atividade física. Todos esses benefícios podem resultar na diminuição do risco de fraturas ósseas.

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2.2.2. Benefícios do treino da capacidade cardiorrespiratória

Em atletas veteranos a continuação de prática desportiva e da participação em competições previne o decréscimo do VO2máx no período de uma década (entre

os 50 e os 60 anos (Pollock et al., 1987), mas não num intervalo de 20 anos (Pollock

et al., 1997). A manutenção da potência aeróbia máxima acontece

independentemente da descida da frequência cardíaca máxima, sugerindo a existência de adaptações cardíacas ou periféricas compensatórias induzidas pelo treino de resistência.

Diferentes estudos comprovam que o treino cardiorrespiratório permite o aumento em cerca de 20% do VO2máx na faixa etária entre os 40 e os 50 anos em

resultado de adaptações cardiovasculares e do aumento da extração de oxigénio pelo músculo-esquelético (Lakatta, 1993). McGuire et al. (2001b), verificaram numa amostra de cinco sujeitos com idades aproximadas de 50 anos, um aumento do VO2máx absoluto de 14%, correspondente a um acréscimo de 17% quando expresso

em função da massa isenta de gordura. Nesse estudo, o acréscimo no V02máx

deveu-se em exclusivo a um aumento da diferença artério-venosa (dif a-v02; ~10,1

%), não tendo havido aumento do débito cardíaco máximo. Esse facto contrasta com as adaptações ao treino dos mesmos sujeitos 30 anos antes, em que o aumento do V02máx ocorreu associado a aumentos do débito cardíaco máximo (V02máx=2,8l.min-1,

14%) e da dif a-v02 (dif a-v02= 0,9 mlO2/100ml sangue, 5%) (Saltin et al.. 1968;

McGuire et al., 2001b).

Em grupos de idade mais avançada (60 a 69 anos), o efeito do treino no aumento do V02max persiste e é independente da idade (no intervalo desta década de

vida), do sexo ou do nível inicial de capacidade aeróbia (Kohrt et al., 1991). Seals et

al. (1984) verificaram, em sujeitos de ambos os sexos e com uma média de idades

de 63 anos, um aumento do V02máx em 30%, após um ano de treino da capacidade

cardiorrespiratória, no qual a intensidade nos últimos seis meses foi elevada (75% a 85% da reserva da frequência cardíaca) (Seals et al., 1984). À semelhança do observado no estudo de McGuire et al. (2001b), com indivíduos 10 anos mais novos, o acréscimo do V02máx deveu-se ao aumento da dif a-v02, tendo o aumento do débito

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resultados experimentais sugerem que a adaptabilidade do aparelho cardiovascular ao exercício reduz-se substancialmente com a idade, limitando a possibilidade de melhoria da potência aeróbia.

Todavia, existem resultados experimentais que mostram que o exercício em homens sexagenários permite o aumento do volume sistólico e do débito cardíaco, embora isso não se verifique em mulheres idosas (Spina et al., 1993). A melhoria da função cardíaca em homens sexagenários, em resposta ao treino aeróbio, é devida ao aumento das dimensões ventriculares durante a diástole (hipertrofia excêntrica) e da contractilidade miocárdica, esta em consequência do aumento da sensibilidade do coração à ação estimuladora simpática (Spina et al., 1998).

Dados recentes indicam que a possibilidade de aumento do V02máx se reduz

fortemente a partir dos 80 anos de idade (Ehsani et al., 2003; Spina et al., 2004). Num grupo de homens e mulheres com uma média de idades de 83 anos, Ehsani et

al. (2003) registaram um aumento em 14% do valor do pico de potência aeróbia,

após treino aeróbio com intensidade elevada (78% do pico de frequência cardíaca). Esse aumento, que os autores dizem ser inferior ao registado com a aplicação do mesmo protocolo de condicionamento físico em sujeitos menos idosos, deveu-se a um maior débito cardíaco máximo e a um ligeiro acréscimo no valor da dif a-v02, no

caso das mulheres. Uma menor capacidade de adaptação cardiovascular ao treino a partir dos 80 anos de idade parece justificar o menor aumento da potência aeróbia máxima no grupo etário (Spina et al., 2004). Importa referir, no entanto, que mesmo nessas idades, o treino diminui a frequência cardíaca e a atividade metabólica do coração em intensidades submáximas de exercício (Spina et al., 2004), reduzindo assim o risco de doença isquêmica cardíaca e a sensação de esforço associada às atividades físicas do dia-a-dia, aspectos importantes para a manutenção da independência funcional do idoso.

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2.3. HIDROGINÁSTICA

Hidroginástica, como o próprio nome diz é a ginástica na água. A prática de exercícios (movimentos naturais, como por exemplo: caminhar, correr, saltar), com ou sem acessórios executados dentro da água, usando a resistência da água como sobrecarga, tornou-se conhecida como Hidroginástica.

Segundo Sharkey (1998), os romanos utilizavam a ginástica na água com fins terapêuticos e recreativos. Na Grécia Antiga, isso era tão comum quanto a sauna e proporcionava bastante bem-estar. Por volta do ano 406 a.C. (Heródoto) já realizavam atividades dentro de água, nas suas casas de banho, que eram conhecidas como “Termas” (Delgado, 2001). Os gregos faziam ainda uso das “águas quentes” para trabalhar a moral dos seus soldados que já andavam impacientes com a paz que reinava na época.

Segundo o mesmo autor, existem alguns relatos de massagens e movimentos feitos por japoneses e chineses em banheiras e piscinas. Há relatos e livros mencionando esta prática em piscinas públicas, onde as pessoas se reuniam para sessões de hidroterapia. Os exercícios aquáticos sempre foram praticados em todo mundo, nomeadamente na Inglaterra, século XVII, em que as caminhadas na água eram exercícios comuns. Na Hungria, por volta de 1830, surgiram os banhos em águas sulfurosas, com exercícios de calistenia. Mais tarde, a Inglaterra e principalmente os Estados Unidos, iniciaram uma séria de estudos sobre a Hidroginástica, a fim de obter conhecimento sobre os seus possíveis benefícios.

Segundo Bonachela (1994), a Hidroginástica apareceu na Alemanha com o fim de servir um grupo de pessoas com mais idade, que necessitava de praticar uma atividade física segura, sem causar riscos de lesões às articulações e que proporcionasse bem-estar físico e mental. Posteriormente, na 2ª Guerra Mundial, a Hidroginástica era utilizada, essencialmente, na reabilitação dos seus soldados, após sofrimento de traumas físicos decorrentes da guerra.

Na Associação Cristã da Mocidade (ACM), foram criados os primeiros programas aquáticos voltados para a Terceira Idade, mas, só há pouco tempo, há aproximadamente uma década, a Hidroginástica começou a ser praticada em

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spa(locais de banhos e massagem) de emagrecimento, passando a seguir aos

clubes e ginásios (Novais, 1998).

Essa modalidade começou por ser introduzida em clubes e ginásios e, aos poucos, foi ganhando adeptos de várias idades. Hoje em dia, é considerada uma das mais completas atividades físicas, por todos os benefícios que produz.

2.3.1. Conceptualização e caraterização da hidroginástica

De acordo com Lopes (2003), a Hidroginástica consiste em uma atividadeque por meio da utilização das propriedades físicas da água, permite desenvolver o nível de aptidão física, sem grande impacto a nível articular, sem o desconforto da transpiração e da exaustão, em um ambiente descontraído e relaxante.

De acordo com Barbosa (2000), a Hidroginástica possibilita protelar o processo de envelhecimento e promove benefícios anatomo-fisiológicos, cognitivos e socioafetivos aos idosos, tornando-os mais sadios, independentes, sociáveis e eficientes, traduzindo-se na qualidade de vida.

Segundo Bonachela (1994) e Rocha (2001), a prática de Hidroginástica proporciona uma melhor qualidade de vida, uma vez que oferece benefícios como, por exemplo, o acréscimo anatomo-fisiológico, a melhoria das capacidades físicas, o incremento de aspectossocioafetivos e da capacidade cognitiva, salientando que se verifica, ao nível das capacidades físicas, um aumento da coordenação, agilidade, cinestesia, percepção, esquema corporal, velocidade de reação, melhoria do equilíbrio e da lateralidade.

De acordo com Delgado e Delgado (2001), não se deve esquecer que o objetivo da Hidroginástica é trabalhar o indivíduo de forma global, aproveitando as características e benefícios da água, ao mesmo tempo que se respeitam os objetivos e limitações individuais. Assim, a Hidroginástica é indicada como uma atividade física, pura e simples, mas também é indicada para aqueles que dela realmente precisam, os portadores de problemas de saúde.

A Hidroginástica é bastante eficaz nos casos de pessoas que sofrem de problemas articulares, onde o impacto nos membros inferiores é sensivelmente

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diminuído. A resistência aeróbia, força e flexibilidade podem ser trabalhadas no ambiente aquático.Estes exercícios são mais fáceis de realizar e menos dolorosos, além de promover a interação social que tanto lhes é importante (Ferrugem, 2008).

Segundo Barbosa e Queirós (2000), o exercício físico na água será um meio facilitador da prática de atividade física e do estabelecimento de relações intrapessoaisem indivíduos com um baixo nível de autoestima, devido à insatisfação com o seu corpo, já que estando dentro de água, este não estará tão exposto a terceiros, como nas atividades desenvolvidas no meio terrestre.

A Hidroginástica é também uma modalidade que utiliza a música como polo motivacional, meio de manutenção da sincronização entre os utentes e é um processo para se atingir a intensidade de exercitação desejada (Barbosa e Queirós, 2000).

2.3.2. Benefícios da hidroginástica

A Hidroginástica pode promover melhoria nas diversas componentes da aptidão física, como força, flexibilidade, composição corporal e capacidade cardiorrespiratória. Além disso, exercícios realizados no meio aquático apresentam um reduzido impacto comparado com o meio terrestre e um comportamento de frequência cardíaca e pressão arterial mais baixos (Alves et al., 2004).

Devido às propriedades físicas da água, a prática de Hidroginástica oferece um conjunto de benefícios em comparação com a atividade física realizada no meio terrestre. Franke (2000) sintetiza da seguinte forma os benefícios da Hidroginástica:

a) melhora a condição física;

b) melhora a saúde;

c) reduz a dor e a fadiga muscular;

d) melhora o sistema cardiovascular e respiratório;

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f) reduz os índices de gordura corporal;

g) mantém a forma física.

Segundo Bonachela (2001), os principais objetivos dos programas de Hidroginástica para terceira idade são:

a) aumento da capacidade de autossuficiência e bem-estar geral;

b) melhoria da condição cardiovascular e da resistência geral;

c) aumento da força e da resistência muscular;

d) melhora da coordenação motora, flexibilidade e equilíbrio;

e) alívio de dores musculares e articulares;

f) alívio da ansiedade, depressão e stress;

g) promover a sociabilidade.

Os principais efeitos decorrentes da prática da Hidroginástica são (Bonachela, 2001):

a) diminuição de dores, espasmos musculares e impacto nas articulações;

b) relaxamento;

c) aumento da amplitude de movimentos e da flexibilidade;

d) reeducação dos músculos menos utilizados;

e) fortalecimento e desenvolvimento de resistência muscular generalizada, da força e da potência;

f) diminuição da fadiga;

g) alívio das tensões e do stress;

h) elevação do nível de vo2 max pela ação dos exercícios e da pressão da água nos

músculos respiratórios;

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2.3.2.1. Benefícios do exercício na água

A Hidroginástica tem como vantagem a utilização de uma sobrecarga natural, a própria água (Yázigi, s.d.). Devido à presença da força de impulsão hidrostática, o efeito da força da gravidade é diminuído. Daí que a carga mecânica a que está sujeita a estrutura locomotora, seja menor (Barbosa e Queirós, 2000). Estes autores descrevem ainda um conjunto de benefícios em comparação com a atividade física realizada no meio terrestre, tais como:

a) o efeito da força de gravidade é diminuído;

b) alcança-se rapidamente um maior fortalecimento muscular;

c) aumento do consumo energético;

d) não se sente desconforto ao exercitar;

e) meio facilitador da prática de atividade física e estabelecimento de relações interpessoais.

Na água, o impacto é muito reduzido, tendo em conta que neste meio o corpo pesa apenas 10% da suamassa corporal normal. Assim sendo, as articulações têm todo o benefício do movimento completo, sem ter de suportar amassa corporal do corpo, pois devido à força de impulsão, amassa corporal na água fica reduzido em quase 90% damassa corporal real (Lopes, 2003).

Esse facto contribui para que a Hidroginástica seja uma atividade com um reduzido número de contraindicações e desta forma seja uma atividade que possa ser praticada por todos.

Dado que a densidade da água é maior que a do ar, a resistência ao deslocamento é superior, além de que promove uma exercitação tridimensional, possibilitando que se alcance rapidamente um maior fortalecimento muscular (Barbosa e Queirós, 2000).

Segundo Lopes (2003), em imersão, os músculos posturais profundos são solicitados, pois o corpo reage contra a flutuação e para manter a posição ereta é necessário contrair alguns músculos mais profundos que habitualmente não são exercitados. Desta forma, solicita-se os grandes grupos musculares e músculos

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secundários, mantendo sempre as articulações protegidas do impacto. Por outro lado, a água aquecida promove uma maior mobilidade das articulações, aumentando a flexibilidade dos tecidos. A mobilidade significa liberdade de movimentos nas diversas direções, com relativa facilidade. Este fato cria um bem-estar físico, mental e emocional, além de uma sensação de liberdade.

Em suma, a prática da Hidroginástica permite um trabalho equilibrado dos músculos, sem provocar grandes dores musculares pós-exercício aos praticantes, devido ao efeito massajador da água.

Segundo Barbosa e Queirós (2000), a temperatura da água, para se realizar uma aula de Hidroginástica, deve variar entre os 27 e os 30 graus centígrados (ºC). Para Bonachela (1994) e Paulo (1994), a temperatura da água deverá estar entre os 27 e os 29 ºC. De acordo com Vasiljev (1997), a temperatura da água deve estar entre 26 e 28 ºC.

A água facilita igualmente a dissipação do calor, sendo menor o esforço exigido ao miocárdio para a termo-regulação (Neto, 1998). Essa variação/dissipação de calor leva a que haja uma estimulação do sistema termo-regulador (Lopes, 2003). No entanto, em temperaturas superiores a 30ºC, pode ocorrer um sobreaquecimento do corpo e uma maior dificuldade em dissipar calor. Caso a temperatura seja abaixo dos 27ºC verifica-se uma diminuição das funções metabólicas, uma diminuição da circulação sanguínea e dos fluídos corporais, uma diminuição dos níveis de flexibilidade e portanto, um aumento da probabilidade de ocorrência de uma lesão (Barbosa e Queirós, 2000). Deste modo, deverá ter-se em grande consideração a temperatura a que a água se encontra.

Com o exercício na água, não se sente o desconforto, que muitas vezes se verifica ao praticar atividade física em terra, nomeadamente o calor e a transpiração. Isto porque, ao exercitar-se no meio aquático, o corpo arrefece mais depressa do que no meio terrestre, através da vasodilatação periférica, da sudação e da condução facilitada (Barbosa e Queirós, 2000).

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2.3.2.2. Benefícios Cardiovasculares

São vários os fatores que influenciam a Frequência Cardíaca (FC) no exercício dentro de água, nomeadamente a temperatura ambiente da piscina e da água, a hora do dia, a profundidade da água,assim como as suas características. A Hidroginástica melhora a captação, o transporte e o aproveitamento do oxigénio inspirado, sendo portanto, uma atividade recomendada para hipertensos. Para Sova (1998), as frequências cardíacas são geralmente mais baixas durante a Hidroginástica do que durante exercícios no solo. Segundo Kruel (2000), a maior densidade da água diminui o efeito da gravidade e exerce compressão melhorando o retorno venoso.

Conclui-se que, para uma intensidade de exercício igual em terra e na água, a FC na água atinge valores inferiores aos registados no exercício realizado em terra. Em suma, o trabalho realizado na água traz maiores benefícios cardiovasculares na medida em que possibilita realizar exercício por um período mais longo de tempo utilizando os grandes grupos musculares. A água, ao exercer maior resistência aos músculos, implica que o aparelho respiratório também tem que fazer mais força exigindo reeducação respiratória por causa da pressão sobre o tórax (Santos, 2000).

2.3.2.3. Benefícios Neuromusculares

A prática regular da Hidroginástica vai proporcionar uma melhoria da força muscular, da flexibilidade muscular e da coordenação motora. A água produz resistência em várias direções e em consequência pode solicitar mais do que um músculo ao mesmo tempo. Ou seja, em terra para trabalhar grupos musculares opostos é necessário realizar dois exercícios diferentes, mudando de posição. Na água, a resistência permite trabalhar no mesmo exercício os músculos agonistas e antagonistas no mesmo movimento, ou seja, podem trabalhar dois músculos opostos (exemplo da “flexão do antebraço” que na fase ascendente trabalha o bicípite e na fase descendente trabalha o tricípite (Anspaugh et al., 1989).

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O meio aquático permite ainda variações do ângulo do movimento, proporcionando um aumento do número de fibras musculares trabalhadas.

2.3.2.4. Benefícios Sociais

É uma atividade de grupo que estimula o convívio social e afetivo já que proporciona a oportunidade de conhecer o próximo, e proporciona também uma permuta constante de realidades.

Segundo Sova (1998), o exercício aumenta o bem-estar emocional, aparência, prazer de viver e autoestima. A pessoa emocionalmente estável, com uma atitude positiva, é menos suscetível a doenças físicas, dores e deficiências do sistema imunológico. A Hidroginástica tem um caráter essencialmente lúdico e juntamente com os jogos possíveis de se realizar, a presença da música, o convívio social, os benefícios da modalidade e as caraterísticas relaxantes da água são factores de grande relevância na motivação para a prática da Hidroginástica (Barbosa e Queirós, 2000).

Tabela 1 – Benefícios específicos do exercício físico no meio aquático

Órgãos e sistemas Aparelho psicomotor Psicoafectivos Sociais

Melhoria da capacidade de resposta e adaptação ao esforço Aumenta a percepção sensorial e quinestésica Potencia a

autoestima Potencia a autonomia

Potencia o trabalho do sistema circulatório

Estimula a coordenação neuromotora

Induz à superação de

si próprio Potencia a comunicação

Aumenta a capacidade respiratória Estimula o equilíbrio e o ajuste corporal Facilita a vivência do “eu” corporal presente Potencia a cooperação e a solidariedade

Tonifica a musculatura Aumenta a competência

motriz Facilita o equilíbrio e a unidade psicossomática Aumenta as possibilidades de relaxamento da musculatura Aumenta a consciência

corporal Facilita a expressão

Diminui a tendência para a obesidade Reforça a atividade intelectual Provoca momentos de distração e alegria Facilita a digestão dos

alimentos

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2.3.3. Estudos efetuados na Hidroginástica

Alguns trabalhos têm demonstrado a importância desta modalidade na vida dos indivíduos idosos. Gubiani et al. (2001) analisaram os efeitos de oito meses de Hidroginástica sobre indicadores antropométricos de mulheres entre 60 e 80 anos de idade. Os autores avaliaram a massa corporal, estatura, perímetros e somatórios de dobras cutâneas, representando a gordura por região (tronco, membros, central e periférica) e a gordura total. O grupo experimental participou nas atividades de Hidroginástica durante 32 semanas, totalizando 64 sessões, com duração aproximada de 45 minutos. Com base nos resultados, os autores concluíram que o programa de Hidroginástica praticado durante 8 meses, propiciou reduções significativas nas variáveis de massa corporal e nos perímetros da cintura, dos glúteos e das coxas. Quanto à distribuição de gordura corporal regional e total, constatou-se que o programa de Hidroginástica realizado foi eficaz para promover reduções na adiposidade corporal.

Alves et al. (2007) verificaram o efeito da prática da Hidroginástica sobre a aptidão física associada à saúde nos idosos. Os autores realizaram um ensaio controlado com 75 mulheres idosas, sem atividade física regular. Um grupo de 37 mulheres recebeu duas aulas semanais de Hidroginástica, durante três meses e outras 37 mulheres serviram como controle. Os autores avaliaram a aptidão física através dos testes de Rikli e Jones (1999), com avaliações de força e resistência de membros inferiores (levantar e sentar na cadeira), força e resistência de membros superiores (flexão do antebraço), flexão dos quadris e da coluna vertebral (sentado, alcançar os membros inferiores com as mãos), mobilidade física – velocidade, agilidade e equilíbrio (levanta, caminha, 2,44 m e volta a sentar), flexibilidade dos membros superiores (alcançar atrás das costas com as mãos) e resistência aeróbia (andar 6 minutos). Os autores aplicaram os testes antes do início das aulas e no fim do programa, após 3 meses. Observou-se, no grupo de Hidroginástica, um melhor desempenho em todos os pós-testes. Os autores concluíram que a prática de Hidroginástica para mulheres idosas contribuiu para a melhoria da aptidão física relacionada com a saúde.

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Tsukahara et al. (1994) avaliaram 67 mulheres na pós-menopausa, por um período de um ano. Estas participaramem exercícios no meio aquático, pelo menos uma vez por semana. O grupodecontrolo foi composto por 30 mulheres. Os resultados mostraram que o grupodecontrolo perdeu 1% de densidade mineral óssea lombar (L2-L4), e o grupo treinado obteve um aumento de 1,55% da densidade mineral óssea lombar. Os autores destacam que o treino no meio aquático é um importante fator na prevenção de perda de massa óssea.

Bravo et al. (1997) avaliaram 77 mulheres com osteoporose, com idades compreendidas entre os 50 e os 70 anos, durante 12 meses. O treino consistia em exercícios de saltos com movimentos e exercícios localizados, entre 15 e 20 repetições. A frequência do treino foi de uma vez por semana, com 60 minutos de duração. Os resultados demonstraram que as participantes melhoram a aptidão física cardiorrespiratória, a agilidade, a flexibilidade, a força e a resistência, reduzindo, assim, os fatores de risco de queda. Apesar disso, e contrariamente ao estudo de Tsukahara et al. (1994), não houve diferença significativa, após 1 ano de treino, na densidade mineral óssea L2-L4 e do fémur, o que pode ser devido a alguma especificidade do grupo e também, ao facto dos sujeitos do grupo já estarem abrangidos pela patologia, facto que deverá ser melhor investigado. A literatura especializada aponta que indivíduos ativos e atléticos têm uma densidade mineral óssea significativamente aumentada, quando comparada com grupos de controlo sedentários, sendo que essa diferença varia entre 8 e 30%, independentemente do tipo de exercício (Marcus, 2000).

Kura et al. (2004) investigaram 56 voluntárias do sexo feminino que praticavam Hidroginástica ou ginástica, divididas em dois grupos. O Grupo 1 (n=24) foi formado por praticantes de Hidroginástica com idade média de 66,58±5,13 anos e o Grupo 2 (n= 32), por praticantes de ginástica, com idade média de 67,96 ± 6,81 anos.

Os autores determinaram, em ambos os grupos, o índice de massa corporal (IMC); o nível de atividade física a partir do questionário internacional de atividade física (IPAQ); a força estática máxima, através do teste de força de preensão manual e o teste de força estática de membros inferiores por meio de um dinamómetro. De todas as variáveis analisadas pelo estudo, apenas a força de preensão manual

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esquerda apresentou diferença entre as duas modalidades, estando as idosas praticantes de Hidroginástica com maior força neste membro quando comparadas às praticantes de ginástica. Os autores salientamque quando comparados a outros estudos presentes na literatura, ambos os grupos apresentaram bons índices de força manual.

O ganho funcional com a realização de atividades aquáticas foi avaliado por Simmons e Hansen (1996). Nesse estudo, foram avaliados 54 indivíduos de 74 a 90 anos, de ambos os sexos. Os autores concluíram que os indivíduos que realizaram exercícios na água apresentaram melhorias do controle postural.

Mesmo que todos estes benefícios sejam evidenciados com a prática da Hidroginástica, é através da execução com periodicidade contínua das aulas, que se consegue alcançar os objetivos ou ainda os benefícios já expostos.

2.4. FORÇA MUSCULAR

Mesmo em atividades que apresentam um menor nível de exigência, como por exemplo as atividades do dia-a-dia, são necessários níveis moderados de força muscular. Assim, no idoso, a força tem um papel importante na preservação da sua independência e da capacidade de participação nas atividades de carácter social.

A força muscular revela ter um papel capital para todos os indivíduos, mas é ainda mais importante nos idosos. A perda gradual de força muscular ao nível dos membros inferiores e da musculatura extensora do tronco durante o envelhecimento, não só incapacita a mobilidade como está associada a um maior risco de quedas (Tinetti e Speechley, 1989; Tobis, Friis e Reinsch, 1989).

O treino adequado da força muscular pode ajudar a prevenir o risco de quedas, através da potencialização da capacidade de reequilibração do indivíduo (Providence et al., 1995).

A capacidade máxima de produção de força, tanto no homem como na mulher, é alcançada entre os 20 e os 30 anos, período no qual a secção transversal do músculo é a maior (Clarke, 1973; Montoye et al., 1977; Vandervoort, Kramer e Wharram, 1990). Posteriormente observa-se um declínio progressivo da força em

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todos os grupos musculares. No entanto, o declínio da força isocinética é mais rápido na mulher do que no homem (Freedson et al., 1993), ocorrendo uma perda significativa no período perimenopáusico (Sandler et al., 1991). As diferenças na taxa de perda de força isométrica e isocinética entre homens e mulheres, reflete em parte as diferenças nos padrões habituais de atividade física.

Num estudo transversal, elaborado por Shock e Norris (1970), encontrou-se uma significativa diminuição da força muscular a partir dos 60 anos. Kallman, Plato e Tobin (1990), num estudo longitudinal, encontraram uma diminuição da força de preensão relacionada com o envelhecimento. No entanto, os indivíduos diferiam grandemente na taxa de perda da força durante o processo de envelhecimento. Segundo estes investigadores, com o envelhecimento, a força máxima isométrica diminui e a fadiga muscular aparece mais precocemente.

A resistência da força não sofre uma diminuição tão significativa quanto a força máxima (LaForest et al., 1990). No entanto, alguns autores têm encontrado uma diminuição da resistência da força com o envelhecimento (Clark et al., 1992).

A perda de força muscular da grande maioria dos grupos musculares apresenta padrões similares (Aoyagi e Shephard, 1992). A atrofia muscular associada à perda de força reflete a seletivadesenervação das fibras musculares e a reenervação através de unidades motoras adjacentes que mantiveram a sua integridade (Brooks e Faulkner, 1994; Aoyagi e Shephard, 1992).

Brooks e Faulkner (1988) revelaram que a taxa de produção de força de um músculo isolado de um rato idoso era 30% inferior à taxa de produção de força do mesmo músculo num rato novo, e que a taxa de produção de força relativa à massa muscular era 20% mais baixa no rato com mais idade. Estas descobertas nos animais são relevantes para os humanos. Nos homens, a força por secção transversal do músculo é também menor nos idosos (Younget al.,1985).

A capacidade de produção de tensão muscular durante a contração é semelhante nas fibras do músculo mais envelhecido e no músculo mais novo (McCarter, 1978; McCarter e McGee, 1987). Assim, a diminuição da capacidade de produção de força muscular provocada pelo envelhecimento não é devida ao decréscimo da capacidade de produção de tensão muscular, mas sim devido à existência de um menor número de unidades motoras (Campbell et al., 1973). A

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Tabela 1 – Benefícios específicos do exercício físico no meio aquático
Tabela 4 –  1º Plano de Treino da Força com duração de 2 semanas:
Tabela 5 –  2º Plano de Treino da Força com duração de 10 semanas:
Figura 4:3º Plano de Treino da Força representado por desenhos fotográficos.
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Referências

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