Inicio do século XX → As primeiras intervenções estatais no campo da prevenção
e controle de doenças consistiam na organização de
campanhas sanitárias
pontuais cujo modelo operacional baseava se em
atuações verticais
, sob forte
inspiração militar
e com fases bem estabelecidas
o Preparatória
o De ataque
o De consolidação
o De manutenção
Note que a VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Não era considerada como fase operacional
A expressão VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
passou a ser aplicada a doenças transmissíveis na década de 50, para
designar as atividades desenvolvidas na Campanha de Erradicação da
Malária;
A vigilância era direcionada às pessoas com base no isolamento e não de forma coletiva.
Logo a EPIDEMIOLÓGICA sistemática e ativa expressão significava a de casos VIGILÂNCIA observação suspeitos ou
confirmados de doenças transmissíveis e de seus contatos.
Tratava – se portanto de vigilância de pessoas com base em medidas de isolamentos ou de quarentena aplicadas individualmente e não de forma coletiva.
de VIGILÂNCIA
Na década de 1960, também foi instituída uma fase
EPIDEMIOLÓGICA durante a campanha de erradicação da varíola;
Foram realizados:
Vacinação em massa;
Busca ativa de casos;
Detecção precoce dos surtos;
Bloqueio imediato da transmissão da doença.
Essa nova abordagem metodológica da VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA consagrou-se fundamental para a erradicação da varíola em escala MUNDIAL.
Em
1968
na
21ª
Assembleia
mundial
de
Saúde
a
VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA foi tema central e teve seu conceito bem estabelecido e
ampliado para a aplicação em vários outros problemas de saúde pública, além
das doenças transmissíveis, tais como:
Comportamentos como fatores de risco
Riscos ambientais
Doenças relacionadas ao trabalho
No Brasil a CAMPANHA DE ERRADICAÇÃO DA VARÍOLA (1966-1973) éreconhecida como o marco da institucionalização da VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA no País.
O modelo da desta campanha inspirou a Fundação ServiçoEspecial de Saúde Pública (FSESP) a organizar em 1969 um sistema de notificação semanal de doenças
selecionadas e a disseminar informações pertinentes em um boletim epidemiológico de circulação quinzenal.
Iniciou-se a ideia de: - Semana Epidemiológica- Doenças de Notificação Compulsória - Disseminação de informações
Promoveu e apoiou a organização de unidades de VIGILÂNCIAS EPIDEMIOLÓGICAS nas secretárias estaduais de saúde.
Através da
FSESP
estava criado o sistema que permitiria o futuro desenvolvimento
das ações de grande impacto no controle de doenças evitáveis por imunização.
O primeiro resultado deste esforço foi controle da
POLIOMELITE
no Brasil no ano de
1980
e no continente americano em
1994
.
Por recomendação da 5ª Conferência Nacional de Saúde em
1975
o Ministério da
Saúde
instituiu o
SISTEMA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA
(
SNVE
) por meio da Lei 6.259/75 e Decreto 78.231/76.
Esses documentos tornaram obrigatórias as notificações de doenças transmissíveis
selecionadas.
E m 1977 foi criado o primeiro MANUAL DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA onde
contava toda a metodologia de controle no âmbito de programas específicos.
A vigilância epidemiológica é “o conjunto de atividades que permite reunir a
informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento
ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus
fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente sobre bases
firmes, as medidas indicadas e eficientes que levam à prevenção e ao controle de
determinadas doenças’’.
Lei orgânica da saúde (Lei8.080/90)
Ep
i
SobreDémo
s
PovoLogo
s
Estudo
Identificar novos problemas de saúde pública;
Detectar epidemias;
Documentar a disseminação de doenças;
Estimar a magnitude da morbidade e mortalidade causadas por determinados agravos;
Identificar fatores de risco envolvendo a ocorrência de doenças;
Recomendar, com bases objetivas e cientificas, as medidas necessárias para prevenir ou controlar a ocorrência de específicos agravos à saúde;
Avaliar o impacto de medidas de prevenção, por meio de coleta e analise sistemática;
Avaliar a adequação de táticas e estratégias de medidas de intervenção com bases não só em dados epidemiológicos;
Revisar práticas antigas e atuais de sistemas de vigilância com o objetivo de discutir prioridades em saúde pública e propor novos instrumentos metodológicos.
Fornecer orientações técnica permanente para os profissionais da saúde
Constitui um instrumento importante para o planejamento, organização, operacionalização dos sistemas de saúde;
Coleta de dados
Processamentos dos dados coletados
Analise e interpretação dos dados processados
Recomendação das medidas de controle apropriadas
Promoção das ações de controle indicadas
Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadasdemográficos e
Dadosambientais,
socioeconomicos
Permite quantificar grupos populacionais;
Núm. de habitantes, nascimentos e óbitos, sexo, idade, renda, ocupação;
pluviometria, temperatura, umidade, cobertura vegetal;
Dados de morbidade
Sistemas de informação, investigação epid., dados laboratoriais
Permitem a detecção imediata ou precoce dos problemas sanitários;
Os dados são oriundos da notificação de surtos e casos, da produção de serviços ambulatoriais e hospitalares, das investigações epidemiológicas;
Dados de mortalidade
sistema de informação (SIM)
São indicadores dagravidade do fenômeno vigiado;
São oriundos de declarações
Notificação de surtos e epidemias
A detecção precoce ocorre quando o sistema de vigilância epidemiológica local está bem estruturado;
Possibilita a constatação de qualquer indício de elevação no número de casos de uma patologia ou a detecção de outras doenças.
Os critérios
para inclusão de
doenças
e
agravos na lista de notificação compulsória
são:
Magnitude
Aplicável à doenças de elevada frequência; a)
-- Traduzem-se por altas taxas de incidência,
prevalência, mortalidade e anos potenciais de vida perdidos.
Notificação
b)
“
É a comunicação da ocorrência de determinada
-doença ou agravo à saúde feita à autoridade
c)sanitária por profissionais de saúde ou qualquer
-cidadão
,para fins de adoção de medidas de
intervenção pertinentes”
Secretaria de vigilância em saúde/MS
-Potencial de Disseminação
Elevado poder de transmissão da doença
Transcendência
Severidade. Taxa de letalidade, de hospitalização e de seqüelas;
Relevância social. Manifesta-se pela sensação de medo, de repulsa ou de indignação;
Relevância econômica. Vulnerabilidade -d) - Disponibilidade concreta de instrumentos específicos de prevenção e controle da doença. Compromissos Internacionais e) f)
-Ocorrência de epidemias, surtos e agravos inusitados à saúde.
Deve-se notificar a simples suspeita da doença; A notificação deverá ser sigilosa;
A notificação deve ser feita mesmo na ausência de casos (Notificação Negativa).
Outras bases de dados dos sistemas nacionais de informações:
-1)
Laboratórios
Complementam o diagnóstico de confirmação de casos;
Servem como fonte de conhecimento de casos que não foram notificados.
2)
Investigação Epidemiológica
Casos e surtos complementam informações de fontes de infecção e mecanismos de transmissão;
Também possibilita a descoberta de novos casos.
3)
Imprensa e população
Devem ser sempre consideradas para a realização da investigação pertinente; Pode ser o primeiro alerta sobre a ocorrência de uma epidemia ou agravo inusitado.
Estudos epidemiológicos
- Inquérito Epidemiológico. Estudo do tipo amostral, quando as informações são inadequadas; -Levantamento existentes. Investigação
Epidemiológico. Os dados complementarão as informações já
epidemiológica. Objetivo de confirmar diagnostico, determinar as características epidemiológicas da doença, identificar as causas do fenômeno e orientar as medidas de controle.
Sistema sentinela
- De acordo com Rutstein et Cols (1983) é a detecção de doença prevenível, incapacidade, ou morte inesperada cuja ocorrência serve como um sinal de alerta de que a qualidade da terapêutica ou prevenção deve ser questionada.
A definição de normas técnicas é imprescindível para a
uniformização
de
procedimentos e a comparação dos dados e informações produzidos pelo sistema
de vigilância;
É importante a
definição
da doença ou agravo;
Geralmente, os casos são classificados como
suspeitos, compatíveis ou
confirmados
.
Consiste no
retorno regular
de informações às fontes produtoras, demonstrando
a sua contribuição no processo;
O conteúdo da informação fornecida deve corresponder às expectativas criadas
nas fontes;
A credibilidade do sistema depende de que os
profissionais de saúde e as
O sistema é eficiente quando seu funcionamento é aferido regularmente
Deve demonstrar os resultados obtidos com a ação desenvolvida que justifiquem os recursos investidos
Avaliações periódicas devem ser realizadas em todos os níveis com relação aos seguintes aspectos:
Atualização da lista de doenças e agravos;
Cobertura da rede de participação e notificação das fontes;
Funcionamento do fluxo de informações;
Investigações realizadas e suas qualidades.
Estar acompanhando o desenvolvimento científico e tecnológico mediante articulação com a sociedade científica e formação de comitês técnicos assessores;
No Brasil, ainda apresenta uma série de insuficiências decorrentes de dificuldades políticas, administrativo- financeiras e de deficiência em recursos humanos;
O desafio é trabalhar para o desenvolvimento da consciência sanitária dos gestores municipais dos sistemas de saúde, para que estes passem a priorizar as ações de saúde pública.Controle do dano/Reabilitação Mudanças sociais e Epidemiológicas Promoção da saúde
Os conhecimentos inerentes a Fisioterapia também podem contribuir para prevenção de doenças e sequelas, quando utilizados em outros níveis de
atenção.
Funções na
Fisioterapia
• Vigilância dos distúrbioscinesiofuncional • Orientações posturais • Desenvolvimento de participação comunitária • Desenvolvimento de ambientes saudáveis
• Incentivos a estilo de vida
Distribuição das doenças nas coletividades, sua magnitude e
potenciais fatores de risco, fatores culturais, comportamentais e
religiosos do processo saúde-doença, subsidiar a
contextualização da realidade histórico-social na determinação do
risco
ANEXO I.
Anexo II.
Lista nacional de
agravos
de notificação
compulsória
Botulismo
Cólera
Coqueluche
Leishmaniose
tegumentar
americana
Leishmaniose visceral
Leptospirose
Malária
Dengu
e
Difteria
Doença de Chagas
(casos
agudos)
Doenças meningocócicas
e
outras meningites
Meningite por
Haemophilus
influenza
Peste
Poliomielit
e
Paralisia flácida
aguda
endêmica)
Febre amarela
Febre do
Nilo Raiva
humana
Rubéola
Sarampo
Febre
tifoide
Hanseníase
Hepatites
virais
Sífilis
congênita
Síndrome da imunodefi
ciência
adquirida
(aids)
Síndrome respiratória
aguda
Esquistossomose (em área não-
graveTétan
o
Infecção pelo vírus
da
imunodeficiência humana
(HIV)
em gestantes e
crianças
expostas ao risco
de
transmissão
vertical
Tuberculo
se Varíola
ANEXO II
História
das
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde. Divisão Nacional de Epidemiologia. Guia de vigilância epidemiológica. Brasília, 1986. p.9-14.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatística de Saúde.
Vigilância epidemiológica. Brasília, 1975. p.1-18
JUAREZ, E. Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica. In: CONFERÊNCIA NACIONAL
FORATTINI, O.P. Varíola, erradicação e doenças infecciosas. [Editorial]. Rev.Saúde publ.,
S.Paulo, 22:371-374, 1988.
CAMPOS.G.W.S.et al. Tratado de saúde coletiva.2ªed. Hucitec, São Paulo, 2012.
CAMPOS, G.W.S.A. A reforma sanitária necessária. In: BERLINGER, G.; TEIXEIRA, S.M.F.; CAMPOS, G.W.S. Reforma sanitária: Itália e Brasil. São Paulo, Hucitec, 1988. p.179-194.
FISCHMAN, A. Vigilância epidemiológica. In: ROUQUAYROL, M.Z. Epidemiologia & saúde.
3a. ed. Rio de Janeiro, MEDSI - Editora Médica e Científica, 1988. p.319-341.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde. Divisão Nacional de Epidemiologia e Estatísticas de Saúde. Vigilância