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Relatório estágio profissional

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Academic year: 2021

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Mestrado Integrado em Medicina

Marta Santos Figueiredo | 2013345

NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas

Universidade Nova de Lisboa

Unidade Curricular Estágio Profissionalizante

6º ano - 2018/2019

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“Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam”

José Saramago

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Gostaria de agradecer aos docentes da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas pelos ensinamentos transmitidos ao longo de todo o Mestrado Integrado em Medicina, aos tutores, nomeadamente a Dra. Cláudia Cristóvão, Dra. Daniela Sobral, Dra. Susana Jorge, Dra. Manuela Lopes. Dr. Francisco Silva, Dra. Susana Ourô e Dr. Joaquim Palma, que durante o meu Estágio Profissionalizante me integraram na sua prática clínica diária e contribuíram de forma tão positiva para a minha formação. Agradeço ainda a todos os doentes que fizeram parte do meu percurso, por me permitirem aprender com eles e me motivarem a fazer melhor todos os dias.

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Índice

I. Introdução e Objetivos 4

II. Descrição das Atividades 5

A. Pediatria 5

B. Ginecologia e Obstetrícia 5

C. Saúde Mental 6

D. Medicina Geral e Familiar 6

E. Medicina 7

F. Cirurgia 8

G. Estágio Clínico Opcional – Medicina Geral e Familiar 9

III. Reflexão Crítica 9

IV. Referências Bibliográficas 11

V. Anexos

1. Trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante 12 2. Certificado de participação: V Congresso do Internato Médico José de Mello Saúde 13 3. Certificado de participação: Palestra – Viver com Diabetes na Escola 14 4. Certificado de participação: Jornadas de Cardiologia de Lisboa Ocidental 15

5. Certificado de participação: Curso de Neonatologia 16

6. Certificado de participação: 4ª Reunião Clínica de Pediatria 17 7. Certificado de participação: Curso TEAM (Trauma Evaluation and Management) 18 8. Certificado de participação: 8ª Reunião de Imunoalergologia de Lisboa 19

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I. Introdução e Objetivos

O Mestrado Integrado em Medicina (MIM), enquanto formação médica pré-graduada, tem como objetivo geral proporcionar a aquisição de uma base sólida de competências nucleares científicas, de investigação e de comunicação interpessoal, bem como de um conjunto de valores, atitudes e aptidões que constituem o fundamento da prática clínica e que todos os médicos devem ser capazes de demonstrar na pós-graduação. Pretende ainda fomentar a auto-aprendizagem, a curiosidade crítica, o aperfeiçoamento de capacidades e a melhoria contínua de aptidões clínicas ao longo da vida. Deste modo, o Estágio Profissionalizante do 6º ano do MIM da NOVA Medical School | Faculdade de Ciências Médicas (NMS|FCM) está organizado em estágios parcelares realizados em 6 áreas clínicas distintas, em sistema de rotação e sob a forma de tutorias. Pretende-se que este prepare o estudante para a sua prática clínica futura através do desenvolvimento de capacidades de atuação, do aperfeiçoamento do raciocínio clínico, da integração, consolidação e aplicação de conhecimentos, gestos e atitudes adquiridas ao longo do curso, tendo em vista a promoção da autonomia e responsabilidade progressivas e necessárias ao exercício futuro da profissão médica.

No final da formação pré-graduada o licenciado deve dominar os conhecimentos científicos básicos, ter aptidões clínicas como a colheita de história clínica estruturada e sistemática, a realização do exame objetivo completo, a elaboração do diagnóstico diferencial, de propostas terapêuticas e planos de gestão das situações médicas, cirúrgicas ou psiquiátricas mais comuns, tanto agudas como crónicas e deve ainda ser capaz de realizar alguns procedimentos práticos sob supervisão. Deve também realizar corretamente os registos clínicos dos doentes ao seu cuidado, fazer uma gestão adequada do tempo e dos recursos disponíveis em saúde, saber trabalhar em equipa e comunicar eficazmente com outros profissionais de saúde e com os doentes, adotando perante eles uma postura adequada, empática e de respeito [1].

No início deste ano curricular defini alguns objetivos pessoais, que também influenciaram as minhas escolhas quanto aos locais onde realizei os estágios parcelares. Esses objetivos foram: (1) Realizar alguns estágios em instituições privadas, (2) Realizar os estágios em instituições que nunca tenha frequentado enquanto estudante, (3) Ter um maior contacto com o Serviço de Urgência nas várias especialidades, (4) Praticar a consulta de Medicina Geral e Familiar (MGF) de forma autónoma e sob supervisão, (5) Participar em cirurgias enquanto 1º ou 2º ajudante, (6) Praticar o exame ginecológico e senológico.

O presente relatório pretende apresentar os objetivos deste ano curricular, descrever sumariamente as atividades desenvolvidas em cada um dos estágios parcelares, apresentadas de forma cronológica. São ainda mencionados alguns elementos valorativos realizados ao longo deste ano letivo, terminando com uma reflexão crítica sobre o cumprimento dos objetivos previamente definidos e a sua relevância para a minha formação enquanto futura médica. Em anexo encontram-se os certificados das atividades valorativas realizadas e uma tabela com os trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante.

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II. Descrição das Atividades

O Estágio Profissionalizante do 6º ano do MIM decorreu entre os dias 10 de Setembro de 2018 e 17 de Maio de 2019, perfazendo um total de 32 semanas, e integrou os estágios parcelares de Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde Mental, Medicina Geral e Familiar, Medicina e Cirurgia. No final realizei ainda um Estágio Clínico Opcional em Medicina Geral e Familiar. Nesta secção serão descritas sucintamente as atividades desenvolvidas em cada estágio parcelar.

A. Pediatria

O meu estágio decorreu no Hospital CUF Descobertas, teve a duração de 4 semanas, tendo-se realizado entre os dias 10 de Setembro e 5 de Outubro de 2018, sob orientação da Dra. Cláudia Cristóvão. Neste estágio estabeleci como principais objetivos: (1) a prática da anamnese e exame objetivo, com as especificidades inerentes às faixas etárias, em crianças e adolescentes; (2) o estabelecimento de uma comunicação eficaz com a criança e sua família, bem como (3) o diagnóstico e estabelecimento de um plano terapêutico das situações clínicas mais frequentes em pediatria, sendo capaz de prescrever os fármacos correntes.

Acompanhei a minha tutora no Internamento e Atendimento Permanente Pediátrico, onde decorreu a maioria da minha atividade, tendo sido integrada na dinâmica do serviço e tido oportunidade de aplicar e consolidar conhecimentos previamente adquiridos, praticar o raciocínio clínico, a discussão de hipóteses diagnósticas e terapêuticas, o exame objetivo e a recolha de dados da anamnese em vários contextos, aprender várias técnicas comunicação com as crianças e seus familiares e contactar com procedimentos administrativos inerentes à atividade clínica. A passagem por estas valências permitiu-me contactar com crianças e adolescentes de várias idades e perceber as particularidades na abordagem de cada uma delas, bem como uma grande diversidade de patologias, desde as mais frequentes a algumas das mais raras. Também tive oportunidade de assistir a consultas de Pediatria Médica, Ortopedia Pediátrica e Cirurgia Pediátrica.

B. Ginecologia e Obstetrícia

Este estágio decorreu no Hospital Lusíadas Lisboa, teve a duração de 4 semanas, tendo-se realizado entre os dias 18 de Outubro e 2 de Novembro de 2018, sob orientação da Dra. Daniela Sobral.

Estabeleci como objetivos principais para este estágio: (1) a prática do exame ginecológico e senológico e a (2) consolidação de competências no que toca à abordagem das patologias ginecológicas e obstétricas mais frequentes, ao planeamento familiar e vigilância da gravidez normal e de alto risco.

Tive oportunidade de acompanhar a minha tutora na sua área de especialidade, a Procriação Medicamente Assistida (PMA), incluindo a Consulta de Infertilidade e o Bloco de técnicas de PMA. No

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entanto, foi-me fornecido um calendário com uma rotação por várias outras valências da especialidade, entre as quais o Serviço de Urgência, a Consulta de Obstetrícia, Consulta de Ginecologia, Consulta de Patologia do Colo, a Ecografia Obstétrica e Ginecológica, Histeroscopia e Histerossalpingografia, o Bloco Operatório e Bloco de Partos. A rotação por várias valências da especialidade tornou o meu estágio muito completo, permitindo-me contactar com uma grande variedade de patologias tanto ginecológicas como obstétricas, sobretudo no Serviço de Urgência e na Consulta Externa, bem como com várias técnicas e exames complementares de diagnóstico invasivos. Tive também possibilidade de assistir a vários partos, destacando o facto de terem sido, na sua grande maioria, partos distócicos com recurso a cesariana. Em ambiente de consulta, foi-me ainda possível consolidar conhecimentos relativamente à vigilância da gravidez normal e de alto risco, à abordagem de patologias ginecológicas frequentes e ao planeamento familiar.

C. Saúde Mental

Realizei o estágio no Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (HFF), mais concretamente junto da Equipa Comunitária de Queluz, e teve a duração de 4 semanas, tendo-se realizado entre os dias 5 e 30 de Novembro de 2018, sob orientação da Dra. Susana Jorge. Os objetivos pessoais que estabeleci para este estágio parcelar foram: (1) consolidação de conhecimentos relativos à abordagem das situações clínicas mais comuns, (2) aquisição de competências relativamente à relação interpessoal com os doentes e suas famílias, (3) particularidades da entrevista clínica de acordo com o tipo de patologia e o próprio doente.

Durante o estágio foi possível acompanhar minha tutora na Consulta de Psiquiatria e ainda assistir às reuniões semanais e sessões clínicas do Serviço no HFF. Dado que a maioria da minha atividade decorreu em contexto de consulta, a maior parte dos doentes que observei encontravam-se estabilizados relativamente à sua patologia de base. Tive oportunidade de contactar com um vasto leque de patologias psiquiátricas e respetivas terapêuticas, aprender vários métodos de entrevista clínica, interpretar o contexto social, económico e familiar em que cada doente se inseria, qual o impacto que este tem na evolução da doença e o seu prognóstico. Destaco ainda a constante articulação da equipa médica com a equipa de enfermagem, assistente social, terapeutas ocupacionais e psicólogos, proporcionando um tratamento multidisciplinar e individualizado para cada doente, o que tem um impacto muito positivo na sua qualidade de vida.

D. Medicina Geral e Familiar

O meu estágio decorreu na USF Conde da Lousã, teve a duração de 4 semanas, tendo-se realizado entre os dias 3 de Dezembro de 2018 e 11 de Janeiro de 2019, sob orientação da Dra. Manuela Lopes. Defini como objetivos pessoais para este estágio: (1) prática da realização de consulta de forma autónoma sob supervisão; (2) aperfeiçoar a colheita de história clínica e realização de exame objetivo em consulta, tendo em conta a

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gestão do tempo disponível para a mesma; (3) praticar a identificação de fatores de risco em determinados doentes e famílias e respetivas propostas de medidas preventivas; (4) praticar a elaboração de planos de seguimento de doentes a longo prazo.

Acompanhei a minha tutora na sua atividade clínica diária, tendo assistido a consultas das várias valências da MGF. Na Consulta Aberta surgiram diferentes tipos de patologia aguda, tendo predominado os quadros de infeção respiratória, dado o estágio ter decorrido no Inverno. As consultas Programadas normalmente têm como objetivo a vigilância de doenças crónicas como a HTA ou a Diabetes Mellitus e suas complicações, ou focam-se na medicina preventiva, como é o caso das consultas de saúde do Adulto, Saúde Infantil, Saúde Materna ou Planeamento Familiar. Tive oportunidade de contactar com uma grande variedade de patologias, diferentes tipos de doentes e famílias, numa vasta gama de faixas etárias, o que me permitiu praticar o raciocínio clínico, a colocação de hipóteses diagnósticas com base no raciocínio probabilístico, bem como o exame objetivo dirigido, a identificação de fatores de risco e o estabelecimento de planos de investigação e seguimento. O leque de competências da Medicina Geral e Familiar é muito vasto e a intervenção do médico de família foca-se não só no tratamento, mas também na prevenção, sendo uma das principais características da especialidade.

E. Medicina

O meu estágio decorreu no serviço de Medicina II do Hospital de Egas Moniz e teve a duração de 8 semanas, tendo-se realizado entre os dias 21 de Janeiro e 15 de Março de 2019, sob orientação do Dr. Francisco Silva. No início do estágio defini como objetivos pessoais: (1) aquisição de competências de forma a ser capaz de avaliar, diagnosticar e prescrever medidas terapêuticas nas situações clínicas mais prevalentes; (2) observar doentes na enfermaria de forma sistemática e autónoma; (3) praticar a requisição fundamentada de exames complementares de diagnóstico e (4) praticar os vários procedimentos administrativos inerentes à atividade clínica.

Durante o estágio, foram-me atribuídos diariamente doentes do internamento, pelos quais fiquei responsável e que posteriormente discutia com a restante equipa que acompanhava. Isto permitiu-me ganhar mais autonomia na colheita de história clínica, realização do exame objetivo, requisição e interpretação de métodos complementares de diagnóstico, a elaboração de propostas terapêuticas e planos para os doentes. Para além disto, pratiquei a colheita de sangue venoso e arterial, bem como a elaboração de notas de entrada, notas de alta e diários clínicos. Foi-me ainda possível observar algumas técnicas invasivas como a biópsia óssea, paracentese diagnóstica e terapêutica, colocação de cateter venoso central e toracocenteses. A minha participação na Visita Médica permitiu-me praticar a comunicação de informação clínica a outros profissionais de saúde. No Serviço de Urgência tive oportunidade de contactar com um vasto leque de patologias, tendo os principais diagnósticos sido de gripe e outras infeções respiratórias. É ainda

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relevante referir que frequentemente estes quadros infecciosos condicionam a descompensação de patologias de base, pelo a observação de doentes com quadros de descompensação também foi frequente. Neste contexto foi possível praticar a colheita de histórias clínicas mais orientadas às queixas prioritárias, a rapidez de raciocínio em relação a diagnósticos diferenciais, instituição de terapêutica e melhor compreensão de critérios de internamento. Sendo a Medicina Interna uma especialidade médica tão abrangente, tive oportunidade de contactar com um grande número de doentes, de várias idades e patologias variadas. Este estágio permitiu-me, assim, consolidar conhecimentos adquiridos previamente ao longo do curso e adquirir bases mais sólidas no que diz respeito à orientação das situações clínicas mais comuns, e também contactar com algumas situações clínicas menos frequentes. Pratiquei a comunicação com outros profissionais de saúde e ainda com os familiares dos doentes. Tudo isto permitiu melhorar as minhas competências sociais, o estabelecimento de relações interpessoais e multidisciplinares e de integração em equipa.

As sessões formativas realizadas, quer na faculdade quer no hospital, complementaram a componente prática do estágio permitindo a revisão teórica de alguns temas e a integração de conhecimentos.

F. Cirurgia

O meu estágio decorreu no serviço de Cirurgia do Hospital Beatriz Ângelo e teve a duração de 8 semanas, tendo-se realizado entre os dias 18 de Março e 17 de Maio de 2019, sob orientação da Dra. Susana Ourô. Tive oportunidade de ser integrada na prática clínica diária da equipa da minha tutora no Bloco Operatório, Internamento, Consulta externa e no Serviço de Urgência. A rotação definida para o estágio contempla ainda 1 semana no Serviço de Urgência Geral e 2 semanas de estágio opcional, sendo que escolhi a Gastrenterologia. Neste estágio estabeleci como principais objetivos: (1) participação em atos cirúrgicos como ajudante; (2) consolidação de conhecimentos relativos ao diagnóstico e abordagem das principais patologias cirúrgicas.

Na consulta externa tive a possibilidade de contactar com um grande número de patologias cirúrgicas e doentes de várias faixas etárias. No entanto, apesar de se tratar de uma consulta de cirurgia geral, observei uma quantidade considerável de doentes com neoplasias do cólon e do reto. Tal deve-se ao facto de a cirurgia colo-retal ser a subespecialidade da Dra. Susana Ourô, pelo que é frequente que a sua equipa aborde cirurgicamente um maior número de casos desta patologia, bem como os mais complexos. O bloco operatório foi o local onde passei mais tempo durante o estágio, tendo tido oportunidade de praticar a preparação individual para a participação em atos cirúrgicos e de participar em algumas cirurgias como 2º ajudante. No internamento contactei sobretudo com doentes em pós-operatório, quer operados eletivamente quer em contexto de urgência. De um modo geral, ao longo do estágio tive oportunidade de praticar o raciocínio clínico, a colheita de história clínica, a realização de exame objetivo, a colocação de hipóteses diagnósticas, propostas terapêuticas, planeamento pré-operatório e seguimento pós-operatório.

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Além disso, permitiu-me conhecer melhor a dinâmica do bloco e compreender os protocolos inerentes a um ato cirúrgico, praticar a identificação e hierarquização das situações clínicas mais comuns em contexto de urgência e a proposta de medidas e procedimentos adequados à sua resolução, que podem ser não cirúrgicos ou cirúrgicos.

Durante 2 semanas, de 25 de Março a 5 de Abril de 2019, acompanhei diversas atividades do Serviço de Gastrenterologia do HBA, entre os quais a consulta externa, a realização de métodos complementares de diagnóstico e técnicas de gastrenterologia, entre as quais a Endoscopia Digestiva Alta, Colonoscopia, CPRE, Enteroscopia, Manometria e Phmetria. A passagem por este serviço revelou-se útil, dado tratar-se de uma especialidade que tem uma relação próxima com a Cirurgia Geral, o que permitiu uma maior integração de conhecimentos.

G. Estágio Clínico Opcional – Medicina Geral e Familiar

No âmbito da Unidade Curricular Opcional do 6º ano, escolhi realizar um Estágio Clínico, tendo este decorrido na USF Mactamã. Teve a duração de 2 semanas, tendo-se realizado entre os dias 20 e 31 de Maio de 2019, sob orientação do Dr. Joaquim Palma. Escolhi a MGF por ter um interesse especial pela área dos Cuidados de Saúde Primários e também na tentativa de colmatar algumas lacunas deixadas por estágios anteriores. Por um lado, não tive oportunidade de praticar a consulta de forma autónoma sob supervisão no estágio de MGF do 6º ano, o que era um objetivo pessoal e também não surgiu oportunidade de acompanhar a minha tutora em Domicílios. Além disso, praticar o exame ginecológico também era um objetivo a que me propus no início deste ano letivo, no entanto também não houve possibilidade de o fazer durante o estágio de Ginecologia e Obstetrícia do 6º ano. Sendo a MGF uma especialidade tão abrangente, da qual consequentemente faz parte a realização do exame ginecológico, considerei pertinente a realização deste estágio. No seu decorrer, destaco a oportunidade ter realizado um grande número de consultas de várias valências de forma autónoma, sob supervisão do meu tutor, pratiquei também várias vezes o exame ginecológico e acompanhei o meu tutor em alguns domicílios.

III . Reflexão Crítica

Terminado este ano curricular considero que, no geral, cumpri os objetivos propostos para cada estágio parcelar. Todas as atividades que desenvolvi em cada um deles mostraram-se fundamentais na medida em que me permitiram adquirir uma base sólida de conhecimentos científicos nucleares e aperfeiçoar diversas aptidões clínicas e de relacionamento interpessoal. Acredito que esta aprendizagem me permitiu adquirir a autonomia e responsabilidade necessárias para iniciar o exercício da profissão médica. No que diz respeito às aptidões clínicas, tive oportunidade de praticar e aperfeiçoar a colheita de história clínica estruturada e sistemática e a realização do exame objetivo, tanto em contexto de internamento e

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consulta externa como de urgência, o diagnóstico diferencial e a elaboração de propostas terapêuticas e de planos de gestão e seguimento das patologias mais prevalentes. Pratiquei ainda a realização de registos clínicos completos, bem como de outros procedimentos administrativos inerentes à prática clínica diária. Considero que foram os estágios de Medicina e Pediatria que me proporcionaram mais oportunidades para desenvolver estas aptidões, talvez pelo grande volume de doentes e diversidade de patologias observadas. Relativamente às aptidões de relacionamento interpessoal, considero que os estágios de Medicina Geral e Familiar e de Saúde Mental foram os que mais contribuíram para o seu desenvolvimento. Estas são especialidades em que a relação médico-doente assume um papel preponderante, sobretudo no que toca à adesão terapêutica, além de ser fundamental enquadrar o doente no seu contexto social e familiar, o que permite a sua compreensão como um todo. Os estágios parcelares de Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia foram essenciais na medida em que se dedicam a populações com características muito particulares, e foi importante o treino da abordagem desses doentes tendo em conta essas características. Em todos os estágios parcelares esteve patente a importância do trabalho em equipa, da necessidade de uma comunicação eficaz entre médicos e outros profissionais de saúde, bem como com os doentes, e da gestão adequada do tempo e dos recursos em saúde. A gestão do tempo, sobretudo em ambiente de consulta, mostrou-se bastante desafiante, dado o elevado volume de doentes e reduzido tempo disponibilizado por consulta. Realizei ainda vários trabalhos (Anexo 1), em grupo e individualmente, que apresentei nos vários serviços onde estive inserida, o que foi essencial para praticar a minha capacidade de exposição oral em público.

Quanto aos objetivos pessoais que estabeleci para este ano curricular, consegui cumprir alguns deles, tendo outros ficado por cumprir. A escolha dos locais onde realizei os estágios parcelares foi influenciada pela minha vontade de estagiar em instituições que nunca tinha frequentado anteriormente enquanto estudante, o que me permitiu conhecer hospitais e centros hospitalares diferentes e contactar com a dinâmica e organização de diferentes serviços. Também tive oportunidade de estagiar em hospitais privados e constatar algumas diferenças não só nos recursos disponíveis, mas também a nível organizacional. Considero que o contacto com estas realidades foi muito enriquecedor para a minha experiência clínica. O Serviço de Urgência também se revelou um espaço de grande aprendizagem, com o qual tive possibilidade de ter um maior contacto no âmbito das várias especialidades e penso ter sido uma das componentes das quais tirei maior proveito. Quanto ao treino da consulta de MGF de forma autónoma e a prática do exame ginecológico, não houve oportunidade para o cumprimento destes objetivos nos serviços de MGF e Ginecologia e Obstetrícia onde estagiei, embora considere ter colmatado parcialmente estas lacunas no meu estágio opcional. No entanto, dada a curta duração do mesmo, torna-se essencial continuar a praticar estas competências no futuro, de forma a consolidar estas aptidões. O Internato de Formação Geral será uma boa oportunidade para o fazer, nomeadamente durante a rotação pelos Cuidados de Saúde Primários.

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Durante o estágio parcelar de Medicina conheci a dona S.P, uma senhora de 56 anos com o diagnóstico de carcinoma do colo do útero estadio IV e em tratamento paliativo. Estava internada ao cuidado da equipa onde estive integrada, observei-a durante vários dias e articulei com a equipa de Cuidados Paliativos Intra-Hospitalar. Acompanhei de perto a deterioração progressiva da sua condição clínica. Todos os dias ia ver a dona S.P e fazia questão de passar algum tempo com ela, mesmo quando esta já não era capaz de interagir. Uma manhã, a senhora tinha uma respiração diferente, que eu nunca tinha ouvido. O meu tutor explicou-me que se tratava de uma respiração agónica e o que isso significava. Terminei o resto do trabalho da manhã e sentei-me ao seu lado até a sua filha chegar. Achei que certamente gostaria de se sentir acompanhada no fim da sua vida. A dona S.P faleceu nessa tarde. Esta experiência marcou-me muito e despertou em mim o interesse pela área dos Cuidados Paliativos, fez-me compreender melhor a enorme importância que ela tem para os doentes, privilegiando sempre o seu conforto, não só físico como psicológico, e para as suas famílias, dando-lhes o apoio social e emocional de que precisam para lidar com a doença e posteriormente, com o luto.

Durante este ano procurei também outras formas de investir na minha formação, tendo frequentado várias palestras, congressos e cursos (Anexos 2 a 9), contextualizados nas diversas áreas abrangidas pelo estágio profissionalizante. Tal foi motivado pelo facto de considerar fundamental investir na auto-aprendizagem e fomentar a curiosidade crítica, bem como a melhoria contínua de capacidades e a constante atualização no campo da Medicina ao longo da vida, uma vez que esta é uma área em constante mudança e inovação. Esta é uma motivação que pretendo manter ao longo da minha vida profissional, pois considero que é fundamental para o seu exercício e para a prestação dos melhores cuidados aos doentes.

Destaco ainda o facto de me ter sido dada a oportunidade de escrever um caso clínico para uma revista do Hospital Beatriz Ângelo. Trata-se da de um caso sobre o Síndrome de Bouveret, que foi apresentado por mim e pela minha colega de grupo no mini-congresso realizado no fim do estágio parcelar de Cirurgia. Considero que foi uma oportunidade de aprendizagem e de prática de competências de comunicação por escrito, que me serão certamente muito úteis no futuro.

Concluindo, termino este percurso convicta de que a formação pré-graduada me permitiu evoluir e adquirir as ferramentas necessárias para o início da profissão médica. Aguardo o início da formação pós-graduada ainda com mais entusiasmo e vontade de me superar, na certeza de que darei todos os dias o meu melhor em prole da profissão que escolhi abraçar.

IV. Referências Bibliográficas

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V . Anexos

1. Trabalhos realizados no âmbito do estágio profissionalizante

Estágio Parcelar

Tema

Autores

Pediatria “Meningite em Idade Pediátrica” Catarina Nascimento, Inês

Próspero, Marta Figueiredo

Ginecologia e Obstetrícia

“International evidence-based guideline for the assessment and

management of polycystic ovary syndrome 2018” – ESHRE

Marta Figueiredo

Medicina Geral e Familiar Folheto informativo sobre “Síndromes

Somatoformes” Marta Figueiredo

Medicina “Abordagem ao Doente com Disfagia” Maria Moreno, Marta Figueiredo

e Luísa Sequeira

Cirurgia “You Shall Not Pass” – Caso clínico

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Referências

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