• Nenhum resultado encontrado

O EMPREGO DO SARP EM OPERAÇÕES MILITARES – CAPACIDADES

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O EMPREGO DO SARP EM OPERAÇÕES MILITARES – CAPACIDADES"

Copied!
56
0
0

Texto

(1)

Maj Inf EDUARDO JORGE JERONYMO

O EMPREGO DO SARP EM OPERAÇÕES MILITARES – CAPACIDADES

Rio de Janeiro

2018

(2)

Maj Inf EDUARDO JORGE JERONYMO

O Emprego do SARP em Operações Militares - Capacidades

Projeto de pesquisa apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como pré-requisito para matrícula em programa de pós-graduação lato sensu em Ciências Militares.

Orientador: Ten Cel Inf Glauber Corrêa Netis Teles

Rio de Janeiro

2018

(3)

J56e Jeronymo, Eduardo Jorge

O Emprego do SARP em Operações Militares - Capacidades / Eduardo . ⼀ 2018.

55 f. : il.; 30 cm.

Orientação: Glauber Correa Netis Teles

Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ciências Militares). ⼀ Curso de Comando e Estado-Maior (ECEME): Rio de Janeiro, 2018.

Bibliografia: f. 53-54.

1. SARP. 2. CAPACIDADES. 3. DOAMEPI. 4. FATOR DETERMINANTE I. Título.

CDD 355.411

(4)

Maj Inf EDUARDO JORGE JERONYMO

O Emprego do SARP em Operações Militares - Capacidades

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como pré- requisito para matrícula no Programa de Pós-graduação lato sensu em Ciências Militares.

Aprovado em 26 de outubro de 2018.

COMISSÃO AVALIADORA

___________________________________________________

GLAUBER CORRÊA NETIS TELES – TC – Presidente Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

____________________________________________

GUILHERME NAVES PINHEIRO– TC Inf – Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

________________________________________________

PAULO RICARDO BORGES DE AGUIAR– TC – Membro

Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

(5)

A Deus e a minha esposa pelo incondicional apoio na construção deste trabalho.

(6)

A DEUS, pela oportunidade da reencarnação e por tudo aquilo que já me foi concedido.

Aos meus queridos pais, José Eduardo Chieco Jeronymo e Isabel Cristina Sanches Jorge pela educação que me proporcionaram, pelos valores ensinados, pelo incentivo e apoio incondicional em todos os momentos de minha vida.

À minha amada esposa Andrea Alvarez Jeronymo, pelas inúmeras demonstrações de amor à minha pessoa, pela compreensão, apoio e companheirismo, em especial nos momentos em que este trabalho teve que ser priorizado, abdicando de algumas horas de lazer .

À minha filha Maria Eduarda pelo amor com que me trata e pela felicidade que me proporciona a cada dia, me motivando para o estudo.

À minha enteada Ana Júlia pelo apoio e compreensão nos momentos em que precisei me dedicar a este trabalho e abdicar das minhas tarefas como pai.

Ao Exército Brasileiro que me proporcionou diversas experiências profissionais nas quais tive contato com o objeto deste estudo.

Ao meu Orientador, TC Netis, meus sinceros agradecimentos pelas

orientações simples e objetivas, além da disponibilidade permanente para

qualquer tipo de ajuda tanto na área pessoal quanto profissional.

(7)

O presente trabalho teve como premissa fazer uma análise sobre a atual capacidade do Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) do Exército Brasileiro (EB), baseado nos fatores determinantes Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura (DOAMEPI). A fim de viabilizar a consecução do objetivo geral do estudo, essa pesquisa abordou o sistema de aeronaves remotamente pilotadas, a teoria do conceito de capacidades, o emprego do SARP no Exército Brasileiro e no americano e analisou a atual situação do SARP na Força Terrestre. O trabalho foi desenvolvido com base na pesquisa bibliográfica, documental e na confecção de um questionário o qual foi encaminhado às Organizações Militares (OMs) que operam o sistema. Por fim, o estudo evidenciou a atual situação do SARP nas OMs possuidoras do sistema, fazendo uma análise dos fatores determinantes o que forneceu subsídios para a parte conclusiva, tanto para síntese do cenário atual, quanto para as propostas que foram sugeridas visando ao desenvolvimento dos fatores e futuramente na geração da capacidade plena do emprego do SARP nas Operações militares.

Palavras-Chave: SARP, capacidades, DOAMEPI, fator determinante.

(8)

The present work had as premise to make an analysis on the current capacity of the Brazilian Army's Unmanned Aircraft System (UAS), based on the determinats factors Doctrine, Organization, Training, Material, Education, Personnel and Infrastructure (DOAMEPI). In order to make it possible to achieve the general objective of the study, this research studied the UAS, the concept of capabilities, the emply of SARP in the Brazilian and American army, and analyzed the current SARP situation in the Brazilian Army. The work was developed based on the bibliographical, documentary research and in the preparation of a questionnaire which was sent to the Military Organizations (OMs) that operate the system. Finally, the study evidenced the current situation of SARP in the OMs that have the system, making an analysis of the determinants factors which provided subsidies for the conclusive part, as for synthesis of the current scenario as for the proposals that were suggested for the development of the factors and in the future the generation of the full potential of the employ of SARP in military operations.

Key words: UAS, capabilities, determinant factors,

(9)

1 INTRODUÇÃO... 03

1.1 O PROBLEMA... 04

1.2 OBJETIVOS... 04

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA... 05

2 REFERENCIAL TEÓRICO... 07

2.1 O SISTEMA DE AERONAVES REMOTAMENTE PILOTADAS... 07

2.2 O CONCEITO DE CAPACIDADES... 15

3 METODOLOGIA... 19

3.1 TIPO DE PESQUISA... 19

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA... 19

3.3 COLETA DE DADOS... 19

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS... 19

3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO... 20 4

4.1 4.2

O EMPREGO DO SARP EM OPERAÇÕES MILITARES...

NO EXÉRCITO BRASILEIRO...

NO EXÉRCITO AMERICANO...

21 21 29 5

5.1 5.2 5.3 5.4 5.5 5.6 5.7 6

CAPACIDADE DE EMPREGO DO SARP NO EB...

DOUTRINA...

ORGANIZAÇÃO...

ADESTRAMENTO...

MATERIAL...

EDUCAÇÃO...

PESSOAL...

INFRAESTRUTURA...

CONCLUSÃO...

REFERÊNCIAS...

38

38

39

39

40

40

41

41

45

(10)

1 INTRODUÇÃO

Nos atuais conflitos modernos, conhecidos como de 4

a

geração, o emprego do Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP), em Operações Militares, é uma realidade para a maioria dos Exércitos dos países desenvolvidos. A utilização desse sistema “aumenta a consciência situacional dos comandantes por meio da inteligência, vigilância e reconhecimento” (USA, 2006, p. 1-1, tradução nossa).

Os Estados Unidos da América (EUA) é o país que mais emprega o SARP em operações militares, tendo voado aproximadamente 100 mil horas de voo desde da invasão ao Iraque na década passada. Com uma vasta experiência nesse tipo de emprego, possui uma grande capacidade de empregar o SARP em qualquer tipo de operação militar e em qualquer lugar do mundo.

Seguindo esse viés mundial, o Exército Brasileiro (EB), desde 2014, estabeleceu para a sua Força Terrestre o emprego do SARP, nos níveis tático e operacional, em proveito das manobras terrestres, visando a multiplicar o poder de combate de seus elementos (BRASIL, 2014, p.4.2), o que se constitui num diferencial para a liberdade de ação dos comandantes nos mais diferentes níveis.

A Força Terrestre, no contexto assimétrico e não linear do campo de batalha, tem procurado ampliar as suas capacidades para garantir a segurança em todas as direções, detectando as ameaças o mais cedo e o mais longe possível, a fim de evitar surpresas, o que pode ser obtido com o emprego de SARPs compatíveis com cada escalão. (BRASIL, 2012, p.5)

A gama de missões que esse sistema pode cumprir vão desde tarefas relacionadas à Inteligência, Reconhecimento, Vigilância e Aquisição de Alvos (IRVA) até o apoio de fogo às tropas de superfícies servindo como uma plataforma de armas de alto desempenho.

Essas diversas ações e tarefas que o SARP pode desempenhar, contribui sobremaneira para a geração de certas capacidades que vão ao encontro do atual planejamento baseado em capacidades (PBC), que o Exército Brasileiro vem adotando, o qual é definido assim por Brasil (2014, p. 3-3) “Capacidade é a aptidão requerida a uma força ou organização militar, para que possa cumprir determinada missão ou tarefa”.

A capacidade plena de emprego do SARP é um grande desafio para a Força

Terrestre brasileira, por ser um sistema complexo, e que exige uma integração com

(11)

outros sistemas, visando a operação nos mais variados cenários inclusive em ambientes hostis em missões de alto risco. Essa capacidade segundo Brasil (2014, p.3-3) “é obtida a partir de um conjunto de sete fatores determinantes, inter- relacionados e indissociáveis: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura” (DOAMEPI).

Diante disso, observa-se que o emprego do SARP nos conflitos modernos já é uma realidade para os países mais desenvolvidos e que o Exército Brasileiro percebendo a importância dessa ferramenta, como multiplicador do poder de combate, vem buscando gerar a capacidade de empregar em sua plenitude esse sistema para que, num futuro próximo, a Força Terrestre seja beneficiada pela gama de missões que poderão ser cumpridas por meio dessa tecnologia.

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Diante do cenário anteriormente elencado, constata-se que o emprego do SARP na Força Terrestre brasileira ainda é incipiente (BRASIL, 2012), e necessita de uma análise mais criteriosa de suas reais e atuais capacidades. Nesse contexto, esta pesquisa se deparou com o seguinte problema:

Quais são os fatores determinantes que precisam ser desenvolvidos para que a Força Terrestre brasileira obtenha a capacidade de empregar o SARP, em sua plenitude, nas Operações Militares?

1.2 OBJETIVOS

Segundo Croswell (2007, p.100), a declaração de objetivos é a parte mais

importante de todo estudo, e precisa ser apresentada de maneira clara e concisa,

pois essa declaração estabelece a direção da pesquisa. Além disso ele ressalta que

devido a sua importância, é bom separar essa declaração de outros aspectos do

estudo, e estruturá-la como uma sentença ou como um parágrafo singular, que os

leitores facilmente as identifiquem (CROSWELL, 2007, p.100). Dessa forma esta

pesquisa apresenta o objetivo geral e seus três objetivos específicos.

(12)

1.2.1 Objetivo Geral

O Exército Brasileiro tem atualmente a capacidade de empregar o Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas, visando a cumprir o rol de missões a ele atribuída nos diversos tipos de operações militares? Ao responder essa pergunta, essa pesquisa encontrou o seguinte objetivo geral:

Verificar os fatores determinantes que precisam ser desenvolvidos para a geração da capacidade plena de emprego do SARP em Operações militares, pela Força Terrestre brasileira.

1.2.2 Objetivos Específicos

A fim de colaborar com o atingimento do objetivo geral, foram elencados alguns objetivos específicos a serem atingidos que permitiram o encadeamento lógico das ideias apresentadas nessa pesquisa:

a) Apresentar a doutrina de emprego do SARP do Exército Brasileiro b) Apresentar a doutrina de emprego do SARP do Exército Americano

c) Verificar as Organizações Militares (OM), do Exército Brasileiro, que empregam o SARP, qual tipo de missão elas cumprem e se essas OM possuem os fatores determinantes (DOAMEPI) que associados asseguram a plena capacidade de emprego desse sistema.

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Esta seção buscou de forma sucinta, abordar os principais tópicos que justificam a relevância desse estudo. Os principais aspectos que colaboraram para essa justificativa foram:

No que tange ao campo militar, o emprego do SARP é uma tendência que os

principais exércitos do mundo não podem se furtar dessa tecnologia, pois agregam

itens de alta valor tecnológico aumentando a capacidade de combate dos seus

usuários. Além disso permite o sobrevoo de áreas hostis por longo tempo,

preservando a vida de um piloto, e opera diuturnamente com elevado grau de sigilo

o que contribui para o emprego cada vez mais efetivo desse recurso pelas Forças

Armadas (MACEDO, 2009).

(13)

Nos campos econômico e cientifico – tecnológico, o emprego desse sistema de maneira constante e eficaz, com a sua capacidade plena, contribui sobremaneira para o fomento do desenvolvimento de tecnologias nacionais independentes colaborando para o crescimento da indústria nacional de material de defesa, uma das diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa (END).

Em suma, percebeu-se a relevância dessa pesquisa para o Brasil,

especialmente para o Exército Brasileiro, baseado nos aspectos elencados nos

diversos campo do poder nacional (militar, econômico e cientifico – tecnológico) ,

que demonstraram a importância do assunto a medida que os conhecimentos

gerados nesse estudo podem num futuro próximo transbordar as barreiras desse

estabelecimento de ensino e servir de referência para um possível modernização na

sistemática do emprego dos SARP em Operações Militares.

(14)

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Esta seção teve o propósito de abordar os principais conceitos que serviram de alicerce para a consecução da pesquisa. Foi adotado como referencial teórico do estudo, dois conceitos julgados de suma importância. O primeiro conceito foi o Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotadas (SARP) onde diversos aspectos desse sistema foram apresentados, bem como suas principais características e aeronaves que o compõem. O segundo conceito foi uma abordagem sobre Capacidades e seus fatores determinantes (DOAMEPI), tendo em vista a adoção pelo EB do Planejamento Baseado em Capacidades e também por esse assunto fazer parte do cerne da pesquisa.

2.1 O SISTEMA DE AERONAVES REMOTAMENTE PILOTADAS (SARP)

Segundo Brasil (2014, p.1-3) o SARP é “o conjunto de meios que constituem um elemento de emprego de Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) para o cumprimento de determinada missão aérea”. E o ARP é uma classe de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), controlada a distância a partir de uma estação remota de pilotagem para a execução de determinada atividade ou tarefa. (BRASIL , 2014).

Os SARP são componentes essenciais para ampliar o alcance e a eficácia das operações terrestres, pois atuam como multiplicadores do poder de combate, possibilitando a F Ter antecipar-se às mudanças nas condicionantes de um ambiente operativo que se mantêm em constante evolução. (BRASIL, 2014, p.4-2).

Além disso, possibilita aos comandantes em todos os niveis, obterem vantagens sobre o inimigo, por meio da superioridade das informações.

Inicialmente dedicado a busca de informações, por meio de captura de

imagens, aos moldes do que a Aviação do Exército utiliza com o Sistema Olhos da

Águia, onde um helicóptero é equipado com uma câmera de alta resolução que

capta as imagens em tempo real e as transmite para um centro de operações, o

SARP gradualmente aumentou seu cabedal de missões que vão desde captura de

imagens visando a facilitar o comando e controle até o emprego de mísseis e

foguetes guiados a laser, funcionando como uma plataforma de armas cumprindo

tarefas da função de combate fogos.

(15)

2.1.1 Composição do SARP

Em geral, um SARP é composto de três elementos essenciais: o módulo de voo, o módulo de controle em solo e o módulo de comando e controle. Inclui, ainda, a infraestrutura de apoio e os recursos humanos necessários a sua operação.(BRASIL, 2014, p.4-2, grifo nosso)

O módulo de voo é constituído por um vetor aéreo (aeronave propriamente dita), que pode incluir um número variável de ARP, visando a manter a continuidade das operações, bem como cobrir uma extensa área dentro do campo de batalha; e pela carga paga (payload), que compreende os equipamentos operacionais embarcados dedicados à missão, tais como optrônicos, rádios, armamento e outros (BRASIL, 2014, p.4-2, grifo nosso)

“O módulo de controle em solo consiste da Estação de Controle de Solo (ECS), componente fixo ou móvel, que compreende os subsistemas de preparação e condução da missão, de controle da aeronave e de operação da carga paga”(BRASIL, 2014, p 4-3, grifo nosso).

Segundo BRASIL (2014, p 4-3, grifo nosso) o módulo de comando e controle consiste de todos os equipamentos necessários para realizar os enlaces para os comandos de voo, para transmissão de dados (data link) da carga paga e para coordenação com os órgãos de Controle de Tráfego Aéreo (CTA) na jurisdição do espaço aéreo onde a ARP evolua.

Figura 01 - Módulos funcionais do SARP

Fonte: BRASIL, 2014, p 4-3.

(16)

Segundo Brasil (2014, p 4-3) a infraestrutura de apoio é composta de meios de apoio logístico e de apoio ao solo, tudo com finalidade de prover a sustentabilidade das operações. Ainda segundo Brasil, os recursos humanos englobam as equipes especializadas que cumprem as tarefas funcionais do SARP, bem como as de treinamento para a formação e manutenção das habitações técnicas necessárias ao emprego desse sistema.

Baseado nessa concepção funcional, as equipes de operação e apoio englobam funções que poderão ser acumuladas pelo mesmo individuo, absorvidas por funcionalidades automáticas ou exercidas a partir de outros locais, de acordo com o que se segue: (BRASIL, 2014, p.4-4)

a) piloto (externo, interno e em comando);

b) comandante de missão;

c) operadores de equipamentos (sensores embarcados);

d) analistas (imagem e sinais);

e) coordenador de solo; e

f) especialistas de logística (gerentes de manutenção e mecânicos de comunicações e eletrônica, aviônica e aeronaves.

Um aspecto bastante relevante do SARP são os enlaces entre as estações de solo e as ARP que podem ser estabelecidas por linha de visada direta (Line of Sight – LOS) ou além da linha do horizonte (Beyond Lline of Sight – BLOS), por meio de satélites ou por retransmissão terrestre, o que aumenta a complexidade do sistema e ao mesmo tempo o deixa exposto a possíveis interferências como afirma Fulghum:

“As aeronaves não tripuladas podem desencadear ataques cibernéticos, mas também são vulneráveis a eles como também a pulsos eletrônicos e de

laser. Além disso, as redes que controlam os ARP são vulneráveis à exploração por feixes de dados contendo algoritmos maliciosos projetados para desestabilizar a inteligência ou habilitar a entrada ao sistema”.(FULGHUM, 2011, p.72-73, tradução nossa)

2.1.2 Classificação e Categorias

Para Brasil (2014, p.4-4) existem vários parâmetros para se classificar os

SARP, mas para a Força Terrestre ( F Ter) , o nível do elemento de emprego é a

principal referência para a definição das categorias , as quais serão descritas no

quadro a seguir.

(17)

Quadro 01 – Classificação e categorias dos SARP para a F Ter Fonte: BRASIL, 2014, p 4-4

A categoria associa o elemento de emprego aos parâmetros de desempenho, [...], alcance e capacidade para a carga paga, tudo com o objetivo de atender às demandas típicas de cada nível.(BRASIL, 2014, p 4-5)

Segundo Brasil (2014, p 4-5) cada categoria de SARP possui capacidades diferentes de geração de produtos e efeitos. Cada uma delas complementa as características da outra, o que permite aos comandantes em cada nível de planejamento e condução das operações obter resultados da maneira mais completa e precisa possível.

Os SARP de categoria 0 a 3 são empregados no nível de tático, fornecendo informações em tempo real à tropa apoiada e proporcionando suporte contínuo nas áreas de interesse para o planejamento e condução das operações (BRASIL, 2014, p 4-5)

Usualmente, os SARP das categorias 0 a 2 são operados por uma ou duas

pessoas devido à baixa complexidade do sistema. Já os de categoria 3 e

superiores, a operação é mais complexa, devido ao seus módulos e funções e, são

operados por pessoas com competências específicas e exige um apoio logístico

mais estruturado, o que sugere a intermediação da Aviação do Exército (AvEx)

(BRASIL, 2014, p 4-6)

(18)

Um aspecto bastante relevante nas operações com o SARP é a exigência de militares especializados e qualificados para operar esse tipo de sistema, pois quaisquer que sejam as capacidades tecnológicas agregadas no equipamento, ele poderá se tornar ineficiente ou ineficaz caso seja empregado incorretamente ou por pessoas não habilitadas para tal. (BRASIL, 2014, p 4-6)

2.1.2.1 ARP categorias 1 (Micro e Pequeno)

Essas duas categorias tem o seu emprego no nível tático, em OM de valor unidade ou inferior. São capazes de cumprir tarefas de inteligência, reconhecimento, vigilância , aquisição de alvos (IRVA) e controle de danos , tudo com a finalidade de apoiar a consciência situacional.

Segundo Corrêa (2014, apud GONZALEZ, 2013) os SARP dessas categorias são compostos por duas ou mais aeronaves de pequenas dimensões, estação de controle portátil, conjunto de itens de apoio à missão, payload eletro ótico /infravermelho/designador a laser, podendo, todo sistema, ser transportável em mochilas e operado por três militares .

2.1.2.1.1 Horus FT 100 (Categoria 1)

Tabela 1: Caracteristicas da ARP Horus FT 100 Fonte: Corrêa, 2014, p 49

(19)

Figura 2: ARP Horus FT 100

Fonte: Brasil, 2014, p 4-6

2.1.2.1.2 RQ-7 Raven (Categoria 1)

O Raven é um SARP portátil que, pela classificação do Exército Brasileiro, se enquadra na Categoria 1, e o Exército dos Estados Unidos utiliza-o para apoiar OM nível Unidades para baixo. Esse sistema é concebido para tarefas de IRVA e pode ser controlado remotamente a partir da estação de controle do solo ou voar em missões completamente autônomas usando navegação por GPS.

Figura 3: SARP Raven

Fonte: www.defenseindustrydaily.com

(20)

2.1.2.2 ARP categoria 2 e 3

Segundo BRASIL (2012), as aeronaves de categoria 2 podem cumprir missões de reconhecimento, vigilância, Guerra Eletrônica, dentre outras. Atuam em apoio as OM de nível Brigada ou inferior .

Já as aeronaves de categoria 3 podem cumprir as mesmas missões dos ARP de categoria 2, porém com uma autonomia e alcance maiores. São empregados em apoio às Forças Operativas, equivalentes a uma Divisão de Exército (DE) ou a Força Terrestre Componente (FTC) quando não houver DE enquadrando brigadas (CORRÊA, 2014, p.52).

2.1.2.2.1 Shadow (Categoria 2)

O ARP Shadow é utilizado pelo Exército Americano no nível Brigada ou inferior para prover ao comandante reconhecimento, vigilância , Aquisição de Alvos e controle de danos.

Figura 5: ARP Shadow

Fonte: http://www.unmannedsystemstechnology.com

2.1.2.2.2 Hermes 450 (Categoria 3)

A ARP Hermes 450 é fabricado pela Israelense Elbit Systems e projetado para longas missões táticas. Tem uma autonomia de mais de 20 horas, com a missão primária de vigilância, reconhecimento e retransmissão de comunicações.

O modelo 450 é o modelo intermediário da família Hermes de aeronaves não

tripuladas. Ele pode voar distâncias de até 200 km do posto de comando e utilizando

satélites para a navegação. O modelo pode ser armado com 2 misseis Hellfire

(21)

A Força Aérea Brasileira (FAB) adquiriu dois Hermes 450 , o negócio incluiu, além das aeronaves, uma estação em solo, sensores e apoio logístico.

Figura 6: ARP Hermes 450

Fonte: http://elbitsystems.com/products/uas/hermes-450/

2.1.2.2.3 Gray Eagle ( Categoria 3)

A ARP Gray Eagle provê ao comandante informações de uma ampla área por meios de longos e duradouros reconhecimentos, mas também possui a capacidade de ser armado para missões de ataque com até 4 misseis Hellfire II. Seu envelope de voo atinge uma altitude de 25,000ft e pode permanecer voando por até 24 horas.

Essa ARP é utilizada atualmente pelo Exército Americano no nível divisão de exército. (LOWE, STORY, PARSON , 2014).

Figura 7: ARP Gray Eagle

Fonte: https://www.ainonline.com/aviation-news/defense/

(22)

2.1.2.3 ARP categoria 4, 5 e 6

As ARP da categoria 4, 5 e 6, são as que possuem o maior desempenho e as que conseguem cumprir um maior número de missões devido à sua performance e pela grande capacidade de autonomia e raio de ação. Baseada no quadro (Quadro 1) de classificação e categorias dos SARP para a F Ter brasileira, o menor nível do elemento de emprego é o Comando Operacional, e o mais alto é o Ministério da Defesa (MD)/ Estado Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).

Devido ao nível do elemento de emprego dessas categorias de aeronaves não serão objeto desse estudo.

2.2 O CONCEITO DE CAPACIDADES

A Força Terrestre, instrumento de ação do Exército Brasileiro, inclui todos os elementos do EB, organizados por módulos de combate, com base em capacidades, a partir dos fatores determinantes: Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura, com vistas ao emprego nas Operações no Amplo Espectro. (BRASIL, 2014a, p 1-2 , grifo nosso)

Alinhado com esse conceito e com a Politica Nacional de Defesa (PND) e a Estratégia Nacional de Defesa (END), o Exército Brasileiro passou a adotar a geração de forças por meio do Planejamento Baseado em Capacidades, que é definida assim por Brasil (2014a):

“Capacidade é a aptidão requerida a uma força ou organização militar, para que possa cumprir determinada missão ou tarefa. É obtida a partir de um conjunto de sete fatores determinantes, inter-relacionados e indissociáveis:

Doutrina, Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura – que formam o acrônimo DOAMEPI. Para que as unidades atinjam o nível máximo de prontidão operativa, é necessário que possuam as capacidades que lhes são requeridas na sua plenitude”.(BRASIL, 2014a, p 3-3)

Ainda segundo Brasil (2014) a geração de capacidades exige o atendimento dos seguintes fatores determinantes:

a) Doutrina – este fator é base para os demais, estando materializado nos produtos

doutrinários. Por exemplo, a geração de capacidades de uma Unidade inicia-se com

a formulação de sua Base Doutrinária, que considera a gama de missões, atividades

e tarefas que essa Unidade irá cumprir, em operações.

(23)

b) Organização (e Processos) – é expressa por intermédio da Estrutura Organizacional dos elementos de emprego da F Ter. Algumas capacidades são obtidas por processos, com vistas a evitar competências redundantes, quando essas já tenham sido contempladas em outras estruturas.

c) Adestramento – compreende as atividades de preparo obedecendo a programas e ciclos específicos, incluindo a utilização de simulação em todas as suas modalidades: virtual, construtiva e viva.

d) Material – compreende todos os materiais e sistemas para uso na F Ter. É expresso pelo Quadro de Distribuição de Material dos elementos de emprego.

e) Educação – compreende todas as atividades continuadas de capacitação e habilitação formais e não formais destinadas ao desenvolvimento do integrante da F Ter quanto à sua competência individual requerida.

f) Pessoal – abrange todas as atividades relacionadas aos integrantes da força. É uma abordagem sistêmica voltada para a geração de capacidades, que considera todas as ações relacionadas com o planejamento, a organização, a direção, o controle e a coordenação das competências necessárias à dimensão humana da Força.

g) Infraestrutura – engloba todos os elementos estruturais (instalações físicas, equipamentos e serviços necessários) que dão suporte à utilização e ao preparo dos elementos de emprego, de acordo com a especificidade de cada um e o atendimento a requisitos de exercício funcional.

Brasil (2014, p 3-5) afirma que coerente com o ambiente operacional contemporâneo, a F Ter vem buscando se dotar de novas competências e capacidades, objetivando preparar suas tropas para o cumprimento de missões e tarefas na Era do Conhecimento.

A obtenção dessas competências e capacidades é fundamental para que uma Força Terrestre possa atuar em todo o Espectro dos Conflitos, alcançando o efeito dissuasório que devem ter as Forças Armadas de um país. (BRASIL, 2014, p. 3-6).

Segundo Brasil (2015) a partir do nível político são determinadas que

capacidades são requeridas à Força Terrestre (F Ter), denominadas Capacidades

Militares Terrestres (CMT). Na sequência, são definidas as Capacidades

Operativas (CO) (Quadro 2) necessárias às forças que serão empregadas - ou a

cada Organização Militar – para que possam cumprir as tarefas e missões que lhes

forem atribuídas.

(24)

Visando a facilitar o entendimento , Brasil (2015) define a Capacidade Militar Terrestre como um “grupo de capacidades operativas com ligações funcionais , reunidas para que os seus desenvolvimentos potencializem as aptidões de uma força para cumprir determinada tarefa dentro da missão estabelecida”.

E a Capacidade Operativa é a aptidão requerida à uma força ou OM , para que ela possa obter efeito estratégico, operacional ou tático. É obtida a partir de um conjunto de fatores determinantes (DOAMEPI) já referenciados nesta seção.

(BRASIL, 2015)

Brasil (2015) define ainda dois conceitos importantes para essa pesquisa, que

são Atividades (AT) e Tarefas (T) descritas assim: Atividades é o conjunto de

tarefas afins, cujos resultados concorrem para o desenvolvimento de uma

determinada função de combate. Já as Tarefas são os trabalhos ou conjuntos de

ações cujo propósito é contribuir para alcançar o objetivo geral da operação,

constituem ações a serem executadas pelos diversos sistemas e elementos

operativos.

(25)

Quadro 2: Lista de Capacidades Militares Terrestres e Capacidades Operativas Fonte: BRASIL, 2015

(26)

3. METODOLOGIA

3.1. TIPO DE PESQUISA

A pesquisa foi qualitativa, privilegiando os relatos, os questionários e as análises de documentos. Também foi descritiva, buscando evidenciar características do sistema a ser abordado no estudo. Além disso, tratou-se de uma pesquisa aplicada, devido à tentativa de realizar um diagnóstico da atual situação de emprego do SARP na F Ter visando ao aperfeiçoamento do sistema já existente.

Foi realizada uma pesquisa de campo por meio de questionários nos locais onde o SARP é operado no EB, e permeando todo o estudo foi realizada uma pesquisa documental em manuais, artigos, relatórios, revistas de modo a agregar maior conteúdo ao estudo.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O universo pesquisado abarcou os responsáveis pela operação de SARP das Organizações militares da Força Terrestre brasileira que empregam o sistema.

A amostra utilizada segue a linha não probabilística e por acessibilidade (VERGARA, 2009), haja visto a facilidade de acesso aos elementos do universo 3.3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados para atingir os objetivos específicos bem como o objetivo geral foi dada por questionários aos responsáveis pela operação do SARP na F Ter e por coleta na literatura e em documentos atinentes ao assunto.

3.4 TRATAMENTO DOS DADOS

O tratamento de dados foi realizado por meio da análise de conteúdo. Trata-se

do estudo judicioso de textos e documentos, sendo uma técnica de análise de

comunicações, associada tanto aos significados quanto aos significantes da

mensagem(VERGARA, 2009).

(27)

Esta ferramenta é uma técnica para o tratamento de dados que visou a identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema (VERGARA,2009).

Dessa forma, foram verificados os fatores determinantes que precisam ser desenvolvidos para gerar a capacidade de emprego do SARP na F Ter.

3.5 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Todo o método apresenta possibilidades e limitações. A pesquisa e estudo sobre um sistema que ainda é incipiente denota aspectos negativos por ter pouca base para a análise, porém gera diversos aspectos positivos, pois foram analisadas as oportunidades de melhoria para que o mesmo se aperfeiçoe e contribua para as novas capacidades exigidas da F Ter.

Diante dos fatos, fica notório que esta foi a melhor forma de explorar o tema do

referido trabalho.

(28)

4. O EMPREGO DO SARP EM OPERAÇÕES MILITARES 4.1 NO EXÉRCITO BRASILEIRO

4.1.1 Generalidades

No Exército Brasileiro (EB) a primeira visualização de emprego de aeronaves remotamente pilotadas ocorreu com a publicação, em 1978, do Manual de Campanha C 6-121 A Busca de Alvos Artilharia de Campanha, onde estava previsto uma Seção de Reconhecimento por Veículo Não Tripulado para cada Bateria de Busca de Alvo (Bia BA). (BRASIL, 2018)

Com o intuito de pertencer ao seleto grupo de países, possuidores de um Sistema de Aeronaves Remotamente Pilotada, o Brasil realizou alguns projetos no âmbito do Ministério da Defesa, que teve seu ponto de partida na elaboração da Portaria Normativa nº 606/Ministério da Defesa, de 11 de Junho de 2004, versando sobre a obtenção de VANT e definindo suas aplicações doutrinárias, aquisição, desenvolvimento e o planejamento de curto, médio e longo prazo.

(CORRÊA , 2014)

Desde então, O Estado-Maior do Exército (EME) implementou a Portaria nº 77/Res, de 30 novembro de 2009, aprovando as Condicionantes doutrinarias e operacionais (CONDOP) 02/2009 para a família VANT de apoio ao combate, o que demonstrou a preocupação para aquisição desse meio importante para o novo cenário dos conflitos mundiais.( CORRÊA , 2014)

Atualmente estão em vigor a CONDOP 002-2014 - Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada (SARP); os Requisitos Operacionais Básicos n

o

06/10, e os Requisitos Técnicos Básicos - EB80-RT-76\009, I

a

Edição, 2014 do Sistema de Veículo Aéreo Não Tripulado Tático de Apoio ao Combate, Categoria I (VANT Cat l). (BRASIL , 2018)

Segundo Brasil (2018), em 2013 o Projeto Estratégico do Exército (PEE) Recuperação da Capacidade Operativa (RECOP) conduzido pela 4

o

SCh/EME adquiriu da empresa Flight Technologies (antiga Flight Solutions) 01 (hum) SARP categoria I (HORUS 100).

Esse sistema foi enviado para a Experimentação Doutrinária na 9

a

Bateria

de Busca de Alvos (9" Bia BA), no 9

o

GAC, Nioaque-MS, e com a aquisição de um

(29)

segundo sistema HORUS, o mesmo foi destinado à Cia Prec Pqdt, no Rio de Janeiro-RJ, para apolar as ações durante os Jogos Olímpicos em 2016.

No total foram adquiridos cinco sistemas HORUS, cada um composto de 02 (duas) aeronaves e 01 (uma) estação de controle necessitando de dois operadores, por sistema, para sua completa operação. Atualmente a distribuição dos sistemas é a seguinte: 02(dois) sistemas na Cia Prec Pqdt, 01(um) sistema no 6

o

BIM, 01(um) no 9

o

GAC e 01(um) na EsACosAAe.

4.1.2 Concepção de Emprego

Segundo Brasil (2014) a concepção de emprego dos SARP na F Ter baseia- se na complementaridade com outros vetores aéreos, tripulados ou não, na adequação desses sistemas aos diferentes elementos de emprego da F Op e na atuação integrada à manobra terrestre e aos demais sistemas usuários do espaço aéreo.

Em geral, os elementos de emprego das armas-base empregam SARP de menor complexidade e alcance para missões em suas zonas de ação ou à frente de seus deslocamentos. Já as unidades da Av Ex operam SARP mais complexos, com maiores alcance, autonomia e capacidade de carga, em proveito dos G Cmdo Op e superiores. A F Ter emprega os SARP nos níveis tático e operacional, em proveito das manobras terrestres, multiplicando o poder de combate de seus elementos.

(BRASIL, 2014).

Brasil (2014) afirma que o emprego integrado dos SARP nas operações conjuntas e, eventualmente, combinadas, possibilita a complementaridade na obtenção de produtos fornecidos por outros sistemas não tripulados, otimizando as capacidades de cada Força Componente.

Figura 7: Integração do SARP das Forças Componentes em Op Conjuntas

Fonte: EB20-MC-10.214 – Vetores Aéreos da Força Terrestre

(30)

Segundo Brasil (2014), o SARP da F Ter possui as seguintes capacidades : a) contribuir para a obtenção de informações confiáveis – de dia e à noite – observando o meio físico além do alcance visual;

b) levantar ameaças em extensas áreas do terreno, cobrindo espaços vazios (não cobertos por F Spf), aumentando a proteção às unidades desdobradas e negando às forças oponentes a surpresa;

c) permanecer em voo por longo período de tempo, permitindo monitorar em tempo real as mudanças no dispositivo, a natureza e os movimentos das forças oponentes;

d) atuar sobre zonas hostis ou em missões aéreas consideradas de alto risco, ou que imponham acentuado desgaste às tripulações e às aeronaves tripuladas, preservando os recursos humanos e os meios de difícil reposição;

e) atuar como plataforma de armas de alto desempenho, com maior capacidade de infiltrar-se em áreas sobre o controle das forças oponentes; e

f) realizar operações continuadas, de modo compatível com o elemento de emprego considerado

Brasil (2014) diz que o emprego do SARP nas operações aumentam a certeza e dificultam a atividade de contra inteligência do inimigo, obrigando-o a dedicar parte de seu esforço na adoção de medidas de dissimulação e de camuflagem, reduzindo sua liberdade de ação. Os efeitos de seu emprego podem:

a) ampliar a liberdade de ação das tropas amigas;

b) elevar a precisão e eficácia dos sistemas de armas, com o consequente aumento da letalidade seletiva de nossas forças;

c) concentrar os esforços na porção mais importante da frente ou da área de operações; e

d) economizar meios.

4.1.3 Principais Missões

4.1.3.1 Inteligência

Segundo Brasil (2014), nesse tipo de missão, os SARP da F Ter são

empregados prioritariamente como plataformas para sensores optrônicos, de radar e

de sinais de alto desempenho. Estes concorrem para a coleta de imagens de

(31)

diversos tipos, fornecendo produtos para a atividade de inteligência de imagens, de sinais e para a detecção de ameaças QBRN.

Normalmente, as unidades e frações dotadas de SARP realizam esse tipo de missão em prol do comando enquadrante, podendo alocar elementos de emprego destacados pelo comandante da F Op a outras GU/U que não disponham desses sistemas, conforme as situações de comando reforço, integração ou controle operacional (BRASIL, 2014).

As unidades e frações que operam SARP das categorias 0 a 3 (táticos) podem ser destacados às unidades de inteligência para aumentar sua efetividade, as quais ficarão responsáveis, em ligação com os demais elementos de emprego envolvidos, pelas medidas de coordenação e de difusão das informações obtidas.

(BRASIL, 2014).

4.1.3.2 Reconhecimento

Os SARP, dotados de sensores embarcados com capacidade de detectar, localizar, discriminar e em alguns casos identificar alvos de interesse, sob condições de baixa luminosidade e/ou baixa visibilidade, segundo Brasil (2014), são empregados para esclarecer a situação, observando os elementos em evolução no ambiente operacional e coletando informações de forma antecipada do meio físico e do meio ambiente em todas as fases das operações.

Os SARP – de acordo com as capacidades de cada categoria – são capazes de acompanhar os movimentos das ameaças em tempo real e de forma contínua, complementando e confirmando informações oriundas de outras fontes, com vistas a avaliar e identificar as intenções dos comandantes oponentes (BRASIL, 2014).

Segundo Brasil (2014), nas operações típicas de reconhecimento, os SARP

podem ser empregados antecedendo as tropas da F Spf que executam

reconhecimentos de eixo e de zona, tanto na ofensiva quanto na defensiva,

possibilitando-lhes maior agilidade no cumprimento de suas missões. Os

comandantes enquadrantes passam a dispor de superioridade de informações sobre

o oponente, o que lhes permite economizar meios operativos para emprego em

outras tarefas.

(32)

4.1.3.3 Vigilância

A F Ter pode se deparar com a necessidade de operar em espaços muito amplos, sem que possa manter tropas em constante presença por toda a sua ARspnl/Z Aç. Nesse cenário, segundo Brasil (2014), os SARP de categoria 3 cumprem papel muito importante, pois permitem realizar vigilância de largas frentes com eficácia, proporcionando alerta antecipado e economizando os recursos disponíveis.

Os SARP das categorias 0 a 2 são eficazes na vigilância de estruturas estratégicas e pontos isolados do TO/A Op, constituindo sensores eficazes para monitoramento de áreas de interesse, os quais – quando integrados a softwares de análise de padrões – permitem o alerta antecipado do escalão decisor (BRASIL, 2014).

Normalmente, emprega-se o SARP em missões de vigilância em áreas de retaguarda, em ações de segurança e proteção na vanguarda e flancoguarda, além de complementar as ações da Aviação do Exército em áreas passivas ou de grande extensão.

4.1.3.4 Aquisição, Identificação, designação e iluminação de Alvos

As características de dimensões reduzidas, velocidade, autonomia e capacidade de carregamento de sensores de imageamento contribuem para que os SARP tenham um emprego eficaz na aquisição de alvos (BRASIL, 2014).

Segundo Brasil (2014), os SARP são empregados na varredura de áreas desenfiadas à observação terrestre e para aumentar a profundidade da observação, contribuindo para a sistemática de levantamento de alvos prioritários do comandante da F Op. É particularmente útil nas faixas do terreno em que a ameaça de atuação do oponente já ocorra ou seja mais provável.

Os SARP devem ser equipados com sensores embarcados que permitam a

execução de tarefas relacionadas à obtenção de imagens (diurnas e noturnas),

incluindo dispositivos de imageamento termal, afirma Brasil (2014). Devem

possibilitar também a localização georefenciada dos alvos e designadores a laser

para iluminarem possíveis ameaças para vetores armados aéreos ou terrestres.

(33)

A capacidade de engajar alvos além do alcance das armas antiaéreas inimigas, possibilita a designação de alvos para armamentos de alta performance e precisão, tais como foguetes, mísseis guiados a laser e outras tecnologias.

Os SARP podem também cumprir este tipo de missão em prol das aeronaves da F He integrante de uma F Op e das demais Forças presentes no TO/A Op, de modo a engajar o alvo diminuindo o risco de identificação pelo oponente.

4.1.3.5. Comando e Controle

Segundo Brasil (2014), a Função de Combate Comando e Controle pode-se valer do emprego de SARP , particularmente os de categorias 3, como plataformas de retransmissão de comunicações, o que permite ampliar o alcance da cobertura ou da precisão do sistema de C2 da F Op, particularmente em áreas críticas para a propagação das ondas eletromagnéticas.

Esse emprego é particularmente útil na manutenção dos enlaces de comunicações com pequenas frações, tropas aeroterrestres ou aeromóveis infiltradas em zonas vermelhas ou hostis, enquanto não houver outros meios de retransmissão, tais como satélites e até que se proceda a junção.(BRASIL, 2014)

Os SARP podem contribuir com a função c2, especialmente, apoiando a atividade de realizar a gestão do conhecimento e da informação, particularmente, na tarefa de colaborar com a consciência situacional.

4.1.3.6 Guerra Eletrônica

O SARP, afirma Brasil (2014), pode ser utilizado como plataforma de GE, por meio de dispositivos embarcados de Medidas de Apoio de Guerra Eletrônica (MAGE), de Medidas de Ataque Eletrônico (MAE) e de Medidas de Proteção Eletrônica (MPE).

O emprego de SARP neste tipo de missão permite ampliar o alcance

operativo da GE, possibilitando que esta atinja zonas do Espaço de Batalha onde as

unidades de GE, pela carência de meios, não teriam prioridade de atuação.(BRASIL,

2014).

(34)

4.1.3.7 Outras Missões

A versatilidade desse vetor aéreo, segundo Brasil (2014), propicia seu emprego em outros tipos de missões em apoio à F Ter em operações. A capacidade de executar tais missões, está diretamente associada aos recursos que cada SARP possui nas diversas categorias. Ainda que a vigilância e o apoio ao reconhecimento sejam a vocação principal dos SARP , para o Exército Brasileiro, esses sistemas podem apoiar as seguintes ações:

a) realização de segurança dos movimentos terrestres, em especial de tropas e de comboios de suprimento;

b) proteção de estruturas estratégicas e pontos sensíveis;

c) orientação para infiltração ou exfiltração de subunidades;

d) controle de danos, particularmente após a realização de disparos de artilharia de superfície-superfície, catástrofes ou acidentes;

e) observação aérea;

f) apoio às Operações de Apoio às Informações (OAI), particularmente no lançamento de panfletos e difusão sonora;

g) recuperação de pessoal;

h) detecção de artefatos explosivos improvisados (AEI);

i) apoio de fogo à F Spf, realizando o tiro como sistema de armas embarcado, ou apoiando a observação e a condução do tiro; e

j) detecção QBRN.

De maneira resumida, as Condicionantes doutrinárias e operacionais, em

vigor no Exército Brasileiro, apresentam as seguintes possibilidades de emprego,

conforme a figura abaixo:

(35)

Figura 9 – Possibilidades de emprego do SARP nas diversas categorias

Fonte: BRASIL, 2018

4.2 NO EXÉRCITO AMERICANO

4.2.1 Generalidades

(36)

O Exército Americano é o que mais emprega o SARP, também conhecido como UAS (Unmanned Aircraft System), em todo o mundo, nas mais diversas operações militares em que atua, desde a 1

a

Guerra do Golfo na década de 90.

No início do século XXI, com o atentado terrorista em Nova York no ano de 2001, o emprego do SARP teve um aumento exponencial na retaliação americana aos responsáveis pelos ataques, principalmente no Afeganistão e no Iraque.

Diversas são as missões e os modelos de SARP utilizados pelo Exército Americano, vão desde reconhecimento até missões de ataque por meio do emprego de mísseis guiados por GPS que são capazes de atingir um terrorista com precisão milimétrica , o que reduz o efeito colateral.

A seguir serão abordados os aspectos mais importantes de sua doutrina e concepção de emprego visando a servir de referência para o emprego desses sistemas pelo EB.

4.2.2 Doutrina e concepção de emprego

4.2.2.1 Tipos de UAS

Segundo Lowe, Story e Parsons (2014), o Exército Americano emprega quatro tipos diferentes de UAS em Op Militares:

- Hunter (RQ-5/MQ-5B) - Gray Eagle (MQ -1C) - Shadow (RQ-7) - Raven (RQ-11)

O Departamento de defesa (DoD) , afirma USA (2006), tem um alfabeto numérico para designer os UAS:

- C – designação para Cargo

- R – designação para reconhecimento - M – designação para Multi- tarefas - Q – designação para UAS

A família de UAS do Exército Americano é composta de 04 (quatro) níveis

(figura 10): corpo de exército, divisão de exército, brigada e

batalhão/Companhia/pelotão. Cada um desses níveis emprega um tipo específico de

UAS com capacidades específicas visando a cumprir tarefas compatíveis para o

(37)

nível que se encontra. O nível de atuação é definido pelo alcance do UAS e pelo tempo que permanece em voo. (LOWE et all , 2014)

Figura 10 – Família de UAS do Exército Americano

Fonte: Lowe, Story e Parsons , 2014

4.2.2.1.1 Corpo de Exército

Os UAS do nível do corpo de exército são usados principalmente para

“reconhecimento, vigilância, aquisição de alvos (RSTA) e avaliação de danos de

batalha (BDA) ”, embora as versões também podem ser armadas e utilizadas em

combate (Spigelmire & Baxter, 2013). O MQ-5B Hunter II é o único membro da

classe de nível do corpo.

(38)

Figura 11 – UAS MQ- 5B Hunter

Fonte: Lowe, Story e Parsons , 2014

4.2.2.1.2 Divisão de Exército (DE)

Segundo Spigelmire e Baxter (2013), o UAS no nível DE é usado para prover o suporte aos fogos da DE e realizar vigilância na área de operações das brigadas, força tarefas, brigadas de aviação de combate e outras baseada nas prioridades do comandante da divisão. Atualmente o Exército americano utiliza o MQ-1C Gray Eagle como o UAS para o emprego nesse escalão.

Figura 12 – MQ-1C Gray Eagle

Fonte: Lowe, Story e Parsons , 2014

(39)

4.2.2.1.3 Brigada

No nível Brigada, afirma Spigelmire e Baxter (2013), o UAS é usado para prover ao comandante da brigada, reconhecimento, vigilância, aquisição de alvos e avaliação de danos de batalha (BDA) no nível tático. Atualmente o UAS utilizado nesse escalão e o RQ – 7B Shadow, mas já esta sendo modernizado e em curto prazo outro modelo será utilizado.

Figura 13 – RQ-7B Shadow

Fonte: Lowe, Story e Parsons , 2014

4.2.2.1.4. Batalhão e inferiores

No nível batalhão e inferiores o UAS atualmente utilizado é o Raven RQ-11B.

Esse UAS “fornece à pequena unidade a capacidade orgânica de realizar além da linha de visada (BLOS) reconhecimento visual, vigilância e aquisição de alvos. De acordo com as informações do UAS, o sistema emprega um link digital seguro possibilitando a transmissão de imagens em tempo real para uma estação de solo.

O RQ-11B Raven, é uma aeronave lançada pelas mãos do operador e projetada

para apoiar manobras do batalhão e companhias com a transmissão em tempo real

das imagens geradas , quer seja durante o dia ou a noite.

(40)

Figura 14 – RQ-11B Raven

Fonte: Lowe, Story e Parsons , 2014

4.2.2.2 Fundamentos do emprego do UAS

Todas as organizações de UAS devem ser capazes de:

- Planejar e conduzir deslocamentos estratégicos - Realizar movimentos administrativos e táticos.

- Coordenar com unidades de manobra apoiadas

- Reunir informações para apoiar a preparação da inteligência do campo de batalha.

- Utilizar todo o espectro de meios de comunicação para satisfazer os requisitos internos e externos por informações de combate.

Todas as organizações de UAS devem realizar operações sob qualquer uma das seguintes condições:

- como uma unidade orgânica do próprio escalão enquadrante quanto em reforço ou controle operativo ou controle tático para outros elementos;

- próximo a forças de superfície;

- dia ou noite;

- espaço aéreo controlado e não controlado em áreas densamente povoadas;

(41)

- químico, biológico, radiológico e nuclear (QBRN) - evitar a contaminação intencional;

- todos os tipos de ambientes, incluindo deserto, montanhas, colinas, floresta densa, selva, planícies e urbanas;

- todos os ambientes operacionais, incluindo contíguos, não contíguos, lineares, não lineares e assimétrico.

Cada organização de UAS deve ser proficiente nas seguintes áreas:

- Operações de ataque (se aplicável).

- Operações de apoio de fogo aéreo

- Operações de reconhecimento e segurança.

- Voo de terreno: nível baixo, contorno e desenfiado - apenas Raven.

- Procedimentos de emergência.

- Defesa de base (inclui evacuação de emergência em todas as condições meteorológicas).

- Evitar a exposição a ambiente QBRN, realizar levantamentos e descontaminação de áreas

- Outras habilidades táticas básicaS, manuais de treinamento de tripulação, publicações de treinamento de soldados e outras.

- Comando e Controle do espaço aéreo do Exército - Avaliação de risco.

4.2.2.3 Organização dos UAS

4.2.2.3.1 Companhia de reconhecimento aéreo – UAS MQ-5B HUNTER

Figura 14 – Organograma da Companhia de reconhecimento aéreo

Fonte: USA , 2006

(42)

A companhia de reconhecimento aéreo é composta por:

- 48 (quarenta e oito) militares e 5 (cinco) contratados de apoio logístico;

- Pelotão de comando;

- Seção de apoio de reconhecimento aéreo;

- Dois pelotões de reconhecimento aéreo;

- Seção de manutenção - Seis MQ-5B Hunter;

- Seis HMMWVs (também conhecidos como Humvee) e reboques;

- Três estações de controle no solo montados em veículos com geradores montados em reboques;

- Dois terminais de informações no solo;

- Dois caminhões de 5 toneladas com reboques;

- Um caminhão de 5 toneladas com guindaste e reboque de combustível;

- Um caminhão de 5 toneladas com tanque e bomba;

4.2.2.3.2 Pelotão de Reconhecimento Aéreo – UAS RQ-7B Shadow

Figura 15 – Pelotão de Reconhecimento Aéreo

Fonte: USA , 2006

O pelotão de reconhecimento aéreo consiste em :

- 22 (vinte e dois militares) e 2 (dois) funcionários contratados de apoio logístico ;

- Seção de operação de voo;

- Seção de manutenção;

(43)

- Quatro aeronaves Shadow;

- Quatro terminais de vídeo remoto;

- Duas estações de controle no solo, montadas em veículos;

- Dois terminais de informações no solo;

- Dois veículos de transporte de pessoal / equipamento com um reboque de equipamento;

- Dois sistemas de pouso automatizados táticos;

- Um veículo de transporte aéreo montado no veículo, com reboque de lançamento;

- Uma instalação de manutenção móvel montada no veículo com reboque de manutenção;

- Uma estacão de controle no solo portátil;

- Um terminal de informações no solo portátil.

4.2.2.3.3 Equipe de reconhecimento aéreo (Raven Team) O Raven Team tipicamente é composto por:

- Dois operadores da unidade.

- Três aeronaves Raven - Dois tipos de carga útil

- Câmera colorida e Infravermelha - Uma unidade de controle de solo.

- Baterias (recarregáveis).

- Estojos de transporte / proteção.

- Carregador de bateria / fonte de alimentação.

Fig 16 – Raven Team

Fonte: USA , 2016

(44)

5. CAPACIDADE DE EMPREGO DO SARP NO EXÉRCITO BRASILEIRO

Atualmente o Exército Brasileiro (EB) vem utilizando o Planejamento Baseado em Capacidades para estar apto a atuar no cenário volátil, incerto, complexo e ambíguo que configura o ambiente operacional moderno no qual os exércitos se deparam nos atuais conflitos.

O emprego do SARP, previsto na doutrina do EB, tem ganhado importância por diversas razões, dentre elas, a questão da redução da exposição de vidas humanas aos riscos de grande complexidade e pela capacidade tecnologia que agrega e contribui para a tão desejada consciência situacional dos comandantes.

Para que o EB usufrua de todos os benefícios do emprego do SARP, nas operações militares, se faz necessário que essa capacidade de emprego esteja realmente efetivada, com todos os seus fatores determinantes associados, que segundo a doutrina militar terrestre são: Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura.

A fim de verificar esses fatores determinantes, dentro das unidades do EB que operam o SARP, foi realizado uma pesquisa bibliográfica da atual situação do SARP, além de um questionário encaminhado aos responsáveis pela operação do sistema nas seguintes Organizações Militares (OMs): Comando de Aviação do Exército (CAvEx), Companhia de Precursores Paraquedistas (Cia Prec Pqdt), 6

o

Batalhão de Inteligência Militar (BIM) e 9

o

Grupo de Artilharia de Campanha (9

o

GAC) .

5.1 DOUTRINA

Em relação a doutrina existente e vigente sobre o emprego do SARP em Op

militares, o único manual doutrinário existente é o Manual de Campanha EB20-MC-

10.214 Vetores Aéreos da Força Terrestre, 1ª Edição, 2014, do Estado Maior do

Exército, que foi elaborado baseado na Nota de Coordenação Doutrinária 03/2012

do C Dout Ex que versava sobre o emprego do SARP. Esse manual doutrinário

apresenta a concepção geral e os princípios de emprego dos vetores aéreos da F

Ter, inclusive do SARP, onde além desses aspectos, são abordadas as

características operativas, classificação e categorias.

(45)

No questionário enviado aos responsáveis pela operação do sistema nas OMs que operam o SARP, não foi verificado a existência de nenhum outro documento oficial do EB que versa sobre o emprego do SARP em Op Militares, somente na Cia Prec Pqdt existe um projeto de manual feito por eles próprios e que não é considerado uma publicação oficial do EB de acordo com a PORTARIA Nº 124-SGEx, DE 29 DE MARÇO DE 2018, que aprovou a Relação das Publicações do Exército (EB10-C-12.001) - Edição 2018.

5.2 ORGANIZAÇÃO

A organização é expressa por intermédio da Estrutura Organizacional dos elementos de emprego da F Ter. Durante esse estudo não foi encontrado nenhum documento oficial que define a estrutura organizacional das OMs que possuem equipes que operam o SARP.

Em pesquisa realizada , por meio do questionário, apenas o 6

o

BIM disse possuir uma estrutura organizacional para a seção de SARP do respectivo batalhão, mas é uma estrutura interna e não esta oficializada pelo EB.

A titulo de referência, o manual americano FMI 3-04.155. Army Unmanned Aircraft System Operations descreve com detalhes a composição dos diversos escalões que operam o SARP, no caso americano, a companhia de reconhecimento aéreo, o pelotão de reconhecimento aéreo e a equipe de reconhecimento aéreo. A descrição do organograma bem como a missão de cada integrante das respectivas equipe se encontram detalhadamente explicadas no manual e os principais aspectos elencados foram colocados no cap. 4 desse trabalho.

5.3 ADESTRAMENTO

O Adestramento compreende as atividades de preparo obedecendo a programas e ciclos específicos, incluindo a utilização de simulação em todas as suas modalidades: virtual, construtiva e viva. No Exército Brasileiro o adestramento é regulado pelo Programa de Instrução Militar (PIM) e os diversos Programas Padrão os quais são regulados pelo Comando de Operações Terrestres (COTER).

Atualmente não existe nenhum programa de adestramento das equipes que

operam o SARP no EB. Nas OMs , que responderam o questionário, também não foi

encontrado nenhum programa de treinamento buscando o adestramento progressivo

(46)

e contínuo dos operadores do sistema; somente na Cia Prec Pqdt, o responsável pelo SARP disse existir um programa de adestramento, mas que não se enquadra numa publicação oficial do EB.

Em relação ao emprego em operações, tanto em operações reais quanto em exercícios militares, todas as OMs responderam que somente utilizam o SARP nas Operações de Cooperação e Coordenação com as Agências. Não foi verificado o emprego nas demais operações básicas e complementares.

5.4 MATERIAL

Em relação ao material que a F Ter dispõe para empregar o SARP nas Op Militares, estes compreendem todos os materiais e sistemas diretamente relacionado com esse fim, e é expresso pelo Quadro de Distribuição de Material (QDM) dos elementos de emprego.

Atualmente nos deparamos com uma gama de ARPs cumprindo as mais variadas missões, especialmente de comando e controle nas operações de coordenação e cooperação com as agências, mas cabe salientar que para o EB os únicos Materiais de Emprego Militar (MEM) que foram adquiridos para o esse fim são os cinco sistemas HORUS FT 100, cada um composto de 02 (duas) aeronaves e 01 (uma) estação de controle; portanto todos as demais ARPs que possam existir dentro da F Ter não são considerados MEM e não são objeto desse estudo.

Em questionário enviado as OMs, constatou-se que a Cia Prec Pqdt, o 9

o

GAC e o 6

o

BIM possuem o sistema HORUS FT 100 para fins de emprego em Op Militares. A EsACosAAe também possui um sistema, porém não o emprega em Op Militares, somente utiliza para formação dos operadores. A AvEx, que será responsável pela operação dos SARPs de Cat 2 a 4, não possui nenhum sistema HORUS FT 100.

5.5 EDUCAÇÃO

No que tange o fator condicionante educação, o qual compreende todas as atividades continuadas de capacitação e habilitação formais e não formais destinadas ao desenvolvimento do integrante da F Ter quanto à sua competência individual requerida.

Atualmente, o que existe de concreto na F Ter é a centralização da formação

(47)

dos operadores do SARP HORUS100 na EsACosAAe, que em entrevista com o responsável pela implantação desse curso na referida escola, disse que essa centralização foi decidida nesse ano de 2018 e que esse curso se encontra em planejamento, construção do perfil e montagem do PLADIS, devendo ser iniciado no ano de 2019.

O conceito existente no EB é que o operador do sistema tem que ter condições de realizar todas as atividades relativas ao sistema, que inclui a preparação, lançamento e pilotagem da aeronave e a operação da estação de terra.

A capacitação dos militares à operação do sistema, até o presente momento, foi realizada pela empresa fabricante do HORUS 100, a Flight Tecnologies, localizada na cidade de São José dos Campos – SP, que teve como foco a parte técnica da operação e como se trata de uma empresa civil nada teve de tática de emprego do SARP em Op Mil, o que surge como uma oportunidade de melhoria para a capacitação dos militares , agora centralizada, na EsACosAAe.

5.6 PESSOAL

Com relação ao pessoal, que abrange todas as atividades relacionadas à dimensão humana dos integrantes da F Ter relacionados com a operação e o emprego do SARP, até o presente momento, segundo Brasil (2018), foram formados 08(oito) operadores, entre oficiais e praças, que se encontram em sua maioria na Cia Prec Pqdt, 9

o

GAC, 6

o

BIM e EsACosAAe.

De acordo com o questionário encaminhado aos responsáveis pela operação do SARP nas OMs possuidoras desse MEM, não existe, atualmente, nos diversos Quadros de Cargos Previstos (QCP), os respectivos cargos com suas referenciações para os operadores do sistema. O 6

o

BIM afirmou que montou uma proposta de QCP, mas que ainda não foi aprovada pelo Estado Maior do Exército (EME).

5.7 INFRAESTRUTURA

No que concerne a infraestrutura necessária para a operação do SARP, a

qual engloba todos os elementos estruturais (instalações físicas, equipamentos e

serviços necessários) que dão suporte à utilização e ao preparo dos elementos de

Referências

Documentos relacionados

Percebemos que há diversos tipos de definições sobre as Forças de Operações Especiais, daquelas que definem as Operações Especiais essencialmente em termos militares (as

É importantíssimo que seja contratada empresa especializada em Medicina do Trabalho para atualização do laudo, já que a RFB receberá os arquivos do eSocial e

“penso, logo sou”, em que ambos os termos da relação estão positivados, a psicanálise opera tanto um descentramento do ser em relação ao pensamento – uma vez que “sou

A REITORA DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA, no uso de suas atribuições legais,. Considerando a Ata de reunião do Colegiado do Câmpus

Já com relação ao preparo e emprego da organizações militares executoras da OCP, o Comando de Operações Terrestres (COTER) como Órgão de Direção setorial responsável

A fim de compreender acerca da necessidade de segurança no espaço cibernético em grandes eventos, o presente estudo pretende analisar o emprego do Ministério da Defesa e

A logística militar terrestre pode ser considerada um dos pilares das operações militares por gerir de maneira adequada o emprego de recursos de acordo com as

Foi realizada a exploração dos meios atuais que a Força Terrestre possui referentes aos SARP como suas características de emprego e especificações técnicas além dos