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Open Comportamento informacional dos docentes dos PPGCIS da região nordeste

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Academic year: 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

JOFRANY DAYANA PESSOA FORTE

COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DOS DOCENTES DOS

PPGCIS DA REGIÃO NORDESTE

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JOFRANY DAYANA PESSOA FORTE

COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DOS DOCENTES DOS

PPGCIS DA REGIÃO NORDESTE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba como requisito final à obtenção do Título de Mestre em Ciência da Informação.

ORIENTADOR: PROF. DR. EDVALDO CARVALHO ALVES

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F737c Forte, Jofrany Dayana Pessoa.

Comportamento informacional dos docentes dos PPGCIS da região nordeste / Jofrany Dayana Pessoa Forte.-- João Pessoa, 2014.

126f. : il.

Orientador: Edvaldo Carvalho Alves Dissertação (Mestrado) - UFPB/CCSA

1. Ciência da informação. 2. Comportamento informacional. 3. Usuário da informação. 4. Estudo de usuários. 5. Abordagem Sense-Making.

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JOFRANY DAYANA PESSOA FORTE

COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DOS DOCENTES DOS

PPGCIS DA REGIÃO NORDESTE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba como requisito final à obtenção do Título de Mestre em Ciência da Informação.

Aprovado em: _____ / _____ / _____.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Edvaldo Carvalho Alves – UFPB/PPGCI Orientador

Profª. Drª. Francisca Arruda Ramalho – UFPB/PPGCI Membro Interno

Prof. Dr. José Washington de Morais Medeiros - UEPB Membro Externo

Prof.ª Dr.ª Izabel França de Lima – UFPB/PPGCI Suplente Interno

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por conduzir a minha vida sempre mostrando o caminho que devo seguir para trilhar o meu progresso pessoal e profissional, base indispensável na hora nas minhas escolhas. Tenho certeza que esteve ao meu lado em todas as etapas do mestrado.

Aos meus pais e as minhas duas irmãs por sempre estarem a disposição para me ajudar em qualquer hora do dia ou da noite.

Ao meu marido, Max, que sempre me incentivou nos estudos e nunca colocou qualquer empecilho para a realização destes. Sem a sua ajuda dificilmente eu conseguiria me dar ao luxo de cursar esse mestrado, que mesmo sendo realizado na esfera pública, demanda custos de ordem financeira. Portanto, deixo aqui explicita a minha eterna gratidão.

Ao Professor Edvaldo Carvalho Alves, meu orientador, que admiro pela postura diante dos seus alunos e, sobretudo, por ser uma das pessoas mais humildes que já conheci. Agradeço a paciência e serenidade que sempre teve comigo na intenção de colaborar com o sucesso da minha pesquisa, contribuindo com o meu progresso pessoal e profissional.

À Professora Francisca Arruda pela generosidade, atenção e contribuição valiosa que dedicou ao meu trabalho. Agradeço pelos ensinamentos desde a época da graduação e, especialmente, pela maneira como conduz o seu relacionamento com os seus alunos.

Ao Professor Washington de Morais Medeiros a contribuição que trouxe ao meu trabalho quando aceitou prontamente o convite para substituir o Professor Adriano De León na banca de defesa final.

À Professora Izabel França de Lima que compareceu a defesa final como suplente interno e agregou valor ao meu trabalho com as suas contribuições enriquecedoras mostrando que um docente comprometido com o seu trabalho pode fazer muita diferença na academia.

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fizeram e farão parte do Círculo de Viena (Mayra, Lúcia, Edilson, Robéria, Leyde, Jobson, Jussara, Claúdio, Názia e Nonato).

À Robéria (Béria) e Edilson (Edi) que eu tive a certeza de poder contar em qualquer momento, de alegria ou de tristeza. Obrigada pela dedicação ao nosso grupo de estudos na preparação para a seleção do mestrado. Pelo material que vocês me repassaram na intenção de que pudesse interessar a minha pesquisa. Não tenho palavras para descrever o valor da amizade de vocês para mim. Mesmo que a partir de agora a gente não continue seguindo mais juntos no mesmo propósito (doutorado) acredito que de alguma forma estaremos juntos.

Agradecimento especial, a Claudio Augusto, um presente de Deus, que agregou valor à minha vida, e foi colocado no meu caminho para que eu me sentisse mais forte ao longo de cada uma das batalhas que foram vencidas, principalmente a proficiência em inglês. Agradeço por seu carinho e por todos os momentos compartilhados de pura alegria. Obrigada pelos conselhos, dicas, consultoria e pelo companheirismo. Eternamente grata pela sua amizade preciosa.

À Leyde Klebia por sua dedicação com a nossa turma, por repassar informações relevantes para que ninguém perdesse algum prazo. Fico muito feliz em conhecer alguém tão prestativo e preocupado com o bem estar do próximo. Acredito que conhecer alguém assim, nos dias de hoje, é uma oportunidade ímpar.

Aos docentes vinculados ao Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba que de alguma forma, ao longo dos dois anos, contribuíram para o meu desenvolvimento intelectual, pessoal e profissional.

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“Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser

condicionado, mas, consciente do

inacabamento, sei que posso ir mais além dele.”

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RESUMO

Analisa as necessidades informacionais dos docentes dos PPGCIS da Região Nordeste na prática docente de ensino e pesquisa. A Abordagem Sense Making, da americana Brenda Dervin, foi utilizada para nortear a pesquisa no intuito de compreender o sentido que o indivíduo atribui à informação no momento em que ele percebe um vazio cognitivo para dar prosseguimento a uma determinada atividade do seu cotidiano configurando a tríade situação-lacuna-uso. Trata-se de uma pesquisa descritiva e de cunho quanti-qualitativo. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário misto. A técnica de categorização de Bardin foi usada para analisar as respostas dos usuários pesquisados. Vinte e dois docentes participaram da pesquisa. Os resultados encontrados revelaram que eles costumam suprir as necessidades informacionais em unidades de informação como bibliotecas, arquivos e centros de documentação, bem como a maioria deles faz uso da internet como fonte de informação. Quando se trata de canais de informação eles utilizam os livros, artigos de periódicos, monografias, dissertações, teses, relatórios de pesquisa, coleções especiais. A maior parte dos pesquisados disse que eles contribuem com a prática docente no sentido de mantê-los atualizados com relação aos temas que estão sendo trabalhados em sala de aula, na descoberta de novas abordagens metodológicas, atualização dos conhecimentos já existentes e novas experiências. Com relação ao processo de busca e uso de informação o maior objetivo é atualizar o conhecimento em sua área de atuação, assim como buscar informações para utilizar em pesquisas. O problema/situação mais recente que os levou à busca e uso da informação foi à necessidade de material informacional que servisse de apoio para dar continuidade às pesquisas em andamento. Os docentes afirmam que quando se envolvem nesse processo geralmente saem satisfeitos. Nesse contexto, o sentimento que normalmente permeia esse processo de busca é uma inquietação, a necessidade de descobrir algo novo sobre um determinado tema, ou seja, uma lacuna, um vazio cognitivo. A barreira de tempo é um dos obstáculos informacionais que mais dificultam o processo de busca e uso da informação, bem como também o excesso de informações do qual estão todos submetidos na atualidade. A estratégia mais utilizada para driblar essa barreira é a seleção por critério de confiabilidade. Portanto, o conhecimento do comportamento informacional se mostrou, a partir da fala dos docentes, uma alternativa para saber como eles estão fazendo para driblar a explosão informacional e recuperar informações relevantes para utilizar em razão do fazer docente.

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ABSTRACT

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Metáfora do Sense Making... 39

Figura 2 Metáfora do Sense Making... 39

Figura 3 Trinômio Situação Lacuna Uso... 41

Figura 4 Site do PPGCI da UFPB... 48

Figura 5 Site do PPGCI da UFPE... 49

Figura 6 Site do PPGCI da UFBA ... 50

Figura 7 Programas de pós-graduação em que os docentes lecionam... 69

Quadro 1 Classificação dos usuários da informação... 25

Quadro 2 Diferença entre as Abordagens Tradicional e Alternativa... 33

Quadro 3 Programas de Pós-Graduação em CI no Brasil... 45

Quadro 4 Perfil dos usuários: dados gerais... 58

Quadro 5 Trajetória acadêmica... 65

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Faixa Etária... 59

Gráfico 2 Sexo... 60

Gráfico 3 Cor da pele... 61

Gráfico 4 Origem dos docentes por Região... 63

Gráfico 5 Estado Civil... 64

Gráfico 6 Curso em que o docente é graduado... 68

Gráfico 7 Tempo de atuação na Pós-graduação... 71

Gráfico 8 Número atual de orientandos... 72

Gráfico 9 Fontes de informação utilizadas... 75

Gráfico10 Canais de informação mais utilizados... 77

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 5

2 PERCURSO METODOLÓGICO... 8

2.1 TIPO DA PESQUISA E NATUREZA DA ABORDAGEM... 8

2.2 CAMPO DA PESQUISA... 10

2.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS... 10

2.4 MÉTODO DE ANÁLISE DOS DADOS ... 12

3 USUÁRIOS E OS ESTUDOS DE USUÁRIOS... 15

3.1 INFORMAÇÃO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA SUA IMPORTÂNCIA. 15 3.2 USUÁRIO DA INFORMAÇÃO ... 22

3.3 NECESSIDADE INFORMACIONAL,BUSCA E USO DA INFORMAÇÃO. 26 3.4 ABORDAGENS DOS ESTUDOS DE USUÁRIOS... 31

3.4.1 Abordagem Tradicional... 31

3.4.2 Abordagem Alternativa... 32

3.4.3 Abordagem Interacionista... 42

4 A PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO NO BRASIL 44 4.1 A PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO NA REGIÃO NORDESTE... 46

4.1.1 A Pós-Graduação em Ciência da Informação na UFPB... 46

A Pós-Graduação em Ciência da Informação na UFPE... 48

4.1.3 A Pós-Graduação em Ciência da Informação na UFBA... 49

4.2 PRÁTICA DOCENTE: UMA AÇÃO CONSTANTE DE INFORMAÇÃO... 51

5 UM OLHAR ATENTO PARA OS DADOS DA PESQUISA.... 56

5.1 PERFIL DOS USUÁRIOS: OS DOCENTES DA PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO NO NORDESTE... 57

5.1.1 Perfil dos usuários: dados gerais (idade, sexo, naturalidade, estado civil)... 58

5.1.2 Perfil dos usuários: trajetória acadêmica... 64

5.1.3 Comportamento Informacional dos docentes: necessidades, busca e uso de informação... 73

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 97

REFERÊNCIAS... 100

APÊNDICE A... 107

APÊNCIDE B... 112

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1 INTRODUÇÃO

Conhecer as necessidades de informação dos docentes, apreender a busca informacional e compreender o uso efetivo que eles fazem da informação para a concretização da prática docente se torna algo relevante, principalmente pelo fato de que os docentes estudados atuam em nível de pós-graduação, etapa da vida acadêmica que demanda profissionais com elevado conhecimento e produção intelectual de alto nível, portanto é importante que sejam profissionais que possuam acesso facilitado à informação para o pleno desenvolvimento de suas atividades acadêmicas, o que inclui as atividades de ensino e pesquisa contribuindo dessa maneira para a evolução da sociedade. Nesse sentido, Le Coadic (1996, p.41) diz que “A necessidade de informação em função da ação é uma necessidade derivada de necessidades materiais exigidas para a realização de atividades humanas, profissionais e pessoais: trabalhar, ir de um lugar para outro, comer, dormir, reproduzir-se”.

Conhecer as necessidades de informação e apreender de que forma essa informação está sendo utilizada, visto que, compreender a busca de informação que motiva cada usuário, e entender o uso que se faz dela, proporciona a possibilidade da efetivação das necessidades serem atendidas. Portanto, ainda conforme Le Coadic (1996, p.39):

O objetivo final de um produto de informação, de um sistema de informação, deve ser pensado em termos dos usos dados à informação e dos efeitos resultantes desses usos nas atividades dos usuários. A função mais importante do sistema é, portanto, a forma como a informação modifica a realização dessas atividades.

Portanto, é importante conhecer o uso que se faz da informação para que se possa pensar também como essa mesma informação pode modificar de maneira eficaz os efeitos resultantes da sua aplicabilidade no cotidiano.

Ainda com base nas afirmações de Le Coadic (1996) é possível dizer que existe uma relação entre a necessidade e o uso da informação, que esses dois pontos concatenam-se e produzem o comportamento informacional do usuário.

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que atualmente o Brasil se destaca como potência emergente, precisando de capital intelectual para manter-se em desenvolvimento. De acordo com Delors (1998, P.139):

O ensino superior é, em qualquer sociedade, um dos motores do desenvolvimento econômico e, ao mesmo tempo, um dos polos da educação ao longo de toda a vida. É, simultaneamente, depositário e criador de conhecimentos. Por outro lado, é o instrumento principal de transmissão da experiência cultural e científica acumulada pela humanidade.

Com todas as mudanças no cenário econômico, o país ganhou visibilidade no mundo inteiro, e os brasileiros começam a ser vistos com outros olhos, muitas oportunidades acadêmicas (fomentadas por universidades e instituições governamentais brasileiras e estrangeiras) têm surgido. Portanto, se faz necessário concentrar a atenção no usuário da informação, conhecendo suas reais necessidades informacionais, e não apenas proporcionando o acesso à informação, mas sim, fornecendo informação relevante que possa vir a proporcionar a esse usuário um conhecimento contínuo que o conduza a outras percepções dele mesmo, do meio em que ele vive e a outras dimensões profissionais antes jamais imaginadas. O trabalho trata de uma temática em evidência, visto que, atualmente, o foco das pesquisas está concentrado no usuário da informação, nas necessidades informacionais e no uso real que ele faz da informação. É importante a preocupação com o armazenamento, a recuperação e a disseminação, mas para que elas aconteçam e causem um efeito eficaz é necessário, anteriormente, conhecer quem vai receber essa informação, quais suas características e suas expectativas (MORAES, 1994).

O comportamento informacional passou a ser uma temática de interesse pessoal desde a época da graduação, inclusive tornando-se objeto de estudo do trabalho de conclusão de curso. No entanto, é importante ressaltar que essa pesquisa começou a ser idealizada a partir do Grupo de Estudos em Sociologia e Informação (GEPSI), sob a responsabilidade do Professor Edvaldo Carvalho Alves, do qual faço parte e que, inclusive, está realizando, atualmente, uma Pesquisa de Iniciação Científica (PIBIC) sobre “As necessidades, buscas e uso de informação dos docentes da UFPB”.

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barreiras sejam minimizadas e o uso efetivo da informação potencialize as ações no sentido de que a produção acadêmica cresça no aspecto qualitativo.

Nesse contexto, o objetivo geral é analisar as necessidades informacionais dos docentes dos PPGCIS da Região Nordeste nas práticas docentes de ensino e pesquisa. Sendo assim, os objetivos específicos são: a) descrever o perfil dos docentes dos PPGCIS da Região Nordeste; b) detectar as fontes e os canais de informação utilizados na prática docente; c) compreender o processo da busca e uso de informação dos docentes; d) identificar as barreiras informacionais no processo de busca e uso da informação.

Portanto, o trabalho é composto de seis (6) capítulos, sendo o primeiro capítulo a Introdução. Apresenta a contextualização do tema, explicitando a problemática que instigou a pesquisa, bem como a justificativa para a realização da mesma, a partir dos motivos pessoais, bem como a contribuição científica para área e os objetivos pretendidos com a pesquisa. O segundo capítulo apresenta os meios para atingir os objetivos. Nesse capítulo, encontram-se informações quanto ao tipo da pesquisa; a descrição do campo empírico e da população-alvo; a exposição e justificativa do instrumento de coleta de dados; os procedimentos seguidos para a coleta dos dados; e, por fim, como foi realizada a análise dos dados.

O terceiro e o quarto capítulo apresentam a fundamentação teórica da pesquisa, a saber: usuários e os estudos de usuários, iniciando a discussão sobre informação e as considerações acerca da sua importância, quem é o usuário da informação, necessidade informacional, busca e uso da informação, bem como as abordagens que permeiam esses estudos, passando pela abordagem tradicional, alternativa e interacionista.

O quarto capítulo trata sobre a Pós-graduação em Ciência da Informação no Brasil, destacando os programas da Região Nordeste que participam da pesquisa e a prática docente como uma ação de informação constante.

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2 PERCURSO METODOLÓGICO

A escolha da metodologia para a realização desta pesquisa partiu da vontade de ampliar o entendimento sobre as reais necessidades informacionais e de apreender a busca e o uso efetivo da informação por parte dos docentes que formam o quadro dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Região Nordeste. Minayo (1996, p.22) entende por metodologia “o caminho e o instrumento próprios de abordagem da realidade”. Nesse sentido, a partir da ótica da Ciência da Informação com foco nos Estudos de usuários foi utilizada a abordagem teórico-metodológica Sense Making para direcionar o olhar no intuito de compreender melhor o objeto de estudo em questão. No capítulo sobre os Estudos de usuários e suas abordagens a Abordagem Sense Making será explicada com mais detalhes. De acordo com Deslandes (2003, p.43) “A metodologia não só contempla a fase exploratória de campo [...] como a definição de instrumentos e procedimentos para a análise dos dados”. Nesse sentido, segue abaixo os caminhos que foram escolhidos para viabilizar a realização dessa pesquisa.

2.1 TIPO DA PESQUISA E NATUREZA DA ABORDAGEM

De acordo com Marconi e Lakatos (2011, p.1) “A pesquisa é um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”. Acredita-se que a pesquisa científica é de suma importância para o desenvolvimento do país como um todo, capaz de direcionar os mais diferentes setores da sociedade no entendimento de situações que constituem a realidade e necessitam de explicações. Nesse sentido, Marconi e Lakatos (2011, p.2) dizem que “A pesquisa sempre parte de um tipo de problema, de uma interrogação. Dessa maneira, ela vai responder às necessidades de conhecimento de certo problema ou fenômeno”.

A pesquisa se configura do tipo descritiva. Na visão de Richardson (2009, p.71):

Os estudos de natureza descritiva propõem-se investigar “o que é”, ou seja, a

descobrir as características de um fenômeno como tal. Nesse sentido, são considerados como objeto de estudo uma situação específica, um grupo ou um indivíduo. O estudo descritivo pode abordar aspectos de uma sociedade como, por exemplo, [...]; levantamento da opinião e atitudes da população acerca de determinada situação; caracterização do funcionamento de organizações; identificação do comportamento de grupos minoritários.

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questão. Marconi e Lakatos (2011, p. 6) citam vários autores para conceituar a pesquisa descritiva, sendo o primeiro deles Best (1972) que diz que a pesquisa descritiva “Delineia o que é”, Hymann (1967) afirma que a descritiva é “Simples descrição de um fenômeno” e por fim, Selltiz et al (1965) que conceitua os estudos descritivos da seguinte forma “Descrevem um fenômeno ou situação, mediante um estudo realizado em determinado espaço-tempo”. Diante das considerações acerca da pesquisa descritiva acredita-se ter classificado de forma coerente o estudo. Embora, seja relevante salientar que a pesquisa também possui um viés bibliográfico por ter como base materiais já publicados, como livros, artigos de periódicos e páginas de web sites, assim, como qualquer trabalho científico que tem início com uma pesquisa bibliográfica para que o pesquisador possa saber o que já foi e o que está sendo estudado sobre o tema de seu interesse para ser utilizado como embasamento teórico da pesquisa. Como diz Marconi e Lakatos (2011, p.57):

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, etc [...]. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...].

O material consultado sobre Estudos de usuários e Pós-Graduação em CI constituiu a base para a construção do referencial teórico que conduziu a reflexão dos dados coletados para o pleno desenvolvimento da pesquisa.

Entre os vários tipos e possibilidades de pesquisa científica, o presente estudo se insere em uma abordagem mista (quanti-qualitativa). Diante dessa escolha, Michel (2005, p.33) descreve a pesquisa quantitativa como “aquela que usa a quantificação tanto nas modalidades de coleta de informação, quanto no tratamento destas, através de técnicas estatísticas”.

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Ainda sobre a pesquisa qualitativa, Minayo (1996, p. 28) diz que “Certamente, qualquer pesquisa social que pretenda um aprofundamento maior da realidade não pode ficar restrita ao referencial apenas quantitativo”. Diante do exposto, Minayo e Sanchez (1993) afirmam que o entrelaçamento entre as abordagens quantitativas e qualitativas não devem ser consideradas antagônicas, mas sim, linguagens complementares, embora de natureza diferente.

2.2 CAMPO DA PESQUISA

De acordo com Marconi e Lakatos (2011, p. 15) “Delimitar a pesquisa é estabelecer limites para a investigação”. Portanto, delimitou-se o campo empírico da pesquisa os Programas de Pós-graduação em Ciência da Informação da Região Nordeste. Fazendo parte, atualmente, as Universidades Federais da Paraíba, Pernambuco e Bahia.

Os sujeitos da pesquisa são os docentes que atuam nos referidos Programas de Pós-graduação. No momento da realização da pesquisa 47 docentes foram convidados a participar, no entanto apenas 22 responderam ao questionário.

2.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

Os dados da pesquisa foram coletados por meio de questionários enviados por e-mail, juntamente com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B) através dos recursos do Google Docs que é um pacote de aplicativos do Google. Funciona totalmente on-line diretamente no browser. Os aplicativos são compatíveis com o OpenOffice.org/BrOffice.org, KOffice e Microsoft Office, e atualmente compõe-se de um processador de texto, um editor de apresentações, um editor de planilhas e um editor de formulários. Foi utilizado o formulário para elaboração do questionário, bem como posterior envio e recebimento dos dados da pesquisa. Vale salientar que, antes do envio do questionário, foi encaminhada aos Programas uma carta de anuência pedindo autorização para a pesquisa (APÊNDICE C, D e E). Após a qualificação o projeto foi submetido ao Comitê de Ética e obteve aprovação para a pesquisa (ANEXO A).

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Universidade Federal da Paraíba para que eventuais adequações fossem realizadas em prol da obtenção de perguntas bem formuladas, como também garantir a validade do instrumento escolhido. Nesse sentido, optou-se por um questionário (APÊNDICE A) contendo 25 questões para levantar informações com relação ao perfil dos docentes, necessidades, buscas e usos da informação, assim, como também as barreiras que eles encontram na busca de informação. De acordo com as considerações de Marconi e Lakatos (2011, p. 86) o questionário é:

um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisado devolve-o do mesmo modo.

O questionário é misto, elaborado com questões fechadas e abertas, e está estruturado de maneira que na primeira parte seja possível conhecer o perfil do docente (idade, sexo, nível de escolaridade e etc.) e na segunda parte conhecer as suas necessidades informacionais com perguntas diretas à temática pesquisada. Na elaboração das perguntas, uma das preocupações foi manter a coerência com os objetivos específicos para que através deles o objetivo geral pudesse ser contemplado de maneira satisfatória. Ainda sobre o questionário, Richardson (2009, p.189) diz que:

Existem diversos instrumentos de coleta de dados que podem ser utilizados para obter informações acerca de grupos sociais. O mais comum entre esses instrumentos talvez seja o questionário. Geralmente, os questionários cumprem pelo menos duas funções: descrever as características e medir determinadas variáveis de um grupo social.

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2.4 MÉTODO DE ANÁLISE DOS DADOS

Nesta etapa da pesquisa, a análise dos dados, lançou-se mão de inferências percentuais e cálculos de ordem básica para agrupar os dados referentes às perguntas fechadas, e a partir daí representá-los por meio de gráficos ou tabelas. Por outro lado, as perguntas abertas foram analisadas sob a ótica da análise de conteúdo, com ênfase na técnica de categorização de Bardin (2010) que auxiliou no agrupamento das questões em categorias. A análise de conteúdo é:

usada desde os primórdios do século XX, para determinar a ênfase relativa ou a frequência de vários fenômenos da comunicação. Ela busca uma situação já definida a priori, utiliza um texto para demonstrar esta existência do embasamento teórico da situação analisada. Na coleta de dados, a sua fase inicial é quantitativa, com ênfase na tabulação das frequências dos termos contidos no texto. Em seguida, ela torna-se menos rígida, sendo possível a interpretação qualitativa dos dados. Essa técnica é apropriada para medir a legibilidade de um texto ou comunicação e, analisar questões relacionadas com as atitudes, interesses e valores culturais de um grupo. (BAPTISTA; CUNHA, 2007, p.181)

e

a análise de conteúdo aparece como um conjunto de técnicas de análise das comunicações que utiliza procedimentos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. A intenção dela é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou, eventualmente, de recepção), inferência esta que recorre a indicadores (quantitativos ou não). (BARDIN, 2010, p.40)

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considerada como um corolário da atividade intelectual dos homens. Vejamos, diz ele, quantas questões se colocam no momento em que estamos tentando classificar, objetivar e organizar um discurso”. Considera-se que essa é uma etapa complexa por evocar naturalmente os conhecimentos de mundo do pesquisador, embora impossível, seja necessário tentar manter a neutralidade e concentrar esforços na atividade intelectual que o momento demanda. De acordo com Bardin (2010, p. 145):

A categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos. As categorias são rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos (unidades de registro, no caso da análise de conteúdo) sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão das características comuns destes elementos. O critério de categorização pode ser semântico (categorias temáticas: por exemplo, todos os temas que significam ansiedade ficam agrupados na categoria <<ansiedade>>, enquanto que os que significam a descontração ficam agrupados sob o título conceptual << descontração>>), sintático (os verbos, os adjetivos), léxico (classificação das palavras segundo o seu sentido, com emparelhamento dos sinônimos e dos sentidos próximos) e expressivo (por exemplo, categorias que classificam as diversas perturbações da linguagem).

A ideia da categorização é condensar os dados brutos obtidos através das perguntas que forem respondidas em informação simples, compacta. Por isso, a importância do pesquisador possuir uma boa capacidade de categorizar além de outras características que são recomendadas, como, por exemplo, o gosto pelo trabalho intelectual, a curiosidade e a disciplina. Para finalizar as considerações acerca da técnica de categorização, destaque para a fala de Gomes (2003, p.70) no artigo sobre “a análise de dados em pesquisa qualitativa” do livro organizado por Minayo quando diz que:

A palavra categoria, em geral, se refere a um conceito que abrange elementos ou aspectos com características comuns ou que se relacionam entre si. Essa palavra está ligada à ideia de classe ou série. As categorias são empregadas para se estabelecer classificações. Nesse sentido, trabalhar com elas significa agrupar elementos, ideias ou expressões em torno de um conceito capaz de abranger tudo isso. Esse tipo de procedimento, de um modo geral, pode ser utilizado em qualquer tipo de análise em pesquisa qualitativa.

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3 USUÁRIOS E OS ESTUDOS DE USUÁRIOS

Os estudos de usuários compõem a base do referencial teórico da pesquisa, portanto, a partir de agora alguns conceitos importantes para a temática serão levantados aqui, como, por exemplo, o que é informação, quem é o usuário da informação, o que é a necessidade informacional, a busca e o uso da informação, bem como as abordagens utilizadas nesses estudos.

3.1 INFORMAÇÃO: CONSIDERAÇÕES ACERCA DA SUA IMPORTÂNCIA

O termo „informação‟ compartilha de inúmeros conceitos nas mais diversas áreas do conhecimento, no entanto alguns conceitos dão o aporte teórico para a pesquisa. Sendo assim, Zeman (1970, p.162) afirma que “a informação não existe fora do tempo, fora do processo: ela aumenta, diminui, transporta-se e conserva-se no tempo”, para tanto a partir dessa afirmação apreende-se que a informação é um evento dinâmico que envolve três pontos importantes, sendo eles, o tempo, o movimento e o espaço em que se encontra essa informação. Nesse sentido, a busca por informação não é característica apenas das sociedades modernas, de uma forma diferente da atual e não menos importante, desde os primórdios da sociedade o homem procura por informação. É comum que o indivíduo queira se manter informado sobre os mais variados assuntos. E mais natural ainda é que ele procure essa informação para resolver uma situação ou problema que permeie as atividades do seu cotidiano. Essa informação que falta para que o indivíduo resolva uma situação do seu dia a dia poderá ser encontrada em diversas fontes de informação, inclusive, numa notícia de jornal impresso, rádio, televisão, revistas, livros, internet e etc., inúmeras são as fontes de informação que possibilitam o acesso à informação e o fator determinante na escolha é exatamente o que o usuário precisa em termos de informação. Nesse contexto, Le Coadic (1996, p.5) considera que:

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a par dos últimos temas e resultados das pesquisas (fatos, teorias, hipóteses, etc.), de acompanhar a vanguarda do conhecimento científico, o objetivo da informação permanece sendo a apreensão de sentidos ou seres em sua significação, ou seja, continua sendo o conhecimento; e o meio é a transmissão do suporte, da estrutura.

O insumo informação é na contemporaneidade um sinônimo de desenvolvimento humano, intelectual e social tornando-se ferramenta indispensável no processo de evolução da sociedade, mas para que essa informação possa ser efetivada como ferramenta do desenvolvimento é necessário que ela preencha as lacunas de conhecimento existentes na mente do usuário da informação no momento em que ele identifica o hiato. Nesse sentido, Araújo (2009, p.202) avalia que as contribuições da teoria matemática da informação, teoria sistêmica, teoria crítica da informação, as teorias da representação e classificação, e os estudos de usuários entendem a informação:

[...] não mais como coisa, mas como processo – algo construído, essencialmente histórico e cultural, que só pode ser apreendido na perspectiva dos sujeitos que a produzem, a disseminam e a utilizam. A informação deixa de ser apreendida como objeto físico, com a mesma natureza de uma cadeira, uma pedra, um elemento químico, e passa a ser entendida como um fenômeno humano (portanto, cultural e histórico) tal como o poder, ideologia, a felicidade, entre outros.

Na visão de Pacheco (1995, p.20):

A informação hoje em dia é um produto descartável que exige reposição imediata, sendo sua principal característica então a velocidade com que é gerada, consumida e descartada. Essa informação desenfreada faz com que as pessoas tenham cada vez menos tempo e possibilidade de pensar sobre, julgar e interpretar a informação que recebeu.

Considerando que a informação é um elemento em constante ascensão neste século, verifica-se que ela aparece como condição determinante para o desenvolvimento social, econômico e cultural da sociedade. Nessa perspectiva, Vieira (2007, p.177) declara que:

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mecanismo facilitador da coleta, produção, processamento, transmissão e armazenamento – o que acarreta avassaladoras mudanças no mundo.

Diante desta perspectiva, ela torna-se indispensável ao indivíduo no desempenho de atividades do cotidiano, configurando-se assim uma supervalorização da informação na atual sociedade da informação cada vez mais em evidência. Segundo Freire (2006, p.10):

É inegável que o fenômeno da informação foi se tornando mais presente em nossas vidas, sua área de ação e atuação foi crescendo cada vez mais, até sua identificação com a sociedade contemporânea qualificada como sociedade da informação. Nesse contexto, a característica marcante da atual sociedade não seria apenas a apropriação da informação e do conhecimento pela sociedade, mas a transformação de ambos em forças produtivas.

O desenvolvimento tecnológico, em especial, com o crescente uso do computador, suas funcionalidades e sua capacidade enorme de armazenamento e disseminação de informações colocou a informação no centro das atividades humanas. O entendimento do conceito de informação como produtor de conhecimento desempenha papel de relevância na sociedade contemporânea, a enorme utilização dos computadores interligados à internet depois da última guerra mundial e a emergência da CI são fatos que evidenciam esse conceito. Através do computador é possível converter informações em formato digital e transmiti-las entre a rede mundial de computadores em um tempo antes jamais imaginado, permitindo a troca de informações e total interatividade entre os interessados sem considerar o impedimento de barreiras geográficas.

Todo esse avanço tecnológico caracteriza a sociedade atual como sociedade da informação, ou como muitos preferem dizer sociedade do conhecimento. (CAPURRO; HJORLAND, 2007). Visto que inúmeras são as mudanças de comportamento ocorridas nas sociedades do mundo inteiro nos últimos anos em decorrência do desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação.

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dominante e determinante impetrado pela informação nas relações sociais. De uma maneira ligeiramente rápida passou-se a viver nessa nova era, em um tempo onde a informação flui numa velocidade e em quantidade há poucos anos inimagináveis, assumindo valores sociais e econômicos fundamentais (TAKAHASHI, 2000). Ter acesso à informação em tempo real a partir de um computador pessoal ligado à rede mundial de computadores, à internet, hoje, faz toda a diferença para milhares de pessoas no mundo inteiro. Indiscutivelmente, as alterações no modo de produção das informações e na sua disseminação trouxeram inúmeros benefícios, mas por outro lado também trazem problemas ligados ao excesso de informações pertinentes ou não, em decorrência da possibilidade de armazenamento de dados a máquina tem vantagens sobre o papel nesse aspecto.

Nos tempos atuais, em decorrência da produção e disseminação exacerbada de conteúdo informacional, é necessário concentrar esforços para apreender as necessidades de informação dos indivíduos que buscam por ela, porque cada vez mais o desejo de estar atualizado para o mercado de trabalho, atualmente bastante competitivo, e até mesmo, pelo simples fato de ter vontade de descobrir algo novo que possa acrescentar valor às suas vidas é motivo suficiente para que seja necessário conhecer quem é o usuário da informação e o quê de fato ele precisa em termos de informação.

Barreto (1994, p.1) sintetiza que “a importância que a informação assumiu na atualidade pós-industrial recoloca para o pensamento questões sobre a sua natureza, seu conceito e os benefícios que pode trazer ao indivíduo [...]”. A partir do momento que a informação assume tal importância carrega com ela a necessidade da elucidação de questões em benefício da sociedade. Traz em seu bojo conceitos que proporcionam um melhor entendimento do campo científico no qual está sendo relacionada.

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A CI é a disciplina que investiga as propriedades e o comportamento da informação. As forças que governam seu fluxo, e os meios de processá-las para otimizar sua acessibilidade e uso. A CI está ligada ao corpo de conhecimentos relativos à origem, coleta, organização, estocagem, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e uso da informação [...].

Diante desta afirmação é importante ressaltar um conceito sobre informação que suscite novos conhecimentos, sobretudo, para aqueles que fazem uso dela, ressaltando que apesar da diversidade de conceitos sobre a informação, é necessário encontrar um que faça parte do nosso campo de domínio, desta forma, a informação “é uma atribuição de sentido, que é vivenciada por um sujeito cognitivo-social, podendo acontecer ou não transformações decorrentes dessa informação e assim gerar novos conhecimentos” (ARAÚJO, E., 2001). Nesse sentido, para que seja possível contribuir com o desenvolvimento intelectual e social dos indivíduos é importante conhecer as necessidades de informação deles e apreender o uso que eles fazem da informação para que dessa forma seja possível atender a demanda informacional. Os estudos de usuários aparecem como uma ferramenta que visa conhecer o usuário, suas necessidades e o uso da informação. Essa necessidade de informação varia de acordo com a ocupação do indivíduo, sua posição social, nível cultural e etc. Nesse contexto, é relevante dizer que a necessidade informacional varia de acordo com o motivo pelo qual a informação será utilizada.

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A Ciência da Informação serve como base para o estudo das necessidades e uso de informação do corpo docente dos Programas de Pós-graduação em Ciência da Informação do Nordeste brasileiro. De acordo com as considerações de Baptista e Cunha (2007) a temática de estudo de usuário vem sendo pesquisada há mais de 40 anos, diversas contribuições teóricas e práticas já foram realizadas para a Ciência da Informação a partir dos estudos nesse campo. Segundo Saracevic (1996, p.47):

A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO é um campo dedicado às questões científicas e à prática profissional voltada para os problemas da efetiva comunicação do conhecimento e de seus registros entre os seres humanos, no contexto social, institucional ou individual do uso e das necessidades de informação.

A Ciência da Informação é o aporte para dirimir os mais diferentes problemas em relação à informação. De acordo com Pinheiro (2005, p.18):

A CI cobre o fluxo de informação ou transferência da informação e abarca desde a sua origem, isto é, a geração, num processo que a aproxima do conhecimento, ou como os cientistas produzem informação, o que inclui o ciclo da pesquisa e criação. E mais, quais as consequências nos indivíduos e comunidades que a utilizam, no processo cognitivo de aquisição e transmissão de informação [...].

A autora aponta para a relação da Ciência da Informação com a resolução de problemas no que diz respeito às consequências que a informação pode causar no indivíduo, por esse motivo faz-se necessário entender o uso dela. Segundo Borko (1968) “a ciência da informação como disciplina tem como objetivo fornecer um conjunto de informações que vai emprestar melhorias nas várias instituições e procedimentos dedicados à acumulação e transmissão do conhecimento”.

Mas, antes mesmo do uso efetivo dessa informação, é preciso desvendar algumas questões, como, por exemplo, o que leva o indivíduo a buscar informação? Seria pelo fato de ter um problema a resolver, algum objetivo a ser alcançado ou a simples consciência de um estado insuficiente de conhecimento, nesse sentido, é necessário identificar e compreender melhor as necessidades informacionais. De acordo com Miranda (2006, p.102) quando cita Le Coadic (1998):

As NIs1 traduzem um estado de conhecimento no qual alguém se encontra

quando se confronta com a exigência de uma informação que lhe falta e lhe é

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necessária para prosseguir um trabalho. Ela nasce de um impulso de ordem cognitiva, conduzido pela existência de um dado contexto (um problema a resolver, um objetivo a atingir) e pela constatação de um estado de conhecimento insuficiente e inadequado. [...]. Ela é também evolutiva e extensiva, porque muda com o tempo sob o efeito de exposição às diferentes informações iniciais e é produzida dinamicamente gerando novas necessidades. A NI não pode estar separada do contexto, da situação, do ambiente, que são essenciais para estabelecer o seu diagnóstico.

Nesse contexto, a informação sempre teve sua relevância e, torna-se cada vez mais uma ferramenta primordial na sociedade contemporânea, verifica-se que um indivíduo sem informação pode ser considerado na atualidade um indivíduo excluído socialmente. Partindo do princípio que é através da informação que se encontra condições para um aprendizado contínuo, passando assim a ser considerada uma necessidade, e para que essa necessidade seja suprida é importante que exista a motivação pela busca e a facilitação para o acesso. Nesse sentido, é importante que haja a prática de estudos para conhecer essas necessidades, que se tornam cada vez maiores na sociedade, no intuito principal de tentar atendê-las com eficiência. Acredita-se que conhecer e tentar atender com eficiência as necessidades informacionais deve ser uma preocupação constante para os profissionais da informação. Portanto, a análise das necessidades informacionais dos docentes nos permitirá conhecer a demanda informacional, a deficiência no acesso e facilitação das fontes de informação, bem como proporcionar para aqueles que tenham interesse o direcionamento dos recursos disponíveis no atendimento dessas necessidades.

Segundo Barreto (1994, p.2) “a informação, quando adequadamente assimilada, produz conhecimento, modifica o estoque mental de informações do indivíduo e traz benefícios ao seu desenvolvimento e ao desenvolvimento da sociedade em que ele vive”. A democratização da informação em si não preenche as lacunas em aberto, é necessário que o indivíduo saiba transformar essa informação em conhecimento para utilizar em benefício próprio, sendo capaz de tornar-se cada vez mais participativo em meio à sociedade. Sendo assim, Barreto (1994, p.5) afirma que:

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A partir dessas considerações iniciais faz-se necessário detalhar de maneira mais minuciosa quem é o usuário da informação, como se desenvolveram os Estudos de usuários ao longo dos anos, suas abordagens, e em especial, a Abordagem Sense Making que fundamenta a pesquisa.

3.2 USUÁRIO DA INFORMAÇÃO

Choo (2003, p.83) diz que “usuário da informação é uma pessoa cognitiva e perceptiva; de que a busca e o uso da informação constituem um processo dinâmico que se estende no tempo e no espaço; e de que o contexto em que a informação é usada determina de que maneiras e em que medida ela é útil”. Tendo em vista as necessidades informacionais destes usuários, eles são considerados por Sanz Casado (1994) como “aquele indivíduo que necessita de informação para o desenvolvimento de suas atividades”, ou seja, necessidade de informação de acordo com a atividade desenvolvida no dia a dia, podendo ser essa atividade de cunho profissional ou não.

Usuário da informação é um termo bem específico e explícito, cuja definição aponta para aquele que usa um ou mais serviços de informação, em uma biblioteca, arquivos ou centros de documentação, independente do suporte que ela esteja, seja impressa ou disponível em meio eletrônico, ou seja, de uma forma clara é possível chegar a uma definição simples de que o usuário da informação é aquele que busca satisfazer suas necessidades informacionais em unidades de informação ou não.

Moraes (1994, p.219) afirma que usuário da informação é o “indivíduo, grupo ou comunidade favorecido com os serviços da biblioteca, sistemas ou centros de informação e documentação”. Neste sentido, os usuários da informação desta pesquisa serão os docentes que ministram aulas na Pós-graduação em Ciência da Informação do Nordeste brasileiro.

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Um jornalista científico, por exemplo, pode ser ao mesmo tempo, um produtor de informação pelos artigos que escreve que serão tratados pelas unidades de informação; um usuário dos serviços de orientação e de pesquisa bibliográfica, quando busca informação para preparar seus artigos; um colaborador da unidade de informação, quando sintetiza e reformula informações; e um agente de difusão, por sua arte em passar uma mensagem para seu público. Além disso, este jornalista pode ser ainda responsável pelos meios, pela orientação e pelo programa da unidade de informação do jornal onde trabalha. (GUINCHAT; MENOU, 1992, p.481)

Fica claro nesse exemplo a multiplicidade de papéis que o usuário assume, embora a definição para o termo direcione o pensamento para alguém que apenas usa ou desfruta de algo ou de alguma coisa. Diante do contexto, os docentes da Pós-graduação também se encaixam perfeitamente no exemplo citado acima, pois eles têm a possibilidade de exercer o papel de produtores quando escrevem seus artigos científicos no intuito de divulgar as pesquisas que foram realizadas, assim como são usuários dos serviços de informação para atuar na produção de seus artigos e atividades acadêmicas de maneira geral, ao mesmo passo que também disseminam essas informações quando submetem seus artigos a revistas científicas. Nesse sentido, de acordo com Guinchat e Menou (1992, p. 481) “o usuário é um agente essencial na concepção, avaliação, enriquecimento, adaptação, estímulo e funcionamento de qualquer sistema de informação”. Por esse motivo é muito importante que as unidades de informação preocupem-se em gerar nos seus usuários a competência informacional necessária para que eles também conheçam os serviços oferecidos pela biblioteca, centro de informação, arquivo e etc no intuito de satisfazer as necessidades reais. Nesse sentido, Guinchat e Menou (1992, p482) dizem que:

Os especialistas de informação devem tomar consciência do fato que a finalidade de sua profissão é o serviço aos usuários; devem ter a capacidade de desvendar suas necessidades e de traduzi-las em demandas; devem adaptar seus serviços em função da evolução da demanda e das técnicas; e aceitem colaborar com os usuários.

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Os usuários devem tomar consciência das exigências dos mecanismos modernos de transferência do conhecimento; devem aceitar a disciplina resultante destes mecanismos; e delegar algumas tarefas aos especialistas de informação; ter confiança nestes especialistas e seguir uma formação adaptada às técnicas de informação.

O usuário como já foi colocado anteriormente aqui no texto, deve estar sempre no centro da unidade de informação sejam elas físicas ou virtuais, e todos os esforços devem ser voltados no atendimento das NI‟s, bem como é necessário que ele confie no profissional da informação o atendimento das suas necessidades informacionais. Segundo Le Coadic (1996, p.106) os profissionais da informação são “as pessoas, homens [...] e mulheres, que adquirem informação registrada em diferentes suportes, organizam, descrevem, indexam, armazenam, recuperam e distribuem essa informação em sua forma original ou como produtos elaborados a partir dela”. Portanto são aquelas pessoas que lidam com o tratamento da informação no dia a dia, e tornam-se pessoas capacitadas a selecionar a informação pertinente para resolver as questões dos usuários e inclusive aquelas questões que nem mesmo o usuário sabe que precisa resolver. Guinchat e Menou (1992, p. 486) consideram que “a unidade de informação deve fazer todo o possível para conhecer bem as necessidades reais dos seus usuários e sua evolução, determinar o seu grau de satisfação e adaptar-se de acordo com isso”. Portanto, pode-se considerar que as unidades de informação devem direcionar todas as atenções em proveito de desvendar o que o usuário busca em termos de informação, e nesse sentido, satisfazê-lo.

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tempo as categorias de usuários tentavam responder para quem era a informação? Na verdade, o que deve ser levado em consideração é: para quê o usuário precisa de informação? Porque o mesmo indivíduo pode precisar de informação para resolver questões referentes a inúmeras situações devido a várias ocupações que ele pode vir a ocupar. Então, a pergunta mais cabível seria: informação para fazer o quê? Portanto, considera-se que é importante conhecer para quê a informação se destina e não para quem. Guinchat e Menou apresentam um quadro sobre a classificação dos usuários da informação representando alguns grupos principais mostrando a atitude em relação à informação e o tipo de necessidade que eles sentem.

QUADRO 1 - Classificação dos usuários da informação GRUPOS PRINCIPAIS ATITUDE COM RELAÇÃO

À INFORMAÇÃO

TIPO DE NECESSIDADE DE INFORMAÇÃO

Estudantes Aprendizado Vulgarizada

Pesquisadores Criação Exaustiva

Pessoal de produção Interpretação Pertinente

Planejadores,

Administradores, Políticos

Decisão Precisa-atual

Professores Vulgarização Sintetizada

Cidadãos Excesso/falta de informação Múltipla

Fonte: Guinchat; Menou (1992, p. 484)

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atividades do cotidiano. De acordo com Sanz Casado (1994) existem os usuários potenciais que apesar de precisarem de informação não têm essa conscientização e não procuram por ela; e existem os usuários reais que são aqueles que têm consciência do que necessitam e procuram utilizar com frequência.

Nesse contexto, os Estudos de usuários aparecem como uma ferramenta que visa conhecer o usuário, suas necessidades e o uso que eles fazem da informação que têm acesso.

3.3 NECESSIDADE INFORMACIONAL, BUSCA E USO DA INFORMAÇÃO

Até aqui a fundamentação teórica apresentou alguns conceitos sobre informação, delineou quem é o usuário da informação. É chegado o momento de definir alguns termos de suma importância para a pesquisa. Portanto, falar-se-á com mais profundidade sobre as necessidades informacionais, busca e uso da informação. Nesse sentido, inicia-se com uma citação que define o que são esses estudos:

De um modo geral, os estudos sobre necessidades, demandas e uso de informação procuram investigar como indivíduos obtêm, processam e usam informação, como buscam informação sobre algo, que tipos de fontes lhes são importantes e como as utilizam, e para que usam determinada informação. Esses aspectos levantados têm como objetivo saber que tipo de problemas os usuários procuram solucionar através do uso de determinada informação. (BORGES, 2005, p.78)

É importante reconhecer quais são as necessidades informacionais para só então traçar o plano para satisfazê-las. Apoiados nas palavras de Borges pretende-se entender quais são as necessidades informacionais dos docentes da Pós-graduação em CI quando precisam solucionar algum problema, e a partir daí buscam por determinada informação. De acordo com Le Coadic (1996, p.39) “o conhecimento da necessidade de informação permite compreender por que as pessoas se envolvem num processo de busca de informação”. A compreensão desse processo é essencial para que a demanda informacional seja atendida. Vale ressaltar que as necessidades informacionais se modificam no tempo e variam de acordo com o usuário. Nesse contexto, Figueiredo (1999, p.19) no intuito de esclarecer melhor o tipo de conhecimento que pode vir a gerar a necessidade informacional esclarece que o indivíduo pode precisar de conhecimento em três níveis. Sendo eles:

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b) O profissional – para avançar na educação continuada;

c) O intelectual – para avançar a compreensão das artes, humanidades, ciência, para enriquecimento.

O comportamento do usuário em relação à informação depende de inúmeras questões dentre elas, segundo Guinchat e Menou (1992, p. 485):

O comportamento com relação à informação manifesta-se nas relações do usuário com as unidades de informação, com seus produtos e serviços em diversos níveis. [...]. Muitos fatores influenciam o comportamento com relação à informação, notadamente a formação básica do usuário, o treinamento que possui na utilização dos produtos e serviços das unidades de informação, a acessibilidade destas unidades, as condições de trabalho e o tempo que dispõe. Outros fatores importantes são o status hierárquico do usuário, sua posição sócio profissional, sua sociabilidade, o grau de competição dentro do seu grupo, a imagem da informação que cada um tem e as experiências anteriores.

Portanto, observa-se que vários fatores podem influenciar a necessidade informacional, seja por sentir falta de uma informação para prosseguir com uma tarefa no trabalho, seja para adquirir reconhecimento dentro de um grupo, seja para atender a demanda do seu nível cultural ou instrucional. Sobre esse aspecto, Figueiredo (1999, p.20) afirma que as necessidades informacionais dos usuários estão inseridas nas funções que eles exercem diariamente, nesse sentido exemplifica um modelo de variabilidade das necessidades de informação de acordo com a atividade que o indivíduo exerce, estando relacionado à área de agricultura:

a) Planejador (policymaker) – envolvido na alocação de recursos. Requer digestos de estatísticas da produção, consumo.

b) Administrador – responsável em converter as decisões em ações, possivelmente também responsável pela coleta de dados e preparação dos digestos de uso para o planejador: necessidades de informação explícitas e relacionadas com o dia-a-dia da administração.

c) Pesquisador – requer informação ou pesquisa realizada em outro local: noção detalhada da sua própria situação local e/ou nacional, para permitir aplicação de conhecimento. Realiza experimentos e produz relatórios de pesquisa para uso de administradores, professores e práticos.

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e) Estudante – obtém informação do seu professor e de livros-texto, usualmente recomendados pelo professor.

f) Prático (extensionista) – atua baseado no conhecimento que adquiriu como estudante e na experiência acumulada. Precisa de manuais, guias, especialmente para introduzir novos métodos.

Visto que as necessidades variam de acordo com a função que o usuário esteja ocupando em determinado momento e que fatores diversos são levados em consideração no exato momento em que ele percebe que existe um vazio cognitivo que precisa ser preenchido para seguir a diante, Miranda (2006, p.106) define “como um estado ou um processo no qual alguém percebe a insuficiência ou inadequação dos conhecimentos necessários para atingir objetivos e/ou solucionar problemas, sendo essa percepção composta de dimensões cognitivas, afetivas e situacionais”. Portanto, é importante ressaltar que determinada informação pode ser relevante para um, e pode não representar nada para outro.

Nesse sentido, Choo (2003) destaca que a análise das necessidades e do uso da informação torna-se componente indispensável de pesquisa em áreas como a psicologia cognitiva, recuperação da informação, sistemas de informação e aprendizagem organizacional. O autor enfatiza que a busca e o processamento da informação são primordiais em muitas atividades humanas. Inúmeras áreas que lidam com informação preocupam-se em conhecer o que os indivíduos estão realmente precisando em termos de informação.

De acordo com Choo (2003, p.99) “as necessidades de informação são muitas vezes entendidas como as necessidades cognitivas de uma pessoa: falhas ou deficiências de conhecimento ou compreensão que podem ser expressas em perguntas ou tópicos colocados perante um sistema ou fonte de informação”. A necessidade parte de uma ausência de conhecimento sobre determinado assunto cujo indivíduo necessita para dar prosseguimento a uma tarefa ou ação.

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As necessidades de informação não surgem plenamente formadas, mas são clarificadas e definidas durante um período de tempo. A necessidade de informação é sentida a princípio no nível visceral, como uma vaga sensação de intranquilidade e incerteza. Essa incerteza diminui à medida que, progressivamente, a necessidade de informação toma a forma de questões ou temas conscientes e, depois, formalizados. A natureza da necessidade de informação depende da percepção do vazio cognitivo no qual o indivíduo exerce sua capacidade de dar sentido à situação.

A partir do momento que a necessidade toma forma de questão o indivíduo segue em busca dela. Segundo Choo (2003, p.99) “A busca da informação é o processo humano e social por meio do qual a informação se torna útil para um indivíduo ou grupo”. E ainda, segundo o autor acima, conceitualmente, a busca de informação ocorre em três estágios: o reconhecimento das necessidades de informação, que leva à busca e depois ao uso da informação.

O conhecimento de cada um acerca das fontes de informação e as experiências vivenciadas são fatores que influenciam como cada indivíduo busca por informação. A busca tem início quando o indivíduo decide se esforçar em descobrir, procurar ou encontrar determinada informação para compreender o que ele precisa entender para dirimir algum problema ou tomar alguma decisão.

Nesse momento, fica evidente a necessidade de informação que se configura como uma inquietação no estado cognitivo do indivíduo. A partir desse momento, questões como o acesso à informação e a qualidade das fontes de informação serão determinantes para garantir a satisfação da próxima etapa, o uso da informação, porque quando a busca é satisfatória e o indivíduo consegue alterar o estado inicial de insuficiência de conhecimento para um estado de apreensão real de conhecimento.

Diz-se, então, que acontece, exatamente, o uso da informação. Alguns aspectos de ordem prática podem retardar essa etapa e devem ser levados em consideração quando o usuário busca a informação, como, por exemplo, as barreiras informacionais.

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informação em razão de não encontrar a informação, informação em processamento, coleção fraca e etc.

Quando questões dessa ordem são minimizadas ou quase inexistentes as possibilidades de uso da informação e satisfação por parte do usuário têm grandes chances de acontecer. Essa última etapa, de uso da informação, pode-se dizer que seja uma das mais complexas, depois do entendimento da ausência do conhecimento e a posterior busca de informação, é necessário que o indivíduo tenha, de fato, encontrado a informação desejada, porque a busca mal sucedida gera sentimentos desconfortáveis para o indivíduo. Nesse sentido, Choo (2003, p. 107) diz que:

O resultado do uso da informação é uma mudança no estado de conhecimento do indivíduo ou de sua capacidade de agir. Portanto, o uso da informação envolve a seleção e o processamento da informação, de modo a responder a uma pergunta, resolver um problema, tomar uma decisão, negociar uma posição ou entender uma situação.

Nesse contexto, entende-se que o uso efetivo da informação ocorre quando determinada informação tem relevância para dirimir um problema específico dentro de uma situação singular. Choo (2003) considera que o conceito do termo “uso da informação” é difícil de definir de maneira satisfatória, mas enfatiza que o uso da informação é situacional, o meio ao qual o indivíduo pertence, os problemas enfrentados pelo grupo e o modo de resolver os problemas estabelecem um contexto de uso da informação.

Choo (2003) cita as oito classes de uso da informação propostas por Taylor (1968), trata-se de uma classificação gerada pela necessidade percebida pelos usuários em determinadas situações. A informação utilizada numa classe pode atender às necessidades de outras classes, desse modo as categorias não são excludentes. Portanto, as categorias se resumem da seguinte forma:

a) Esclarecimento: a informação é utilizada para criar um contexto ou dar significado a uma situação. É usada para responder a perguntas como: “Existem situações semelhantes? Quais são elas? Qual a experiência da empresa x ao fazer o produto y? Essa experiência é relevante para nossa intenção de fabricar y?”.

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c) Instrumental: a informação é usada para que o indivíduo saiba o que e como fazer. As instruções uma forma comum de informação instrumental. Sob certas condições, o uso da informação instrumental requer a utilização de outras categorias de uso;

d) Factual: a informação é usada para determinar os fatos de um fenômeno ou acontecimento, para descrever a realidade. O uso da informação factual costuma depender da real qualidade (precisão, confiabilidade) da informação disponível; e) Confirmativa: a informação é usada para verificar outra informação. O uso da

informação confirmativa envolve a busca de uma segunda opinião, que venha ou não, confirmar a informação existente;

f) Projetiva: a informação é usada para prever o que provavelmente vai acontecer no futuro. O uso dessa informação envolve previsões, estimativas e probabilidade;

g) Motivacional: a informação é usada para iniciar ou manter o envolvimento do indivíduo, para que ele prossiga num determinado curso de ação;

h) Pessoal ou política: a informação é usada para criar relacionamentos ou promover uma melhoria de status, de reputação ou de satisfação pessoal.

De acordo com Choo os motivos para justificar a busca e uso da informação são vários, e depende muito da necessidade percebida pelo usuário. E uma mesma informação pode atender a diversos motivos.

Diante das considerações, na próxima seção, far-se-á um aprofundamento acerca das diversas abordagens que são utilizadas para a realização dos estudos de usuários com foco na Abordagem Sense Making desenvolvida pela americana Brenda Dervin. Dessa maneira, entender como esses estudos surgiram e como estão se desenvolvendo ao longo dos anos.

3.4 ABORDAGENS DOS ESTUDOS DE USUÁRIOS

3.4.1 Abordagem Tradicional

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a planejar o serviço que realizavam e também para ajudar associações profissionais a elaborar seus programas na tentativa de responder à explosão informacional de ordem científica e a lidar com as novas tecnologias. No transcorrer de alguns anos, inúmeros estudos foram sendo realizados com cientistas, engenheiros, médicos, cidadãos, executivos e usuários de unidades de informação na intenção de analisar as necessidades e uso da informação. Esses dados são de suma importância nas áreas de recuperação da informação, sistemas de informação, psicologia cognitiva.

Inicialmente os estudos realizados tinham o objetivo de traçar o perfil de um grupo de usuários. Segundo ARAÚJO (2009, p.199) “Seu objetivo era o de mapear características de determinada população para planejar as informações mais adequadas a serem oferecidas com fins de educação e socialização”. Em um segundo momento os estudos concentraram-se nos sistemas de informação, funcionavam como um termômetro para medir a utilização dos sistemas e o grau de satisfação dos usuários em relação ao uso das fontes de informação. Na verdade, funcionavam como um estudo de uso do que um estudo de usuários. É possível observar que os primeiros Estudos de usuários buscavam avaliar como satisfazer grupos de usuários e medir a utilização dos serviços oferecidos pelas bibliotecas, museus, arquivos e centros de pesquisa e documentação. Caracterizando uma perspectiva mais sistêmica, ou seja, uma análise das partes que formam o todo. De acordo com a visão de Choo (2003, p.68) “A orientação para o sistema vê a informação como uma entidade externa, objetiva, que tem uma realidade própria, baseada no conteúdo, independente dos usuários ou dos sistemas sociais. A informação existe a priori, e é tarefa do usuário localizá-la e extraí-la”, portanto pode-se considerar que na perspectiva voltada para os sistemas sociais, sejam eles, estruturas ou sistemas eletrônicos operacionais, a informação é externa ao usuário.

3.4.2 Abordagem Alternativa

Imagem

FIGURA 2- Metáfora Sense-Making
FIGURA 3-Trinômio Situação-Lacuna-Uso
FIGURA 4  –  Site do PPGCI da UFPB
FIGURA 5 - Site do PPGCI da UFPE
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Referências

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