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AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DE TRIGO COM USO DE DIFERENTES FUNGICIDAS

Marcelo da Silva Barbosa, Nelson Neto 1-8

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES NABO FORRAGEIRO (Raphanus sativus L.) E O CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS

Andrei Antônio Pires, Rafael Pivotto Bortolotto, Rodrigo Fernando dos Santos Salazar, João Fernando Zamberlan, Kelen Müller Souto 9-18

VARIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA [Glycine max (L.) Merrill.] EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO DA VAGEM NA PLANTA

Roberto Camargo Adiers Filho, Luiz Pedro Bonetti 19-26

RECEITUÁRIO AGRONÔMICO: UMA ANÁLISE DA REGIÃO DO COREDE ALTO JACUÍ NO ÂMBITO DA SUAS COMPETÊNCIAS

Vagner Pinto, José Luiz Tragnago 27-37

EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DO FUNGO Phakopsora pachyrhizi NA CULTIVAR DE SOJA ATIVA RR

Deivid Lampert Bender, Nelson Neto 38-46

SELETIVIDADE DO HERBICIDA SAFLUFENACIL AO TRIGO

Ricardo Luiz Maldaner, Theodoro Scheneider 47-54

INFLUÊNCIA DAS COLHEDORAS E USO DE CARRETO GRANELEIRO NA QUALIDADE DAS SEMENTES DE SOJA E AVALIAÇÃO DE PERDAS DURANTE A COLHEITA

Pedro Alan Kochemborger, Kurt Arns 55-61

DETERMINAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA, DO RIO JACUÍ, USADA NA IRRIGAÇÃO, NA CIDADE DE SALTO DO JACUÍ

Jean da Silva Godoy, Vanessa Schwanke Fontana Rebelato 62-72

MULTIDISCIPLINAR

A IMPORTÂNCIA DAS AULAS PRÁTICAS NO ENSINO DA BIOLOGIA

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AVALIAÇÃO DE PRODUTIVIDADE DE TRIGO COM USO DE

DIFERENTES FUNGICIDAS

Evaluation of wheat productivity with use of different fungicides

BARBOSA, Marcelo Silva1

NETO, Nelson2

1 Acadêmico do Curso de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: mcelosb@hotmail.com.

2 Prof. Adjunto II. Depto de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: nneto@unicruz.edu.br.

RESUMO

O trigo é, historicamente, uma cultura que ao longo dos séculos vem sendo atacada por inúmeras doenças que podem ocorrer desde a germinação até a maturação do grão, causando danos em suas raízes, colmo, folhas e espiguetas, contribuindo de forma significativa para a redução da qualidade do grão e do rendimento final. Considerando que a principal medida rápida de controle de doenças é a aplicação de fungicidas na parte aérea da cultura, faz-se importante testar a eficácia de fungicidas disponíveis no mercado. Com base nessas necessidades esta pesquisa testou diferentes tratamentos fungicidas visando determinar sua eficácia no controle de doenças da cultura e sua influência no rendimento de grãos. Ao final deste trabalho tivemos a constatação da eficácia do fungicidas usados pois os resultados dos testes deram muito próximos uns dos outros devido as condições climáticas, mas com um coeficiente de variação considerável ótimo mostrando que o mesmo foi muito bem conduzido a campo.

Palavras-chave: Trigo. Fungicidas.

Produtividade. Doenças.

ABSTRACT

Wheat is historically a crop that has been attacked over the centuries by numerous diseases that can occur from germination to grain maturation, causing damage to its roots, stem, leaves and spikelet, contributing significantly to the reduction the quality of the grain and the final yield. Considering that the main rapid measure of disease control is the application of fungicides in the aerial part of the crop, it is important to test the effectiveness of fungicides available in the market. Based on these needs, this research tested different fungicide treatments to determine its effectiveness in the control of crop diseases and their influence on grain yield. This work presents the results obtained in the experimental field. At the end of this work we had the confirmation of the effectiveness of the fungicides used because the results of the tests were very close to each other due to the climatic conditions, but with a considerable coefficient of variation showing that it was very well conducted in the field.

Keywords: Wheat. Fungicides. Productivity.

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1 INTRODUÇÃO

A cultura do trigo (Triticum aestivum L.) tem grande expressão por todo mundo. No Brasil a safra de 2018 teve uma estimativa de colheita de 4.871,5 mil de toneladas e os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná responderam pela maior parte da produção de trigo no país (CONAB, 2018).

A cultura é suscetível a um grande número de patógenos que podem reduzir de forma severa seu rendimento de grãos se medidas adequadas de controle não forem adotadas (REIS; CASA, 2007; SILVA; NETO, 2019). Entre as principais doenças que incidem sobre a cultura pode-se destacar a fusariose, causada pelo fungo Fusarium graminearum, forma anamórfica Gibberella zeae, doença que se manifesta durante o florescimento da cultura quando ocorrer molhamento acima de 48 horas aliado a altas temperaturas (REIS; CASA, 2007; JANTSCH; NETO, 2019). A ferrugem da folha, cujo agente etiológico é Puccinia triticina, é considerada uma das principais doenças que afetam a cultura; de ocorrência anual, esta ferrugem pode causar grandes perdas e inclusive retirar cultivares de recomendação. Outra doença que ocorre anualmente em cultivares suscetíveis é o oídio, causada pelo fungo Blumeria graminis f.sp. tritici, sendo esta a primeira doença a incidir sobre a cultura, podendo se estender até a fase de maturação, diminuindo o número de perfilhos e consequentemente a produtividade da cultura (REIS; CASA, 2007).

A grande maioria dos patógenos relacionados à cultura do trigo estão ligadas as doenças da parte aérea, os quais interferem principalmente no processo fotossintético, ocasionando sintomas como manchas, oídios e ferrugens, o uso fungicidas aplicados na parte aérea da cultura constitui-se na principal medida rápida de controle dessas doenças (FIALLOS et al., 2011).

O controle dos patógenos na cultura do trigo começa a ser definido a partir o surgimento dos primeiros sintomas, que geralmente estão relacionados com os fatores climáticos da estação ou da região onde a cultura foi semeada (JANTSCH; NETO, 2019).

De acordo com o estádio de desenvolvimento da cultura em que os patógenos atacam varia sua influência sobre o rendimento de grãos, variando de acordo com a suscetibilidade da cultivar. Genes de resistência de planta adulta podem conferir resistência parcial a plantas de trigo contra a ferrugem da folha, entretanto estes genes não protegem a planta durante todo o seu ciclo (BARCELOS, 2002). Segundo Reis e Luz (1976), Picinini e Fernandes (1988-1992) e Picinini et al., (1993) “devido ao aumento na incidência e severidade das doenças fúngicas na cultura do trigo e da ausência da resistência genética ou de outro meio de controle eficaz, os fungicidas apresentam-se como alternativas para aumentar o potencial produtivo”. De acordo com Dudienas et al., (1990) “para a produção da cultura do trigo em larga escala, e em sistema de monocultivo, uma das alternativas de controle destas doenças é a aplicação de fungicidas, que diminuem a severidade da doença e podem aumentar a sua produtividade”.

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA, Cruz Alta v. 3, n. 2, p. 1-8, 2019

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ISSN

2447-3472

Avaliação de produtividade de trigo com uso de diferentes fungicidas

O grupo químico dos triazóis apresentam substancias penetrantes e moveis na planta formando uma ação protetora, curativa e erradicante, as primeiras estrobilurinas foram isolados da madeira em decomposição em que agiam nos mecanismos de defesa do fungo, após uma melhora química ficaram mais resistentes a fotodegradação na superfície foliar de acordo com Reis e colaboradores (2016). Neste sentido, o objetivo deste estudo foi avaliar diferentes tratamentos fungicidas visando determinar sua eficácia no controle de doenças da cultura e sua influência no rendimento de grãos.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi implantado na área experimental da Universidade de Cruz Alta – Unicruz, no ano de 2018 safra 18/18, em latossolo vermelho profundo com textura argilosa, localizado nas coordenadas Latitude 28°34’37.95”S e Longitude 53°37’4.27”O.

Toda área foi dessecada com Roundup WG (GLIFOSATO) 1,5 kg/ha-1 + Select

(CLETODIM) 1l/ha-1, conforme as dosagens recomendadas por seus fabricantes. A cultivar

reagente foi a BRS Marcante, pelo fato de que a mesma apresenta uma moderada resistência a manchas foliares, ferrugem da folha (Puccinia triticina), giberela (Gibberella zeae) e moderada suscetibilidade ao oídio (Blumeria graminis) sendo essas as principais doenças que ocorrem na região.

A semeadura ocorreu na primeira quinzena do mês junho de 2018, sendo que o clima foi favorável para a semeadura em sistema de plantio direto sobre a palha, utilizando semeadora Vence Tudo Pampeana com espaçamento entre linhas de 17 centímetros e uma população de 300 mil plantas por hectare. A semente utilizada foi tratada com o produto GAUCHO (IMIDACLOPRIDO) 0,100 kg para 100 kg de semente + VITAVAX-THIRAM 200 SC (CARBOXINA + TIRAM) 2,5 ml por kg de semente, operação realizada pela empresa fornecedora da mesma.

Como adubação de base foi usado N-P-K 10-20-20 200 kg/ha na linha de plantio, e em cobertura 90kg/ha de N 45-00-00 divido em duas partes para se obter um melhor aproveitamento pela cultura, sendo que foi aplicado 45 kg de N aos 30 dias após a emergência, seguido de mais uma aplicação de 45 kg de N no início da elongação.

Com o surgimento dos primeiros sintomas das principais patógenos que atacam o trigo foram iniciadas as aplicações de fungicidas, usando-se equipamento costal de precisão,

pressurizado com CO2, com pressão constante de 3,5 atm e vazão de calda de 150 L/ha e barra

de pulverização com bicos tipo cone vazio espeçados de 50 cm, as respectivas doses com seus nomes comercias constam abaixo na Figura 1.

O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro repetições, cada unidade experimental medindo de 2m de largura por 3m de comprimento. Como área útil, para avaliação do rendimento de grãos, considerou-se 1m² de cada unidade experimental. A trilha das parcelas foi realizada com uma trilhadora estacionária.

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Figura 1 - Tratamentos de fungicidas empregados

Todos os ativos foram pré diluidos em água e agitados para que uma calda homogênea, já que o equipamento de pulverização não tinha nenhum sistema de agitação de calda. Avaliação de doenças nas parcelas usou-se tabela onde 0 não havia incidência de patógenos e 5 incidência maior conforme a Figura 2.

Figura 2 - Escala de avalição de severidade de oídio em trigo. Cruz Alta, 2018

Fonte: Adaptado de Costaimilan, L. M. et al. (2009).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como espalhante adesivo e anti deriva devido as condições da região de haver a presença intensa de ventos foi utilizado um adjuvante para todos os fungicidas a base de (Ácido

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Avaliação de produtividade de trigo com uso de diferentes fungicidas

onde foram feitos testes preliminares para verificar se haveria algum tipo de incompatibilidade de calda com os fungicidas e também com inseticidas que seria usados nos tratamentos de acordo com Reis et al. (2016).

Figura 3 - Avaliação das parcelas

A primeira doença identificada no experimento foi o oídio (Blumeria graminis f.sp. tritici), quando a cultura se encontrava no estádio de elongação, observando-se a presença de micélio branco algodonoso ocorrendo na parte superior das folhas, conforme relato de Reis, et al., 2007, iniciando-se nesse momento as aplicações de fungicidas. As demais aplicações de foram espaçadas de 15 dias a partir da primeira, monitorando-se a ocorrência de doenças semanalmente para evitar que a ocorrência de picos de incidência passassem despercebidos. Isso permitiu espaçar as aplicações conforme planejado.

Por ocasião da segunda aplicação de fungicidas foi possível observar uma incidência muito baixa de manchas foliares (Bipolaris sorokiniana) conforme as anotações de campo constantes na Figura 3, e a presença de pulgão verde dos cereais (Rhopalosiphum graminum).

Estes últimos foram controlados com 0,060 ml/ ha-1 de TIAMETOXAM +

LAMBDA-CIALOTRINA. A terceira aplicação foi realizada obedecendo o intervalo planejado e nessa oportunidade visualizou-se, em algumas parcelas, principalmente naquelas onde os tratamentos não se constituíam de misturas de princípios ativos, as primeiras pústulas de ferrugem de folha (Puccinia triticina) na folha bandeira. Nessa ocasião os grãos estavam em pleno enchimento. Todas as doenças mencionadas ocorreram em nível muito baixo, fato creditado às condições do ano favorecerem excepcionalmente o desenvolvimento da cultura, registrando-se temperaturas ao redor de 16° e ausência de chuvas, com precipitação abaixo da média normal comparando-se com anos anteriores (INMET, 2008). Isso favoreceu sobremaneira a cultura do trigo que, sabidamente prefere clima seco e frio.

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Neste experimento foram utilizadas 15 marcas comercias de fungicidas, com diferentes princípios ativos, onde há presença de misturas e também ativos isolados, que estão no mercado e são muito utilizados nas lavouras da região de Cruz Alta – RS. Após calculados todos os resultados de produtividade podemos analisar juntamente com a escala de avaliação em que a produtividade ficou muito próxima dos sintomas encontrados no experimento (Figura 4).

As parcelas em que foram utilizadas as misturas de estrobilurinas com triazol obteve-se rendimento de grãos entre 3213 kg/ha até 2809 kg/ha o que mostra que nem todas as misturas têm a mesma eficiência diante de algumas doenças. Neste caso a mistura que se sobressaiu sobre as demais foi a mistura de Azoxistrobina + Ciproconazol com sua dose de 0,300 ml/ha recomendada pelo fabricante.

Epoxiconazol, em formulação isolada, teve uma performance muito satisfatória e isso nos mostra que em períodos de clima mais seco e menos precipitação temos uma opção de usar esta ferramenta no controle de doenças do trigo, como foi o caso das parcelas onde a principal doença foi oídio (Blumeria graminis).

Figura 4 - Resultados de produtividade

Fenpropimorfe, do grupo químico morfolina, também trouxe um resultado muito bom,

com uma produtividade de 3029 kg/ha-1, sendo uma ferramenta com um custo menor para

a produção de grãos; já Mancozebe, do grupo químico dos ditiocarbamatos, traz resultados

de eficácia com produtividade de 3028 kg/ha-1, demostrando também que em anos de baixa

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Avaliação de produtividade de trigo com uso de diferentes fungicidas

Abaixo de 3000kg/ha-1 registramos duas misturas de triazol mais estrobilurinas,

Trifloxistrobina + Ciproconazol e Piraclostrobina + Metconazol e a Iprodiona grupo das dicarboximidas, em que os resultados médios mostram que este ativo já não têm uma boa eficiência sobre oídio (Blumeria graminis) como os demais ativos.

Após análise de variância realizada e o uso do teste F a 5% de probabilidade de erro, foi possível constatar que não houve diferenças estatísticas significantes entre os tratamentos, conforme especificado no Quadro 4. O coeficiente de variação (CV%) do experimento foi de 8,37%, valor considerado aceitável para este tipo de pesquisa, sendo que não houve diferenças estatísticas entre os tratamentos.

4 CONCLUSÃO

Os fatores climáticos não foram favoráveis com a pesquisa, e sim favoreceram a cultura com clima mais seco e baixo índice de chuvas, onde obtivemos resultados muitos próximos uns dos outros, mas temos um novo parâmetro para balizar as recomendações a campo em anos de clima seco. Epoxiconazol um ativo isolado que traz resultado satisfatório no controle do oídio Blumeria graminis a um custo menor por ha, garantindo controle pelo mesmo período que as demais misturas..

REFERÊNCIAS

BARCELLOS, A. L. Ferrugem da folha do trigo: resistência de planta adulta (RPA).

Embra-pa Trigo-Fôlder/Folheto/Cartilha (INFOTECA-E), 2002.

CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Analise mensal Trigo: grãos. Safra 2018/2018. Brasília: Conab, 2018.

COSTAMILAN, L. M. Metodologias para estudo de resistência genética de trigo e de

ce-vada a oídio. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. 18 p. (Documentos online, 14). Disponível

em: http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/ p_do14.htm. Acesso em: 13 mar. 2010.

DUDIENAS, C.; CASTRO, J. D.; ITO, M. F.; SOAVE, J.; MAEDA, J. A. Efeito de fungici-das na produção, sanidade e qualidade fisiológica de sementes de feijão. Fitopatologia

Brasi-leira, Brasília, v. 15, n. 1, p. 20-24, 1990.

FIALLOS, F. R. G.; BOLLER, W.; FERREIRA, M. C.; DURÃO, C. F. Eficiência de fungici-das no controle de doenças foliares na cultura do trigo, em resposta à aplicação com diferentes pontas de pulverização. Scientia Agropecuaria, v. 2, n. 4, p. 229-237, 2011.

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JANTSCH, A. J.; NETO, N. EFICÁCIA DE FUNGICIDAS NO CONTROLE DO FUNGO Phakopsora pachyrhizi NA CULTURA DA SOJA. Ciência & Tecnologia, Cruz Alta, v. 3, n. 1, p. 36-43, jul. 2019. ISSN 2447-3472. Disponível em: http://revistaeletronica.unicruz.edu. br/index.php/CIENCIAETECNOLOGIA/article/view/8430. Acesso em: 16 dez. 2019. doi:ht-tp://dx.doi.org/10.33053/cientec.v3i1.8430.

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA (INMET). Boletim Agrometeorológico

anual de 2018. 2019. Disponível em: http//www.inmet.gov.br.

REIS, E. M.; LUZ, W. C. Controle químico de doenças do trigo. Reunião Anual Conjunta de Pesquisa de Trigo 8. Ponta Grossa, PR. 1976.

REIS, E. M.; CASA, R. T. Doenças dos cereais de inverno: diagnose, epidemiologia e con-trole. 2. ed. Lages: Graphel, 2007.

REIS, E. M. Manual de fungicidas: guia para o controle químico racional de doenças da plantas. Erlei Melo Reis, Andrea Camargo Reis, Marcelo Anibal Carmona. 7. ed., rev. e ampl. Passo Fundo: Berthier, 2016.

SILVA, L. L.; NETO, N. Análise de eficiência de diferentes fungicidas no controle do fungo Phakopsora pachyrhizi na cultura da soja. Ciência & Tecnologia, Cruz Alta, v. 3, n. 1, p. 44-51, jul. 2019. ISSN 2447-3472. Disponível em: http://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index. php/CIENCIAETECNOLOGIA/article/view/8439. Acesso em: 16 dez. 2019. doi:http://dx. doi.org/10.33053/cientec.v3i1.8439.

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QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES NABO FORRAGEIRO

(Raphanus sativus L.) E O CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS

Physiological quality of seeds Turnip (Raphanus sativus L.) and seedling growth

PIRES, Andrei Antonio1

BORTOLOTTO, Rafael Pivotto2

SALAZAR, Rodrigo Fernando dos Santos3

ZAMBERLAN, João Fernando4

SOUTO, Kelen Müller5

1 Acadêmico do Curso de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: andrei.pires@hotmail.com.

2 Prof. Titular I. Prog. de Pós-Grad. Stricto Sensu: Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural (MPDR) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: rpbortolotto@unicruz.edu.br.

3 Prof. Titular I. Depto de Eng. Amb. e Sanit. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA); Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: rsalazar@unicruz.edu.br.

4 Prof. Titular I. Prog. de Pós-Grad. Stricto Sensu: Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural (MPDR) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: jfzamberlan@unicruz.edu.br.

5 Prof. Adjunta I. Depto de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: ksouto@unicruz.edu.br.

RESUMO

O nabo forrageiro é uma das principais plantas de cobertura e ou adubo verde do Brasil, assim faz-se necessários este estudo, com o objetivo de avaliar a qualidade fisiológica de sementes de nabo (Raphanus sativus L.) oriundas direto dos produtores. As sementes utilizadas para realização das análises foram oriundas de produtores da região noroeste do Rio Grande do Sul, analisando os níveis de vigor e germinação, tanto no nível de campo como de laboratório. A pesquisa experimental foi conduzida no laboratório de pesquisa em sementes e em área de campo do Laboratório In Vitro, ambos pertencente ao Polo de Inovação Tecnológica Alto Jacuí da Universidade de Cruz Alta – RS. Foram utilizados quatro lotes (tratamentos) de semente de nabo forrageiro de diferentes qualidades fisiológicas, diferenciados através de envelhecimento artificial por diferentes períodos. Foram realizadas analise no laboratório de germinação, primeira contagem, envelhecimento acelerado, teste de frio sem terra, comprimento de plântula, e também implantação a campo.

Palavras-chave: Vigor. Germinação.

Envelhecimento.

ABSTRACT

Forage turnip is one of the main cover crops and or green manure of Brazil, so this study is necessary to evaluate the physiological quality of turnip seeds (Raphanus sativus L.) from producers. The seeds used to perform the analyzes came from producers from the northwest region of Rio Grande do Sul, analyzing the vigor and germination levels, both at field and laboratory levels. The experimental research was conducted in the seed research laboratory and in the field area of the In Vitro Laboratory, both belonging to the Alto Jacuí Technological Innovation Hub of the University of Cruz Alta - RS. Four lots (treatments) of forage turnip seed of different physiological qualities, differentiated through artificial aging for different periods were used. Analyzes were performed in the germination laboratory, first counting, accelerated aging, groundless cold test, seedling length, and field implantation.

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1 INTRODUÇÃO

A região Noroeste do Rio Grande do Sul, se caracteriza pela produção de grãos englobando as culturas de soja, trigo e milho, além de possuir uma bacia leiteira a qual depende do cultivo e utilização de determinadas espécies forrageiras para alimentação animal (SILVEIRA et al., 2015).

A adubação verde é prática recomendada através da pesquisa para implementação do Sistema Plantio Direto, a utilização de espécies vegetais para cobertura e adubação do solo está em uso por agricultores há vários anos, o uso de plantas para a formação de cobertura é essencial, visto que o sucesso do sistema está baseado na permanente disponibilidade de massa vegetal sobre a superfície do solo.

As raízes contribuem para a descompactação e melhor aeração do solo, a palha protege o solo do impacto das gotas de chuva evitando a degradação de sua estrutura e a erosão, reduz a temperatura máxima e a amplitude diária da temperatura do solo, além de reduzir significativamente as perdas de água por evaporação e garantir a liberação de nutrientes, dessa forma, verifica-se a importância da proteção do solo e a busca de melhorias na qualidade dessas espécies forrageiras, a fim de obter melhores resultados no campo (BUHRING, 2019).

Mediante esta realidade, verificou-se a importância de pesquisas com foco em avaliar o potencial das plantas de cobertura / adubos verdes para intervenção positiva no campo, o nabo forrageiro (Raphanus sativus L.), pertencente à família Cruciferae, é uma planta anual, alógama, herbácea, ereta, muito ramificada e que pode atingir de 100 a 180 cm de altura (DERPSCH; CALEGARI, 1992). Caracteriza-se pelo crescimento inicial extremamente rápido, e aos 60 dias após a emergência promove a cobertura de 70% do solo (CALEGARI, 1990). Seu sistema radicular pivotante, consegue atingir mais de 2 metros de profundidade, florescendo aos 80 dias após o plantio, atingindo sua plenitude aos 120 dias, com o rápido crescimento a competição com plantas invasoras e daninhas ocorre desde o início, diminuindo os gastos com herbicidas ou capinas, o que facilita a cultura seguinte.

Como planta de cobertura de inverno, é excelente adubo verde para o solo, produz grande volume de palha para a prática do plantio direto. A planta possui ótima capacidade de reciclar nutrientes, em especial nitrogênio e fósforo, desenvolvendo-se razoavelmente bem em solos fracos com acidez elevada. Importante para a rotação de culturas além disso, possui um longo período de floração, mostrando-se muito útil à apicultura, auxiliando na produção de mel de boa qualidade. As raízes do nabo forrageiro promovem efeitos físicos importantes no solo, descompactando e permitindo um preparo biológico de qualidade, considerado um subsolador natural, suas raízes proporcionam um aumento dos macroporos do solo ajudando assim a retenção de umidade, pode ser consorciado com ervilhaca, centeio e aveia, tanto para forragem como para adubação verde, recomendado como pré-cultura para soja, milho e feijão, em sistemas de rotação de culturas, também serve como alternativa para alimentação animal,

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA, Cruz Alta v. 3, n. 2, p. 9-18, 2019

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Qualidade fisiológica de sementes nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) e o crescimento de plântulas

O potencial fisiológico da semente pode ser afetado por diferentes motivos, sendo que os mais relevantes são o genótipo, as condições climáticas durante o desenvolvimento das sementes, a incidência de pragas, a disponibilidade de nutrientes para desenvolvimento da planta, época e manejo adotado desde a semeadura até a armazenagem (MARCOS-FILHO, 2013).

O processo de germinação depende de fatores externos como disponibilidade de água, temperatura e oxigênio. Essa etapa carrega consigo a função de propagar a espécie, e pode ser definida como o processo pelo qual o eixo embrionário volta a crescer. Tem início na embebição da semente, seguido do desenvolvimento do embrião e do surgimento de uma nova plântula (PORTAL UFSM SEMENTES, 2018). De acordo com Louredo (2018), tal processo consiste, basicamente, no surgimento de uma nova plântula através da semente, a qual carrega a carga genética de uma determinada cultivar, e que germina após encontrar condições ambientais adequadas para o processo de germinação.

Segundo a Embrapa (2010), o desempenho da semente durante o processo de germinação e emergência deve ser um dos primeiros aspectos a se analisar. Isso porque as sementes, quando de alta qualidade, devem apresentar plântulas vigorosas e rápido fechamento de entrelinhas, o que acaba contribuindo para o controle de plantas daninhas e para o aparecimento de patógenos e pragas.

Para Goldfarb e Queiroga (2013), os principais fatores externos que influenciam na qualidade fisiológica das sementes são a temperatura e a umidade relativa do ar. A primeira interfere na velocidade dos processos bioquímicos enquanto a segunda controla o teor de água na semente, evitando o desenvolvimento de microorganismos patogênicos. Nesse sentido, técnicas de aeração para manter as temperaturas baixas tornam-se bastante eficazes para a conservação dos grãos. Além disso, mostra-se importante a limpeza do material biológico e do ambiente onde será armazenado.

O processo de germinação depende de fatores externos como disponibilidade de água, temperatura e oxigênio. Essa etapa carrega consigo a função de propagar a espécie, e pode ser definida como o processo pelo qual o eixo embrionário volta a crescer. Tem início na embebição da semente, seguido do desenvolvimento do embrião e do surgimento de uma nova plântula (PORTAL UFSM SEMENTES, 2018). De acordo com Louredo (2018), tal processo consiste, basicamente, no surgimento de uma nova plântula através da semente, a qual carrega a carga genética de uma determinada cultivar, e que germina após encontrar condições ambientais adequadas para o processo de germinação.

Vigor de sementes é fundamental para se obter um estande uniforme, sendo que compreende as propriedades que determinam o potencial de uma emergência rápida e uniforme e com desenvolvimento normal sob a diferenciação das condições de campo (MCDONALD JUNIOR, 1980).

Com esse intuito, objetivou-se avaliar a qualidade fisiológica de sementes de nabo forrageiro (Rafhanus sativus L.) oriundas de produtores da região noroeste do Rio Grande do

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Sul, analisando os níveis de vigor e germinação, tanto a campo como em laboratório.

2 MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa experimental foi conduzida no Laboratório de Pesquisa em Sementes e em área de campo do Laboratório In Vitro, ambos pertencente ao Polo de Inovação Tecnológica Alto Jacuí da Universidade de Cruz Alta, situada na rodovia municipal Jacob Della Méa, s/n – Parada Benito, em Cruz Alta – RS.

Foram utilizadas sementes de nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) provenientes de produtor da Região Noroeste do RS divididas em quatro lotes de diferentes qualidades fisiológicas. Os lotes foram diferenciados através de envelhecimento artificial por diferentes períodos.

Para a obtenção dos lotes por meio do envelhecimento artificial, as sementes foram acondicionadas em bandejas de fundo metálico telado e envelhecidas em câmara de envelhecimento acelerado por períodos de zero, 12, 24 e 36 horas (lotes 1, 2, 3 e 4, respectivamente), na temperatura de 41ºC e umidade relativa de 100%. A avaliação da qualidade dos lotes foi determinada por meio dos testes indicados a seguir:

2.1 Germinação

Foram utilizadas quatro repetições de cinquenta sementes para cada lote, semeadas em rolos de papel toalha umedecido com água destilada, na proporção de 2,5 vezes a massa do substrato seco, mantidas em germinador regulador a 25 ºC. As avaliações foram realizadas aos 5 dias e ao 8 dias após o início do teste, conforme as Regras de Análise de Sementes (RAS) (BRASIL, 2009), sendo os resultados expressos em porcentagem de plântulas normais.

2.2 Primeira contagem de germinação

Foram realizados conjuntamente com o teste de germinação, computando as plântulas normais, após o quinto dia da instalação do teste. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais.

2.3 Teste de envelhecimento acelerado

As sementes ficaram acondicionadas em caixas plásticas (minicâmaras) de 11 x 11 x 3 cm, com borda telada e tampa. Após, foram adicionados 40 ml de água destilada nas caixas, distribuídas uniformemente, 200 sementes de cada um dos lotes sobre a tela e, então, as caixas foram fechadas e levadas à estufa a 41ºC durante 96 horas (AOSA, 1983). Após esse período, foi

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no 5° e 8° dias após a instalação do teste. Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais.

2.4 Teste de frio sem terra

Foram utilizados quatro repetições de cinquenta sementes de cada lote, distribuídas em rolos de papel toalha umedecidos com quantidade de água equivalente a 2,5 vezes a massa do substrato seco. Os rolos foram colocados no interior dos sacos plásticos, vedados com fita adesiva e mantidos em câmera reguladas a 10ºC, durante sete dias. Após este período, os rolos foram transferidos para um germinador em temperatura de 25ºC, onde permaneceram por mais sete dias de acordo com a descrição de Cicero e Vieira (1994). Os resultados foram expressos em porcentagem de plântulas normais.

2.5 Comprimento de plântula

Foi utilizado o comprimento médio de 5 plântulas normais, tomadas ao acaso. As sementes foram semeadas em papel toalha umedecido, com água destilada na proporção de 2,5 vezes a massa do substrato, em quatro repetições de 20 sementes e levadas ao germinador à temperatura de 25ºC. A semeadura foi realizada sobre uma linha traçada no terço superior do papel substrato, na direção longitudinal, conforme método proposto por Nakagawa (1994). As avaliações foram realizadas aos 5° e 8° dias após a semeadura, com auxilio de uma régua graduada em milímetros (mm). O comprimento médio das plântulas foi obtido somando-se as medias das plântulas de cada repetição e dividindo-se pelo número de plântulas mensuradas, com o resultado expresso em milímetros (mm).

2.6 Avaliações das plantas em campo

Foi realizada com quatro repetições de 50 sementes em linhas de 5,0 m de comprimento com espaçamento de 0,45 m, onde a semeadura foi feita a uma profundidade de 0,03 m em duas épocas. Foi realizada a primeira semeadura em 04 de maio de 2019 e segunda semeadura em 26 de junho de 2019. Foram realizadas avaliações da porcentagem de plântulas emergidas aos 7 dias (EM 7 DIAS), aos 14 dias (EM 14 DIAS) e das plantas estabelecidas 21 dias após a semeadura (PE 21 DIAS).

2.7 Análises estatísticas

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado para os testes de laboratório e o delineamento blocos ao acaso para o teste de campo, ambos com quatro repetições. Os dados experimentais foram submetidos à análise da variância e as média,

(16)

comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o programa estatístico SASM-Agri (ZONTA et al., 1986). A variável germinação e suas derivações usadas foram transformadas em arco seno (X/100)1/2.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados expressos na Tabela 1 são referente aos testes de germinação, comprimento de plântula, envelhecimento acelerado e teste de frio sem terra. Em todas os tratamentos foram utilizados os mesmos lotes, sendo identificados nas tabelas como T1 (00h), T2 (24h), T3 (48h) e T4 (72h) de acordo com o respectivo período de envelhecimento artificial.

Tabela 1 - Germinação (G), primeira contagem de germinação (PC), envelhecimento acelerado (EA) e teste de frio sem terra (TF) de 4 lotes de sementes envelhecidas artificialmente por diferentes períodos

Lotes G PC EA TF

%

---T1 00h 99,8 a 99,5 a 48,3 a 94,3 a

T2 24h 98,0 ab 98,0 ab 47,3 a 95,2 a

T3 48h 96,0 bc 95,0 bc 43,8 b 90,5 b

T4 72h 93,7 c 93,0 c 41,8 b 89,8 b

CV (%) 3,11 3,77 2,23, 1,8

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 %.

O teste de germinação apresentaram diferenças significativas entre a germinação das sementes T4 (72h) e T3 (48h) em relação as sementes dos lotes T1 (00h) e T2 (48h) onde os lotes apresentaram níveis maiores de germinação, sendo que toda a semente bem armazenada e com um manejo adequado, possibilita manter a qualidade fisiológica de um lote de sementes.

Os efeitos que atingem a qualidade fisiológica serão resultantes no campo, traduzindo em perdas no percentual de germinação, redução do vigor, e consequentemente menores populações de plantas e aumento de plântulas anormais (TOLEDO et al., 2009).

Os resultados da primeira contagem apresentaram diferenças entres os lotes, sendo que os lotes de sementes T1 e T2 se destacaram em comparação aos lotes de semente T3 e T4, apresentando maior uniformidade e rapidez na emergência.

Os testes de envelhecimento acelerado apresentaram novamente diferença considerável entre os lotes das sementes T3, T4 e T1, T2 porém com o aumento do estresse através pelo calor na semente comparada com a primeira contagem, mostrou a manutenção e/ou regressão dos valores de vigor. Os lotes de sementes T1 e T2 sobressaíram as demais, não havendo diferença entre os tratamentos de semente T1 e T2.

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envelhecimento acelerado, manifestando maiores perdas na qualidade fisiológica quando expostas a altas temperaturas.

Na Tabela 2 os testes de comprimento de plântula da parte aérea, comprimento de plântula da parte radicular e posteriormente comprimento de plântula total.

Tabela 2 - Comprimento de plântula: parte aérea (CPPA), comprimento de plântula - raiz (CPR) e comprimento de plântula - total (CPT) de 4 lotes de sementes

Lotes CPPA CPR CPT Cm T1 00h 8,00 a 19,75 a 27,75 a T2 24h 7,75 a 16,50 ab 24,25 ab T3 48h 5,75 b 16,00 ab 21,75 b T4 72h 5,50 b 14,25 b 19,75 b CV (%) 9,10 11,30 8,9

Os testes de comprimento de plântula da parte aérea expressos na Tabela 2 ilustraram valores expressivos, onde os lotes T1 e T2 destacaram-se confrontados aos lotes de semente T3 e T4. Os lotes T1 e T2 destacaram dos demais, sendo que o lote T2 não deferiu do lote T1. Os lotes T3 e T4 apresentaram os menores níveis de comprimento da parte aérea.

O comprimento radicular de uma planta é fundamental para que possa exercer a sua função principal de absorção e água e maior parte dos nutrientes necessários para que a planta possa completar sua vida produtiva da melhor maneira. Os resultados transcreveram maior resposta do lote T1, sendo que este expressou o maior crescimento radicular, visto que os lotes T2 e T3 não diferiram do lote que se destacou. O lote T4 obteve o menor resultado entre os lotes apresentados, estes dados estão ilustrados na Tabela 2.

A variável de comprimento de planta total expresso na Tabela 2 demonstrou supremacia dos lotes T1 e T2 sobre os lotes T3 e T4, evidenciando a necessidade da utilização de sementes jovens, onde apresentaram maiores níveis de germinação e vigor como já apresentada nos testes anteriores, tornando um estande de plantas vigorosas e uniformes.

Schuch et al. (1999) sita que a germinação e o vigor compõe a qualidade fisiológica das sementes, sendo dois dos fatores principais para escolha do material que ira ser semeado. Ainda cita que sementes como maiores níveis de germinação e vigor apresentarão maior velocidade metabólica, resultando em instalação mais rápida de raízes e crescimento avantajado, produzindo plantas com qualidade física mais propicias a um maior potencial produtivo.

Na Tabela 3 constam os testes de campo, onde demonstram as avaliações feitas aos 7, 14 e 21 dias após a semeadura, o tempo de emergência que ocorreu para cada lote emergir.

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Tabela 3 - Emergência de plântulas (%) aos 7 e 14 dias após semeadura (7 dias e 14 dias), plantas estabelecidas (%) aos 21 dias após semeadura (21 dias) de 4 lotes de sementes

Lotes EM 7 DIAS EM 14 DIAS PE 21 DIAS

% T1 00h 24,00 a 45,00 a 70,00 a T2 24h 19,00 ab 44,00 a 62,00 ab T3 48h 15,00 b 33,00 b 56,00 b T4 72h 6,00 c 22,00 c 43,00 c CV (%) 14,00 12,00 10,00

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5 %.

Arthur e Tonkin (1991) consideram como a avaliação dos lotes de semente como ponto essencial para que seja estabelecido um estande de plantas vigorosas, indiferentemente das condições climáticas estabelecidas, sendo capital para integrar a agricultura de altas produções.

Os testes de emergência a campo demonstraram menores níveis de emergência, comparado ao teste de germinação no laboratório, sendo que as sementes para emergir no campo sofrem com diferentes condições climáticas.

O tratamento que apresentou menor tempo de emergência foi o lote T1, sendo que não houve diferenciação comparada ao lote T2. O lote T3 obteve melhor emergência em relação ao lote T4. O lote que obteve os menores índices de emergência comparado aos demais foi o lote T4. Estes resultados ilustram os benefícios da uniformidade nos lotes de sementes, proporcionando qualidade na implantação da semente no campo.

Os níveis de germinação a campo foram menores do que encontrados nos testes no laboratório, visto que neste meio sofreram com diversas alterações térmicas e ambientais, por vias de influência de solo, clima e organismos presentes no solo. Assim como a época de semeadura, os lotes apresentados na Tabela 3. Todos os lotes T1 e T2 nos diferentes dias de avaliação apresentaram supremacia em comparação com os lotes T3 e T4.

4 CONCLUSÃO

Os dados evidenciaram a necessidade da utilização de sementes jovens e de qualidade para semeadura, a rapidez na germinação influenciada pelo vigor e o número maior de plântulas no estande, acarreta uma uniformidade maior na lavoura, proporcionando uma cobertura mais rápida e uma melhor escarificação do solo.

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VARIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE SOJA

[Glycine max (L.) Merrill.] EM FUNÇÃO DA POSIÇÃO DA VAGEM NA

PLANTA

Physiological quality variation of the soy seeds [Glycine max (L.) Merrill.] in

accordance with the pod position on the plant

ADIERS FILHO, Roberto Camargo1

BONETTI, Luiz Pedro2

1 Acadêmico do Curso de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: roberto1606@hotmail.com.

2 Prof. Adjunto III. Depto de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: lbonetti@unicruz.edu.br.

RESUMO

O presente artigo descreve uma pesquisa relacionada á cultura da soja no município de Cruz Alta, RS. O objetivo do trabalho foi estudar variações na qualidade da semente em função da posição das vagens na planta de soja, desde o seu terço inferior até o superior, através do teste de tetrazólio. Para tanto, foram utilizadas três cultivares, NS 5445 IPRO, 5855 RSF IPRO e BRS 5601 RR, todas com o mesmo hábito de crescimento e porte de planta, das quais foram selecionadas dez plantas por cada cultivar, totalizando trinta plantas, colhidas manualmente em diferentes partes da parcela. Para fazer a coleta dos dados, cada planta foi medida e dividida em três terços, sendo o superior, médio e inferior. Após isso foram feitos testes com as sementes retiradas dos diferentes terços da planta, avaliando a qualidade das sementes comparativamente, através do teste de tetrazólio, sendo possível diagnosticar os seus efeitos para a produção de uma semente de boa qualidade, com vigor e poder germinativo alto. Os resultados indicaram que a cultivar NS 5445 IPRO, obteve os menores valores em seu terço médio, em todos os parâmetros avaliados (vigor, germinação e número de sementes), em relação ás demais cultivares estudadas. Os resultados apresentados graficamente, sugerem que cultivares de soja apresentam diferenças, quanto á qualidade fisiológica das sementes, em função da posição das mesmas na planta.

Palavras-chave: Soja. Cultivar. Teste de tetrazólio.

Vigor. Germinação.

ABSTRACT

This article describes a research related to soy culture in city of Cruz Alta, RS. The objective of the work was study variations in seed quality in accordance with pods position in soybean plant, since your lower third to upper, through the tetrazolium test. For this, three cultivars of were used, NS 5445 IPRO, 5855 RSF IPRO and BRS RR, all with the same growth habit and plant size, of which were used 10 plants for each cultivar, totaling thirty plants, harvested manually in different parts of the plot. To make data collection, each plant was measured and divided into three thirds, the upper, middle and lower. Then, were made tests with seeds taken from different thirds of the plant, evaluating seeds quality comparatively, through the tetrazolium test, being possible to diagnose its effects for the production of a good quality seed, with force and high germinative power. . The results indicated that the cultivar NS 5445 IPRO obtained the lowest values in its middle third of plants, in all evaluated parameters (vigor, germination and number of seeds), in relation to the other cultivars studied. The results presented graphically suggest that soybean cultivars have differences in the physiological quality of the seeds, as a function of their position in the plant.

Keywords: Soybean. Cultivar. Tetrazolium test.

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1 INTRODUÇÃO

A soja é uma cultura de grande importância econômica para o Brasil, sendo o principal cultivo do agronegócio brasileiro. O Brasil é o segundo maior produtor mundial, e, dentre os grandes produtores (EUA, Brasil e Argentina), é o que possui o maior potencial de expansão em área cultivada, podendo, se depender das necessidades de consumo do mercado, mais do que duplicar a produção (EMBRAPA, 2019). Atualmente, parte da soja produzida é modificada geneticamente, pois assim requer menor quantidade de herbicidas e, consequentemente, diminui consideravelmente o custo de produção. Reduz também a quantidade de impurezas e de umidade nos grãos colhidos (JARDINE; BARROS, 2018).

Segundo Silva (2015), a cultura da soja possui quatro componentes de

rendimento responsáveis pela produtividade: número de plantas por área, número de vagens

por planta, número de sementes por vagem e o peso de sementes.

A semente de soja, para ser considerada de alta qualidade, deve ter altas taxas de vigor, germinação e sanidade, bem como garantias de purezas física e varietal (genética) e não conter sementes de plantas daninhas. Esses fatores respondem pelo desempenho da semente no campo, culminando com o estabelecimento da população de plantas requerida pela cultivar, aspecto fundamental, que contribui para que sejam alcançados altos níveis de produtividade (KRZYZANOWSKI, 2018).

Uma das principais causas de desunifomidade de plantas no campo é a qualidade da semente, onde muitas vezes são utilizadas sementes chamadas “salvas”, em que o produtor reutiliza por muitas safras, o que pode ocasionar a perda de vigor e poder germinativo da semente (MICHELON; BONETTI, 2019).

Segundo Ghamessemi-Golezani et al. (2012), a baixa qualidade das sementes pode diminuir potencialmente a taxa e a porcentagem de emergência das plântulas, levando a um mau estabelecimento no campo e, consequentemente, perda de muitas culturas, como por exemplo a soja. Estes autores citam também outros fatores além do ambiente que podem alterar o tamanho e a qualidade das sementes, sendo que a posição das sementes na planta é um dos componentes da variação dentro da planta que pode ser responsável por parte de atributos de sementes fisiológicas (como germinação e vigor) e da variação no físico (como peso e forma).

Segundo França Neto et al. (1984) o uso de sementes de alto vigor proporciona acréscimos de 20% a 35% no rendimento de grãos, em relação ao uso de sementes de baixo vigor. Além disso, sementes de alto vigor asseguram o estabelecimento de lavouras com plantas de alto vigor. Portanto, a utilização de semente de alta qualidade garante a população adequada de plantas, maior velocidade de emergência e de desenvolvimento das plantas, culminando no fechamento das entrelinhas rapidamente, o que resulta também no controle eficiente das ervas daninhas e evita a introdução de patógenos ou nematoides antes ausentes na área (FRANÇA NETO et al., 1984).

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Dentre os diversos métodos de controle de qualidade adotados pela indústria de sementes no Brasil, o teste de tetrazólio tem se destacado, principalmente para a soja, devido à sua rapidez, precisão e também pelo grande número de informações fornecidas pelo mesmo. O teste, além de avaliar a viabilidade e o vigor dos lotes de sementes, fornece o diagnóstico das possíveis causas responsáveis pela redução de sua qualidade: danos mecânicos, deterioração por umidade e danos de percevejo, que são os problemas que mais comumente afetam a qualidade fisiológica da semente de soja (FRANÇA NETO et al., 1998; ENGEL; PASINI, 2019; SILVA; NETO, 2019).

Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi estudar variações na qualidade da semente em função da posição das vagens na planta de soja, desde o seu terço inferior até o superior, através do teste de tetrazólio.

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi conduzido na Área Experimental da Universidade de Cruz Alta, sendo as sementes analisadas no Tabajara Sementes, Laboratório de Análise, Consultoria e Assistência Técnica Ltda, localizado no município de Cruz Alta - RS. As sementes utilizadas, coletadas junto á área experimental da Unicruz, representavam três cultivares da cultura conforme descritas na Tabela 1:

Tabela 1 - Descrição das cultivares

Cultivar Obtentor CrescimentoHábito de MaturaçãoGrupo de Porte da planta

NS 5445 IPRO Nidera Indeterminado 5.4 Médio

5855 RSF IPRO Brasmax Indeterminado 5.5 Médio

BRS 5601 RR Embrapa Indeterminado 5.6 Médio

Fonte: Dados dos obtentores.

Foram feitos testes com sementes retiradas de diferentes terços da planta, avaliando a qualidade das sementes comparativamente sendo possível diagnosticar os seus efeitos para a produção de uma semente de boa qualidade, com vigor e poder germinativo alto.

Foram utilizadas dez plantas por cultivar, totalizando trinta plantas, colhidas manualmente em diferentes partes da parcela, para minimizar o efeito de problemas de solo que eventualmente possam ocorrer. Para fazer a coleta dos dados, foi utilizada uma trena e uma tesoura de poda, onde cada planta foi medida e dividida em três terços, sendo o superior, médio e inferior. Depois de dividir, foi feita a contagem de quantas sementes possuía cada vagem, sendo divididos em vagens com um, dois, três e até quatro sementes, anotando o número em relação a cada terço da planta. Por último, foi feita a debulha manual das vagens, onde a semente foi dividida em nove pacotes descritos e numerados, para o melhor controle de cada cultivar e seu terço respectivamente.

(24)

Após esses procedimentos, as amostras foram levadas ao Laboratório de Sementes para fazer os testes para avaliação da qualidade fisiológica através do teste de tetrazólio. O teste de tetrazólio baseia-se na atividade das enzimas desidrogenases (AOSA, 1983; Bulat, 1961; Copeland et al, 1959; Moore, 1973; Smith, 1952; Smith e Throneberry, 1951) as quais catalizam as reações respiratórias nas mitocôndrias, durante a glicólise e o ciclo de Krebs. Estas enzimas, particularmente a desidrogenase do ácido málico, reduzem o sal de tetrazólio (2,3,5-trifenil cloreto de tetrazólio ou TCT) nos tecidos vivos, onde tem como principal objetivo determinar a viabilidade das sementes. Foi utilizado o teste de Tetrazólio também para o dano

por percevejo (Figura 1) e dano por umidade (Figura 2). Oteor de umidade foi medido através

do aparelho moisture-chek. Já a verificação do peso de mil sementes (PMS), realizou-se a contagem e pesagem de quatro repetições com 100 sementes.

Figura 1 - Semente com dano por percevejo através do Teste de Tetrazólio

Fonte: ADIERS FILHO, R.

Figura 2 - Semente com dano por umidade através do Teste de Tetrazólio

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados obtidos para determinação de vigor das sementes analisadas, considerando a posição das vagens na planta, são apresentados graficamente na Figura 3.

Figura 3 - Valores de vigor determinados pelo Teste de Tetrazólio em cada terço das plantas

Observa-se que nas cultivares 5855 RSF IPRO e BRS 5601 RR, o valor de vigor foi maior no terço médio e o menor no terço superior das plantas coletadas. Já a cultivar NS5445 IPRO, o maior valor de vigor foi no seu terço superior e o menor no seu terço médio, sendo totalmente o oposto das outras duas cultivares, constatando que houve diferença entre as cultivares quanto ao vigor nos seus terços através do Teste de Tetrazólio.

Na Figura 4, está representado os resultados obtidos para determinação de germinação das sementes analisadas, considerando a posição das vagens na planta.

(26)

Figura 4 - Valores de germinação determinados pelo Teste de Tetrazólio em cada terço das plantas

Observa-se que na cultivar NS 5445 IPRO, o valor de germinação está bem abaixo do restante no terço médio, onde pode ser em decorrência do vigor menor apresentado na tabela anterior e também de um maior ataque por percevejos no mesmo terço da cultivar. O maior valor da germinação ficou igual no terço superior e inferior. Já nas cultivares 5855 RSF IPRO e BRS 5601 RR, ao contrário da outra cultivar, o maior valor foi no terço médio, com a mesma porcentagem (99%). Os menores valores foram no terço superior e inferior, respectivamente, constatando uma diferença significativa entre as cultivares quanto a germinação.

Na Figura 5, está representado o número total de sementes em diferentes terços das plantas, de cada cultivar avaliada.

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Figura 5 - Valores determinados para número total de sementes em diferentes terços das plantas das cultivares estudadas

Observa-se que as cultivares 5855 RSF IPRO e BRS 5601 RR tiveram um número maior de sementes em seu terço médio, sendo que a cultivar BRS 5601 RR, foi a que teve mais sementes no total, juntando os três terços, tendo uma média de 46 sementes por planta avaliada. Já na cultivar NS 5445 IPRO, o maior número de sementes foi em seu terço inferior, muito próximo ao médio, mas novamente diferenciando das outras cultivares. Os menores números foram observados no terço superior das três cultivares avaliadas.

Nos resultados do Teste de Tetrazólio para as sementes com dano por percevejo e dano por umidade, não apresentaram diferenças significativas, pois os valores ficaram com muito próximos, sem nenhuma variação entre as cultivares. Apenas um número chamou atenção na cultivar NS 5445 IPRO, em seu terço médio o ataque por percevejo foi de 6%, muito acima dos demais, o que pode ter gerado um valor menor de vigor (82%) e germinação (92%) nesse mesmo terço da cultivar, ficando bem abaixo das demais cultivares e também dos outros terços da própria cultivar.

4 CONCLUSÃO

Considerando os resultados apresentados graficamente, houve diferenças nos parâmetros estudados, vigor, germinação e número de sementes.

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RECEITUÁRIO AGRONÔMICO: UMA ANÁLISE DA REGIÃO DO

COREDE ALTO JACUÍ NO ÂMBITO DA SUAS COMPETÊNCIAS

Agronomic revenue: an analysis of the Alto Jacuí core region in the framework

of their competencess copec

PINTO, Vagner1

TRAGNAGO, José Luiz2

1 Acadêmico do Curso de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: agrovag@gmail.com.

2 Prof. Adjunto III. Depto de Agronomia. Centro de Ciências da Saúde e Agrárias (CCSA) - Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ). Cruz Alta - RS, Brasil. E-mail: jtragnago@unicruz.edu.br.

RESUMO

O presente trabalho visa avaliar e discutir a situação atual da utilização dos receituários agronômicos na região do Corede Alto Jacuí, observando as fundamentações legais que regulamentam a comercialização de agrotóxicos e quantificando a conjuntura que compõem a responsabilidade nas aplicações dos receituários agronômicos. Apresentando um panorama geral sobre o número de responsáveis técnicos nas aplicações e uso dos receituários no período de 2018. Avaliando as ações fiscalizatórias da SEAPDR nas distorções ocorridas nas emissões das receitas agronômicas no período de 2015 a 2018. Com isso, pode-se constatar que a um nível de distanciamento da prática do receituário agronômico, em relação aos preceitos inicias da doutrina técnica para o manejo fitossanitária eficiente. Assim, o receituário agronômico vem se estabelecendo apenas como uma simples preocupação operacional em torno do controle de venda de insumos químicos.

Palavras-chave: Agrotóxicos. Receituário

Agronômico. Responsáveis Técnicos.

ABSTRACT

The present work aims to evaluate and discuss the current situation of the use and use of agronomic prescriptions in the region of Corede Alto Jacuí, observing the legal grounds that regulate the commercialization of agrochemicals and quantifying the conjuncture that make up the responsibility in the applications of agronomic prescriptions. Providing an overview of the number of technical leaders in the applications and use of prescriptions in the period of 2018. Evaluating the inspection actions of SEAPDR in the distortions occurred in the emissions of agronomic revenues in the period from 2015 to 2018. With this, it can be observed that at a level of distancing from the practice of agronomic prescriptions, in relation to the initial precepts of the technical doctrine for phitosanitary management. This has only been established as a simple operational concern around the control of the sale of chemical inputs.

Keywords: Agronomic Reciprocity. Agrochemicals. Technical Responsible.

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1 INTRODUÇÃO

A utilização de agrotóxicos vem crescendo constantemente nos últimos anos e a necessidade de elaborar formas de coibir aplicações excessivas ou irregulares são relevantes para minimizar os efeitos negativos decorrentes de seus usos (SILVA; NETO, 2019).

A estratégia das recomendações técnicas para uso de agrotóxicos é conferida na ideia da prática profissional baseada na doutrina eficaz no manejo fitossanitário para proteção vegetal, convergindo nas precauções do seu uso, seja para meio ambiente seja nas relações abrangente da saúde pública. No entanto, o distanciamento desse conceito inicial inspirado no posicionamento coerente das receitas agronômicas está sendo reduzido a uma simples prerrogativa operacional no entorno do seu comercio relativizando em uma mera formalidade burocrática nas relações do uso de agrotóxicos (ALVES FILHO et al., 2000; SILVEIRA et al., 2015).

A receita agronômica se caracteriza como um processo institucional de acesso intermediário das informações tecnológicas no uso de agrotóxicos para os agricultores, estabelecendo vantagens proeminentes no controle de determinadas pragas e consequentemente resultando em melhores produtividades nas suas atividades agrícolas, buscando sempre manter a sustentabilidade dos sistemas produtivos. Nos últimos 12 anos, o mercado brasileiro de agrotóxicos cresceu 190%, posicionando o País como um dos maiores consumidores desde 2008 (CARNEIRO et al., 2012; BARCELOS; BONETTI, 2019).

O agronegócio gaúcho vem apresentando níveis de produtividades crescentes. No entanto muitos fatores ainda são considerados restritivos para níveis mais elevados de produtividade como os problemas fitossanitários, dentre esses: Phakopsora pachyrhizi, Microsphaera difusa, Anticarsia gemmatalis, Helicoverpa armígera, Pseudoplusia includens, Spodoptera frugiperda entre outros como as plantas invasoras que estão sendo amplamente combatidas por agrotóxicos (KAEFER et al., 2019).

Conforme a Lei Federal 7802/89, denominada Lei dos Agrotóxicos, o receituário agronômico passou a ser obrigatório em qualquer comercialização de agrotóxicos. Segundo essa legislação, a comercialização de agrotóxicos deve ser precedida de emissão da receita agronômica, com a finalidade de contribuir para o desenvolvimento da produção, minimizando os possíveis riscos à saúde humana e ao meio ambiente. Esta Lei objetiva estabelecer uma cadeia de responsabilidade que envolve os produtores rurais, responsáveis técnicos e as empresas.

O comércio de agrotóxicos no Rio Grande do Sul já foi um grande problema para os órgãos fiscalizadores, mas desde a implementação de Políticas Públicas no tocante ao uso destas moléculas, desenvolveu-se ferramentas específicas para as operações relativas ao seu comércio, desde o registro de empresas comerciantes, até a emissão da receita agronômica para utilização destes produtos. O Decreto nº 52.029/2014 estabelece uma norma que consiste em um sistema informatizado dando meios de acesso estatísticos dos volumes de químicos comercializados no território gaúcho, evidenciando a possibilidade de avaliação de possíveis

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CIÊNCIA & TECNOLOGIA, Cruz Alta v. 3, n. 2, p. 27-37, 2019

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ISSN

2447-3472

Receituário agronômico: uma análise da região do Corede Alto Jacuí no âmbito da suas competências

ambiente, decorrentes de prescrição fora de suas normas técnicas estabelecidas, possibilitando um panorama da comercialização dos produtos em suas várias conjunturas de uso (SILVEIRA et al., 2015; KAEFER et al., 2019; BARCELOS; BONETTI, 2019).

Dessa forma, o presente trabalho buscou apurar o cenário atual de prescrição dos receituários agronômicos destinados aos municípios pertencentes ao Corede Alto Jacuí, estabelecendo-se quantidade de receitas agronômicas que foram conferidas para o controle das pragas anteriormente citadas em paralelo com o número de profissionais responsáveis pelas respectivas emissões. Diante deste cenário, o trabalho investigou as possíveis inconformidades nas prescrições das receitas agronômicas avaliando possíveis ocorrências de infrações no posicionamento dos responsáveis técnicos para o uso de agrotóxicos na Região do Corede Alto Jacuí, possibilitando observar o cenário conjuntural do processo de emissão de receitas agronômicas

2 MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho corresponde a um estudo de caso no qual foram analisados aspectos quantitativos do panorama conjuntural dos receituários agronômicos na região do Alto Jacuí. Os procedimentos foram: levantamento bibliográfico sobre as Leis dos agrotóxicos e relacionados, artigos científicos, registro documental da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) no Departamento de Defesa Agropecuária – Área Vegetal.

A obtenção dos registros agronômicos foi apurando junto à SEAPDR, no setor em que confere o Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos – SIGA. Neste sistema foi possível relacionar todas as prescrições de receitas agronômica no âmbito da região do Corede Alto Jacuí para o controle das pragas Phakopsora pachyrhizi, Microsphaera difusa, Anticarsia gemmatalis, Helicoverpa armígera, Pseudoplusia includens e Spodoptera frugiperda. Desse modo, foram extraídos os dados estatísticos referente a comercialização dos agrotóxicos, pois legalmente só poderá chegar nas mãos dos usuários finais, se previamente assim for autorizado pelos profissionais habilitadas com a devida emissão da receita agronômica. A compilação dos dados quantitativos dos receituários agronômicos foi realizada para os municípios de Boa Vista do Cadeado; Boa Vista do Incra; Colorado; Cruz Alta; Fortaleza dos Valos; Ibirubá; Lagoa dos Três Cantos; Não-Me-Toque; Quinze de Novembro; Saldanha Marinho; Salto do Jacuí; Santa Bárbara do Sul; Selbach; Tapera.

2.1 Metodologia

Primeiramente foi realizado o levantamento do número de profissionais registrados como responsáveis técnicos das revendas de agrotóxicos nas comercializações de agrotóxicos junto na SEAPDR. O levantamento evidenciou os profissionais Engenheiro Agrônomos, Técnicos Agrícolas, Engenheiro Florestais e Tecnólogos Agropecuários.

Referências

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