SOPRE
0
RHEUMATISM
!
)
ACUDO
THESE
APRESENTADAA’FACULDADE DEMEDICINADORIODEJANEIRO PARA SERSUSTENTADAEMDEZEMBRODE 1848, AF1M DEOB
-TER O GRAO DE DOCTOR EM MEDECINA 1*0R
J o a q u i m B e r n a r d i n o P e r e i r a d eQ u e i r o z FILHOLEGITIMO DK
JOAQUIM
PEREIRA DEQUEIROZ
MATEfULDA CIDADEDO SERRO(PROVÍNCIA DE MINAS GF
.
RAES).
Celuiquin'écritquepoursatisfaire àunlevrir,dont il ne p'-
utsedispenser,àuneobligstionqu•lui«siiu -po-
é,asansdoite de graudadioitaàruiaulget.
eedeces lecteurs.
L*BUUYKUK.
RIO DE J A N E I R O
H P
.
DE
-
TEIXEIRA E C
.
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RUADOSOURIVES
N.
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.
FACULDADE
DE
MEDICINA
»
0mo
DEJANEIRO
.
DIRECTOR.
10SB
.
DB.JOSE'MARTINSDA CRUZ J 0B1M.
LENTES PROPRIETá RIOS
.
0» Sn*.Du«.
1•XV HO
.
Franciscodo Paute Cândido FranciscoFreire Allemà o,
PhysicaMedico
.
Bulanina Módica,
•
princí piosdementai.
»<i« Zoologia.
Chiinica Medica,eprincípioselementares«ie Mineralogia
.
Anatomia geral,e deteriptiva. $Anatomiageral,e desciiptiva. (Phyeiclcgia
.
‘i.®ANNO
.
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J. VicenteTorresIlomemJ»:é
-
M.
uricioNunesGarcia 3.
*ANNO.
JoséMiuricio Nunes Garcia
Lrurenço de Assis PereiradaCunha 4
.
°ANNO.
{Pnthologin extern«
.
/Pelhologia interna.rPharmacia, Materia Medica,rspecialmcntea (Brasileira, Therapeutica,eArtedeformular
.
Luit Francisco Ferreira , Joaqui nJsé daSilva
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JoÀoJoséde Carvalho..
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°ANNO.
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Anatomütopographie« e Apparelhe» (Putos,Moléstias dasmulherespejada*\ das, c deimnines recem-nascidos
.
CindidoBorgesMonteiro
Francisco Julio Xavier,
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TlioisazGomesdosSantos..
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1réMai LinsdaCruz Jobim‘2
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°aol0ManoelFeliciano Pereirade Carvalho Clinica extuniA,eAnat.
palholog.respectiva.
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.
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”Manoeldo ValladàoPimentel', Clinica interna,eAnat.patlioloe rcspeeii»» LENTESSUBSTITUTOS
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.
Hygiene, eHistoriada Medicina.
.
MedicinaLegal.
Francisco GebritldaRochaFreire AntonioMariadeMirandaCattro JoséBentodaP
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ogs,AntonioFe ixMirim*,
Domingos Mari
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.dn deAzevedo Americano,Luiz da Cunha Feijó
\ Secçãodas sciencesaccersorias
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f SecçãoMedica.
\içcq'o Cirúrgica
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S E C R E T A R I O
.
OSr.Dr.Luiz Carloa daFonceca.
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*
SOBREO
RHEUMATISMO
AGUDO
.
Nascida da experiência eobservação a medicina, parece que as moléstias
,
que mais amiudadas vezes insultam a especic humana,
c que cm maiorfre -quênciacabem sob a inspecção dos medicos, deviam scr as mais conhecidas; mas noentretanto, porinfelicidade nossa ,os progressosda scicncia nunca esti -veram , e mesmo hoje ainda se não acham em relaçãocom as precisões do homem! Para exemplificar,lançaremosm ão do rheumatismo,
que, postoque seja tão commum,
que poucaspessoas ha, que no atravessar do curso ordi -nário da vida tenham sido sempre exemptas de seus ataques,
todavia foi na antiguidade, sinã > ignorado, ao menos imperfeitamente caraclerisado: pro -vas desta verdade inconcussa enxergamos nosauctores de então, que nos não legaram mais que descripções incompletas, ou, como opina Sydenham, por isso que confundissem esta aficcção com a golta , ou porque n ão existisse talvez naquellestempos.
Com tudo Hippocrates em seu livro
-
de Affcctionibus-
faltando da artbrit;», dii que quando um indivíduo é accommcltido, soííre dores c grande calòr,
que se destacam immcdiatamente de uma para outra junta; que esta moléstia(
2
)aguda e do pouca duração não é morta!
,
assalta mais os moços, que os velhos.
Aretcus e Cclius Aurelianus tratando também da arthritis, referemqueesta enfermidade muda muitas vezes de sóde, que das articulações dos membros sc transmitteás vertebras do pescoço,c dorso, aos musculos do peitoe
iombos
.
O ultimo d'estes auctores accrescenta que se estende i\bexiga eao estomage aonde produz nauseas c vomitos
.
» Mas necessário é cbegar
-
sc ã líaillou para deparar-
sc com um bem acabado trabalho acerca do rheumatismo; foi elle o [rimeiro quo o distinguiu dagotta
,
c lhe consagrou o nomeque aclualmento tem; porquanto anteso vo-cábulo rheumatismo era ordinariamente empregado
,
sem que se lhe junctassc um sentido bem preciso, pois que servia paraexprimir toda íluxãosangu ínea, que nãose terminava por hemorrhagia, e era pouco mais ou menos oequi -valente decalarrho.
Notando poré m que pilo termo arthritis sc haviam até ent ão confundido dous estados patbologicos,
que I!e pareciam assás discrimi-nados
,
reservouáquclle,
que nosoccupa o nome de rheumatismo, derivado do grego‘
pç * ( cu corro}.
Lsta palavra explicava couvcnientcrncnlc a especie de congestão fiuxionaria, que tem logar sobre a parle aflcctada, cexprimia <>pensamento dos partidários do humorismo, os qur.es na interpretaçãoda na
-tureza do rheumatismo
,
admittiam umhumor,
que correndo da cabeça,dirigia-
separa differentes parles
.
Desdeesta época,
muitos medicos,quo escreveram arespeito da moléstia,que faz o objectode nossa these
,
eentre os quaes nos não olvidaremos de citar Sydenham, Sarconne, Boeraavc eseu coinmcnludur Giannini, Cullen, Latour Pinel, Chomcl, ßaillaud, usaram em suas composi -ções do termo offerecido por Bdillou; mas nem todos acreditam, como elle,queo rheumatismo seja uma affecção esscnsialmento diversa da gotta
.
De uma maneira succinta,
passemosem resenha asopiniõesemittidas sobroa natureza do rheumatismo
.
Eliassão tantas, quar.
tososauctores.
Segundo Hippocrates, a arthrites apparcco quando a bilis, ou a pituita, postas em movimento
,
sc depositam nas articulações.
Galenooexplicava por un)enfraquecimentogeralda constituição
,
epelouepositodo suecos excrementicios sobre os orgãos exteriores
,
relalivamenle maisdebeis que os situadosinteriormento.
SlolI descobriaa causa cm umamateria acree biliosa reabsorvidaemgrande
ori
-» ,
parte d> estomago
,
e levada á superfice do corpo,aonde Gxundo-
se nos licios dos vasos exhalantes,irritava-
os.
Devemos nós pensar
,
como Ponsard,
que o rheumatismo é oresultado
de um fermento,
quo anatureza nao pôde eliminar pela pelle,e que sc collcca( )
parted mais enfraquecidas; ou antes
,
como Sllial,
que é um esforço he -niorrhagico universal,que se nãotem ainda dirigidoespecialmcnlepara algumaparte
.
Sydenham o suppunhaemanandoevidentemente deumaenflamniação :istonão padecerá a menor duvida,diz elle, si observamos a côr do sangue
,
que muito seassemelha a dos pleurilicos.
L'm medicode Genova presumia dar uma explicação satisfactory, por meio do fluido imponderável admittido pelos physiologistes.,como agente das func
-ções
nervosas
:a accumulação ou congestão d’este fluido era em seu pensaracausa da producçãodo rbeumalismo
.
As variaçõesothmospliericasinfluem, con -tinua elle,consideravelmente sobre sua aclividade,cmaneira dereapparecimcnto;sua acção c tar
.
to niais encrgica,quantoa constituição é mais debil; osys-tema nervoso irritável
,
ea transição do quente parao fiio mais rapida.
Hildenbrand encarava
-
o,
comoo resultado de uma falta deequilíbrio entreo•calor
,
eacinctricidadc do corpo, e osdaatmospbera.
Esta multiplicidade do opiniões assás nos mostra que é muito mais custoso atinar
-
secoma verdadeira causa de uma ruolestia, doque engendrarmosuma,por cujo intermédio tudo queiramosexplicar
.
O rheumatismo foi por Pineicollocado na classe dasphlegmasias
,
c esta clas -sificação 6geral mente acceita ; porque se diz todos os diasqueé uma inflam-mação dos tecidos muscular, fibroso, e synovial:mas serádiversa d'aqucllaque
acompanha asoutras enfermidades? E’ esta uma questão susecplivel de dilTi
-culdadcs, maxime para se estabelecer,si 6 em razão da eslructura dos tecidos affeclados quoseus symptoinas differem,
ou si 6 uma phlegmasia distincte;eisto não escapou á penetração de Selle, porquanto asseguraqueainflam mação
rheumatismal não está bem determinada, nem su ílicientenienlc separada das
outras
.
Broussais explicava a producção dorbeumalismo por uma irradiaçãoSympa
-thien,provindodas vias gastricas em umestado de irritação.
Mr
.
Roche exprime-
se da maneira seguinte: « Parece-
nos certo que na ar-thritis rheumatismal, além da inflammação dos tecidos afleclados, existe uma
alteraçãodo sangue
.
Por esta hypothèse interprctam-
se os symptomasprecur -soresde toda espccie, porque o sangue équasi sempre denso depois da san -gria; da-
se a razão também da extrema mobilidade da moléstia,edesuadis-persão sobre muitas articulações
.
»Em quantoá nós, obrigados a dcfinil
-
o,diremoscom Cbomcl,queorheu -matismo é umestado especifico daeconomia,
que so manifesta porumaphle-gmasia particular, cuja sedese fixa de erdinario nas partes articulares
,
ou mus -I1H >(
4 )cufares; etcm por caractcr principal determinar dôres mais ou menos vivas,ç
uma tendenciaextrema a lransportar
-
se dc um para outro logar.
Quea pri -meira parte dc nossa definição é por de mais vaga egeral, sabcmol-
o be)la-mente; contamos porém com indulgência para aquelle
,
que antes quer con -fessar sua ignorância, doque perder-
se notortuosodédalo das conjecturas,a\eu -turando ideas, que sótem por cunho a inexaclidao!..
.
Aanatomia pathologica poucas luzes tcm espalhado acerca da séde do rheu
-matismo; porisso tão desencontradassão asopiniões medicas
.
Depois dc ser collocado emquasi todos ossystemas da economia, geral mente considera-
se o muscular,
fibroso,co synovial,
como os únicos, que saoatacados; caindasobreestes discordam os sábios; o que acontece por amòr doslimitados vestígios,
que após si deixa a infiammação
,
c mais que tudo, pelo resumido numero dc mortes, que tem occasionndo.
Hoffmann,
Pinel, Chôme!sustentam que osystcma muscular éo accommettido; Broussais, Yollcrand de la Fosse
,
c Rc -camier pretendem que seja o synovial; outros finalmenlc querem que sejaex -ciusivamcntc o fibroso.
Esta divisãosobre ser inulil, porque não importa al-guma indicação tbcrapcutica particular, parece
-
nos impossí vel, por isso que o rlieuinalismo ataca quasi sempre success!vamenie,
e algumas vezesdc uma ma -neira simultânea aquellas differentes partes.
Diversas denominações sclhetem dado,
segundo a região occupada: assimcbama-
sc pleurodinia ao «'as paredes thoracicas; lumbago ao dos lombos; torticolis,quando tem sua sédc nos mús -culos do pescoço.
Heconbecose no rheumatismo causas prcdisponer
.
tes, c eccasionaes.
Aspri -meiras são aquellas, que existem longo tempo antes de o produzir; as se -gundas o determinam directa mente.
A idade,
oestado constitucional do*individu® e talveza hereditariedade sc acham consignados na primeira clas-
e si bem que em nenuma época da vida se esteja livre, porque encontram-
se observações de meninosde oito c nove annos affectados d’este mal, eVilleneuve rclata-
noso facto dc uma mnllier, que a despeito dos seus setenta e nove annos não foi respeitada por um rheumatismo agudo, que lhe apparcceu então pela vez primeira
.
No entretanto consideraremos osindivíduos de vintea trinta ccinco
annos
, mormentesi sãodotadosdc umaconstituiçãoplethorica,
esi seu systcmalocomotor é mui desenvolvido, como cspccialmcnte dispostosacontrahil-
o.
Masnão érarovcrmol
-
o sobrevir,quando militam condições oppostas , v.
g.
, empessoase irritáveis,durantea fraqueza geral, ou parcial, que acompanha ou
precede
certas moléstias:também]dirige
-
se de preferencia ás partesnaluralmcntemene
«ív
-
justds*ou
enfraquecidas
por qualquer circunstancia anterior.
E' sem
lebeis
(
3)
orbeumatismo umavezcontrahido traz depois umsegunJo , na razão poresta razãoque
um terceiroetc, cque a tendência para umnovoataqueestásempre
direela do numerod'aqueliesqueprecederam
.
Mbnos sujeitas que os homens
,
são as mulheres,
o que depende da suaconstituirão egenero de vida;coin tudo n’cilasa perturbação do fluxo trual, o tempo dospartos cdo allcitamcnto favorecem o desenvolvimentodesta enfermidade, por issoque durante estas duas ultimas épocas são muito mais impressionáveis
,
e por consequência mais sensíveis as differentes causas, quepodemdar logar á aíTecçaorheumatismal
.
A hereditariedade é na Inglaterra geralmente tida, como causa da offecçâo
quenosoccupa, co auctor da medicina praticade Londres avança atéquenão lia talvez moléstiamais hereditaria
.
Outro tanto se nao dá na1'rança ,aonde estacircumstanciaéaocontrarioindicada
,
como umdossignacs,quedistingue orlieu-matisiuo dagolta
.
Asprofissões , taes como a militar
,
a agricultura, ctc.
sãoas que mais pre -dispõem.
E1ordin ariamente no
outono ,e na primaveraqueorbeumatismomais graça
.
Nestasestaçõesasmudançasatmosphcricassaonimiamentefrequentes;c aobser-vação nos ensina que a transição subita de unia temperatura media parauma
maisbaixa,e mais húmidaé maisvezescausa d'este
.
doque umfrio intenso eaturado
.
Aimmcrsâoda totalidade,ou de umaparte docorpon'aguafria; odes-cuido demudaras roupas molhadas quer pelachuva,quer pelosuór; orepouso
ou osomnosobre um solohumedecido;aexposiçãoáumacorrentede ar,estando ocorpo transpirando, são osagentes
,
que maiscommummcntcodeterminam.
Diz Pinel, que siorbeumatismoassalta«lepreferenciaosystema fibroso,deve-
seattri -huiráposiçãodostendões,«dasexpinsoesaponevroticas,quepouco afastados da superficieexterna dostegumentos,sãoconsequentemcntemaissubmctlidosáacção do frio.
Os exercidos immode»ados
.
asmarchasforçadas,-
asquedas, as pancadas, asup -pressãohru-
cade umablennorrhauia,oudeevacuaçõesnaturaes, ouaccidcntaes eile hemorrbagiashabituaes,comoépistaxis hemorrlioides, menstrues;ainterrupçãodos loebios,
odcsappoiecimcnto de uma moléstia cutanea; teinuma acção directa naprodueção do rbeumatismo, mas hem fracaem comparação da suppress«):) da
transpiração,queésem contradicçâoomotivoniais constante
.
Seriaagora por certo oceasiaoapropriada para examinar
-
se,si a cóleraou ou-traspaixõesviolentas, uma emoçãoviva etc,que temo poder dedeterminar um
ataquedegolta,como muitas vexessev ô, causamtambém o rbeumatismo:Gi
-auniiu resolveesta questãopelaaffirmativ*
.
Auctores haqueconsideramlambem* mens-í
«
)de occasionar orheumalismo osexcessosvcnereos, ** o abusodas
como capazes
bebidas alcoólicas;outros porém julgam que si os indiv íduos dadosáembriague'
padecem derheumatism«,é porqueandamexpostosáhumidade caofrio
.
De ordinárioesta moléstiaéesporádica:tem sc vistoentretanto reinar epidemi -carnente,quando o ar,que era scccoequente,tornou-
sehúmidoc trio;c estas al-ternativassãonumerosos,e persistem porlongoespaçodetempo
.
Sarconnc nos tra-çouahistoriadeuma epidemia semelhante,que houveemNápoles
.
E’endémica noslogares, cuja atmospheraapresentasempreestescaracteres
.
Orheumalismoéquasi sempre precedido pelossymptomasseguintes:abatimento,
pesodecabeça,calafrios, tremores; asvezespermanecemestes signacs por muitos
dias
,
durante osquaesa fadiga,que seexperimenta,não está em relação com oexercicio, queseha feito;apparecea finalumfrio, que começa algumas vezesao
longo daespinha,mas cm ecraltorna por por
.
todepartida aquellaparleque deve seraprimeirasédedainflammaç&o;umcalor vivo o substitueimmediatamente, es« trausmittepor todoocorpo;opulsoé durocfrequente.
Orheumatismo póde deixardesoracompanhado destecortejodesymptoinas;porquanto Mr
.
Chomel citaoexem-plo deumindivíduo,quefora repentinaroente accommettidoemambosos joelhos
.
Qualquer queseja a sédedorheumatismo agudo,seussymptomasnãoapresentam
differençastãonutaveis
,
desorte que osnãopossamos confundiremumasódescri-pção
.
Jádicemosquede ordináriose manifesta porumfrio,seguido logode calor;pulso duro cfrequenie;asdoressãolimitadas ã uma sóparte,ouexistemaonesmotempo
emmuitas,seucaractcré«íiflicildedeterminar;oravivas e agudas, fazemexperi
-mentar aodoente uma sensação dedilaceração;ora obtusas< •gravativas, sãoacom-panhadas dcprostraçãomuipenosa;a sensibilidade daspartes éportalmodo oxque
-aita ,queo contactodeterminado pelos lençecs, emovimento communicadoao soa -lho pelas pessoas,
queanlam,motivamdaresfortissimas.Quandoestas temsua séde articulaçõessuperficiucs dos membros,comoasdosjoelhos,etemsubsistido por.a
'
gumtempo,desenvolve-seuma tumefaeçãomais oumenosconsiderável,não cir—
.
cumscripta.
comcalor acre,vivo,c vermelhidãoordinariamenteligeira.
Atumefaeção Lltaquando saoprofundasasarticulações,tacs comoascapulo-
huincral, eacoxo-fr mural
.
n a s
Diminuemasdores,bem comoo calor erubor,quandootumortemadquiridoo
seudesenvolvimento
.
Aproporçãoqueasdoreslecrescemcmumponto,manifesUun-senum ouem muitosoutros;ora parecem, mudandodelogar,
propagar-
sc[»*'«*continuidadedostecidos;oraaocontrario,eoque asmaisdas põemespaçosmuito afastados,para sefixarem outraarticulação
.
Orheumatismoabandonandoasparles,cmque residia,busca outrasanalogasp
°
rsuccédé, traos
( 1 )
suá
estrutura
’;assim relirã-
sc do11:11a articulaçãoparaencaminhar-
so paraoutra: omsmo tem logarcmreferenda aosmusculos; masrhcumatismosliatão intensos,queinvademsimultaneamente todaaeconomia
.
A locomoção émais ou menos le-sada:umataque geral do rhcuinalismosecoinpóede muitos ataques parciaes,que scsubstituem em diversasregiões; entretanto percorreasvezes seuspc
.
-
iodos sem tfmd.
irdeíogar.
Olumbagonos mostraestaexcepçãoda marchageralda moléstia.
Misquaesossymptomas que seguemáquellcs,queindicámos:opulsoófrequente,
duro eclioio,osangueextraindo das veias se cobre decodeiain ílammatoria;afacc.ó
rubracanimada;oappetitenullo;aséde ardente;asevacuaçõesalvinas raras,quasi sempre (altain complctainente; a res|)iração accelera
-
se,cexecuta-
sclivrcmente,salvo si orlioumatismotemsuasédenasparedes thoracicas; apelleé quente,hali
-tuosa , raramente secea; ar)contrario norheumatisir.ocommurnapresenta
-
secobertade suorantesnocivo,d>queutilnocomeço
.
Aourinasem sedimentocmprincipio,nol-odeixaver nodecursoe nuterminação da moléstia
.
Todosos phenomenos pyreticos geraes, c ossymptomaslocaespart ícularmente a dór,augmentai!» semaisoumenosparanoute,e6também entãoqueasdóressoem
eífcctuarsuasmudanças doséde
.
Amoléstiascterminaasvezes porumfluxo he-morrhoi aI
.
pelo regressoda menstruação,
ou porumaépistaxis.
O maisligeiroaccidentepódefazer recuhir o doente,quesejulgacurado
.
Istonão«lèveraadmiraro medico,sobre tudo si orbeumatismonão tiver percorridooseucursoordinário,
quese póde,segundopensâmes
,
fixarpouco mais ou menosemtrinladias.
Este termonãoébempreciso, porqueaduraçãodo rbeumatismoagudo diversifica,se-gundo osystems
,
eaindaaregião que affecta.
Assim apleuro linia desappareceaolim depoucosdias
.
(3lumbago,que pódedurar pormuitotempo, se terminaem geral durante osegundo septenarro; finalmentco rbeumatismoarticularó
susceptiveldeperdurar por cincoentaa sessenta dias
.
Comoorheumatisms pissafrequenteu
-
entodeagúdoa chronico,cestes estalos exigem diversotractamente,
designemososcaracteresqueosseparam,antesdeen-trarmosnoexamedas outrasterminações
.
SegundoCullen orbeumatismo deveser considerado, cornoagúdo,
quandoas dóresmudam facilmente de logar,ctornamsemais intensasanoule,acompanhadasdefebre quandoasarticulações enrubccem
-
sò,e engorgitam
-
se;échronico pelo contrario,quandoasarticulaçõessaodolorosas,en-durecidas
,
sem vermelhidão,csemfebre.
N'estecaso, dizBarthez,o frioaugmentaasdóres, eo calorasdiminue ; o suor 6viscosocfriosobreasarticulaçõesafTecladas
.
Emgeral orbeumatismo nãoémortall concebe scporém que pódeser fatal,si
aggrediraomesmotempoamuitas regiões,c ri forprecedidodephenomenosinflam
-niatorios intensos; masépelasfrequntes complicações,.quoamorteédeterminada
,
-(
»
)
durccimento, quedegenera cm tumorbranco;por cxhalaçào«1cum humor Itranco»
gelatinoso
.
A terminação pelasuppuraç.
»oé raríssima, cmedicosliaqueconicstam suaexistência; omesmoacontece pela gangrena, quenãoéa<linitti(a por Pinei, dequetemos um íactoextrahilo da thesede \al!erand dela bosse.
Naíinat; -inas«açãopela resolução, que c a maiscomimim, cquasi constante,existemossymp
-tomasquevamosassignalar:cessaçãodefebre;pelle branda;suor geral;ourinacttr de tijolo; erupçãocutaneasemelhanteãmordeduras de pulgas;dcminuiçàodas do -res;maisfacilidadenosmovimentos ; resolução gradual, csensivel do engorgita -mento.
Nem semprescobservam todos estes symplomas.
Quando amoléstiaacaba poralhorcnciadassuperficies articulares, hademinui
-ção nos phenomenos,aarticulação conservaseu volume, suaregidez.
eo menor movimentooccasiona aodoenteuma dor muiviva.
Aterminaçãopvr cxhalaçào faz nascerasvize»umaverdadeira hydropesia,que des
-app.irecepela absorpç
.
lonofim dcalgumtempo.
A articulaçãon estecasonãoédo -lorosa,masimpedidaemseusmo\imentosUma paralysia maisoumenoscompleta, de duraçaovariavel,pôdeser aconsc
-auencia, dorheumalismo,partieularmeate,quandoestetemsua sédenos musculos da espadoa.
Como outra qualquer moléstia, orbcuinatismo ofTerece
-
seaosolhos domedico, cheiodccomplicaçõesdesummaimportância,visto quecilas causam todoperigoao doente.
Asaffecçôes,quena pluralidadedos casoscortejamorleumatismo agudo, saoaspericarditiseendocarditis.
Odiagnostico do rheumalismo agú
.
lonioédosmais obscuros;cembaraçosos masas vezesébemdiíTicildiscriminal-
od’outroscnfermilades ,que dcmaiidain trac -tamcnlodifferente.
Ëentre aquellas,que maisanalogia temcomorheumalismo,
de -ve-
sedar apreferencia sem duvidaalguma a gotta;cumpreporemc.
tabeleccra dis -tineção,que reina entre estas duasultimas, por causa doprognosticoedo traclamen -to.
Oscaractercs differcnciaessãoestes:orheumalismo occupa quasi sempreosmsis -culoi e asgrandes articulações,csidesceáspequenas,
éconsecutivamente;ogolta busca antesasdasm ãos, cdospés,principalmenteasdo grosso dedo,cabiencon -tram-
se concrcsçõcs tophaccas.
Orheumalismo agúdoécemmum menteproduzido
por uma causaexterna,asvezesevidente;mostra-
scemtodasasclasses dasociedade, procurandode preferenciaosmoços:agotta pelocontrarioparece ligadaaum es -tadoparticulardaeconomia,quese uao pôdebem apreciar, eque sendo muitasve -zeshereditário, nãodeixa tambémdenascerdeuma vidaociosa, edo uso dc igua -riasopiparas;muitoraramentesemanifestaantesdostrintaecinco annos,amenos
quenauseja hereditaria.
O rheumatismo nunca éprccididodeperturbaçãonadigestão; nagottac»U> funcv
.
oaltera-se.
Oprimeiroalaqued
-
Jacompanhado
,nem(
'3)
gotta n3o dura niaisque algumas horas;odo rbeumatismonãodesapparcCc an
-tes doquinto ou sextodia aomenos
.
Orheumatismo pódeser epidemico; a got -tanuncaé.
Hoffmann cria queoca racierda dôr differençasseestasduasaffcçõcs; eisoque
dizdie: Inrheumatismo dolor magis tonsivus,pressorius
,
gravativus.
In arthriti-dovero lancinatorius,pungitorius,divolsoriusest
.
Oembaraço dediscriminar algumas dores vagas,symptoniasdo escorbuto, le
-vouSydenhama admittir um
diagnosticon’este caso,assim como nasyphilis
,
cncrvalgias,sóexistano rbeuuia-tismocbronico,ainda assim vamosapontar rapidamente algumas differenças,que
asseparam
.
Noescorbuto a face õpallida, codematosa;oslábiosem principiodes -corados,
tornam-
seroxos; opulso éfraco;afebreépoucointensa,emlimas do -resexistemeu»todos osossos.
Cotejando-
se estes caracterescomosquetraçámos nadescripção do rheunntismo,poder
-
sc-
ha comfacilidade conhecer estas duas moles -rhcurnaiismoescorbutico.
Postoque adilliculdadedelias
.
Asdoressyphiliticus confundetn
-
scasvezescorn as duresrhcumaticas;poderemos distinguil-
asattendendosequeasprimeiras aggravam-
seemgeral denoute,
epou-coseaugmentai»pelapressão,oupelo movimento
,
que nuncaéde todoimpedi-
o;cilassuccedemàmoléstiasvenereas,ordinariamente mal curadas,c.sãomuitas ve
-zesacompanhadasdeexostosis
,
eoutrossymptomas propriosdasyphilis.
tmalguns casos poremodiagnosticoí»extremameute difïmil.
Orheumatismosepara-
se deumanervalgia
,
porquen’estaa dor cviva edilaeerante,semrubor , nem calor,sem tensãoseminchaçãoapparente; de mais , a dorsegueotrajeclodo nervoaffectado,de talsorte, que odoente com’s
é
udedoodésigna muito bem: adorMO rheuma -tismoediffusa.
Aopinião,quesctiver de dar arespeito dorheumatismo,deverádoversilicar,se
-gundo a extensãodasparles ,queoccuper
.
Jádicemos queagravidadedo rhcuniu-tismo provinhadesuascomplicações,deveremosporconsequência termuitacaute
-la comoprognostico,queserábaseadonapossibilidadedeumacomplicação,ainda
mesmo
,
quandoa moléstia tcin marchado regularmente, porque;comoacerta -damentediz Ponsar,arreceiemos-
nos do consequênciasfunestos,todasas vezes que sc temeffectuado odesappareeimcnlodas doressemalgum symptoms cri-tico
.
Aautopsia nãoapresenta sempre resultados positivos sobrea lesão necasionada |>elo rbeumatismo,eas vezesneinvestígiossepodemapreciar nos tecidosaffectados; mas casos haemqueasveias
,
que cercamasarticulações,temsidoencontradasdila -tadas,eengorgitadas do sangue, osligamentos,
amembrana synovial, operiosleo, rubros,
injectados e espessos;otecido cellular,que envolve as articulações,
participa( ÎO )
algumasvczcsd’cslainilammaçïo
,
c mostra-
nospequenascollecçôesparutentas
;sc-r
ô
sídado cpustemsido observados nucavidadesynovial; cquandoa moléstia tem paiduradoporalgum tempo, appareccmpontuações rubras nas cartilagens,que sot .irnainespessas,amollecidas,adhérentes, ccariada
-
;um humor viscoso de aspectogelatinosoha sido notado nos musculoseseus interstícios
.
Um sem numero de traclamentos,condecorados todoscom opomposo titulode
tem sidonpplicado para combaterorheumatismo,adespeito porémde
racionacs,
suaspretençõosa moléstiafrequentesvezesostenta
-
serebelde:amedicaçãoanti-
phlo-gisticaóaquella que maior copia de resultadossatisfacloriosapresenta,cqueémais
geralmcnleadoplada, apezardoque os partidários do
.
Mr.
Choniclattribuant noacasoacuradequatorze rhoumaticos obtida por Mr
.
1'iorry.
Jãnotempo deSyde -nham era reconhecidaapoderosa acçàodasemissõessanguíneasnorheumatismo,porquanto ellerepetia em muitos casosaté aquartavez,tirando dezonçasde sangue
emcadauma
.
Lhermcnierseguiuomesmomcthodo.
Mr.
Koche praticaaté uquintasangria,interpondo asvezes dousdiasentreumaeoutra,ou comoinlervallode
vinte c quatro horas
,
oquo parece preferível.
Mr. ßouilhaud faz noprimeirodia (l umasangriade1res palhotas;(2'nosegundoduas de1respallietasenoin
-terval!>d'estas uma local do1res palhotas praticada porbixas ouventosas sarjndas,
applicadascmtornodasjuntasmaisadoentadas,ousobre aregiãoprccordial,quando
ocoração seachegravemente comprometlido; noterceirouma geral,coutra local
namesmaquantidade,quousprecedentes; noquartoordinariamente temcessado a
febre*asdores,ainchação,ctodosossympthomas;si assimnaoacontecer, mais
uinasangriadebraçodetrès aquatro palbetas;noquintodia aresoluçãodaino
-hstiaestáemplena activiuadc
,
cquandopersistaa febre,
umasangria geraloulocalaindaaconselhada;do sexto dia cm dante pôde
-
secomeçar aalimentarodoente, esisobrevier alguma recahida,
devc-
scde novorecorreràsemissões sanguíneas,salvosicilaéligeira, porqueentão os emolientes,opiáceos
,
e dietasãosufficientspara dissipal-
a.
Comoadjuvantesdassangrias, proscrever
-
se-
lião asbebidasémollientes,os dia-phoreticos,logo quotiver dosapparecidoafebre,aapplicaçãodacompressãonasar
-ticulaçõesaflecUidas,ápommadamercurial,ostopicosemollicntes
.
Peorryaconselha quesccolloqueomembro emuma posição,queembarace o affinxodo sanguepara a partelesada.
Oempregodosvesicatóriossobreolugar odendido temsido porvezes
çoroado de feliz succcsso.
Otartaro cuietico, ohermes mineral
,
ooxido branco de aotimoniosãoassispre-(1) Su;>p
-
nã o que o doentearjaum individoupk-
thurico.
(
»
)
conisados porbabeispráticos. Mas Andral n ãolhes presta confiança
,
assim comoao opio,queaseu versóaproveita om indiv íduos nervosos
.
Onitratodepotassa , osulpbato de quinina, emil outros medicamentos, (cuja enumeração nospareceociosa, porqueabraçamos otratamento do Bouilland, como mais vantajoso),tem sidoapolojelicamentedecantados, comoheroicos remedios para debcllar o rbeumatismo
.
Aqui rematamoso nossoapoucado trabalho; masantes de abrirmãoà penna aproveitemosoensejoque se nosproporciona,paracxbibirmos um publico testemu
-nhodeeterna gratidãoao lllm
.
8Sr.
I)r
.
Francisco de Paula Cândido pelaamizadecomquesempre nos obsequiou, epela bondado que teve
,
dignando-
sc de acceitarapresidência desta these,restando
-
nossóodesconsolo deque o nosso trabalhonãosejaporsuapequenezdigno du honraque rcccbeo!
P
UIPPOCRATIS
APnORISMI
.
I
.
Cum morbus in vigore fuerit
,
tanc veltenuíssimo victu utinecesse est.
Seel.
1,
apb.
8.
11
.
Omniasecundumrationemfacienti,etnon secundum rationem evenientibus
,
non id aliud transeundum, maventeeo,quod abinitiovisumest.
Sect.
2,apb.
52111.
Mutationcs annitemporum maxime pariunt morbos et inipsis temporibus mu
-tationes magnæturnfrigoris.
tumcalorie, et caterapro ratione eodem modo.
Sect.
3, apb.
1.
IV
.
Puernonlaborat podagrâ, ante venerisusum
.
Sect* C, apb.
30. V.
Podagrici morbi, vereet autumno, movontur ut plurimum
.
Ibidem,apb.
54.
VI.
In tnorbis acutis frigusextremarura partium, malum
.
Sect7,
apb.
1.
E$U