SISTEMA “S”
ANÁLISE PROSPECTIVA
Ignoranti, quem portum petat, nullus suus ventum est.
Nenhum vento é favorável para quem não sabe a que porto vai.
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1. O que é o Sistema “S”
Organizações privadas da sociedade civil, com finalidades públicas sintetizadas em sua missão.
São mantidas por meio da contribuição compulsória (parafiscal), recolhida na guia do INSS, em percentual aplicado sobre a folha de pagamento de cada setor empresarial concernente (comércio, serviço, transporte).
A alíquota é de 1,5% para as organizações de serviço social, de 1,0% para as de aprendizagem profissional, e de 0,3% para o SEBRAE. Os recursos arrecadados pelo INSS são repassados posteriormente para as organizações. E são globalmente incluídos no Orçamento da União, sendo portanto fiscalizados diretamente pelo TCU – Tribunal de Contas da União.
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As Organizações do Sistema “S” – Criação aprovada por instrumentos legais.
Sesc – Serviço Social do Comércio – 1946. SESI – Serviço Social da Indústria – 1946. SEST – Serviço Social do Transporte – 1993.
Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – 1946. SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – 1946.
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte – 1993. SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – 1991.
SESCOOP – Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo – 1999. SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – 1990.
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2. Uma gestão descentralizada desde sua criação, por estatutos aprovados por
instrumentos legais.
Composta por: Presidência, Conselho e Departamento.
Administração Nacional: Presidência Nacional, Conselho Nacional e Departamento Nacional – Órgãos controladores, orientadores e regulamentadores.
Administração Regional: Presidência Regional, Conselho Regional e Departamento Regional – Órgãos executivos, encarregados de desenvolver e oferecer as programações de atividades e serviços. Por Estado da Federação.
Presidência – o Presidente da respectiva Confederação (Nacional) e da respectiva Federação (Estadual). Conselho – Composto por representantes da Sociedade Civil – Sindicatos de empregados e de empregadores, do governo federal, de outras organizações.
Departamento – A cargo de um Diretor, ou Superintendente (conforme a denominação utilizada), nomeado pelo Presidente.
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3. Missões
Missão do Sesc
No Decreto de Criação – Decreto-Lei nº 9.853, de 13 de setembro de 1946.
Planejar e executar, direta ou indiretamente, medidas que contribuam para o bem-estar social e a melhoria do padrão de vida dos comerciários e suas famílias, e, bem assim, para o aperfeiçoamento moral e cívico da coletividade.
Atual (conforme site do Sesc-DN)
Contribuir para o desenvolvimento humano e a qualidade de vida dos empregados do comércio de bens, serviços e turismo, seus familiares e por extensão a sociedade, promovendo acesso com qualidade a experiências, informações e ações nas áreas de cultura, saúde, esporte, turismo e educação. Nosso objetivo é ser reconhecido pela sociedade como a principal referência de acesso nas áreas de Cultura, Saúde, Esporte, Turismo, Educação e Meio Ambiente, por meio da oferta de experiências, conteúdos e infraestrutura de qualidade.
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Missão do SESI
No Decreto de Criação
Estudar planejar e executar direta ou indiretamente, medidas que contribuam para o bem estar social dos trabalhadores na indústria e nas atividades assemelhadas, concorrendo para a melhoria do padrão geral de vida no país, e, bem assim, para o aperfeiçoamento moral e cívico e o desenvolvimento do espírito de solidariedade entre as classes.
Atual
Promover a qualidade de vida do trabalhador e de seus dependentes, com foco em educação, saúde e lazer, além de estimular a gestão socialmente responsável da empresa industrial.
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4. Síntese Histórica (Sesc e SESI)a) Implantação gradativa nos Estados, a partir de 1946, com a criação das primeiras unidades operacionais ou operativas.
b) Expansão moderada na década de 50, com os Centros Sociais.
c) Expansão acelerada nas décadas de 60 e principalmente de 70, com a industrialização e a urbanização do país, o crescimento da economia e a modernização da sociedade. Criação da rede de equipamentos das duas organizações, conforme os modelos operacionais desenvolvidos pelas mesmas – Centros Culturais e Desportivos do Sesc, Centros de atividades e escolas do Sesi.
d) Consolidação a partir da década de 80, com uma nova fase de expansão nos anos subsequentes ao Plano Real, que permitiu o crescimento da Arrecadação Compulsória.
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5. Aspectos inovadores e iniciativas sociais de destaque, na História das Organizações
Apesar da origem conservadora na sua criação, as organizações do Sistema “S”, principalmente Sesc e SESI, nos diferentes campos da ação social, sob a influência da orientação humanista na base de sua implantação, apresentaram algumas inovações e realizações que devem ser registradas e lembradas, resumidas a seguir (outras podem ser lembradas posteriormente, esta é uma indicação inicial):
a) Escolha do lazer como campo prioritário de atuação, quando o tema era considerado de menor importância no meio social.
b) Inovações conceituais no planejamento e implantação dos espaços de lazer – associando interesses e modalidades nas artes, esportes e recreação.
c) Adoção de metodologias administrativas desenvolvidas em outras áreas, privadas e públicas, adaptadas para as condições peculiares das organizações.
d) Desenvolvimento de programas avançados de treinamento e de qualificação dos seus recursos humanos, justamente em áreas que não eram atendidas na época pelos meios educacionais (como lazer, recreação, turismo e hospitalidade).
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5. Continuação...
e) Desenvolvimento de estudos e pesquisas nas áreas relacionadas com o lazer, incluindo a criação de departamentos especializados (Celazer, no Sesc-SP). E conexão com as universidades, para ampliar esse campo de conhecimento.
f) Realização de programas de ação diferenciados, pioneiros na época de sua implantação: no atendimento à Terceira Idade, no Ambiente e no Turismo Ambiental, no trabalho com crianças, e na Ação Comunitária.
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6. Análise Prospectiva (utilizando a Matriz SWOT)
Cenário externo (fatos e tendências que independem da ação direta da área temática em questão para que eles ocorram).
OPORTUNIDADES
• Expansão das atividades – programas e projetos – do Sistema “S” em todo o país, ocupando espaços
não preenchidos pelo setor público e pelas organizações privadas. Com difusão das ofertas e das possibilidades de fruição do lazer em vista da ampliação do número de unidades operacionais pelo país.
• Desenvolvimento de metodologias de gestão nos diferentes setores socioculturais nos quais atuam Sesc
e SESI. Aprimoramento da qualificação profissional dos recursos humanos. Aprimoramento da qualidade dos serviços prestados.
• Confirmação do lazer como campo de atuação no futuro imediato e mediato, considerando as
modificaçoes tecnológicas da revolução digital, as mudanças socioculturais do Século XXI, as novas estruturas de uso do tempo social. Possibilidade de ampliação do raio de atuação institucional, alcançando a comunidade de forma multifacetada.
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AMEAÇAS• Iniciativas do poder público visando retirar verbas do Sistema, repassando-as para outras finalidades.
Ou possibilidade de redução da alíquota de contribuição às instituições do Sistema “S” por determinação do poder público.
• Ação valorizadora do Sistema junto à Sociedade brasileira pouco desenvolvida ou realizada. Os
agentes sociais têm pouco conhecimento das organizações, de suas estruturas de funcionamento, dos seus programas de ação e suas realizações. Pouco diálogo e interação sem muita consistência ou
continuidade, com os demais atores sociais. Pouco envolvimento ou conexão reduzida com as políticas públicas correlatas.
• Inconsistência programática e conceitual no desenvolvimento das ações. Fragilidades operacionais
decorrentes da falta de percepção sobre a abrangência do campo do lazer enquanto possibilidade de atuação profissional capaz de influenciar mudanças de percepção e comportamento frente às
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PONTOS FORTES• Manutenção a longo prazo das ações técnicas e operacionais. As organizações tradicionalmente têm
investido em processos de qualificação dos serviços prestados, na melhoria dos equipamentos próprios e na capacitação dos seus recursos humanos.
• Da mesma forma, as organizações, dentro de suas possibilidades, têm promovido debates técnicos e
metodológicos sobre as suas modalidades de intervenção, com reflexos positivos sobre a gestão dos programas e projetos do Sistema. De modo geral, observa-se o acompanhamento das tendências, dos estudos, das pesquisas, e das atuações profissionais dentro e fora das organizações.
• Ao longo dos seus setenta anos de existência e atuação, observa-se uma relativa conquista do respeito
das comunidades e dos cidadãos quanto às organizações do Sistema, processo que ocorre desde a sua fundação. Reconhecimento, identificação e aproximação com as marcas organizacionais como facilitadoras do entendimento dos usuários sobre o propósito das ações e serviços ofertados e consequente adesão do participantes.
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PONTOS FRÁGEIS
• Desigualdades identificáveis e verificáveis nas ações programáticas, entre os diversos
Departamentos Regionais.
•
• Descontinuidade na manutenção dos quadros técnicos e administrativos e nas ações
programáticas. E risco de descontinuidade nos programas de formação e qualificação dos
Recursos Humanos.
•
• Descontinuidade no desenvolvimento dos conhecimentos sobre o Lazer. Falta de incentivo
para a realização de mais estudos e pesquisas associados ao campo do lazer, o que influencia
negativamente na produção de conhecimentos sobre o campo.
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7. Análise Prospectiva, observações e conclusões gerais• Considerando as mudanças sociais, políticas, econômicas, urbanas, ambientais e
tecnológicas desta e das próximas décadas, as organizações necessitarão cada vez mais de
quadros de recursos humanos muito bem qualificados e sobretudo atualizados a respeito das
tendências observáveis ou possíveis na realidade social, organizacional, técnica e cultural. É
cada vez mais necessario pesquisar e implantar modelos de formação mais ajustados aos
novos tempos, às novas situações, às novas tecnologias, e aceitar as inovações sugeridas ou as
experiências propostas. Conforme apontado anteriormente, as organizações continuam
oferecendo possibilidades concretas para o desenvolvimento de proposições consistentes e
viáveis de intervenção na realidade sociocultural da sociedade brasileira. Mas somente
concretizarão essas possibilidades se puderem contar com um quadro consistente e muito
bem qualificado de pessoal, e que seja preservado e incentivado ao longo do tempo.
• Planejamento indispensável no atual momento: Adequar as redes físicas das organizações às novas
realidades. Em
muitos países, a estrutura de equipamentos de lazer ou de equipamentos
culturais está sendo repensada e readequada, justamente para corresponder às novas
exigências da população e para responder ao advento das tecnologias digitais, que
interferem direta e pesadamente nos comportamentos e atitudes individuais e sociais.
LAZER, RECREAÇÃO E ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL NO SÉCULO XXI: PRÁTICAS PROFISSIONAIS, ATIVIDADES E EXPERIÊNCIAS
• Apropriar-se dessas mesmas novas tecnologias. As organizações do Sistema “S”, de
modo geral,
utilizam intensivamente as novas tecnologias nos processos
administrativos convencionais, mas ainda são pouco consideradas e empregadas nas
programações de atividades socioculturais. Assim como avançaram ao estudar,
analisar e aplicar diretamente as teorias, noções e práticas do lazer no século
passado, podem avançar novamente com a inclusão consistente e efetiva das novas
tecnologias em sua ação direta.
• Finalmente, quanto ao cenário onde atuam as organizações, a sociedade brasileira,
com suas variações estaduais, regionais, urbanas e locais, as organizações do Sistema
têm uma missão ainda atual, mas é necessário, em primeiro lugar, demonstrar para
todos os agentes socioculturais que ainda podem desempenhar um papel relevante,
nas inevitáveis transformações e na vida individual e coletiva da população
beneficiária – comerciários, industriários e seus dependentes -, desde que propostas e
programas sejam pensados, definidos, decididos, planejados e implantados de acordo
com essas tão citadas novas realidades.
LAZER, RECREAÇÃO E ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL NO SÉCULO XXI: PRÁTICAS PROFISSIONAIS, ATIVIDADES E EXPERIÊNCIAS
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8. O Encontro Temático Institucional do Sistema “S” – ENAREL 2017
O Encontro do Sistema “S” tem feito parte da programação do ENAREL em suas seis últimas edições. Nessas ocasiões, foram debatidas várias questões concernentes às organizações do Sistema, com foco nas duas maiores, Sesc e SESI, e na perspectiva de suas ações técnicas e operacionais no campo do Lazer: como atuar com as novas realidades sociais, como atender aos jovens, como oferecer serviços de qualidade para crianças e adolescentes, como se integrar mais e melhor com os demais agentes sociais, etc. Foram elaborados relatórios sucintos dos Encontros, que podem ser consultados para melhor informação e conhecimento pelos interessados.
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8. ETI 2017 (Continuação...)
Com essa mesma orientação prospectiva, no Encontro de 2017 questionaremos:
• Como as organizações do Sistema poderão se adequar às profundas
transformações,
sociais,
culturais,
ambientais,
políticas,
econômicas
e
tecnológicas do Século XXI?
• Como revalorizar os campos da recreação e do lazer nas organizações do
Sistema “S”?
• Como as organizações do Sistema “S” poderão ampliar e aprimorar as suas
ações, nos diversos Departamentos Regionais, considerando a evolução das
variáveis socioculturais e socioeconômicas?
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8. ETI 2017 (continuação...)
Relativamente ao Encontro Temático Institucional do Sistema “S”, convém questionar:
• Como valorizar e motivar a participação do público, para novas tomadas de
decisão em futuros ETI?
• Como manter atualizadas as temáticas do Encontro, diante de todas as
transformações da sociedade atual?
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Caminante, no hay camino, se hace camino al andar.
Caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao andar.
LAZER, RECREAÇÃO E ANIMAÇÃO SOCIOCULTURAL NO SÉCULO XXI: PRÁTICAS PROFISSIONAIS, ATIVIDADES E EXPERIÊNCIAS