REGIONALIZA
ÇÃO
:
TEMA GEOGR
ÁFICO
E
POL
ÍTICO
—
O
CASO PAULISTA
(
*
)MARIA ADÊLIA A
.
DE SOUZA (1)INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo, é analisar o processo de regionalização
como elemento fundamental do processo de planejamento urbano e
regional e examinar o caso paulista, neste contexto
.
Neste sentido éimportante,desde jáfrisar que regionalização e planejamento assumem
uma conotaçãoextremamentedinâmica,oque,aliás caracteriza osseus
respectivos processos
.
Assim,
“
a região deve ser uma circunscrição de planejamento;como porém, para esta tarefa, não existe geografia que tenha valor
permanente, porque não fixar o desenho do planejamento regional,
de modo periódico, coincidindo com a ocasião de elaboração de cada
plano?” (1)
.
Está ainda, na base deste artigo,
a idéia de que a for-mação de quadros regionais, ou melhor, a estruturação de regiões
,
éfeitaeconduzida pela organização epelo desenvolvimento doprocesso
de urbanização
.
Neste artigo, a regiãoé entendida, como um quadroorganizado, estruturado, sistémico, dentro do qual, é impossível ma
-nipular uma série de elementos, que implicam no processo de desen
-volvimento de uma determinada área
.
Assim, aqui também, a regiãoé entendida, como unidade de planejamento teritorial
.
A região deplanejamento regional ou “region daménagement” é uma regi ão a
reconhecere nãoa inventar
.
A regiãoé um compartimentodo espaçoondeoshomens vivem em solidariedade de economia e de comporta
-mento
.
A região implica em umacoordenação de origem urbana aomesmo tempo que apresenta uma relativa autonomia, em relaçãoaos
grupos territoriais vizinhos
.
A presença de um centrourbano é umacondição necessária desuaexistência
.
Na falta de uma cidade anima-is) Recebido para publicação em dezembro de 1974
.
(1) BOURJOL, Maurice,in Regionet AdministrationRegionale
—
Edi -tions Berger—
Levranet,
Paris,
1970,
pág.
8,no prefácio que é de Georges>%y--.\ \i~.yz
104 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
dora, de uma cidadecentralizadora,o espaço permanece não estrutu
-rado
.
Uma sólida dotação urbana, será então, o primeiro passo a serdado, na estruturação dos quadros regionais
.
A cidade é o polo decristalização da personalidade regional, porque ela é o seu nó de cir
-culação
”
.
(2).
A dinâmica das atividades humanas, sobretudo aquelas de natu
-reza económica, têm implicado num acelerado processo deurbaniza
-ção
.
Este, por sua vez, tem como causa imediata, a estruturação doespaço em regiões
.
Concomitante e sistematicamente, tem sido enfa-tizada a importância do planejamento na escala regional
—
um planoregional constituindo um quadro satisfatório, onde os programas e projetos de desenvolvimento, quer sejam de importância nacional ou
local, podem ser perfeitamente ajustados
.
O planejamento regional,por outro lado,oferecea ocasião de semobilizar os recursos humanos
de uma área, a fim de favorecer o programa económico e social no
nível local, respeitando os objetivos do desenvolvimento nacional
.
Destaforma, a região se configura comouma peça essencial do pro
-cesso de desenvolvimento, pois ela se constitui em um nível de coor
-denação e decisão
.
No entanto, acaracteriza
ção e a definição do es-paçoregional
,
quadro territorial de uma política de desenvolvimento,
é que seconstitui num
dos primeiros problemas a seremenfrentados.
Tentar
-
se-
á neste artigo, sistematizar alguns subsídios de natu-reza teórica, para compreensão do fenômeno regional, identificar al
-gumas estratégias, para uma atuação no campo do planejamento, e,
finalmente, analisar esta conceituação teórica, à luz da experiência
paulista,
Esta tarefa nãoé fácil, dadaa complexidade do tema e aexigui
-dade da literaturaque, na maioria dasvezes,encontra
-
sedispersapelasmúltiplasexperiências de planejamento regional existentes no mundo
.
Inúmeras são as regiões do globo,que têm sido passíveis de um
processo de desenvolvimento regional
.
No Brasil, ele ainda é recen-te, embora a experiência paulista,é aquela que a nosso ver, se apre
-senta melhor consolidada
.
É preciso, contudo, que os objetivos do desenvolvimento regio
-nal,ou melhor
,
da AçãoRegional paulista,sejam bem compreendidos,a fim de que sejam também entendidos os seus limiteseo seu signi
-ficado
.
Enfim
,
é preciso queseaceiteque“uma regiãoé sobre aterraumespaço preciso, mas não imutável, inscrito num quadro natural dado
e respondendo a três características essenciais: a primeira delas são
?.
(2) LABASSE,Jean inUorganisation de /
’
espace—
Elementsde Geo-graphie Volontaire
,
Hermann, Paris,1966, pág.
397 e seguinte.
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-
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I
;
J
;105
MARÇO DE 1976
—
N? 50oslaços que existem entre os seus habitantes; a segunda, a sua orga
-nização em torno de um centro, dotado de uma certa autonomia e a
terceira, a sua integração funcional em uma economia global . “A
regiãoéo resultadode uma associação de fatores ativos epassivos, de
intensidades variadas, cuja dinâmica própria, define os equilíbrios in
-ternos ea projeção espacial
”
(3).
1
.
O significado doenfoqueregional: conceituação básicaPara se ter uma idéia dacomplexidade dotema,foram seleciona
-das uma série de definiçõesde REGIÃO, cujos conteúdose objetivos
são altamente diferenciados
.
Oque seria, portanto, a região,essa unidadedecoordenação,em
nível de decisão? Antes de se prender a sua definição e conceituação
parece oportuno descrever algumas das múltiplas definições
,
chama-das definições gramaticais
,
analisadas no l.
°
Seminário Inter-
Ameri-cano sobre definição de regiões para o planejamento do desenvolvi
-mento(4)
.
Eis, algumas das definições tratadas naqueleSeminário:Região: “Porção do território
,
determinada por caracteres étni-cos ou circunstanciais especiais de clima
,
produção, topografia,
admi-nistração, governo, etc
. . . .
”
—
Dicionário da Língua Espanhola,17
.
a edição,
página 1.083, Real Academia Espanhola.
Região:
“
País,
território,
comarca,
demarcação”—
DicionárioEspanhol de sinónimos e antónimos
,
Sains de Robles,
página 939,edição Aquilar
.
Região:
“
Parte de um território,
caracterizado por seus antece-denteshistóricose por sua geografia, cujos habitantes conservam seus
antigos costumes, seu idioma
;
;etc.
..
.
” Em alguns países,
como aEspanha
,
tem categoria administrativa (Astúrias,1
Castiila la Vieja,Cataluna); espaço, que segundo a filosofia antiga, ocupava cada um
dos quatro elementos”;figurado:
“
Todoespaçoquese imagina,
ser demuita capacidade”
—
Dicionário Enciclopédico UTEHA, tomo 8.
°
,
T
-
ROB, página 1.137.
(3) GEORGE, Pierre, in La Géographie Active
,
P.
U.
F.
, Paris,1964.
Quatrième Partie, pág.
303 e seguintes^
(4) ALVAREZ Y LEZANA, Francisco José
—
Diversas DefiniçõesdeRegião
,
Áreas Metropolitanast Pólos principais de Crescimento,
PlanificaçãoRegional
,
I.P
.
G.H
,—
Instituto de Pesquisas Geográficas Históricas, orga-nismo da OEA, 10Seminário Inter
-
Americano sobre definição de regiões para o planejamento do desenvolvimento—
Hamilton, Otawa—
Canadá, setem -bro de 1967.
: : I i; $h\106 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA Região: direção, bairro, região, reger, dirigir, ser regente
“
Partecontínua
,
mais ou menos extensa, de uma superfície ou espaço; espa-ço
,
parte da superfície da terra (terra ou mar), de extensão conside-rávele, usualmente, indefinida; um localespecífico, uma divisão admi
-nistrativa, deuma cidadeou território (como:ele,Constantino
,
dividiu Constantinopla em14 regiões ou bairros”—
“Decadência do ImpérioRomano” , de Gibbon
-
XVII); em geral, uma área ou parte de super-fície; também uma parte ou divisão do universo, o céu
,
o interior da terra, etc.
.
. .
(como “ Em que longínqua—
distante região de céu, mergulhado em profundo silêncio, dormes tu, quando tudo está em calma?”
,de Thompson, Inverno, 116); qualquer dasdivisões sucessi-vas em que
se
considera dividida a atmosfera, segundo a altura ou, omar segundo a profundidade;em geral, uma parte do espaço, ou um corpo, também figurado, um domínio, reino ou esfera (como a região da arte e da ciência)”
—
Dicionário NewCentury,
página 1.507.Região:
“
Grande espaço, quer seja na terra, no ar ou no céu”—
Novo Dicionário Espanhol-
Alemão, por LUlZ TOLHANSEN, tomo 2,página535.
Além dessas definições chamadas gramaticais, inúmeras outras
,
podem ser citadas: “A região éum organismo vivo,que muda node
-correr do tempo;seu núcleo pode expandir
-
se ou contrair-se, seuslimites podem mudar, sua estrutura alterar
-
se.
Enfim, as regiões ex-perimentam uma mudança constante, às vezes lenta ou rápida, em
termos desua dimensão básica
” .
Na realidade, pode
-
se permanecer citando, uma sequência ili-mitada de conceitos e definições de região; tal fato vem denotar tão
simplesmente, a complexidade e a variabilidade do conceito regional
.
Contudo, cabe aqui, especular a respeito da região
—
o quadro ope-racional de uma política de desenvolvimento
.
Neste campo, ainda,
as especulações são inúmeras
.
Neste sentido, serão citadas aqui resu-midamente as proposições de PERROUX (5)e BOUDEVILLE (6),
relativas ao conceito de região, as quais tem sido o ponto de partida de vários estudos e teorias no campo do planejamento e da ciência
regional
.
Eis alguns deseus conceitos:1 . 1
.
A região homogénea, é aquela onde se destaca um fator dehomogeneidade paradefini
-
la, podendoser:(5) PERROUX, François, in VEconomie du XX
.
ème Siècle, P.
U.F., Paris, 1964.(6) BOUDEVILLE, Jacquçs, in Les espaces economiqttes
,
P.U.
F.
, Pa -ris,1961,1
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-.1MARÇODE 1976
—
N<> 50 1071 . 1
.
1.
—
uma unidade natural, onde haja predominânciade traços físicos: relevo, clima, vegetação;
1 . 1
.
2.
—
uma
unidadehistórica,
étnica oucultural, comoporexemploáreas de antiga colonização;
1 . 1
.
3.
—
uma unidade económica,
caracterizada por suaatividade económica dominante
.
1 . 2
.
A região polarizada (ou funcional, ou geográfica), espaçosubmetido àinfluência dominante de um polo
.
Exemplo: asregiões polarizadas do IBGE
.
1 . 3
.
A região operacional,
domínio de intervenção de uma au-toridade
.
1 . 3
.
1.
—
uma circunscriçãoadministrativa, judiciária,
mi-litar etc
.
;1 . 3
.
2.
—
uma unidade de coordenação e implantaçãodeum plano ou programadedesenvolvimento
.
2.
A região,
quadro operacionalde uma política de desenvolvimento.
O exame de toda uma conceituação
,
sobre a região consideradacomoquadro de uma política de desenvolvimento, conduz à identifi
-caçãode
uma
série decaracterísticas,
inerentes ao nível regional, quersejam:
2 . 1
.
—
Toda região(espaço organizado),
deve serconsideradaco -mo parte de umtodo,
maior do que ela;2 . 2
.
—
A relaçãoéumacaracterísticainerente àregião;2 . 3
.
-
—
A dinâmicamanifestada sob múltiplos aspectos, explici-ta o nível regional;
2 . 4
.
—
A existênciade regiões,decorrede um dado fundamental:o espaço é diferenciado enão uniforme
.
Avariabilidade do conceito regional, se prende à multiplicidade deobjetivos para os quais a região édefinida
.
Oque se evidencia,noentanto,é que a multiplicidadedas atividades humanas é que promo
-ve aquela di-versificação do espaço
,
denotando níveis distintos dedesenvolvimento
.
A estruturação do espaço regional, porquanto, sedá sempre a partir de núcleos
,
pontos de convergência do homem ede suas atividades; assim sendo, à medida da ampliaçãoe dinâmica do
processo de urbanização, consolida
-
se uma rede urbana e, consequen-temente, a região
.
O binómio cidade-
região, passa a se constituir noelemento de manipulação do processo de planejamento
.
Toda a108 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
dinâmica urbana reflete uma dinâmica regional; toda a decadência ur
-bana denuncia umadecadência regional
.
3
.
Os fundamentos de uma Política de Desenvolvimento Regional.
Aescolhada região
,
comoquadrodo processode desenvolvimen-to,apresenta um duplo interesse:
a) Permite
uma
melhor colocação dos problemas,
notadamenteaqueles de caráter social e humano;
b) Facilitaa descentralizaçãodasatividades governamentais ea
coordenação das operações setoriais, que se efetuamna região,
e, a integração dos projetos locais
.
Por outro lado, a região se justifica face aosseguintes elementos:
—
Aceleração do processo de urbanização,que evidenciauma maior intensidade na estruturação das regiões;
—
A existência de uma série de fatores,
que devem sermanipulados no processo de desenvolvimento, que ex
-travasamaoâmbito local, eque têm implicações noní
-vel mais amplo
,
nacional.
—
A região seconstitui numa unidade intermediária,entreoescalão nacional ou escalão maior e o escalão local,
ou escalão menor
.
—
A região seconstituinonível de integração dosdiversosaspectos físicos, económicos, demográficos
,
educacio-nais, administrativos, e muitos outros, que forçosamen
-te devem ser manipulados no processo de desenvolvi
-mento
.
3.1
.
—
Características fundamentais da região operacional*• quadro
deuma políticade desenvolvimento regional:
3.1
.
1.
—
'..V:
V
m:
wmm
. ...Característicasespaciais, dimensõese limites
.
Asdimensões de uma região deverão ser suficien
-temente pequeno,
para permitir a coordenação um certo númerode operaçõeslocais,
formando um conjunto relativamente complexoe suficien -temente pequenas, para permitir a coordenação direta e um controle eficaz das operações quenela são desenvolvidas
.
O seu tamanho, por-tanto,dependerá de uma série de fatores: den
-sidade demográfica, maior ou menor homoge
-neidade no espaço regional, amplitude da pola
-rização urbana, possibilidades de articulação
administrativa e técnica; •: •
>
i
3 ' : 3 ) * I iMARÇO DE1976
—
N?50 109V
3.1*2
.
—
A estruturada região.
Ela deveserum conjun-to geográfico e sócio
-
econômico diferenciado,
complexo, polarizado, orgânico e integrado
.
Decorrentedoseuprópriotamanho
,
só excepcio-nalmenteé quearegião operacionalseconstitui
num todo homogéneo
.
Por outro lado, sendo palco dasatividadeseconómicas,
das relaçõeshu-manas
,
a regiãoforma um tecidosócio-
económi-co, caracterizado pela presença de póios mais
ou menos ativos e de fluxos mais ou
menos
intensos
,
segundo seu grau de evolução (fluxosde pessoas, de bens, de capitais, etc,)
.
Há in-teresseem se estruturar oespaço regional detal
forma, que cada região seconstitua num todo
orgânico, realizando o máximo de integração entre as diversas partes;
3 . 1
.
3.
—
A posição da região,
no conjunto estadual e nacional;inter-
regional.
A região não se cons -titui num espaço autárquico, mas num espaçoaberto às relações com o exterior (o que éex
-teriora ela
,
região),
suaintegraçãonumconjun-to maior e,sua solidariedade com as outras re
-giões, sãoascondições essenciais,para umcres-cimentodo territórioe,deve figurar comoobje
-tivo essencial do desenvolvimento regional e de uma estratégia inter
-
regional;3 . 1
.
4.
—
A importância do fator tempo.
A região, rea-lidade móvel
,
ésempre um projeto a executar.
A região operacional não deve serconsiderada
,
unicamente, do ponto de vista de sua dimensão
espacial e de sua realidade atual, mas também,
e sobretudo,sob o aspectodinâmicoeprospecti
-vode sua evolução,de suas tendênciase desua
prospecção
.
Estassão, resumidamente, algumas idéias, de natureza eminente
-mente teóricas, porém fundamentais
,
paraa compreensão de qualquerprocesso de regionalização. Como foi visto, a regiãoéum quadro ter
-ritorial
,
portanto geográfico,político,
móveledinâmico.
;Torna
-
se ainda indispensável,
um esclarecimentode naturezater-minológica, para a compreensão deste texto
No Brasil, criou
-
se a nível Federal, para atender a amplitude dadimensão territorial,
uma
terminologia,paraa explicitação do fenôme-\
\
:
110 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
no regional
.
Assim, as macro-
regiõescorrespondem às grandes regiõesgeo
-
econômicas brasileiras, sendo,
a grosso modo, a área de juris-dição das Superintendências de Desenvolvimento Regional (Sudene, Sudam, Sudesul)
.
Às regiões,correspondem ascircunscrições adminis -trativas estaduais; cada Estado, na terminologia usual do nível Fede -ral,
correspondea uma região.
Na terminologia federal ainda, encon-tramos as micro
-
regiões, que são unidades territoriais intra-
estaduais.
A nível dos Estados, contudo, a terminologia é totalmente dife
-rente, pois a dimensão do fenômeno é outra
.
Às micro-
regiões fede-rais, correspondem as regiões definidas pelos estados
.
No contextodeste artigo,são chamadosde região
,
osespaços es-truturados, que são objeto de intervenção do processo de planejamen
-to
.
1Assim sendo, para melhor compreensão do texto, na conceitua
-ção teórica,os termos regiãoe regional,significam oqueanível federal é denominado de micro
-
regional.
A Regionalização do Estadode São Paulo
Apreocupação de regionalização do Estado de São Paulo é bem
antiga, se considerada a história desse processo, noBrasil
.
Já em 1954,o Pe
.
LEBRET, num trabalho que realizou para aComissão Interestadual da Bacia Paraná
-
Uruguai, identificava qua-dros territoriais
,
no Estado de SãoPaulo.
(7).
Posteriormente, uma série de trabalhos da mesma natureza, fo
-ram realizados para o Estado de São Paulo: a maioria deles de
car
á -ter eminentemente analítico, numa tentativa de compreensão daestrutura territorial do Estado; outros
,
de natureza estratégica, ten-tando definir objetivos e formular uma política de desenvolvimento regional para o Estado (8)
.
(7) SAGMACS
—
Problemas de Desenvolvimento,
Necessidades ePossibilidades do Estado de São Paulo
,
CIBPU, São Paulo, 1954.
(8) Com relação ao primeiros poderemos citar além daqueles elabora
-dos pela ANPES e pela CIBPU (estudo realizado por Paulo Yokota), o tra-balho de Jurguen Langenbuch,denominado “A Organização Urbana do Estado de Sâo Paulo” , analisado pela circulação de ônibus intermunicipais; o traba
-lho da professora Elza Coe-lho de Souza Keller denominado “Organização Urbana do Estado de São Paulo”; cabe ainda referência, aos estudos de re-gionalização desenvolvidos pelo Grupo de Planejamento, durante o Governo
Carvalho Pinto, cuja proposta consta do II Plano de Ação, daquele Governo;
otrabalho elaborado pelo CEPEU
—
Centro de Pesquisas eEstudos Urbanís-7r ( .•
:
.
Êí
V-MARÇODE1976
—
N*50 111i
i
A maioria dos estudos realizados
,
identifica dois escalões prin-cipais, na estrutura territorialdo Estado: o escalão regional e o esca
-lãosub
-
regional.
Como o objetivo deste artigo é discutir a região, objeto de um processo de planejamento, serão analisados os dois tipos de divisão
regional
,
que no Estado deSão Paulo, serviriam de basepara a açãodo governo: a divisão regional do Estado para efeito de descentra
-lizaçãoadministrativa,ea divisão regional doEstadodeSão Paulo, que
serviu de subsídios aos estudos que fundamentariam uma Política de
Descentraliza
ção Industrial.
A primeira, elaborada por equipe téc-nica da Secretaria do Planejamento, em 1967
,
e revista pela Coorde-nadoria de Ação Regional, da mesma secretaria,em 1970; a segunda,
elaborada pelo grupo de Análise Territorial da Assessoria de Polí
-tica Económica, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo,
em 1969
.
4
.
A Regionalização Administrativa do Estado de São Paulo A divisão regional administrativa proposta para o Estado deSão Paulo, pode ser caracterizada, sumariamente
,
da seguinte forma:trata
-
se da definição de áreas e núcleos, possíveis de serem adotadospela Administração central e setorial do Estado, como unidade de
supervisão administrativa, em níveis pré-determinados e excluídos os
setores, cuja atividade não guarda proporcionalidade com a popu
-lação regional
.
A determinação dessas áreas e núcleos,
baseou-
se em uma análise da rede urbana e sua área de influência, como se sabe,matriz adequada de referência, para a implantação de serviços pú
-blicos, Escolheu
-
se, na hierarquia urbana, dois escalões de áreaspolarizadas, cuja utilidade para a Administração estadual, já fora
avaliada
.
Este aproveitamento seletivo da rede urbana não leva,obviamente, ao destaque da hierarquia urbana, que interessa à gama
maior de agentes determinantes do desenvolvimento regional
.
Nestarede, apenas se indica, para cada área de características quantitati
-vas
controladas, qual o polo urbano, que situação =apresenta paraabrigar a sede de um órgão de supervisão administrativa correspon
-dente à área
.
v• ;ticos
—
,da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, denominado “Re-gionalização do Estado de São Paulo”
.
Entre os documentos estratégicos(denomina
-
se aqui estratégicos, os documentos que apresentam algumas for-mulações, em termos de dretrizesgerais de uma política de desenvolvimento
regional,para oEstado de São Paulo),está o documento doarquitetoLuisCar
-los Costa, denominado “Estrutura do Desenvolvimento Territorial do Estado
de São Paulo” (inédito)
.
Este trabalho fundamentou a regionalização admi-nistrativa implantada no Estado, em 1967
.
í\
112 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
Deve
-
se reconhecer porém, que o modelo proposto aos órgãosde Administração estadual, desempenham subsidiariamente, um pa
-pel de modelo para o planejamento indicativo.
Assim, a regionali-zação proposta
,
poderia cumprir uma dupla missão ligada ao pla-nejamento administrativo e ao planejamento indicativo
.
De um lado, pelo fato de ter implicado em alguns casos específicos em hipótese quanto ao desenvolvimento da rede urbana,
aliás indispensável paraque omodelo tivesse validade a médio prazo
,
e correspondesseassim,ao ritmo das transformações administrativas decorrentes; por outro
lado
,
na falta de um modelo completo este tem servido,
ocasialmente,de referência a agentes externos ao Estado
.
Como simplesmodelo locacional para a Administração estadual,
a divisão regional proposta, tem limitações, pois sabe
-
se que, em ní-vel supramunicipal, mas inferior ao das sub
-
regiôes,
denominado denível supralocal, inúmeros serviços têm seu melhor nível de coor
-denação executiva.
Assim,
programou-
se como prioritários,
os es -tudos que visam rever a divisão administrativa proposta e detalhá-
laao nível pelas necessidades administrativas
.
Esta seria uma das tarefas a serem desenvolvidas, logo após a
implantação da regionalização administrativa
.
Esta tarefa, contudo,não foi até hoje realizada
.
É igualrnente claro, que o modelo pro-posto, não corresponde à indicação dos lugares preferenciais para a
implantação de obras e serviçosdoEstado
.
Este modelo,
portanto,era
um modelo para efeito de localização das agências administrativas
do Governo
,
das unidades descentralizadas da Administração esta-dual
.
Dois eram os objetivos fundamentais da política de desenvolvi
-mento regional:
a) O primeiro deles, de natureza económica, política e social,
de promover o planejamento indicativo regionalizado do
Estado, a fim de atenuar os desequilíbrios provocados pelo rápido
processo de urbanização e industrialização
.
Visava, basicamente irao encontro das iniciativas das populações interioranas
,
regionais e locais, aproximando-
as e estimulando-
as a participar mais de pertodas decisões do governo; eliminar o subaproveitamento dos
recur
-sos disponíveis nas áreas problema, quer sejam aquelascongestiona
-das
,
como a área da Grande São Paulo, ou aquelassubdesenvolvidas,como o litoral
,
o Valedo Ribeira, e outras.
b) O segundo, um objetivo administrativo e técnico de promo
-ver a introdução de critérios de regionalização na adminis
-tração estadual
,
ainda marcada por uma excessiva centralização e porcritérioslocacionais insuficientes, no planejamento de suas atividades,
a fim de: í I É ? 1
i
"•s -•J» . M. iMARÇO DE1976
—
N?50 113FSS5
—
racionalizar edescentralizar
a máquinaadministrativa
dogoverno;
—
propiciar um melhor atendimento às populações do inte-rior
,
no que concerne aos serviços públicos.
Estes foram os objetivos que ditaram a implantação da ação regional no Estado de São Paulo
.
Desta forma, foram identificadas, primeiramente, 10 (dez) regiões e posteriormente mais uma, con-substanciando onze regiões.
A metodologia (9) para identificação do escalão regional foi a
seguinte:
—
definir cerca de 10 ou 12 unidades regionais, no Estado;—
o pólo regional ser acessível, por umdeslocamento máximode cerca de 3 horas e meia, ou 180 km, o que permite a
viagem de ida e voltano mesmo dia,deuma pessoa, quando ela habita na periferia da região;
—
A população de cada uma dessas regiões deveria variarentre 500 a 1.500 mil habitantes;
—
A cidade pólo da região,deveria abrigarno mínimo,
50.000habitantes e ter, na medida do possível, uma posição cen
-tralizadora dos deslocamentos populacionais
.
O escalão das sub-regiões:
—
Definição,
inicialmente, de cerca de 50 unidades,
em todoo Estado, excluindo a Grande São Paulo;
—
O pólo sub-
regional deve ser acessível às populações, porum deslocamento máximo de 2 horas, ou seja, de 50 km,
ou no máximo 80 km, o que permitiria, à população
,
via-jar
,
num mesmo dia ida e volta;—
A cidade pólo da sub-
regiâo deveria conter sempre umapopulação superior a 10.000 habitantes, excepcionalmente
mais de 5.000
,
e centralizar os núcleos populacionais;—
A população das sub-regiões, em geral,
variava de 80 a250 mil, e, na sub
-
regão que coincidia com a localização do pólo regional, essa mesma população variava da ordemde 200 a 500 mil habitantes
.
O mapa I
,
mostra a regionalização paulista resultante dessesparâmetros
.
Assim, identificou-
se a região da Grande São Paulo co-mo nível hierárquico superior do sistema regional paulista
.
(9) Metodologia elaborada pelo arquiteto Luiz Carlos Costa.
1 :
!
i ; •114 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA Em29lugar,identificou
-
searegiãodo litoralcomtrês sub-
regiões:—
a sub-
região de Santos,
a sub-
região de São Sebastião e asub
-
região do Vale do Ribeira,E 39lugar,a regiãodo Vale do Paraíba, contendo 3 sub
-
regiões:—
a sub-
região de São José dos Campos,
a sub-
região deTaubaté e a sub
-
região de Guaratinguetá.
Em 4? lugar, a região deSorocaba,
contendo 7 sub
-
regiões:-
—
a sub-
região de Sorocaba, a sub-região de Tatuí, a sub--
região de Itapetininga,
a sub-
região de Capão Bonito, asub
-
região de Itapeva,
a sub-
região de Avaré,
a sub-
regiãode Botucatu
.
Em 5
.
°
,a região de Campinas, contendo:—
asub-
regiãodeCampinas,
a sub-
região dePiracicaba,a sub--
região de Limeira, a sub-
regiãode Rio Claro,
asub-
regiãode São João da Boa Vista, a sub
-
região de Casa Branca, asub-
região de Jundiaí,
easub-
regiãode Bragança Paulista;Em 6
.
°
, a região de Ribeirão Preto:—
sub-
região de Ribeirão Preto, sub-
região de Ituverava,sub--
região de São Joaquim da Barra, sub-
região de Barretos,
sub
-
região de Jabotieabal,
sub-
região de Araraquara,
sub--
região de São Carlos.
Em 7
^
,
a região de Bauru, que foi posteriormente subdividida,
abriga:
—
sub-
região de Bauru, sub-
região de Lins.
Em 89
,
a região de São José do Rio Preto, abrigando:—
sub-
região de São José do Rio Preto,
sub-
região de Ca-tanduva, sub
-
região de Votuporanga, sub-
região de Fer-nandópoíis, sub-região de Jales
.
Em 9
.
°
,
a região de Araçatuba, abrigando:—
a sub-
região de Araçatuba,
a sub-
região de Andradina.
Em 10
.
°
, a região de Presidente Prudente:•
—
sub-
região de Presidente Prudente, sub
-
região de Presi-dente Venceslau, sub
-
região de Dracena, sub-
região deAdamantina, e sub
-
região de Oswaldo Cruz.
!
I 31
-
iíU sffi
:
l
á
MARÇODE 1976
—
50 115 E finalmente, a região de Marília, desmembrada da região deBauru, que abriga
:
—
a sub-
região de Marília, a sub-
região de Assis, a sub-
regiãode Ourinhos e a sub-região de Tupa
.
O Quadro I, nos dá portanto, a dimensão de cada uma dessas regiões e sub
-
regiões, em termos de superfície, de população total,
de população urbana e população rural
.
Elas devem, na medida do possível, atender às características metodológicas mencionadas an-teriormente
.
Importante notar
,
decorridos praticamente 7 anos, da implanta-ção do sistema regional paulista, que: muito embora as divisões re
-gionais servissem de base a descentralização administrativa, ela ser
-viu também de elemento ativador da organização regional
.
Nestesentido, ela veio fortalecer os polos e sub
-
pólos das regiões e sub-
re-giões definidas
,
e veio também servir de parâmetro, para a implan -tação deumasériede programas doGovernodo Estado.
O sistema rodoviário do Estado vem sendo definido de forma
a promover uma das características inerentes ao planejamento regio
-nal
,
que é a relação inter-
regional.
Atéentão, os eixos de penetraçãopara o interior do Estado eram paralelos; não havia, por exemplo
,
comunicação entre as diferentes regiões do Estado
.
Hoje,
o sistemarodoviário permite este tipo de integração, o que vale dizer
,
que vemfavorecendo as configurações daqueles quadros regionais
,
idealiza-dos em 1967
.
A institucionalização das regiões administrativas do Estado foi
feita pelo decreto n
.
°
52.576, de 12 de dezembro de 1970, em suaultima forma
,
decreto esse que dispõe sobre as regiões que deverãoser adotadas pelos órgãos da Administração Pública, e que está ane
-xado neste artigo
.
Correspondendo aos dois objetivos gerais, anteriormente expli
-citados, foram definidos
,
para a Ação Regional,
dois objetivos espe-cíficos:
A
—
O primeiro deles, visava instalar um sistema de planeja-mento regionalizado do desenvolvimento estadual
.
SEste
sistema de planejamento regionalizado operaria em di
-ferentes escalões, que deveriam ser determinados erafunção dos objetivos do Governo e das possibilidades
operacionais de implantação
.
Para o escalão do conjun-to do Estado, na medida em que fossem definidos obje
-QUADRO 1 REGIÕES ADMINISTRATIVAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
—
1970MUNICÍPIOS SUPERFÍCIE
k m
1
—
REGIÃO DA GRANDE SÃO PAULO 7.9652
—
REGIÃO DO LITORAL 15.4662.1
.
Sub-
Região de Santos 3.2992.2. Sub-Região deSão Sebastião 1.977
2.3. Sub
-
Região doVale do Ribeira 10.1903
_
_
REGIÃODO VALE DOPARAÍBA 14.2913.1. Sub
-
Regiãode SãoJosé dos Campos 4.1523.2.Sub
-
Região de Taubaté 3.8203.3
.
Sub-Região de Guaratinguetá 6.3194
—
REGIÃO DE SOROCABA 40.5944.1. Sub-Região de Sorocaba 7.428
4.2. Sub
-
Região deTatuí 2.3554.3
.
Sub-Região de Itapetininga 4.6434.4. Sub
-
Região de Capão Bonito 7.0524.5. Sub-Região de Itapeva 7.628
4.6
.
Sub-
Região de Avaré 6.6634.7. Sub
-
Região de Botucatu 4.8255
—
REGIÃO DE CAMPINAS 26.9135.1. Sub
-
Região de Campinas 7.1505.2. Sub-Região de Piracicaba 3.415
5.3. Sub-Região de Limeira 3.043
5.4. Sub
-
Região de Rio Claro 2.9965.5. Sub-RegiãodeSão João da Boa Vista 2.363
5.6. Sub-Região de Casa Branca 3.861
5.7.Sub
-
Região de Jundiaí 1.4885.8
.
Sub-
Região de Bragança Paulista 2.5976
—
REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO 36.6086.1
.
Sub-
Região de Ribeirão Preto 9.1066.2
.
Sub-
Região de Franca 3.494i
:•
POPULAÇÃO POPULAÇÃO POPULAÇÃO i
TOTAL URBANA RURAL
j
8.104.904 7.831.086 273.818 i 836.529 716.741 119.788 668.956 636.041 32.915 i 47.382 38.502 8.880
l
120.191 42.198 77.993!
786.595 584.809 201.786 í 274.562 213.304 61.2581
227.107 166.291 60.816:
284.926 205.214 79.712 ’ 1.097.959 641.751 456.2081
456.670 317.933 138.737i
:
ê 96.712 67.620 29.092 100.263 54.405 45.858 H 79.248 20.110 59.138]
141.218 56.224 84.994 110.031 55.774 54.257 113.817 69.685 44.132 2.089.816 1.488 .179 565.637 849.630 648.099 201.531 226.413 137.225 53.188 249.807 192.970 56.837 109.862 85.214 24.648 131.588 80.995 50.593 139.035 77.761 61.274 238.772 191.455 47.317 144.709 74.460 70.249 1.400.937 1.002.388 397.549 431.376 333.345 98.031 149.131 107.193 41.9186.3. Sub
-
Região de Ituverava6.4. Sub-Região de São Joaquimda Barra 6.5. Sub
-
Região de Barretos6.6. Sub-Região de Jaboticabal 6.7. Sub
-
Região de Araraquara 6.8.
Sub-Região de São Carlos 7—
REGIÃO DE BAURU7.1. Sub-Região de Bauru 7.2. Sub
-
Região de Lins 7.3. Sub-
Região de Jaú8
—
REGIÃODESÃOJOSÉDO RIO PRETO 8.1. Sub-
Região de SãoJosé do Rio Preto 8.2. Sub-
Região de Catanduva8.3. Sub
-
Região de Votuporanga8.4. Sub-Região de Fernandópolis
8.5. Sub
-
Região deJales 9_
REGIÃO DE ARAÇATUBA9
-
1.
Sub-Regiãode Araçatuba9.2
.
Sub-
Região de Andradina10
—
REGIÃO DE PRESIDENTE PRUDENTE10.1. Sub
-
Região dePresidente Prudente10.2. Sub
-
Região de Presidente Venceslau10.3. Sub
-
Região de Dracena10.4
.
Sub-
Região de Adamantina10.5. Sub
-
Região de OsvaldoCruz 11—
-
REGIÃO DE MARXLIA11.1
.
Sub-
Região de Marília11.2
.
Sub-
Região de Assis11.3. Sub
-
Região de Ourinhos 11.4. Sub-
Região de TupãFonte: Resultadospreliminaresdo RecenseamentoGeral de1970
2.841 89.899 51.535 38.364 3.207 81.583 53.572 28.011 4.188 114.177 82.059 32.118 4.626 200.142 133.547 66.595 6.301 2Í3.762 145.703 68.059 2.845 120.887 95.434 24.453 16.234 544.169 372.224 171.946 9.387 290.507 202.925 87.582 3.847 115.652 73.074 42.578 3.000 138.010 96.225 41.786 27.223 929.184 515.094 414.090 12.592 399.025 243.880 155.145 4.740 172.504 99.492 73.012 3.168 100.078 51.415 48.663 3.125 99.443 47.582 51.861 3.598 158.134 72.725 85.409 19.039 531.276 305.524 225.752 12.107 357.574 211.310 146.264 6.932 173.702 94.214 79.488 25.177 709.855 359.369 350.486 9.638 284.850 162.533 122.317 8.891 142.958 65.968 76.990 2.957 107.903 52.536 55.547 2.300 111.080 52.536 58.544 1.391 63.064 25.976 37.088 18.806 678.344 377.902 300.442 5.171 221.314 129.056 92.258 6.208 176.384 92.662 83.722 5.590 199.419 108.398 91.021 1.837 81.227 47.786 33.441 IBGE
MAPA
1
D I V I SÃO P O L T TIC O-A O M INIS T R A T1V A A f i o R E G I O N A L S E C R E T A R I A D EE C O N O M I A E P L A N E J A M E N T O r s •I \• TU V E o ATíGA AfAC A BARRETOWS J 2 A s>psr>Dd«io p AR A C AÍTÍI B J RK&iPRÔT
5) AC/E 1 N A T l N o o. CRU ARAfeUABA C A S A PfVEí.vENcesL J V I S T * •jAR RUDgWTF 8AUR JAU AR tfl S CIÇ A BC/TUC AT MRlfl GUABATXNÊ yflT PMRUHO 8.PAU AVAfi TAHQATE JOSS0Ò6c J rJTTUl OSOCA peTiHi\é *>í ' ^MASTIAO TAPEOA-fcftONWQ S A N T O S R£Of3TRO L I M I T ED E R E G I Ã O
LIMITEDEsue-REGIãO
L I M I T E M U N I C I P A L S E D E S R E G I O N A I S S E D E S S U B“R E G I O N A I S
1
-S C C RÍT A R I A D E G C O N.E P L A N E J A M E N T O C O0R D E N A D O R I A D A A p A O S C G I ONAL-1 9/0-—
ri.'--—
YV:;:P7!MARÇODE 1976
—
N?50 119dual de urbanização industrial e ampliação dos equipa
-mentos de infra
-
estrutura
, caberiam políticas integradasde promoção de polose áreas de desenvolvimentoe cres
-cimento de importância estadual e nacional
.
Consubs-tanciando
-
se as diretrizes políticas de desenvolvimentotomadas neste nível de conjunto, seria elaborado um pla
-no prospectivo da organização territorial, de caráter in
-dicativo para o conjunto dos agentes sócio
-
económicosprivados e de caráter imperativo
,
notadamente, quantoà rede principal de transportes, energia e comunicações
,
para a administração pública
.
À luz desse plano, de-veriam
ser
definidas políticas regionais, que estabeleces -sem critérios locacionais para os equipamentos e servi -ços do Estado e que orientariam a localização da indús-tria e dos programas habitacionais, de forma a que esta
implantação fosse harmoniosa com a política geral de
desenvolvimento do Estado
.
Para a concretização dessaspolíticas deveriam ser mobilizados os diferentes instru
-mentos de incentivo de que dispõe o Governo
,
parti-cularmente, as vantagens líscais, o crédito, a assistência
técnica e 0 financiamento de projetos especiais de infra
--
estruturalocal.
Noescalãoimediatamente inferioraodo Estado,deve
-riam serdefinidasunidadesdeplanejamento
,
paraasquaisseriam elaboradas políticas diferenciadas de desenvol
-vimento, que permitissem um aproveitamento mais efe
-tivo dos recursos regionais e locais, consubstanciando
-
seestas políticas em planos regionais, nos quais se fixem diretrizes indicativas de desenvolvimento, a serem adota
-tadas pelos diferentes órgãos do Governo e propostas à
iniciativa privada
.
Paraviabilizar
uma
políticaregionalizadadedesenvolvimento,quecertamente só será alcançada a médio ou longo
prazo
, cabe,
de ime-diato
,
implementar preparatórios,
como sendo pré-
requisito.
Trata-
se,entreoutros,de promoveranálisesaprofundadas
,
quantoàimportânciada localização regional das atividades económicas
,
jnotadamente aindústria
,
de apurar a metodologia de análise da programação regio-nal
,
adequada à nossa realidade, de procederia formação de pessoalcapaz de aplicar essa metodologia, de se avaliar as possibilidades de
contribuição da organização eagentesjrè
g
íótijaii^
pára; ajdefinição dapolítica de desenvolvimento e acriação deórgãos especiais depromo
-ção regional, que objetivem a implementação dos planos regionais e
{
120 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
a integração das iniciativas das comunidades locais, numa estratégia
global de desenvolvimento
.
B
—
Segundo objetivoespecífico,de promover a regionalizaçãoda administração estadual, paralelamente à elaboração do
planoindicativo do desenvolvimento regionalizado do Es
-tado
.
O Governo deveriadar um passo decisivo, no sen-tido de descentralizar os seus serviços e integrar, em ter
-mos regionais
,
a ação das várias secretarias.
Isto se faria,
aomesmo
tempo em quese procuraria obter aintegração desta ação, ao nível estadual,
fortalecendo os órgãos deplanejamentosetorial e coordenação central (10)
.
Nesta perspectiva, cabe distinguir duas diretrizes gerais:
—
a implantação de um sistema de planejamento, quedeveriaser projetado regionalmente, a fim de facilitar aconcentra
-ção e a integração dos programas administrativos setoriais,ao nível das várias regiões do Estado
.
Este fato seria, pos-teriormente
,
consubstanciado pela implantação dos “ ER-PLAN
” ,
os escritórios regionais de planejamento.
Cadaum dos escritórios regionais preencheria este objetivo e teria sobsua jurisdição, seéqueassim possamos dizer
,
toda a delimitação do território da região administrativa;—
dar maior racionalidade ao dimensionamento e à implanta-ção territorial dos órgãos globais de prestação de serviços
e de controle administrativo
.
É importante, contudo, frisar, que para efeito de planejamento
económico, essas unidades territoriais
,
muitas vezes, podem não seprestar
.
Posteriormente, quando da análise da regionalização indus-trial, será visto que muitas dessas regiões definidas, para efeito de
descentralização administrativa, pertencem a uma mesma razão geo
-econômica e que, portanto, para efeito de um determinado tipo de
planejamento económico, como é o caso do industrial
,
elas necessi -tam deser,
forçosamente, agregadas.
Se analisarmos, hoje, os resultados da implantação desse pro
-cesso de planejamento regional no Estado, nós veremos, que muito
se caminhou
,
desde a definição dosquadros regionais em 1967, e da sua efetiva implantação em 1970.
3
iI
I
I :4 í nI
!
; :: iI
::(10) Neste sentido ver a publicação da Secretaria de Economia e Pla
-nejamento, denominada Ação Regional, governo do Estado de São Paulo,
Secretaria de Economia e Planejamento, São Paulo, Fev
.
1970.
i
&
•••
IlBi
â
SEI
i i
!.121
MARÇO DE1976
—
N<?505
.
A regionalização industrial do Estado de São PauloA regionalização industrial do Estado de São Paulo foi um en
-saio de geografia industrial, que serviria de subsídio à elaboração de
um plano de descentralização industrial do Estado (11 )
.
O estudotinha como objetivo
principal
,
identificar o comportamento territo-rial da indústria paulista, vale dizer, fazer um estudo da geografia
industrial, da distribuição espacial da indústria paulista e propor a
forma pela qual esse estudo serviria de base à implantação de um
plano mais global de descentralização industriai do Estado.
Foram identificadas para o Estado de São Paulo (ver mapa II)
quatro grandes unidades territoriais que apresentam uma certa homo
-geneidade em tomo do fato indústria
.
Esta homogeneidade, contudo,não é plena, nas diferentes áreas
,
apresentando variações,
por vezessensíveis, como é o caso da Unidade B
,
que envolve áreas com ca-racterísticas bastante diversas
.
Foram assim definidas quatro grandes unidades, dependendo
de sua configuração em função de três critérios básicos:
—
diversificação da atividade industrial;—
participação no valor das vendastotal do Estado;—
-
concentração espacial da atividade industrial.
Os quadros II, III e IV dão uma idéia de cada uma dessas uni
-dade,bem comoapontam,dentro decadaumadelas
,
os municípiosquese destacam pela sua dinâmica industrial
.
Apenas a Unidade D nãoapresenta quadro, não só pela fragilidade da sua industrialização,
como também por apresentar apenas dois municípios
,
Itapeva eRegistro, com relativa atividade industrial (o primeiro ligado a mi
-nerais não metálicos
—
65% do valor das vendas industriaislocaise o segundo ligadoa produtosalimentares
,
perfazendo 90% das ven-das industriais locais)
.
Ambas totalizam 56,
7% das vendas indus-triais da unidade
.
5 . 1
.
Caracterização dasGrandes Unidades Industriais 5 . 1 ,1.
—
Unidade Aí
A esta Unidade corresponde a atual região da GrandeSão Paulo
e a baixada santista(Santos, Cubatão, São Vicerítè e Giiarujá), onde
-
—
(11) Estudoelaborado pelo G
.
A.
T;—
-
Grupode AnáliseTerritorialda Assessoria de Política Económica da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo—
, em 1969, sob a coordenação da autora deste artigo e participa -ção dos geógrafos João Mariano de Oliveira, Maria José Meca Maranhão,Marcelo Martinelli, Nelson Bacic Oíic, Odette Carvalho de Lima Seabra e
Vicente R
.
Bochicchio, Vera Lucia Caldíni, Maria Alcaraz Pelegrini,*
0 0 1 Úf i 0 9 »O Z 0 0 1
l
o
â? yU
v 0 © N 3 3 n s v t i c j2
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O i A3J Z1 0A S«r t I O*í V0 M3 2V J'M 0 3 S -A3 y I 3X N 0 J S I V K 0 I 0 3 K C3 0 3 S S I W N0l 3 3 y-s n« S3 0 3 S S l T i a i s n O N l 5 5 0 1 3 3« s a a v o i f f r t s a a w r y o VA0dWÍ Í a mww a 3 n D V tí V O do "m a i s n o m o yáv z n v N o i9 3aMARÇODE 1976
—
W 50a atividade
industrial
se encontra altamente concentrada e diversifi-cada eestão també
m
representandos aqueles gêneros
industriais maisdinâmicos
.
Torna
-
se necessário,
nesta análise,
tecer considerações a respei-to desta região, das suas características em termos de desenvolvi
-mento industrial
—
uma vez que a ela pertence 73,0% do total dovalorde vendas industriaisdoEstado,em 1965
.
NestaUnidadeÀsomente alguns municípioséquevãocaracterizar
todasua dinâmica,em termos dovalor das vendas industriais
.
O quadro II dá uma idéia a respeito e mostra que dos 42 mu
-nicípios englobados na unidade,
8 apenas correspondem a 95,
5%do valor das vendas da região e 69
,
7% do Estado.
Torna
-
se também indispensável uma referência a respeito domunicípio de São Paulo, cujo peso no processo industrial paulista é realmente considerável
.
Somente ele compreende66,0% do valordas vendas da Unidade A e 43% do total do Estado
.
O municípiode São Paulosó é secundado por São Bernardo do Campo
,
com va-lores bastante inferiores, ou seja, 12
,
1% sobre o total da Unidade e8
,
8% sobre o total do Estado.
SantoAndré apareceem seguida com9,1% e 6
,
6% sobre o total da Unidade e total do Estado,
respecti-vamente
.
QUADRO II
UNIDADE A: PRINCIPAIS MUNICÍPIOS EM TERMOS DE VALOR DAS VENDAS INDUSTRIAIS (1965) (*)
Unidade A: Principais Valor das Vendas % Total % Total
Municípios (V
.
V.
l) (NCr$ 1.000,00) Unidade A EstadoSão Paulo 5.641,245 66,0 43,0 São Bernardo 1.156
.
592 12,1 8,8 Santo André 866.218 3,1 6,6 SãoCaetano 322.200 3,4 2,4 Guarulhos 266.725 2,8 2,0 Osasco 200.580 2,1 1,5 Santos 128.627 1,3 0,1 Cubatão 556.009 5,8 4,2 Total 9.138.
196 ' 95,5 69,7 Tota-
l da Unidade Total doEstado 9.581.
122 13.113:671
100,0 •:V;.V-i" ‘ • 73,0 100,0 (*) Registro Industrial—
IBGE^
19(55Cadastro Industrial
—
IBGE—
-
1965I
124 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
Dada a importância representada pelo município de São Paulo,
cabem a ele, algumas referências especiais
.
Dos 21 gêneros indus-triais propostos pelo IBGE
,
19 estão aí representados (12).
Desses19 gêneros, 5 apenas, perfazem 52,35% do valor das vendas do mu
-nicípio, assim discriminados:
generos Têxtil Metalúrgica Mat
.
Elétricos Prod, Alimentares Mat.
Transp.
% sobre total V.
V.
l domunicípio 13,29 10,
63 9,
77 9,64 9,02 52,35Os 15 gêneros restantes que compõem a estrutura produtiva
lo-cal do município de São Paulo, têm uma participação individual bas
-tanterestrita, queoscila entre 1 % e 5%
.
Em contraposição aos cincoanteriormente citados, estes 15 gêneros perfazem um total de 44,65%
do valor das vendas industriais dacapital paulista
.
Quanto a São Bernardo do Campo, dos 21 gêneros propostos,
apenas seis nele estão representados
,
sendo que a indústria de mate-rial de transporteconcorre com 78
,
63% do valor das vendas do mu -nicípio.
Talfatoseexplica,sobretudo pela presença deindústriasautomo
-bilísticas
,
naquele município.
Sua estrutura produtiva podeser expli-citadaatravés do quadroabaixo:
Materialde transporte Química Metalúrgica Mecânica Têxtil Produtos alimentares 78
,
63% 3,99% 3,20% 2,96% 2,37% 0,99% 92,14%Santo André possui, por outro lado, uma estrutura produtiva
mais flexível, uma vez que o valor das vendas industriais se reparte
entre diversos setores, de maneira mais equitativa do que os municí
-(12) Não estão representados nomunicípiodeSão Paulo os gêneros: ex
-trativa de produtos minerais e couros, pelese produtos similares
.
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MARÇODE 1976
—
50 125piosvistos anteriormente,embora o gênero Química, tenha participa
-ção destacada
.
O quadro abaixo vem ilustrar esta
nossa
afirmação.
Química 27,89% Borracha 19,28% Metalúrgica 14,02% Material Elétrico 11,18 % Produtos alimentares 11,02% Material de Transporte 4,77% Têxtil 3,16%
Vestuário, Calçados, Art
.
Tecidos 2,96%Mecânica 2
,
19%96,47%
A baixada santista, em função de suas vinculações sócio
-
econô-micas com a metrópole, se constitui numa espécie de apêndice desta
.
Referências especiais devemser feitas a Cubatâo devido aocomplexo
petroquímico (Refinaria Presidente Bernardes) e Santos por se vin
-cular funcionalmente à metrópole, exercendo uma função comple
-mentar aesta, afunçãoportuária
.
A atividade industrial santista,con-tudo, gira em torno do gênero produtosalimentares, o qual contribui com cerca de 65,4% do valor das vendasindustriais do município
,
onde o setor “pão e produtossemelhantes” ocupa um destaque espe
-cial
.
Estesetor,
no entanto, caracteriza muito maisa atividade terciária(comercial representada pelas padarias), do que a atividade industrial
.
Obviamente, a inclusão da baixada santista na Unidade A, foi
ditado muito mais pela complementariedade funcional dessa região em relaçãoaSão Paulo,doquea sua própria dinâmica industrial
.
Por outro lado,excetuando
-
sea concentração representada pelosmunicípios referidos anteriormente, a atividade industrial é pratica
-mente inexpressiva nos demais municípios que compõem a Unidade A
.
i
De qualquer modo, o que é importanteser fixado na análise da
Unidade A, é a sua representatividadeem termos da dinâmica indus
-trial do Estado e aavaliaçãodograu de concentração da atividadeem
torno de um número bastante reduzido de municípios dentro da pró
-pria área, ; • • • ; :‘ ''‘'1 “' f ‘' • ' • :
Acredita
-
seque talfato deva merecerpor parte dos poderescom-petentes uma atenção especial a fim de que não somente sejam ate
-nuadas as deseconomias
,
que começam a surgir,cotno também paraj
i
I
126 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
evitar que,como
ocorreu
emdiferentes regiões doglobo,a regiãonão atinja um ponto de saturação, o qual terásérias implicações não só noprocesso
dedesenvolvimento da metrópole,
como também
de todo Es-tado e mesmode toda nação
.
5.1
.
2.
Unidade BA Unidade B, foi aquela que apresentou maiores dificuldades
para sua definição
,
em função da diversificação das áreas,
que nelaforam englobadas
.
Essaárea deve,
noentanto, ser considerada comocomplementar
,
em termos industriais,
à região metropolitana de SãoPaulo
.
AUnidade B foidefinida,em torno detrêseixos principais que cor
-respondem aoseixosrodo
-
ferroviários,
que deSão Paulo demandam aCampinas, Piracicaba,Sorocaba e Vale do Paraíba
.
A Unidade B poderia, por conseguinte, ser caracterizada por
quatro tipos de áreas
,
a saber:
a) o eixo São Paulo
,
Campinas,
Piracicaba (Via Anhaguera);b) o eixo São Paulo
—
Sorocaba (E.
F.
Sorocabana);c) o Vale do Paraíba (Via Dutra e E
.
F.
Central do Brasil);d) áreas de transição entreos diferentes eixos
.
Embora englobadas
,
numa mesma unidade,
estas quatro áreasapresentama atividade industrial de maneira bastante diversificada
.
Asua representatividade em termosde vendasindustriais é, no entanto
,
considerável
,
correspondendo a 15,8% do total do Estado.
Aqui
,
como na primeira Unidade considerada (A) a atividadeindustrialseconcentra em torno decertos núcleos
—
-
onze municípiosperfazem 62
,
4% do valor de vendas da área e 9,
9 % do valor devendas do Estado (Quadro III)
.
a) O eixo São Paulo
—
Campinas—
PiracicabaEste eixo é aquele que apresenta uma estrutura da atividade in
-dustrial, bastante semelhante àquela descritaquando da caracterização
da Unidade A
.
Excetuando
-
se a região metropolitana de São Paulo,
é este oprincipal eixo de industrializaçãopaulista
.
Por outro lado,elese cons-titui na principal área industrial de toda Unidade B
.
Neste eixo
,
São Paulo—
Campinas—
Piracicaba, a atividade-MARÇODE 1976
—
N*50 127pinas, Jundiaí, Piracicaba
,
MogiGuaçu, Valinhos, LimeiraePaulínea,Excetuando
-
se Americana (onde predomina a indústria têxtil ), Pau-línea (indústrias químicas
—
Rhodia) e Valinhos (perfumaria,
sa-bõese velas
—
Gessy-
Lever), nosdemais núcleos a atividade industrialé altamente diversificada, porém
,
apresentandosempre uma constante—
a presença da indústria de produtos alimentares, com relativa par-ticipação na estrutura produtiva local dosdiferentes núcleos
.
Em função dosgêneros industriais representados neste eixo, no
-ta
-
se que ele vem se constituindo num local preferencial para a ins-talação deatividades industriais, sobretudode grandes empresascomo
KRUPPem Campo Limpo
,
RHODIAem Paulínea eGESSY-
LEVERem Valinhos
,
dentre outrosO que se constata, noentanto,éque oeixoindustrialSão Paulo
—
Campinas—
Piracicaba não só constitui num prolongamento daárea metropolitana (dirigido pela Via Anhanguera )
,
pois o centro dedecisão e administração dessas empresas “descentralizadas*’, se en
-contra na áreametropolitana
.
Éevidentequea proximidadedo grandemercado consumidorrepresentado por SãoPaulo é um fatorque vem
QUADRO III
UNIDADE B: VALOR DAS VENDAS INDUSTRIAIS (1965 (*)
Municípios Valor das Vendas % Total % Total
(NCr$ IMOfiO Unidade B Estado
Americana 256.778 12,3
—
Campinas 242.628 11,6
—
Jundiaí 140.757 6,7
—
São José dos Campos 131.540 6,3
—
Piracicaba 100.658 4,8
—
Mogi Guaçu 89.871 4,3—
Sorocaba 79.040 3,8—
Valinhos 72.262 3,4—
Limeira 69.716 3,3-
—
-Votorantin 61.387 2,9—
Paulínea 53.834 2,6 ,,—
Total 1.295.
480 62,3 9,9Demais Municípios 784.477 37,7 6,0
Total da Unidade 2.079
.957
100,0 15,8Tola!do Estado 13.113
.
671f
100,0 100,0(*) Cf
.
RegistroIndustrial—
IBGE 1965 Cf, Cadastro Industrial—
IBGE 1965128 BOLETIM PAULISTA DE GEOGRAFIA
também explicar o desenvolvimento desse eixo industrial
.
Razõeshistóricasemesmo geográficaspoderiam tambémexplicar oseudesen
-volvimento: Campinas foi e continua sendo o ponto de encontro de
importantes vias que demandam o interior e que até recentemente
carreavam as riquezas dessas áreas interioranas
,
as mais ricas e de-senvolvidas do Estado, para São Paulo
.
Campinas se constitui numaespécie de parada obrigatória entre São Paulo e essas áreas interiori
-zadas
.
b) O
eixo
São Paulo-
—
SorocabaEste eixo se constitui num eixo tradicional onde a atividade in
-dustrial é dominada, sobretudo, pelaindústria têxtil e de minerais não
metálicos
.
Trata-
se de um eixo que, em termos de dinâmica da in-dústria, é pouco representativo, uma vez que somente o gênero têxtil
merece destaque
.
Neste eixo, raros são os núcleosque merecemdestaque: Sorocaba
e Votorantin (como mais representativos e onde a indústria têxtil é
dominante) e núcleos tradicionais como Itu
,
SaltoeSãoRoque.Os demais núcleos que compõem o eixo são pouco representati
-vos,pois participam em termos de valor das vendas, com umquantum praticamente desprezível
.
Acredita
-
se que o desnível, em termos de desenvolvimentoexistente entre a região de Sorocaba e as demais áreas periféricas da
região metropolitana, se deva ao fato de que Sorocaba possui uma
interlândia bastante vasta e bastante pobre em termos geográficos e
económicos
.
Tal fato não se deixa suplantar pela proximidade dogrande mercado representado pela Capital
.
c) O Vale do ParaíbaOValedo Paraíbase constitui numa das áreasque,após períodos
áureose períodos de totaldecadência económica, começaa ser valori
-zada e dinamizada, pela aceleração dodesenvolvimento industrial que
nela se processa
.
Inúmeros são os fatores que concorrem para tanto: a presença
da rodovia Presidente Dutra que, por sua vez