Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
ORIENTAÇÕES SOBRE MANEJO DA FEBRE
HEMORRÁGICA PELO VIRUS EBOLA
E OUTRAS DOENÇAS INFECCIOSAS
EMERGENTES
Objetivo
Orientações sobre o manejo de algumas doenças
emergentes e/ou consideradas negligenciadas
presentes em algumas regiões do mundo e no Brasil
1)
Febre hemorrágica pelo vírus Ebola
2)
Febre Amarela
3)
Malária
4)
Hantavirus
5)
Leptospirose
6)
Febre Maculosa Brasileira
7)
Doenças exantemáticas: Sarampo e Rubéola
8)
Doenças transmitidas por água e alimentos: Poliomielite
9)
Doenças transmitidas por água e alimentos: Botulismo
10)
Cólera
Febre hemorrágica pelo vírus Ebola
ÁREAS DE RISCO: Guiné, Liberia, Serra Leoa.
* Mediante suspeita: notificar imediatamente o SCIH (contato com CVE-SP)
1. Transmissão: contato direto com secreções, sangue ou secreções do paciente infectado ou exposição a objetos (ex. agulhas) contaminadas com secreções contendo o vírus.
2. Kit EPIs : macacão de segurança impermeável com capuz, protetor facial, mascara N95, própes impermeáveis de cano longo, seis pares de luvas estéreis (tamanhos 7,0 / 7,5 / 8,0) e fita adesiva impermeável.
DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS Exposição de risco 1 ou proveniente de áreas de risco em nos últimos 21 dias
EBOLA*
Paciente procedente, nos últimos 21 dias, de AREA DE RISCO (país com transmissão
de Ebola), que apresente febre de inicio súbito, podendo ser acompanhada de sinais
de hemorragia, como:
− diarreia sanguinolenta, gengivorragia, enterorragia, hemorragias internas, sinais purpuricos e hematúria.
Em viajantes ou profissionais de saúde provenientes desses países e que apresentem história de contato com pessoa doente, participação em funerais ou rituais fúnebres de pessoas previamente doentes ou contato com animais doentes ou mortos, a suspeita deve ser reforçada.
Período de incubação: os sintomas podem surgir entre 2 e 21 dias após o contato, comumente entre 8 e 10 dias.
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587
1
Precauções Específicas para casos suspeitos de Febre Hemorrágica pelo Ebola (kit EPIs)2
NÃO COLHER EXAMES LABORATORIAIS.
SOLICITAR SAMU PARA ENCAMINHAMENTO DO CASO SUSPEITO AO INSTITUTO DE INFECTOLOGIA EMILIO RIBAS (TELEFONE: 3891-1038)
Febre Amarela
América do Sul e África
Brasil: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Maranhão, Minas Gerais, Bahia, Piauí, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
* Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação “Febre Amarela“
Precauções Padrão
Até o 5º dia de sintomas: sorologia e isolamento viral
A partir do 6º dia apenas sorologia
(ambos realizados no Instituto Adolfo Lutz)
DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área endêmicaFEBRE AMARELA*
Quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, + icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente ou procedente de área endêmica para febre amarela.
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587
Malária
Gota espessa**
* Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação “Malária“ ** A gota espessa é realizada no laboratório clínico do HIAE, porém a positividade deve ser confirmada na SUCEN de 2ª à 6ª-feira, das 08:00h às 16:00h, e no período noturno, finais de semana e feriados no Instituto de Infectologia Emilio Ribas. Siga o fluxo na próxima página
América do Sul, América Central, África, Centro Sul da Ásia, Turquia
e Oriente Médio Precauções Padrão DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área endêmica nos últimos 8 a 30 dias
MALÁRIA*
Quadro de paroxismo febril com: calafrios, tremores generalizados, cansaço, mialgia e seja procedente de área com transmissão de malária, no período de 8 a
30 dias anterior a data dos primeiros sintomas.
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587
1. A liberação deste resultado no SGH ocorrerá só depois da análise do Hematologista
2. Contato com o farmacêutico: durante o dia ramal móvel 70038 / à noite no ramal móvel 72252
3. Para a prescrição consulte o Guia pratico de tratamento da malária no Brasil (link) ou solicite a avaliação do Infectologista da retaguarda * SUCEN (telefones): 2661-8025 / 2661-6392 . Endereço: Av. Dr Enéas de Carvalho Aguiar, 155 – 4º andar
** IIER (telefone): 3896-1200. Endereço: Av. Dr Arnaldo, 165 – Pronto Socorro.
Malária
Diagnóstico e
tratamento
3
PACIENTE COM SUSPEITA DE MALÁRIA
Solicitar PESQUISA MORFOLÓGICA E IMUNE DEHEMATOZOÁRIOS (MALÁRIA) SANGUE
Resultado
O LABORATÓRIO CLÍNICO INFORMA1 O MÉDICO solicitante
pelo telefone
O Funcionário abre ficha de atendimento no Pronto socorro do Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER) para obter etiqueta de identificação, envia as
lâminas, sangue (frasco EDTA), resumo de caso e receita para confirmação ao laboratório do IIER. Com o laudo final, resumo do caso e receita, o funcionário retira os medicamentos na farmácia do
IIER.
O resumo do caso deverá conter: − Nome do paciente
− RG e CPF do paciente
− Endereço completo do paciente − Telefone do paciente
− Telefone do contato médico da UPA − Nome do pai e da mãe do paciente − Idade
− Peso
− Data de inicio dos sintomas − Local provável da infecção
O FARMACÊUTICO entra em contato com o MÉDICO para providenciar a notificação compulsória, o resumo do caso a receita3 (prescrição
de acordo com a espécie e quadro clínico) e SCIH4. POSITIVO
NEGATIVO
4. SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex das 7h às 17h) ou 97283-3587
O LABORATÓRIO CLÍNICO INFORMA1 O MÉDICO da UPA E O FARMACÊUTICO2
Estes exames são realizados nas 24h nos 7 dias da semana
O Funcionário do laboratório procura o prédio dos ambulatórios HCFMUSP e entrega as lâminas, sangue (frasco EDTA),
resumo do caso e receita no ambulatório de viajantes para confirmação do laboratório. Aguarda o laudo final (tempo
de liberação até 40 minutos) e a entrega do medicamento. O médico da SUCEN poderá fazer contato com médico da UPA
Morumbi para orientações.
SUCEN*
A) Sinais e sintomas- Prostração intensa
-
Alteração do nível de consciência-
Dispnéia ou hiperventilação-
Convulsão-
Choque ou hipotensão arterial-
Edema pulmonar-
Fenômenos hemorrágicos-
Icterícia-
Hemoglobinúria-
Hiperpirexia (>41ºC)-
Oligúria3
Malária
• B) Laboratório - Anemia grave - Hipoglicemia - Acidose metabólica - Insuficiência renal - Hiperlactatemia - Hiperparasitemia (>200.000/mm3 ou 4+)- Critérios de internação: Crianças menores de 1 ano; Idosos com mais de 70 anos;
gestantes, pacientes imunossuprimidos; suspeita de Malária grave; presença de vômitos
de repetição
Malária Grave
Como reconhecer?
OU
Ministério da Saúde. Guia prático de tratamento da malária no Brasil. Disponível em: https://pt.scribd.com/doc/45527025/Guia-Pratico-Tratamento-Malaria-Brasil-2602
Hantavirus
* Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação "Hantavirose"
HANTAVÍRUS*
Febre, mialgia, cefaléia, insuficiência respiratória aguda de etiologia não
determinada (síndrome cardio-pulmonar), na primeira semana da doença, com
exposição a situações de risco até 60 dias anteriores ao início dos sintomas (atividade de risco: locais com a presença de roedores silvestres)
Sorologia DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Situação de risco nos últimos 60 dias
Distribuição mundial
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587 Precauções Padrão
Distribuição mundial , mais comum em países tropicais
* Mediante suspeita: Notificar o SCIH e preencher ficha de notificação “Leptospirose“
LEPTOSPIROSE *
Febre (início súbito), cefaléia, mialgia, mal estar e/ou prostração + um ou mais sintomas sufusão conjuntival/conjuntivite, náuseas e/ou vômitos, calafrios, alterações do volume urinário, icterícia, fenômeno hemorrágico e/ou alterações hepáticas, renais e vasculares com antecedente epidemiológico sugestivo (contato com água na presença de sinais
de roedores) nos últimos 30 dias anteriores a data do início dos sintomas.
Precauções Padrão
Sorologia (Instituto Adolfo Lutz).
Caso a coleta seja realizada com <7 dias de sintomas e o resultado for negativo colher uma 2º amostra, com intervalo de 7 dias
Leptospirose
DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOSContato com água na presença de sinais de roedores) nos últimos 30 dias
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587
Sorologia
* Mediante suspeita: Notificar o SCIH e preencher ficha de notificação "Febre Maculosa/Rickettsioses”
RICKETTSIOSE
FEBRE MACULOSA BRASILEIRA *
Febre, cefaléia, mialgia e história de picadas de carrapatos e/ou contato com animais
domésticos e/ou silvestres e/ou frequentado área de transmissão de febre maculosa nos últimos 15 dias e/ou apresente exantema máculo-papular ou manifestações
hemorrágicas.
Precauções Padrão
Febre Maculosa Brasileira
DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área de transmissão nosúltimos 15 dias São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587
Sorologia
Precauções Aéreas
* Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação "Doenças Exantemáticas: Sarampo e Rubéola“.
RUBÉOLA*
Todo paciente que apresente febre e exantema maculopapular,
acompanhado de linfoadenopatia retroauricular, occipital e cervical, independente da idade e situação vacinal DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área endêmica ou contato com caso nos últimos 30 dias
Doenças exantemáticas:
Sarampo e Rubéola
SARAMPO*
Todo paciente que, independente da idade e da situação vacinal, apresentar febre e
exantema maculo-papular, acompanhados
de um ou mais dos seguintes sinais e
sintomas: tosse e/ou coriza e/ou
conjuntivite.
China, România, Polônia, Bangladesh, Japão, África do Sul,
Uganda, Ucrânia e Congo.
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587 Sorologia
Precauções por Gotículas Canadá, EUA, Irlanda, Rússia, Austrália,
Guam, Tonga. Brasil: Ceará, Pernambuco e São Paulo
(Capital, Santo André e Campinas)
Doenças transmitidas por água e alimentos:
Poliomielite
Paquistão, Afeganistão, Iraque, Guiné Equatorial, Nigéria, Camarões e Etiópia
Isolamento viral nas fezes até 14 dias do déficit motor (Instituto Adolfo Lutz) + exames complementares: líquor, eletroneuromiografia e radiologia
Precauções durante o Contato
*Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação "Paralisia flácida aguda/Poliomielite"
DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área endêmica
POLIOMIELITE*
Deficiência motora flácida (início súbito < 15 anos) ou em qualquer idade, com história de viagem em países com circulação do poliovírus nos últimos 30 dias que antecederam o início do déficit motor, ou contato no mesmo período com pessoas que viajaram para estes países e apresentaram sintomas de paralisia flácida aguda
.
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587
Amostra de sangue e lavado gástrico (Instituto Adolfo Lutz)
*Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação "Botulismo" .
DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área endêmica
Doenças transmitidas por água e alimentos:
Botulismo
BOTULISMO*
Alimentar e/ou por ferimentos paralisia flácida aguda, simétrica, descendente, com preservação do nível de consciência, caracterizado por um dos seguintes sinais e sintomas: visão turva, diplopia, ptose palpebral, boca seca, disartria, disfagia ou dispnéia. A exposição de alimentos potencialmente suspeitos para a
presença de toxina botulínica nos últimos dez anos ou história de ferimentos nos últimos 21 dias reforça a suspeita. OU
Intestinal criança < 1 ano com paralisia flácida aguda, de evolução insidiosa e progressiva, que
apresente um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: sucção fraca, disfagia, choro fraco, dificuldade de controle dos movimentos da cabeça. Adulto que apresente paralisia flácida aguda, simétrica, descendente, com preservação do nível de consciência, caracterizado por um dos seguintes sinais e sintomas: visão turva, diplopia, ptose palpebral, boca seca, disartria, disfagia ou dispnéia na ausência de fontes prováveis de toxina botulínica: alimentos contaminados, ferimentos ou uso de drogas.
Qualquer parte do Mundo
Precauções Padrão
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587
Coprocultura em meio
Cary-Blair
Precaução durante o
Contato
Cólera
* Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação "Cólera"
DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área endêmica
CÓLERA*
Pacientes de qualquer faixa etária com histórico de deslocamento para áreas endêmicas de cólera, que iniciaram os sintomas em até 10 dias do contato com fonte.
Cuba, Haiti, México Rep. Dominicana e outros países da
América Central, Oriente Médio, África e Ásia
10
Outros subtipos de Influenza A (H7N9, H5N1) e
Coronavirus
Pesquisa de vírus respiratório para processamento no Instituto Adolfo Lutz (IAL) Encaminhar 3 swabs (alginato de prata) narina D, narina E e orofaringe para o
laboratório HIAE.
Precauções Aéreas + Durante o Contato (é obrigatório o uso de óculos de proteção)
* Península Árabe: Arábia Saudita, Barein, Iraque, Irã, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Territórios Palestinos, Qatar, Síria, Emirados Árabes e Iêmen: ** Mediante suspeita: notificar o SCIH e preencher ficha de notificação "Síndrome Respiratória Aguda” Grave“. DEFINIÇÃO DE CASO EPIDEMIOLOGIA PRECAUÇÕES A SEREM INSTITUIDAS EXAMES A SEREM SOLICITADOS Proveniente de área endêmica ou contato com caso nos últimos 10 a 14 dias
Paciente com SÍNDROME GRIPAL (febre de inicio súbito (mesmo que referida) acompanhada de tosse ou dor de garganta e pelo menos um dos seguintes sintomas: cefaleia, mialgia ou artralgia, na ausência de outro diagnostico especifico).
Para menores de 2 anos: febre de inicio súbito (mesmo que referida) e sintomas
respiratórios (tosse, coriza e obstrução nasal), na ausência de outro diagnostico especifico.
SCIH – e-mail: 90@telaviva / Telefones: 2151-2616 (seg. a sex. das 7h às 17h) ou 97283-3587 China
Influenza A H7N9** Península ArábicaCoronavírus *
(MERS/COV) ** Ásia, África e
Oriente Médio Influenza A H5N1**