A presente pesquisa permitiu conhecer um pouco mais sobre o processo de urbanização brasileira e a relação com o licenciamento ambiental. Conforme instrução do Estatuto das Cidades vista ao pleno ordenamento do uso e ocupação do solourbano. As cidades que possuam população acima de vinte mil habitantes são obrigadas a fazer o Plano Diretor de Ordenamento Territorial - PDOT (BRASIL, 2001). Para que seja realizada a política urbana, com a finalidade de ordenar o desenvolvimento urbano definindo o que é área de risco, área urbana, zona industrial, dentre outras.
irreproduzível e passível de monopolização pelos seus proprietários. Por sua irreprodutibilidade e monopo- lização representa um bem escasso, e para a cidade crescer exige uma contínua expansão por meio da incorporação de terras agrícolas e a sua transforma- ção em terras urbanas. Nesse processo, as qualidades intrínsecas relacionadas à fertilidade natural perdem qualquer importância do ponto de vista do solourbano. A mercadoria solourbano é muito peculiar frente às demais mercadorias no contexto da cidade capitalista. Muitos dos problemas e obstáculos que afetam o dia a dia dos moradores das cidades têm natureza espacial e a sua solução requer a apreciação das distintas virtualidades propiciadas pelo solo, não apenas enquanto valor de uso, mas também como um valor de troca peculiar, no sentido de que é irreprodu- zível e seu acesso é monopolizável por meio da insti- tuição jurídica da propriedade privada. Diante dessas virtualidades da cidade capitalista, o solourbano, via de regra, se torna alvo de intensas disputas entre os agentes produtores do espaço.
RESUMO: A compreensão da (re) organização do espaço urbano constitui o principal componente para um orde- namento deste espaço de forma ambien- talmente equilibrada e socialmente justa. A quantificação, qualificação e espacia- lização das formas de uso e cobertura do solourbano apresentam-se como instrumentos fundamentais para as ações de políticas públicas. O principal objetivo deste estudo foi elaborar um diagnóstico do uso dos solos em três bairros (áreas piloto) da cidade de Rio Branco, visando ao planejamento de ações públicas que incrementem ou restrinjam formas de uso e cobertura do solourbano. O uso de aerofotos de pequeno formato mos- trou-se uma ferramenta eficaz para o mapeamento de uso e cobertura de solo
Brasil. (1967, 28 de fevereiro). Decreto Nº 271, de 28 de fevereiro de 1967. Dispõe sobre loteamento urbano, responsabilidade do loteador concessão de uso e espaço aéreo e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União. Recuperado em 24 de março de 2015, de http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del0271.htm Brasil. (1979, 20 de dezembro). Lei 6.766, de 19 de dezembro de 1979. Dispõe sobre o parcelamento do solourbano e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União. Recuperado em 16 de fevereiro de 2015, de http://www. planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L6766compilado.htm Brasil. (2002, 11 de janeiro). Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Brasília: Diário Oficial da União. Recuperado em 24 de fevereiro de 2015, de http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm Brasil. (2009, 8 de julho). Lei 11.977, de 7 de julho de 2009. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas; altera o Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941, as Leis nos 4.380, de 21 de agosto de 1964, 6.015, de 31 de dezembro de 1973, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 10.257, de 10 de julho de 2001, e a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências . Brasília: Diário Oficial da União. Recuperado em 16 de fevereiro de 2015. de http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11977.htm Maricato, E. (1999). A terra é um nó na Sociedade Brasileira. Também nas cidades. Cultura Vozes, 93(6), 7-22.
O uso do solo é definido como a relação entre o espaço natural e as ações das pessoas em seu ambiente. Em outras palavras, o solo que antes era totalmente natural sofre mudanças devido à ação antrópica e, por consequência, das várias atividades que visam à produção de um ou mais produtos ou serviços (FAO, 2003). Cheng (2003) define uso do solo, de maneira ampla, como o nível de acumulação espacial de atividades, tais como produção, transação, administração e residência com fortes relações de dinâmica entre elas. Dessa forma, esse autor define uso do solourbano em uma perspectiva econômica, na qual o uso está relacionado às atividades econômicas e funcionais a que o solo se destina. Essa visão expõe o fato de o uso do solo ser um indicador da condição socioeconômica de uma cidade, imprimindo característica peculiar a cada área.
O planejamento urbano ambiental é processo de extrema importância para os centros urbanos atualmente, auxiliando na ocupação racional e no equilíbrio ambiental. Não deveria ser desvinculado das políticas de desenvolvimento, pois está diretamente relacionado à qualidade de vida. Auxiliando nesse processo, o plano diretor municipal, aprovado constitucionalmente em 1988, é instrumento fundamental para orientar a ação dos agentes em prol do desenvolvimento urbano equilibrado. Apoiado nessa premissa, este artigo tem como objetivo primeiro a contribuição dessa discussão, por meio da relação de uso e ocupação do solourbano e a produção da habitação de interesse social em cidades médias, considerando as questões ambientais, tendo como estudo de caso a realidade da cidade de Presidente Prudente, município localizado no oeste do Estado de São Paulo, no período entre 1997 e 1999. A metodologia utilizada foi baseada em pesquisa qualitativa, com levantamentos de campo dos conjuntos habitacionais escolhidos, segundo aspectos arquitetônicos, ur- banísticos e ambientais. Verifica-se uma realidade inadequada no município analisado, cujos projetos de habitação social são inseridos na malha urbana desconsiderando normas, leis e diretrizes, em um processo de políticas urbanas não coerentes com os propósitos socioambientais desejáveis.
Lembre-se ainda neste caso que, ao tratar dos problemas de crescimento urbano nas cidades, ocorre de maneira muito comum, a construção de alguns pressupostos pelo senso comum que nem sempre dão conta de explicar a realidade, neste caso citam-se as seguintes falácias por ex.: “A degradação Ambiental cresce na proporção em que a concentração populacional aumenta”, “Seres humanos são por natureza depredadores” (COELHO, 2001, p.20). O fato é, que no caso de Balneário Barra do Sul em específico, não bastam, por exemplo, estudos apenas de questões relativas à demografia, quando comumente cita-se que o crescimento populacional de determinada área seria o fator determinante do surgimento de novos impactos, sem avaliar que o que é positivo para uma classe social pode não ser para outra e mesmo que o que é positivo num momento do processo pode não ser em outros. Assim, pode-se afirmar que não foi o expressivo crescimento populacional ocorrido no período 1997-2000, da ordem de mais de 50%, o grande fator responsável pelas problemáticas visualizadas no município em questão, mas a forma como o mesmo ocorreu, de forma que Santa Catarina (2002, p.45), aponta que “A transformação espacial ocorrida em Barra do Sul [...] ocorreu de forma meramente comercial-imobiliário, com o comércio de lotes de baixo valor localizados na margem do Canal do Linguado, em grande parte dos casos em áreas de restinga e de manguezal [sic]”.
É possível notar que há resultados conflitantes sobre a análise do efeito da declividade no processo de infiltração. O estudo recente de Morbidelli et al. (2019), propôs o desenvolvimento de um novo modelo conceitual para a infiltração em hidrologia de encostas. Esse modelo baseou-se em uma observação realizada em um campo de golfe, onde o golfista deveria lançar a bola com uma certa velocidade para que ela atingisse e entrasse no buraco. Se essa velocidade de lançamento for muito alta, a bola não entrará no buraco, e a mesma observação poderia ser realizada para o efeito da água se movendo sobre uma superfície porosa. Se a chuva for intensa, a quantidade de partículas atingindo a superfície porosa pode não infiltrar devido à velocidade terminal e à saturação da superfície. Outros condicionantes levados em conta neste modelo conceitual são a velocidade terminal em que a partícula atinge o solo, o coeficiente de infiltração saturado, o diâmetro dos poros e um parâmetro de distribuição de probabilidades. Como principal conclusão, o estudo demonstrou que o modelo conceitual representou bem os resultados laboratoriais obtidos para solos sem cobertura e sem influências de rugosidade. Para consideração da rugosidade seria necessária a calibração de um dos parâmetros do modelo, pois foi demonstrado que a rugosidade influencia diretamente no escoamento sub-superficial.
São vários os métodos de medição e demarcação que podem ser empregados para a execução do parcelamento do solo. Dentre eles, pode‐se destacar o Método Polar, o Método de Rastreio com GNSS e o Método de Alinhamento, pois permitem rapidez e confiabilidade. Estes métodos, juntamente com a forma de emprego de cada um, também devem estar comtemplados em norma técnica específica, pois deve ser garantido o princípio da vizinhança geodésica (NBR 13133/94) e a homogeneidade dos dados, com o mínimo de erro propagado, atendendo às precisões e tolerâncias definidas para este processo. Na sequência, está demonstrado o princípio de funcionamento de cada método.
A tabela proposta procura tributar fortemen te imóveis construIdos na clandestinidade, isto e, aqueles para os quais não foi solicitada licença i Administração nem[r]
Nesse contexto, o Estado, na instância municipal, passou a exercer uma ação mais efetiva, com a implementação de políticas pú- blicas, como a regulamentação da ocupação do solo, a partir da Lei 1.233/54, que passa a disciplinar o parcelamento do solourbano, im- pondo normas rígidas para a implementação de novos loteamentos na cidade, o que culmi- nou com a elevação dos valores de mercado dos lotes e, anos mais tarde, com a promul- gação do Primeiro Plano Diretor de Porto Ale- gre, através da Lei 2.046/59 (Costa, 2001). Ao longo das décadas de 1960 e 1970 houve uma série de adendos à legislação urbanística para outras áreas do Município como a Extensão A (Decreto n. 2872/64); Extensão B (Decreto n. 3487/67); Extensão C (Decreto n. 4552/72) e Extensão D (Decreto n. 5162/75), visando o ordenamento territorial de uma cidade que se expandia demográfica e espacialmente.
RESUMO – O tema central deste artigo foca o papel dos megaeventos na produção do espaço urbano do rio de Janeiro no início do século XX. nesse momento, a partir da reali- zação de consideráveis transformações urbanas, buscava-se associar o rio de Janeiro à imagem de “Paris dos trópicos” e, ao mesmo tempo, a cidade sediou dois importantes megaeventos: a exposição nacional de 1908 e a exposição internacional de 1922. esses megaeventos configuraram-se enquanto estratégias urbanas promovidas pelo estado, e as modernizações territoriais decorrentes se mostraram altamente seletivas e excludentes, acentuando ainda mais a produção de espaços elitizados e a segregação sócio-espacial. Utilizados como pretexto à expansão urbana e à produção e conquista de solourbano, os megaeventos analisados induziram redefinições dos usos do solo e de seu arranjo no espaço interno da cidade, mostrando-se relevantes na estruturação da cidade do rio de Janeiro.
De todo modo, insta ressaltar que o conceito de mobilidade urbana, que vem sendo construído nas últimas décadas, tem com foco o estabelecimento de articulações entre as políticas de transporte e a política de desenvolvimento urbano, isto porque a ocupação desordenada e irracional do solourbano fez surgir áreas totalmente desabitadas, enquanto outras, em geral mais distantes dos grandes centros econômicos, apresentem grande adensamento populacional. O resultado é a crescente demanda por transporte público motorizado como se esta fosse a única solução para a melhoria da mobilidade da população, sem que outras medidas, tais como a melhor distribuição dos serviços públicos ou mesmo a implementação de incentivos ao desenvolvimento de novos centros econômicos, sejam consideradas na formulação das políticas públicas. Essas, na maior parte das vezes, se limitam a tratar da instalação de infraestrutura de transportes. (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2004, p.7-11).
O espaço, entretanto, animado pela dinâmica de reprodução social funciona como “o lócus” da busca da materialização da totalidade da ação humana. Nesse sentido, o solourbano e o solo rural são definidos pela necessidade de articular os diversos matizes de reprodução social em função da busca constante pelo descobrimento da condição espacial com totalidade e pelo processo de apropriação das formas, funções, estruturas e processos que ajudam a revelar os nexos e as organizações complexas que o alimentam como reflexo e condição social. O espaço, então, produzido pelo processo de trabalho é um produto social, que através da materialização da forma é consumido, convivido e gera um modo de vida hierarquizado, diferentemente da terra, que não é produto do trabalho. E por isso, esse processo é comum tanto ao solourbano, como ao solo rural, como se o espaço fosse o laboratório e o campo de hibridização da necessidade humana em imprimir sua marca, fazendo com que a condição de realidade seja sinônima da condição de um espaço socialmente construído em que a natureza é utilizada como fundo de reserva para a geração do bem estar humano, quer seja no campo, quer seja na cidade.
Os resultados obtidos com o índice de instalação de empresas possibilitaram a análise da distribuição espacial de empresas por zona e sua relação com as outras variáveis envolvidas do ano de 1993. De acordo com a tabela 12, das 158 zonas de 1993, onde foi possível associar o índice, comprovou-se que as zonas que apresentaram maior eficiência na instalação de empresas foram as relacionadas às áreas comerciais e industriais, embora alguns valores de alta eficiência tenham sido atribuídos a zonas residenciais, pois o índice trata de empresas distribuídas em atividades de comércio, serviços e indústrias, caracterizando essas áreas como intraurbanas multifuncionais ou zonas de atividades múltiplas no planejamento do uso do solourbano do município. Estas áreas, embora tenham a descrição de residenciais, são caracterizadas no zoneamento como pontos de proximidade a eixos comerciais e de serviços e que concentram várias destas atividades.
Pelo solo urbano, vivencio performances executadas por mim, na tarefa estratigráfica de estudar uma sucessão de estratos difusos e ambivalentes apreendidos pela sensação de tempo, espa[r]
Em contrapartida, com o surgimento dessas novas centralidades, muitos cidadãos acabam sendo expropriados de suas moradias, já que novos equipamentos urbanos são instalados em bairros que não possuem moradores capazes de se manter sobre a valorização do solourbano que ocorre justamente por causa da implantação desses equipamentos. Com isso, esses moradores são obrigados a se retirarem do local que estabeleciam relações sociais e que possuíam uma afetividade que parte de seu cotidiano.
A ocupação do solourbano sem planejamento tem como con- sequência, dentre outros impactos ambientais negativos: i) a sobre- carga no sistema de drenagem urbana por meio do aumento da impermeabilização do solo e da diminuição da iniltração; ii) a perda da cobertura vegetal por pavimentos impermeáveis, diminuindo a iniltração da água no solo e aumentando a sua quantidade e a sua velocidade de escoamento; iii) a escassez e a diminuição da quali- dade dos recursos hídricos; iv) o acúmulo de resíduos sólidos nos elementos do sistema de drenagem (canais, bueiros, bocas de lobo, etc.), obstruindo-os e, com isso, ocasionando seus transbordamen- tos em períodos de chuva; e v) o aumento da densidade urbana em determinadas zonas, principalmente as consideradas de baixo valor especulativo imobiliário da cidade. Esse último é, entretanto, segundo Acioly e Davidson (2011), um assunto controverso que pode gerar impactos positivos e/ou negativos no desenvolvimento urbano, maximizando a infraestrutura de uma cidade ou, por outro lado, causando uma sobrecarga da mesma.
O parcelamento do solourbano é “terra arrasada”, visto que destrói todo o meio ambiente natural, como árvores, vege- tação, elevações, rios, montanhas, expulsando toda a fauna, que fica condenada ao desaparecimento, pois não encontra outros locais nas proximidades para se abrigar. Para construir o que denominamos de meio ambiente urbano, o verde dá lugar a moradias, asfalto, calçadas, prédios, fábricas, lojas, etc. Substi- tuímos a selva verde por uma selva de pedras. O resultado é um meio ambiente degradado que prejudica a qualidade de vida, que deteriora as relações humanas, pois a degradação ambien- tal resulta também em degradação humana, que ocorre de di-
Com diferença de grau e de intensidade, todas as cidades brasileiras exibem problemáticas parecidas. Seu tamanho, tipo de atividade, região em que se inserem etc, são elementos de diferenciação, mas em todas elas, problemas como dos do desemprego, da habitação, dos transportes, do lazer, da água, dos esgotos, da educação e saúde são genéricos e revelam enormes carências. Quanto maior a cidade, mais visíveis se tornam essas mazelas. Mas essas chagas estão em toda a parte. Isso era menos verdade na primeira metade desse século, mas o comando dos interesses das grandes firmas constitui um receptáculo das conseqüências de uma expansão capitalista devorante dos recursos públicos, uma vez que esses são orientados para os investimentos econômicos em detrimento dos gastos sociais. (SANTOS, 2005, p. 105) Observa-se em Ourinhos uma mudança no uso do solourbano 2 em decorrência de processos econômicos produtivos que alteraram as formas geográficas duráveis do espaço urbano, assim, é pertinente a colocação de SANTOS (1978) sobre as mudanças no espaço: