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O âmbito estrutura reúne as ideias e comentários referentes à base estrutural do sistema. Consideramos duas categorias. Uma referente aos elementos físicos – infraestruturas - e outra relacionada com as pessoas, grupos e comunidade em geral que compõem o sistema - elemento humano. Apesar de ser mais comum (ver p.e. FONOLLEDA, 2012) considerar neste âmbito apenas os elementos físicos, ponderamos considerar também as pessoas envolvidas como elementos estruturantes, uma vez que, a par das instituições, as pessoas são elementos básicos deste sistema. O sistema ENF e DC de astronomia no Brasil têm como produtos ou outputs atividades e iniciativas de educação e divulgação de astronomia. Muitas vezes as atividades acontecem fora de instituições e são produzidas por indivíduos singulares ou grupos, de maneira informal. Mesmo quando ligadas a instituições, as iniciativas são protagonizadas por equipes ou pessoas específicas. Assim, consideramos as pessoas envolvidas como elementos tão estruturantes quanto as infraestruturas e, ao fazê-lo, pensamos obter uma representação mais fiel do sistema em causa.

Categoria: Infraestruturas

Nesta categoria estão reunidas as referências dos especialistas aos elementos físicos que servem de base ao sistema e que são fundamentais para o desenvolvimento das atividades.

Separamos essas infraestruturas em fixas e móveis. Na figura 23 apresentamos um esquema resumindo os resultados desta categoria.

Subcategoria: Fixas

Na subcategoria fixas sinalizaram-se todas as referências às infraestruturas permanentes e não móveis, que correspondem principalmente às instituições envolvidas na ENF e DC de astronomia. Encontramos 137 referências feitas por 28 dos 34 participantes. A tabela seguinte mostra as diferentes infraestruturas fixas referidas, a sua frequência e as unidades de registro mínimas correspondentes a cada uma.

Tabela 11: Infraestruturas fixas mencionadas pelos participantes.

Fonte: Própria pesquisa.

Como pode ser constatado, os observatórios foram as estruturas com mais referências, seguido das referências genéricas (agrupando as últimas 4: espaços, centros, equipamentos e instituições públicas).

As principais instituições específicas da área da ENF e DC de astronomia foram mencionadas: observatórios, planetários, museus e centros de ciências, mas houve também referências a outras instituições envolvidas, como as universidades, escolas, bibliotecas e videotecas. Pela frequência se percebe um grande envolvimento das universidades na área.

Há que sublinhar que as palavras-chave “equipamentos” podem se referir tanto a equipamentos fixos como móveis. No entanto alocamos nesta categoria apenas as que se

referiam aos equipamentos fixos, como no exemplo: “os equipamentos estão mal aproveitados” (E58). A referência ao espaço público também foi colocada nesta categoria por ser uma sugestão de construção de estruturas fixas nas praças das cidades para servirem de base a atividades de astronomia.

Subcategoria: Móveis

Também houve referências às infraestruturas móveis utilizadas na ENF e DC de astronomia no Brasil, apesar de não tantas como nas infraestruturas fixas. Nesta subcategoria encontramos 29 menções, proferidas por 13 especialistas.

Os resultados encontram-se na tabela 12 e podem ser divididos em 3 tipos. 1) referências genéricas: equipamentos, instrumentos, aparelhos, artefatos e materiais; 2) instrumentos óticos, referidos genericamente ou nomeados – telescópios, binóculos e lunetas; 3) planetários portáteis.

Tabela 12: Infraestruturas móveis mencionadas pelos participantes.

Figura 23: Esquema das principais ideias apresentadas sobre a categoria complexa – Infraestrutura.

Categoria: Elemento humano

Nesta categoria encontram-se as referências aos elementos humanos, isolados ou em grupos, que pertencem ao sistema. Os dividimos em atores e público, diferenciando quem está envolvido na produção, organização e realização de iniciativas e quem, por outro lado, as recebe e delas usufrui.

Na figura 24, no final da descrição das duas subcategorias, pode ser encontrado um esquema resumindo as principais características destes elementos estruturantes do sistema.

Subcategoria: Atores

Ao falar dos atores notamos um certo enviesamento, pois são mais referidos aqueles que não estão ligados a instituições organizadas, nomeadamente os amadores. Tal acontece pois, ao falar de amadores, fala-se de seus grupos e associações (que contamos aqui como atores, pois os consideramos simplificadamente como conjuntos de pessoas), mas ao falar dos outros cenários em que ocorre a ENF e DC de astronomia a maior parte dos participantes se refere às instituições (planetários, universidades, observatórios, museus) ou às atividades (sessões de planetário, observações astronômicas, exposições) e não especificamente aos atores que desenvolvem as atividades nessas instituições (divulgadores, mediadores, monitores, palestrantes, etc). Assim os resultados parecem mostrar que se falou muito mais de grupos de amadores do que de outros atores, mas pensamos que, em parte, a razão é esta aqui apresentada.

Ao todo houve 92 referências de 29 especialistas diferentes. Há referências a astrônomos amadores e profissionais, a clubes e grupos de astronomia, a funcionários das instituições envolvidas – da direção às equipes de mediadores – estudantes, professores, divulgadores, cientistas, pesquisadores e atores genéricos. Algumas referências vêm atreladas às características dos atores, como a sua formação ou ao fato de serem voluntários. É ainda citado (e elogiado) um ator específico – o Professor João Canalle, coordenador da OBA.

O grupo mais referido são os astrônomos amadores o que mostra, apesar do possível enviesamento acima exposto, que este grupo de pessoas é muito presente nas opiniões e comentários dos especialistas, sendo por isso de importância para a área.

Na tabela 13 apresentamos os atores referidos pelos especialistas nas suas respostas, as respetivas unidades de registro mínimas e a frequência com que cada ator é referido.

Tabela 13: Atores mencionados pelos participantes.

Subcategoria: Público

Nesta subcategoria colocamos todas as referências ao público das atividades de ENF e DC. Houve 70 referências nas respostas de 25 participantes. Como pode ser observado na tabela 14, quase metade das referências ao público foram genéricas. Das restantes, 25 foram sobre o público escolar, mostrando que este é um público frequente nas atividades e iniciativas da área. Até pelas referências a outros públicos específicos se percebe que crianças e jovens em idade escolar são o público específico mais referido. Há também quem tenha afirmado que o público é diverso, de todas as idades e classes sociais.

Tabela 14: Públicos mencionados pelos participantes.

Figura 24: Esquema das principais ideias apresentadas sobre a categoria – Elemento Humano.

Fonte: Esquema nosso. Nota: Mais uma vez sublinhamos o fato de que, apesar de não estar representado no esquema, uma mesma pessoa pode ter diversos papeis, por exemplo ser professor e astrônomo amador.