• Nenhum resultado encontrado

1.

Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988

- Art. 1º - a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

ii - a cidadania;

iii - a dignidade da pessoa humana; iv - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de represen- tantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

- Art. 3º - Constituem objetivos funda- mentais da República Federativa do Brasil:

i - construir uma sociedade livre, justa e solidária;

iii - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regio- nais;

iv - promover o bem de todos, sem pre- conceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de dis- criminação.

- Art. 4º - a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

ii - prevalência dos direitos humanos; vii - solução pacífica dos conflitos;

- Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estran- geiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

xxiii - a propriedade atenderá a sua fun- ção social;

- Art. 109 - aos juízes federais compete processar e julgar:

i - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de auto- ras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho;

v-a as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

xi - a disputa sobre direitos indígenas.

- Art. 127 - o Ministério Público é institui- ção permanente, essencial à função juris- dicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

- Art. 170 - a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os dita- mes da justiça social, observados os seguintes princípios:

iii - função social da propriedade;

vi - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado con- forme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elabo- ração e prestação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

vii - redução das desigualdades regionais e sociais;

- Art. 184 - Compete à União desapro- priar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja uti- lização será definida em lei.

- Art. 185 - são insuscetíveis de desapro- priação para fins de reforma agrária: i - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu pro- prietário não possua outra;

ii - a propriedade produtiva.

Parágrafo único. a lei garantirá trata- mento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.

- Art. 186 - a função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simul- taneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

i - aproveitamento racional e adequado; ii - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;

iii - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

iv - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

- Art. 188 - a destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e com o plano nacional de reforma agrária.

§ 1º - a alienação ou a concessão, a qual- quer título, de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia aprovação do Congresso Nacional.

§ 2º - Excetuam-se do disposto no pará- grafo anterior as alienações ou as conces- sões de terras públicas para fins de reforma agrária.

- Art. 189 - os beneficiários da distribui- ção de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de domínio ou de con- cessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos.

Parágrafo único. o título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, inde- pendentemente do estado civil, nos ter- mos e condições previstos em lei.

- Art. 190 - a lei regulará e limitará a aquisi- ção ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa física ou jurídica estran- geira e estabelecerá os casos que depende- rão de autorização do Congresso Nacional.

- Art. 191 - aquele que, não sendo proprie- tário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

Parágrafo único. os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.

- Art. 215 - o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. § 1º - o Estado protegerá as manifesta- ções das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à iden- tidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasi- leira, nos quais se incluem:

ii - os modos de criar, fazer e viver;

§ 5º - Ficam tombados todos os docu- mentos e os sítios detentores de reminis- cências históricas dos antigos quilombos.

- Art. 231 - são reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originá- rios sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá- las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.

§ 1º - são terras tradicionalmente ocupa- das pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescin- díveis à preservação dos recursos ambi- entais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cul- tural, segundo seus usos, costumes e tra- dições.

§ 2º - as terras tradicionalmente ocupa- das pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.

§ 3º - o aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéti- cos, a pesquisa e a lavra das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comuni- dades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.

§ 4º - as terras de que trata este artigo

são inalienáveis e indisponíveis, e os direi- tos sobre elas, imprescritíveis.

§ 5º - é vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, “ad refe- rendum” do Congresso Nacional, em caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qual- quer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.

§ 6º - são nulos e extintos, não produ- zindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas natu- rais do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.

§ 7º - Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.

- Art. 232 - os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Minis- tério Público em todos os atos do pro- cesso;

ATO DAS DISPOSIÇÕES