De âmbito federal

Segue a descrição dos programas que se constituem como políticas públicas sociais vinculados à educação, cuja finalidade está centrada no cumprimento às garantias sociais legalmente estabelecidas a nível federal e, portanto, abrangentes a todo o território nacional:

a) Programa Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE) na escola

O PDE na escola é um programa de apoio à gestão escolar que se baseia no planejamento participativo. Este programa objetiva auxiliar as escolas públicas, em especial as com IDEB abaixo da média nacional, a realizar o seu trabalho, de maneira a focalizar suas energias para que sua equipe atue intuindo atingir os objetivos a que se propõe. Para participar do PDE na escola, as instituições de ensino públicas devem constar no censo escolar e ter acesso à plataforma do PDDE interativo (MEC, 2018c).

b) Programa Dinheiro Direto na escola (PDDE)

O PDDE tem por objetivo a prestação de assistência financeira as escolas de educação básica, das esferas federal, estadual, municipal e distrital, em caráter suplementar, com o intuito de colaborar para a melhoria da infraestrutura física e pedagógica, para a consequente elevação dos índices de desempenho escolar dos estudantes e para o fortalecimento da participação social e da autogestão escolar. Os repasses financeiros acontecem semestralmente. O PDDE é regido pela Lei 11.947, de junho de 2009 e pelas resoluções do

CD/ FNDE nº 9, nº 15 de 2014, nº 8, de 2016 (MEC, 2018h). Este programa ainda engloba ações agregadas, que possuem finalidades e públicos alvos específicos:

b.1) Programa Novo Mais Educação: consolida-se em uma ação tática do MEC com o intuito de melhorar a aprendizagem no ensino fundamental, por meio do acompanhamento pedagógico em língua portuguesa, matemática e do desenvolvimento de atividades nas áreas de artes, cultura, esporte e lazer. Para tanto, impulsiona a permanência no ambiente da escola por meio da ampliando a carga horária escolar. O atendimento prioritário, deste programa, destina-se a escolas que receberam recursos na conta do PDDE integral entre os anos de 2014 e 2016, as que apresentaram índice socioeconômico baixo ou muito baixo, segundo a classificação do INEP e/ou as que tiveram baixo desempenho no IDEB. A adesão a ele se efetiva através do SIMEC (MEC, 2018j).

b.2 Programa Escola Acessível: tem por intuito promover condições de acessibilidade ao ambiente físico, aos recursos didáticos e pedagógicos e à comunicação e informação nas escolas públicas de ensino regular. Este programa, fornece recursos às escolas contempladas pelo Programa Salas de Recursos Multifuncionais, para a realização de adequações arquitetônicas, aquisição de cadeiras de rodas, recursos de tecnologia assistitiva, bebedouros e mobiliários acessíveis. Para participar as escolas públicas interessadas devem apresentar suas demandas no módulo PAR, no SIMEC (MEC,2018i).

b.3) Programa Água na Escola: tem por objetivo a destinação de recursos de custeio e capital às instituições escolares do campo e quilombolas, que declararam no censo escolar do ano anterior, a inexistência de abastecimento de água ou esgotamento sanitário e que ainda não foram beneficiadas com essa assistência pecuniária, para realização das adequações cabíveis a resolução da problemática vivenciada (MEC,2018d).

b.4) Programa Escola do Campo: tem a finalidade de promover ações para a melhoria da qualidade do ensino nas escolas públicas localizadas no campo. Para tanto o FNDE disponibiliza recursos para a contratação de mão de obra e para o pagamento de despesas com a manutenção, conservação de instalações e reparos, bem como para a aquisição de mobiliário, por meio do cadastro de demandas e necessidades no módulo PAR, no SIMEC (MEC, 2018 a).

b.5) Programa Escolas Sustentáveis: objetiva a disponibilização de recursos financeiros a instituições de ensino público, com o intuito de promover a sustentabilidade socioambiental, apoiar no processo de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, bem como fomentar ações que colaborem para que as escolas se

tornem espaços educadores sustentáveis. A adesão deve ser efetivada por meio do módulo PAR, no SIMEC (MEC, 2018b).

b.6) Programa Mais Alfabetização: criado pela Portaria nº 142, de 22 de fevereiro de 2018, constitui-se em uma estratégia do MEC para fortalecer e apoiar as unidades escolares públicas no processo de alfabetização dos estudantes regularmente matriculados no 1º e 2º anos do ensino fundamental. Para tanto, o apoio técnico é realizado por meio da seleção de assistente de alfabetização, que tenha disponibilidade de carga horária de 05 (cinco) a 10 (dez) horas semanais. Este assistente terá a incumbência de auxiliar o professor alfabetizador no desenvolvimento de atividades que colaborem para a aquisição, por parte dos estudantes, de competências de leitura, escrita matemática. Para participar deste programa os dirigentes de cada esfera governamental devem realizar a adesão ao programa através do PDDE interativo e posteriormente efetivar a seleção dos assistentes de alfabetização (MEC, 2018e).

c) Programas do Livro

Os Programas do livro englobam ações do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNDL) e do Programa Nacional da Biblioteca Escolar (PNBE). Através destes programas o governo federal disponibiliza às escolas públicas e as instituições infantis comunitárias, confessionais e filantrópicas sem fins lucrativos conveniadas ao Poder Público, de maneira sistemática, regular e gratuita, obras didáticas, pedagógicas e literárias e materiais de apoio às práticas educativas. Para participar deste programa é necessário que os dirigentes das redes de ensino realizem adesão anual e que as escolas, no período previsto em editais, realizem a seleção das obras e matérias disponíveis para escolha. A quantidade de volumes destinada a cada educandário é determinada pelo número de alunos informados no censo escolar do ano anterior (FNDE, 2017h).

d) Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)

O PNAE tem por objetivo ofertar alimentação escolar e promover ações de educação alimentar e nutricional a alunos da educação básica, nos âmbitos federal, estadual, municipal e distrital. Para tanto, o governo federal repassa, diretamente a seus entes federados, valores financeiros, em 10 (dez) parcelas anuais, em conformidade com o número de alunos cadastrados no censo escolar. As principais leis e normas que ancoram esse programa são a Lei nº 11. 947, de 16 de junho de 2009 e a Resolução FNDE nº 26, de 2013 (FNDE, 2017e).

e) Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE)

O PNATE consiste na transferência automática de recursos financeiros para municípios, estados e DF, para subsidiar o custeio de despesas com o transporte escolar de alunos da educação básica pública residentes em áreas rurais. Os valores referentes a este programa são repassados em 10 (dez) parcelas anuais, com base no número de alunos das áreas rurais declarados no censo escolar do ano anterior. As verbas provenientes desse programa podem ser utilizadas no custeamento de despesas com a manutenção de veículos, de combustível e lubrificantes, encargos provenientes de contração de seguros, licenciamentos, impostos ou taxas e de serviços de terceiros para o transporte escolar (FNDE, 2017f).

f) Programa Caminho da Escola

O Programa Caminho da Escola visa renovar, padronizar e ampliar a frota de veículos escolares das redes ou sistemas municipais, estaduais e do DF, por meio da prestação de assistência financeira para aquisição de veículos novos, por parte do FNDE via módulo PAR, no SIMEC. Esse programa é destinado a beneficiar estudantes, prioritariamente, das áreas rurais e ribeirinhas. As leis que ancoram e normatizam esse programa são: Lei nº 12.816, de 2013; Resolução CD/FNDE nº 45, de 2013; Lei nº 12.695, de 2012; Decreto nº 6.768, de 2009 (FNDE, 2018c).

g) Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo)

O Pronacampo é um conjunto de ações articuladas que visam garantir uma educação e ensino de qualidade, fomentar a formação dos professores, a produção de material didático, realizar melhorias de infraestrutura e acesso as escolas públicas localizadas no campo. Este programa engloba outros programas já existentes fazendo com que estes voltem suas ações para as especificidades do campo. Dentre eles cita-se: Mais Educação do Campo, PNDL do Campo, Escola da Terra, PDDE do Campo, Formação Inicial e Continuada de Professores e de Profissionais da Educação Básica, dentre outros. O objetivo geral deste programa é fornecer apoio técnico e financeiro aos estados, municípios e DF para a implantação da Política de Educação do Campo, no intuito de ampliar o acesso e a qualidade de oferta da educação básica nas escolas do meio rural. A adesão a esse programa se efetiva por meio do módulo PAR, no SIMEC (MEC, 2018k).

O PROINFO é um programa que tem por finalidade a promoção do uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) como ferramentas de enriquecimento pedagógico na educação básica. Para aderir a esse programa, destinado a professores e alunos da educação básica, os municípios, estados e o DF devem incluir o pedido de aquisição de equipamentos tecnológicos no módulo PAR, no SIMEC. As principais leis e normas que dizem respeito a esse programa são a Portaria nº 522, de 09 de abril de 199, o Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007 e a Lei nº 12.695, de 25 de julho de 2012 (FNDE, 2017g).

i) Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE)

O PBLE objetiva conectar todas as escolas públicas à internet, através de tecnologias que propiciem qualidade, velocidade e serviços para incrementar o ensino público. O acesso a esse programa por parte das escolas públicas é automático e ocorre através das informações declaradas no censo da educação básica (FNDE, 2017b).

j) Programa de Implantação das Salas de Recursos Multifuncionais (SRMs)

Este programa tem por finalidade apoiar a organização e a oferta de Atendimento Educacional Especializado (AEE), prestado de maneira complementar ou suplementar a alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades ou superdotação. Visa, também, garantir a esse público condições de acesso e participação nos processos de aprendizagem. Dentre as ações do programa destacam-se a disponibilização de recursos para a aquisição de equipamentos de informática, mobiliários e materiais pedagógicos, por parte do FNDE. Em contrapartida, as instituições de ensino público tem por incumbência disponibilizar um espaço físico exclusivo e um professor específico para atuar no AEE. Para acessar a este programa as secretarias de educação devem apresentar essa demanda no módulo PAR, no SIMEC (MEC, 2018g).

k) Programa Nacional de Formação de Professores da Educação Básica - PARFOR O PARFOR constitui-se em uma ação da Coordenação de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) vinculada ao MEC, que tem por intuito fomentar a oferta gratuita e de qualidade de educação superior (ES) para profissionais do magistério do ensino público que estejam exercendo a docência e não possuam formação específica em sua área de atuação em sala de aula. A partir desta oferta, estes docentes têm a possibilidade de obter a formação exigida na LDB. O Capes, no âmbito do PARFOR, realiza o fomento à implantação de turmas

especiais em instituições de ensino superior (IES) nos cursos de licenciatura (para docentes que não possuem formação superior), de segunda licenciatura (para docentes que possuem licenciatura distinta de sua área de atuação) e de formação pedagógica (para docentes que possuem curso superior, sem habilitação em licenciatura). Para participar do PARFOR, os docentes da educação básica pública devem estar atentos ao período de abertura de editais, realizar cadastrar o currículo na Plataforma Freire e aguardar o aceite de sua solicitação (CAPES, 2018).

l) Programa Formação pela Escola (PFE)

A “Formação pela Escola” trata-se de um programa de formação continuada, à distância, destinado a capacitar e a contribuir para o fortalecimento da atuação de agentes e parceiros envolvidos com a execução, o monitoramento, avaliação, a prestação de contas e o controle social dos programas e ações educativas financiadas pelo FNDE (FNDE, 2017c).

m) Programa Benefício de Prestação Continuada (BPC) na Escola

O BPC na escola constitui-se em uma ação conjunta entre o MEC, o MDS e o Ministério da Saúde (MS), a Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), municípios, estados e DF, que visa realizar o acompanhamento e monitoramento do acesso e permanência no ensino regular da pessoa com deficiência beneficiária do BPC em idade escolar. Garantir condições para os desenvolvimento da autonomia, a participação social e a emancipação, também são objetivos deste programa. A adesão a ele é realizada pelo dirigente municipal, através do Sistema do BPC na escola online (MEC, 2018f).

n) Plano de Ações Articuladas (PAR)

O PAR consiste em ofertar aos entes federados um instrumento de diagnóstico e de planejamento plurianual das políticas educacionais, por meio do qual os entes federados constroem um plano de trabalho com a finalidade de contribuir para a ampliação da oferta, permanência e melhoria das condições escolares e, consequentemente, para o aprimoramento do IDEB das escolas públicas. Através da análise das informações fornecidas no diagnóstico e planejamento local, o governo federal prioriza e apoia as ações educacionais propostas pelos órgãos estaduais e municipais, com assistência técnica do MDE. A elaboração do PAR e todo seu acompanhamento é realizado no SIMEC (FNDE, 2017a).

o) Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC)

O PNAIC, para o ensino fundamental, tem como objetivo principal garantir que todas as crianças brasileiras estejam alfabetizadas até o final do ciclo de alfabetização (3º ano do EF). Para tanto, o governo federal fomenta financeiramente a formação continuada de professores alfabetizadores, presta assistência técnica ao programa e disponibiliza materiais didáticos e pedagógicos. A adesão ao PNAIC, pelos dirigentes de municípios, estados e DF, é efetuada por meio do SIMEC (FNDE, 2017).

p) Acompanhamento da Frequência Escolar de Crianças e Jovens em vulnerabilidade A ação de acompanhamento da frequência escolar de crianças e jovens em vulnerabilidade constitui-se em uma condicionalidade da educação do PBF. Esta ação tem por objetivo contribuir para o enfrentamento a evasão escolar e ao mesmo tempo estimular a permanência e o avanço educacional do público alvo do PBF. Para tanto, as escolas públicas devem realizar o monitoramento dos alunos matriculados incluídos no PBF e emitir relatórios a cada dois meses as secretarias municipais e estaduais, que tem por incumbência gestar e alimentar o Sistema de Presença online (MEC, 2018).