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5.1.1 C ÓRREGO DA Á GUA DO S OBRADO

O Córrego da Água do Sobrado (Figura 14) inicia sua trajetória no sentido sudoeste para norte e leste da cidade de Bauru.

Figura 14 - O Córrego Água do Sobrado.

Fonte: Departamento de Água e Esgoto de Bauru - DAE, Geoprocessamento, 2004, www.daebauru.com.br

Compilado e Modificado pelo Autor: Valter Luís Barbosa Escala: 1:17.500

O córrego atravessa os seguintes bairros: o Jardim Jussara e parte da Vila Paraíso em sua margem esquerda; Vila Ipiranga, Jardim Gaivota, Vila Nipônica e Vila Independência em sua margem direita.

O Núcleo Habitacional Joaquim Guilherme de Oliveira encontra-se localizado na cabeceira deste córrego. O Parque das Andorinhas e o Parque Sabiá estão no entorno da formação do Córrego da Água do Sobrado.

O bairro Vila Paraíso possui infra-estrutura urbana: pavimentação asfáltica, iluminação, guias e sarjetas nas ruas, hospitais, supermercados, farmácias, padarias, posto de saúde, postos de gasolina, água encanada, rede de esgoto e escolas.

Os bairros Vila Ipiranga e Jardim Jussara ressentem-se em alguns locais pela falta de pavimentação asfáltica, guias e sarjetas nas ruas, arborização e áreas de lazer. Somam-se a estas carências evidenciados processos de erosão acentuados. Nestes bairros, pode ser observada a construção de núcleos habitacionais com casas pequenas de alvenaria.

A Figura 15 mostra o Núcleo Habitacional Joaquim Guilherme cuja infra- estrutura urbana consiste em: água encanada e rede de esgoto, pavimentação asfáltica, guias, sarjetas e iluminação. Em algumas ruas próximas aos fundos de vale há a deposição do lixo urbano produzido pela comunidade do próprio núcleo habitacional.

Figura 15 – Foto do Bairro Joaquim Guilherme no final da Rua Bernardino de Camposem Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Por meio da Figura 16 pode-se observar a concentração de entulhos jogados no alto curso do Córrego da Água do Sobrado onde está localizado o bairro Joaquim Guilherme

em Bauru. É uma área de fundo de vale em que foi colocada uma placa pela Prefeitura da cidade indicando: “Área de Reflorestamento”.

Figura 16 – Foto do Bairro Joaquim Guilherme em Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

A Figura 17 evidencia a erosão existente no bairro Joaquim Guilherme. Do ponto de vista físico ocorreu um grande assoreamento no fundo de vale do Córrego da Água do Sobrado a sua montante implicando na degradação do médio e baixo curso do córrego.

Figura 17 - Foto da erosão no bairro Joaquim Guilherme em Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Alguns problemas de infra-estrutura urbana podem ser evidenciados na Figura 18. No final da rua o asfalto está todo comprometido e usualmente encoberto pelas enxurradas. Não há iluminação adequada e o traçado do bairro está com a sua dimensão irregular, com

falta de guias e sarjetas. Há ainda acúmulo de lixo e falta de pavimentação asfáltica nas ruas. Muitas casas estão inacabadas e outras foram abandonadas ou destruídas. As ruas em que havia o asfalto foram tomadas pelo mato e pela erosão danificando as condições do ambiente.

Figura 18 – Foto da Rua Antonio Requena no Jardim Jussara em Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

A Figura 19 mostra adicionalmente a existência de postes de iluminação sem fios e luz elétrica, crescimento do mato, traçado irregular das ruas e a falta de vegetação nativa. Existem animais mortos, tubulações jogadas a céu aberto, depósitos de entulhos, lixo doméstico nas margens do córrego levando ao desmoronamento do solo das margens e provocando a erosão.

Figura 19 – Foto do Jardim Jussara em Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Na Figura 20 pode-se ver que a aceleração dos processos erosivos no Córrego da Água do Sobrado tem contribuído para a degradação da paisagem local apesar de observar-se parte da vegetação preservada nas margens dos fundos de vale.

Figura 20 – Foto de assoreamento e erosão. Final da Rua Antonio Requena Nevada Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Ficou constatado, conforme a Figura 21 que próximo ao fundo de vale no médio curso do Córrego da Água do Sobrado há várias propriedades com o cultivo de hortaliças atingindo as margens do córrego. Embora a água utilizada para esse plantio não seja a mesma do córrego, é necessário um estudo mais detalhado para saber se há ou não contaminação do solo.

Figura 21 – Foto do médio curso do córrego Água do Sobrado em Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Independente da constatação ou não da contaminação do solo há uma preocupação em relação às condições do córrego no lugar, pois a cor da água tem se apresentada muito escura e com mau cheiro. Além disso, a vegetação nativa foi retirada para a formação das hortas ocasionando o desmoronamento das margens e o assoreamento do córrego principalmente próximo à sua cabeceira (Figura 22).

Figura 22 – Foto de assoreamento e erosão no fundo de vale no Córrego da Água do Sobrado. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Em áreas de fundo de vale próximas ao curso inferior do Córrego da Água do Sobrado as edificações não respeitaram os aspectos legais regidos pelo Plano Diretor da cidade de Bauru, pois se constatam várias casas residenciais irregularmente construídas (Figura 23).

Figura 23 – Foto do aspecto do fundo de vale na Rua Mara Lúcia Vieira no baixo curso em direção à montante da Água do Sobrado.

No primeiro plano da foto (Figura 24) há uma canalização no sentido oeste- leste.Neste local, nota-se a deposição de entulhos no leito do córrego e em suas margens.

Figura 24 – Foto do baixo curso do córrego Água do Sobrado Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

A edificação observada na Figura 25 contribui para o processo de degradação do córrego, à medida que se despejam os dejetos urbanos sem nenhum tratamento agravando o processo de assoreamento nas margens e no próprio córrego.

Nota-se a barreira de concreto feita para isolar as águas do córrego. Contudo, a construção está irregular, pois não foram respeitadas as distâncias mínimas da margem do córrego no fundo de vale.

Figura 25 – Foto de construção no baixo curso do Córrego da Água do Sobrado Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003,

De todo modo, tem-se o não cumprimento da lei estabelecida pelo Plano Diretor causando o assoreamento do córrego, a destruição da vegetação e dificultando a recuperação ecológica nesta área.

Nos meses de setembro/outubro de 2005 através do Jornal Atalho, página 3, da cidade de Bauru, os moradores da Rua Mara Lúcia Vieira no bairro Vila Pelegrina, (Ver Figura 12, p.106) reclamaram a respeito dos transtornos que o Córrego da Água do Sobrado causa à comunidade.

Uma outra moradora fez referência ao mau cheiro da água de esgoto no córrego. Para ela, a solução seria a canalização do córrego construindo uma marginal para desafogar o trânsito da avenida Castelo Branco. Todavia, até o ano de 2005 não foi feito nada para solucionar o problema pela falta de recursos financeiros para realizar a obra.

No baixo curso do Córrego da Água do Sobrado no encontro com o Rio Bauru em área bem urbanizada estão os bairros Vila Paraíso, Vila Nipônica e Vila Independência. A situação do curso do córrego neste local (Figura 26) se agravou com o aumento do nível de depósitos de sedimentos de areia, o que diminuiu o fluxo das águas e ocasionou o seu assoreamento.

Ao fundo da figura se observa o adensamento humano próximo às margens do córrego. Nota-se, na margem oposta a retirada da vegetação nativa e o acúmulo de areia carregada para o leito do córrego pela ação do vento e da chuva intensificando o assoreamento.

Figura 26 – Foto do baixo curso do Córrego da Água do Sobrado no encontro com o Rio Bauru.