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5.2.1 C ÓRREGO DA Á GUA C OMPRIDA

No entorno do Córrego da Água Comprida situam-se a Chácara Odete, o Jardim Nicéia e o Jardim Colonial. O Córrego da Água Comprida segue no sentido sul-norte e envolve os seguintes bairros no seu baixo curso na margem direita: Geisel, Carolina, Redentor

e Distrito Industrial I. Na margem esquerda estão os bairros Jardim Nicéia, Jardim Saburá, Parque das Camélias, Jardim Marambá e Cruzeiro do Sul. Esta região apresenta a construção de empreendimentos imobiliários em condomínios fechados, prédios de apartamentos e casas para a população.

A Figura 44 mostra o Jardim Colonial contendo casas com acabamento de alto padrão, ruas com guias, sarjetas, iluminação, pavimentação asfáltica, arborização, paisagismo e está localizado em área remanescente da vegetação de cerrado. O empreendimento habitacional ocupa um espaço em áreas próximas ao fundo de vale no Córrego da Água Comprida.

Figura 44 – Foto do Jardim Colonial próximo ao Córrego da Água Comprida em Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Na Figura 45 tem-se uma vista parcial do Jardim Nicéia próximo à nascente do Córrego da Água Comprida. Verificam-se vários adensamentos humanos em um aglomerado de casas sem definição dos terrenos formando áreas de favelas. As ruas são assimétricas com erosão e não possuem guias, sarjetas e pavimentação asfáltica.

O bairro não possui postos de saúde, há poucas escolas para as crianças, não há pavimentação asfáltica nas ruas, o sistema de transporte é deficitário, faltam áreas de lazer com quadras para diversos jogos esportivos, a iluminação é precária e o bairro encontra-se distante do centro urbano de Bauru. A desinformação a respeito da importância da conservação e manutenção da limpeza do bairro para o próprio bem-estar dos locais tornou-se um dos grandes problemas no Jardim Nicéia.

O lixo é jogado no entorno da nascente da Água Comprida (Figura 46) próxima as suas casas. O lugar se tornou depósito com diversos tipos de dejetos domésticos propiciando o

aparecimento de insetos, de ratos e de doenças infecto-contagiosas. Além disto, o lixo que está ali se deteriorando produz mau cheiro e o chorume que penetra no solo atinge o lençol freático contaminando o curso d'água. Também o acúmulo de detritos que não se decompõem contribuem para o assoreamento do córrego na área de fundo de vale.

Figura 45 – Foto da vista parcial do Jardim Nicéia no Córrego da Água Comprida em Bauru. Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Observa-se ao fundo na Figura 46 a conservação em parte da vegetação nativa de cerrado no entorno do córrego.

Figura 46 – Foto do acúmulo de lixo no Jardim Nicéia Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

A construção de habitação vertical com os conjuntos de prédios Campo Belo e Campo Limpo junto ao Córrego da Água Comprida pode ser observada na Figura 47 bem

como os dejetos lançados "in natura" no córrego. As edificações não cumprem a distância requerida da margem do córrego.

Na cabeceira do córrego há assoreamento e a formação de bancos de areia, fruto da extração da vegetação nativa e conseqüentemente a deformação do leito original e a diminuição da profundidade e da quantidade de água no curso do córrego.

Figura 47 – Foto do Córrego da Água Comprida Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Esses empreendimentos substituíram favelas existentes no local cujos moradores foram obrigados a deixar a área pressionados pelas imobiliárias e com a conivência do Poder Público. Lixo e entulhos são jogados nas voçorocas formadas no entorno do Córrego da Água Comprida. Nota-se que não há vegetação presente, fruto do desmatamento desenfreado da mata ciliar e da não observância das legislações que regulamentam a ocupação do solo propiciando a intensificação do processo erosivo (Figura 48).

A manutenção da vegetação nativa é a principal responsável pela preservação das encostas de rios e córregos, pois suas raízes auxiliam na contenção do solo, reduzindo o processo erosivo e o assoreamento e conseqüente deformação do leito original. Sua retirada é o principal fator acelerador do processo de desgaste do solo. Os sedimentos, que se depositam no fundo dos córregos diminuindo sua profundidade, são responsáveis também pelo transbordamento, no período das chuvas, uma vez que a vazão natural é prejudicada.

Figura 48 – Foto da erosão e acúmulo de lixo urbano Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Uma vista parcial do Córrego da Água Comprida pode ser obtida da Figura 49 onde se tem uma idéia do aspecto da quantidade de detritos como entulhos de construções e restos de extração de areia lançados no córrego movimentando o solo e removendo as camadas da superfície do terreno deixando-o vulnerável às enxurradas que contribuem para o agravamento do processo de assoreamento.

Figura 49 – Foto do Córrego da Água Comprida Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.

Observa-se que a vegetação se tornou precária e a mata ciliar praticamente inexistente; a destruição das margens, a formação de bancos de areia, o acúmulo de

sedimentos no leito do curso d'água acabaram por soterrar e alterar o curso original do córrego.

A Figura 50 mostra a margem do Córrego da Água Comprida onde se instalaram vários tipos de indústrias que lançam seus esgotos nas suas águas. Na margem esquerda do córrego há uma vegetação conservada onde está localizado o Horto Florestal da cidade de Bauru. Em seu lado direito há assoreamento das margens formando bancos de areia.

Figura 50 – Foto do baixo curso do Córrego da Água Comprida próximo ao Horto Florestal e à avenida Rodrigues Alves: assoreamento na margem direita e na esquerda.

Fonte: Valter Luís Barbosa, 2003.