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PARTE III REFLEXÃO GLOBAL SOBRE A PES I E A PES II

2. A última reflexão

Há cinco anos atrás iniciei o meu percurso académico, com a convicção que a minha vocação profissional passava por esta área. Neste momento sinto mais do que nunca que a minha escolha foi acertada e não podia estar mais orgulhosa disso. Desde muito cedo que o papel do professor me fascinava pelo facto de poder transmitir conhecimento aos alunos. Foi algo que despertou sempre o meu interesse, o ato da partilha. Neste sentido, centrar-me-ei sobre esta trajetória marcada por momentos marcantes em ambos os sentidos.

175HAWKING, STEPHEN – Stephen Hawking fala sobre suicido assistido. consultado em 23-01-2015 Disponível na Internet: http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/stephen-hawking-fala-sobre- suicidio-assistido-9995116

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Ao ingressar na licenciatura fui transportada para as mais diversas situações de aprendizagem proporcionadas por cada uma das unidades curriculares que frequentei. Cada momento de aprendizagem foi um ponto de partida para um futuro profissional que se avizinhava próximo, nomeadamente a intervenção pedagógica na UC de Iniciação à Prática Profissional. Contudo, o papel de um estudante de uma licenciatura nas salas de aula é diminuto e não apresenta o mesmo grau de exigência do que aquele que um mestrando tem. O meu olhar sobre a licenciatura assenta sobretudo no conhecimento que adquiri, na metodologia e nas estratégias de aprendizagem que me proporcionaram o sucesso e a capacidade crítica de que querer transpor estes ensinamentos para a minha sala de aula.

A entrada no mestrado foi, inicialmente, uma surpresa, porque fomos transportados para um nível de exigência ao qual nunca tínhamos sido submetidos. Apesar disto, senti que o meu papel enquanto aluna representa uma enorme importância no meu futuro profissional e que se até então já me tinha esforçado ao máximo, agora teria de me esforçar o dobro. O primeiro ano de mestrado é fundamental para o ingresso na prática pedagógica, uma vez que nos são transmitidas as competências essenciais que os alunos têm de adquirir ao longo do primeiro e segundo ciclos do Ensino Básico. Todas as expectativas corresponderam ao que eu esperava e tudo pareceu fazer sentido. As Didáticas proporcionaram-nos uma partilha de materiais, estratégias e metodologias que tinham o intuito ser aplicadas na prática, envolvendo a preparação de aulas e o processo de planificação. Foi um ano repleto de aprendizagem, que evidenciou o papel do aluno na sua plenitude. Sabia que o ano seguinte seria diferente e esse pensamento motivava-me, porque finalmente ia “ser professora”.

Se alguma vez eu tinha considerado o primeiro ano de mestrado intenso, o segundo não teve comparação. A exigência, a intensidade e o esforço foram intensificados o que me deixou bastante insegura, ansiosa e, por vezes, completamente perdida. Associado a tudo isto a minha curiosidade em instigar e criar novas atividades criativas e a minha vontade em querer fazer mais e melhor, fizeram com que fosse um ano levado ao extremo. Muitas vezes, pensei que não seria capaz de levar este desafio até ao fim, mas quando me apercebi que ia trabalhar com aquela turma que nos recebeu tão bem e de forma tão carinhosa, tudo se tornou mais fácil.

149 A Prática de Ensino Supervisionada I, foi desenvolvida junto de uma turma do primeiro ano de escolaridade composta por vinte e um alunos, numa escola do concelho de Viana do Castelo. Ao longo de quinze semanas acompanhamos a turma no processo de ensino-aprendizagem, sendo que as três semanas iniciais foram destinadas à observação do contexto educativo. A observação “desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem”176 uma vez que é nesta fase inicial que nos inspiramos e motivamos para a construção de uma mudança no contexto escolar. O processo observativo possibilitou-nos conhecer a professora cooperante e compreender quais as suas metodologias, bem como o modo como conduzia o ambiente educativo vivido na sala de aula. Estes momentos iniciais possibilitaram-nos a criação de laços com os alunos que foram cruciais para a lecionação das aulas, pois já nos conhecíamos mutuamente. Sem dúvida, que o sucesso de ambas as partes está dependente das relações que se estabelecem no contexto educativo.

Quando observamos os alunos na sala de aula apercebemo-nos que há uma fixação no professor, no que respeita às suas atitudes e às suas palavras. É visível nas suas faces as espectativas que depositam no adulto que está à sua frente a transmitir- lhes conhecimento. Tudo isto, se deve a estratégias de motivação que captam a atenção e isso foi, com certeza, o maior desafio ao longo da prática pedagógica. O processo de planificar uma aula exige selecionar estratégias de aprendizagem que sejam criativas e motivadoras para os alunos e nem sempre se apresenta como uma tarefa simples. Após várias semanas de implementação pensamos que é impossível diversificar mais as estratégias de motivação e criatividade, até que em qualquer momento do dia surge algo e decidimos pôr em prática. É incrível ver que um aluno realiza as atividades pelo prazer de aprender e não por mera obrigação. O sucesso do aluno passa pela escolha de estratégias adequadas, pela motivação, pelo acompanhamento e pelo feedback.

Perante isto, procurei promover momentos entusiasmantes de aprendizagem para os alunos, através da diversificação de tarefas. Contudo, tive sempre muito cuidado em acompanhar os alunos que demonstravam mais dificuldades para que não

176 REIS, Pedro - Observação de Aulas e Avaliação do Desempenho Docente. Lisboa: Ministério da

Educação, Conselho Científico para a Avaliação dos Professores, 2011, p. 11 consultado em 21-01-2015 Disponível na internet: http://www.ccap.min-edu.pt/docs/Caderno_CCAP_2-Observacao.pdf

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desmotivassem da aprendizagem, tendo sempre atividades extras caso fosse necessário.

A planificação de quatro áreas disciplinares – Matemática, Português, Estudo do Meio e Expressões (Dramática, Físico-Motora e Plástica) – distintas, mas transversais, exigiu a planificação de um trabalho diversificado apostando em novas estratégias de transmissão de conhecimento. Inovar, foi para mim, a palavra de ordem, por isso, procurei sempre estimular o conhecimento através da aplicação de novas rotinas, de jogos, de obras de Literatura Infanto-Juvenil e de textos da minha autoria para introduzir uma nova temática e/ou conteúdo.

Os professores da ESEVC foram incansáveis no acompanhamento e no apoio, nos conselhos e nas críticas que iam tecendo acerca do nosso percurso. Recordo que me incentivaram sempre a valorizar o trabalho dos nossos alunos, através do reforço positivo. O reforço dever ser sistemático para facilitar o desenvolvimento de todas as competências fundamentais às suas aprendizagens, de forma a desenvolver a autoestima e a promoção da autorregulação das aprendizagens177. Sempre que transmitimos ao aluno o seu sucesso no trabalho que concretizou torna-se visível a felicidade com que encara o elogio. Estes momentos evidenciam a importância do professor na sala de aula, pois para além do conhecimento científico é necessário ter uma postura correta e incentivadora. Algo que se deve ter em atenção é a transmissão de um reforço equitativo para com a turma, de modo a que todos os alunos se sintam importantes no processo de ensino-aprendizagem.

Este ciclo de estudos implementa um regime de monodocência, em que um só professor leciona todas as áreas contempladas no currículo, o que nos possibilita uma bagagem alargada ao nível do conhecimento científico em todas essas áreas. Lecionar quatro áreas exige um processo de organização bem estruturado, uma vez que a teoria nem sempre se enquadra fielmente na prática e, por vezes, é necessário ajustar as estratégias, pois todos os alunos são diferentes e todos os dias somos confrontados com factos novos. Consequentemente, o professor deve possibilitar um desenvolvimento

177 NOGUEIRA, Ana – O feedback no processo de autorregulação das aprendizagens em Matemática.

Departamento de Didáticas e Tecnologia Educativa. Aveiro: Universidade de Aveiro. 2009, p. 196

consultado em 25-05-20150 Disponível na Internet:

151 global e harmonioso do indivíduo, onde seja possível descobrir novas aptidões, interesses e capacidades que “proporcionem uma formação pessoal, na sua dupla dimensão individual e social”178. Algo com que sempre me preocupei relaciona-se com o facto de estabelecer uma ligação de interdisciplinaridade entre todas as áreas para proporcionar aos alunos um ensino integrado, uma vez que possibilita, de acordo com Piaget, “um intercâmbio mútuo e integração recíproca entre várias disciplinas (…) como resultado de um enriquecimento recíproco”179.

Quando terminei a prática pedagógica na PES I refleti sobre as áreas que me deram mais prazer a lecionar e conclui que foram o Português e o Estudo do Meio Social. Lecionar Português revelou-se numa agradável surpresa que se transformou num desafio constante. O facto de a turma, em que me encontrava a estagiar, ser do primeiro ano de escolaridade exige da disciplina de Português uma atenção redobrada. Sempre que planificava para Português sentia uma necessidade crescente de apelar ao meu sentido de criatividade, com o intuito de cativar os alunos para a aprendizagem de uma nova palavra. A lecionação desta disciplina carece de um cuidado em relação à comunicação oral e à escrita, por isso procurei incentivar os alunos a expressar-se oralmente de forma correta, assim como na escrita tendo em consideração os erros ortográficos, a incoerência e a incoesão frásica. Não posso deixar de referir que, na área do Português, a Literatura Infanto-Juvenil foi algo que me tocou particularmente. O prazer de proporcionar momentos de leitura, fez-me viajar com eles e entrar num mundo que apenas os livros nos proporcionam. As atividades de pré-leitura, leitura e pós-leitura gozaram de resultados fascinantes, onde os alunos tinham a oportunidade de extrapolar toda a sua imaginação como crianças que são. Há quem diga que se a pessoa que lê tem prazer pela leitura transmite essa mensagem para os indivíduos que a estão a escutar. Pessoalmente, ler para um público é algo que me enche o coração e espero ter conduzido os alunos ao prazer pelo ato de ler e pela aprendizagem que esse ato nos proporciona. Desta forma, espero que um dia cada aluno tenha “vontade de

178 EDUCAÇÃO, Ministério da – Organização Curricular e Programas: Ensino Básico 2.º Ciclo, o.c., p, 13

179Cit. por Adriana Pinto e Barata Marques – A interdisciplinaridade em sala de aula, no 1.º ciclo do ensino

básico. Faro: Escola Superior de Educação e Comunicação, Universidade do Algarve. 2012, p. 22 consultado em 26-01-2015 Disponível na Internet:

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querer ler como experiência voluntária e mantenha viva essa atitude ao longo de todo o percurso escolar e para além dele”180.

No que se refere a Estudo do Meio Social foi uma área na qual me senti bastante segura e à vontade. A área científica de Estudo do Meio suscita, de uma forma geral, bastante curiosidade e interesse aos alunos, leva-os a refletir e a questionar-se sobre o que se passa à sua volta. À semelhança do Português, lecionar esta área foi também um desafio, pois estava constantemente a ser interrogada acerca dos mais variados temas do quotidiano. Os alunos nesta faixa etária são curiosos por natureza e isso faz com que as aulas se revelem mais dinâmicas e repletas de transmissão de conhecimento. Algo que condicionou a exploração de novos conteúdos e/ou a intensificação de outros foi resultante do facto do currículo preconizar um tempo semanal escasso para lecionar esta área disciplinar. Recordo, agora, que muitas das aulas em que lecionei Estudo do Meio Social recorri a obras de Literatura Infanto-Juvenil ou a textos da minha autoria, como forma de introduzir os conteúdos, com o intuito de motivar os alunos para a aprendizagem, e na prática resultou. Todos estes momentos fazem com que a prática pedagógica se revele especial e tão imprevisível, através da qual devemos conseguir educar alunos responsáveis “perante o ambiente, a sociedade e cultura em que se insere, compreendendo, gradualmente, o seu papel de agentes dinâmicos nas transformações da realidade que os cerca”181.

Gostaria de apontar que apesar de na PES II ter desenvolvido a investigação na disciplina de História e Geografia de Portugal, na PES I não me foi proporcionado lecionar conteúdos em torno da História, uma vez que o currículo no 1.º ano de escolaridade não preconiza tal abordagem, centrando-se mais em conteúdos relacionados com a vida em sociedade e o comportamento cívico.

No que concerne à área das Expressões, todas as semanas, obrigatoriamente, tínhamos de planificar uma aula de Expressão Físico-Motora, enquanto uma outra hora se destinava a uma outra Expressão à nossa escolha. Em diálogo com o meu par pedagógico decidimos que o mais adequado para a aprendizagem dos alunos seria lecionar alternadamente a Expressão Plástica, Dramática e Musical. De entre todas as

180 SILVA, Fátima; VIEGAS, Filomena; DUARTE, Isabel; VELOSO, João – Guião de Implementação do

Programa de Português do Ensino Básico - Oral. Lisboa: Ministério da Educação, Direção Geral de

Inovação e de Desenvolvimento Curricular,2011.

153 Expressões a que gostei mais de intervir foi a Expressão Físico-Motora, uma vez que os alunos mostram-nos um pouco mais daquilo que são quando saem do contexto da sala de aula. A energia que nos transmitem é fabulosa e naqueles momentos eram crianças alegres e participativas numa aula que englobava sobretudo jogos que desenvolvessem a sua motricidade. Sem dúvida, que a prática desta área apresenta uma importância extrema na atividade corporal dos alunos, pois a falta dela pode no futuro traduzir-se “em carências frequentemente irremediáveis”182, bem como na capacidade cognitiva no que respeita à abstração das outras áreas disciplinares.

Por fim, a área disciplinar Matemática surpreendeu-me bastante pela positiva. Quando lecionei esta área apercebi-me, de imediato, que os alunos se encontram em diferentes níveis de desenvolvimento na aprendizagem. Diagnosticar as dificuldades dos alunos é um ponto de partida para auxiliar os alunos na sua superação. Ao longo da minha prática sempre que um aluno evidenciava uma dificuldade, que poderia ser comum aos restantes colegas, interrompia o desenvolvimento da tarefa para que o aluno discutisse a sua dúvida com a turma. Pretendendo, assim, que os restantes colegas fossem capazes de auxiliar o aluno enunciando uma resolução que considerassem adequada. Estes momentos proporcionaram a transmissão de um conhecimento matemático coletivo, em que todos são importantes no processo de aprendizagem. Identificar o erro e dizer que está mal não chega é necessário auxiliar o aluno a encontrar a resposta correta sem a “dar de bandeja”, por isso é que é tão importante “manter um ambiente de questionamento permanente entre o professor e os alunos”183.

Após o término da PES I, considero que foi este ambiente de ajuda e de cooperação que possibilitou aos alunos um desenvolvimento integral, onde se estabeleceu uma profunda relação pedagógica. Acompanhar a evolução dos alunos foi muito positivo e gratificante neste percurso, especialmente verificar que quando eu e o meu par pedagógico entramos na sala como duas professoras desconhecidas os alunos não conseguiam ler e quando saímos liam fluentemente. Para mim, participar na evolução da aprendizagem da leitura teve um significado muito especial.

182 IDEM, p. 35

183 PIMENTEL, Teresa et al.. Matemática nos Primeiros Anos – Tarefas e Desafios para a Sala de Aula,

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Um outro aspeto que gostaria de salientar encontrasse relacionado com o trabalho colaborativo entre os elementos do par pedagógico, que possibilitou a troca de ideias e a construção de um trabalho coeso e coerente. Resultado desse trabalho foram as planificações que apresentam um papel importantíssimo em ambas as práticas pedagógicas, uma vez que são documentos orientadores que nos auxiliam na lecionação de cada aula, como se nos indicasse a direção a seguir e a meta a alcançar184. Associado a tudo isto, a reflexão foi um dos momentos áureos de toda prática, uma vez que preconiza a troca de experiências e de partilha entre os pares185. Realizar reflexões orais e escritas de todas as aulas, nem sempre foi um processo pacífico, pois implica uma retrospetiva pessoal do trabalho que desenvolvemos junto dos nossos alunos. Contudo, foi através destes momentos de meditação que possibilitou melhorar a cada semana e perspetivar qual a professora que eu pretendia ser no futuro, adquirindo uma maior consciencialização pessoal do que é ser professor e de que forma as práticas podem e devem ser questionadas186.

Terminado o primeiro semestre deu-se por finalizada a prática pedagógica no 1.º ciclo do Ensino Básico. O meu corpo sentia um cansaço imenso, mas o tempo de preparação para a PES II já escasseava, e esse sentimento foi ultrapassado. Com uma nova prática “à porta” apercebemo-nos que a metodologia do segundo ciclo seria concretizada nos mesmos moldes da anterior.

A chegada a uma nova escola não poderia ter sido melhor. Quero e devo referenciar o modo afetuoso como nos receberam na Escola Básica Integrada de Fragoso, todos os docentes e não docentes prontificaram-se a auxiliar-nos durante este percurso. Uma nova etapa estava prestes a começar e a apreensão tendia a voltar, assim como a incerteza, mas não me deixei abater e canalizei o meu tempo no trabalho. O percurso neste ciclo iniciou-se com uma reunião em que cada trio pedagógico ficou a conhecer os Professores Cooperantes de unidade disciplinar em que ia lecionar, e

184 ZABALZA, Miguel – Planificação e Desenvolvimento Curricular na Escola – A escola como cenário de

operações didáticas. Porto: Edições ASA. 1994, p. 2

185 NÓVOA, António – Matrizes Curriculares. TV Escola – O canal da educação, 2001 consultado em 26-

01-2015

Disponível na internet: http://www.tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/entrevista.asp?cod_Entrevista=59

186 OLIVEIRA, Isolina; SERRAZINA, Lurdes – A reflexão e o professor como investigador – Grupo de Trabalho

em Investigação, Refletir e investigar sobre a prática profissional. Lisboa: Associação de Professores de

155 também os prazos de entrega de todo o material respeitante a cada aula. Além disto, foram-nos fornecidas algumas informações sobre as características dos alunos que constituíam a turma com que viríamos a trabalhar.

A PES II decorreu ao longo de doze semanas, sendo que as primeiras três semanas corresponderam a um período de observação e as restantes de intervenção pedagógica. A metodologia de organização, neste ciclo, implicou que o trio se dividisse pelas quatro áreas disciplinar da seguinte forma: nas primeiras três semanas o primeiro elemento leciona Matemática, o segundo Português e o terceiro História e Geografia de Portugal e Ciências Naturais. Findas as três semanas, o trio trocava de área disciplinar e integrava na lecionação de uma outra disciplina. O período de estágio só terminava quando o trio tivesse a experiência de lecionar em todas as áreas disciplinares. Sendo que a última área a lecionar era naquela em que a investigação se baseava.

A organização da PES II exigiu do grupo pedagógico uma nova organização, se até então todo o trabalho era concretizado em uníssono, desde a planificação até à elaboração dos recursos digitais ou manipulados, agora o trabalho era mais individualista. É claro que procuramos sempre trocar ideias e partilhar opiniões sobre o trabalho de cada elemento do grupo, mas o facto de planificarmos áreas disciplinares distintas impossibilita a construção de um trabalho em grupo através da distribuição de tarefas. No meio de tanta correria o trabalho individual foi inevitável, no entanto, tenho de valorizar o modo como o meu trio pedagógico se relacionou durante este período, pois estávamos sempre a par do que cada um se encontrava a trabalhar de forma a criar um trabalho inovador onde pudéssemos introduzir algo novo187 e interessante onde a troca de opiniões foi essencial. Saliento, também, a interajuda que concretizamos na realização das investigações, sobretudo no processo de recolha de dados.

A observação foi, para mim, um momento crucial durante o segundo ciclo. Nem sempre apresentamos uma postura correta, talvez pela falta de experiência, e a observação possibilita-nos perceber o modo como um professor controla o ambiente da sala de aula que vai muito além da transmissão do conhecimento. Observar implica estar atento ao modo como o Professor Cooperante conduz a aula, a postura que adota, que estratégias usa e quais os materiais a que recorre para por em prática as atividades.

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Como já referi anteriormente, o período de observação possibilitou-me conhecer