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2 ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE RECUPERAÇÃO

2.2 Projeto de Recuperação Paralela no contexto da prática das

3.2.2 Ação 2: Acompanhamento da prática pedagógica por meio de visitas

A ação 2 tem como objetivo realizar o acompanhamento da prática pedagógica por meio de visitas periódicas à sala de aula da RP, visando à sua observação e efetivação e ao monitoramento em tempo real das ações do docente e do desempenho discente para posterior feedback que contribua para a atuação e o desenvolvimento profissional do professor.

A respectiva ação exige que o gestor escolar assuma o papel de liderança que lhe cabe e, em parceria com o coordenador pedagógico e os docentes, atue como corresponsável pelo processo e pelos resultados alcançados pelos alunos. Ao realizar o monitoramento da prática pedagógica, assistindo às aulas de RP, garante a possibilidade de se aproximar da gestão pedagógica, entendendo como ocorre o processo de recuperação da aprendizagem. Com esse conhecimento o gestor poderá provocar a reflexão do docente, fazendo com que ele analise sobre o que, com o que e como está fazendo e, principalmente, para que e para quem o faz. Dessa forma, o feedback das observações realizadas em sala de aula promove, por meio da tríade Ação-Reflexão-Ação, o aperfeiçoamento da prática pedagógica, tornando-a cada vez mais adequada para atender às necessidades de cada aluno. Isso certamente contribuirá para a melhoria da aprendizagem discente, conduzindo o educando para a superação das suas dificuldades.

A ação proposta se tornará mais eficaz à medida que o gestor for compartilhandoesses momentos de visitas com o coordenador pedagógico, pois a

visão e percepção diferenciada desses atores enriquecem a devolutiva já que se complementam.

É importante lembrar que o estudo de caso em questão possibilitou identificar que nas respectivas escolas não existe uma forma de monitoramento da RP, em que o gestor acompanhe o desenvolvimento das aulas na prática, Verificou-se um distanciamento do gestor em relação à gestão pedagógica, considerada atualmente como característica das escolas eficazes. Observou-se, também, que o coordenador pedagógico eventualmente assiste às aulas, sem programação definida, dificultando o feedback e a orientação aos professores.Neste sentido, a proposta de ação de monitoramento por meio de visitas a sala de aula da RP constitui-se em uma forma eficaz de acompanhamento da prática pedagógica que influenciará na melhoria do desempenho discente. Para aplicação dessa ação, primeiramente o gestor se reunirá com o coordenador pedagógico para planejar o mecanismo de acompanhamento (registro), as formas de devolutivas e o cronograma semanal de visitas às salas, dos encontros semanais em horário de HTPC para planejamento das aulas e feedback aos professores.

Além disso, será programada uma reunião, a ser realizada na primeira semana do início do projeto, para esclarecer o real objetivo das visitas às salas de aula. Isso se deve ao fato de que, na maioria das vezes, o professor pensa que esse tipo de acompanhamento é uma simples forma de fiscalização. Assim, o gestor e coordenador pedagógico argumentarão, desmistificando esse pré-conceito, explicitando que a ação visa servir de apoio ao trabalho docente, auxiliando-o nas necessidades que se fizerem presentes, a fim de possibilitar o aperfeiçoamento da prática e obter resultados positivos.

Em seguida, organizarão o cronograma semanal de visitas às salas, procurando intercalá-lasnos dias da semana. Considerando que o professor atua em uma jornada de trabalho de 20 horas-aula de regência por semana, será estabelecido tempo de permanência de umahora e meia do gestor e/ou coordenador pedagógico na sala de aula, contemplando todas as turmas formadas e disciplinas trabalhadas dentro do respectivo mês. Para isso, esses sujeitos terão a grade curricular de cada turma, com a organização dos horários das disciplinas estabelecidos, para o planejamento do cronograma de visitas.

Considerando a jornada de trabalho de 20 horas-aula semanais de regência, é estabelecido que o professor da RP deva cumprir, além dessas, mais sete horas-

aula semanais de HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo). Tendo em vista a localização rural, as aulas acontecem de segunda-feira a quinta-feira, em período oposto, com cinco horas-aulas diárias, contemplando as diferentes disciplinas, que totalizam às 20 horas-aulas semanais de regência.

Dessa maneira, como o docente não possui horas de regência nas sextas- feiras, cumprirá, das sete horas-aulas de HTPC, cinco na sexta-feira, durante o período em que atua, e duas na segunda-feira, das 17h20 às 19h, horário em que todos os professores se reúnem.

Partindo dessa realidade ficará estabelecido que em todas as sextas-feiras o gestor e coordenador realizarão reuniões com professor da RP para as devolutivas, com duração de duas horas-aulas, sendo as outras duasdestinadas ao planejamento das aulas para próxima semana.

Quanto ao mecanismo de acompanhamento (registro), o gestor e o coordenador pedagógico irão elaborar um relatório de visitas que contemple questões sobre a identificação da turma, o número de alunos, o professor responsável, o desempenho dos alunos, o desenvolvimento das aulas em relação às atividades planejadas para as diferentes disciplinas e a interação entre professor– alunos-conhecimento. Também será observado o plano de aula programado e a sua compatibilidade com o que está sendo ensinado, o alinhamento entre a atividade aplicada e o objetivo a ser atingido, o recurso utilizado, a organização do espaço físico, a disposição das atividades dos alunos e a dinâmica da aula de forma geral. Além disso, o gestor e/ou coordenador registrarão os assuntos a ser tratados nas reuniões de feedback com os professores.

Esses relatórios serão assinados pelo observador e professor da RP após a visita, para que o docente fique ciente dos aspectos observados e das anotações realizadas, sendo essas informações posteriormente organizadas em pastas próprias e disponibilizadas ao professor.

As informações coletadas nos relatórios de visita serão analisadas e utilizadas para orientar o docente, promovendo a reflexão sobre a sua prática, e para propor correção de rumos e replanejamento, visando garantir a qualidade da aprendizagem. As reuniões de feedback contarão com a presença do gestor escolar, coordenador e pedagógico e professor responsável pela RP. Esta ação não requer custos financeiros.

QUADRO 13: Ação 2: O acompanhamento da prática pedagógica por meio de visitas a sala de aula da RP

Ação O acompanhamento da prática pedagógica por meio de visitas a sala de aula da RP

Objetivo Realizar o acompanhamento da prática pedagógica, visando à sua observação e ao acompanhamento em tempo real das ações do docente e desempenho

discente.

Justificativa Possibilitar feedback que contribua para a atuação e o desenvolvimento profissional do professor e, com isso, a melhoria do desempenho dos alunos. Dificuldades de

implementação - Ausência deprogramação e responsabilidade definida por parte do gestor escolar e coordenador pedagógico para realização do monitoramento. - Professores pensarem que esse tipo de acompanhamento é uma forma de fiscalização.

Possíveis soluções Ação de monitoramento por meio de visitas à sala de aula da RP pode ser uma forma eficaz de acompanhamento da prática pedagógica, o que influenciará na melhoria do desempenho discente.

Proposição Ação de monitoramento por meio de visitas a sala de aula.

Quando? Semanalmente.

Duração Durante o decorrer do ano letivo.

Material Relatório de visitas que contemple questões sobre:

- identificação da turma; número de alunos; professor responsável; desempenho dos alunos; desenvolvimento das aulas em relação às atividades planejadas para as diferentes disciplinas; interação entre professor–aluno-conhecimento; observação do plano de aula programado e sua compatibilidade com o que está sendo ensinado; alinhamento entre a atividade aplicada e o objetivo a ser atingido; recurso utilizado; organização do espaço físico; disposição das atividades dos alunos; dinâmica da aula de forma geral e registro de assuntos que poderão ser tratados nas reuniões de feedback com os professores.

Atores participantes do processo e das reuniões

Gestor escolar,

Coordenador pedagógico,

Professores da RP e da classe regular. Papel do gestor

escolar - Acompanhar a prática docente por meio das visitas à sala de aula. - Analisar, refletir e atuar corretivamente sobre as observações feitas. - Reunir-se semanalmente para dar feedback aos docentes da RP. Papel do

coordenador pedagógico

- Acompanhar a prática docente por meio das visitas à sala de aula. - Analisar, refletir e atuar corretivamente sobre as observações feitas. - Reunir-se semanalmente para dar feedback aos docentes da RP. Papel dos docentes

da RP - Analisar, refletir e atuar corretivamente sobre as observações feitas. - Reunir-se semanalmente para receber feedback por parte da gestão e coordenação. Fonte documental

das ações - Relatórios de visita. - Pasta com relatórios de visita. - Cópia do impresso dos relatórios.

Custo (R$) Não há custos

A ação 2 objetiva realizar o monitoramento da prática pedagógica por meio de visitas periódicas a sala de aula da RP. Para a realização dessa ação, o gestor escolar e o coordenador pedagógico organizarão um cronograma para realizar as visitas às salas de aula durante o ano letivo, contemplando o registro para posterior devolutiva. Isso garantirá o acompanhamento em tempo real das ações do docente e do desempenho discente e posterior elaboração de um feedback que contribua para a atuação e o desenvolvimento profissional do professor.

3.3 O gestor escolar e a formação continuada dos profissionais responsáveis pela aprendizagem dos alunos que apresentam defasagem na trajetória escolar

Nesta seção serão elaboradas ações direcionadas à formação continuada, no que diz respeito ao trabalho com alunos que apresentam defasagem de aprendizagem, dos professores e da equipe gestora. Essa formação preferencialmente ocorrerá dentro da própria escola, por meio de atividades que possibilitem aos profissionais analisarem a sua prática à luz da teoria.

O gestor, mais uma vez, deve assumir o papel de mobilizador e articulador, promovendo, assim, momentos de estudos e reflexão e mantendo o compartilhamento das discussões entre os atores pertencentes ao contexto escolar. Com isso, considerando os estudos de recuperação da aprendizagem dos discentes, no caso a recuperação paralela, torna-se primordial repensar e investir na formação dos professores que lecionam nessas turmas, para que possam discutir sobre as interações que ocorrem no contexto educativo, principalmente no que diz respeito à correlação entre teoria, prática pedagógica aplicada e realidade social dos alunos.

Todavia, partindo do principio de que todos os atores pertencentes à comunidade escolar prioritariamente precisam atuar coletivamente no planejamento, na execução, no monitoramento e na avaliação dos processos educativos, essa formação se estenderá aos professores da classe regular que tenham alunos com defasagem de aprendizagem. Isso se faz importante, visto que é necessária a articulação entre esses profissionais e o professor de RP, intermediados pela equipe gestora, a fim de que se garanta a efetiva melhoria da aprendizagem e superação das dificuldades discentes em busca da qualidade do ensino.

O estudo de caso em questão possibilitou identificar pontos falhos em relação à formação dos professores de RP. Apontou que não há projetos de capacitação para os docentes da classe regular e para os que atuam nas aulas de RP na escola ou na SME.

Os cursos de formação oferecidos pela secretaria se direcionam mais especificamente ao trabalho pedagógico de forma generalizada, não disponibilizando momentos de estudo direcionados à recuperação da aprendizagem (Projeto de RP).

Na escola também não se verifica momentos de formação continuada, seja nos HTPC ou em reuniões pedagógicas. Esses espaços acabam limitando o tempo disponível ao preenchimento de documentos, sem que haja um trabalho de comunicação e reflexão colaborativas. Além disso, foi constatado que a formação e o desempenho profissional dos professores que assumem as aulas de recuperação de aprendizagem não são considerados adequados para o trabalho a ser desenvolvido, visto que a maioria é recém-formado e, por isso, inexperiente. Eles, na maioria das vezes, se mostram relutantes em utilizar materiais pedagógicos ou estratégias diversificadas, recursos multimídias e atividades diferenciadas para atender à necessidade de cada aluno, demonstrando comodismo em manter atividades tradicionais e insegurança para a utilização do novo.Assim, é fundamental que sejam realizadas ações de formação continuada baseadas nas demandas da prática das salas de aula, a fim de que o aperfeiçoamento permanente do professor influencie significativamente a prática pedagógica, colaborando para a aprendizagem dos alunos e para as mudanças sociais e educativas.

Essa formação precisa considerar a realidade da escola e dos seus alunos e professores para que contribua com a transformação social da realidade na qual esses educandos estão inseridos. Desta forma, a formação continuada deve conduzir o docente a considerar não somente a prática da sala de aula, mas também a realidade social dos alunos da RP.

A partir dessa perspectiva, o papel do gestor e da coordenação pedagógica ganha destaque já que busca promover, estimular e apoiar espaços e tempos de estudo e de análise, reflexão, debates e tomada de decisões de forma colaborativa, entrelaçados com a formação continuada para o desenvolvimento pessoal e profissional dos docentes e a transformação da realidade dos alunos.

Muitas são as propostas de formação continuada dentro do contexto da escola, sendo que para este trabalho serão abordadas duas ações a fim de alcançar os objetivos aqui delineados: 1- Formação Continuada contemplada em Grupos de estudos para Recuperação da Aprendizagem e 2- Formação Continuada: Comunidade Virtual Educativa de Formação Docente.

3.3.1 Ação 1: Formação continuada: Grupo de Estudos para Recuperação de