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CAPÍTULO V- EIXOS DA ANÁLISE DE DADOS

5.3. AÇÕES DE EDUCAR E CUIDAR

Educar e cuidar são duas ações historicamente discutidas como essenciais para atuação do profissional da educação infantil, mas que ainda hoje buscam por um equilíbrio nas instituições que atendem os pequenos. Neste eixo abordaremos como as professoras de fase I, II e III concebem estas funções, e como são efetuadas na prática diária destas profissionais, a fim de verificar como a atuação destas professoras está agregando ao ambiente educacional nas creches, uma vez que o papel do profissional de educação infantil está atrelado a estas duas ações.

Devido a grande quantidade de dados coletados, tivemos que optar por alguns itens mais importantes para delimitar os eixos das discussões e para dialogar sobre o cuidar e o educar. Para isso escolhemos as seguintes questões das entrevistas feitas com as professoras: Como concebe as funções de educar e cuidar? ; Como você entende que a criança aprende na educação infantil?; O que diz o RCNEI?; O que a sua atuação busca agregar ao ambiente da creche e ao cotidiano dela?; Qual o critério para escolher quem come primeiro?; Qual o critério para trocar as crianças? ( ANEXO 1,2 e 3).

Educar, segundo Madalena Freire (informação verbal 24), “ é acompanhar, é fazer junto, é resgatar a ética que não foi vivida e/ou foi mal vivida, é o não abandono das crianças, é fazer testemunho, se mostrar como autoridade que vai dar os limites para a criança e ser responsável por ela”.

O interessante nessa fala da Madalena Freire é a intenção da autoridade para atuação do profissional da educação infantil, pensando não como uma ditadura ou autoritarismo sobre a criança, mas sim no sentido do professor de educação infantil ser um modelo para a criança, de ter zelo com ela, de educar para os bons modos, ensinar os limites, uma vez que “ a autoridade não aprisiona, ela tem a intenção libertadora” (FREIRE, 2012, informação verbal).

Não há como pensar o cuidar e o educar sem levarmos em consideração as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (BRASIL, 2010), os Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil (BRASIL, 2006), os RCNEI (BRASIL, 1998) e os demais documentos que visam orientar e regulamentar a prática dos profissionais de educação infantil, uma vez que os professores precisam tomar ciência da preocupação de grandes pesquisadores da educação juntamente com o governo federal sobre o que tem se propósto para o atendimento das crianças em creches.

Ao perguntarmos para as professoras como concebiam as funções de educar e cuidar, obtivemos respostas parecidas no sentido de pensar que elas andam juntas, mas distintas ao se pensar na prática de cada uma, pensando no atendimento das diferentes faixas etárias da creche. A professora da fase I disse o seguinte:

Eu acho que enquanto as crianças que são pequenas não têm condições de ter cuidados pessoais sozinhas, é obrigação de o adulto fazer isso, e ai aquela concepção de que toda forma de cuidado ela traz uma forma de educação e que educar não é só ensinar pintar dentro da linha, não sei... Ah é tão amplo sabe... Educar é para o mundo, é para a vida, viver em

sociedade, enfim este tipo de coisa... Tipo arte, educação humana, literatura, é brincar, é ler, é brincar, enfim esse tipo de coisa. Com as crianças de 0 a 1 tem sido mais complicado, mas normalmente eu trabalho muito com pintura, com contação de histórias, com dramatização, este tipo de coisa, eu trabalho muito com pintura, é que na fase um fica mais complicado, mas a gente assim na medida do possível faz o que dá (...).

(Fala da professora da fase I, durante a entrevista, 31/10/11).

Durante a observação em sala, pudemos perceber o quanto a professora se esforçava em manter o equilíbrio destas ações. Obviamente haveria dias em que ela se sentia frustrada e cansada por ter focado seu trabalho no cuidado, na alimentação, e na higiene, mas o que ela não percebia, é que ela educava muito nos dias em que ela passava a maior parte do tempo achando que estava presa no cuidado.

Conforme coloca Kuhlmann Jr. (2000), observamos que a creche pode ter um cunho educativo e englobar atitudes que envolvam ações e cuidados que são realizados dentro das famílias, porém não se faz necessário apoiar-se em um afastamento disciplinar que a separa em partes diferentes, uma vez que a

(...) instituição pode ser escolar e compreender que para uma criança pequena, a vida é algo que se experimenta por inteiro, sem divisões em âmbitos hierarquizados. Que para ela, a ampliação do seu universo cultural, o conhecimento do mundo, ocorre na constituição de sua identidade e autonomia, no interior do seu desenvolvimento pessoal e social (...). (KULHMANN JR., 2000, p. 65).

A professora da fase I acredita que a criança aprende muito por imitação, que elas testam as professoras a todo o momento e que, às vezes, ela pensa na necessidade de se rever a própria prática, a fim de avaliar o que ela está passando para as crianças. Ela afirma que a imitação é o mecanismo de aprendizagem das crianças do berçário, e que para isso, procura sempre realizar atividades que promovam o desenvolvimento das crianças.

Oliveira (2010) acrescenta que a criança, ao imitar as outras pessoas, procura apreender o modo como o outro se comunica, identificando os atributos básicos do outro, decodificando o “conjunto de impressões que captam do outro, experimentando diversas possibilidades de ações no meio em que estão inseridas e diferenciando os elementos originalmente trazidos para a situação presente” (OLIVEIRA, 2010, p. 165); sendo assim, os pequenos vão se constituindo dia a dia, através da interação, da imitação do adulto e das demais crianças com quem convivem na creche.

A professora da fase I costumava ensinar os bebês a terem cuidado com os brinquedos da sala e com os seus objetos pessoais, ensinando-as a brincar sem quebrar as coisas, a guardar seus objetos pessoais, ensinando a levarem suas coisas até a professora colocar em sua mochila, apontavam para ela chamando para calçá-la ou mostrando a atitude de outra criança ao estragar os brinquedos.

Esta professora ensinava também o nome de cada objeto da sala, dos brinquedos que as crianças mostravam para ela, ensinava o nome dos demais bebês que compartilhavam o mesmo espaço, imitava os animais e perguntava para os bebês o que ela estava imitando, produzia diversos sons para chamar a atenção das crianças e conversava muito com elas, o que além de estimular a oralidade, fazia com que os bebês entendessem as ações que estavam sendo desenvolvidas.

Kuhlmann Jr. (2000) afirma que a criança aprende muito através da interação com o meio em que vive que é natural e cultural, e que neste sentido os professores precisam pensar em uma proposta pedagógica que permita a criança explorar e conhecer cada vez mais o mundo, fornecendo aos pequenos amplas e diversificadas experiências.

Foi possível observar nos momentos de alimentação a maneira que a professora da fase I se dirigia as crianças, com a preocupação de atender a todos, sem que ficasse aquele clima de agitação e de espera, com choros desesperados para comer. A fim de superar essa situação e acalmar as crianças para os momentos de alimentação, a professora ligava o vídeo e colocava filmes infantis, que havia muita música para os bebês se distraírem, enquanto ela e a outra professora davam de comer a algumas crianças.

Os bebês eram colocados nos carrinhos e nos cadeirões (os maiores ficavam nos cadeirões, porque não havia para todos, e os menores no carrinho) em forma de meia lua, em frente à televisão. A professora organizava tudo para receber a refeição das crianças na sala, fazia isso enquanto a outra professora estava ausente realizando seu horário de café, e enquanto esperava o jantar chegar (pois as merendeiras traziam na porta da sala).

A professora da fase I dava comida para uma criança ou no máximo duas crianças de cada vez, esperando a criança comer devagar, sem pressioná-las e conversando bastante com elas, para que fosse um momento prazeroso. Ela não se importava em interromper a ação para colocar alguma criança que havia dormido no cadeirão ou no carrinho e, depois, voltava a dar comida, mostrando-se preocupada com o bem-estar das crianças neste momento.

A professora também incentivava os maiores a segurar a colher, estimulando a falar o nome dos alimentos, enfim, tendo atitudes educativas no momento de cuidar. Algumas falas

da professora eram frequentes no momento da alimentação, tais como: “o papa está gostoso?”; “está muito quente né, eu vou esfriar para você, calma!” (explicando para os maiores esfriarem sozinhos antes de comer para não queimar a língua); “olha o papa!”; “nossa, você estava com fome mesmo hein!”; “ já está chegando a sua vez, estou chegando ai”.

No que se refere ao termo educar, as autoras Faria e Salles (2010) afirmam ter o sentido de “orientar, ensinar, possibilitar que o outro se aproprie de conhecimentos e valores que favoreçam seu crescimento pessoal, a integração e a transformação do seu meio físico e social” (FARIA; SALLES, 2010, p. 52).

Foi possível observar que a professora da fase I procurava alimentar primeiro quem tinha mais sono e quem chorava muito durante o momento de alimentação, conforme ela disse na entrevista, “as crianças costumam ter sono na hora da comida”, então ela acabava priorizando os que não aguentavam esperar, por receio do bebê dormir sem comer, o que justificava ela sempre começar a dar comida primeiro para a mesma criança (conforme as anotações do diário de campo).

A professora da fase I disse que ensinou as crianças a mamarem sozinhas, porque como são muitos bebês para duas professoras, elas tiveram que ensinar cada uma segurar a própria mamadeira, o que facilitava o trabalho delas em sala e desenvolvia a autonomia das crianças.

Esta mesma professora trocava primeiro quem estava com a fralda suja, ou chorando muito, mas às vezes tinha que priorizar as crianças que iam embora primeiro.

Nos momentos de banho conversava muito com os bebês, explicando a sequência de atos que iam ser desenvolvidos no momento da troca, estimulando a criança a aprender e/ou falar as partes do seu corpo, com muito cuidado, carinho e afeto com as crianças, uma vez que as trocas de fraldas nunca eram realizadas muito rapidamente, e sim na tentativa de oferecer um mínimo de conforto dentro da rotina, e conforme a disponibilidade de tempo ( que geralmente dependia da quantidade de crianças presentes em sala), oferecia momentos para a criança brincar e se refrescar durante o banho, sempre quando possível.

A atitude da professora durante o banho, de deixar a criança relaxar e se refrescar, está sugerida pelo RCNEI (BRASIL, 1998b, p.57). Mesmo a professora afirmando não consultar o documento para desenvolver o seu trabalho, algumas de suas ações estão de acordo com as propostas do RCNEI (BRASIL, 1998).

De acordo com Rosemberg (1990), o banho é um momento importante para a rotina do bebê, pois quando experimenta o contato com a água na ausência de roupas, ele explorava novos movimentos e aprendia muito sobre o seu corpo.

A autora ressalta a necessidade de o professor incentivar o “desfrute destes momentos e aproveita para nomear as partes do corpo:” cadê o pezinho do bebê? E a orelha? E o bumbum? “Brinca de esconde com a criança, sumindo e reaparecendo em seu campo visual” (ROSEMBERG, 1990, p. 70), além de outras brincadeiras25 e ações que podem ser desenvolvidas para o bebê relaxar e aproveitar melhor o banho.

Em relação ao cuidar e educar, a professora da fase II afirmou que as funções estão articuladas, como revela a manifestação abaixo:

(...) não tem como cuidar sem educar e vice-versa, principalmente com as crianças pequeninhas, porque você está cuidando, está trocando fraldas, quando está lavando a mãozinha, esta ensinando higiene, esta ensinando eles a terem autonomia, pois a gente coloca o sabãozinho e faz eles lavarem a mãozinha, então no cuidar agente também está educando né. (Fala da professora da fase II, durante a entrevista,19/09/11).

Mesmo com a intenção da professora da fase II em tentar conciliar o educar do cuidar, durante as observações em campo, foi possível perceber um possível impasse nessa fala da professora. Ao acompanhar a rotina da sala e as atitudes e atividades desenvolvidas pela professora, foi possível perceber que mesmo tendo boas intenções de trabalhar com a criança, de se preocupar com o bem estar delas, ela acabava por priorizar o cuidado em detrimento do educar, uma vez que durante os momentos de troca e de alimentação, principalmente, não havia muita interação com as crianças, no sentido de explicar ou ensinar alguma coisa sobre aquele momento para os pequenos.

De acordo com Faria e Salles (2010), o termo cuidar remete à noção de preservação da vida, de dar atenção à criança, de acolher em uma relação afetiva e de proteção, e garantir ao outro a sensação de “bem-estar, segurança, saúde e higiene” (FARIA; SALLES, 2010, p. 52). A professora da fase I se preocupava em organizar o ambiente da creche e o seu cotidiano, colocando que é através da sua atuação em sala que ela determina o que vai ser realizado com as crianças, pois como pontua durante a entrevista:

25 Essas brincadeiras apontadas pela autora derivam de práticas da família com a crianças, das quais são educativas e são também realizadas nas instituições escolares.

É a nossa atuação que determina o que vai ser feito, como vai ser feito, a nossa atuação que determina o espaço, a disposições das coisas, o que está disponível e o que não está. Acho que essa é a parte do meu trabalho, determinar o que eles vão fazer e quando teoricamente assim, porque no limite é a gente que diz se os ursos de pelúcia vão estar na altura deles e disponíveis o dia inteiro, é a gente que determina se eles vão ter papel de sulfite disponível na sala ou não, a parte da minha atuação é isso. (Fala da professora da fase I, durante a entrevista, 31/10/11).

A professora da fase II acredita que a criança aprende muito por meio do exemplo, que o professor precisa estar sempre se policiando, para não pedir para as crianças uma coisa e fazer outra, conforme comenta na entrevista:

A gente fala para a criança não gritar, gritando, por exemplo, então a gente às vezes tem que tomar alguns cuidados, eu acho que exemplo é tudo. Nas atividades diárias, nas musiquinhas, o carinho o cuidado(...). (Fala da professora da fase II, durante a entrevista, 19/09/11).

Ela também procura organizar um ambiente agradável para as crianças, por ter a consciência de que a maior parte do dia é vivido na creche e ela acredita que o professor precisa trazer para as crianças algum divertimento, proporcionando um ambiente que se preocupe com o desenvolvimento delas e que amenize a rotina.

O que pode ser observado durante a pesquisa, foi a intenção da professora em sempre procurar variar as atividades realizadas com as crianças, em usar os espaços externos da instituição, em cantar músicas, contar histórias, mesmo sem poder contar sempre com a colaboração das demais professoras, ela procurava sugerir pelo menos alguma coisa para fazer ou perguntava as outras professoras o que elas poderiam realizar com eles durante o dia.

De acordo com Abramowicz e Wajskop (1999) as atividades desenvolvidas na creche precisam embasar-se no preparo dos espaços de forma a disponibilizar os brinquedos e demais materiais ao alcance das crianças, para incentivar a autonomia, a diminuir a dependência dos adultos no sentido de melhorar a tomada de atitude por parte das crianças, buscando incentivar o lúdico aos pequenos.

As autoras ainda afirmam que:

A programação diária deve contemplar momentos de trabalho orientado e momentos livres, além da higiene e da alimentação. O mais adequado é que se possam estabelecer vínculos entre os trabalhos propostos e as brincadeiras das crianças, através da oferta de materiais e espaços comuns, articulados em torno dos projetos desenvolvidos. (ABRAMOWICZ; WAJSKOP, 1999, p.13).

Outro ponto a ser considerado, é a questão do espaço enquanto um ambiente que educa, pois conforme nos coloca Gandini (1999), o ambiente físico é considerado como um terceiro educador, por conter elementos que apresentam um determinado modo de ser e agir, e ao mesmo tempo em que também se modifica com as ações das pessoas que o utilizam, sendo necessário pensar durante o planejamento a organização do espaço, porque este refletirá o modo de educação, de respeito e de opções teóricas que foram escolhidas para atender as crianças.

A autora ainda enfatiza a necessidade da atenção dos profissionais da educação estar voltada para a qualidade de experiências e envolvimento que o ambiente proporcionará, a fim de se criar um ambiente íntimo, confortável e convidativo para os pequenos poderem se movimentar e aprender com o que esta disposto para elas, pois os “ materiais e objetos, que estão no espaço onde as crianças passam muitas horas, foram escolhidos ou construídos de acordo com o contexto no qual serão usados, com uma consideração quanto ao modo como as crianças reagirão a eles” (GANDINI, 1999, p.155).

A professora da fase II acredita que o espaço em que ela trabalha ainda não esta de acordo com as reais necessidades da creche e que os profissionais da educação deveriam participar com mais ênfase durante o processo de construção das creches, para deixá-las mais funcionais para o trabalho dos professores e para melhor atender os pequenos.

Durante a alimentação, a professora da fase II geralmente servia a comida primeiro para quem estava mais próximo a ela. Não havia uma criança ou outra que era priorizada, ou seja, o serviço era realizado de forma aleatória, de acordo com a ordem que as crianças se sentavam à mesa.

A professora geralmente ajudava as crianças a comerem levando a colher com a comida até a boca, como a maioria já comia sozinhos. As professoras da sala colocavam os menores e os “bagunceiros” no cadeirão e davam-lhes de comer, enquanto que as demais crianças se sentavam a mesa e comiam sozinhas. As pequenas intervenções que ocorriam, neste momento, eram quando a professora dizia: “abre o bocão de jacaré”; “você ainda tem comida na boca”; “come devagar”, a fim de orientar o tempo que as crianças comiam, e a quantidade de alimentos colocada dentro da boca. Além disso, a professora sempre se referia aos alimentos usando o diminutivo “papazinho”, “bolachinha”, “leitinho”, etc., elogiando as crianças que comiam tudo o que havia no prato, chamava muito a atenção de alguns que

tentavam sair da mesa ou ficar andando pelo refeitório enquanto os demais ainda terminavam de comer.

O que ocorria frequentemente na instituição era a falta de pratos e canecas para servir as crianças, as quais precisavam esperar os outros terminarem, para lavar os objetos e depois servir os que ficaram sem, o que gerava uma grande agitação para os que tinham que ficar esperando pela alimentação.

Em relação aos momentos de troca, a professora da fase II também seguia os mesmos critérios da professora da fase I, dando preferência para as “fraldas cheias”, ou para as crianças que estavam muito sujas e/ou que iam embora primeiro.

As professoras da sala geralmente se organizavam da seguinte maneira: cada dia uma professora trocava todas as crianças enquanto as outras duas realizavam alguma atividade com os demais ou levavam elas para alguma outra parte da instituição para brincar.

Quando era o dia da professora da fase II (que participou da pesquisa) trocar as crianças, ela geralmente sugeria atividades para realizar com as crianças no ambiente externo, para que ela pudesse ficar sozinha com as crianças na sala e no banheiro agilizando as trocas.

Conforme os comentários da professora sobre ter assumido a sala, quando trocava as crianças no banheiro com as outras na sala, acabava por se desdobrar para dar conta de tudo que acontecia na sala, chamando atenção das crianças que batiam, comentando com as professoras para intervir nas brigas que ela ouvia. Ou seja, ela não conseguia trocar a crianças sem ficar atenta ao que estava acontecendo, o que a desgastava muito e por isso sugeria atividades e brincadeiras fora da sala, para ela conseguir “apenas” trocar os que ficavam..

Abramowicz e Wajskop (1999) afirmam que é preciso garantir às crianças espaços diferenciados para os momentos de sono, alimentação, higiene, brincadeiras, e demais atividades com as crianças, sendo que se os profissionais contarem com um espaço pequeno, elas precisa ter criatividade para adaptar as necessidades das crianças.

As autoras dizem que por estes momentos serem muito importantes na rotina das crianças, fazem-se necessários que as professoras dêem muita atenção as crianças, que se comunique com elas, de uma forma que esteja aconchegante para os pequenos, mesmo para aqueles que precisam esperar para serem trocados ou alimentados. “A rotina deve prever pouca espera das crianças, principalmente no que se refere à higiene e a alimentação. A espera