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As ações preliminares se consubstanciavam na organização inicial para a realização dos trabalhos de elaboração dos Planos Diretores. As ações preliminares se estruturavam em seis atividades que visavam propiciar aos técnicos e aos participantes locais nas etapas de leitura da situação local e na discussão das propostas (fase II e III respectivamente). Para a estruturação do processo de elaboração dos Planos Diretores, os técnicos ou participantes locais eram orientados por uma coordenação geral cuja finalidade seria gerenciar todos os trabalhos a serem desenvolvidos, assim como definir junto ao Promata as melhores estratégias para a realização dos trabalhos gerais e viabilização das propostas sugeridas pelos profissionais contratados (urbanistas, biólogos, engenheiros de transporte, advogados e moderadores). Para auxiliar na coordenação geral, foram definidas duas coordenações regionais responsáveis respectivamente pela coordenação das Zonas da Mata Norte e Sul, auxiliando os técnicos de apoio, assim como aos municípios, com a realização das capacitações, oficinas e conferências, além da realização das visitas técnicas. Cada grupo ainda era composto por profissionais de apoio e pelas Equipes Técnicas Locais – ETL.

Figura 22 – Organograma de Organização das Equipes Técnicas Fonte: elaborado pelo Autor, baseado em PROMATA, 2006 Atividade 1 – Instalação e Operação do Escritório Técnico Central

Como forma de melhor organizar os trabalhos em, o Promata necessitou constituir um escritório técnico que pudesse centralizar todas as ações concernentes a elaboração dos Planos Diretores.

132 Atividade 2 – Seleção, Contratação e Mobilização da Equipe Técnica Principal (ETP)

Devido a não contratação de uma expressa de consultoria que ficasse responsável pelo andamento dos trabalhos, o Promata necessitou contratar uma equipe de técnicos em separado para a realização destes. Como explicitado anteriormente, devido ao grande número de planos que necessitariam serem elaborados, os municípios da Zona da Mata foram divididos em quatro grupos, tendo cada grupo entre quatro e seis municípios. Para grupo foi estruturado uma equipe técnica responsável pela elaboração dos Planos Diretores relacionados àquele grupo. A coordenação dos trabalhos ficou a cargo de uma coordenação geral (responsável por todos os trabalhos a serem desenvolvidos), e duas coordenações regionais, sendo uma coordenação para a Zona da Mata Norte e uma coordenação para a Zona da Mata Sul.

Cada grupo era composto ainda de um técnico responsável pela produção dos mapas (arquitetos cadista), dois técnicos responsáveis pela organização dos dados descritivos dos municípios (arquitetos que trabalhariam como apoio técnico auxiliando os trabalhos dos cadistas e dos profissionais responsáveis pelas propostas técnicas, assim como na organização dos dados que viriam compor o diagnóstico técnico e, por conseguinte até a elaboração do produto final), um profissional de planejamento urbano (responsável pela proposta de ordenamento espacial do município – zonas urbanas e rurais), um profissional na área de transporte e mobilidade urbana (responsável pela proposta de ordenamento do sistema viário e da área de transportes urbanos), um profissional na área de meio ambiente (responsável pela proposta ambiental e sustentabilidade urbana e rural); e um profissional na área de direito (responsável na estruturação da minuta de lei). Devido ao curto prazo de tempo, algumas dos grupos não conseguiram contratar profissionais técnicos para todas as áreas, tendo sido necessário a alocação de alguns dos profissionais contratados para municípios de dois ou mais grupos, a exemplo dos profissionais responsáveis pelas áreas de meio ambiente e de transporte, ficando estes profissionais, por vezes sobrecarregados.

Os grupos ainda foram compostos de moderadores responsáveis pela moderação dos trabalhos junto à população durante a realização das oficinas participativas para a elaboração das propostas, ações prioritárias e projetos a serem incorporados no projeto de lei do Plano Diretor, além de coordenarem às audiências públicas realizadas durante o processo (audiências para escolha dos delegados assim como aprovação do projeto de lei pela população).

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Figura 23 – Organograma da Equipe Técnica Principal Fonte: elaborado pelo Autor, baseado em PROMATA, 2006 Atividade 3 – Reunião de Apresentação do Plano Diretor

Reunião realizada nos municípios junto à população em geral que tinha como objetivo apresentar o que viria a ser o Plano Diretor, sua relevância para o município, além de enfatizar a importância da participação popular durante o processo de elaboração. Em algumas dessas reuniões já foram constituídas as Equipes Técnicas Locais – ETL, a exemplo do município de Timbaúba. A Equipe Técnica Local era constituída de representantes de diferentes setores sociais, membros do governo municipal (composto por membros de diferentes secretarias) e do poder legislativo, sendo coordenada por um coordenador local, sendo esse geralmente indicado pelo prefeito. Como forma de institucionalizar o processo de construção dos planos diretores, os membros da Equipe Técnica Local eram nomeados por decreto municipal. O número de membros que compunham as equipes locais variava de acordo com o município, sendo em média entre dez e vinte representantes dos diversos segmentos sociais, advindos de representação de associações de moradores (urbanos e rurais), sindicatos, organizações não governamentais, setores culturais, religiosos, empresariais, e acadêmicos, além de membros do executivo e legislativo municipal.

Atividade 4 – Divulgação da Estratégia de Trabalho junto aos Prefeitos e aos Coordenadores Locais dos PDP

Foi realizada na sede do Promata uma reunião que contou com a participação de diversos prefeitos, vereadores, secretários e coordenadores com o intuito de enfatizar aos presentes a importância dos Planos aos municípios, assim como das prerrogativas legais a respeito de cumprimento dos prazos e das punições dadas ao município como

134 a retenção de verbas advindos dos governos federal e estadual, além do descumprimento das exigências estabelecidas pelo Estatuto da Cidade e na Resolução nº25 do Conselho das Cidades, acarretando no processo por parte do prefeito de improbidade administrativa.

Nessa reunião foram apresentados os membros que iriam compor a Equipe Técnica Principal como as três coordenadorias (coordenadoria geral, coordenadoria da Zona da Mata Norte e a da Zona da Mata Sul), assim como a definição do primeiro calendário de visitas técnicas, onde seriam realizadas as primeiras capacitações à Equipe Técnica Local e as visitas de campo, como forma de reconhecimento da área de estudo.

Atividade 5 – Realização das Visitas de Campo para Reconhecimento e Instrução Preliminar da Equipe Técnica Local (ETL)

Nessa primeira visita aos municípios, a equipe técnica ficou responsável pela capacitação a ser dirigida aos membros da Equipe Técnica Local. Os participantes (representantes do poder público local e da sociedade civil) tiveram a primeira capacitação sobre o que venha a ser o Plano Diretor Participativo, assim como a importância da participação de todos os setores da população nas discussões e na construção da proposta de plano a ser encaminhada à Câmara de Vereadores (Veja Anexo II com as apresentações desenvolvidas nos municípios de Timbaúba e Nazaré da Mata). A capacitação se estruturou com uma apresentação em Power Point tendo abordado os seguintes temas:

• Base Legal (Constituição Federal e Estatuto da Cidade);

• O que é o Plano Diretor (apresentado através de textos e mapas esquemáticos);

• Penalidades para a população (perda de recursos advindos dos governos federal e estadual pela ausência de se ter o Plano Diretor) e para o poder público local (processo do agente público “prefeito” por improbidade administrativa, por não cumprir atos do ofício de prefeito, conforme as leis federais 8.429 de 02 de junho de 1992– Lei de Improbidade Administrativa, e 10.257 de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade);

• Ganhos em se ter o Plano Diretor;

• O convênio de cooperação técnica (Município – Promata);

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• Leitura Técnica (Análise da Legislação existente e Levantamento de dados).

Esta primeira capacitação dirigida à Equipe Técnica Local propiciou a abertura dos debates a respeito do processo de construção das cidades, a forma como essas vinham sendo organizadas (ou desorganizadas) ao longo de sua história ocasionando nos participantes as primeiras indagações a respeito de como se pensar a construção da cidade e do município.

Atividade 6 – Capacitação da Equipe Técnica Principal

Os membros que compunham a Equipe Técnica Principal (arquitetos de apoio técnico e cadistas) passaram por uma capacitação realizada em dois momentos a respeito de conhecimento da Metodologia de Planejamento Participativo. Nessas duas reuniões, os membros da ETP trabalharam com a construção de uma Matriz de Relevância e de uma Matriz de Planejamento. Na ocasião, os participantes tomaram conhecimento do processo de construção coletiva das propostas, ações prioritárias e projetos de desenvolvimento que viriam compor os planos. Essa capacitação proporcionou aos membros da equipe técnica o conhecimento da metodologia participativa a ser utilizada no processo de elaboração dos Planos Diretores. Nesta capacitação, os arquitetos presentes também tiveram conhecimento das etapas que seriam desenvolvidas ao longo do processo.

Atividade 7 – Organização, atualização e sistematização das informações gerais (Linha de Base) – Elaboração da Leitura Técnica Preliminar

Os primeiros trabalhos realizados pela equipe de apoio técnico consistiram no levantamento de informações a respeito dos municípios trabalhados. Partindo-se do Diagnóstico Participativo que compunham os Planos de Investimento Municipal, a equipe técnica principal atualizou os dados necessários, e baseando-se em informações colhidas principalmente na internet através dos sites do IBGE e da Agência CONDEPE-FIDEM, estas informações foram organizadas e sistematizadas num primeiro relatório municipal. Outros documentos elaborados pelo Promata também auxiliaram na elaboração do Relatório Técnico (Diagnóstico Preliminar), tais como o diagnóstico institucional elaborado pelo programa e contendo informações a respeito da organização administrativa do município.

Atividade 8 – Produção da Base Cartográfica

Associado ao processo de elaboração do Relatório Técnico (Diagnóstico Preliminar) foram sendo desenvolvidos os primeiros mapas temáticos dos municípios. Estes

136 mapas se basearam na atualização da base cartográfica que compunha os PIM, com informações advindas das primeiras visitas técnicas realizadas durante a primeira reunião de capacitação. Os mapas produzidos nesta fase iriam compor as apresentações realizadas no momento de Leitura da Realidade, auxiliando os participantes nas discussões dos problemas e potencialidades endógenos e do cenário futuro.