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A área da Educação Especial abrange o atendimento

Leandra Costa da Costa

Capítulo 05 A área da Educação Especial abrange o atendimento

educacional especializado aos alunos com defi ciências, transtornos globais do desenvolvimento e Altas Habilidades/Superdotação (BRASIL, 2008). Alunos com Altas Habilidades/Superdotação (AH/ SD) estão presentes nas salas de aula regulares, favorecendo que novas práticas docentes se façam presentes no contexto educacional. Considerando que os mesmos possuem direitos garantidos por lei a uma educação qualifi cada e necessitam de práticas que deêm conta das suas especifi cidades, este texto procura apresentar e elencar alternativas de atendimento e estratégias de apoio para os alunos com (AH/SD) tecendo relações entre o ensino comum e o atendimento educacional especializado.

No intuito de orientar a leitura deste texto, apresenta-se inicialmente a forma como está organizado. Ele é composto por duas unidades, a primeira sobre a importância do reconhecimento de alunos com AH/SD e a necessidade da oferta de propostas metodológicas diferenciadas. A subunidade “Adequação, complementação e ou/ suplementação curricular” tece considerações no que se refere às alterações curriculares que possibilitem aos alunos com AH/SD desenvolverem atividades diferenciadas e desafi adoras que venham a contemplar não somente a área de interesse desses alunos, mas também estimular a aprendizagem para outras áreas e favorecer a convivência com os pares, permitindo assim reconhecer as suas habilidades e necessidades. Em “Aceleração e Compactação Curricular”, elencam- se as vantagens e tipos de processos de aceleração e a compactação curricular. No “Enriquecimento Curricular”, apresenta as possibilidades de alterações curriculares constituindo-se como uma alternativa que poderá contribuir para o desenvolvimento de alunos com AH/SD e sua inclusão na escola. Finalizando, em “Recursos, Materiais Pedagógicos e o Ensino Colaborativo para o Atendimento aos estudantes com Altas Habilidades”, apresenta o ensino colaborativo ou coensino, como um recurso que poderá

vir a ser desenvolvido para atender aos interesses, necessidades e especifi cidades de alunos com AH/SD.

Diferentes alternativas de atendimento pedagógico aos estudantes com Altas Habilidades/Superdotação, suas características e especifi cidades.

O reconhecimento, através do processo de identifi cação, dos estudantes com Altas Habilidades/Superdotação é muito importante e necessário, mas, posteriormente a esse processo, é imprescindível que sejam ofertadas propostas de atendimento diferenciadas a fi m de ampliar seus conhecimentos, auxiliando para que ocorra uma educação que compreenda, assegure e valorize suas habilidades.

Alternativas de atendimento e estratégias de apoio direcionadas às necessidades dos estudantes com Altas Habilidades/ Superdotação são garantidas por lei, conforme consta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, em seu artigo 59, inciso I. Nela, consta que os sistemas de ensino assegurarão “currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específi cos, para atender às suas necessidades” (BRASIL, 1996, p. 44).

Também é possível verifi car referência à garantia de um ensino diferenciado na Constituição Federal (BRASIL, 1988). Em seu artigo 208, inciso V, menciona-se o direito ao “acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”, reconhecendo-se, dessa forma, as capacidades individuais que cada estudante apresenta.

Freitas e Pérez (2012, p. 61), ao se referirem aos índices apresentados de alunos com Altas Habilidades/Superdotação que carecem ser identifi cados, receber atendimento diferenciado, direito garantido por lei, matriculados em classe comum e o crescimento desses dados, comentam que:

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Além de demonstrarem a falta de identifi cação e/ou atendimento desses alunos (por exemplo, não existem alunos registrados no Ensino médio, na educação de Jovens e Adultos e nem na Educação profi ssional), constatam-se erros de preenchimento, como o de um aluno com AH/SD que apresenta também, surdez, defi ciência auditiva, física, mental, múltipla, transtornos e Síndrome de Down. Embora existam pessoas com Altas Habilidades/Superdotação e defi ciências associadas é bastante improvável que esse aluno do exemplo acima seja real (FREITAS; PÉREZ, 2012, p. 61).

As referidas autoras também destacam a inexistência de registros de alunos com AH/SD em cidades que apresentam instituições públicas e privadas que disponibilizem salas de recursos e centros e projetos universitários específi cos para a realização do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Essa falta de registro chama atenção devido ao tempo de atuação desses locais e ao número de alunos que já realizam esse atendimento, do que se tem conhecimento através da publicação de estudos e pesquisas. Dentre tais cidades, pode-se citar: Lavras (MG), Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Goiás (GO), Curitiba (PR) e, no Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Santa Maria e outras.

Constata-se, dessa forma, a necessidade de reconhecimento desses estudantes, a partir dos seus potenciais, para que possa ocorrer a orientação adequada de suas habilidades e interesses, bem como o encaminhamento pertinente ao atendimento educacional específi co, de forma a atender suas demandas e necessidades. Assim, contribui-se para a formação desse sujeito, para seu desenvolvimento e potencial, para o favorecimento de suas relações familiares e educacionais, para a desmitifi cação a respeito do assunto e, principalmente, para uma melhor aceitação desse aluno em seu grupo.

Para se efetivar a identifi cação e o reconhecimento desse alunado no âmbito escolar, é preciso qualifi car o trabalho dos

professores direcionados aos alunos com AH/SD e favorecer o AEE, proporcionando assim um atendimento adequado às suas necessidades educacionais. É necessário um olhar mais atento no momento em que cada escola realiza o registro de seus alunos, valorizando assim seus potenciais, garantindo seus direitos e, principalmente, organizando propostas metodológicas alternativas e estratégias que atendam suas especifi cidades.

Embora se tenha muitas leis, decretos e políticas, é possível verifi car em muitas escolas, práticas alicerçadas em um ensino homogêneo que desconsidera muitas vezes as características e necessidades específi cas dos alunos. A escola, nesse contexto, exerce um papel fundamental ao propiciar a articulação necessária entre gestores, professores e familiares ao estimular, promover e possibilitar alternativas de atendimento e estratégias de apoio aos estudantes com AH/SD.

Propostas metodológicas diferenciadas devem ser desenvolvidas, pois, de acordo com Alencar e Fleith (2001), é de extrema relevância levar ao conhecimento dos professores que os superdotados possuem necessidades educacionais especiais e precisam de ambientes estimuladores e desafi adores.

Corroborando com essa questão, Martins e Chacón (2012, p. 10) mencionam que “alunos com características de AH/SD necessitam de apoio para desenvolver suas potencialidades, o que exige o oferecimento de oportunidades para expressar e aprimorar as habilidades”.

Dentre as propostas de atendimento educacional para os alunos com Altas Habilidades/Superdotação, existem diferentes possibilidades, como o enriquecimento intra e extracurricular, a suplementação, a adaptação, a fl exibilização e a compactação curricular, a aceleração, as monitorias, tutorias e mentorias. É relevante destacar, nesse contexto, que as instituições de Ensino Superior se constituem em importantes meios de contribuição

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