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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.3. A atuação docente do/no campo em Paragominas-Pará

A multissérie devem deixar de ser vista apenas como uma estratégia encontrada para supri a problemática de alunos no campo, a multissérie é um prédio de conhecimento construído por várias mãos e saberes diferentes. Se fala em multissérie, mas os livros são seriados, diários seriados, currículo é seriado. (2021, CP 03).

A discussão acerca da estrutura e forma de organização para o atendimento a educação no espaço rural é sem dúvida o que tem mais dificultado o trabalho docente, pois segundo a coordenadora pedagógica a multissérie está com um perfil de organização e sua estrutura curricular continua atrelada a seriação, a forma de pensar o planejamento encontra-se por muitos sendo pensado de forma seriada, para tanto, é necessário a quebra de um paradigma estrutural da educação em seus espaços.

Na Educação do Campo, [...] os professores enfrentam problemas semelhantes aos que são enfrentados nas escolas urbanas, porém, em maiores proporções. Dessa forma, ainda que a qualidade do trabalho pedagógico em escolas públicas urbanas no país siga marcada por fragilidades em diferentes aspectos, no meio rural persiste uma marcante inadequação das condições de trabalho, a começar pelo delineamento do currículo que segue os mesmos padrões organizativos e teórico- metodológicos dos conteúdos desenvolvidos nas escolas situadas no meio urbano (AZEVEDO; QUEIROZ 2015, p.65).

Para embasar as discussões traçadas no percurso deste diálogo com os profissionais da educação que culminam diretamente entre si, os autores acima também fazem menção ao que vem sendo apresentado pelos coordenadores pedagógicos do campo. Quanto requisito de preocupação mediante aos desafios e estruturas curriculares que tem por vezes distanciado em nível de educação ainda mais para as populações rurais, quanto ao quesito qualidade da educação, ensino e aprendizagem, por conta de uma estrutura amarrada que impacta diretamente as realidades educativas dos sujeitos do campo.

Figura 7 - Gráfico de classes multisseriadas

Fonte: próprio autor (2021)

Conforme consta no gráfico acima a composição das salas multisseriadas nas escolas do Campo, é observável no gráfico que 16,7% dos participantes responderam lecionar em turmas compostas por alunos do terceiro (3º), quarto (4º) e quinto (5º) todos juntos em um mesmo horário, portanto constitui-se com esta característica uma classe multisseriada.

No gráfico aparece também a mesma porcentagem de 16,7% para classes formadas por alunos do primeiro (1º), segundo (2º) e terceiro (3º) ano de escolaridades, todos frequentando as aulas no mesmo horário e em uma única sala de aula, 25% dos participantes da pesquisa responderam também que são docentes da educação infantil.

A pesquisa também aponta 16,7% dos educadores lecionam em outras classes que pode ser visualizada no anexo 01 composta por vários anos de escolaridades. Assim como 8,3%

responderam atuarem em classes do primeiro e segundo anos e terceiro e quarto ano. Portanto resume-se neste sentido que a disparidade idade ano de escolaridade é bem heterogênea.

Ainda no bojo das discussões foi perguntado: O que você educador (a) tem feito para melhorar qualidade do ensino e da aprendizagem dos educandos?

Sobre este aspecto foi salientado que: alguns tem procurado se especializar; estudos e pesquisas paras para poder suprir a dificuldade de cada um de cada estudante; organizando a sala da melhor forma para o atendimento aos discentes; conteúdos voltados para a Educação no/do campo, de acordo com o currículo voltado para a nova BNCC nacional, em que a qualidade de ensino está voltado para a realidade dos educandos, na sua comunidade.

O que tem ajudado nesse processo educativo é segundo a participante (2021, PF) é

“Pensar na realidade da criança e elaborar atividades contextualizadas é o que tem proporcionado melhor qualidade de ensino. Para tanto, todo educador necessita fazer pesquisas e se manter atualizado sobre as ferramentas que podem estar ajudando nesse processo”.

Mediante a fala supracitada percebe-se que educadores estão sobrecarregados de desafios nesta modalidade de educação, em que as atividades para cada ano de escolaridade, e

de acordo com o nível de escolaridade de cada estudante é elaborado pelos docentes comtemplando assim as necessidades de aprendizagens dos alunos, é sobretudo perceber o compromisso do docente com as turmas multisseriadas pensando em cada sujeito e na sua forma de aprender.

Outra maneira que os docentes têm se preocupado diz respeito a busca por metodologias para trabalhar com os educandos, alguns apontam a metodologia de projetos voltados para educação infantil e que assim conseguem desmembrar para os outros anos de escolaridades, com práticas educativas que ressignificam o trabalho em sala de aula.

No decorrer da pesquisa e no ensejo das discussões foi solicitado que os mesmos:

Comente a respeito da metodologia utilizada para alfabetizar nesse contexto de multissérie e como você avalia esse processo?

Para a participante (2021, PF 04): “Um método que considero muito eficaz é o fônico.

Possibilitar que as crianças percebam os sons das letras e das sílabas nas palavras, facilita a aprendizagem”.

[...] o método fônico, que poderá, facilmente, vir a ser um grande retrocesso no processo de alfabetização, pois o método fônico se caracteriza como um método tradicional. Métodos esses que visam controlar o que e quando a criança deve aprender, além de reduzir a autonomia do professor, pois se deve apenas seguir uma

“receita”, ignorando todo o processo de ensino-aprendizagem”. (BALDISSERA;

CASAGRANDE, 2021, p.148)

Concordo com as autoras sobre os aspectos da alfabetização para sujeitos do campo, uma vez que estamos ao tempo todo transgredindo paradigmas para se estabelecer como sociedade pensante de arte, de cultura, de vida social, e de conjuntos de saberes definitivamente consolidado, pois sobre a referência de alfabetizar utilizado por alguns professores, talvez sejam pelo fato de ausência de uma política de formação continuada aos educadores.

As discussões acerca do método fônico culminam com a análise feita por Frade (2020), na qual aponta as tentativas sem sucesso de materializar esse método na educação brasileira, no entanto é perceptível na formação de alguns educadores que utilizam para desenvolver práticas de alfabetização.

Para tanto, ao responder sobre avaliação, enfatiza a participante (2021, PF 04):

[...] Avalio também as dificuldades que os alunos passam ao saírem de suas residências até a escola, as vezes não tendo uma pequena alimentação, entre outras, cabe ao educador avaliar também o físico e o mental desse aluno, o porquê alguns tem facilidades e outros dificuldades em aprender. Eis então a metodologia aplicada aos educandos de forma contínua e práticas sem prejudicá-los”.

O processo de avaliação quando se trabalha com a classe multissérie é diferenciado de acordo com a aprendizagem do educando segundo o relato de uma das participantes, pois deve ser levado em consideração vários aspectos. Neste sentido entende-se que avaliação ocorre não apenas na aplicação de teste ou provas, mas na conjuntura do trabalho levando em consideração sempre o aluno.

Para a participante (2021, PF 06) “Eu tento fazer o melhor, uso contextos do próprio cotidiano, mesmo usando os livros didáticos, trabalho com projetos e o lúdico, com jogos, parlendas e outros”. A fala da participante aponta as formas que a mesma utiliza para desenvolver o processo de alfabetização em classes multisseriadas, pois as adaptações são desenvolvidas em seu planejamento, que é pensado a partir do cada nível do educando para que da melhor forma aconteça o desenvolvimento e a aprendizagem do educando.

Com base na fala da participante (2021, PF 12.):

Alfabetização em classe multisseriada, não é fácil, partindo do pressuposto que nas classes multisseriadas são várias turmas em uma única sala, com alunos de várias idades. É um processo que exige do docente muita persistência e domínio próprio, para aplicar e direcionar os conteúdos para turmas multisseriadas a qual cada discente tem seu nível de aprendizagem. E o professor tem que ter, dinâmica em classe para conseguir dominar e gerenciar cada atividade pensando no nível de aprendizagem de cada estudante.

Respondendo à pergunta em análise, argumenta sobre o processo de alfabetização em classes multisseriadas, colocando em destaque a persistência para alfabetizar em meio aos níveis, apontando o processo da dinamicidade do docente frente a condução educativa do educando.

Conforme estabelecido no questionário aplicado perguntou-se aos participantes: São elaboradas atividades diferenciadas para alunos em ritmos de aprendizagens diferentes? Como ocorre esse processo de leitura e escrita, já que estão em séries diferentes, mas estudando no mesmo horário?

Para a participante (2021, PF 01) salienta que:

Devido estarmos com mais de uma série na sala de aula temos que trabalhar os conteúdos de acordo com cada série. Por tanto temos que também fazer atividades extras para aqueles alunos que se destacam afim de não prejudica-los, assim como temos alunos especiais que temos que elaborar atividades diferenciadas.

Com base na fala da participante observa-se outra questão, que talvez seja uma das mais difíceis encontrada no espaço escolar, que são os alunos especiais, seja a dislexia, autismo, surdez, dispraxia, e entre outras tantas que existem, os alunos com deficiências é uma realidade nas classes multisseriadas. Neste sentido ensinar ler e escrever requer do educador, práticas pedagógicas diversificadas, assim como a elaboração do material adaptado ao conteúdo ministrado.

A questão sobre a leitura e escrita aparecem de forma lenta, devido às várias problemática embutidas na sala de aula, e de responsabilidade do educador e educadora, na progressão do aluno. Percebe-se neste caso que os educadores (as), em classes com casos como os citados anteriormente, estão o tempo todo em um processo dinâmico e desafiador, por conta das diversas circunstância de apoio de material, e a sua sucinta formação para conduzir o processo educativo.

Analisou- se também as dificuldades dos docentes para ensinarem mediante a tantos desafios, fruto de uma formação cartesiana, que materializa no chão da escola a complexidade para avanços na leitura e na escrita de uma proporção significativa dos estudantes residente no campo.

Para a participante (2021, PF 02):

As atividades são elaboradas e diferenciadas, de acordo com o desenvolvimento de cada um. Alguns com facilidades, atividades complexas e linguagens claras, para outros com aprendizagens mais lentas, atividades mais simples onde os educandos terão condições de responderem segundo seus conhecimentos, de forma mais lenta.

Essas atividades serão feitas no mesmo horário colocando-os em duplas, individual ou em conjunto para exercitar a leitura e escrita de forma também coletiva.

Observa-se na fala da participante, deixando evidente que a heterogeneidade está presente em vários graus, a primeira se é explicado pelo fato de estarem no mesmo espaço de sala de aula, alunos de anos/ escolaridades diversas; a outra se complementa pelo fato de os níveis de aprendizagens serem diferentes, e na conjuntura das relações educacionais em classes multisseriadas estão ainda culturas variadas que se complementam na alteridade.

Para tanto a participante (2021, PF 03) complementa dizendo que “as atividades devem sempre ser adaptadas para uma realidade única, um ajuda o outro no desenvolvimento das atividades, leitura e a escrita se desenvolve cotidianamente”.

Sugiram a partir da pergunta norteadora várias respostas entre elas: no processo da alfabetização o professor aplica o momento de atividades de leitura e escrita; trabalhar conteúdos na qual poderia favorecer e facilitar para ambas as turmas; é dada maior atenção aos

que mais apresentam dificuldades, estes alunos ficam com o professor para receber orientações e reforço; atividades em grupo, dupla e individual, com jogos didáticos, dança, música, etc.

Segundo a participante (2021, PF 011) diz que “Primeiro vou avaliar meu aluno para saber em que nível de aprendizagem ele está. Tento ensinar o mesmo conteúdo em maneiras diferentes. Exemplo se com um trabalho leitura e interpretação. Com outro trabalho a pontuação do texto, os parágrafos etc.”. Analisa-se do ponto de vista educacional, que a educadora para elaborar o seu planejamento, parte do princípio da organização dos discentes a partir do nível de leitura e escrita de cada um, para poder fazer as intervenções necessárias no processo de leitura e escrita, segundo a autora:

[...] É preciso esclarecer que, da nossa perspectiva, a leitura-escrita não é um conceito único e atemporal. A leitura é um tipo de atividade e a escrita é outro. O sistema de escrita dá a possibilidade de ler e escrever, mas não é um processo que seja recíproco, muito menos no momento de aprendizagem inicial. [...] Em relação à consciência fonológica, o processo de aprendizagem do sistema alfabético implica algum nível de consciência sobre as unidades sonoras da língua. O tipo de unidade a qual se alcança naturalmente em uma fala, numa situação de língua oral, é basicamente a sílaba, isso já está certo, a unidade a que a criança pode ter um acesso natural é a sílaba.

(TEBEROSKY, 2014, p. 278)

É perceptível no campo das análises que cada educadora e educador tem ou desenvolve uma forma que considera eficiente para o fazer docente nas escolas multisseriadas, que de certa forma ancora-se no empirismo de suas praxiologias desenvolvidas cotidianamente em sala de aula ou fora dela. Por outro lado, percebeu-se que para descobrir o nível de aprendizagem de cada aluno os professores usam como base teórica Emília Ferreiro8 e Ana Teberosky9.

Mediante as perguntas feitas no questionário foi perguntada aos participantes: Para você, o que é aprendizagem significativa no contexto do educando do campo?

As respostas dadas foram as seguintes: (PF 01) “Como no campo a realidade deles e diferente tenho que trabalhar o contexto essencial que eles têm que saber do mundo, [...] porém,

8 Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi é uma psicóloga e pedagoga argentina, radicada no México, doutora pela Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget e obtém o seu PhD sob a orientação do psicopedagogo suiço. Retorna a Buenos Aires, em 1971. Forma um grupo de pesquisa sobre alfabetização e publica sua tese de doutorado - Les relations temporelles dans le langage de l'enfant. No ano seguinte, recebe uma bolsa da Fundação Guggenheim (EUA). Em 1974 afasta-se de suas funções docentes na Universidade de Buenos Aires.

9 Uma das principais referências em alfabetização no mundo, a pedagoga e doutora em Psicologia Ana Teberosky ganhou notoriedade em meados dos anos 1980 com a publicação da obra A psicogênese da língua escrita, em coautoria com a psicolinguista Emilia Ferreiro. Ana segue desenvolvendo pesquisas sobre a aprendizagem da linguagem oral e escrita na educação infantil, como catedrática pela Universidade de Barcelona.

no mesmo contexto tenho que adaptá-los para os cotidianos deles, para assim conhecerem sua realidade”.

É evidente no discurso da participante que a várias maneiras de se trabalhar um determinado conteúdo, entre eles estão a forma como o planejamento foi direcionado, detalhado e pensado para atender de forma significativa a aprendizagem dos educando é necessário neste caso a utilização de recursos e de metodologias que emergem da prática educativa diária dos educadores para incorporar saberes que coadunam com o currículo da municipalidade e da base nacional comum curricular, sendo assim, entende-se que as habilidades a serem estudadas vieram da BNCC, mas a forma de ensinar incorporadas a realidade foram direcionadas e difundida pelos educadores pensando no espaço onde vivem os estudantes.

Para o participante (PF 02), complementa ao dizer:

[...] no contexto geral, a aprendizagem se torna significativa, quando o profissional, coloca suas práticas e teorias no mesmo caminho, onde as práticas educativas são cobradas e colocadas numa aprendizagem vivenciada pelo educando do campo, de forma prazerosa, dando como retorno o que lhe foi repassado e o que foi aprendido durando o ano letivo, de forma processual.

É perceptível que a fusão entre os conteúdos ou habilidades desenvolvidas no ensino do campo caminham de juntas por meio da prática desenvolvidas pelos docentes, que começa na construção do planejamento e se consolida com as atividades propostas por eles, e se materializa na aprendizagem dos estudantes, mediada pelos seus educadores.

Já para a participante (PF 03) a aprendizagem significativa reflete sobretudo “o resultado das expectativas que os pais ou responsáveis depositam no trabalho do professor, ou seja, ao perceber o desenvolvimento do aluno”. Desta forma há uma variedade forma de demostrar a aprendizagem significativa com base nos discursos apresentado pelos participantes, umas expos a sua maneira como compreendem a aprendizagem significativa no seu espaço e com seus alunos.

Intercalado a este debate a participante (PF 04) salienta que:

A aprendizagem é troca de conhecimento entre professor é aluno. O professor da Educação do Campo busca levar os discentes a reflexão do meio em que vive, aplicando conteúdos que valorizem a comunidade, o trabalho do homem do campo como a agricultura, pesca, artesanato etc. Assim, acontece a troca entre docente e discente onde, o professor aplica o seu conhecimento teórico com a prática do cotidiano do aluno na comunidade em que vive. Para que haja a valorização do sujeito do campo.

Portanto, com base nas argumentações expostas pelos educadores, percebe-se uma inteira relação entre o educador e o mundo dos seres humanos que contribui para sua formação, uma busca constante de inserção social e das práticas de trabalhos desenvolvidos por homens, mulheres, adolescentes e crianças do campo, tudo sendo dissolvido em conhecimento prático.

Para (PF 09) A aprendizagem verdadeiramente significativa é aquela que “[...]só é possível quando nos inserimos, com a criança, no mundo do qual ela faz parte, a aprendizagem significativa está nesse processo”. Desta forma a participante enxerga como deve fazer para conseguir bons resultados no seu trabalho docente, assim, ela é capaz de adentrar com leveza na cultura dos seus alunos, apreciando e contribuindo para seu sucesso no processo de aprendizagem, deixando o aluno confortável para expor as suas experiências e ao mesmo tempo ensinar e aprender sem desmerecer a identidade compreendendo a alteridade do lugar.

Este possibilita ao docente ensinar não apenas a educação conteudista, mas ensiná-los preparando-os para a vida, neste processo de dualidade o professor tem o papel de mediador, sempre utilizando o conhecimento prévio do aluno para a aquisição de novas aprendizagens significativas, assim, contribui para a formação integral do cidadão do campo.

Para concluir este diálogo com os educadores da educação multisseriada do campo de Paragominas foi ainda perguntado: O que precisa ser feito para que os educandos saiam do ciclo de alfabetização lendo e escrevendo com proficiência? O que está sendo feito para solucionar essa questão?

Para a participante (PF 01) “Eu tento fazer o máximo, trabalho com jogos, alfabeto móveis, vídeos aulas, e outras adaptações necessárias para o seu aprendizado”. Percebe-se neste caso, a utilização de diversos recursos didáticos para se solucionar a questão do analfabetismo com as crianças e adolescentes nas escolas do campo, sem perder de vista os desafios postos aos educadores que laboram nesta modalidade de ensino, e suas dificuldades para lecionar apresentando resultados relevantes no final do processo educativo de cada ano letivo.

Neste percurso temático conforme ressalta a participante (PF 02):

[...] trabalhar em classe multissérie, é tarefa árdua, mas prazerosa, se fazendo um trabalho com um olhar reparador na evolução da aprendizagem de cada aluno, o educador tem que ser criativo, proficiente nas tomadas de decisões avaliativas, assim como nos assuntos atuais, com elaborações de atividades de escritas, oralizadas, coletivas, dando ao aluno a oportunidade de expressar suas ideias, sentimentos, cores, entre outras, sabendo também que se alfabetiza no convívio em sociedade como, lazer, esportes, família, etc. [...] assim os discentes saem da alfabetização com a aprendizagem diferenciada, mas rica em conhecimento principalmente da leitura e da escrita.

Como já foi dito ao longo deste trabalho os educadores lançam mão de desafios diversos, sobretudo, para ensinar nesta modalidade, mas fica visível as formas como desenvolvem os seus trabalhos em salas de aulas, e como consegue os resultados, tudo encontra-se devidamente articulado a partir do conjunto conhecimentos presente no cotiado social incorporados no trabalho a ser intermediado pelos educadores e absorvidos pelos educandos.

Com relação à alfabetização a participante (PF 04) ressalta que:

Foi ofertada a formação voltado para alfabetização, como no caso do PNAIC (Plano Nacional de Alfabetização na Idade Certa) com o objetivo de sanar a questão da alfabetização. Para que os alunos fossem alfabetizados na idade certa. Foi de grande valia a formação com a aplicação dos métodos e jogos na aprendizagem dos alunos em sala de aula na escola do Campo.

Cabe salientar, que a formação continuada para apoiar ainda mais os educadores no processo de alfabetização dos educandos, foi importante para o aperfeiçoamento da prática pedagógica dos mesmos, aumentando suas práticas por meio da vivencias compartilhadas ao longo das formações.

Cabe ainda destacar que segundo a participante (PF 06): “Precisamos sempre está inovando o espaço que recebe o educando e adaptando-se a novos métodos educacionais.

Para a educadora a inovação deve ser constante e que é preciso para dar conta de uma demanda tão desafiante no contexto escolar.

Outros participantes argumentaram que o que precisa ser feito é: apoio dos governantes para que se invista mais na educação; participar de formação; diminuir o número máximo de alunos para facilitar a aproximação tempo/professor, assim o professor poderia dedicar-se mais ao aluno; envolver mais a família nesse processo de alfabetização; mais material pedagógico;

projetos pedagógicos voltados para as dificuldades dos educandos.

Para entender tal magnitude do processo de escolarização, alfabetização, ensino e aprendizagem em classes multisseriadas é preciso reconhecer os limites que circundam a formação dos educadores e a necessidade constante de aperfeiçoamento na sua prática educativa para construir o seu trabalho de forma com metodologias mais assertivas e que intercalam com os saberes dos sujeitos já mencionados anteriormente.

Assim, as abordagens aqui dialogadas, reafirmam de forma sólida, o quanto a educação do campo já avançou e isso é inegável, no entanto, precisa-se olhar para o futuro, e como as dimensões políticas, econômicas e sociais se apresentam na contemporaneidade, para que,

também o processo de ensino e da aprendizagem no campo educacional rural, evolua junto com os demais setores educacionais desta municipalidade.