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A formação continuada de professores e a função social da escola do campo

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.3. A formação continuada de professores e a função social da escola do campo

A formação continuada de professores com vistas ao desenvolvimento de um processo formativo e de planejamento coletivo articulados requer clareza sobre a função social da escola.

Nesse sentido, é importante compreendê-la a ponto de proporcionar a desconstrução e reconstrução das necessárias transformação do currículo escolar, de modo a garantir mudanças capazes de incorporar novas práticas, a partir de estudos, debates, reformulações e até mesmo a transgressão dos paradigmas contidos nas teorias tradicionais da educação atualmente impostos em âmbito nacional, obedecendo a uma agenda internacional de interesse capitalista, os quais visam movimentar o mercado e atender as necessidades do sistema de produção submetido ao capital, cujo foco docente se limita a transmissão e informações, nas provas e nos resultados de desempenhos dos estudantes com vistas a atender ao mercado.

Observa-se que a forma de imposição e organização educacional constituída a partir dessa visão representa um retrocesso histórico, o qual ignora os avanços vivenciados na educação brasileira a partir da pedagogia libertadora, em que tem destaque de uma educação

com a população do campo e em diálogo com os seus saberes de modo a desenvolver uma educação de qualidade com significado aos sujeitos envolvidos.

Isso requer o fortalecimento da identidade e da cultura dos camponeses, a partir de um currículo desenvolvido na concepção de totalidade, portanto que se contraponha a perspectiva hegemônica, que define o que deve ou não ser ensinado nas escolas do campo, sem considerar a alteridade e as múltiplas relações sociais.

Será que os educadores do campo compreendem qual é a função social da escola do campo?

De fato essa é uma complexa questão que ainda precisa ser debatida com os educadores, no entanto, o que verificou-se foi uma escola sem vida, do ponto de vista das relações sociais, de saberes, de conhecimentos produzidos nesses espaço, posto que está sendo efetivamente excluídos das práticas educativas no âmbito escolar, a falta da formação dos educadores no bojo das discussões do papel social da escola do campo, tem passado longe das poucas formações continuadas que tem sido feito com os docentes do campo aqui em Paragominas.

A formação de professores em Paragominas tem ocorrido a partir do programa Território do Saber, de fortalecimento do ensino público, que promove pedagogias inovadoras, formação de professores, valorização docente e engajamento de funcionários, estudantes e famílias em escolas de todo o município, com formação de aperfeiçoamento em Língua Portuguesa, matemática educação infantil e educação de jovens e adultos tem sido uma bandeira aberta para novas discussões que põem em pauta a necessidade de cada categoria educacional do território paragominense, no entanto, quando aberto o edital de seleção dos candidatos (as) da rede municipal de educação para participar das formações percebe-se que fica aberto e a critério dos docentes participarem ou não do programa de formação continuada da rede municipal de ensino.

É notório que a composição da matriz curricular do programa atende as especificidades de uma educação urbanocêntrica que dialoga diretamente com a base nacional comum curricular, pois assim como todos os programas de formação dos docentes para o território a educação do campo fica de fora de um diálogo mais profundo para que se resolva problemáticas antigas que circundam o fazer educacional com as práticas embutidas no conhecimento tradicional e saberes das populações das águas e das florestas. Estas dimensões que está pautada que busca ligar a compreensão do educador e da educadora que o conhecimento presente no campo é construído e transformado em saber da prática cotidiana do educando e do docente, ambas precisam dialogar com os espaços de vivência e de resistência dos sujeitos sociais.

O mais difícil para o educador (a) tem sido fazer o que nunca foi lhe ensinado a fazer, a falha na formação continuada tem se dado pelo fato, de haver as cobranças para se praticar uma educação interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar vindo de uma formação cartesiana urbanocêntrica que não dialoga com as identidades presente no campo dos camponeses, indígenas, colonos, sitianos, taixianos3, assentados, fazendas etc.

O estudo do relatório das formações realizadas na rede municipal de educação de Paragominas iniciou recentemente e tem caminhado paulatinamente no quesito formação continuada, contribuindo para fortalecer a concepção de educação voltada ao ensino do campo de qualidade, no entanto as discussões para uma educação transformadora da realidade, que tem como base a formação dos sujeitos no seu território em busca do desenvolvimento do lugar dos seres humanos precisar avançar.

A educação protagonizada pelo Movimento Nacional por Uma Educação do campo faz a defesa de uma educação que aspire educadores e educandos a se ver como sujeitos do campo e valorizar suas culturas e formas de vida; que ajude no processo de construção do conhecimento e o acesso às políticas públicas no campo, no desenvolvimento de ações educativas com a participação da comunidade escolar.

Nesta perspectiva, educandos, educadores e comunidade são sujeitos e protagonistas do seu processo de sua formação, o que requer que tenham clareza que são sobreviventes dessa crise existencialista da educação, e com isso possam perceber que só organizados podem construir lutas por acesso à escola pública, gratuita e de qualidade, refletindo sobre o reflexo da que já se tem.

O silêncio dos educadores, no sentido de luta, de melhoria, de crítica, fica apenas no seu imaginário, na quietude e no conforto de suas caixinhas, para tanto, a crítica aqui abordada, tem a intenção de possibilitar um debate maior sobre o papel do educador do campo no território de Paragominas, para a desafetação do educador como servidão, de educação com base no capitalismo e na escola como negócio, que gera renda, que financia e controla o que deve ser ensinado atendendo a tríade que performatiza a educação e seus sujeitos tecidos na tríade composto pelo currículo, avaliação e formação docente, que inviabiliza as identidades e projeta uma escola para atender os interesses do capital.

A abordagem toma como referência para fazer essa afirmação por meio das observações e dos documentos oficiais como a proposta do município da base nacional comum curricular

3 Moradores que vivem nas faixas ou ramais.

que não houve por parte dos educadores qualquer rejeição, aceitando pacificamente o cumprimento da base, e do relatório anual de 2020 do território do saber, que não menciona a educação multisseriada como parte para fortalecer a formação continuada dos educadores.

Para essas reflexões, observa-se que:

A função social da escola se refere às suas finalidades sociais: para que a sociedade ou a vida social precisa de escolas? E essa discussão se refere fundamentalmente às escolas públicas, porque são as escolas originalmente pensadas para acesso da maioria e que podem ser geridas pelas suas formas de organização coletiva. (Caldart, 2020, p.04)

De acordo com a autora supracitada, a escola pública deve ser construída coletivamente, portanto para atender as necessidades e interesses da coletividade onde se encontram inseridas.

Entretanto, observa-se que as escolas, sejam elas urbanas ou do campo, atende a uma estrutura incompatível com a realidade, uma vez que, a forma de organização coletiva atende apenas ao interesse capitalista, e não aos interesses sociais, com base na conjuntura de cada comunidade.

Se a função social da escola do campo se refere às finalidades sociais, o que estão fazendo? Obrigando os estudantes a conhecerem as magnitudes das concepções e dos conteúdos que precisam ser ensinados nas escolas?

Notou-se que durante todos esses anos de educação do campo em Paragominas, não tenha oportunizado espaços de formação dos educadores, reflexões e planejamentos, ou debates relevantes como, por exemplo, a finalidade da escola multisseriadas, de modo que isso pudessem ser incorporados na prática pedagógica dos educadores.

Além disso, identifica-se a inexistência de um movimento de busca por garantia de direitos, mas também uma escola não apenas assegure o acesso aos educandos, mas sim, que desenvolva conhecimentos que deem sentido à vida humana, ou seja, uma escola que antes de se preocupar com o que ensinar tenha clareza sobre o que os educandos do campo devem apreender, possibilitando ir para além do saber fazer, mas sobretudo, que dialogue com a reconstrução social que abrange os desafios dos processos formativos, com base na liberdade de pensar.

Diante do cenário de ausência de uma política de formação continuada de professores para atuação docente na educação do campo da rede municipal , o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará, Campus Paragominas firmou parceria com a Secretaria Municipal de Educação para a realização da primeira turma de especialização em

Educação do Campo, Agroecologia e questões Pedagógicas, que iniciou em dois mil e dezessete (2017), com o objetivo de complementar a formação continuada dos educadores do campo.

Em janeiro de dois mil e dezenove (2019) formou-se a segunda turma, que trouxe a possibilidade de ampliar os olhares dos docentes por meio da formação em nível de especialização lato sensu, trazendo diálogo relevante para se pensar a educação do campo e aplicar metodologias que facilitem a aprendizagem dos educandos por meio da vivência e de suas práticas reais em sociedade.

Disciplinas como: organização do trabalho pedagógico e práticas pedagógicas, currículo, saberes e identidades culturais do campo; organizações sociais do campo: História e concepções foram algumas das quais fazem parte da matriz curricular do curso contribuindo diretamente na formação continuada dos educadores, na intenção de dialogar sobre a finalidade do ensino no/do campo, de recuperar uma educação que faça sentido para o educador e educando.

Outro programa de formação continuada de professores presente na atualidade em Paragominas, é feito por meio da empresa Evoluir terceirizada da HYDRO4, contratada para fornecer formação na área de educação para atender as necessidades do território deste Município.

O programa foi pensado especificamente para formação de professores intitulado

“território do saber”, parceria realizada com a Secretaria Municipal de Educação com o objetivo de potencializar a qualidade da educação de Paragominas e, para isso, promove desde do ano de 2020 formação de professores, acompanhamento pedagógico às escolas, apoio à gestão da Secretaria de Educação (SEMEC) e alfabetização de jovens e adultos.

Os cursos iniciaram na modalidade presencial, por meio de encontros mensais que ocorreram periodicamente até o início da pandemia, no formato ainda presencial, na escola Belarmina Fernandes, na área urbana do município onde aconteciam as formações pela equipe da Evoluir.

Diante do cenário do novo coronavírus, os cursos foram readaptados no formato remoto, de forma síncrona, em plataformas (zoom) on-line, a continuidade das formações em ambientes virtuais foi decidida junto aos parceiros e participantes do Programa. Desta forma foram realizadas as formações ao longo do ano de 2020 e 2021.

4 HYDRO é uma empresa norueguesa de alumínio e energia renovável. Esta faz a extração de bauxita na mineração no território de Paragominas, e destina a produção de alumínio tanto no Brasil como no exterior.

Foram oferecidos aos professores da rede de educação municipal cursos de:

Aperfeiçoamento em Ensino de Língua Portuguesa – Anos Iniciais; Aperfeiçoamento em Ensino de Língua Portuguesa – Anos Finais; Aperfeiçoamento em Ensino de Matemática – Anos Iniciais; Aperfeiçoamento em Ensino de Matemática – Anos Finais; Aperfeiçoamento em Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos; Aperfeiçoamento em Gestão da Educação na Perspectiva da Educação Integral; Especialização em Educação de Jovens, Adultos e Idosos.

No curso de especialização em Educação de Jovens e Adultos, observou-se que somente um educador da educação do campo foi selecionado, tendo em vista os critérios para serem obedecidos no edital de seleção.

Observou-se também que durante a formação 90% da grade curricular do curso discorria uma linha de raciocínio voltado para a realidade urbana, exceto quando se estudava a pedagogia freiriana, nesse caso, conseguia-se direcionar para o âmbito da educação do campo.

Pensando nessa perspectiva de formação continuada que contemple a formação com os educadores do campo, de fevereiro a março 2021 participamos ativamente na construção do edital de seleção dos candidatos e da matriz curricular do curso de especialização em Educação de Jovens e Adultos, foi possível durante esta elaboração pensar na estrutura do curso para atender a educação a partir da tríade: multisseriado, educação carcerária e urbana.

Foram alguns encontros pela plataforma on-line, debateu-se a respeito da ementa do curso, levou-se contribuições para que fosse construído uma proposta alinhada à realidade dos docentes da rede municipal, em especial duas categorias que são sempre esquecidas nas ementas dos cursos de formação: Educação carcerária e multisseriado.

A extensão da disciplina de Alfabetização e Letramento para uma carga horária que contemple melhor esse aspecto importante da educação de jovens e adultos, a inserção de tópicos que contemplem ensino híbrido e tecnologias na EJA, metodologias para turmas multisseriadas e do campo, educação especial, educação do cárcere e a manutenção do projeto de intervenção local contextualizado com a realidade da pandemia, são itens que compõem a matriz do curso em EJA, que fortalece a possibilidade de se pensar em uma formação que dialoga sobretudo com as realidades das categorias educacionais presente neste território.

Outro aspecto que também foi alinhado, é como se daria os momentos de formação, tendo em vista as várias demandas que surgiram ao longo de 2020, principalmente de professores participantes dos cursos, que achavam inadequado o funcionamento das turmas aos finais de semana, muitas das vezes por acharem desgastantes, em função de compromissos pessoais e, em outros casos por conta de alguns serem adventistas.

Em contrapartida, não foi possível realizar as formações durante os dias úteis da semana, por conta de os professores encontrarem-se desempenhando suas atividades diárias como docente.

A pesquisa demonstrou que não há processo formativo docente voltado para a categoria de classe multisseriada do campo, organizado pela Secretaria Municipal de Educação de Paragominas, exceto as poucas discussões que ocorreram no curso de especialização da Educação do Campo, Agroecologia e Questões Pedagógicas, ofertado pelo IFPA.

É notório que o direito à educação no Brasil, sempre foi palco de luta e de resistência, bandeira que levanta debate e sustenta discussões o tempo todo, mas no caso da formação de professores, atuante no multisseriado, verifica-se que ainda é invisível aos olhos da política pública deste país, muito distante da democratização de ensino para educador e educando, que distingue e procurar ultrapassar a consciência ingênua para fortalecer a perspectiva da mediação da consciência crítica dos seres humanos, que busca romper com a educação que escraviza em vez de libertar.

A transgressão do paradigma da multisseriação, reque iniciar a partir de uma mudança de concepção dos educadores que atua diretamente nas escolas do campo, sem essa mudança de paradigma de mentalidade e, de construção de um currículo diferenciado, não será possível garantir que a educação do campo melhore a partir do entendimento de uma educação que esteja voltado para os interesses dos cidadãos e das cidadãs estudantes do campo.

Em Paragominas essa ruptura de mentalidade requer práticas docentes capaz de romper com o paradigma reprodutivista da educação como transmissão de conteúdo, a partir do processo de formação capaz de gerar mentalidade inovadoras dos sujeitos envolvidos. Isso exige reafirmar que não se trata de ensinar apenas os conteúdos, mas de possibilitar a construção de novos conhecimentos que subsidiem a sociedade a repense o seu lugar, que os estudantes do campo possam compreender a realidade para transforma-la. Isso só requer professores e professoras comprometidos com a educação do campo, o que requer formação capaz de possibilitar a construção de um currículo diferenciado para o campo e sobretudo da sua atuação.

Sem isso, não há como despertar o pensar e o fazer coletivos na defesa da qualidade da educação no campo, em especial, sobre o papel dos educadores na multissérie do campo.

Essa mudança de mentalidade é fundamental para desenvolver a educação do campo em Paragominas, capaz de romper com o ensino urbanocêntrico, centrado no desenvolvimento do capital, e não em dimensões sociais que estão presente no campo.

Analisou-se que os programas de formação de educadores na Amazônia paraense, em particular no território paragominense são implementados com a intensão contribuir para o avanço educacional do município, no entanto é preciso fazer uma diagnose para compreender as necessidades que afligem diariamente o fazer docente dos profissionais da educação, seguindo essa reflexão, é possível na conjuntura da formação continuada oferecido pela Secretaria de Educação professores elaborarem o seu próprio material para serem trabalhos com os alunos em sala de aula dialogando com a realidade de seu território.

No âmbito da educação do campo percebeu-se a ausência de política pública direcionada para a formação continuada dos educadores e educadoras, assim os processos formativos dos mesmos possam fortalecer a criatividade e a produção de materiais rico e pluridisciplinar, assim seria possível ver o ensino no/do campo com bons olhos, resolvendo problemáticas como a negação do direito ao material didático e a sua falta de contextualização com o mundo real do estudante deste espaço e desta modalidade de ensino.

A ausência de formação que possibilite os educadores dialogarem com o território na construção de saberes pautados na resiliência para o aperfeiçoamento de boas práticas pedagógicas para atuarem na Educação do Campo, dificulta o trabalho docente para garantia de formação dos estudantes, que pensa sobre a sua realidade, e que dialogue diretamente com o seu território. Neste sentido, pode-se afirmar que por não terem uma formação suficiente para lidar com as classes heterogêneas e multisseriada, se deparando com alunos com diversas dificuldades de aprendizagens, transtornos globais, dispraxia, dislexia, Síndrome de Irlen e entre outros.

Os docentes, sejam eles pedagogos ou não, se não estiverem com um trabalho pedagógico organizado, não darão conta de fazer com que os educandos desenvolvam as suas habilidades e competências nas áreas de conhecimento afim.

No multisseriado, além de serem turmas heterogêneas, é preciso de muita competência e domínio na área da educação especial para atender aos interesses educacionais dos alunos, os quais têm dificuldade em aprender com facilidade, como as outras crianças e adolescentes.

Talvez por estes motivos, e pura ignorância do ponto de vista de sua formação, muitos professores preferem ser negligentes e compactuar de forma que camuflam os alunos no processo educacional que deveria ser sério e de qualidade, e também por não desejarem se esforçar um pouco mais, a ponto de conduzir os educandos na solicitação dos profissionais da educação especial para acompanhar o processo de adaptar as formas de aprender, do aluno e, de ensinar do professor.

Para Menezes:

A educação camponesa deve, pelo trabalho humano, formar indivíduos não fragmentados na sua totalidade e que, dessa maneira, possam compreender as relações humanas tanto na sua diversidade cultural como nas desigualdades sociais, econômicas e políticas geradas pelo capital. (2009, p.26).

De forma geral, os estudantes do campo são reflexos de uma educação multisseriada que acumula numerosas lacunas no ensino-aprendizagem ao longo do seu processo Educacional. Essa educação deficitária tem feito parte da história estudantil educacional no palco e no cenário da vida de milhares de brasileiros que estudam ou estudaram no espaço rural.

Partindo dessa educação traumática é que foi analisado o que as escolas do campo do Município de Paragominas têm feito como prática metodológica para a organização do trabalho pedagógico, melhorando o processo educacional dos estudantes, sobre esta reflexão Caldart (2008) discorre deixando clara a sua preocupação em proporcionar à sociedade camponesa uma educação de qualidade, oferecida pelos órgãos, sejam municipais, estaduais ou federais. Sendo assim, a autora destaca que:

O campo não é qualquer particularidade, nem uma particularidade menor. Ele diz respeito ao uma boa parte da população do país; se refere a processos produtivos que são à base de sustentação da vida humana, em qualquer país. Não é possível pensar um projeto de país, de nação, sem pensar um projeto de campo, um lugar social para seus sujeitos concretos, para seus processos produtivos, de trabalho, de cultura, de educação. (2008, p.74).

Com base nos argumentos da autora não se pode pensar em desenvolvimento de um país, sem que se pense em um projeto de desenvolvimento para os sujeitos do campo, não é aceitável mais o avanço de apenas uma parte da nação, no caso, os centros urbanos, esquecendo os protagonistas, que produzem no campo da alimentação e entre outros, com base na sustentação e sobrevivência da vida humana. Aqueles sujeitos esquecidos, que trabalham de sol a sol para garantir a sobrevivência de milhares de pessoas, que moram nas cidades e metrópoles da nação.

É preciso reconhecer seu trabalho e sua importância no cenário nacional, portanto, mudanças favoráveis no campo da educação, do trabalho, da economia e da oportunidade para todos sem discriminação pelo seu espaço de convivência e de trabalho precisam ocorrer.