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mensurar o passo a passo da realização das tarefas com os discentes assim, como acompanhar o processo de aprendizagem, levando em conta o contexto das dificuldade de cada estudante no processo de alfabetização.

Os trabalhos com as oficinais possibilitaram várias reflexões sobre o planejamento assim, como desencadeou nos docentes, diversas maneiras de elaborarem os seus planejamentos e organizarem melhor as suas aulas, portanto o planejamento tomou dimensões que variam entre as organizações de projeto didático, sequências de atividades com planejamento interdisciplinar,

Finalizou-se as oficinas lançando desafios aos docentes para construção de planejamentos interdisciplinares, portanto deste produto está acompanhado do processo formativo dos educadores e educadoras atuantes em classes multisseriadas na educação do campo do território de Paragominas.

de escolaridades, juntos, no mesmo horário de aula, heterogeneidade e níveis de aprendizagens diversas.

As formações continuadas aos educadores têm dialogado distante do contexto educacional do campo, salvo algumas exceções, as quais permearam a luta e a resistência na formação dos professores, que evidência a prática pedagógica que circundam a realidade do ensino no espaço rural, e que tem modificado o cenário educacional, a partir do empenho dos professores e das raríssimas formações que trouxeram para o debate a multisseriação para dialogar sobre a temática em questão.

O que precisa urgentemente compor o projeto de formação de professores na educação do campo neste território está diretamente relacionado ao planejamento de ensino, assim como os materiais produzidos para o ensino deveriam comportar de forma linear entre a interdisciplinaridade, multidisciplinaridade e a transdisciplinaridade, o que falta na educação brasileira e sobretudo, na área de educação do campo, são materiais que de fato, dialoguem com as especificidades dos conhecimentos e saberes que permeiam o espaço rural.

Dito isso, reafirma-se que é possível a partir da convocação dos educadores, de pensadores, que na interface da formação continuada e atuação na docência em classes multisseriadas, com a reflexão da educação no campo, seu planejamento e a suas ações, busquem elaborar materiais que sejam possíveis de realização de um ensino que vá além da interdisciplinaridade, mas que dialogue com a realidade que permeia o âmbito da educação.

A educação do campo se coloca nesta análise como protagonista do fazer e do saber, as trajetórias e memórias aparecem vivas nos relatos que convidam a se fazer profundas reflexões acerca do ensino em classes com multisseriação, as práticas e metodologias, recursos didáticos e a ausência de públicas de reparação educacional, se juntam para reivindicar a qualidade da educação do campo.

Portanto, convido os leitores a perceberem a importância de trabalhos como este que apresenta o planejamento de ensino em classes multisseriadas e revelam a grandeza das experiências educacionais de docentes na Amazônia paraense.

A reflexão que faço remete-me à compreensão, de quanto já caminhamos e, sobretudo, o quanto ainda precisamos caminhar para continuar traçando nosso pensamento pedagógico, autêntico e que atenda às necessidades das comunidades que emergem em nosso século, a sociedade do conhecimento, do qual a escola precisa se adequar muito, para estar à altura dos seus sujeitos.

A educação do campo na Amazônia vem sendo um símbolo de luta e de resistência para abrir espaço de diálogo e de pesquisas nas universidades, mas ainda é uma parcela minúscula dos acadêmicos que se atrevem evidenciar as carências nesta modalidade de ensino, e que precisa deixar de ser um problema isolado da sociedade, para se tornar um problema maior anunciado e acolhido pelas políticas públicas do território nacional.

Sonho com uma sala multisseriada com dois professores na condução educativa dos discentes, em que ambos se complementam, na proposta de uma mudança de pensamento que não esteja ligado apenas no financeiro, mas que, de fato, seja pensado um projeto de desenvolvimento de nação integrado com o espaço rural, que enxerguem os sujeitos e suas necessidades, que mediante as políticas públicas possam surgir projetos de educação que contribuam para o verdadeiro desenvolvimento dos sujeitos nos seus espaços.

Quebrar a lógica de uma educação que exclui parte de sua população não é fácil, mas é possível, porque mudar, significa a ruptura de uma modelo engessado, que arranca o brio e a esperança de muitos sujeitos sociais, donos de sua história e trajetória no qual fazem parte.

Mudar as práticas e metodologias de ensino rumo a uma educação para todos, no entanto, é perceber que o ato de ensinar está diretamente ligado ao trabalho e desafios postos ao educando, para que este sujeito tenha consciência da sua existência, que implica sobretudo, em compreender a sua realidade.

Esta pesquisa não finaliza só aqui, pois existem muitas vertentes dentro do âmbito do planejamento para o multisseriado que precisa ser intensificado, investigado e que sobretudo, seja vista como uma modalidade que carece de políticas públicas de intervenção, pois quando perguntado aos educadores o que achavam do multisseriado surgiram palavras diversas como:

complicado, desafio, trabalho árduo, incompreensivo, obstáculo, heterogeneidade, experiências, responsabilidade, necessidade, adequações, angustia, complexo, reflexões, dificuldades, planejamento diferenciado, troca de conhecimento, não me identifico, diferenças, sobrecarga, fatigante, mas também surgiram palavras como: ensinamento prazeroso, paciência, gratificante, esperança, empatia, superação, prática, inovação, apaixonante. Estas refletem os lados positivos e negativos de ser docente nesta modalidade, por isso, consideramos ser temas de investigação cientifica para contribuir com a literatura da educação do campo em todo o território nacional, alimentando um diálogo que de forma paulatina possa se chegar na formação dos educadores e educadoras para melhorar a qualidade da educação tanto do discente quando do docente.

Este trabalho trouxe debates relevantes como a formação de professores, o diálogo e a construção coletiva do currículo escolar, na perspectiva freireana, articulada à concepção de educação do campo, em que os profissionais da educação sejam atores do processo educativo, consequentemente assuma a epistemologia da práxis em sua atuação nas escolas e classes multisseriadas nas escolas do campo, tendo clareza dos projetos em disputas na educação brasileira, de modo a se colocar na defesa no projeto de educação do campo, portanto sendo capaz de desenvolver uma educação étnico-crítica com vista a autonomia dos educandos.