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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1. Organização e funcionamento da multissérie em Paragominas

O principal objetivo da pesquisa foi conhecer as perspectivas dos entrevistados sobre o ensino multisseriado no campo, como o reconhecem, o que pode ocorrer para que seja cada vez mais qualificada a aprendizagem e com o objetivo de se conhecer as metodologias adotadas nas

práticas dos educadores, nivelando o conhecimento dos educandos que estudam nas salas multisseriadas aos anos de escolaridades nas quais se encontram.

Tabela 4 - Professores Participantes da Pesquisa

Nome Idade

Tempo de atuação

no multisseriado Formação Escola Distância Maria de Nazaré

Narcisa dos

Santos 58 anos 15 anos

Nível Médio Magistério

EMEF Caminho

Feliz 145 km

Josivaldo Silvado Rosário

Licenciatura plena em Pedagogia e

História especialização

em Educação do Campo, Agroecologia e

Questões Pedagógicas.

EMEF Nossa Senhora da

Conceição

52 km

Edcarlos Amorim

Feitosa 45 anos 22 anos

Licenciatura plena em Pedagogia.

EMEF Raimundo

Calvo 120 km

Eliane da Motta

Santos Lima 38 anos

Formação em Pedagogia, especialização

em Educação do Campo, Agroecologia e

Questões Pedagógicas.

EMEF Santa Brígida

49 km 15 anos

Carmen Suely

Ferreira dos Reis 53 anos 09 anos

Formação em Pedagogia, especialização

em neuro psicopedagogia

e matemática

EMEF Nossa Senhora da

Conceição

52 km

Tatiane de

Holanda Dantas 40 anos 18 anos

Formação em Pedagogia, especialização

em Língua Portuguesa

EMEF Pedro Rezende

Bastos

89 km

Nilva do Nascimento

Pereira

36 anos 10 anos

Licenciatura plena em Pedagogia

EMEF São João Batista

42 km

Jacilene Carvalho

Não informad

a

07 anos

Formação Licenciatura

plena em Pedagogia

EMEF Castelo

Encantado 141 km

Tania Mara

Santos Costa 53 anos 16 anos

Formação em Pedagogia, especialização em orientação

escolar

EMEF Escada Norte do

Saber

105 km

Maria Thayane

dos Santos Alves 31 anos 05 anos

Formação em Pedagogia, especialização

em Educação Infantil

EMEF Pedro Rezende

Bastos

89 km

Marcilene Dos Santos Rodrigues

44 anos 15 anos Licenciatura plena em Pedagogia

EMEF Monte Alegre

86 km

Fonte: próprio autor (2021)

Ao analisar a Tabela 4, observa-se que a primeira participante da pesquisa não possui formação em nível superior, atuando apenas com a formação segundo o relado da participante é educadora a vinte e dois (22) anos, mas que tem não teve ainda a possibilidade de fazer o ensino superior atuando como docente com nível Médio Magistério.

O quadro demostra que dos participantes da pesquisa quatro (04) possui nível superior, seis possui especializações e uma nível médio. Estes possuem tempos de atuação no multisseriado diversificado, alguns dos participantes foram estudantes do curso de especialização em Educação do Campo, Agroecologia e Questões Pedagógicas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará Campus Paragominas, cursaram todas as disciplinas do programa, mas não escreveram conseguiram finalizar as suas monografias, que ocasionou em não receber as suas titulações acadêmicas.

Tabela 5 - Coordenadores Pedagógicos

Nome Idade

Tempo de atuação na coordenação pedagógica no multisseriado

Formação Escola Distância

Josilene Rodrigues da

Silva

33

anos 10 anos

Formação em Pedagogia, especialização

em inclusão

EMEF Paulino

Borges

116 km

Edson Moisés dos

santos Cavalcante

Formação em Pedagogia, especialização

EMEF Alegria do

Saber

118 km Mayra

Carolina de Castro Cardoso

31

anos 09 anos Formação em

Pedagogia.

EMEF Nossa Senhora da Conceição

52 km Fonte: próprio autor (2022)

A Tabela 5 responde o tempo de atuação dos profissionais na área da coordenação pedagógica em escolas com classes multisseriadas, assim como, a formação de cada coordenadora e coordenador que participaram desta pesquisa.

Para a análise dos dados recolhidos estabelecidas codificações para as entrevistas e questionários, conforme o número de participantes, como na Tabela 6:

Tabela 6 - Lista de código dos participantes

Entrevistados Código

Coordenação Pedagógica CP

Professores Formadores PF

Superintendência de Educação do Campo SEC

Fonte: próprio autor (2021)

A análise dos dados obedeceu a uma organização pautada por dimensões/categorias e subcategorias de acordo com cada tipo de entrevistado. Em primeiro lugar, a partir de então, foi apresentada a análise de todas as informações correspondentes à Coordenação Pedagógica e foram examinados os dados referentes ao seu ponto de vista sobre o assunto, posteriormente, foi feito a análise para interpretação dos dados dos demais participantes da pesquisa.

A coleta dos dados foi realizada por meio de questionários aplicados via Google forms e entrevistas.

Infere-se a partir da pesquisa realizada que quando o educador não possui formação ou orientação para melhorar a qualidade da educação do campo é de fato difícil, mas depende da sua concepção de ver o outro e suas necessidades para começar a investigação, em busca de se melhorar ou aperfeiçoar o que já vem sendo desenvolvido na prática de muitos educadores na educação do campo, solicitação de estudos científicos com pesquisadores que de fato vivenciam a educação do campo e sobretudo, do multisseriado, para explorar o universo do ensino desenvolvido nesta modalidade de ensino, examinando com cautela para se chegar ao pelo menos na solução dos problemas vivenciado nos processos de construção dos planejamentos dos professores em turmas multisseriadas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, como forma de solucionar problemáticas que estão visivelmente presente o dia a dia dos educadores do multisseriado.

É indiscutível o professor elaborar 10 planos de aulas todos os dias e ainda dar conta do ensino, da aprendizagem significativa, pensar no contexto de cada discente, na situação de aprendizagem de cada um etc...

Verificou-se que no âmbito da educação do campo em Paragominas não há programa de formação continuada direcionada especificamente para a modalidade multisseriado, para que os problemas paulatinamente sejam analisados em busca de soluções, mediante a isto, percebe-

se a necessidade dos educadores em terem formação continuada para planejar as saídas que possam ajudar na condução do ensino diante das mudanças que necessitam ser feitas.

Portanto, as lutas por melhorias em busca na educação escolar do campo em Paragominas, gira entorno da espera de implantação de política pública tanto de formação de professores, quanto em estrutura do currículo que em outrora fora construída com a participação dos educadores da municipalidade da educação do campo deste município e que se encontra sem utilização, uma vez que a maioria dos educadores se quer tiveram a oportunidade de ler e praticar a proposta curricular do campo.

No questionário aplicado à ex-superintendente do Departamento de educação do campo da secretaria municipal de educação do Município de Paragominas - Pará que esteve à frente do trabalho por 30 anos.

A entrevista pontuou vinte e um (21) cursos de formação continuada, seminários, entre eles estão - Seminário geral de Educação continuada em Linguagem - Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa, seminário Estadual de Educação do Campo - Belém/ Pará, e dentre outros que chamou atenção simplesmente para perceber que os profissionais coordenadores da secretaria de educação do Município tiveram e participaram de vários cursos continuados para fortalecer a educação do campo, mediante os diversos anos que tiveram a frente do departamento de educação do campo, na condução do trabalhado com esse público de educadores e educandos, e mesmo assim, percebe-se que pouco foi feito diante de soluções de problemas educacionais referente por exemplo: construção dos planejamentos dos professores em turmas multisseriadas, como fazer? De que forma fazer? Que modelo deve ser elaborado para sanar os vários planos de aula elaborado pelos educadores? Que medidas se tomar para solucionar essas questões que angustiam os professores?

Observou-se também nos dados analisados que falta levantar um grande debate sobre está modalidade para colocar em discussão o que realmente precisa ser vencido, a partir dos problemas apresentado pelos educadores, assim entende-se que de forma consistente e viável procura-se perceber os problemas que ano após anos se repetem sem solução, portanto acredita- se que para consolidar um trabalho baseado no diálogo, e que dê visibilidade nas experiências diárias dos educadores e baseado em pesquisas científicas que traçam propostas para solucionar algumas destas questões supracitadas.

Na pergunta apresentada no questionário “Qual dificuldade a senhora encontrou para ajudar os professores (as) a desenvolverem boas práticas de ensino em classes multisseriadas?

Sobre a pergunta a entrevistada respondeu:

Os professores não tinham formação pedagógica a nível superior; somente alguns deles com magistério a nível médio e outros com o Ensino Fundamental. Na verdade, nos anos 90, nenhum de nós que laboravam nas escolas do campo, tinham formação superior e conhecimento de organização das turmas multisseriadas [...] ninguém encontrava um norte, ou seja, uma forma de se organizar melhor pedagogicamente para atendimento aos alunos. Somente em 1999, com o surgimento do projeto escola ativa tivemos a oportunidade de inserir todos professores no projeto, os quais se deslocavam até Belém - PA para fazer as devidas formações com o objetivo de [...]

melhorar o atendimento e ensino dos alunos de classes multisseriadas. Posso dizer que, essa formação da escola ativa foi um grande salto ou uma enorme conquista para a educação do campo no município de Paragominas. Digo isto, porque foi a partir dela que os professores passaram a ter uma nova visão e concepção em relação às turmas multisseriadas. (SEC 01)

Observa-se na fala da entrevistada vários problemas vistos por ela no início de sua jornada frente à educação do campo, uma delas estava diretamente relacionada à formação dos docentes, poucos tinham o ensino médio em carreira do magistério completo e na sua grande maioria eram professores leigos, temos muito usado neste período para se referir a docentes que não possuíam formação em nível médio no magistério.

Observa-se ainda, neste diálogo, que uma das formas de solucionar a falta de profissionais para laborarem nas escolas do campo era substituir a falta da mão de obra qualificada, por outra com formação na antiga (4ª série, 5ª, 6ª, 7ª 8ª série), no quadro efetivo dos educadores lotados em escolas do campo em Paragominas.

Constam cinco (05) professores sem nível superior, com formação apenas em ensino médio - magistério. Isto demonstra o quanto forte e difícil foi sair do patamar do quadro de professores com formação insuficiente, mudando a concepção de educação do campo, para se consolidar as outras propostas de ensino e educação com os sujeitos do campo.

Percebe-se no depoimento da participante a carência de profissionais, sobretudo na década de 90, qualificados e com formação a nível médio em magistério para atender as necessidades básicas educacionais de formação para atuação em sala de aula. Dito isto, me reporto ao início da minha carreira, professor da educação do campo ainda estudando o ensino médio na carreira do magistério, que devido à escassez de profissionais fui contratado para lecionar em escolas de multisseriado, chamado de professor leigo pelas secretarias de educação daquele período.

Percebe-se que por mais que a escravidão tenha sido abolida há 133 anos, os reflexos da negação do direito, não têm sido praticado apenas com negros, mas com outras categorias como as dos povos do campo, sua necessidade de educação é latente, assim como qualquer outro lugar ou povos existentes neste pais, uma parte da sociedade ainda é escrava e refém de

uma educação precarizada e ignorada do ponto de vista das política públicas de intervenção para construção de ensino e de aprendizagem no multisseriado, embasado em pesquisas científicas de quem ver o multisseriado como alternativas de romper as barreiras da hierarquização do ensino nos sistemas de educacional brasileiro, engessado de paradigmas e separação dos conteúdos, em que o aluno só pode estudar os conteúdos listados nas grades curriculares das instituições enviado pela secretaria de educação.

Quanto à educação rural, além de não considerar a identidade sociocultural de seus destinatários por não considerar a especificidade Educação do campo e direitos humanos: uma conquista, muitos desafios dos sujeitos e de seu contexto, este mesmo autor demonstrará que essa educação também fracassou ao manter altas taxas de analfabetismo e baixos índices de escolarização no campo. (LOCKS; GRAUPE;

PEREIRA, 2015, p. 138/139.)

Não se constatou nas reformas mudanças educacionais um tratamento contextualizado para as populações camponesas. O Brasil hoje tem passado por intensas mudanças em todos os cenários, seja no contexto de um projeto de urbanização e industrialização alavancados pela política nacional e internacional, no entanto pouquíssimo ou quase nada tenho visto debate sobre as mudanças e melhorias para alavancar também o ensino e a qualidade da educação para os povos, do campo que representam uma boa porcentagem da população do Brasil. Que se sujeitam a ver seus filhos e filhas, esvaziando seus territórios em busca de educação, de trabalho, de reconhecimento, de formação.

Obviamente as pessoas não desejam ser vistas como historicamente fomos forçados a ver o espaço rural como aquele que oferece mão de obra e subsidia o desenvolvimento econômico e urbano - industrial por um preço irrisório, já que fomos relegados ao papel da ignorância educacional e formativa, isto do ponto de vista do mundo capitalista.

Observa-se que as secretarias de educação se comportam como se estivessem baseados nos decretos lançados pelo ministério da educação nos anos de 1942 a 1946, que decretou as chamadas leis orgânicas, que passaram a regulamentar no âmbito da educação nacional.

A partir de 1946, com o declínio do governo autoritário e a ascendência de ideais democráticos, a União começou a tomar para si a disciplina e organização do ensino primário e médio

O ensino em nível nacional, definindo os programas mínimos e as diretrizes que deveriam nortear o desenvolvimento do ensino primário no país, a disciplina e organização do ensino Fundamental e Médio no Brasil é objeto de estudo e “preocupação” dos governos a não mais que 70 anos.

Enfatiza-se no texto do Art. 15, que discorre sobre o Decreto-lei nº 8.529/46, ponderou a necessidade de adaptação do período letivo de acordo com as peculiaridades regionais, incluindo- se os espaços rurais e os períodos de clima e da amplitude do trabalho nas atividades agrícolas que deixa inviável a participação de alunos na escola devido às práticas desenvolvidas na agricultura pelos camponeses.

O art. 15, disparado neste decreto justamente para abrir espaço para o atendimento educacional aos povos rurais e sobretudo para evitar a reprovação por falta durante o ano letivo.

Neste sentido entende- se que a flexibilidade nos períodos de colheitas dos produtos rurais que é necessário a participação de toda a família, que afasta o aluno da escola por um determinado período de tempo, mas que no retorno do aluno após o período de colheita.

O decreto dispõe deste artigo para obrigatoriedade da matrícula, controlar a permanência e a frequência escolar dos estudantes do campo, atender este dispositivo da lei, pelo menos em Paragominas isso nunca foi feito.

“Art. 15. A duração dos períodos letivos e dos de férias, será fixado segundo as conveniências regionais, indicadas pelo clima, e, zonas rurais, atendidos, quanto possível, os períodos de fainas agrícolas” (BRASIL, 2021, p.113), neste sentido atendendo o que discorre o texto do decreto, o executivo entendi que nunca será “possível” alterar o calendário de atendimento educacional, dando parada no ano letivo para atender as mudanças de períodos de clima que contribui diretamente para o plantio e a colheita dos camponeses, por conta da versatilidade dos ambientes das escolas do campo.

Partindo desta análise é possível perceber que essa escassez se faz presente para 30 milhões de pessoas que residem no espaço rural de todo o Brasil segundo dados do IBGE 2010 se esquece que segundo pesquisas realizadas e publicadas em 2015 demonstra o quantitativo da população rural do Brasil, que são obrigadas a fazer o êxodo rural em busca de melhoria e oportunidade, o que só por meio do estudo e da educação que serão capazes de modificar a realidade local.

Apesar das dificuldades inerentes e controvérsias na delimitação do espaço rural, estudos apontam para um acelerado processo de redução da população rural brasileira, sobretudo dos anos 60 1. Entre 1970 e 2010, a participação da população rural caiu de 44% para 15,6%, o que qualifica a velocidade do processo de urbanização no Brasil.

Ainda assim, em termos absolutos a população rural brasileira continua expressiva, totalizando 30 milhões de pessoas em 2010 2 , contingente superior ao de praticamente todos os países da América Latina, exceto a Argentina. (MAIA, BUAINAIN, 2015.

p.01)

Percebe-se que ao longo dos anos vem havendo fluxo muito grande de pessoas do campo para cidade, e cada vez mais, as políticas educacionais tendem a desaparecer por conta do quantitativo que está cada vez menor no Brasil, mesmo as pesquisas apresentando uma população com o contingente elevado, comparando com quantidades da população dos países da América Latina, se os sujeitos camponeses, educadores e pesquisadores não começarem a lutar por direito educacional no espaço rural da Amazônia paraense, as escolas correm o risco de serem fechadas.

Quando perguntado para relatar brevemente o que fez para melhorar o ensino das crianças e adolescentes da educação do campo, a resposta foi:

Nenhum ser humano é Super Ser, que consiga fazer tudo. No meu caso, acho que fiz um pouco de tudo, das minhas obrigações de acordo com as minhas competências para melhorar o ensino dos alunos do campo. Havia uma enorme preocupação devido às escolas não possuírem um quadro de pessoal para laborar no preparo da merenda e limpeza das escolas, os professores além de ministrar aulas ainda realizavam esses tipos de serviços. Sendo assim, ficavam impossibilitados de ter momentos de estudos para elaboração de uma boa aula. Pensando em mais tempo para os mesmos atenderem melhor os alunos, lutei para que houvesse legalidade de contratação de AOSGs5 e posteriormente a realização de concurso público nessa área. Além disso, foi necessário providenciar várias formações, tanto externas com formadores contratados da Capital, como internas com a equipe técnica do Departamento do Campo, que ora levávamos as formações até as escolas, ora deslocávamos os educadores até a Sede do município para receberem as devidas formações. (2021, SEC 01)

Diante do exposto observa-se que, de fato a distribuição do tempo do professor para realizar várias tarefas, era um complicativo que contribuía muito para uma má elaboração dos trabalhos pedagógicos dos educadores, e falta de tempo para pensar, organizar e planejar as atividades a serem desenvolvidas no horário de aula. Isso contribui diretamente para o fracasso escolar e reprovação no fim de cada ano letivo na educação do campo, pelo fato que os alunos não conseguiam em grande parte serem alfabetizados, ou adquirir as habilidades e competências necessárias para seguir para o próximo ano de escolaridade.

Infere-se diante da fala da entrevistada quando a mesma apresenta as dificuldades encontradas pelos educadores naquele período e diante do cenário caótico que se encontravam a educação do campo em Paragominas/PA, e falta de planejamento para classes multisseriadas,

“ficavam impossibilitados de ter momentos de estudos para elaboração de uma boa aula”, analisa-se na frase salientada que as múltiplas funções exercidas pelo professor na escola do campo impossibilitou de organizar de forma mais eficiente o seu trabalho, pois além de elaborar vários plano de aulas, dividia- se o tempo em sala de aula, cozinha na preparação dos alimentos

5 Auxiliar operacional de serviços Gerais.

para os alunos, e auxiliar de serviços gerais, na limpeza e organização da escola todos os dias atendendo entre dois e três horários de trabalho em sala de aula.

Com base na temática que é Educação do Campo, foi perguntado quais os maiores desafios para melhorar a aprendizagem no multisseriado?!

Foi salientado que são em reuniões que acontecem as sugestões para enfrentamento e tratamento das lacunas nas aprendizagens dos alunos.

A entrevistada argumenta que:

O trabalho de campo é de grande relevância, pois é nesse momento, que conseguimos enxergar as necessidades de aprendizagens dos alunos e também as dificuldades que os educadores estão tendo na elaboração das atividades para atendimento dos alunos;

o diálogo com toda equipe técnica do Departamento de Educação do Campo para organização e tomada de decisões no que concerne reuniões com Diretores, Coordenadores e Professores; Elaboração de um bom diagnóstico que é aplicado aos alunos e posteriormente analisado; formações, diálogo e pesquisa de materiais; A elaboração de boas atividades que possam ajudar tanto os alunos como os professores a terem maiores conhecimentos; A elaboração de plano de ação, também é de grande utilidade para se ter um trabalho mais organizado e dinâmico na escola; Apoio às escolas com materiais; Suporte para a equipe técnica nas idas às escolas; Formações para Professores, Coordenadores e Gestores. (2021, SEC 01)

Infere- se que o ato de leitura é uma prática que precisa ser inserida desde o ambiente familiar para posteriormente ser desenvolvido na escola, na parceria entre escola e família, desenvolve-se as habilidades dos estudantes como leitura e escrita, portanto, muitos alunos não têm apoio em casa dos seus responsáveis, por vários motivos, isso causa o distanciamento entre a família e a escola, que prejudica ainda mais o avanço do aluno. Quando, analisa-se o contexto social e hábitos das famílias na condução educativos de seus filhos observa-se que grande parte delas hoje é constituída pela avó e netos, que muitas das vezes são analfabetos, e não estimula em casa o ato de ler e escrever.

Isto dificulta ainda mais a aprendizagem dos alunos em outras áreas do conhecimento que está diretamente ligado ao ato de ler, compreender , escrever e interpretar outros assuntos em disciplinas distintas, no entanto acredita-se que este trabalho tenha que ser realizado de forma coletiva e em parceria feita entre família e escola, e para contribuir com o preenchimento das lacunas na aprendizagem dos discentes é necessário o trabalho, como por exemplo :com projetos didáticos que favoreçam a aprendizagem dos alunos e seu interesse pela escrita e leitura. Porém, esses projetos didáticos devem estar alinhados com a realidade social de sua comunidade, devem contribuir não apenas para sanar a leitura ou ainda a escrita do aluno, mas que sobretudo, contribua para uma discussão em torno de problemas que traga discussões para