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4.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS FARMACÊUTICA

4.2.2 A Cadeia de Suprimentos Farmacêutica

A unidade de contexto utilizada para a pesquisa são as relações interorganizacionais em uma cadeia de suprimentos farmacêutica, e o objeto de estudo teve como foco a relação direta, entre a Empresa B e o Fornecedor Beta. Para que seja configurada a cadeia de suprimentos, primeiramente, procura-se identificar quem é a empresa focal (líder), neste caso a Empresa B e quem atua como fornecedor, no caso, Fornecedor Beta.

O desenho da cadeia de suprimentos tomou por base a entrevista realizada com o Diretor de Suprimentos da Empresa B, devido à sua atuação como funcionário nesta empresa, além da experiência e conhecimento sobre o fluxo de informações. Ele é Contador, com 21 (vinte e um) anos de trabalho na empresa e neste cargo tem aproximadamente um ano. Com base nesta entrevista, a Figura 10 mostra como se apresenta a cadeia de suprimentos do produto farmacêutico da empresa em estudo, e a parte envolvida no círculo pontilhado em

destaque representa a unidade de contexto, ou seja, o relacionamento interorganizacional desta empresa com o Fornecedor Beta.

Figura 9 – Cadeia de Suprimentos Farmacêutica

Siglas: Fᵗ - Farmácias; Rᶜ - Redes; Hᵇ - Hospitais; Gᵖ - Governo; Dᵛ - Delivers Fonte: Elaboração Própria

Observando a Figura 10, o produto que configura a cadeia de suprimentos farmacêutica é a fabricação do medicamento pela Empresa B, denominado de Produto 1. O estudo da cadeia diática será entre esta empresa e um dos seus fornecedores, o de embalagens, aqui chamado de Fornecedor Beta. A responsabilidade deste é o fornecimento das embalagens de plástico, portanto o frasco e a tampa que acondicionam o medicamento em sua forma líquida.

O fornecedor do equipamento de linha faz o desenho técnico do fluxo de produção do Produto 1 de maneira que não haja: contra fluxo, problema de contaminação, cruzamento de lotes e nem sua mistura. Este fornecedor também faz estudos para melhorar a eficiência, velocidade e produtividade, tais como, analisa o tipo de esteira, a velocidade da máquina e a rede de energia. Além disso, esse fornecedor é sempre consultado quando se faz alguma otimização na linha de produção.

Os fornecedores dos insumos fornecem os materiais necessários para a composição química do Produto 1. Primeiramente, todos os insumos devem passar por um estudo e

Equipamentos de Linha Insumos Embalagens Fornecedor Beta Produção Farmacêutica Produto 1 Caixas de Embarque Logística Distribuição Atacadistas sss Fᵗ

Digite a equação aqui.

Rᶜ Hᵇ Gᵖ Dᵛ Empresa B Líder C O N S U M I D O R F I N A L

Fornecedores Produção e Logística

gísticarnecedor Distribuição

Distribuiç ão

somente poderão ser adquiridos após a aprovação pela Garantia e o Controle de Qualidade da Empresa B, além de observar as normas e procedimentos da ANVISA35. Os fornecedores dos insumos são empresas multinacionais e nacionais, sendo 80% dos insumos fornecidos pelas empresas nacionais localizadas na mesma região da Empresa B.

O fornecedor das embalagens comercializa com a Empresa B três tipos de produtos em plástico, sendo eles: tampas, frascos e batoques36. É uma empresa multinacional alemã, localizada no Sudeste do Brasil e para que seja autorizada a compra das embalagens para a produção do Produto 1, também deverá atender aos requisitos estabelecidos para a aquisição dos insumos.

Para a aprovação de qualquer fornecedor nesta empresa, há dois requisitos que deverão ser atendidos: documental e qualificação do fornecedor pela Garantia de Qualidade. Quanto à parte documental, o fornecedor deverá estar com suas certidões regulares com os órgãos públicos, tais como: licença de bombeiros, Prefeitura, e outro. A qualificação do fornecedor é obtida após a Empresa B fazer uma visita ao fornecedor para verificar os seguintes requisitos: condições do local, atendimento aos pedidos, procedimentos, programas de melhoria e a qualidade na produção e no produto. A Garantia avalia todos estes requisitos e dá uma pontuação a este fornecedor, proporcionando a liberação para que Empresa B possa comprar quando estiver tudo dentro dos padrões, autorizando no sistema, as compras oriundas daquele fornecedor.

Após os fornecedores estarem qualificados, tanto os insumos como também as embalagens podem ser adquiridos, para que possam entrar na linha de produção, com o objetivo de fabricar o Produto 1. Logo, em função do atendimento aos requisitos expostos, o Fornecedor Beta foi autorizado a fornecer as embalagens para fabricar o Produto 1.

Para o Produto 1 entrar na linha de produção, é necessário evidenciar como ocorre o processo de interação do fornecedor de embalagem com o fornecedor dos equipamentos para o estudo da máquina que entrará em operação para a fabricação do medicamento (Produto 1).

O Diretor de Suprimentos da Empresa B explica como ocorre o processo de interação entre esses fornecedores para posteriormente ser apresentado à ANVISA:

Então, o fornecedor da embalagem entra também na elaboração da máquina, conosco. Eu [Empresa B] quero um frasco com tantos centímetros, que seja transparente, ou que seja âmbar, para evitar que a luz entre, porque o medicamento tem foto sensibilidade, vai mudar se ficar exposto ao sol. Então, ele [Fornecedor

35 Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 36

Beta] desenvolve a embalagem, manda para o fornecedor da máquina, quando a máquina está sendo feita, ele [Fornecedor Beta] manda para fazer os testes lá mesmo na fábrica. É produzida a máquina e feitos os testes com as embalagens, também. Então esse fornecedor [Fornecedor Beta] desde o momento do início da máquina lá, ele interage com a gente. Então, assim, o fornecedor da máquina/equipamentos, o fornecedor de embalagens, eles interagem [...] desde a elaboração até a instalação do equipamento e funcionamento. Tem que ter documentos comprovando o que foi feito de planejamento, se aquela máquina está atendendo: velocidade, quantidade de unidades por hora, tipo de esteira, a limpeza, se tem resíduo ou não. Em cada etapa dessas, nós [Empresa B] temos que fazer um relatório para quando a ANVISA chegar, nós [Empresa B] apresentarmos. (Diretor de Suprimentos da Empresa B) De acordo com o relato do Diretor de Suprimentos da Empresa B, há uma interação com o fornecedor de embalagem, de modo que o frasco tenha certas características, tamanho e cor, atentando inclusive para a proteção da luz, do sol e do calor. Após definida a embalagem pelo Fornecedor Beta, iniciam-se as interações deste fornecedor com o fabricante do equipamento, para que seja desenvolvida a máquina que fabricará o Produto 1. No entanto, para entrar em operação, a ANVISA exige todos os testes e suas comprovações junto ao Departamento de Qualidade da Empresa B.

Finalizado esse processo e com a máquina em operação, os produtos acabados seguem para as caixas de embarque para que sejam lacrados e sigam para a logística para serem encaminhados à distribuição. A distribuição se encarrega de enviar para todo o Brasil, por meio dos atacadistas que fornecerão para as farmácias, as redes, os hospitais, o governo, e delivers, fazendo com que cheguem até o consumidor final.